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Capítulo I: Introdução....................................................................................................1
1.1Contextualização......................................................................................................1
1.2 Justificativa..............................................................................................................2
1.3 Problema..................................................................................................................2
1.4 Palavras-Chave........................................................................................................2
1.5 Objectivos................................................................................................................3
1.5.1 Geral.....................................................................................................................3
1.5.2. Específicos...........................................................................................................3
Capítulo II. Metodologia.................................................................................................4
Capítulo III: Estudo de Arte..........................................................................................5
3.1 Equadramento Conceptual.......................................................................................5
3.2. Competências.........................................................................................................8
3.3 Coexistência entre os Órgãos Locais do Poder e os Órgãos do Poder Local..........9
3.4 Análise da Relação entre o Município da Cidade de Maputo e o Governo da
Cidade de Maputo........................................................................................................10
Capítulo IV: Conclusão.................................................................................................12
Referências Bibliográficas............................................................................................13

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Capítulo I: Introdução
A autaricização como uma forma de descentralização política, constitui uma política
pública que deve se tomada com consideração e com cuidado pois contribui para
aproximação de tomada de decisão à comunidade, na qual o desenvolvimento é
protagonizado. O processo de autarcização deve necessariamente envolver, por um lado,
a transferência de parte autoridade política da administração central para entidades
locais, incluindo alguns dos seus recursos e responsabilidades administrativas e por
outro lado, a planificação e gestão participativa com uma maior componente de inclusão
social na formulação das políticas de desenvolvimento económico e social que tome em
consideração as necessidade e interesses de cidadãos.
Neste contexto, o presente trabalho insere-se no Módulo - V, Análise de Políticas
Públicas, cujo tema é: Análise da Articulação dos órgãos Locais no âmbito da política
pública de descentralização: Caso de Locais de Coexistência de Órgãos - Município
de Maputo e Governo da Cidade de Maputo.
O presente trabalho compreende a seguinte estrutura ordenada em capítulo
nomeadamente:
Capítulo I – Compreende a Introdução, Contextualização, Justificativa, Problema,
Palavras-Chave e Objectivos do estudo (geral e específicas).
Capítulo II – Aborda-se os aspectos metodológicos.
Capítulo III – Referente ao estudo da arte que se desdobra em Enquadramento
Conceptual e subtítulos que constituem os elementos chaves do tema
Capítulo IV – Conclusão e por fim a Referência Bibliográfica.
1.1Contextualização
No âmbito de reforma do sector público, a Lei n.8 (2003, 19 de Maio) sobre orgaos
locais do Estado, que estabelece a transferência de poderes do órgão central para órgãos
locais do Estado (Governos Provinciais, Governo da Cidade, Distritos, Postos
Administrativos, Localidades e Povoação).
Por seu turno, a lei n.2 (1997, de 18 Fevereiro) cria o quadro Jurídico de implantação de
autarquias locais, vulgarmente conhecido por municípios.

Na actuação da administração pública é necessário uma boa articulação entre os dois


órgãos de forma a se evitar conflitos e consequentemente o fracasso das políticas
públicas

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1.2 Justificativa
Julga-se que o tema em análise desperta muito interesse no contexto da descentralização
administrativa e surge da necessidade de o pesquisador querer perceber o
relacionamento de duas entidades de que estão inseridas no mesmo espaço geográfico, o
poder local (autarquia local) e os órgãos locais do Estado, no contexto da
descentralização política administrativa e por constatar que Governo da Cidade de
Maputo e Município de Maputo.
Assim, a análise deste tema pode contribuir para a comunidade académica pois pode
contribuir para que esta classe possa assessorar os titulares dos dois órgãos de forma a
evitarem conflitos e interferências entre eles na sua actuação.

