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Trabalho
de
parasitologia,
microbiologia e imunologia

curso técnico de Enfermagem

instituição: centro de educação tecnológica


do amazonas (cetam)
prof.ª: enfª Maria de jesus Ferreira brito
aluna: etathia da silva alexandre
data: 10/07/2023

Pauini-am
2023
Doenças parasitaria

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Amebíase

A amebíase, também chamada de disenteria amébica, é uma infecção parasitária que


acomete o intestino grosso, causada pelo protozoário unicelular Entamoeba histolytica,
uma ameba. As amebas podem ser transmitidas de pessoa para pessoa ou através do
consumo de alimentos e água. Embora a maioria dos casos não provoque sintomas,
algumas pessoas podem ter diarreia, cólicas abdominais e perda de peso não
intencional.

Causas
Transmissão da amebíase

A amebíase ocorre a partir do contato com os ovos da ameba, principalmente


por meio da ingestão de água ou comida contaminadas. Esse parasita também
pode entrar no corpo por meio do contato direto com a matéria fecal.
A ameba libera cistos, que são uma forma relativamente inativa do parasita e
que podem viver por vários meses no ambiente em que foram depositados,
geralmente nas fezes, no solo e na água. Eles também podem ser transmitidos
por manipuladores de alimentos e por meio de relação sexual desprotegida.

Sintomas
Sintomas da amebíase

A amebíase não provoca sintomas em cerca de 90% dos casos. Quando eles
surgem, no entanto, costumam aparecer de sete a dez dias após a exposição
ao parasita. Os sintomas da amebíase incluem:
 Cólicas abdominais
 Evacuação de fezes pastosas com muco e sangue ocasional
 Fadiga
 Gases em excesso
 Dor retal durante evacuação (tenesmo)
 Perda de peso involuntária

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Embora não exista uma explicação concreta, a amebíase pode se tornar uma
doença mais agressiva numa minoria de pessoas, invadindo a parede do cólon
e provocando uma grave inflamação no intestino. O parasita também pode
atravessar a parede do cólon e cair na circulação sanguínea, onde pode se
alojar em órgãos como cérebro, fígado e pulmões.

Entre os sintomas mais graves da amebíase, podemos citar:


 Sensibilidade abdominal
 Evacuação de fezes líquidas, às vezes com sangue
 Evacuação de dez a 20 vezes por dia
 Abscesso hepático
 Febre alta
 Vômitos
 Diagnóstico
O diagnóstico da amebíase depende do tipo de infecção. A princípio, o médico
irá solicitar um exame de sangue e geralmente um exame parasitológico de
fezes (EPF), capaz de localizar os cistos e trofozoítos do protozoário
Caso a ameba esteja provocando outros casos, como o abscesso hepático,
exames como tomografia de abdome e biópsia podem ser solicitados. Exames
laboratoriais para verificar a função hepática podem ser solicitados em alguns
casos a fim de determinar se houve danos ao fígado.
Caso sim, será preciso verificar se o parasita não atingiu outros órgãos através
de exames de imagem, como ultrassonografias. Por fim, uma colonoscopia
poderá ser realizada para determinar se os parasitas invadiram o intestino ou o
tecido do cólon também.

Fatores de risco
A baixa imunidade é o principal fator de risco para a contaminação da
amebíase. Desse modo, excesso de estresse, má alimentação, alcoolismo e
cigarro são algumas das causas mais comuns que podem levar ao
enfraquecimento do sistema imunológico.
Outros fatores incluem:
 Câncer
 Desnutrição
 Idade infantil ou idade avançada
 Ingestão de alimentos crus ou mal-cozidos
 Gravidez
 Viagem recente a uma região que não dispõe de boas condições
sanitárias e de higiene

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 Má higienização das mãos


 Uso de corticoide para inibir o sistema imunológico
 Manter relações sexuais desprotegidas

Tratamento da amebíase
O tratamento para a amebíase deve ser realizado mesmo em pacientes assintomáticos em
função do potencial risco de complicações no futuro e da disseminação da ameba para outros
indivíduos da família. Normalmente, o tratamento em casos simples consiste na prescrição de
medicamentos antiparasitários, como o metronidazol, administrado por via oral.
O médico também pode prescrever medicamentos para controlar náuseas.
Em casos mais graves de amebíase, porém, em que a infecção causa
perfurações no cólon ou em tecidos peritoneais, pode ser necessária uma
intervenção cirúrgica.
Além do metronidazol, outros medicamentos que podem ser prescritos para o
tratamento de amebíase são:
 Annita
 Benzoilmetronidazol
 Doxiciclina
 Flagyl
 Flagyl Pediátrico
 Helmizol (comprimido)
 Helmizol (suspensão)
 Secnidazol
Somente um médico pode dizer qual o medicamento mais indicado para cada
caso, bem como a dosagem correta e a duração do tratamento. Outros
tratamentos podem ser indicados a depender do diagnóstico. Não se
automedique e não interrompa o uso do medicamento sem consultar um
especialista previamente.
Após o tratamento da amebíase, as fezes devem ser reexaminadas para se ter
certeza de que a infecção foi eliminada.

