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PÚBLICA NA GOVERNAÇÃO
MOÇAMBICANA.
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Conclusão ............................................................................................................................................ 10
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Introdução
Primeiramente, importa referir que a Administração Pública refere-se ao próprio Estado, isto
é, um conjunto de órgãos e entidades incumbidos da realização da actividade administrativa,
no intuito real de cumprimento das finalidades do Estado. Por outro lado, vale destacar que a
governação é a forma como é conduzida os aspectos particularmente críticos para a sociedade
e constituem uma importante problemática dos estudos urbanos. Nessa linha de raciocínio, a
governação estaria transitando de uma ordem hierarquizada a partir dos interesses de auto-
preservação dos estados para a constituição de um ambiente interactivo mais amplo.
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1. Objectivos do trabalho
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2. Breve contextualização sobre o surgimento da Administração Pública
em determinada situação.
De acordo com Junquilho (2010, p. 16) “definir o conceito de Administração Pública não é
fácil, dada a sua amplitude e complexidade”. Isso faz com que esse conceito seja desdobrado
[incluindo a grafia] para englobar a amplitude de sua expressão e, assim, contemplar diversas
referências. Em sentido amplo, refere-se ao conjunto de órgãos de governo com função
política e de órgãos administrativos, com função administrativa. Em sentido estrito, define-se
a Administração Pública como o conjunto de órgãos, entidades e agentes públicos que
desempenham a função administrativa do Estado.
Junquilho (2010, p. 16) ainda acrescenta que expressão “administração pública” pode referir-
se a diferentes contextos e diferentes significados, não apenas pela complexidade da sua
acção, mas também pelas reformas progressivas que o Estado moderno vem sofrendo ao
longo dos tempos, com vista a assegurar a prossecução dos seus fins.
Pereira (1995, p. 67) afirma que para uma melhoria definição da expressão “administração
pública recorremos a três situações elucidativas seguintes:
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do saber humano que podemos conhecer e que evolui com o passar do tempo (Waldo,
1964, p. 123).
Falar em Administração Pública é antes de mais nada aclarar o que venha ser a sua própria
designação, mesmo que o objecto deste não seja o exaurimento do assunto, mas de forma
introdutória para a melhor compreensão do pleito do mesmo.
Assim, de acordo com Alexandrino e Paulo (2005, p. 14), no sentido amplo, a administração
publica refere-se ao próprio Estado, ou seja, como um conjunto de órgãos e entidades
incumbidos da realização da actividade administrativa, no intuito real de cumprimento das
finalidades do Estado. Entretanto, no seu sentido mais amplo, refere-se a administração
pública enquanto modelo estrutural. Ademais, tecnicamente, o termo Administração encerra
qualquer dos Poderes do Estado no cumprimento de sua função administrativa. Para os
autores mencionados ainda referem que esse enfoque “abrange tanto os órgãos
governamentais (Governo), aos quais cabe traçar os planos e directrizes de acção, quanto os
órgãos administrativos, subordinados, de execução (Administração Pública em sentido
estrito)”, a quem compete executar os planos governamentais.
Já no sentido restrito, Alexandrino e Paulo (2005, pp. 14-15) afirmam que a administração
pública, aludindo-se ao exercício da actividade administrativa exercida pelos entes da
Administração, ou seja, é o Estado agindo, administrando. Aqui temos administração pública,
como actividade desenvolvida pelo Estado. Em outras palavras, significa dizer que o conceito
de Administração Pública em sentido estrito “não alcança a função política de Governo, de
fixação de planos e directrizes governamentais, mas tão somente a função propriamente
administrativa, de execução de actividades administrativas”, ou seja, ela é voltada para os
órgãos que desempenham funções administrativas.
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educação, cultura, segurança, saúde, dentre outras áreas. Em outras palavras, Administração
Pública é a gestão dos interesses públicos por meio da prestação de serviços públicos.
Dos conceitos acima apresentados, é possível afirmar para percebermos sobre o conceito da
administração publica, é necessários faze-lo em duas formas- a forma mais ampla e a restrita.
Assim, no sentido amplo, a administração publica compreende tanto a função política, que
estabelece as directrizes governamentais, quanto a função administrativa, que as executa, e no
sentido restrito, a administração publica define-se como sendo uma actividade desenvolvida
pelo Estado, no entanto, é o próprio Estado agindo. Vale destacar que a administração
pública, historicamente, foi evoluindo desde períodos em que os cidadãos não gozavam de um
sistema de garantias jurídicas face `a administração até ao momento actual em que estes
podem recorrer dos actos ilegais da administração.
