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SUMÁRIO
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Sobre a Disciplina:
Docentes/Organização material:
Prof. Ms. Alessandro Euzébio
Prof. Ms. Antônio Teixeira de Carvalho Filho
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Olá seja bem-vindo (a) a Disciplina Teoria e Técnicas
Psicanalíticas II
1. Introdução ao Pensamento Psicanalítico e Teoria Psicanalítica
Freudiana
Françoise Dolto1
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Françoise Dolto foi uma psicanalista francesa que teve grande influência sobre a educação de crianças
de seu tempo. Ao iniciar seus estudos de Medicina, em 1932, já pensava em dedicar-se à Pediatria. Mas
foi depois de uma análise pessoal, feita com o psicanalista francês René Laforgue, que Dolto iniciou sua
carreira como psicanalista, em especial como psicanalista de crianças. E foi a partir dessa experiência de
trabalho que desenvolveu um pensamento original sobre a educação de crianças, para uso de pais e de
educadores, inspirando-se nos conhecimentos que a psicanálise e sua prática puseram à sua disposição.
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previa tal possibilidade em um texto muito conhecido; e em outro texto, ainda mais
debatido, falou com bastante entusiasmo acerca das possibilidades de ampliação que à
psicanálise se apresentariam. Trata-se aqui, respectivamente, de sobre A história do
movimento psicanalítico (1914).
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2. Metapsicologia Freudiana – Revisando Técnicas I
centro de nosso trabalho, quaisquer que sejam as dificuldades das quais teremos, talvez,
de tomar consciência, e é ela que mantém coeso todo esse mundo que a comunidade
pela análise pessoal. Traduziria o esforço de Freud em transmitir, desde seu caso
daquele que psicanalisa hoje de não fazer, como Freud apregoa, a psicanálise cair em
funda um campo. É, então, por seu valor de transmissão que Lacan acrescenta em
teoria: Édipo Rei. No mito, Sófocles conta a história de Édipo, que teve uma terrível
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sentença de casar-se com sua mãe e matar seu pai, já abordando temas como o incesto
Quando Freud desenvolveu sua teoria, ele explicou o Édipo em três tempos.
O primeiro diz respeito ao momento inicial, em que a criança está muito ligada à mãe,
Já no segundo tempo, Freud explica que o pai se torna presente como uma
figura proibidora, tanto das atividades cotidianas desenvolvidas pela criança quanto da
sua fantasia de desejo pela mãe. Aqui, é muito comum discursos como “cuidado que seu
pai pode brigar com você” e “vou chamar o seu pai para conversar com você”,
pai aparece como uma figura de identificação, já no terceiro tempo. Nesse período, é o
nosso pai cotidiano, que tem seus defeitos e qualidades e são reconhecidos pela criança.
Dessa forma, baseando-se nos três tempos, Freud descreveu sua teoria
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Durante esse momento conflituoso, a criança vai percebendo que não é mais
o centro da atenção dos pais e começa a percebê-los como figuras distintas que
comportamentos e atitudes.
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Outros conceitos psicanalíticos essenciais são o de Complexo de Édipo (fase em
que o menino apresenta desejos amorosos por sua mãe), a inveja do pênis por parte das
meninas, as fases de desenvolvimento sexual (oral, anal, fálica, latente e genital) e as
instâncias psíquicas (id, ego e superego) que explicariam nossos conflitos psicológicos.
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psicoterapia psicanalítica e o tratamento psicanalítico propriamente dito, partindo da
história do desenvolvimento e evolução destas.
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não e assim por diante. É evidente, com esta descrição, que método (caminho) e técnica
(encaminhar) não são a mesma coisa. Pode-se compreender, por exemplo, que um
apego muito grande à moldura desvie o analista de seu trabalho com as emoções e/ou
conflitos psíquicos, tornando a clínica esvaziada. Resumindo: “Processo: encarnação do
método em fato clínico. Técnica: arte de bem conduzi-lo em conformidade ao método”
(Herrmann, 1989, p. 17).
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6. A Interpretação dos Sonhos em Psicanálise
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Muitos sonhos parecem não ser satisfatórios; alguns são deprimentes, alguns
perturbadores, outros assustadores e muitos simplesmente obscuros. Muitos sonhos
parecem reviver eventos passados, enquanto uns poucos parecem ser proféticos.
