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Glossário

ORTÓNIMO - Tudo o que se diz ser da autoria do artista e assinado pelo próprio.

CUBISMO - Presente nas artes desde a Renascença, consiste na sobreposição das


formas e dos planos e na combinação das cores, fixando a intelectualização da
emoção. Foi um movimento que acompanhou o decorrer da 1ª Guerra Mundial.

DECADENTISMO - Designa uma corrente literária que se manifesta por volta de 1880.
Liga-se ao cansaço de uma civilização que busca sensações novas, mais intensas,
baseadas no mórbido e no pessimismo. Este movimento provém da falência de todos
os ideais passados e recentes.

EPICURISMO - É uma escola filosófica fundada por Epicuro, filósofo grego, cujo lema
se baseava no prazer. O prazer era, pois, “o sumo do homem e todos os nossos
esforços devem tender a obtê-lo”. No essencial, esta escola pretende responder à
questão fundamental da dor e da morte, oferecendo como alternativa o repouso,
gozando em profundidade o carpe diem, gozar unicamente o momento presente.

ESTOICISMO - Procura aceitar a morte como algo contra o qual não se pode lutar e
por isso aceita-a com resignação e abstenção de todos os prazeres. (Ricardo Reis na
máxima: “abdica / E sê rei de ti próprio”)

FUTURISMO - Movimento que se caracteriza por ver na Arte a modernidade da


revolução da máquina, das engrenagens, da velocidade e que acompanhou todas as
invenções do início do século.

HETERÓNIMO - Não confundir com pseudónimo! É o traço profundo da fragmentação


da personalidade em Pessoa e a tendência para a simulação - ser outro, fingir,
transformar-se, “outrar-se”.

PRIMEIRO MODERNISMO – Complexo movimento artístico contemporâneo, cuja


tendência seria valorizar o atual e o novo, em virtude dum cansaço das formas
conservadoras, esgotadas. Movimento caracterizado por uma nova conceção da arte
cosmopolita das novas gerações que revolucionou as conceções estéticas que
vigoravam anteriormente. Nova sensibilidade moderna.

INTERSECCIONISMO - Nova corrente literária e artística seguida por Pessoa e por


outros artistas plásticos (Santa-Rita Pintor, Almada Negreiros, …), onde se cruzam
todas as correntes anteriores. Cruzam-se a paisagem presente e a ausente, o
passado e o presente, o real e o onírico (exemplo: Chuva Oblíqua)

METAFÍSICA - Doutrina da essência das coisas. A ciência das coisas abstratas,


intelectuais, de tudo aquilo a que a Ciência Física não dá resposta. Aquilo que parece
complicado, demasiado abstrato e de difícil compreensão, tudo aquilo que está para
além da física.

ONÍRICO - Tudo aquilo que está relacionado com o sonho, com a imaginação. (Ilha,
país,…)

ORPHEU - Geração à qual cabe o papel messiânico de romper com o passado,


acelerar a evolução, inventar o futuro e criar um mundo novo. Movimento que alterou o
rumo da Literatura Portuguesa. Revista Orpheu - publicada em Lisboa (teve somente
dois números publicados) deu visibilidade a um grupo de artistas e poetas cujas
propostas eram inovadoras e que chocavam a sociedade, pois eram elementos do
movimento modernista: Fernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro e Almada Negreiros,
por exemplo.

PAULISMO - Designação para a “arte do sonho moderna”.

SAUDOSISMO - Movimento literário que atribui à “saudade” a principal característica


da alma nacional. Deste movimento foi precursor Teixeira de Pascoaes e o seu
objetivo era “restituir Portugal à consciência dos seus valores espirituais próprios”.

SENSACIONISMO - Atitude artística cuja filosofia consistia em defender o princípio de


que “todo o objeto é uma sensação nossa” e de que toda a arte é “converter uma
sensação em objeto”, como afirmou Pessoa “Nada existe, não existe a realidade,
apenas sensação”.

SIMBOLISMO - Dá-se o nome de Simbolismo a um movimento literário que nasceu


em França na Segunda metade do séc. XIX, como reação ao Realismo. Os
simbolistas procuraram desvendar as zonas recônditas do “eu”.

ESOTERISMO - Do grego eso, "dentro de", este termo existe por oposição ao
exoterismo (do grego exo, "fora de"). O esoterismo é, então, o saber propriamente
interior, que existe para lá das aparências e que exige um esforço para se poder
atingi-lo.
VANGUARDA - Provém da linguagem militar, utilizada nas primeiras décadas do
século XX para designar os movimentos artísticos que defendiam a rutura com a
tradição cultural europeia.

MODERNISMO - É a designação consensualizada pela Crítica para designar o


período literário português em que se convergem as duas tendências literárias
antagónicas: a que consiste no aprofundamento das correntes literárias do Fim de
Século; e a que receciona e se alinha com as propostas de rotura da Vanguarda,
particularmente do Cubismo e do Futurismo.

O fingimento artístico - Nesta temática, o poeta baseia-se em experiências vividas, que


procura escrever distanciado do sentimento. A composição de um poema lírico deve
ser feita no momento da recordação dela e não no momento da emoção.

A dor de pensar - de ser lúcido – é a consequência da constante racionalização das


emoções, da análise, da abstração. A intelectualização excessiva causa
sofrimento, dor, angústia e frustração.

Sonho e realidade - o mundo do sonho (o espaço onírico) não funciona como forma de
evasão ou escape, mas como um lugar onde o eu acredita que pode recuperar uma
experiência perdida (a da infância) ou ser o que não se é no mundo “real”.

Nostalgia da infância - Insatisfeito com o presente e incapaz de o viver em plenitude, o


eu poético refugia-se numa infância idealizada, regra geral, desprovida de experiência
biográfica e submetida a um processo de intelectualização. De facto, trata-se de
uma nostalgia imaginada, intelectualmente trabalhada e literariamente sentida.

A dor de pensar:

Tensões: pensar/sentir; consciência/inconsciência; pensamento/vontade;


fingimento/sinceridade; permanente intelectualização; inveja e desejo de inconsciência

A atitude de introspeção e autoanálise: estranheza de si próprio; desconhecimento do


“eu”

O tédio existencial: desassossego metafísico (dor de viver); angústia e solidão;


desalento e abulia; ceticismo; tensão esperança/desilusão; dificuldade de socialização;
refúgio no sonho e nos estados de ilusão
A nostalgia da infância: saudade intelectual e literariamente trabalhada; infância como
símbolo da pureza, da inconsciência e da felicidade

A fragmentação interior: drama da identidade perdida

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