Tem cura?
A amebíase pode ser curada por meio do tratamento com medicações
antiparasitárias. No geral, o tratamento é bem-sucedido e a infecção dura cerca
de duas semanas, podendo retornar caso não tratada corretamente. É
importante manter hábitos de vida saudáveis, priorizando uma alimentação que
fortaleça o sistema imunológico e seguindo todas as recomendações médicas .

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Cuidados
É importante manter uma monitorização da função hepática durante o
tratamento, pois medicamentos antiparasitários, como o metronidazol, podem
ser tóxicos para o fígado — de modo que o consumo de bebidas alcoólicas
também é contraindicado. Por fim, é preciso checar interações
medicamentosas com remédios que o paciente já utiliza previamente .

Prevenção
Saneamento básico e condições adequadas de higiene são necessários para
evitar a amebíase. Outras medidas também podem ser adotadas como

 Lavar bem as mãos com água e sabão após usar o banheiro e antes de
manipular alimentos
 Lavar e bem frutas e verduras antes de comê-las
 Beber somente água filtrada
 Evitar e leite, queijo e outros produtos lácteos não pasteurizados
 Evitar e alimentos com origem desconhecida.
 Convivendo (Prognóstico)
Ter uma boa alimentação, evitando alimentos gordurosos e mantendo sempre
a comida bem higienizada é essencial durante e após o tratamento da
amebíase a fim de evitar pioras no quadro. A ingestão de líquidos também é
necessária para uma recuperação plena, pois a infecção pode causar a
desidratação

Complicações possíveis
Se não tratada, a amebíase pode causar complicações mais graves de saúde,
como o abscesso hepático. Em alguns casos, é necessário o tratamento
cirúrgico para a drenagem do abscesso. A disseminação do parasita para
outros órgãos

Ascaridíases

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A ascaridíase é a infecção do trato gastrointestinal pelo nematódeo Ascaris


lumbricoides, popularmente conhecido como lombriga. É uma das parasitoses
mais comuns, em especial em locais com saneamento básico inadequado.

Epidemiologia e fisiopatologia da ascaridíase


Em todo o mundo, o Ascaris lumbricoides pode ser encontrado, sendo que
mais de 1 bilhão de pessoas estão infectadas. A doença é mais comum em
crianças e adolescentes e a prevalência reduz ao longo da vida .
O verme adulto vive na luz do intestino delgado e as fêmeas colocam seus
ovos, que são eliminados pelas fezes. Após a ingestão de água ou alimentos
contaminados, os ovos eclodem liberando larvas que invadem a mucosa
intestinal.

Após essa etapa, as larvas atingem a circulação sanguínea e, ao chegar nos


pulmões, penetram os alvéolos, sobem para os brônquios até a faringe e são
engolidas. Quando chegam no intestino delgado, as larvas se desenvolvem em
vermes adultos, reiniciando o ciclo.
As larvas provocam dano tecidual tanto de maneira direta, quanto pela
resposta imunológica do hospedeiro. Ao passarem pelos alvéolos pulmonares,
podem ocorrer áreas de hemorragia, infiltrado inflamatório e edema.
Já os vermes adultos não invadem os tecidos e as alterações por eles
causadas são decorrentes da sua presença mecânica, da liberação de
antígenos e de sua capacidade de migração.

Manifestações clínicas da ascaridíase

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Geralmente, a fase da invasão larvária é assintomática, exceto na presença de


grande número de parasitas, quando pode haver hepatomegalia, durante o
trânsito na circulação portal.
Durante a passagem pulmonar, pode haver um quadro respiratório chamado de
síndrome de Loeffler, que abrange tosse, dispneia, sibilância e dor
retroesternal. Hospedeiros mais sensíveis podem manifestar asma e urticária.
Já durante a etapa de desenvolvimento das larvas e a presença dos vermes
adultos no intestino delgado, pode haver perda de apetite, dor abdominal,
cólicas, náuseas, vômitos e diarreia.
Em alguns casos mais graves, pode ocorrer redução da absorção de proteínas,
lactose e vitaminas, o que, a longo prazo pode levar à desnutrição e suas
consequências, como déficit cognitivo em crianças.
Quando há muitos parasitas adultos, pode haver oclusão ou suboclusão do
intestino, devido à compactação dos vermes. É possível que ocorra
intussuscepção intestinal e volvos.

Diagnóstico da ascaridíase
O diagnóstico da parasitose é feito com o achado de ovos em fezes. Como os
ovos são eliminados em grande quantidade, podem ser encontrados facilmente
por qualquer técnica, entretanto as de sedimentação, como a de Lutz, são mais
adequadas, devido ao seu peso.

