A presente pesquisa tem como tema o Processo de Ensino e Aprendizagem, e
pretende-se analisar os intervenientes ligados ao processo de ensino e aprendizagem, olhando sobretudo, a questão da qualidade e o contributo da avaliação na qualidade de ensino superior. Assim, para uma melhor orientação, traçaram-se os seguintes objectivos específicos:
Caracterizar o processo de ensino e aprendizagem quanto a qualidade;
Descrever o processo de ensino e aprendizagem relativamente aos seus procedimentos e paradigmas de pesquisa; Fazer a descrição do processo de ensino e aprendizagem no ensino superior. É inegável o papel que a educação desempenha para a formação de um homem preparado para intervir em várias esferas da vida. Assim, a educação é um elemento indispensável e constituinte das relações sociais que contribuem contraditoriamente para a transformação e a manutenção dessas relações, na qual destaca-se a universidade como um espaço institucional de produção e de disseminação do saber sistemático e historicamente produzido pela humanidade. Assim, as universidades devem formar indivíduos adaptados à sociedade em que vivemos. Para isto, deve fazer com que integrem normas, conhecimentos, hábitos, valores que privilegiam o grupo social ao qual são chamados a se integrarem. No meio disso tudo, a função do professor é, portanto, facilitar a actividade mental dos estudantes que lhes permita construir. Portanto, são esses aspectos que se pretendem discutir neste trabalho, olhando sobretudo, o processo de ensino e aprendizagem, que é uma área muito sensível para o desenvolvimento de todos os países. Também, importa reiterar de que o trabalho desenvolvido constitui uma pesquisa bibliográfica. 1.1. Processo de Ensino e Aprendizagem O processo de ensino e aprendizagem não é imediato. Na verdade, qualquer aprendizagem leva consigo um período de tempo. ALTET (1999, p. 71) define que aprendizagem como um processo de apropriação pessoal do sujeito, um processo significativo que constrói um sentido e um processo de mudança, mas também considera-a como pedagogias situadas numa lógica da aprendizagem, centradas na relação aluno-saber. Quanto ao processo de ensino e aprendizagem COLLARES (2003, p.38) afirma que a qualidade do processo de ensino e aprendizagem reside na possibilidade de se proporcionar aos alunos o acesso universal ao conhecimento básico, que garanta a todos condições de participar e produzir, sobretudo “aprender a aprender”. Por outra, SILVA (2008, p. 76) afirma que actualmente, o processo de ensino e aprendizagem passa por muitos desencontros, surgindo conflitos em decorrência das Dificuldades de Aprendizagem que se apresentam em alguns alunos. Tanto por omissão da escola, como também por parte da família, podem resultar duas situações características: de um lado a falta de formação específica do professor para trabalhar com este aluno o coloca em uma situação de conflito, e de outro lado temos o aluno que se sente excluído e fracassado por um sistema de ensino que visa apenas crianças que têm um bom rendimento em sua aprendizagem. Entretanto, para reforçar a ideia acima apresentada, CARVALHO (2009, p. 18) afirma que não se deve pensar no processo de aprendizagem como concluído ao término do período formativo, pois postula-se que a formação é um processo contínuo. Daí que, tendo presente que na sociedade em que vivemos, “o que hoje é imprescindível e necessário, amanhã está ultrapassado” depreende-se que a concepção de um ser humano em constante aprendizagem é que conduz a Educação a organizar-se continuamente. Desta forma, a qualidade do processo escolar não se centra tanto na instrução, mas requer um ensino e aprendizagem dinâmicos, voltados à exploração das habilidades dos alunos facultando meios para construção do conhecimento, atitudes e valores e aquisição de competências. As