1.3 Problema
A cidade de Maputo, no âmbito do pacote legislativo das autarquias locais aprovado em
Maio de 1997 pela Assembleia da Republica, ascendeu a categoria de município em
1998 com autonomia administrativa, financeira e patrimonial. No entanto, por causa do
seu estatuto especial de província, o Presidente da Republica, no quadro do processo de
reforma, nomeou, em 2005, um governador da cidade, integrando-se na
descentralização administrativa.
Como se pode notar, estes dois órgãos exercem as suas competências político-
administrativas, no mesmo espaço geográfico, ou seja, dentro do mesmo limite político,
significando que os dois órgãos do Estado coabitam/convivem no mesmo espaço
geográfico na provisão dos seus serviços públicos uma vez que os dois órgãos são de
naturezas diferentes o governo da cidade de Maputo têm uma modalidade de
descentralização administrativa ou desconcentração, enquanto uma transferência para
um agente local do Estado de um poder de decisão até aqui exercido, pelo chefe
supremo de hierarquia. Esta situação cria equívocos nos cidadãos quanto a entidade de
resolução dos seus problemas bem como nas presidências abertas do presidente da
República.
Pergunta de partida. Até que ponto a relação entre os dois órgãos contribui para a
eficácia da política publica de descentralização?
1.4 Palavras-Chave
Articulação; Órgãos Locai; Política Pública; Descentralização; Município de Maputo
e Governo da Cidade de Maputo.

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1.5 Objectivos
1.5.1 Geral
Compreender a Articulação dos órgãos Locais no âmbito da política pública de
descentralização
1.5.2. Específicos
 Descrever as competências de Município de Maputo;
 Descrever as competências do Governo da Cidade de Maputo;
 Descobrir a relação que se estabelece entre os dois órgãos.

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Capítulo II. Metodologia
Técnicas
A metodologia usada para a elaboração deste trabalho baseou-se na técnica
bibliográfica, que consistiu na consulta de diversos livros publicados
Para a realização do presente trabalho recorreu-se ao método bibliográfico, bem como
aos conhecimentos transmitidos pelos docentes ao longo do período lectivo e outras
fontes que continham algo de importante para a efectivação do trabalho.
Bibliográfica. De acordo com Gil (2008:50), a técnica bibliográfica é desenvolvida a
partir de material já elaborado, constituído fundamentalmente de livros e artigos
científicos.
Usando esta técnica, irá se proceder a consulta de diversas literaturas tornada pública
por vários autores que versam sobre o papel do avaliador na gestão de desempenho.
Documental. A técnica documental socorre-se de materiais que não receberam ainda
um tratamento analítico, ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com os
objectivos da pesquisa, denominados de documentos de primeira mão, tais como:
documentos, reportagens de jornal e cartas (Gil, 2008:51).
Com forma de aplicação desta técnica, para o presente estudo irá se consultar diversos
documentos oficiais disponíveis no Ministério da Administração Estatal e Função
Pública (MAEFP) tais como, Legislação e outros documentos jurídicos que tratam sobre
a matéria de estudo o que permitirá compreender a coexistência dos dois órgãos.

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Capítulo III: Estudo de Arte
3.1 Equadramento Conceptual
Políticas Públicas
É toda decisão conformadora, em princípio de carácter inovador, que é acompanhada
das medidas necessárias para a sua continuidade e execução, Sousa (2006:11).
Na visão do Pedone (1986) é a análise de processos de governo o exame das instituições
político-administrativas que implementam directrizes governamentais e são
responsáveis pelas decisões e pela execução.

Cruzando os dois autores, o pesquisador entende que, Politicas Públicas são decisões do
governo, na forma de lei, implementadas pelas instituições do Estado e que tem como
finalidade a satisfação dos problemas da sociedade.

Descentralização
De acordo com Pereira, (2008:2), a descentralização Administrativa - é a autorização
dos órgãos administrativos locais, que podem ser de maior ou menor autonomia. É a
transferência da responsabilidade de planificação, do financiamento e da gestão ligada a
certas funções do governo central e de seus órgãos para unidades de administração do
Estado situados nos níveis subalternos da administração central, autoridades públicas
semi-autónomas, municípios ou regiões. A sua finalidade é como vimos anteriormente, a
distribuição, a diferentes escalões do governo, de responsabilidades e de recursos
humanos, materiais e financeiros, para garantir a prestação de serviços eficazes e
eficientes ao público.
A descentralização administrativa – visa refazer a distribuição, a diferentes escalões
do governo, de responsabilidades e de recursos humanos, materiais e financeiros, para
garantir a prestação de serviços eficazes ao público.
Na administração pública moçambicana a descentralização administrativa é
operacionalizada através da desconcentração de competências para os Órgãos Locais do
Estado.
Este processo é consubstanciado na Lei n. 8 (2003, de 19 de Maio), que estabelece
princípios e normas de organização, competências e funcionamento dos órgãos Locais
do Estado (província, distrito, posto administrativo, Localidade e povoação) e o seu
respectivo Decreto n.11 (2005, de 10 de Junho) aprova o Regulamento da Lei dos
Órgãos Locais do Estado.

