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Universidade Federal Fluminense

Farmacologia dos Antibióticos


Prof. Luiz Antonio Ranzeiro de Bragança

Quinolonas
 Objetivo deste material didático é promover uma introdução ao estudo de
farmacologia, motivar a leitura do tema em livros textos e diretrizes.
 Busca contribuir para que o(a) futuro(a) prescritor(a) esteja atento(a) aos
critérios da prescrição racional de medicamentos, alicerçado em bases técnicas e
éticas.
 Solicitamos o envio de sugestões e correções para o aprimoramento do
material para larb@vm.uff.br
Farmacologia
Prof: Luiz Bragança

Quinolonas
Histórico – estrutura
Mecanismo de Ação e Resistência
Farmacocinética
Indicações
Efeitos colaterais
Interações medicamentosas

www.proac.uff.br/farmacoclinica/
QUINOLONAS
2. HISTÓRICO:
1ª Geração: 1962 Ácido Nalidíxico:
contra enterobactérias em vias urinárias;

• 2ª Geração (1975) adição de flúor no anel quinolônico: Norfloxacina


→ enterobactérias + P. aeruginosa: infecções de vias urinárias + intestinais.
Ciprofloxacina (1983)
Aula da prof. Veni Maria Andres Felli, da FCF/USP, em 15/08/2007
med.javeriana.edu.co/fisiologia/images/estquin.gif
2. HISTÓRICO:

3ª Geração: Levofloxacina (1985)


ação sistêmica + gram negativos, gram positivos e estafilococos;

4ª Geração: Trova, Clina, Sita


infecções sistêmicas + gram negativos + anaeróbios;

Fonte: EPM – Departamento de Microbiologia, 2003.


3. MECANISMO DE AÇÃO: BACTERICIDAS por inibirem a
síntese do DNA bacteriano.
3. MECANISMO DE AÇÃO:

Fonte: Goodman & Gilman, 10ª ed, 2003.


Inibição da DNA girase (topoisomerase II)
3. MECANISMO DE AÇÃO: inibem a síntese do DNA

Atuam nas subunidades A da DNA-girase ( topoisomerase II ), inibindo-a


Gram -
Responsável pelo superespiralamento negativo no DNA durante a
transcrição reduzindo o tamanho intracelular da cadeia de ácido nucléico e
permitindo a transcrição ou a replicação.

Algumas atuam também sobre a topoisomerase IV


(responsável pela separação das fitas de DNA durante a divisão celular).
Tem importante ação sobre as Gram +.

Conseqüências:
Alongamento bacteriano;
Produção de exonucleases → são produzidas quando a bactéria é
alongada e agem na própria bactéria, degradando-a.
Degradação cromossomial;
4. RESISTÊNCIA BACTERIANA:
origem cromossômica ou mediada por plasmídeo
 Alteração enzimática
muda afinidade da quinolona sobre a subunidade A;

 Modificação dos canais porínicos:


dificulta a entrada do fármaco na bactéria;

 Bombas de efluxo:

Uso indiscriminado

resistência de P.
aeruginosa e S. aureus.

Resistência cruzada

Fonte: Goodman & Gilman, 10ª ed, 2003.


antimicrobianos envolvidos nos erros de medicação no processo de administração
de medicamentos em unidades de clínica médica em 5 hospitais sentinela segundo a
Classificação ATC –
Nível IV, Brasil, 2006

Marques, T.C.Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas, 44 (2) 2008.


O uso de fluorquinolonas é capaz de induzir
resistência a múltiplos antimicrobianos, ao menos
em contexto hospitalar.
Vários mecanismos poderiam explicar essa associação, incluindo indução de bombas de
efluxo capazes de eliminar diversos antimicrobianos de dentro da célula bacteriana,
seleção de plasmídeos com múltiplos genes de resistência e indução de estado de
instabilidade genética em algumas bactérias, facilitando o surgimento de outras
mutações e de aquisição de DNA externo.
Adicionalmente, essa classe apresenta grande potencial de
uso abusivo, devido a excelente biodisponibilidade oral,
amplo espectro, baixa toxicidade e, em alguns casos,
preços cada vez menores.
Uso Racional de Medicamentos: temas selecionados. 2012
Ministério da Saúde, pg 26
O que fazer?
5. ESPECTRO DE AÇÃO:

 GRAM NEGATIVOS:  GRAM POSITIVOS:


 E. coli;  S. pyogenes;
 K. pneumonie;  S. aureus;
 Enterobacter;  S. pneumoniae;
 esp. Salmonella e Shigella;
 Campylobacter;
 P. aeruginosa;
Não de 1ª escolha!!