definições apresentadas pelos autores dão-nos a possibilidade de avaliar a qualidade do processo de ensino em termos de acesso aos conhecimentos básicos. Esta ideia em Moçambique encontra sustentação no PCEB (2004) no qual, a qualidade do Processo de ensino-aprendizagem (PEA) é analisada a partir dos resultados obtidos no Ensino Básico, por ser a base dos níveis subsequentes e também por considerar este nível de ensino como fundamental para a estratégia de desenvolvimento do país, uma vez que aumenta as oportunidades de emprego e auto-emprego, assegura o desenvolvimento dos recursos humanos e possibilita o exercício da cidadania, (CARVALHO, 2009, p. 22). Posicionando-me sobre os conceitos apresentados, primeiramente, parte-se do pressuposto de que ao insistir na preocupação com a excelência, passamos a preocuparmo-nos mais com a minoria do que com a maioria, ou seja, com a qualidade. Assim, não se deve pensar no processo de ensino e aprendizagem como concluído ao término do período formativo, pois, a própria expressão já diz, um processo, o que significa, algo que evolui constantemente, isto é, a formação é um processo contínuo. Portanto, a aprendizagem é contínua e o ideal da educação não é aprender ao máximo, mas é antes de tudo, é aprender a se desenvolver e aprender a continuar a se desenvolver depois da escola. 1.2. Qualidade O conceito de qualidade é dos mais citados nas reformas políticas educacionais contemporâneas tanto em países desenvolvidos como em vias de desenvolvimento. De acordo com MARRACH (1996, p. 98), a qualidade na educação passa pela modernização dos estabelecimentos educativos, adequação do ensino à competitividade do mercado internacional, nova vocacionalização, incorporação de técnicas e linguagens de informática e comunicação, abertura da universidade a financiamentos empresariais, pesquisas práticas e utilitárias, produtividade. DIAZ (2002, p. 29) analisa o significado de algumas dimensões que intervêm na qualidade de educação. Um primeiro significado do conceito de qualidade na educação relaciona-se com a definição de eficácia a qual se refere à consecução dos objectivos preestabelecidos, capazes de conduzir aos resultados desejados. Neste caso, uma educação é de qualidade quando os alunos conseguem aprender o que devem no fim de um determinado nível (de estudo). Nesse sentido, o autor coloca ou da ênfase nos resultados da aprendizagem efectivamente alcançados no processo educativo. O ensino é considerado um instrumento técnico a serviço de objectivos políticos definidos prioritariamente por exigências económicas. Por sua vez, FERNANDES (2007) numa abordagem diferente, conceptualizam a qualidade de duas formas: como medida ou como experiência. No primeiro caso, a qualidade é vista como mensurável, sendo o objecto comparado com um conjunto de padrões. A qualidade é aqui entendida como uma apreciação objectiva baseada em critérios e em standards consensuais. Reconhece-se a qualidade como um conjunto de características próprias do objecto em si mesmo. Falando sobre a educação de qualidade GÓMEZ (1997) considera que;
ʺA educação de qualidade é “aquela que responde adequadamente ao que
o indivíduo necessita para se desenvolver como pessoa intelectual, efectiva, moral e socialmente”. Desta forma, a educação de qualidade é aquela que está vinculada às necessidades e interesses do educando, devendo ser pertinente às suas condições e aspirações. O autor ainda acrescenta que os factores como motivação, satisfação com a escola como local de trabalho são fundamentais para a produção de uma educação de qualidade. Verifica- se que os resultados escolares são mais produtivos quando o ambiente é propício ao estabelecimento de relações interpessoais que valorizem atitudes e práticas educativas, o que também contribui para motivação no trabalhoʺ, GÓMEZ (1997, p. 30).