Tratamento da ascaridíase
O tratamento com drogas que atuam nos processos metabólicos do parasita
pode levar a complicações decorrentes da movimentação dos vermes no tubo
digestório. Assim, albendazol e mebendazol não devem ser drogas de primeira
escolha, conforme Veronesi et al. Entretanto, essa é uma discussão na
literatura, visto que outros autores afirmam que essa medicação deveria ser
utilizada como primeira linha.
O fármaco de eleição para tratamento é o levamisol 80 mg em dose única para
crianças ou 150 mg para adultos, também em uma única tomada. Em caso de
oclusão ou suboclusão intestinal, dá-se preferência para piperazina 50 mg/kg
de peso com dose máxima de 3g, que deve ser administrada simultaneamente
com 50 ml de óleo mineral.
Após o tratamento, é necessário realizar o controle de cura, com três exames
parasitológicos de fezes, sendo o primeiro no 7º dia após a administração do
medicamento, o segundo, no 14º e o terceiro no 21º .

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Prevenção
A principal forma de prevenção da ascaridíase é atuar na interrupção do ciclo
de vida do parasita, com melhoria do saneamento básico, lavagem adequada
de alimentos, filtragem de água para consumo e tratamento dos indivíduos
infectados. s também pode gerar complicações mais graves.

Doença de Chagas

A doença de chagas é uma condição médica causada por um protozoário, o


Trypanossoma cruze. Essa condição também pode ser chamada de
tripanossomíase americana e é mais comum na América do Sul, América
Central e também no México. Ela é dividida em duas fases: a fase aguda e a
fase crônica.
O diagnóstico da doença de chagas é feito por meio do exame de sangue. Os
testes de doença de chagas são recomendados especialmente para os
pacientes que apresentam os sintomas da condição e que vivem nas regiões
onde essa doença é endêmica e comum, como a região Norte do País.

Quais são os sintomas da Doença de Chagas?


Na fase aguda da doença de chagas, o paciente pode apresentar poucos ou
nenhum sintoma da doença. Uma vez que esses sintomas sejam ignorados e a
doença siga sem tratamento, ela pode evoluir para a fase crônica, afetando o
coração e o sistema gastrointestinal.

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De modo geral, os sintomas da doença de chagas incluem:

 – Febre;
 – Mal-estar;
 – Inchaço localizado no local da picada do Barbeiro;
 – Inchaço em nos olhos;
 – Dor no corpo;
 – Dor de cabeça;
 – Cansaço e prostração;
 – Náusea e vômitos;
 – Diarreia;
 – Inflamação e dor nos gânglios;
 – Nódulos espalhados pelo corpo;
 – Vermelhidão pelo corpo;
 – Aumento do fígado e do baço e
 – Algumas complicações da doença de chagas incluem problemas
digestivos, meningite, problemas no coração, como a cardite chagásica,
e a constipação crônica.

Como é a transmissão da Doença de Chagas?


Muitas pessoas acreditam que a transmissão da doença de chagas se dá pela
picada do Barbeiro, um tipo de inseto que tem hábitos noturnos e costuma se
abrigar em frestas e pequenos buracos dentro das residências, além de poder
ser encontrado também em ninhos de pássaros, embaixo de pedras e em
cascas de árvores.
Na verdade, o protozoário que causa a doença é eliminado pelo Barbeiro em
suas fezes. Quando a pessoa que leva uma picada do inseto coça esse local,
pode levar as fezes eliminadas pelo inseto para a região da ferida. Assim, o
protozoário acaba entrando na corrente sanguínea da pessoa, causando a
doença de chagas.
O ciclo da doença de chagas acontece por meio do Barbeiro, que fica
contaminado com o protozoário ao picar algum animal que tenha a doença. Ele
é o único transmissor da doença de chagas para o ser humano.
Outras formas de transmissão da doença de chagas incluem a infecção de mãe
para filho, durante a gravidez, e a transmissão que acontece por meio do
compartilhamento de agulhas contaminadas.

Já foram registrados casos de doença de chagas transmitida pela via oral, em


pacientes que tomaram caldo de cana ou açaí que havia sido contaminado

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pelas fezes do Barbeiro. Isso é mais comum nas zonas onde a doença de
chagas é endêmica.

Como é o tratamento da Doença de Chagas?

A doença de chagas tem cura durante a fase aguda, quando o protozoário


ainda circula pelo sangue do indivíduo. São utilizados medicamentos que têm
como objetivo matá-lo e impedir sua reprodução, para que a doença possa
regredir.
O mesmo medicamento pode ser usado na fase crônica, mas com menos
chances de sucesso. De modo geral, quem tem doença de chagas crônica
precisa realizar um acompanhamento médico constante, para impedir que a
condição evolua ou traga novos sintomas para o paciente.