 OUTROS:
 Clostridium;
 Cocos anaeróbios;
 C. tracomatis;
 B. fragillis;
6 - Farmacocinética:

Bem absorvidas VIA ORAL

Absorção oral é afetada por cátions divalentes (antiácidos


etc.) Mg. Fe, Ca

Alimento não compromete absorção oral, mas pode


retardar o alcance das concentrações séricas máximas.
_______
_________ _______

________________

Assim como o uso irracional,


os erros de medicação com
antimicrobianos têm
conseqüências individuais e coletivas, porque, além de afetarem o indivíduo
que faz uso do medicamento, afetam de maneira significativa a microbiota do
ambiente hospitalar. Essas conseqüências abrangem desde a elevação dos
gastos com medicamentos, inefetividade terapêutica, aumento da
hospitalização devido a eventos adversos, recrudescimento das infecções
até o mais grave, o aumento da resistência microbiana.
Marques, T.C.Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas, 44 (2) 2008.
6 - Farmacocinética:
Distribuem-se amplamente.

Níveis sistêmicos relativamente baixos das de primeira geração e


da Norflo limitam seu uso ao tratamento de ITU.
Concentração em urina, rim, bile, macrófago e neutrófilo,
pulmão é MAIOR do que a do sangue.
Concentração em osso, líquido prostático e líquido
cefalorraquidiano é MENOR do que a do sangue.

 Pefloxacino e ofloxacino  atingem líquido ascítico

ATRAVESSA A PLACENTA!
 Cipro-, O-, Per-  leite humano
Farmacocinética:

Eliminação:
via renal, via secreção tubular ou filtração glomerular,
exceto Trova e Moxi.
Não são removidos por diálise peritonial ou hemodiálise.

ATENÇÃO:
As Fluorquinolonas de eliminação não-renal são contra-
indicadas em pacientes com insuficiência hepática.

Meia-vida relativamente longa da Levo, Moxi, Trova ...


permitem administração única diária = comodidade posológica.
Alimento não prejudica a absorção oral mas pode retardar o pico da
concentração sérica. Fonte: EPM, Departamento de Microbiologia
7. EFEITOS COLATERAIS:
Ocorrem de 5 a 10%;
Sintomas digestivos: náuseas, vômitos, diarréia, dor abdominal;
Fotossensibilidade: escurecimento da pele → uso prolongado com
pefloxa ( + comum em idosos).
Hipersensibilidade: urticária, eosinofilia, erupção maculopapular, febre.
Raro: ↑ de transaminases, leucopenia, lesão renal.

lesão de cartilagem em animais de experimentação. Ruptura do tendão de


Aquiles ou tendinite raramente ocorre. Artralgia: suspender o uso!!

GATI: em idosos e DM: hiperglicemia e hipoglicemia  retirada do mercado.


Prolongamento do intervalo QTc foi observado com sparfloxacina > moxi.
também há alerta na bula de LEVO.

SNC: inibição dos receptores do GABA, sonolência, insônia, cefaléia,


fadiga, depressão (mais com CIPRO) ... (Goodman)
20
abstract

7. EFEITOS COLATERAIS - SNC

“Mania, insomnia, acute psychosis and delirium were the most


frequently reported psychiatric adverse events; grand mal convulsion,
confusional state, convulsions and myoclonus were the most
frequently reported neurological adverse events.

Several aspects should be taken into account in the development of CNS


adverse effects, such as the pharmacokinetics of quinolones, chemical
structure and quinolone uptake in the brain.