Dica para praticar por meio das associações por parte dos conteúdos de um
determinado sonho:
Então vamos lá (...) nosso primeiro passo no emprego desse método nos ensina que o
que devemos tomar como objeto de nossa atenção não é o sonho como um todo, mas
partes separadas de seu conteúdo. Quando digo ao paciente ainda novato: “Que é que
lhe ocorre em relação a esse sonho?”, seu horizonte mental costuma transformar-se
num vazio. No entanto, se colocar diante dele o sonho fracionado, ele me dará uma
série de associações para cada fração, que poderiam ser descritas como os
“pensamentos de fundo” dessa parte específica do sonho”.
Assim, cada elemento do sonho deve ser separado dos demais e para cada
elemento devemos buscar as associações individuais para os elementos, para as partes
do sonho. Por isso, o que contamos ao acordar, o conteúdo manifesto, praticamente
nunca vai trazer logo de início o significado subjacente do sonho. Existem sim sonhos
que são claros e até fáceis de entender, mas a maior parte vai precisar das associações
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individuais para que se possa descobrir o significado real, por trás do conteúdo
manifesto
Por exemplo: Freud relata um sonho de uma paciente. No sonho, ela via o
seu sobrinho morto, em um caixão. A princípio, não podemos dizer nada sobre o
significado do sonho, sem as associações da sonhadora.
Deste modo, Freud começa a pedir para que ela associasse, dissesse o que
cada elemento do sonho a fazia lembrar e pensar. E logo chegaram ao sentido do sonho:
realmente, há pouco tempo, um outro sobrinho seu havia falecido e naquela ocasião
uma pessoa por quem ela era apaixonada apareceu no enterro. Com isto, o que o sonho
mostrava é que ela desejava ver novamente a pessoa por quem ela era apaixonada e
que, por motivos alheios à sua vontade, não conseguira estabelecer um relacionamento
amoroso
Associações:
3º Estágio - Fase Fálica - Corresponde ao período que vai dos três anos aos cinco ou seis
anos de idade. O termo fálico, relativo ao pênis, usado para esta fase, provém do fato
da libido concentrar-se nos órgãos genitais que passam a ser a zona erógena
predominante. O complexo de Édipo e o complexo de castração bem como o
desenvolvimento psicossocial: Iniciativa X culpa. Veremos, mas profundada essa fase na
próxima disciplina o importante é você fixar esses conceitos que são muito utilizados
na sua formação e no seu exercício profissional.
4º Estágio - Fase de Latência - Período que vai, aproximadamente, dos cinco aos dez
anos. Este período caracteriza-se por uma aparente interrupção do desenvolvimento
sexual, em que os impulsos eróticos exercem menor influência na conduta e o ego
encontra uma trégua para os conflitos emocionais que vinham se desenrolando nas
fases anteriores. Afastando-se temporariamente dos interesses sexuais, a criança
utiliza a energia psíquica para o fortalecimento do ego.
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Vamos nos referir mais objetivamente a esses tipos psicanalíticos de personalidade:
São estes os três padrões básicos de personalidades originados nos estágios pré-genitais
do desenvolvimento psicossexual. A fase culminante do desenvolvimento sexual em que
a pessoa estabelece relações verdadeiramente afetivas com o parceiro sexual
corresponde, na caracterologia adulta, à personalidade genital, à síntese dos impulsos
psicossexuais medidos não só pela potência fisiológica, mas também pela capacidade de
amor em termos adultos. É o padrão equilibrado e maturo da personalidade adulta.
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8. Estrutura da Personalidade
Id
Ego
Superego
Freud descreveu, ainda, a hegemonia total dos instintos do prazer nas fases primitivas
do desenvolvimento mental, como decorrência direta do fato de as duas atividades
básicas da criança pequena – mamar e defecar – terem provocado a sexualização
(libidinização) da boca e do ânus, zonas erógenas. Ulteriormente, Freud ampliaria, com
algumas modificações, esta sua primeira teoria (Para além do Princípio do Prazer) e a
libido deixaria de identificar-se exclusivamente com o instinto sexual e o princípio do
prazer, para ser eros – o instinto da vida e da autopreservação, no qual o componente
sexual estava logicamente incluído.
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Superego – Na estrutura teórica da personalidade descrita por Freud, o superego é a
mais recente formação ou componente do sistema de energias mentais e foi
correlacionado com o declínio e dissolução do Complexo de Édipo. A noção do superego
foi inspirada nos estudos de introjeção de Sandor Ferenczi (a progressiva introjeção pela
criança dos eventos em seu meio vital) e suas relações com o
Escreveu Freud: “O superego não é apenas o depositário das anteriores opções objetais;
representa também uma enérgica formação de reação contra essas opções. Sua relação
abrange a proibição: você não deve ser como tal (consciência)”.