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Os conceitos acima referenciados leva ao pesquisador concluir que descentralização é a
transferência de competências administrativas ou poderes, dos órgãos centrais para
órgãos locais ou para municípios/autarquias.
A descentralização Administrativa engloba três formas a saber:
 Desconcentração – que consiste na transferência de funções e de recursos para
níveis inferiores do mesmo sistema administrativo, mantendo centralizado o
poder de autoridade. Esta forma pode ser prosseguida em qualquer das
modalidades de desconcentração.
 Devolução – seria a transferência constitucional de poder, autoridade, funções e
recursos para órgãos de níveis inferiores democraticamente eleitos com poderes
deliberativo. Esta é estimulada uma vez que permite eficiência e efectividade na
prestação de serviços, ampla participação popular, democracia, transparência,
auditabilidade e boa governação.

 Delegação – é a transferência de funções e recursos para autoridades


subordinadas integradas na mesma estrutura, com capacidade de agir em nome
da autoridade superior. A delegação apesar de proporcionar eficiência não
permite uma efectiva descentralização pois os delegados não têm o poder ou a
possibilidade de auditabilidade cabendo estas as autoridades superiores,
(Pereira, 2008).
Poder
É a possibilidade de impor aos outros o respeito da própria conduta ou de traçar a
conduta alheia de forma eficaz (Caetano, 2003:5)
Poder na óptica de Balandier, (1980:45) é a capacidade de actuar efectivamente sobre
pessoas e sobre as coisas, recorrendo a uma gama de meios que vai da persuasão até a
coação.
Segundo Amaral (1990) poder é a faculdade de mandar e capacidade de fazer obedecer,
a faculdade de dar ordens e a capacidade que essas ordens sejam acatadas. Um nao
existe se o outro. Se alguem fazer obedecer sem ter direito de mandar ou se dispoe de
uma autoridade natural nao é poder usa a força bruta para se impor pela reacção.

Segundo MAE (1998:20) o poder local é a capacidade que população tem de actuar em
estreita colaboração com os órgãos coabitantes na organização da participação dos
cidadãos no plano das acções que impulsionam o desenvolvimento local.

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Autarquias
De acordo com Alves & Cossa, (1999) as autarquias locais são uma forma de governo
que actua com uma relativa independência do poder do Estado central e com órgãos
próprios que desenvolvem as suas actividades a bem dos interesses das populações
residentes na sua área de acção, mas sem prejudicar os interesses de toda a Nação, nem
a participação do Estado.
A existência das autarquias locais é muito importante, uma vez que os seus órgãos são
eleitos dentre as pessoas da sua área de acção, conhecendo melhor, portanto, o interesse
das populações que dirigem.
As autarquias locais estão sujeitas à tutela Administrativa do Estado, o qual deve
verificar se os órgãos autárquicos agem de acordo com a Lei.
O Estado, através dos Ministérios da Administração Estatal e das Finanças, têm o poder
de inspeccionar regularmente a legalidade dos actos exercidos, no respeitante às áreas
de sua competência, e estes por sua vez, podem exercê-lo através dos Governadores
Provinciais.

Autarquias
São pessoas colectivas públicas dotadas de órgãos representativos próprios que visam a
prossecução dos interesses das populações sem prejuízo dos interesses nacionais e da
participação do Estado, no 2 do artigo1 da Lei n.2 (1997, de 18 Fevereiro)
Órgãos Locais do Estado
São órgãos de representação do Estado ao nível local para a administração do
desenvolvimento do respectivo território e contribuem para a unidade e integração
nacionais n°1, artigo 2 da Lei n.8 (2003, de 19 de Maio).
O Poder Local em Moçambique teve a sua origem com a emenda constitucional de 1996
que deu lugar à realização das eleições autárquicas de 1998, despoletando um fenómeno
novo no figurino de relacionamento político-administrativo entre os órgãos de poder, ou
seja, a coabitação entre os Órgãos Locais do Poder (Órgãos Locais do Estado), e os
Órgãos do Poder Local (Autarquias Locais).
Órgãos Locais do Poder
Estes órgãos são habitualmente designados de “Órgãos Locais do Estado” (OLE) e têm
como função a representação do Estado ao nível local para a administração e o
desenvolvimento do respectivo território e contribuem para a integração e unidade

