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Fator de impacto: 6,82

Qualis capes: A1

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Introdução
Infecção por meio da ingestão de alimentos e água contaminados
ou por transmissão congênita.

Fase aguda está na forma de taquizoíto que é alvo da resposta


imune do hospedeiro.

Fase crônica apresenta-se na forma de bradizoíto, de replicação


lenta e forma cistos.

O cérebro é o principal órgão de encistamento.

O Toxoplasma gondii quando atinge o Sistema Nervoso Central (SNC)


em indivíduos imunodeficientes é sintomático e muitas vezes letal.

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Ciclo de vida
Os gatos são os hospedeiros definitivos do
T. gondii e a partir dos oocistos fecais
maduros infectam os hospedeiros
intermediários, humanos e outros animais, e
podem contaminar os alimentos;
A proliferação do Toxoplasma é na forma de
taquizoíto que invade várias células para se
dividir e irão romper a célula parasitada;
O taquizoíto se diferencia em bradizoítos,
que formarão cistos nos tecidos.
Imagem: https://www.vetjr.com/post/toxoplasmose-qual-a-sua-importância

O taquizoíto é a forma responsável pela


infecção transplacentária.
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Sistema Nervoso Central
Neurônios: células sinalizadoras que realizam conexões de longa
distância e nos permitem realizar movimentos complexos, e são
distribuídos de maneira heterogênea.
Células da glia: suporte neuronal
oligodentrócitos: isolam os axônios dos neurônios com mielina,
permitindo a condução adequada do sinal
astrócitos: promovem suporte à sinalização eficiente entre
neurônios, liberam fatores de crescimento e separam grupos
neuronais.
micróglia: Fazem a vigilância / proteção do SNC.
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Entrando no SNC

Para entrar no SNC o patógeno deve atravessar a barreira


hematoencefálica (BHE), que é altamente seletiva;
A BHE é composta por células endoteliais que revestem microvasos no
cérebro;
Para o Toxoplasma gondii foram propostos três mecanismos:

Entrada paracelular

Entrada transcelular

"Cavalo de Tróia"
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Entrada paracelular
Pode cruzar para o SNC pelo método paracelular:
Mesmo não possuindo cílios e flagelos, T. gondii impulsiona-se utilizando motores
actina-miosina, que gera um movimento “motilidade deslizante”. Por meio desse
deslizamento, é possível a travessia desse parasito pela barreira do epitélio do
intestino delgado.
Epitélio do intestino delgado e BHE:
junções apertadas, junções paracelulares, regulação das propriedades
de barreira e uma barreira imune.
Estudo ex vivo mostraram que este parasito é capaz de transmigrar através
do epitélio intestinal;
Através da força de cisalhamento fisiológica, os taquizoítos são capazes de
aderir e migrar no endotélio vascular em condições semi fisiológicas. 7
Migração transcelular
Migração transcelular pelo T. gondii ocorre pela invasão da célula, seguido de
replicação e lise ou egresso do lado basolateral;
principalmente pela passagem do epitélio intestinal para a
lâmina própria intestinal;
Este mecanismo tem papel importante na forma como T. gondii atravessa o BHE;
neste estudo, foram encontradas células endoteliais cerebrais
infectadas;

Foi observado que taquizoítos livres na corrente sanguínea foram capazes de


aderir às células endoteliais do SNC, invadir, replicar e eventualmente sair dessas
células, potencialmente depositando esses parasitos no parênquima do SNC.
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Migração transcelular
Ensaios in vitro mostraram que, em condições de estresse de cisalhamento, os
parasitos foram capazes de se fixar e invadir células endoteliais;
especialmente em forças de cisalhamento mais baixas.

Por meio desse estudo, foi observado também uma falta de células imunes
infiltrantes infectadas no início da infecção do SNC;

Também foi observado que a infecção do parasito no SNC precedia a


infiltração de células imunes.

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Células imunes infectadas
"Cavalo de Tróia"

Estudos in vitro demonstraram que:

Células infectadas aumentaram a motilidade e são capazes de


atravessar a BHE.