ESCABÍOSE

A escabiose é uma dermatozoonose contagiosa e comum, cujo agente


etiológico é o ácaro Sarcoptes scabiei var. homines. Popularmente também é
conhecida como sarna, embora o termo tenha caído em desuso dada sua
característica pejorativa.

Epidemiologia da Escabiose
A escabiose é uma doença disseminada no mundo, ocorrendo cerca de 300
milhões de casos por ano. Em países de primeiro mundo, ocorre
esporadicamente ou em epidemias com pacientes institucionalizados (como
hospitais, prisões, escolas), mas nos países em desenvolvimento a doença é
endêmica e a prevalência pode chegar a 29% da população em geral.

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A incidência dessa infestação aumenta muito no inverno, acometendo ambos


os sexos igualmente e sendo mais frequente em crianças. As diferenças
étnicas na epidemiologia da escabiose estão provavelmente relacionadas a
diferenças socioeconômicas e de comportamento, tendo como fatores de risco:
pobreza, mau estado nutricional, estados demenciais, desabrigo e
aglomeração populacional.

Fisiopatologia
Trata-se de uma infestação, causada por um artrópode comum, o ácaro
Sarcoptes scabiei var. Homines, que é parasita humano obrigatório (morre
entre 5 e 6 dias fora do hospedeiro). Apenas a fêmea tem capacidade de
parasitar o ser humano, uma vez que o macho morre após a cópula.

Após a fecundação, a fêmea escava pequenos túneis na camada córnea da


epiderme, local onde deposita seus ovos. Em duas semanas, novos ácaros
estarão prontos para seguir a infestação.
A principal via de transmissão é por contato pessoal, sendo mais comum
entre membros da mesma família ou que pessoas que residem em instituições
de longa permanência. A aquisição do parasita através de fômites (roupas,
toalhas ou lençóis) é pouco frequente, assim como pela via sexual .
Na primeira infestação, o período de incubação para início dos sintomas é de
2 a 6 semanas, quando o indivíduo se sensibiliza ao agente ou a seus produtos
(ovos, dejetos e secreção). Em uma segunda infestação, a sintomatologia se
inicia em 1 a 2 dias.
Os ácaros que infestam animais domésticos ou silvestres causando escabiose
também podem atingir o homem, mas causam apenas lesões papulosas com
prurido nas regiões de contato, sendo um quadro autolimitado, já que as
variantes animais não conseguem completar seu ciclo de vida tendo o ser
humano como hospedeiro.
A principal queixa do paciente com escabiose é o prurido. Este sintoma
resulta de uma reação de hipersensibilidade tardia tipo IV ao ácaro, sua saliva,
ovos ou fezes. O prurido acomete também áreas da pele sem lesões visíveis.

O quadro clínico se caracteriza pela tríade:


 Prurido intenso, predominantemente noturno;
 Distribuição típica das lesões
 Epidemiologia (casos familiares e/ou contactantes).

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 As lesões não são características, apresentando-se como pápulas


eritematosas, em geral escoriadas (pelo atrito da unha na pele
pruriginosa).
 A eczematização e a infecção secundária são comuns.
A lesão clássica é o “túnel eucariótico”, uma lesão linear, peculiar e em sulco
que representa o túnel escavado pela fêmea para depósito dos ovos. Este túnel
consiste em uma saliência linear, de menos de 1 cm, com uma vesícula ou
pápula em uma das extremidades, na qual se localiza a fêmea.
Muitas vezes a pápula ou vesícula é difícil de ser identificada, podendo se
confundir com as escoriações. Além disso, cabe ressaltar que a intensidade da
erupção cutânea não se correlaciona com o número de ácaros, mas sim, pela
resposta do imune do hospedeiro.
A distribuição das lesões é característica, comprometendo pregas axilares,
interdígitos das mãos e pés, cintura, nádegas, mamas, genitália masculina e
punho, principalmente. Em crianças, as lesões podem também se localizar no
couro cabeludo, na face, na área das fraldas, nas palmas e nas plantas, e se
apresentar como vesículas, pústulas e nódulos.

Escabiose norueguesa (ou crostosa)


É uma forma de escabiose em que o número de parasitas no hospedeiro pode
chegar a milhões, sendo, portanto, uma super-infestação muito contagiosa. Os
indivíduos que entram em contato com doentes que apresentam escabiose
crostosa desenvolvem a escabiose comum, mostrando que o aparecimento da
forma crostosa ocorre devido a uma deficiência imune do hospedeiro
(imunossupressão grave) e não pelo ácaro em si.
Clinicamente, as lesões são eritêmato-descamativas, de aspecto psoriasiforme,
com distribuição acral. O diagnóstico é muitas vezes difícil, pois eventualmente
se assemelha aos eczemas, psoríase ou eritrodermias. Em geral, acomete a
região subungueal com hiperqueratose intensa, levando a distrofia e
espessamento ungueal. O prurido varia de ausente a intenso.
Os exames laboratoriais podem evidenciar eosinofilia, aumento de IgE sérico e
o exame físico pode mostrar linfadenopatia generalizada. Os pacientes podem
apresentar bacteremias, inclusive fatais, como consequência de infecção
secundária da pele escoriada e fissurada .

