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Robespierre
Tal qual as críticas disparadas por Nietzsche a Wagner, pois, ele trairia
uns dos princípios básicos da estética nietzschiana: “a música deve ser um
meio de afirmar a existência, de torna-la leve, e não de negá-la” (DIAS, 2005,
p. 122). Hora, se a música deveria ser algo para afirmar a vida, e não seu
contrário, logo, a arte (todas elas) é algo de pura expressão, de afirmação,
retirado do âmago do artista, algo único, com unicidade, autenticidade, e
certamente sua aura.
As artes, são para Nietzsche a expressão pura do sujeito que a faz, não
há simulacro, não há produção com vistas a um fim, podemos dizer que é a
ideia expressa pela frase “l’art pour l’ar” (arte pela arte) de Victor Cousin1,
usada frequentemente no século XIX. Para Nietzsche a luta estética, que ele
empreende, é contra a ideia moralizante da arte, isto é, a arte sobre a
subordinação de uma moral. Guy Debord, na sua obra Sociedade do
espetáculo, faz uma crítica a ideia do que reina atualmente na condição
modernas de produção, que é a acumulação de espetáculos (mercadoria), tudo
é representado por espetáculos. O “espectáculo apresenta-se ao mesmo
tempo como a própria sociedade, como uma parte da sociedade, e como
instrumento de unificação” é a mediação das pessoas pelas imagens, é uma
visão de mundo que se objetificou, e nesse sentido, é a visão moralizante da
arte, na qual Nietzsche crítica. Ora, se o espetáculo é o reflexo da produção
existente, ele é o modelo que é socialmente dominante, é “a afirmação
omnipresente da escolha já feita na produção, e o seu corolário o consumo”,
ele é a justificação desta produção (Debord, p8-9, 2005), dessa maneira,
constatamos que é a expressão de uma moral que domina, produz e estetiza a
modernidade a partir de seus pressupostos.
Referências