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É necessário esclarecer a interpretação do significado inconsciente do lapso. O
lapso esconde um desejo que o superego reprovou. O ego, portanto, reprimiu por longo
tempo este comportamento ou desejo para o psicanalista por meio de associações que
são feitas com a vida do indivíduo.
significante;
concentração. Foi a adoção, por Freud, da técnica da associação livre que lhe permitiu
abandonar a hipnose.
suas associações livres em identificação com o analista, isto é, o paciente faz duas coisas
simultaneamente, ou em rápida oscilação: associação livre e reflexão. Uma formulação
alternativa é que o paciente oscila entre ser o sujeito e o objeto de sua experiência, em
determinado momento, deixando os pensamentos fluírem e, no seguinte, examinando-
os.
Solicita-se ao paciente que use o máximo de sua capacidade, que tente deixar as
coisas surgirem em sua mente e verbalizá-las sem se importar com a lógica e a ordem.
Mesmo que lhe pareça não terem importância ou até mesmo serem aparentemente
vergonhosas ou indelicadas a serviço do ego e os derivados, do ego inconsciente, do id
e do superego tendem a vir à superfície.
Nunca se deve perder de vista: Freud muitas vezes repetiu que o método
simbólico desempenha em Psicanálise um papel absolutamente secundário. É de
admirar que apesar dos protestos reiterados do mestre de Viena, o público, mesmo
científico, vê na Psicanálise muitas vezes apenas uma chave dos sonhos.
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Relembremos que a simbolização, no sentido estrito freudiano, não deve ser
confundida com a dramatização. Na dramatização, há passagem de uma ideia abstrata
para uma imagem. Na simbolização, há passagem de uma imagem para outra imagem,
além disso, o símbolo tem um valor coletivo.
Esta objeção repousa numa grave confusão, que importa dissipar. Uma relação
de causalidade pode ser conseguida de duas maneiras muito diferentes. No primeiro
caso, a reação de causalidade tem um valor inteligível e impõe-se diretamente à razão.
Basta comparar a marca deixada por um pé humano nu sobre a areia úmida e a forma
desse pé para apreender intuitivamente a relação de causalidade, mesmo se se dispõe
apenas de um único espécime de marca. Vimos que, em condições favoráveis, o método
associativo conduz a uma certeza desse gênero.
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12.As Relações Transferenciais
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Não importando o caso, a transferência poderá ser encarada como uma fraqueza de
caráter, como “safadeza” do paciente, porém algo inevitável às pessoas mais sérias. É
sempre um problema da personalidade no que diz respeito às neuroses, carências etc.
As pessoas que sufocam as manifestações transferenciais conseguem plasmar mais uma
carência, fortalecendo assim o patrimônio neurótico.
12.1. Contratransferência
Como abordaremos no item relativo à aliança terapêutica que deve ser uma
evolução da transferência, a própria transferência racional, de certa forma postulamos
o mesmo para a contratransferência. Neste caso, quando interpretamos, quando
identificamos os motivos dessa afetividade etc., transformamos esse sentimento
intenso no correspondente a aliança terapêutica que chamamos descendente. A aliança
terapêutica descendente, que vem do psicanalista, é igualmente um importante
instrumento do processo, porque liga o psicanalista ao paciente, sem interdependência
em nível de sentimento.
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12.2. Aliança Terapêutica – na análise
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Outra coisa se discute: pode existir aliança terapêutica sem o processo inicial da
transferência?
13.As resistências
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A resistência pode ser:
a) consciente;
b) pré-consciente;
c) inconsciente.
Elas podem ser expressas por meio de emoções, atitudes, idéias, impulsos,
pensamentos, fantasias ou ações. A resistência, em essência, é uma força opositora no
paciente, agindo contra os procedimentos e processos analíticos.
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mente. Apesar do silêncio, algumas vezes o paciente pode revelar, involuntariamente, o
motivo do seu silêncio, pela postura, movimentos ou expressão facial. Virando a cabeça
para não ser visto, cobrindo os olhos com as mãos, contorcendo-se no divã,
enrubescendo – tudo isso pode indicar embaraço.
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REFERENCIAIS
Dolto, F. Solidão. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud vol. II. Rio de Janeiro: Imago,
1996.
1996.
Imago, 1996.
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Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud vol.XI. Rio de Janeiro: Imago,
1996.
116
1996.
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_________ (1914b). Recordar, repetir e elaborar in Edição Standard Brasileira das
1996.
Imago, 1996.
117
Imago, 1996.
Imago, 1996.
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vol.XVII. Rio de Janeiro: Imago, 1996.
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