Diagnóstico da Escabiose
O diagnóstico da escabiose é essencialmente clínico, sendo o prurido, as
características e distribuição das lesões dermatológicas e a epidemiologia
suficiente para fecharem o raciocínio.

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No entanto, pode ser realizado o raspado cutâneo (escarificação) de várias


lesões, de preferência da pápula ou vesícula de uma das extremidades do
túnel. O material obtido é colocado em lâmina e examinado ao microscópio
para confirmar a presença de ácaros, ovos ou suas fezes, todavia o resultado
do exame negativo não invalida o diagnóstico e deve ser repetido
principalmente nos casos atípicos ou com manifestação leve.
A biópsia com exame histopatológico não é necessária, pois, além de ser um
exame mais invasivo, somente confirma o diagnóstico quando o ácaro é
encontrado no local examinado e nem todas as lesões de pele têm o ácaro
presente.
Exames laboratoriais só devem ser solicitados diante de um paciente com
escabiose norueguesa, uma vez que a principal suspeita é de imunodeficiência
a esclarecer.
O diagnóstico diferencial compreende outras dermatoses que cursam com
prurido e lesões disseminadas, eczematizadas ou impetiginizadas, como:
dermatite atópica, estrófulo (prurigo agudo infantil), dermatite de contato,
piodermites, tinea corporis…

Tratamento da Escabiose
O tratamento deve ser iniciado com fármacos com propriedades
antiescabióticas e os contatos domiciliares também devem ser tratados,
mesmo se assintomáticos, pela possibilidade de serem carreadores
assintomático da infestação.

Orientações ao paciente:
A família deve ser informada sobre cuidados necessários para impedir o ciclo
de reprodução do ácaro e evitar reinfecções:
A roupa de cama e a roupa de uso pessoal devem ser constantemente
trocadas, principalmente no dia do tratamento e nos dias anteriores;
As roupas, após lavagem, devem ser expostas ao sol quente, complementando
com ferro de passar, para eliminar o parasita;
Os familiares (mesmo sem sintomas) devem ser tratados no mesmo dia que o
paciente.
As unhas devem ser mantidas curtas;
Tratamento de uso tópico:
A principal medicação é a Permetrina 5% (loção ou creme): deve ser aplicado
no corpo todo (em adultos, poupar a região cefálica; em crianças, incluir couro

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cabeludo) de 1 a 3 noites seguidas, lavando o corpo na manhã seguinte.


Repetir o esquema em 7 dias.

Antiescabióticos orais:
Como associação ao tratamento tópico, deve ser prescrito Ivermectina (6
mg/cp): 200 microgramas/kg/dia, VO, dose única. Repetir a dose em 7-14 dias.
Se o prurido for muito intenso, o médico pode associar um anti-histamínico,
como a Loratadina (10mg/cp), 01 comprimido, VO, uma vez ao dia.

Profilaxia:
A profilaxia é destinada aos contactantes domiciliares ou moradores de
instituições de longa permanência que não apresentam sintomas. O principal
medicamento é a Ivermectina (6 mg/cp) 200 microgramas/kg, VO, dose única.
IMPORTANTE: Todas as medicações para o tratamento de escabiose são
disponibilizadas pelo SUS, na rede de atenção básica, ou seja, sem custo
algum para o paciente!
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Esquistossomose

A esquistossomose é uma doença causada por vários parasitas. O


Schistosoma mansoni é um deles e, por isso, ela pode ser chamada também
de esquistossomose mansônica.
A esquistossomose trata-se, basicamente, de vermes que entram no
organismo e acabam por viver nos intestinos (esquistossomose intestinal) e

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nas vias urinárias (esquistossomose urogenital), onde se aproveitam dos


benefícios do corpo humano.
Outros parasitas do tipo Schistosoma também são capazes de causar
diferentes variedades da doença.
Essa condição pode ser chamada também de barriga d’água e de febre do
caramujo, já que o agente causador da esquistossomose, o parasita do tipo
Schistosoma, se aproveita também de um tipo de caramujo de água doce, que
serve de hospedeiro intermediário para suas larvas, permitindo que o parasita
se multiplique antes de contaminar águas e ir parar dentro do organismo do
homem.

Se a esquistossomose não for tratada, o paciente pode acabar desenvolvendo


certas doenças e condições crônicas, como a cirrose. Essa é uma condição
que tem o potencial de levar o paciente a óbito. De modo geral, a
esquistossomose é dividida em fase aguda e fase crônica.