These events may affect not only susceptible patients but also
'healthy' patients.”

Drug Saf. 2011 Jun 1;34(6):465-88.


Quinolones: review of psychiatric and neurological adverse reactions.
Tomé AM, Filipe A.
1
20
abstract Abstract (text

7. EFEITOS COLATERAIS MUSCULOESQUELETICOS:

Ciprofloxacin safety in paediatrics: a systematic review.


Arch Dis Child 2011;96:874–880
.
On May 12, 2016 FDA is advising that the serious side effects
associated with fluoroquinolone antibacterial drugs generally outweigh the benefits for
patients with acute sinusitis, acute bronchitis, and uncomplicated urinary tract infections who have other
treatment options. For patients with these conditions, fluoroquinolones should be reserved for those who do
not have alternative treatment options.
An FDA safety review has shown that fluoroquinolones when used systemically are associated with disabling
and potentially permanent serious side effects that can occur together. These side effects can involve the
tendons, muscles, joints, nerves, and central nervous system.

serious side effects include tendon,


Some signs and symptoms of
joint and muscle pain, a “pins and needles” tingling or
pricking sensation, confusion, and hallucinations.
Health care professionals should stop fluoroquinolone treatment immediately if a
patient reports serious side effects, and switch to a non-fluoroquinolone antibacterial
drug to complete the treatment.
We previously communicated safety information associated with systemic
fluoroquinolones in August 2013 and July 2008. The safety issues in this Drug Safety
Communication were also discussed at an FDA Advisory Committee meeting in
November 2015.
Side effects involving fluoroquinolones should be reported to FDA’s MedWatch
program atwww.fda.gov/medwatch.
8. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS:

Teofilina, warfarina e digoxina têm seu metabolismo


hepático inibido: risco de INTOXICAÇÃO!!

Uso associado com antiácidos: ↓ biodisponibilidade.


forma complexos não absorvíveis (cátion + quinolonas)

Complexos vitamínicos: Fe/Zn: ↓ biodisponibilidade.

Probenecida: ↑ [ ] sérica das quinolonas de eliminação urinária?

Usar com cautela em pacientes com antiarrítmicos da classe III


(amiodarona) e classe IA (quinidina, procainamida).
USOS
CLÍNICOS
QUINOLONAS
QUINOLONAS
GERAÇÃO ESPECTRO DE AÇÃO EXEMPLOS

GRAM – Ácido Nalidíxico 1962


1ª E.coli, Proteus mirabilis; Klebsiella; Ácido Oxolínico
Enterobacter; Morganella morganii. Ácido Pipemídico 1974
INFECÇÃO ENTEROBACTÉRIAS
URINÁRIA

2ª GRAM – incluindo Pseudomonas aeruginosa Norfloxacina 1975


GRAM + Ofloxacina: 1980
INFECÇÃO Micobactérias (OFLOx)
SISTÊMICA Ciprofloxacina 1983
Vias Urinárias + Próstata + TGI Pefloxacina
Lomefloxacina
3ª GRAM – Levo 1985
INFECÇÃO (contra P. aeruginosa perdem para a CIPRO
Gati 1992 † 2007
SISTÊMICA GRAM + (especialmente pneumococos)
RESPIRATÓRIA
QUINOLONAS RESPIRATÓRIAS Moxi 1996
Gemi 2003
4ª GRAM – (Pseudomonas, Serratia etc.) Trova
INFECÇÕES GRAM +
SISTÊMICAS M. tuberculosis e leprae Clina
GRAVES Anaeróbios intestinais Sita
Atípicos: Clamidia, Micoplasma, Legionella,
1ª GERAÇÃO:
A. Ácido Nalidíxico 1962: Wintomylon ®
 1ª quinolona sintetizada;
E. coli;
Proteus mirabilis;
 Espectro: GRAM - Klebsiella;
Enterobacter;
Morganella morganii.

 P aeruginosa → RESISTENTE!

 Tratamento: Infecção urinária por enterobactérias


Dose: 1 g de 6/6 h de 1 a 2 semanas;

 Profilaxia da infecção urinária recidivante;

 Apresentação: comprimidos de 500 mg e suspensão 250 mg/5 ml.