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nacionais. No âmbito das suas funções de direcção estatal, os órgãos locais do Estado
exercem competência de decisão, execução e controlo no respectivo escalão. Ao nível
territorial os OLE compreendem a existência de Governos Provinciais, Governos
Distritais, Chefes de Posto Administrativo e Chefes de Localidade, Lei n.8 (2003, 19 de
Maio).
3.2. Competências
Competências do Município da Cidade de Competências do Governo da Cidade de
Maputo Maputo
Executar e realizar tarefas e programas
Representar, na cidade de Maputo, a
económicos, culturais e sociais de interesse
autoridade central da Administração do
local definidos pela assembleia municipal
Estado.
enquadrados pela lei.
Participar na execução o plano de actividades
e do orçamento, de acordo com os princípios Dirigir o Governo da cidade de Maputo.
da estrita disciplina financeira.
Apresentar a assembleia municipal e pedidos Supervisar os serviços da administração do
de autorização e exercer as competências. Estado na província
Dirigir a preparação, execução e controlo do
Fixar um valor a partir do qual a aquisição de programa do Governo, do plano económico
bens e móveis. e social e do orçamento do Estado na
província;
Designar os respectivos os responsáveis Orientar a elaboração das propostas do
superiores dos serviços e sectores funcionais plano e orçamento da província e do
das autárquicos autorizados. respectivo balanço de execução
Delinear sobre formas de apoio a Apresentar relatórios periódicos ao
organizações não-governamentais e outros Presidente da República sobre a governação
organismos que prossigam fins do interesse e vida sócio-económico e cultural da
público no município. província.
Apresentar relatórios periódicos ao
Pôr em instância competente a declaração de
Presidente da República sobre a governação
utilidade pública, para o efeito de
e vida sócio-económico e cultural da
expropriação.
província.
Orientar e acompanhar a concepção e
Exercer os poderes e faculdades estabelecidos
implementação de actividades dos agentes
pela lei Terra e seu regulamento
da cooperação internacional na província.
Conceder licenças para construção, Criar unidades de prestação de serviços de
reedificação, bem como aprovar os saúde primários, bem como escolas
respectivos projectos. primárias de ensino geral.
Tomar providências e dirigir as instruções
Ordenar, a pós vistoria, a demolição total ou
adequadas ao comandante provincial da
parcial, ou beneficiação de construções que
Polícia da República de Moçambique, no
ameacem ruína ou constituam perigo para a
âmbito da preservação da ordem e segurança
saúde pública e a segurança das pessoas.
públicas.
Conceder licenças par estabelecimento Determinar medidas preventivas ou de
insalubre incómodos, perigosos ou tóxico. socorro, em casos de eminência ou
ocorrência de acidente grave ou calamidade,
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mobilizando e instruindo os serviços de
defesa civil públicos ou privados, em
particular militares e paramilitares.
Praticar actos administrativos e tomar
decisões indispensáveis, sempre que
Deliberar sobre tudo o que interesse a circunstâncias excepcionais urgentes de
segurança das pessoas. interesse público o exijam, devendo
solicitar, logo que seja possível, a ratificação
pelo órgão normalmente competente.
Deliberar sobre tudo o que interesse à fluidez Despachar com os directores provinciais e
da circulação, trânsito e estacionamento nas com outros quadros de direcção e chefia
ruas e demais lugares públicos e que não se que, no âmbito da estrutura integrada,
insira na competência dos outros órgãos ou verticalmente hierarquizada, se subordinem
entidades. directamente ao governador provincial.
Estabelecer a numeração dos edifícios e
toponímia
Deliberar sobre a deambulação de animais
vadios ou de espécies bravias e mecanismos
organizativos de enquadramento.
Fonte: MAEFP; e www.cmaputo.gov.mz