Relativamente ao acima exposto, percebe-se que falar em qualidade implica
também falar em avaliação podendo a avaliação ser encarada como um instrumento do garante da qualidade ou sendo a avaliação definida, ela própria, como uma procura da qualidade. Assim, a educação de qualidade deve ser vista como sendo aquela que responde as necessidades dos indivíduos a fim de se desenvolverem como pessoa intelectual, efectiva, moral e socialmente. 2. Paradigmas da pesquisa Os paradigmas de pesquisa são conjunto de conjunto de procedimentos e técnicas utilizadas para se colectar e analisar os dados. O método fornece os meios para se alcançar o objectivo proposto, ou seja, são as “ferramentas” das quais fazemos uso na pesquisa, a fim de responder nossa questão. 2.1. Descritiva RODRÍGUEZ (2004, pp. 119-121) afirma que a pesquisa descritiva visa descrever as características de determinada população ou fenómeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis. Envolve o uso de técnicas padronizadas de colecta de dados: questionário e observação sistemática. Assume, em geral, a forma de levantamento”. Face ao acima exposto, pode-se perceber que a pesquisa descritiva pretende descrever as características de determinadas populações ou fenómenos. Uma de suas peculiaridades está na utilização de técnicas padronizadas de colecta de dados, tais como o questionário e a observação sistemática. 2.1.1. Qualitativo VARELLA (2008, pp. 24-27) afirma que abordagens qualitativas de pesquisa passam a ser utilizadas em investigações no campo educativo, concomitante com o desenvolvimento de um sentimento de crise na Ciência Moderna e da percepção que muitos fenómenos estudados nesses campos disciplinares não poderiam ser matematizados, devido a sua complexidade. De acordo com MORAES e GALIAZZI (2011, pp. 11-12), a pesquisa qualitativa está fundamentada no pressuposto de que um fato não pode ser compreendido apenas por meio de critérios de quantificação, pois isso teria um carácter reducionista de muitos aspectos importantes que influenciam no arranjo do fenómeno observado. Os autores citados convergem ao afirmar que a pesquisa qualitativa produz descobertas não obtidas por procedimentos estatísticos ou outros meios de quantificação. Portanto, o paradigma qualitativo visa medir relações entre variáveis por associação e obter informações sobre determinada população, e as análises quantitativas são muito divulgadas e, nesse sentido, sua planificação geralmente necessita de menos explicações que as análises qualitativas. Também, importa reiterar que na pesquisa qualitativa a reflexão teórica do pesquisador ocorre durante ou quase no final do processo de colecta de dados. 2.1.2. O paradigma interpretativo De acordo com THORNE e MACDONALD (1997, p. 32), o paradigma interpretativo consiste numa abordagem analítica indutiva, projectada com a finalidade de criar maneiras de compreender a saúde humana e os aspectos relacionados à vivência de uma enfermidade que produzem consequências para o contexto clínico e para a prática em Saúde e que são de interesse para pesquisadores de Enfermagem. É geralmente associado com o paradigma qualitativo capaz de gerar conhecimento disciplinar confiável e significativo, permitindo a evolução da aplicação metodológica qualitativa no âmbito da educação. Portanto, a meu ver, o paradigma interpretativo, é direccionada às pesquisas em Ciências Aplicadas, e busca distanciar-se das Ciências Sociais, assumindo que o método usado nessas Ciências não produziria resultados aplicáveis à prática clínica. 