1ª GERAÇÃO:

B. Ácido Oxolínico: Urilin®

 Espectro: idem Ác. Nalidíxico + estafilococos;

 Tratamento: Infecções urinárias agudas, crônicas e recidivantes.

 Apresentação: Comprimidos 750 mg.


1ª GERAÇÃO:
C. Ácido Pipemídico 1974: Balurol®

 Espectro: Estafilococos, enterobactérias, P. aeruginosa.

 Tratamento:

# Infecções urinárias agudas e crônicas por GRAM – resistentes à


1ª geração e P. aeruginosa.

DOSE: 400 mg de 12/12 h por 7 a 10 dias.

# Prostatite aguda:

DOSE: 400 mg de 12/12 h por 1 mês;

 Apresentação: comprimido de 200 mg e 400 mg e xarope 200 mg/5ml.


Quinolonas de 1ª geração
QUINOLONAS
GERAÇÃO ESPECTRO DE AÇÃO EXEMPLOS

Ácido Nalidíxico 1962


1ª GRAM –
E.coli, Proteus mirabilis; Klebsiella; Ácido Oxolínico
Enterobacter; Morganella morganii. Ácido Pipemídico 1974
INFECÇÃO
URINÁRIA
ENTEROBACTÉRIAS

2ª GRAM – incluindo Pseudomonas Norfloxacina 1975


aeruginosa Ofloxacina: 1980
GRAM +
INFECÇÃO Ciprofloxacina 1983
Micobactérias (OFLOx)
SISTÊMICA Pefloxacina
Lomefloxacina
Vias Urinárias + Próstata + TGI
3ª GRAM – Levo 1985
INFECÇÃO (contra P. aeruginosa perdem para a CIPRO
Gati 1992 † 2007
SISTÊMICA GRAM + (especialmente pneumococos)
RESPIRATÓRIA
QUINOLONAS RESPIRATÓRIAS Moxi 1996
Gemi 2003
4ª GRAM – (Pseudomonas, Serratia etc.) Trova
INFECÇÕES GRAM +
SISTÊMICAS M. tuberculosis e leprae Clina
GRAVES Anaeróbios intestinais Sita
Atípicos: Clamidia, Micoplasma, Legionella,
2ª GERAÇÃO:
A. Norfloxacina 1975
Floxacin®, Floxinol®, Respexil®, Uritrat®, Norf®, Norfloxacina genérico® etc.
 1ª fluoroquinolona para uso clínico;
 Espectro:

E. coli; Citrobacter; Vibrio cholerae;


Salmonella; N. menigitidis; V. parahaemolyticus
Shigella; N. gonorrhoeae; Pausteurella multocida;
Proteus; H. influenzae; Aeromonas;
Enterobacter; H. ducreyi; Legionella pneumophila;
Yersinia; M. catarrhalis; Bortedella pertussis;
Morganella. Campylobacter S. aureus coagulase + e – e
ORSA.
2ª GERAÇÃO:
USOS
A. Norfloxacina:
# Cistites e pielonefrites agudas e crônicas:
400 mg de 12/12 h por 3, 7 a 10 dias;

# Infecções urinárias recidivantes:


400 mg de 12/12 h por 3 meses;

# Prostatites agudas e crônicas por E. coli:


DOSE: 400 mg de 12/12 h por 4 a 6 semanas;

# Uretrite e cervicite gonocócica: única de 800mg

# Diarréia dos viajantes:


DOSE: 400 mg de 12/12 h por 2 a 3 dias (E. coli)
2ª GERAÇÃO:
A. Norfloxacina:
 Tratamento:

# Infecções gastrintestinais; DOSE: 400 mg de 12/12h por


# Febre tifóide; 7 dias.

 Profilaxia:
imunodeprimidos em lugar de Sulfametoxazol + Trimetoprima:
DOSE: 400 mg de 8/8 h ou de 12/12 h.

 Apresentação: comprimidos de 400 mg.


