filósofo alemão e é considerado um dos principais pensadores da história da filosofia. Suas obras refletem uma profunda crítica aos valores que construíram e moldaram a civilização ocidental. Nietzsche e a influência de Schopenhauer A essência do mundo é a vontade, entendida como um princípio presente em todas as coisas da natureza, a vontade seria uma pulsão ou impulso cego, carente de fundamentos ou motivos. No ser humano, essa vontade torna-se desejo consciente, o qual, não sendo satisfeito, provoca sofrimento.Quando satisfeito, gera o tédio. Para Schopenhauer, a vida era um pêndulo que oscilava do sofrimento ao tédio”. Nietzsche e a vontade de potência Nietzsche rompe com a filosofia de Schopenhauer por considerá-la extremamente pessimista, resignada e como herdeira de uma cultura cristã, de renuncia. A vontade de potência nietzschiana é uma afirmação da vida, ainda que a reconheça difícil e dolorosa. O espírito dionisíaco
Dionísio é o Deus grego do vinho, das festas, do impulso, da
espontaneidade. “De um ponto de vista simbólico, o deus da mania e da orgia configura a ruptura das inibições, das repressões e dos recalques. Dioniso simboliza as forças obscuras que emergem do inconsciente, pois que se trata de uma divindade que preside à liberação provocada pela embriaguez, por todas as formas de embriaguez: a que se apossa dos que bebem, a que se apodera das multidões arrastadas pelo fascínio da dança e da música e até mesmo a embriaguez da loucura com que o deus pune aqueles que lhe desprezam culto. Dioniso retrataria as forças da dissolução da personalidade: as forças caóticas e primordiais da vida, provocadas pela orgia e a submersão da consciência ao magma do inconsciente” (BRANDÃO, 1992, p.140). O espírito apolíneo
Apolo é o Deus grego do sol, da poesia, da música, da bela forma, da
racionalidade. “O mito de Apolo revela experiências que se relacionam com a exatidão, característica muito própria da razão. Mesmo a fantasia apolínea provém da crença na supremacia da objetividade, pois é por meio da simetria das formas que cria-se a ilusão da beleza. [...] Esta ilusão de domínio também é uma característica da razão. A razão acredita que pode dominar a vida por meio de artifícios reflexivos, tais como a sua capacidade de calcular, medir e ordenar as coisas” (GONTIJO, 2006, pp.2-3). Dionísio e Apolo
Ambos os deuses, aparentemente contraditórios, representam para
Nietzsche a completude e o equilíbrio da natureza humana.
Na história ocidental, o espírito dionisíaco foi sistematicamente reprimido
em nome de uma racionalidade, ou seja, em prol do espírito apolíneo. A razão dominando a vontade. Sócrates e a decadência da civilização
"Socrates foi um equívoco: toda a moral do perfeccionismo, até mesmo a
cristã, foi um equívoco [...I. A mais crua luz diurna, a racionalidade a qualquer custo, a vida clara, prudente, consciente e sem instintos, em contraste com os instintos, isso era apenas doença diferente - e de modo nenhum retorno à 'virtude', à 'saúde, à felicidade”. Nietzsche Com Sócrates, abre-se uma época de decadência da humanidade que, para Nietzsche, perdurava até seu tempo.