2.2. Técnicas de recolha de dados 2.2.1. Análise documental De acordo com TRIVIÑOS (1987, pp. 43-47), a análise documental surgiu com os estudos sobre a produção no campo da educação, tendo uma dupla estimulação. Por um lado, emergiu no embalo da complexificação da pesquisa educacional no Brasil, resultante da criação e consolidação dos programas de pós-graduação; por outro lado, resulta da organização (ou re-articulação), em âmbito nacional, de associação e instituições de pesquisa em educação”. De acordo com RODRIGUEZ (2004, pp.19-22), a pesquisa documental pode ser considerada um meio, um caminho, uma metodologia que ajudará entender a realidade material. Os documentos podem “[...] ser o ponto de partida da pesquisa [...]” para conhecer a realidade. Relativamente ao acima exposto, percebe-se que a análise documental oferece para a pesquisa a educacional, dados necessários para a pesquisa, a partir de documentos – registos estatísticos, diários, actas, biografias jornais, revistas, entre outros”, fazendo-se assim, o resgate histórico. De igual modo, pode-se inferir de que a riqueza da análise documental não é a quantidade de fontes, mas pela amplitude do diálogo que o sujeito é capaz de produzir entre diferentes fontes e delas com a história, com a realidade. 2.2.2. Entrevista semi-estruturada De acordo com TRIVIÑOS (1987, p. 146), em educação, a entrevista semi- estruturada tem como característica questionamentos básicos que são apoiados em teorias e hipóteses que se relacionam ao tema da pesquisa. Complementa o autor, afirmando que a entrevista semi-estruturada “[...] favorece não só a descrição dos fenómenos sociais, mas também sua explicação e a compreensão de sua totalidade [...]” além de manter a presença consciente e actuante do pesquisador no processo de colecta de informações. Por outro lado, MANZINI (1990, p. 154), a entrevista semi-estruturada está focalizada em um assunto sobre o qual confeccionamos um roteiro com perguntas principais, complementadas por outras questões inerentes às circunstâncias momentâneas à entrevista. Parafraseando os conceitos apresentados, percebe-se que a entrevista pode fazer emergir informações de forma mais livre e as respostas não estão condicionadas a uma padronização de alternativas. Por outra, os autores citados assemelham ao se referir que é possível um planeamento da colecta de informações por meio da elaboração de um roteiro com perguntas que atinjam os objectivos pretendidos. O roteiro serviria, então, além de colectar as informações básicas, como um meio para o pesquisador se organizar para o processo de interacção com o informante. 3. O contributo da avaliação na qualidade de ensino superior A Constituição da República de Moçambique no seu artigo 88 indica que a educação constitui um direito e dever de todo o cidadão, sendo o estado o promotor da igualdade no acesso e usufruto desse direito. Esta premissa tem vindo a reger todo o processo de educação para uma expansão a todos os cantos do país com vista a abranger cada vez mais cidadãos. Por outro lado, assim como sustenta CUNHA (1997, p. 97) a procura da melhoria e da qualidade tem sido constante desde há várias décadas, sendo, no entanto, actualmente, marcada por uma clara relação com a avaliação, e Para um melhor entendimento do conceito apresentado, é importante trazer o conceito de avaliação. Assim, o autor supracitado define a avaliação como sendo uma formulação de juízos acerca do valor (qualidade extrínseca ao objecto) e do mérito (qualidade intrínseca ao objecto) de um determinado objecto. Isto é, a avaliação pode surgir através da identificação das qualidades extrínsecas e intrínsecas nela inerentes, funcionando numa lógica de complementaridade e tornando assim o processo mais completo e igualmente mais complexo encarado como factor essencial para que a escola e os alunos se tornem bem sucedidos. Por outra, MORAN (2006, pp. 47) afirma que a avaliação para a qualidade do ensino superior deve ser vista como desempenhando um papel importante na qualidade do processo de ensino aprendizagem dos estudantes. Assim, os indicadores da avaliação da qualidade no ensino superior integraram o monitoramento do processo de aprendizagem dos estudantes, os mecanismos de avaliação destes, a participação na avaliação de sua aprendizagem, a avaliação do trabalho dos profissionais da universidade e o acesso, compreensão e uso dos indicadores oficiais de avaliação da educação. Deste modo, a avaliação é um processo de identificação, recolha de informações útil e descritiva acerca do avaliado. Por outra, há que reiterar eu a avaliação é um elemento integrante da prática educativa que permite a recolha de informações e a formulação de juízos para a tomada de decisões adequadas às necessidades dos alunos e do sistema educativo.