Quinolona de 2ª Geração
2ª GERAÇÃO:
B. Ciprofloxacina 1983
Cipro®, Ciflox®, Proflox®, Ciprofloxacina genérico®
• É a mais potente das de 2ª geração:
4 a 8 vezes mais para Enterobactérias e P. aeruginosa.
•Espectro: idem norfloxacina + P aeruginosa.
• Falhas: pneumococo, estreptococos, enterococos,
anaeróbios, clamídia, micoplasma.

• metabolizado 10-20%. Eliminação principal in natura por via urinária


(50%) = AJUSTE de DOSE.

Salmoneloses;
• Tratamento: Osteomielites. Prostatite
Gram + ( menos ORSA) Micobacterioses atípicas.
Shigeloses; Micobacterium tuberculosis
Febre tifóide
2ª GERAÇÃO:
B. Ciprofloxacina:

 Infecções urinárias, pulmonares e cutâneas por P aeruginosa:


DOSE: 500 a 1000 mg de 12/12 h

 Infecções urinárias agudas e crônicas:


DOSE: 250 mg;

 Infecções respiratórias H. influenza e Enterobacter:


DOSE: 500 mg;

 Infecções sistêmicas (sepse, intra-abdominal, meningite):


DOSE: 400 mg de 8/8 h IV.

 Gonorréia:
DOSE: única 500 mg de 12/12 h por 7 dias;
2ª GERAÇÃO:
B. Ciprofloxacina:

 Cancróide:
DOSE: 500 mg de 12/12 h por 7 dias.

 Endocardite estafilocócica:
DOSE: 750 mg + 300 mg de Rifampicina de 12/12 h por 28 dias;

• Diarréia dos viajantes:


DOSE: 500 mg de 12/12 h por 3 dias (E. coli)

 Apresentação: comprimidos de 250 e 500 mg e ampola 100mg

 Crianças de 1 a 6 anos: metabolizam cipro mais rápido do que os


adultos, necessitando de doses maiores e intervalos menores.
Quinolona de 2ª Geração
2ª GERAÇÃO:
C. Ofloxacina: 1980
Ofloxan ®, Floxtat®
 Espectro: idem cipro;
# maior ação para M. tuberculosis, M. lepare e Micobatérias atípicas.

 Tratamento:
# Cervicites e uretrites/ clamídias
DOSE: 200 mg de 12/12 h por 9 dias;

# Tuberculose:
DOSE: única 300 mg por 6 a 8 semanas;

# Infs. respiratórias, urinárias, dermato, biliares, ginecol. e entéricas:


DOSE: 200 a 400 mg de 12/12 h.

 Apres.: comprimido 200 mg e ampola de 400 mg;


colírio solução a 3%.
Quinolona de 2ª Geração
2ª GERAÇÃO:

 Outros exemplos:

* Pefloxacina: Peflacin®

* Lomefloxacina: Maxaquin®
QUINOLONAS
GERAÇÃO ESPECTRO DE AÇÃO EXEMPLOS

Ácido Nalidíxico 1962


1ª GRAM –
E.coli, Proteus mirabilis; Klebsiella; Ácido Oxolínico
Enterobacter; Morganella morganii. Ácido Pipemídico 1974
INFECÇÃO
URINÁRIA
ENTEROBACTÉRIAS

2ª GRAM – incluindo Pseudomonas aeruginosa Norfloxacina 1975


GRAM + Ofloxacina: 1980
Micobactérias (OFLOx) Ciprofloxacina 1983
INFECÇÃO
SISTÊMICA Pefloxacina
Vias Urinárias + Próstata + TGI Lomefloxacina
3ª GRAM – Levo 1985
INFECÇÃO (contra P. aeruginosa perdem pra CIPRO)
Gati 1992 † 2007
SISTÊMICA GRAM + (especialmente pneumococos)
RESPIRATÓRIA QUINOLONAS Moxi 1996
RESPIRATÓRIAS Gemi 2003
4ª GRAM – (Pseudomonas, Serratia etc.) Trova
INFECÇÕES GRAM +
SISTÊMICAS M. tuberculosis e leprae Clina
GRAVES Anaeróbios intestinais Sita
Atípicos: Clamidia, Micoplasma, Legionella,
3ª GERAÇÃO:
Espectro:
CIPROFLOXACINA + Micoplasma sp, Chlamydia sp,
Legionella sp, Streptococos (ppmente pneumococo)
< ação contra P. aeruginosa do que a cipro.
a. Levofloxacina:1985
Levaquin®, Levoxin®, Livepax®, Tavanic®, Tamiram®,
Tavaflox®
 Dose única diária. Uso ORAL e EV