Portanto, num sentido geral, a administração pública descreve o conjunto de agentes, serviços
e órgãos instituídos pelo Estado com o objetivo de fazer a gestão de certas áreas de uma
sociedade. Administração pública também representa o conjunto de acções que compõem a
função administrativa cujo principal objecto de estudo é a satisfação das necessidades
colectivas.
O conceito de governação não é recente. De facto, pode ser considerado tão velho quanto o
próprio homem. Assim, de acordo com Gouveia e Carvalho (2009, p. 17), pode-se entender
governação como o conjunto dos processos de tomada de decisão e da sua implementação.
Enquanto conceito e uma vez que está relacionado com a realização humana, pode ser
utilizado em diversos contextos como o da governação empresarial, o da governação
internacional, o da governação nacional ou local.
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De acordo com Bobbio (1986, p. 253), Governo deve ser entendido como “o conjunto de
órgãos e as actividades exercidas no sentido de conduzir politicamente o Estado, definindo
suas directrizes supremas”. Como se constata, Governo é o conjunto das funções necessárias à
manutenção da ordem jurídica e da administração pública.
Frey (2008, p. 44) afirma que:
O conceito de governação, tal como é aplicado hoje nos meios académicos, foi
desenvolvido há pouco tempo, além de ter sofrido alterações em período recente.
Antes disso, a ideia dominante era identificar à arquitectura dos sistemas de
governo. Assim, a expressão surge pela primeira vez, em meados dos anos 1980,
quando organizações como o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional
passam a utilizar a expressão “boa governança” para designar um conjunto de
princípios que deviam guiar o trabalho e as acções dos países aos quais eram
destinados financiamentos.
O autor vai mais além afirmando que a emergência de novas perspectivas teóricas, como as
construtivistas e pós-modernas, observará que o conceito de governação internacional, apesar
de suas tentativas de fugir da abordagem convencional dos fenómenos internacionais,
continuará entendendo o problema da regulação nos termos destas mesmas abordagens.
Com base nesse entendimento e tendo em conta a nossa percepção relativamente aos
conceitos acima expostos, argumentamos que tratando-se a governação de um conjunto de
processos associados com a tomada de decisão e sua implementação, envolve um conjunto de
actores que têm de estar estruturados para se obterem sistemas úteis. Nesse processo todo,
temos o governo como sendo um dos actores da governação.
Vale destacar que o Governo não se confunde com a Administração Pública que tem a função
de realizar concretamente as suas directrizes, na medida em que o Governo age com ampla
discricionariedade, e a Administração Pública actua de modo subordinado.
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4. O papel da administração na governação moçambicana
Conforme refere Sousa (2016, pp. 126-127) há seis “princípios de boa governação” para
organismos públicos:
1. Fazer tudo bem: agindo em conformidade com a lei e tendo em conta os direitos das
pessoas em causa;
2. Ser focada no utente do serviço: garantindo que as pessoas possam aceder aos
serviços facilmente;
3. Ser aberto e responsável: estando aberto e sendo claro sobre políticas e
procedimentos e garantindo que a informação e qualquer conselho fornecido são
claros, precisos e completos;
4. Agir de forma justa e proporcional: tratando as pessoas de forma imparcial, com
respeito e cortesia;
5. Fazer as coisas correctamente: reconhecendo erros e pedindo desculpas se for caso
disso;
6. Buscar a melhoria contínua: revendo as políticas e procedimentos regularmente
para garantir que elas são eficazes”.
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aplicabilidade dessa proposta construída pela doutrina portuguesa de forma a
enquadrar as relações existentes entre a ordem jurídica da União Europeia e as
ordens jurídico-constitucionais dos restantes Estados Membros, (Almeida, 2015, pp.
57-58).
Vale destacar que a Administração, mesmo no uso de poderes discricionários concedidos por
lei, está subordinada a princípios jurídicos fundamentais, que regulam o modo da sua actuação
(princípio da juridicidade administrativa). Também a União Europeia se debruçou-se sobre a
problemática do papel da administração publica na governação. Assim de acordo com a União
Europeia são destacados os cinco princípios de boa governança:
a) Abertura: As instituições deverão trabalhar de uma forma mais transparente. Em
conjunto com os Estados-Membros, seguirão uma estratégia de comunicação activa
sobre as tarefas da União e as suas decisões. Deverão utilizar uma linguagem acessível
ao grande público e facilmente compreensível;
b) Participação: A qualidade, pertinência e eficácia das políticas da União Europeia
dependem de uma ampla participação através de toda a cadeia política – desde a sua
concepção até à sua execução. O reforço da participação potenciará uma maior
confiança nas instituições que produzem as estratégias políticas e nos seus resultados.
