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AS CARACTERISTICAS E ESPECIFICIDADES DO

NB-4
Andressa Batista Limeira¹
Sancha Victoria Coelho Cardoso²

1. INTRODUÇÃO

O objetivo do presente trabalho é apresentar o nível de Biossegurança 4, entender


suas especificações e indicações bem como os IPIs utilizados, o profissional que pode trabalhar
neste nível, os agentes exóticos e perigosos que expõem indivíduos a um alto risco de
contaminação de infecções que podem ser fatais e apresentam um potencial relevado de
transmissão por aerossóis, com classificação de microrganismos da classe de risco 4 ou 5.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A biossegurança de nível 4 é a mais elevada para manusear materiais de alto risco.


Sendo assim podemos analisar o que é biossegurança para entendermos esse nível e suas
características.

“Biossegurança é o conjunto de ações voltadas para a prevenção, minimização ou


eliminação de riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino,
desenvolvimento tecnológico, prestação de serviços (laboratório clínico) capazes de
comprometer a saúde do homem, dos animais, das plantas, do ambiente ou a qualidade
dos trabalhos desenvolvidos.” (CTBio-FIOCRUZ, 2003).

A classificação de um laboratório é baseada no nível de risco apresentado ao


indivíduo, à comunidade e ao meio ambiente.
O nível 4 em Biossegurança é um nível de contenção utilizado sempre que o trabalho
envolver OGM (Organismos Geneticamente Modificados) resultante de organismo receptor ou
parental classificado como classe de risco 4 ou sempre que envolver organismo receptor, parental
ou doador com potencial patogênico desconhecido.

“Os procedimentos com patógenos que demandam instalações e protocolos específicos


em nível de biossegurança 4 (NB-4) caracterizam -se pelo alto risco para o operador,
muitas vezes ocasionando sua morte, sem a disponibilidade de vacinas ou terapia eficaz
específica para tratamento, em caso de eventual infecção, sendo de risco moderado a alto
para a comunidade e o meio ambiente.” (MAFRA, 2020)

A infraestrutura de um laboratório NB-4 é mais complexa que a de outros


laboratórios, as regras devem ser seguidas a risca pois os agentes e patógenos que se estuda neste
local além de poder causar a morte do indivíduo não possuem tratamento ou vacinas e a
exposição a esses patógenos podem causar danos irreversíveis, sendo assim necessário uma
estrutura mais segura possível.
Segundo GUO; YU (2016), essas complexas unidades laboratoriais são
infraestruturas tecnológicas especializadas, algo imprescindível para a segurança e bom
desenvolvimento dos trabalhos e pesquisas.
“Não se pode esquecer de que uma condição de operação segura significa segurança e
baixo risco para os profissionais envolvidos, para a comunidade local, para o meio ambiente, para
as nações que possuem essas instalações de infraestrutura” (TUCKER, 2008) e seus vizinhos.
Para que ocorra uma segurança efetiva é exigido pelo Ministério da Saúde a
1 Andressa Batista Limeira
2 Sancha Victoria Coelho Cardoso
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Fisioterapia – Prática do Módulo I - 08/09/22
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utilização de equipamentos de proteção que no caso da biossegurança trata-se de itens com


algumas categorias.
Para a proteção da cabeça utiliza-se touca, capuz, capacete;
Para a proteção dos olhos e do rosto utiliza-se óculos, viseiras, máscaras;
Para a proteção auditiva ou auricular utiliza-se abafadores, protetores auriculares;
Para a proteção respiratória utiliza-se respirador;
Para a proteção do tronco utiliza-se jalecos, coletes;
Pra a proteção dos membros superiores utiliza-se luvas descartáveis, luvas anti-incêndio,
braçadeiras;
Para a proteção dos membros inferiores utiliza-se calças, botas etc.
Estes equipamentos podem ser fixos ou móveis e são instalados no local de trabalho
antes de começar a jornada laboral.

Fonte: www.portalin.com.br

Esses equipamentos devem estar em boas condições e serem sempre inspecionados


para sua eficácia. Os profissionais que atuam nestes laboratórios manuseiam os materiais dentro
de Cabines de Biossegurança Biológica Classe III com o uso de roupas de proteção com pressão
positiva ventiladas por um sistema de suporte de proteção a vida.
Os trabalhadores devem ter o treinamento adequado e vasta experiências com os
agentes manuseados bem como com os procedimentos específicos de segurança, sendo estes
profissionais imunizados apropriadamente e sempre serem examinados. O profissional em
biossegurança deve estar sempre preparado para possíveis riscos e acidentes.

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Com a análise do funcionamento de um laboratório e suas especificações, evidencia-


se a necessidade de conceber um laboratório que opere no nível de biossegurança e bioproteção
maior em conformidade com os níveis de segurança adequados levando em consideração a
infraestrutura, operações e gestão do mesmo. Também com os profissionais bem treinados com a
formação correta para operar em tal função.
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Ainda não há um laboratório NB-4 no Brasil para que seja feita uma comparação com
outros laboratórios de outros países, mas a intenção de se construir o mais rápido possível parece
eminente como evidenciado no site portalin.com.br em uma matéria de 18 de maio de 2021 onde
o autor da matéria afirma: “O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Marcos
Pontes, defendeu a construção de um laboratório de biossegurança máxima (nível 4) no Brasil.”
Assim, entende-se que os laboratórios de nível inferior devem estar em conformidade
com os critérios estabelecidos para um bom funcionamento.

4. REFERÊNCIAS

GUO, S.J.; YU, W.L. Architecture of biosafety and biosecurity design: Lesson learned from two
biologics pilot plants in Taiwan. Journal of environmental protection and ecology, v.18, n.3,
p.899-912. 2

MAFRA, Cláudio. Pensando uma infraestrutura estratégica nacional: o laboratório NB-4


brasileiro. Brasília: Suprema Gráfica, 2020. 138 p.

Marcelo. Marcos Pontes defende a construção de laboratório de biossegurança máxima. [S. l.], 18
mar. 2021. Disponível em: https://www.portalin.com.br/in-connection/marcos-pontes-defende-a-
construcao-de-laboratorio-de-biosseguranca-maxima/. Acesso em: 8 set. 2022.

TUCKER, J. Proliferation of Biodefense Laboratories and the Need for National Biosecurity.
HOMELAND SECURITY AFFAIRS. The Journal of the NPS Center for Homeland Defense and
Security, Supplement: CHDS Essay Contest (First Annual – 2008). 2008.

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