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CURSO DE FILOSOFIA

PROVA – METAFÍSICA II
NOITE
FRANCISCO FELIPE FARIAS

03. Explique em linhas gerais a crítica a metafísica tradicional feita por Heidegger.
Fale sobre a dimensão do “Dasein” :

Heidegger, tem na metafísica o tema focal de sua filosofia ele afirmava que a
metafísica estava morta; Heidegger queria fundar uma nova metafísica em outras bases.
O Filosofo foi bastante influenciado pelos filósofos pré-socráticos, principalmente Heráclito
de Éfeso. Heidegger pensa que o discurso racional da metafísica provocou o
“esquecimento do ser”. Afirmava que é através do enfrentamento do pensamento da
morte, da finitude, que o homem poderia alcançar uma nova mentalidade. A angústia,
produto deste processo de pensamento, levaria o homem a sair de sua mentalidade do
dia-a-dia, a mentalidade comum.
Há um elemento que ele abandona e se torna basilar: a pretensão de refundar a
metafísica. Heidegger parte da analítica existencial do Dasein (ser-aí, também traduzido
como existência, ser-no-mundo) para a compreensão do sentido do ser em geral. o Ser
carece do ser humano para manifestar a sua verdade e instaurar a abertura na qual os
entes são desvelados. Para Heidegger, a dinâmica da verdade do Ser que abarca tanto a
pertença do ser humano como a carência do Ser, institui a histórica, entendida como
acontecer. O homem é uma história que está acontecendo. E é justamente este fato que
vai fundar o conceito de Dasein, cuja a identidade é a própria história. É uma visão
diferente das visões tradicionais. Ela situa o homem num comprometimento com sua
identidade como um processo em construção. Então, o homem não tem uma identidade,
(estática) ele passa a sua vida construindo a pessoa que finalmente acaba sendo, e só
acaba sendo no momento que ele morre, pois a sua existência é parte importante do
tornar-se, do ser-ai, do ser no mundo. Só o o homem se pergunta sobre si. Assim
Heidegger vai colocar que o Ser-ai (Dasein) é ser-para-morte, porque ele é aquele ente
que só chega a ser, no momento que ele cessa, no momento em que não é mais.
“Seremos apenas quando morrermos, enquanto isso metamorfoseamos”. O homem está
lançado a angustia, essa posição do homem o deixa desamparado, pois diferente de
todos os entes do mundo que já são alguma coisa, ele ainda esta sendo, vindo-a-ser. Ele
não pode contar com o significado daquilo que está no passado, pois daquilo que foi está
em suspenso e a cada novo passo, a cada novo elemento, a totalidade da história de vida
desse homem se transforma.
2 . Explique o que Nietzsche quis dizer ao afirmar uma existência para além do bem
e do mal:

A humanidade ainda não transcendeu a razão. Quando ele fala em ir além "do bem
e do mal", ele quer nos levar a considerar uma modalidade de consciência que observa o
mundo sem dar sentido à coisa alguma e sem definir as coisas como boas ou más, mas,
apreendendo-as tal como elas se revelam diretamente. Ele fala de transcender os valores
e não de transcender a razão, porque a razão e a lógica surgem do dar sentido e do criar
significados e não o contrário. Assim, a razão está implícita dentro dos valores, ela é
somente um valor, um "ídolo", um elemento dentro do universo dos valores. Todo o nosso
modo de ser diante da humanidade começa a partir do momento em que criamos valores,
ou seja, quando definimos e dizemos o que é bom e o que é mal.
O autor afirma que pressupor uma finalidade no curso da história, assim como uma
consequência que é efeito de uma causa, como uma ficção, uma forma de racionalizar
uma vida que por si não tem razão. E a moral faz isso o tempo todo, tenta atribuir um
sentido à vida, buscar uma causa e efeito, criar leis universais,impor regras sociais que
castram o homem, o transformando em animal domesticado quando por essência tudo o
que o corpo quer é que lhe sejam dados liberdades para expansões de sua força. As
críticas à moral judaico-cristão também são presentes, essa moral que nos nega os
instintos e os desejos realmente nos faz adoecer. Para transcendermos esse nosso modo
de ser que nos limita, porque nos tornamos escravos dos conceitos que nós criamos, para
sermos melhores e superiores. A meta é chegar a ter consciência de que não existe o
bem, nem existe o mal, mas, somente experiências e fenômenos.
1 . Explique a crítica a metafísica tradicional que Nietzsche estabeleceu no seu
pensamento sobre a arte (a dimensão afirmativa da vida na relação entre Apolínio e
o Dionisíaco):

A crítica de Nietzsche à metafísica ocidental se concentra nos aspectos sobre o


surgimento da metafísica ocidental e em seus conceitos fundamentais. Nietzsche chama
de "platonismo". Uma consequência da invenção do mundo real e a avaliação positiva do
mundo espiritual e da avaliação negativa da corporeidade. Esta é Filosofia tradicional
(filosofia que dominou o mundo ocidental) com Platão, que inventa um mundo perfeito,
absoluto, que contrasta com o mundo desvalorizado oferecido pelos sentidos. A
metafísica é um sinal de certas tendências anti-vida, tendência impulsionada por um
instinto de vida decadente e contrário ao espírito anteriormente grego. A raiz moral que
levou ao surgimento da filosofia platônica era o medo de mutação, morte e idade
avançada, o que o levou a inventar um mundo onde estas categorias não estão
presentes. O mundo das idéias, um mundo eterno, imutável. Essas categorias metafísicas
como a substância, sendo, a essência, a unidade, são puras invenções para encontrar
repouso e regularidade isso não sugere o único mundo realmente existente, que é
oferecido para os sentidos. Nietzsche é contra a atitude geral e mais importante
característica da cultura ocidental, a crença de que o mundo é um cosmos e por essa
razão, o logos pode captar a realidade. Essas crenças são o cerne da cultura, ciência,
filosofia e ocidental como um todo. Nietzsche considera como uma cobardia perante a
realidade, não tolera a imprevisibilidade, a instabilidade e a dor que são características
desta.
Nietzsche valorizava a vida, o princípio dionisíaco; tinha uma aversão contra a
morbidez da doutrina cristã em sua negação da vida e dos princípios vitais. O espírito da
vida, que Nietzsche contrapõe à apolínea e mortífera razão. Enquanto esta nasce da fuga
diante da imprevisibilidade dos eventos da existência real que procura cristalizar com leis,
regras e interpretações variadas, o dionisíaco aceita a vida em todas as suas formas,
compreendidos o caos, o acaso e a falta de significado. Logo, para Nietzsche, Dionísio e
Apolo são respectivamente símbolos de vida e de morte, força vital e racionalidade, saúde
e doença.

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