Quais são os sintomas de esquistossomose?


A esquistossomose é geralmente assintomática, nos dois primeiros meses de
infecção. Depois, ela passa a se dividir em duas fases.
A fase aguda da esquistossomose apresenta sintomas que podem incluir:
 – Coceiras e alergias na pele;
 – Febre;
 – Dor no corpo;
 – Calafrios;
 – Falta de apetite;
 – Fadiga e prostração;
 – Emagrecimento;
 – Tosse;
 – Diarreias e
 – Náuseas e vômitos.

Na fase crônica, o paciente que possui esquistossomose pode apresentar


diarreia e prisão de ventre de forma alternada.
Conforme a esquistossomose crônica evolui, sintomas mais perigosos podem
surgir, como:
 – Aumento do fígado e do baço;
 – Cirrose;
 – Tonturas;
 – Coceira constante no ânus;
 – Impotência sexual;

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 – Emagrecimento;
 – Hipertensão pulmonar;
 – Hemorragias e
 – Abdômen distendido e inchaço, que são considerados a principal
característica da barriga d’água.

Como é a transmissão da esquistossomose?


A transmissão dessa doença é feita a partir do ciclo da esquistossomose.
Nela, um indivíduo que já possui a doença elimina alguns ovos do parasita em
suas fezes e em sua urina. Se essas fezes e urina forem parar em um
ambiente com água poluída e não-tratada, os ovos presentes nela podem
eclodir em larvas e se transportarem até alguns caramujos de água doce.
É dentro do caramujo de água doce que as larvas maturam e se multiplicam,
sendo eliminadas novamente nessa mesma água poluída, podendo sobreviver
por até 48 horas ali.
Se algum ser humano ingerir essa água, andar descalço nela, lavar suas
roupas, preparar seus alimentos ou nadar nela, as larvas podem se aproveitar
de pequenas fissuras em sua pele para infectá-lo, se abrigando em seus
intestinos e trato urinário e reiniciando o ciclo da esquistossomose .

Como é a prevenção da esquistossomose?


Não existe vacina para a esquistossomose, sendo que a principal forma de
prevenção da esquistossomose é por meio da boa manutenção do saneamento
básico, evitando-se ao máximo o contato com águas poluídas e que
apresentam a presença de caramujos.

Como é o tratamento da esquistossomose?


O tratamento da esquistossomose é feito por meio de medicamentos e drogas
que combatam a proliferação da droga, impedindo que o verme se alimente
dos insumos oferecidos pelo corpo e fazendo com que o número de parasitas
diminua progressivamente, até acabar de vez.
Casos mais graves de esquistossomose crônica podem necessitar de cirurgia e
de internação hospitalar.

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Giardíase

A giardíase é uma infecção intestinal causada por um parasita microscópico


que pode ser encontrado em qualquer parte do mundo, especialmente em
áreas com más condições de saneamento e água contaminada. A giardíase é
marcada por cólicas abdominais, flatulência, náuseas e episódios de diarreia
aquosa. Ela também pode ser transmitida através de alimentos e do contato
entre pessoas ou de pessoas com animais.
Os sintomas da contaminação por giardíase geralmente desaparecem ao fim
de algumas semanas, mas você pode ter problemas intestinais mesmo depois
dos parasitas deixarem o seu corpo. Vários medicamentos são eficazes contra
a giardíase, mas nem todo mundo responde a eles. A prevenção é a melhor
defesa.

Causas
A infecção acontece quando uma pessoa acidentalmente ingere os parasitas,
chamados giárdias, que se hospedam nos intestinos de pessoas e animais. A
transmissão da giardíase pode ocorrer por ingestão de água ou alimentos
contaminados ou pelo contato com fezes de pessoas e animais previamente
contaminados.
Antes dos parasitas serem eliminados nas fezes, eles envolvem-se em cascas
duras chamadas de cistos, o que lhes permite sobreviver fora dos intestinos
durante meses. Uma vez dentro do hospedeiro, os cistos se dissolvem e os
parasitas são liberados.

Engolir água contaminada

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A maneira mais comum de se infectar com giardíase é depois de engolir água


contaminada. Parasitas são encontrados em lagos, lagoas, rios e córregos,
bem como no abastecimento de água, poços, cisternas, piscinas e parques.
Águas subterrâneas e superficiais podem ser contaminadas a partir de fezes de
escoamento agrícola, de descarga de águas residuais ou de animais. Crianças
que usam fraldas e pessoas com diarreia podem acidentalmente contaminar
piscinas.
Higiene na cozinha: evite contaminações com nove cuidados
Ingestão de alimentos contaminados
A giardíase pode ser transmitida através de alimentos que foram manipulados
por pessoas contaminadas sem a devida higiene ou irrigados e lavados com
água contaminada. Cozinhar alimentos mata a giárdia e, por isso, a comida é
uma fonte menos comum de infecção do que a água.
Contato com fezes de pessoas e animais
Você pode contrair giardíase se suas mãos forem contaminadas com matéria
fecal - pais que trocam fraldas de uma criança e donos de animais domésticos
estão especialmente em risco. O parasita giárdia também pode se espalhar
através do sexo anal.

