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Nietzsche e a crítica ao “racionalismo” moderno

Friedrich Nietzsche (1844-1900), foi um


filósofo alemão e é considerado um dos
principais pensadores da história da
filosofia. Suas obras refletem uma
profunda crítica aos valores que
construíram e moldaram a civilização
ocidental.
Nietzsche e a influência de Schopenhauer
A essência do mundo é a vontade, entendida como um princípio
presente em todas as coisas da natureza, a vontade seria uma pulsão
ou impulso cego, carente de fundamentos ou motivos. No ser
humano, essa vontade torna-se desejo consciente, o qual, não sendo
satisfeito, provoca sofrimento.Quando satisfeito, gera o tédio.
Para Schopenhauer, a vida era um pêndulo que oscilava do
sofrimento ao tédio”.
Nietzsche e a vontade de potência
Nietzsche rompe com a filosofia de Schopenhauer por considerá-la
extremamente pessimista, resignada e como herdeira de uma cultura
cristã, de renuncia.
A vontade de potência nietzschiana é uma afirmação da vida, ainda que a
reconheça difícil e dolorosa.
O espírito dionisíaco

Dionísio é o Deus grego do vinho, das festas, do impulso, da


espontaneidade.
“De um ponto de vista simbólico, o deus da mania e da orgia configura a
ruptura das inibições, das repressões e dos recalques. Dioniso simboliza
as forças obscuras que emergem do inconsciente, pois que se trata de
uma divindade que preside à liberação provocada pela embriaguez, por
todas as formas de embriaguez: a que se apossa dos que bebem, a que
se apodera das multidões arrastadas pelo fascínio da dança e da música
e até mesmo a embriaguez da loucura com que o deus pune aqueles que
lhe desprezam culto. Dioniso retrataria as forças da dissolução da
personalidade: as forças caóticas e primordiais da vida, provocadas pela
orgia e a submersão da consciência ao magma do inconsciente”
(BRANDÃO, 1992, p.140).
O espírito apolíneo

Apolo é o Deus grego do sol, da poesia, da música, da bela forma, da


racionalidade.
“O mito de Apolo revela experiências que se relacionam com a exatidão,
característica muito própria da razão. Mesmo a fantasia apolínea provém
da crença na supremacia da objetividade, pois é por meio da simetria das
formas que cria-se a ilusão da beleza. [...] Esta ilusão de domínio
também é uma característica da razão. A razão acredita que pode
dominar a vida por meio de artifícios reflexivos, tais como a sua
capacidade de calcular, medir e ordenar as coisas” (GONTIJO, 2006,
pp.2-3).
Dionísio e Apolo

Ambos os deuses, aparentemente contraditórios, representam para


Nietzsche a completude e o equilíbrio da natureza humana.

Na história ocidental, o espírito dionisíaco foi sistematicamente reprimido


em nome de uma racionalidade, ou seja, em prol do espírito apolíneo. A
razão dominando a vontade.
Sócrates e a decadência da civilização

"Socrates foi um equívoco: toda a moral do perfeccionismo, até mesmo a


cristã, foi um equívoco [...I. A mais crua luz diurna, a racionalidade a
qualquer custo, a vida clara, prudente, consciente e sem instintos, em
contraste com os instintos, isso era apenas doença diferente - e de modo
nenhum retorno à 'virtude', à 'saúde, à felicidade”. Nietzsche
Com Sócrates, abre-se uma época de decadência da humanidade que,
para Nietzsche, perdurava até seu tempo.

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