 < ação contra P. aeruginosa do que cipro;

 Não atravessa a barreira hematoencefálica.


3ª GERAÇÃO:
a. Levofloxacina: Levaquin®,Tavanic®,Tamiram®

 Espectro: GRAM + (Streptococos faecalis, Streptococos agalactiae,


Streptococos pnemoniae,Streptococos pyogenes,
Staphlylococos epidermidis, Staphylococos Saprophyticus,

GRAM – ( Citrobacter freundii, Enterobacter cloacae, E.coli,


H. influenza, H. parainfluenza, K. oxytoca, K. pneumonie, M.
catarrhalis, P. mirabilis, P. aeruginosa).

Chlamydia pneumonie, e Mycoplasma pneumonie.

 Isômero levógiro da Ofloxacina.

 Não atravessa a barreira hematoencefálica.


3ª GERAÇÃO:
a. Levofloxacina: Levaquin® , Tavanic®, Tamiram®

 Tratamento:

# Infecções respiratórias;
# Infecções cutâneas;
# Infecções do trato urinário;
# Osteomielite;
# Artrite séptica;
DOSE: 500 mg a cada 24 h durante 5 a 14 dias;
Infusão IV lenta: 5 mg/ml.
ESQUEMA
No âmbito comunitário, um possível POSOLOGICO
cenário para aplicação dosPRA LEVO-
conceitos de
PK/PD se relaciona ao uso de fluorquinolonas, já que a resistência a essa classe é
mediada por mecanismos mutacionais. Em ECR, duplo-cego e multicêntrico,
conduzido em pacientes com PAC em todos os estratos de gravidade,
compararam-se dois esquemas de levofloxacino:
750mg/dia durante 5 dias versus
500mg/dia durante 10 dias.
Confirmou-se a não inferioridade do primeiro esquema em todos os desfechos de
eficácia.17 A pressão seletiva poderia ser duplamente aliviada com a utilização
preferencial do primeiro esquema que se associaria a maior
probabilidade de manter a relação fAUC/CIM acima do necessário para
prevenção de emergência de mutantes, com a possibilidade de se
utilizarem prazos menores de terapia. No entanto é importante ressaltar que as
posologias que tentam incrementar o índice farmacodinâmico ainda requerem
maior comprovação clínica antes de serem universalmente adotadas.
Uso Racional de Medicamentos: temas selecionados. 2012
Ministério da Saúde, pg 26
Quinolona de 3ª Geração
3ª GERAÇÃO:
Retirada em 2007
b. Gatifloxacina: 1992 Tequin®

Usos:
# Pneumonia da comunidade;
# Infecções da pele e tecidos moles ( pé diabético);
# Infecções urinárias;
# Infecções de VAS resistentes aos tratamentos usuais.
DOSE: 400 mg 1 vez/dia por 7-14 dias.

# Gonorréia:
DOSE: única 400mg.

Apresentação: comprimidos de 400 mg;


3ª GERAÇÃO: c. Moxifloxacina: 1996 Avalox®
Promira®
• Espectro: LEVOFLOXACINA + anaeróbios; ação contra Gram –
(4-8x mais potente contra pneumococo)
• Tratamento:
# Mesmo da levofloxacina;
# Infecções abdominais;
# Infecções de cabeça e pescoço;
# Infecções mistas aeróbias/anaeróbias;
# Sinusites crônicas;
DOSE: 400 mg, 1 vez ao dia.

 ajuste da dose para função hepática, mas não para renal;