Sintomas
Os sintomas de giardíase geralmente duram de duas a quatro semanas, mas
em algumas pessoas podem permanecer por mais tempo.
Algumas pessoas com giardíase não desenvolvem sintomas, mas ainda
carregam o parasita e podem espalhar a doença por meio das fezes. Para
aqueles que ficam doentes, os sintomas geralmente aparecem uma a duas
semanas após a exposição e podem incluir:
 Diarreia aquosa, às vezes com mau cheiro, que podem se alternar com
fezes moles e gordurosas
 Fadiga ou mal-estar
 Cólicas abdominais e inchaço
 Arroto com um gosto ruim
 Náusea
 Perda de peso
 Diagnóstico
Durante o exame físico, o médico pode pedir para o paciente se deitar e
pressionar suavemente várias partes do abdômen. Ele também pode verificar a
boca e a pele para detectar sinais de desidratação. Por fim, pode ser pedida
uma amostra de fezes para que sejam feitos testes que confirmem a infecção.

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Fatores de risco
A giárdia é um parasita intestinal muito comum. Embora qualquer
pessoa esteja suscetível a uma contaminação, algumas pessoas estão
especialmente em risco

 Crianças
 Pessoas sem acesso à água potável
 Pessoas que vivem em locais sem saneamento básico
 Pessoas que praticam sexo anal
 Contato com cachorros e gatos não vacinados contra a giardíase

Tratamento
No tratamento para giardíase, o médico pode prescrever remédio para
giardíase, que mata o parasita. O tratamento também diminui as chances de
transmissão da giardíase para outras pessoas. Seguir as orientações médicas
é importante para que a infecção não volte.

Em casos de diarreia, é importante comer comidas leves até que o paciente se


sinta bem. Também é importante se hidratar, principalmente no caso das
crianças, que sofrem desidratação com mais facilidade.

Como tratar uma intoxicação alimentar


Algumas pessoas com giardíase têm dificuldade temporária para digerir leite e
produtos lácteos. Isso é chamado de deficiência em lactase. Se você ou seu
filho tem esse problema, evite estes alimentos durante pelo menos um mês.
Em seguida, adicione-os lentamente de volta nas refeições diárias.

Medicamentos
Os medicamentos mais usados para o tratamento de giardíase são:
 Albentel
 Annita
 Benzoilmetronidazol
 Flagyl
 Flagyl Pediátrico
 Helmizol
 Metronidazol
 Secnidazol

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Somente um médico pode dizer qual o medicamento mais indicado para o seu
caso, bem como a dosagem correta e a duração do tratamento. Siga sempre à
risca as orientações do seu médico e NUNCA se automedique
Não interrompa o uso do medicamento sem consultar um médico antes e, se
tomá-lo mais de uma vez ou em quantidades muito maiores do que a prescrita,
siga as instruções na bula.

Prevenção
Há diferentes formas de prevenção da giardíase. Confira as principais a seguir:
Lave bem as mãos, principalmente antes de manusear alimentos e depois de
ter contato com fezes de crianças e animais
Consuma sempre água potável ou purifique a água, fervendo por 10 minutos à
70ºC
Evite engolir água ao nadar em piscinas compartilhadas, lagos e riachos
Vacine anualmente animais domésticos contra a giárdia
Aprenda a lavar bem as mãos com sete cuidados
Complicações possíveis
A giardíase quase nunca é fatal nos países considerados desenvolvidos, mas
pode causar sintomas persistentes e graves complicações, especialmente em
lactentes e crianças. As complicações mais comuns incluem:

Desidratação
 Falha de crescimento
 Intolerância à lactose

Malária

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A malária é uma doença causada pelo parasita Plasmodium, que causa


sintomas como febre, suores, calafrios, náuseas, vômitos, dor de cabeça e
fraqueza, e que é transmitido para as pessoas por meio da picada da fêmea

infectada do mosquito Anopheles.

Por ser transmitida pela picada do mosquito, a melhor forma de prevenção da


malária consiste em evitar ser picado, através de medidas como o uso de

repelente, colocação de proteções nas janelas ou uso de roupas de manga


comprida, por exemplo.

A malária tem cura, mas é importante que o tratamento seja iniciado


rapidamente, pois em muitos casos a doença pode se tornar grave, havendo
anemia, diminuição das plaquetas, insuficiência renal ou, até o
comprometimento do cérebro, em que as chances de complicações e de morte
são maiores.

