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ARTHUR SCHOPENHAUER

CONTRIBUIÇÕES PARA O SEGUNDO GRAU

FILOSOFIA MAÇÔNICA

Arthur Schopenhauer foi um filósofo alemão do século XIX. Ele é mais


conhecido pela sua obra principal "O Mundo como Vontade e Representação",
em que ele caracteriza o mundo fenomenal como o produto de uma cega,
insaciável e maligna vontade metafísica. 

Sua teoria filosófica abordou diversos temas relacionados com a existência


humana, o sofrimento e do tédio. Dessa forma, segundo o filósofo, a vida
oscilaria do sofrimento ao tédio e a felicidade seria algo momentâneo. Seus
estudos estiveram apoiados em diversos assuntos, como a metafísica, a ética,
a moral.

Para o filósofo alemão Arthur Schopenhauer, a vida é uma alternância entre a


dor, proveniente da necessidade e do desejo de obter algo (ou alguém), e do
tédio, decorrente da satisfação que resulta da necessidade suprida: “A vida
humana transcorre, portanto, toda inteira entre o querer e o conquistar.
"Todo homem toma os limites de seu próprio campo de visão como os limites
do mundo." Segundo Schopenhauer, o mundo existe para cada pessoa apenas
como representação, pois tudo o que percebemos corresponde a uma
representação de mundo, que resulta da sensibilidade, do espaço, do tempo e
do entendimento.

Schopenhauer era considerado um filósofo pessimista, segundo ele a vontade


é aquilo que explica a conduta humana, algo que não possui uma finalidade, é
cega, e não apresenta sentido, ou seja, a realidade é guiada pela vontade, e
não pela razão. Esse é um dos pontos que Schopenhauer é considerado um
filósofo “pessimista”, porque dessa forma, nos libertamos de nossas ilusões,
nos desligamos de nossos apegos e de nossas paixões mais embrutecedoras

Como lição a filosofia de Schopenhauer nos convida à compreensão de que o


mundo – tudo que nos cerca e nós mesmos – é Vontade (Wille) e aparece
como representação (Vorstellung), o que pode ser entendido como: toda
existência é uma manifestação de um querer essencial.

Segundo Schopenhauer, a saída para os problemas da vida e da dor é a arte


porque: “Aquele que contempla, está na verdade diante da alma do artista, e
está tentando compreender sua mensagem.

O artista em sua obra externaliza, de maneira instintiva, o seu estado interior


em umatela.
O homem, revela-se – ainda que de maneira superficial – naquilo que pintou –
ou Schopenhauer fala que a intenção da arte é exprimir a ideia. Isto é, consiste
numa tentativa de materializar, numa criação artística, as realidades ideias.
Significa projetar-se para além de si, por meio de sua produção, o artista passa
sua mensagem através da arte. Escreveu, atuou, decorou, esculpiu, entre
outras exibições artísticas.

A definição clássica de Schopenhauer, de que a arte é a contemplação das


coisas independente do princípio de razão, é, portanto, a antítese do
conhecimento científico: “O que se dá conforme o princípio de razão é o
procedimento racional, único válido e útil na vida prática, bem como na ciência:
o que abstrai do conteúdo daquele princípio é o procedimento genial, único
válido e útil na arte”. Gostaria de mencionar um dado curioso: Schopenhauer
identifica o discurso científico com Aristóteles e o artístico com Platão.
O que é a felicidade para Schopenhauer? Ele define como a “satisfação
sucessiva de todo o nosso querer”, e afirma que a tendência a ela “coincide
completamente com a nossa existência” – cuja essência é a Vontade de viver –
mas é revelada pelo conhecimento como o nosso maior erro e ilusão.

Sobre a compaixão, a resposta de Schopenhauer consiste, essencialmente, em


dizer que a compaixão é um tipo de ação inteiramente altruísta, voltada para o
bem-estar do outro

A compaixão pelos animais está intimamente ligada a bondade de caráter, e


quem é cruel com os animais não pode ser um bom homem

"A filosofia de Arthur Schopenhauer é influenciada por Immanuel Kant, mas


sem uma razão imponente. Por ela entende-se que o que conhecemos do
mundo é apresentado a nós pelos sentidos e é organizado subjetivamente. A
razão apenas forma ideias abstratas com os dados empíricos. É a inteligência,
presente em todos os seres vivos, que identifica uma causa externa para essas
impressões, mas que nos é inacessível.

Por isso, temos apenas representações do mundo. Isso tornaria o mundo uma
fortaleza impenetrável que nos impede conhecê-lo como realmente é. Arthur
Schopenhauer propõe, então, que não neguemos uma via imediata aberta por
meio dos nossos atos voluntários. Por meio dos nossos corpos, somos ao
mesmo tempo um objeto representado e uma vontade que se torna objetiva
nas ações."

Para a Maçonaria, no que se refere ao Grau de Companheiras, entendemos


que a Arte é uma das Ciências expressivas para a conexão com o mundo
interior da mulher Maçom.
A arte é a intuição desinteressada, o contato com alguma coisa que afeta
primeiramente o corpo e vai depois fluir para a razão.

A Arte é o momento em que, se entra em contato com essa vontade, mas não
como condição condicionadora do seu querer, da sua razão, mas você
encontra com essa vontade “cara a cara”.
A Arte é um dos temas que encontramos nas reflexões de Schopenhauer e que
compõe estudos na Maçonaria, principalmente no Segundo Grau.

A Arquitetura é uma arte que exemplificamos aqui, base simbólica da


maçonaria e se apresenta na forma de templos e monumentos. Faz alusão ao
conjunto arquitetônico da personalidade humana, incluindo o seu aspecto
moral, intelectual e, essencialmente, o espiritual.

Se trata da construção e reconstrução arquitetônica do “templo humano” e essa


arte arquitetônica deve ser bem projetada, perfeita, forte, belas e duradouras.

É nesse grau que o maçom desenvolve os cinco sentidos humanos em sua plenitude
para, então, aprender a dominar as sete artes e ciências liberais: Gramática, Retórica,
Lógica, Aritmética, Geometria, Astronomia e Música. É no grau de Companheiro que o
maçom atravessa a escada de 15 degraus e tem acesso à Câmara do Meio.

Referências:

BELLOQ, Cèline – Desapegar-se com Schopenhauer, Editora Vozes, 2021.

http://revistalampejo.org/edicoes/edicao-7/01c%20Artigo%20-%20Arte%20-
%20Schopenhauer.pdf acesso em fevereiro de 2023.

https://revistagalileu.globo.com/Sociedade/Filosofia/noticia/2016/08/o-filosofo-arthur-
schopenhauer-ensina-como-nao-sofrer-por-amor.html#:~:text=Schopenhauer%20acreditava
%20que%20o%20amor,ele%E2%80%9D%2C%20afirma%20Douglas%20Burnham. Acesso em
fevereiro de 2023.

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