3.1. Os processos de ensino e aprendizagem no ensino superior
Segundo DUBET e MARTUCELLI (1996), todos os sistemas educacionais superiores devem cumprir, no essencial, duas funções fundamentais. A primeira função é qualificada como educativa na medida em que está ligada ao projecto de construção de uma pessoa que, capaz de reflexibilidade, se auto-determina e se auto-regula em função das suas análises racionais das situações que é levada a enfrentar. A segunda função é a da socialização. Por outro lado, RAMSDEN (1992, 76) afirma que as instituições educacionais superiores, que sempre tomaram como matéria-prima o conhecimento, têm a oportunidade de se recentrarem e de reocuparem o lugar nuclear que foram perdendo nas sociedades contemporâneas. As instituições de ensino superior podem e devem ser as alavancas do paradigma da aprendizagem ao longo da vida, abrindo-se a novos públicos e a novas procuras; e os professores deverão ocupar a dianteira do movimento global da formação contínua, dando sentido a um novo corpus de competências. Por último, MARTON et al., (1984, p. 6) afirma que os factores que influenciam as abordagens dos estudantes no ensino superior às aprendizagens dependem em grande parte da orientação do aluno para a educação, da concepção de aprendizagem e das diversas formas de motivação. Portanto, posicionando-me quanto aos conceitos acima apresentados, pode-se perceber que as universidades devem formar indivíduos/pessoas adaptados à sociedade em que vivem. Para isto, deve fazer com que integrem normas, conhecimentos, hábitos, valores que privilegiam o grupo social ao qual são chamados a se integrarem. No meio disso tudo, a função do professor é, portanto, facilitar a actividade mental dos estudantes que lhes permita construir novos conhecimentos a partir da reconstrução e da reorganização dos que já possuem. 3.2. A qualidade de ensino superior Segundo MORAN (2006, pp. 43-46), há diferenças importantes entre a qualidade da educação e a qualidade de ensino. Com efeito, na educação, o foco vai para além do simples ensinar, integrando o ensino à vida, promovendo o conhecimento ético, a reflexão e a acção. Já o ensino de qualidade é feito basicamente na escola, ou através desta e envolve variáveis como a organização e o projecto educativo, docentes bem preparados e motivados e com boas condições de trabalho para exercerem com qualidade a sua actividade profissional. DOURADO et all (2007, p. 43) afirma que a discussão acerca da qualidade da educação remete à definição do que se entende por educação. Para alguns, ela se restringe às diferentes etapas de escolarização que se apresentam de modo sistemático por meio do sistema escolar. Para outros, a educação deve ser entendida como espaço múltiplo, que compreende diferentes atores, espaços e dinâmicas formativas, efectivado por meio de processos sistemáticos e assistemáticos. Assim DOURADO et all (2007, p. 116) acrescentam que a qualidade da educação é um fenómeno complexo, abrangente, que envolve múltiplas dimensões, não podendo ser apreendido apenas por um reconhecimento da variedade e das quantidades mínimas de insumos indispensáveis ao desenvolvimento do processo de ensino aprendizagem; nem, muito menos, pode ser apreendido sem tais insumos. Em outros termos, a qualidade da educação envolve dimensões extra e intraescolares e, nessa óptica, devem se considerar os diferentes atores, a dinâmica pedagógica, ou seja, os processos de ensino e aprendizagem, os currículos, as expectativas de aprendizagem, bem como os diferentes factores extra-escolares que interferem directa ou indirectamente nos resultados educativos. De acordo com SACRISTAN e GOMEZ (2000, p. 20), outros factores socioculturais que influenciam no sistema de qualidade do ensino superior estão relacionados com a forma como são consideradas as diferenças de género pela comunidade. Regra geral, os pais privilegiam a escolaridade dos rapazes. A divisão social, na base do género atribui às meninas, desde muito cedo, tarefas tradicionalmente consideradas da responsabilidade da mulher, o que dificulta o seu sucesso escolar. Para GADOTTI (2013, p. 43), sob a óptica das Nações Unidas, a qualidade é percebida como a categoria central do novo paradigma da educação sustentável e deve ser acompanhada