3.3 Coexistência entre os Órgãos Locais do Poder e os Órgãos do Poder Local


O Governo da Cidade de Maputo e o Conselho Municipal da Cidade de Maputo,
compartilham o mesmo espaço geográfico.
Os debates que antecederam à realização das eleições autárquicas de 1998, davam conta
que o foco de disputa desse poder seria no eixo centro-local, ou seja, entre o governo da
cidade e as autarquias locais, em que os órgãos locais do poder acharam ter perdido o
seu poder de actuação a favor dos órgãos do poder local.
Por exemplo, para mitigar a situação provoca pelas inundações que a cidade de Maputo
nos meses de Janeiro e Fevereiro de 2011, foram identificadas 20 famílias afectadas que
viviam nas zonas propensas às inundações no bairro de Inhagoia “A”, no Distrito
Municipal de KaMubukwana, foram construídas e entregues aos beneficiários, 20 casas
do tipo 2 evolutivas para tipo 3 no Bairro de Albasini no Distrito Municipal de
KaMavota para beneficiar igual número de famílias.
A construção das casas contou com financiamento do Governo e operacionalizado pelo
Conselho Municipal de Maputo.
No âmbito da Lei n. 2 (1997, de 18 de Fevereiro) as autarquias gozam de uma
autonomia administrativa, financeira e patrimonial, mas o efectivo exercício dessa

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autonomia pressupunha um reconhecimento por parte dos órgãos Locais do Estado, quer
sejam os governos provinciais ou distritais.
No caso do Município de Maputo esta autonomia não foi respeitada nos primeiros
momentos da Administração Municipal, tendo sido várias as razões que ditaram o não
respeito desta autonomia.
O número 3 do artigo 2 do Decreto n. 33 (2006, 30 de Agosto) qual pressupõem "que os
órgãos do Estado e as autarquias locais devem coordenar a sua intervenção, no exercício
de competências próprias, designadamente através das formas de parceria previstas no
artigo 7 do mesmo decreto, de modo a assegurar a unidade na prossecução de
actividades e evitar a sobre posição de actuações ".

3.4 Análise da Relação entre o Município da Cidade de Maputo e o Governo da


Cidade de Maputo
A relação existente entre a administração municipal e as instituições do Estado, quer ao
nível central quer local, é, em geral, boa e construtiva, ainda que demasiado assente nas
relações pessoais entre os seus representantes. Os municípios recebem do Estado apoio
técnico, financeiro, legal e regulador do quadro de funcionamento da actividade
municipal que, porém, do ponto de vista da sua eficácia, não está suficientemente
enquadrado e desenvolvido.
No que respeita às áreas onde ainda não está estabelecido o exercício da competência
municipal (tais como, educação básica e cuidados primários de saúde, abastecimento de
água e fornecimento de energia eléctrica) a relação de trabalho entre os funcionários
municipais e os das instituições locais do Estado é cooperativa, ainda que importe
fortalecer a coordenação tendo em vista satisfazer as reais necessidades locais.
Ao nível institucional, várias questões estão por resolver, e a capacidade local do Estado
não é devidamente aproveitada pelos municípios. Em muitas Direcções Provinciais,
cujo âmbito de actividade se insira em funções já transferidas para os municípios, existe
capacidade técnica disponível que não é suficientemente aproveitada para o seu
desenvolvimento. Por outro lado a facilitação de capacidade técnica do Estado não tem
sido a desejável, pois constata-se que os municípios, no intuito de salvaguardar a sua
autonomia legal, têm tido, em alguns casos, uma actuação demasiado autónoma em
relação aos Órgãos Locais do Estado.
Assim, é importante regular e incentivar a prestação de assistência técnica aos
municípios por partes destes órgãos, de forma a encorajar o uso de capacidades ociosas

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a um custo mínimo, para apoio à capacitação institucional, bem como solução de
problemas técnicos nos municípios.
No quadro da Constituição da República e da Lei dos Órgãos Locais do Estado, os
Governos Provinciais passam a ter um papel decisivo na representação do Estado em
cada província e na coordenação da acção ao nível local. A decisão de fortalecer a
De acordo com o plasmado pela legislação em vigor no país, conjugados com as ideias
dos autores, constata-se que a política pública de descentralização, ao invés de
promover desenvolvimento dinâmico na cidade de Maputo, veio provocar a lentidão na
execução de algumas actividades, uma vez que a autonomia financeira do Município
não se torna patente nas áreas de Educação, Saúde, obras públicas pois a construção de
infra-estruturas tais como salas de aulas, hospitais, estradas, pontes, entre outras, bem
como o orçamento para o pagamento de professores e médicos está a cargo do governo
da cidade quando na realidade essas infra-estruturas encontram-se dentro da autarquia.
Em relação aos transportes públicos de passageiros, o Município de Maputo, na prática
ainda não tem autonomia na aquisição de autocarros.
Constata-se que várias vezes os autocarros são adquiridos ou comprado pelo governo
central, através do fundo do desenvolvimento dos transportes e comunicações (FTC) e
entregues ao município fazendo com que o Ministro dos Transportes, interfira no poder
local.
Pela lógica da autonomia financeira, o fundo do desenvolvimento de transportes devia
transferir para o município.