 Cuidado com os bradicárdicos e usuários de
macrolídeos, antipsicóticos e anti-arrítmicos: o uso
concomitante pode prolongar o intervalo QT no ECG;
Quinolona de 3ª Geração
3a GERAÇÃO: Gemifloxacino
Factive® aprovado pelo FDA em 2003
A duração:7 dias (até 14 nos casos em que microrganismos
atípicos estejam potencialmente implicados).
Efeitos adversos, comuns a todas as quinolonas,
sobressai: rash cutâneo, que se eleva com o prolongamento do
tratamento (de 7 para 10 e para 14 dias) em mulheres com idade
abaixo de 40 anos.
 moxi e gemifloxacino apresentam, em comparação com
cipro e com levo, as seguintes vantagens:
1) Atividade superior in vitro contra Gram-positivos
2) >atividade contra pneumococo, incluindo cepas
resistentes a levofloxacino
3) Vantagens farmacocinéticas e farmacodinâmicas
Rev Panam Infectol 2004;6(4):18-20.
QUINOLONAS
GERAÇÃO ESPECTRO DE AÇÃO EXEMPLOS

Ácido Nalidíxico 1962


1ª GRAM –
E.coli, Proteus mirabilis; Klebsiella; Ácido Oxolínico
Enterobacter; Morganella morganii. Ácido Pipemídico 1974
INFECÇÃO
URINÁRIA
ENTEROBACTÉRIAS
2ª GRAM – incluindo Pseudomonas aeruginosa Norfloxacina 1975
GRAM + Ofloxacina: 1980
Micobactérias (OFLOx) Ciprofloxacina 1983
INFECÇÃO
SISTÊMICA Pefloxacina
Vias Urinárias + Próstata + TGI Lomefloxacina
3ª GRAM – Levo 1985
INFECÇÃO (contra P. aeruginosa perdem pra CIPRO) Gati 1992
SISTÊMICA GRAM + (especialmente pneumococos)
RESPIRATÓRIA Moxi 1996
QUINOLONAS RESPIRATÓRIAS
4ª GRAM – (Pseudomonas, Serratia etc.) Trova
INFECÇÕES GRAM +
SISTÊMICAS M. tuberculosis e leprae Clina
Anaeróbios intestinais Sita
Atípicos: Clamidia, Micoplasma,
Legionella,
4ª GERAÇÃO: A. Trovafloxacina: Trovan®

 Espectro:
GRAM + e GRAM - (P. aeruginosa), anaeróbios;
Mycoplasma pneumoniae, Chlamydia pneumoniae,
Legionella pneumophila, B. fragillis, H. influenza, S. aureus,
E.coli, Neisseria gonorrhoeae, P. mirabilis, Enterococos
faecalis,

 Indicações:
Pneumonia hospitalar ou da comunidade, sinusite,
Infecções pós-cirúrgicas intra-abdominais e ginecológicas;
gonorréia, prostatite; Infecções de pele e tecidos moles;

 DOSE: 200 mg VO 7 a 14 dias;


1 a 2 mg/ml; Eliminação não renal
QUINOLONAS DE
4ª GERAÇÃO
Outras quinolonas: 4ª geração
 Espectro de ação:  Espectro de ação:
 Bactérias aeróbias gram-  O mesmo das outras
negativas e gram-positivas. quinolonas + anaeróbios gram-
negativos e gram-positivos
 Ação sobre anaeróbios das
vias aéreas superiores e da
pele, como também os
intestinais, particularmente os
do grupo do Bacteroides fragilis.
QUINOLONAS DE
4ª GERAÇÃO
 Trovafloxacino:
 Primeira das quinolonas com amplo espectro de
ação, com atividade sobre bactérias aeróbias e
anaeróbias, lançada para uso clínico

 Toxicidade hepática:
 Suspenso em pacientes ambulatoriais e a retirada do
comércio farmacêutico nos EUA

www.fda.gov
4ª GERAÇÃO:
B. Esparfloxacina : Zagam®, Bertek, Respipac®
Eliminação 50% renal e 50% fecal
o grupo piperazinyl resultou numa atividade ↑ contra gram -.

