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DOENÇAS VIRAIS EM CÃES E GATOS

1-PARVOVIROSE

ETIOLOGIA

Vírus de DNA não envelopado, tem o tipo 1 e o tipo 2, apenas o tipo 2 tem importância clínica
que é subdivido em variantes. A variante tipo C é bem distribuída em todo mundo, porém a
maioria dos quadros é 2b, no brasil a 2c é mais recente e tem comportamento mais agressivo.
Gatos podem ser infectados com a 2b e parece com a panleucopenia felina. Maioria dos
pacientes acometidos tem menos de 1 ano de idade.

TRANSMISSÃO

Oral-fecal, contato com fezes de individuo contaminado. O vírus é resistente no meio


ambiente, então tem contaminação por fômites também (sapatos, etc) mas não é tão comum.
Transmissão também pode ocorrer por aerossol. Ele é resistente a desinfetantes, usar
produtos com cloro (hipoclorito de sódio diluído 1:32/ herbalvet), resiste até 2-5 anos em
condições favoráveis

Raças susceptíveis e doença clínica mais grave

Dobermann pinscher

Labrador

Rottweiler

Pug

Cocker

PATOGENIA/FISIOPATOLOGIA

a) Ingestão/ inalação/ fômites


b) Replicação inicial nos linfonodos regionais- orofaríngeos e mesentéricos-, e então a
partir disso ocorre viremia.
c) Após estar em grande quantidade na circulação se distribui em todos os tecidos tendo
predileção por células em alta taxa de replicação, as principais regiões que o vírus vai
causar efeito são nas criptas do intestino delgado, ele destruirá as microvilosidades
intestinais causa diarreia intensa hemorrágica.
d) O desequilíbrio intestinal favorece o deslocamento de bactérias e aumentam risco de
sepse, pode ter óbito por choque séptico
e) Na medula óssea existem também células de alta taxa de replicação, então o
parvovirus também acomete essas células. Então vai ocorrer leucopenia, neutropenia,
com o tempo pode provocar anemia. Por ser um processo agudo as vezes não do
tempo de ter anemia, e pela desidratação pode inclusive ocorrer hemoconcetração. O
vírus também pode acometer tecido cardíaco principalmente em neonatos podendo
ocorrer miocardite viral, afeta também células endoteliais e ocorrer vasculite
(fragilidade vascular).
No intestino delgado o principal efeito é destruição das microvilosidades causando
distúrbio de absorção aumento líquido no lúmen e causando diarreia pq sai mais liquido
do corpo, pode haver sangramentos e plaquetas podem estar reduzidas.

VACINAÇÃO: as raças mais susceptíveis podem tomar 4 doses.

SINAIS CLÍNICOS

A diarreia pode ser gelatinosa com sangue vivo ou melena

Obs: principais sinais: depressão/letargia, vomito, diarreia e anorexia. Pode ocorrer febre
mas se tiver mais avançada pode estar hipotérmico por já estar descompensando/choque
séptico. Dor abdominal é comum, assim como mucosas pálidas/congestas, depressão do
estado mental.

O período de incubação é de 4-5 dias, geralmente sinais inespecíficos podem dar falso-
negativo no teste rápido.
Evolução da parvo: síndrome da resposta inflamatória sistêmica e sepse.

DIAGNÓSTICO

O hemograma pode ser usado em sinais mais inespecíficos. É esperado leucopenia,


neutropenia, monocitopenia, linfopenia e etc. o eritrogtrama terá hemoconcentração, assim
como anemia. Comum também trombocitopenia.

Alteração de enzimas hepáticas não é comum mas pode aparecer se tiver anemia e sepse.

Quanto as proteínas séricas e albumina é esperado hipoalbuminemia, albumina abaixo de 2


está associado a pior prognostico, assim como leucócitos menos que 4.500 e leucócitos menos
que 1.000.

Nos primeiros 10 dias após vacinado, pode dar falso-positivo no teste rápido, ideal é PCR de
fezes. Se o paciente tem sintomatologia e da negativo tem 20% de chance de ser falso-
negativo.

TERAPIA

A terapia ATB é recomendada, pois apesar de ser uma doença viral as destruições as
microvilosidades e translocação bacteriana associada a leucopenia pq o vírus invade a medula.
Fludoterapia se tiver sinais de hipovolemia

Fluido: ringer com lactato + Suplementação com potássio (usar 4ml de KCL a 19,1% em 500 ml
de RL

Quando a albumina está abaixo de 2 recomendar ADM de plasma fresco ou fresco-congelado

Quando tem hipoglicemia provavelmente animal já está em sepse adicionar 5 ampolas de


glicose 50% em 500 ml de fluido, ou:

ANTIBIÓTICOS

Obs: ampicilina mais conservador é bom, ampicilina + sulbctan muito bom, cefoxitina é uma
cefalosporina de primeira geração. Associar ou não metronodazol com amp+sulbactan apenas
se diarreia hemorrágica for muito persistente

OBS: evitar quinolonas pois é proibida em filhotes. cefovecina sódica não utilizar pois n é tão
base é muito bomba, ceftrioxona é cefalosporina de terceira geração, é o mesmo raciocínio da
cefovecina sódica que é cefalosporina de quarta geração são potentes demais e eles
costumam responder com fármacos menos potentes.
Se puder fazer exame de fezes, fazer vermífugo para paciente.

Obs: leucogen, carvão ativado e soroglobulin n tem comprovação de benefício

NUTRIÇÃO ENTERAL

Incie o cálculo de kcal/ dia com 25% do cálculo básico q é pesox30+70, usando alimentos
hipercalóricos (ex: A/D hills, recovery royal, nutralife).

PARA ANALGESIA

Butorfanol /buprenorfina tem maior eficácia para analgesia visceral


Obs: não usar metadona e morfina pela emese e depressão que o fármaco traz

Pode-se usar lidocaína e fentanil em infusão contínua (em unidade semi-intensiva)

Monitorar o paciente!!

QUANDO NÃO É POSSÍVEL INTERNAR:

Não tem comprovação de benefício com antivirais pois mortalidade é semelhante.

Transplante fecal introduzido no reto


2-CINOMOSE

Transmissão transplacentária já foi relatada

SINAIS CLÍNICOS
Sinais clínicos neurológicos

Hiperestesia  dor exacerbada, estímulos pequenos tem respostas exageradas.

Rigidez cervical pq pode ser da meningite, encefalite, mielite que o vírus causa.

Os idosos não apresentam a fase multisistêmica e já evoluem para os sinais no SNC

DIAGNÓSTICO
Teste rápido mais utilizado quando animal tem sinais sistêmicos é o swab da mucosa ocular, da
pra fazer de sangue mas é o pior material (mais falsos negativo). Se o animal so tem sinais
neurológicos, fazer PCR urina, pois existe alta correlação de snap test de urina com o liquor.

TRATAMENTO

N fase multisistemica é recomendado atbs pq o animal fica susceptível a infecções secundárias


atbs: amoxicilina+cluvanato, sulfa+trimetropim,

Vitaminas principais: A,B.C e E.

Corticoide na fase neurológica não traz benefícios

RIBAVIRINA+DMSO é recomendado o uso, mas não tem ensaios clínicos. Na fase aguda.
Sorohiperimune contribui na fase aguda.

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