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Capítulo IV: Conclusão
Na implementação eficaz da política pública de descentralização, o sucesso do trabalho
dos órgãos autárquicos, esta na articulação e coordenação entre estes e os órgãos Locais
do Estado.
Os órgãos autárquicos e os órgãos locais do Estado têm o mesmo objectivos geral, que e
a gestão dos assuntos públicos na cidade de Maputo. Isto significa que ambos praticam
decisões e realizam actividades para a satisfação das necessidades colectivas do
cidadão.
Portanto, é necessário que estes órgãos articulem e coordenem os respectivos projectos,
evitar sobreposições de actividades administrativas e racionalizar a aplicação dos
recursos públicos disponíveis.
É na junção de ideias e esforços para implementar acções do desenvolvimento da cidade
convista a melhorar as condições de vida do munipes.
Conclui-se com esta abordagem em referir que a política pública de descentralização
nos distritos ou cidades onde o governo e o município compartilham o mesmo espaço
geográfico carece de uma nova reformulação de forma a se evitar conflitos ou
interferência políticas, administrativas e financeiras.
Pois, as actividades acometidas ao governo da cidade de Maputo não se fazem sentir no
seio dos munícipes e julgo que a figura do Governador da Cidade de Maputo é
meramente política pois a maioria das actividades são exercidas pelo Município.

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Referências Bibliográficas
Alves, A., T. & Cossa R. B. (1999). Guião das Autarquias Locais Imprensa
Universitária – UEM
Amaral, D. (2006). Curso de Direito Administrativo. Vol. I, (3ªed). Lisboa. Edição
Almedina.
Balandier, G. (1980). Antropologia Política: Editorial Presença.
Gil, A. (2008). Métodos e Técnicas de Pesquisa Social (6ª ed.). São Paulo: Editora Atlas
S.A.
Marcello, C. (2003) Manual de Direito Administrativo, Vol. I, ed. Almedina

Pedone, L. (1986). Formulação, Implementação e Avaliação de Políticas Públicas. Rio


de Janeiro: FUNCEP.

Pereira, P. N. (2008). O Processo da Descentralização em Moçambique. Maputo: MAE.


Maputo
Sousa, C. (2006). Políticas Públicas: Uma Revisão da Literatura. Porto Alegre
Thai, B. (1999). Sistemas Políticos Comtemporâneoa: Maputo

Legislação

 Lei n. 8 (2003, 19 de Maio) Cria os Órgãos locais do Estado. Maputo: Imprensa


Nacional de Moçambique.
 Lei n.2 (1997, 18 de Fevereiro). Quadro Jurídico para Implantação das
Autarquias Locais. Maputo. Imprensa Nacional de Moçambique
 Decreto n. 33 (2006, 30 de Agosto). Aprova a transferência de funções e
competências dos órgãos do Estado para as Autarquias locais. Maputo;
Imprensa Nacional de Moçambique.
 www.cmaputo.gov.mz – acesso no dia 27 de Junho de 2017

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3º Ano do 19º CURSO DE LICENCIATURA PROFISSIONAL EM
ADMNISTRAÇÃOPÚBLICA

MÓDULO V – ANÁLISE DE POLICAS PÚBLICAS

TEMA: Análise da Articulação dos órgãos Locais no âmbito da política pública de


descentralização: Caso de Locais de Coexistência de Órgãos - Município de Maputo e
Governo da Cidade de Maputo.

DOCENTE:

Professor Dr. Gonçalves Zavale

DISCENTE:
Pascoal Maurício Chambe

Maputo, Junho de 2017

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