Mais ativa in vitro contra gram-positivas, incluindo


Streptococcus pneumoniae e anaeróbios que outras
(i.e., cipro, lome, nor, ofloxacina).
Haemophilus influenzae, Moraxella catarrhalis,
Klebsiella pneumonia, Chlamydia pneumoniae, e
Mycoplasma pneumoniae.
Menos ativa que cipro contra Pseudomonas aeruginosa.
 DOSE: 200 mg
4ª GERAÇÃO:

 Outros exemplos:

# Clinafloxacina;

# Sitafloxacina.

Não encontrado preço de nenhum deles no Consulta


Remédios: Trova, Spar, Clina, Sita...
Alimento não prejudica a absorção oral mas pode retardar o pico da
concentração sérica. Fonte: EPM, Departamento de Microbiologia
USOS
CLÍNICOS
QUINOLONAS
Vale a pena treinar no papel
Revista Brasileira de Otorrinolaringologia - Diretrizes Brasileiras de Rinossinusites
http://www.rborl.org.br /

“Na RSA em adultos e crianças,


os agentes etiológicos mais
comuns, correspondendo a mais
de 70% dos casos, são o
Streptococcus pneumoniae e o
Haemophilus influenzae; menos
frequentes a Moraxella
catarrhalis, o Staphylococcus
aureus e o Streptococcus beta
hemolytic.
O tratamento antimicrobiano
deve, portanto, obrigatoriamente
ser eficaz contra o pneumococo e
Haemophilus influenzae.”
?
A duração do tratamento recomendado é de 10 a 14 dias, dependendo da gravidade
e evolução do quadro clínico.
8. USOS CLÍNICOS
Infecções complicadas de trato urinário;
Infecções respiratórias causadas por P. aeruginosas em pacientes
com fibrose cística;
Otite externa invasiva causada por P. aeruginosas;
Osteomielite bacilar Gram negativa crônica;
Erradicação de Salmonella typhi em portadores;
Gonorréia;
Prostatite;
Cervicite;
Antrax.

CONTRA – INDICADOs NA GRAVIDEZ!!!


8.1 INDICAÇÕES PEDIÁTRICAS:

Usado após falha de tratamentos específicos.


Infecções crônicas recorrentes por P. aeruginosa em pacientes
com fibrose cística;
Infecções urinárias multirresistentes;
Otite média crônica (+6 sem) e supurativa por P. aeruginosas;
Osteomielite aguda ou subaguda;
Infecções neonatais graves: sepse, meningite, abscesso cerebral,
Pneumonias hospitalares;
8.1 INDICAÇÕES PEDIÁTRICAS:

Infecções gastrintestinais multirresistentes;


Infecções do SNC: verticulites e meningites por Gram -;
Infecções em imunodeprimidos, sem hospitalização;
Profilaxia para meningite por N. meningitides ou H. influenza do tipo
B → dose única!

DOSE: CIPROFLOXACINA: 20 a 30 mg/Kg/dia de 12/12 h;


ÁCIDO PIPEMÍDICO: 15 a 40 mg/Kg/dia de 12/12 h.
CASO CLÍNICO:
paciente de 23 anos apresenta queixa de “ardência para
urinar e urinando pouco a toda hora”...

 Diagnóstico: infecção urinária


 Agente etiológico: E. coli
 Qual o tratamento ?
 Não grávida...
 Gestante ou idade fértil com atraso menstrual...
Vale a pena treinar no papel
Projeto Diretrizes

Infecções do Trato Urinário


não Complicadas: Tratamento

Elaboração Final: 24.6.2004


Participantes: Lopes HV, Tavares W

29/01/2019 81
QUINOLONAS = infecções urinárias
E por falar em dor e sofrimento...

“Os médicos mais notáveis são os que


sabem incluir fé e esperança na receita de
seus clientes”.
O.S. Marden
https://blogs.jwatch.org/hiv-id-observations/index.php/delafloxacin-new-
quinolone-approved-skin-infections-thats-not-really-needed/2017/07/02/

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