Estudos em camundongos demonstraram que:

No SNC o parasito apareceu mais rápido com a inoculação de


macrófagos e células dendríticas infectadas em comparação
com a forma livre
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1. Via paracelular
2. Via transcelular
3. Via células imunes infectadas
https://journals.plos.org/plospathogens/article/figure?id=10.1371/journal.ppat.1006351.g001 11
Interações da célula hospedeira do
SNC
Autópsias de Pacientes Célula Hospedeira
com Aids com T. gondii
Em humanos: Neurônios e Astrócitos-
falta de dados

Lesões Córtex Cerebral e Gânglios Em Camundongos: Controvérsias


da Base entre intra ou extracelular

Microscopia Eletrônica: Cistos estão


Lesões Cerebelo, Tronco Cerebral dentro das células, neurônios
e medula espinhal

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Interações da célula hospedeira do
SNC
Por que neurônios?

Estudos in vitro infecta tanto Estudos in vivo infecta outras


astrócito quanto neurônio
células do SNC

Astrócito consegue eliminar, já o Não tem interação produtiva com


neurônio não outras células, mas sim com
neurônios

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Excitação anormal devido ao:

Efeitos durante Aumento da


dopaminérgica;
atividade

a infecção por
Toxoplasma Aumento do glutamato;

gondii Má localização da
glutamato descarboxilase
(GAD).

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Em condições normais, o glutamato, um neurotransmissor excitatório, é liberado na fenda sináptica do
neurônio pré-sináptico. Este se difunde através da fenda sináptica para atuar nos receptores do
neurônio pós-sináptico, levando à excitação do neurônio pós-sináptico. Esta sinalização glutamatérgica é
terminada pela captação e reciclagem de glutamato sináptico pelo transportador de glutamato GLT-1
nos astrócitos circundantes. Após uma infecção, o transporte dependente de GLT-1 para os astrócitos é
prejudicado, permitindo um aumento no acúmulo de glutamato na fenda sináptica, o que deve levar a
uma excitação excessiva do neurônio pós-sináptico.
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Glutamato descarboxilase (GAD) é encontrado principalmente em terminais pré-sinápticos, onde irá
processar glutamato em ácido ÿaminobutírico (GABA), o principal neurotransmissor inibitório no cérebro.
Uma vez que o GABA é liberado na fenda sináptica, ele se ligará aos receptores GABA no neurônio pós-
sináptico, o que diminui a excitabilidade do neurônio pós-sináptico. No caso de infecção, o GAD é
redistribuído no citosol do neurônio pré-sináptico, o que seria esperado para causar a localização
inadequada do GABA nas sinapses, levando à diminuição da inibição do neurônio pós-sináptico.
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Interações diretas do
Alterações parasito via injeção de
fisiológicas proteínas efetoras ou
persistência dentro de um
durante a
neurônio hospedeiro;
infecção por
Toxoplasma Efeitos indiretos da
resposta imune do SNC
gondii
para controlar a infecção.

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Conclusão
Por fim, existem três teorias de como o T. gondii entra nas células
do SNC – paracelular, migração transcelular e células imunes
infectadas. Foi observado in vitro que os astrócitos conseguem
eliminar o parasito, enquanto os neurônios não. Essa invasão pode
causar excitabilidade anormal, aumento da atividade
dopaminérgica e aumento do glutamato.

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Referências bibliográficas
MENDEZ, O. A.; KOSHY, A. A.Toxoplasma gondii: Entry, association, and
physiological influence on the central nervous system. PLoS Pathogens. Estados
Unidos, jul.2017. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/28727854/. Acesso
em: 27 jun. 2022.

TORRES, C.Toxoplasmose: Qual a sua importância?. VetJr. UFMG, 3 set. 2021.


Disponível em: https://www.vetjr.com/post/toxoplasmose-qual-a-sua-
importância. Acesso em: 27 jun. 2022.

TOXOPLASMA gondii. Sanamed, 21 jul. 2019. Disponível em: https:


//www.sanarmed.com/toxoplasma-gondii. Acesso em: 27 jul. 2022.

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