Tal participação depende principalmente da utilização, por parte das administrações
centrais, de uma abordagem aberta e abrangente, no quadro do desenvolvimento e
aplicação das políticas da União Europeia;
c) Responsabilização: É necessário definir atribuições às instituições da União
Europeia no âmbito dos processos legislativo e executivo. Cada instituição deverá
explicar a sua acção na Europa e assumir as responsabilidades correspondentes. Mas
são também necessárias uma maior clareza e responsabilidade dos Estados-Membros e
de todos os que participam na elaboração e aplicação das políticas da União Europeia,
seja a que nível for;
d) Eficácia: As políticas deverão ser eficazes e oportunas, dando resposta às
necessidades com base em objetivos claros, na avaliação do seu impacto futuro e,
quando possível, na experiência anterior. A eficácia acarreta também que as políticas
da União Europeia sejam aplicadas de forma proporcionada aos objetivos continuados
e que as decisões sejam adoptadas ao nível mais apropriado;
e) Coerência. As políticas e as medidas deverão ser coerentes e perfeitamente
compreensíveis e claras. A necessidade de coerência na União é cada vez maior: o
leque das tarefas aumentou; o alargamento virá aumentar a diversidade; desafios como
a mudança climática e a evolução demográfica extravasam as fronteiras das políticas
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sectoriais em que a União se tem vindo a assentar; as autoridades regionais e locais
estão cada vez mais envolvidas nas políticas da União Europeia. A coerência implica
uma liderança política e uma forte responsabilidade por parte das instituições para
avalizar uma abordagem semelhante e coerente no âmbito de um sistema complexo.
A partir do acima exposto é possível aferir pelos cinco pontos descritos, é-nos permitido
ressalvar dois grandes objetivos. O primeiro evidencia a vontade de um desafio à mudança,
uma procura da progressão. Mudança na forma de olhar para a governação e, sobretudo,
mudança na forma de a colocar em prática, mudança aplicativa. Por outro lado, há também
aqui um sinal de incentivo motivacional e abertura à participação dos cidadãos, numa
tentativa de os aproximar da União Europeia, de terem uma palavra a dizer e serem ouvidos
sobre as decisões tomadas nos territórios. Esta abordagem permite salientar a preocupação da
União Europeia em tentar transmitir a mensagem de que todos os territórios são importantes e
possuem capacidade para se fortalecerem e se tornarem competitivos.
Por outro lado, a Administração Pública como entidade responsável pela gestão da coisa
publica tendente a satisfação das necessidades colectivas, deve adoptar, no exercício da sua
actividade, mecanismos conducentes a melhoria das condições básicas dos destionarios da sua
gestão, criando serviços públicos cada vez menos burocráticos e mais próximos aos cidadãos.
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Conclusão
O trabalho em alusão teve como objectivo geral analisar o papel da Administração Pública na
governação Moçambicana. Primeiramente, importa referir que ao falarmos de Administração
Pública é preciso ter presente um conjunto de necessidades colectivas que são assumidas
como tarefa fundamentais a serem executadas por órgãos específicos. De igual modo, o seu
conceito foi evoluindo desde períodos em que os cidadãos não gozavam de um sistema de
garantias jurídicas face `a administração até ao momento actual em que estes podem recorrer
dos actos ilegais da administração. Assim, para que possamos perceber o conceito da
Administração Pública convém faze-lo em duas formas- a forma mais ampla e a restrita.
Assim, no sentido amplo, a administração publica compreende tanto a função política, que
estabelece as directrizes governamentais, quanto a função administrativa, que as executa, e no
sentido restrito, a administração publica define-se como sendo uma actividade desenvolvida
pelo Estado, no entanto, é o próprio Estado agindo.
Vale destacar que diante disso, conclui-se que a administração publica é responsável por
direccionar os Departamentos e portanto, a organização como um todo, sendo que as decisões
tomadas em um sector reflectem nos demais e consequentemente em todo conjunto, podendo
contribuir para permanência ou falência do negócio no mercado.
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Referências bibliográficas
Almeida, Mário Aroso de. (2015). Teoria Geral do Direito Administrativo - O novo
regime do Código do Procedimento Administrativo. 3ª edição. Almedina. Coimbra
Bobbio, Norberto (1986). O Futuro da Democracia, uma defesa das regras do jogo. 2ª ed.
São Paulo: Atlas
Caetano, Marcelo (1999). Manual de Direito Administrativo. Editora Coímbra. Tomo I.
Frey, Klaus. (2008). Development, good governance and local democracy. Brazilian
Political Science Review.(on line). Rio de Janeiro
Gil, A. C. (2008). Métodos e técnicas de pesquisa social. 6a ed. - São Paulo. Atlas
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