da quantidade. A educação está intimamente ligada ao bem- estar de toda a comunidade e o contínuo investimento na formação dos professores, pois, não pode haver a qualidade na educação sem a participação da sociedade na escola. Para o autor, tanto a escola como as universidades precisam fundamentalmente de três condições básicas: a) Professores bem formados, como elementos chave e referência estratégica da qualidade, condições de trabalho e um projecto político pedagógico. Os métodos gerenciais para organizações privadas podem ser aproveitados para mudar a gestão escolar. Contudo, a implementação dos programas de melhoria de qualidade exige a participação da gestão de todos os funcionários, na empresa ou na escola, observando os seguintes quesitos: Grande envolvimento dos professores e funcionários na gestão e na tomada de decisão e delegação de responsabilidades a todos; Liberdade de acção para cada sector, treinando professores, funcionários e gerentes com capacidade de liderança; Portanto, face ao exposto, pode-se perceber que no ensino superior a qualidade de ensino superior está associada à comparação de um objecto tendo em conta os critérios pré-estabelecidos. Assim, a qualidade tem muito a ver com o que se poderá considerar ser o melhor e mais apropriado juízo que se faz do que se está a avaliar, num determinado contexto e circunstâncias, com o envolvimento e a participação de todos os intervenientes da comunidade, desde as instâncias superiores até a comunidade em geral. Conclusão O trabalho em abordagem buscou analisar o processo de ensino e aprendizagem, relativamente a questão de qualidade do ensino superior como forma de contribuir para a melhoria no processo de ensino aprendizagem. Procurou-se de igual modo, reflectir aspectos que contribuam para avaliação da qualidade do ensino superior, em geral na contínua busca de melhoria de qualidade educacional. Há que se observar que a gestão da qualidade de educação é um processo no qual se exige a participação e o envolvimento de todas as pessoas e da sociedade em geral. Constatou-se que dentre vários factores relativos à melhoria na qualidade do ensino superior as quês, estão as questões de gestão/liderança, ética no trabalho, participação da comunidade, gestão democrático e participativa, condições materiais de trabalho, satisfação profissional, formação, orientação para os estudantes e supervisão dos estabelecimentos do ensino superior. Dessa forma, requer uma estratégia e busca de soluções para melhorar cada um dos factores estudados, junto ao governo e à comunidade, a desenvolver um trabalho de mobilização e sensibilização sem medir esforços para investimento e planeamento, formação e sistemas melhorados em todos os níveis, assim como recursos. Portanto, a pesquisa bibliográfica desenvolvida tornou-se evidente que para se atingir uma boa qualidade de educação aspectos como estratégia, gestão e formação devem estar presentes e interligados, e acima de tudo, o envolvimento e a participação de todos os intervenientes da comunidade académica, desde as instâncias superiores até a comunidade em geral. Os responsáveis pela gestão académica devem dar oportunidade para o envolvimento da comunidade (interna ou externa) da escola impulsionando e agindo de forma mútua e conectada. Referências Bibliográficas ALTET, M. As pedagogias da aprendizagem: Instituto Piaget. Lisboa. 1999 CARVALHO V.C. 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Considerações sobre a elaboração de roteiro para entrevista semi-estruturada. (Orgs.). Londrina:eduel. 1990 MORAN, José Manuel. Novas Tecnologias e Mediação Pedagógica. Disponível em: http://www.eca.usp. br/prof/moran/qual.htm. 2006 RODRÍGUEZ, Margarita Victoria. A pesquisa documental e o estudo histórico de políticas educacionais. Caderno de Cultura, n.7, maio/2004. SACRISTAN, José Gemeno e GOMEZ, Perez. Compreender e Transformar o Ensino. 4ª Edição, Porto Alegre. 2000 SILVA, P. E. A importância do gestor educacional na instituição escolar. Revista. 2008 THORNE S, Kirkham SR, MACDONALD-Emes J. Interpretive description: a noncategorical qualitative alternative for developing nursing knowledge. Res Nurs Health 1997 TRIVIÑOS, A. N. S. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em educação. São Paulo: Atlas, 1987.