Principais sintomas
Os principais sintomas da malária são:
 Febre alta, que pode surgir e desaparecer em ciclos;
 Suores e calafrios;
 Dor de cabeça forte;
 Náuseas e vômitos;
 Dor muscular em todo o corpo;
 Fraqueza e cansaço constante;
 Tosse e dificuldade para respirar.
De forma geral, os sintomas da malária surgem entre 8 a 14 dias após a
transmissão do parasita, porém em alguns casos podem demorar até 30 dias

para aparecer, dependendo da taxa de multiplicação do protozoário da malária


e do sistema imunológico da pessoa.
A maioria destes sintomas são comuns a outras doenças e, por isso, a melhor
forma de confirmar a infecção por malária é ir ao médico, especialmente se se
tiver estado num lugar com surto de malária ou onde a malária é frequente,

como acontece na região Amazônica ou na África, por exemplo.

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Como acontece a transmissão


A transmissão da malária acontece apenas através da picada da fêmea do

mosquito Anopheles infectado, que adquiriu o parasita ao picar outra pessoa

infectada pela doença. Isso significa que a malária não é contagiosa, ou seja,

não é transmitida de uma pessoa para outra, exceto em casos muito raros de

compartilhamento de seringas ou agulhas infectadas, transfusões mal


controladas e/ ou parto.
Geralmente, o mosquito pica as pessoas durante o entardecer ou anoitecer. Os
locais de maior risco de contaminação são América do Sul, América Central,
África e parte da Ásia, principalmente em locais com água limpa com pouca
corrente, umidade e com temperatura entre 20º e 30ºC. No Brasil os estados
mais afetados pela malária são Amazonas, Roraima, Acre, Tocantins, Pará,
Amapá, Mato Grosso, Maranhão e Rondônia.

Ciclo de infecção da malária

O ciclo do parasita Plasmodium no corpo humano acontece da seguinte forma:

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A picada da fêmea do mosquito Anopheles transmite, através da sua saliva, os


Plasmodium para a corrente sanguínea da pessoa, na sua fase de Esporozoíto;
Os esporozoítos vão até o fígado, onde amadurecem e se multiplicam, por
cerca de 15 dias, dando origem à forma de Merozoítos;
Os Merozoítos rompem as células do fígado e atingem a corrente sanguínea,
passando a invadir os glóbulos vermelhos do sangue;
Dentro das células sanguíneas infectadas, que são chamadas de Esquizontes,
os parasitas se multiplicam e rompem esta célula, e passam a invadir outras,
em um ciclo que dura de 48 a 72 horas.
Dentro de cada esquizonte, o ciclo é variável de acordo com a espécie do
Plasmodium, sendo de 48 horas para as espécies P. falciparum, P. vivax, e P.
ovale e de 72 h para P. malária. Durante o período em que as hemácias são
rompidas e os esquizontes passam a ficar livres no sangue, os sintomas
podem se acentuar, principalmente a febre e os calafrios.

Como confirmar o diagnóstico


O diagnóstico da malária é feito pela análise microscópica do exame de
sangue, também conhecido como gota espessa. Este teste deve estar
disponível no posto de saúde ou hospital, principalmente em áreas mais
afetadas pela malária, e é feito sempre que surgem sintomas indicativos da
infecção.
Além disso, novos testes imunológicos têm sido desenvolvidos para facilitar e
agilizar a confirmação da malária. Se o resultado indicar que realmente é
malária o médico pode, ainda, pedir outros exames para monitorizar e avaliar
possíveis complicações, como hemograma, exame de urina e raio X de tórax.

Como é feito o tratamento


O tratamento da malária é feito com medicamentos antimaláricos, como
Cloroquina, Primaquina, Artemeter e Lumefantrina ou Artesunato e Mefloquina
por exemplo, que atuam destruindo o Plasmodium e impedindo a sua
transmissão.
Os medicamentos escolhidos, as doses e a duração são indicadas pelo médico
de acordo com a idade, gravidade da doença e análise das condições de
saúde. Crianças, bebês e grávidas precisam de um tratamento especial, com
Quinina ou Clindamicina, sempre de acordo com as recomendações médicas
e, geralmente, é indicado o internamento hospitalar.

Recomenda-se ainda:

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Alimentar-se normalmente, porém evitar o consumo alimentos gordurosos e


aumentar o consumo de proteínas;
Não consumir bebidas alcoólicas;
Não parar o tratamento mesmo se os sintomas desaparecerem, devido ao risco
de recidiva e complicações da doença;
Beber bastante líquidos durante o dia.
O tratamento da malária deve ser iniciado o mais rápido possível, pois pode
evoluir de forma grave e, sem o adequado tratamento, pode levar à morte.
Saiba mais sobre como é feito o tratamento para se recuperar mais rápido.

Possíveis complicações
As complicações da malária geralmente acontecem quando a doença não é

tratada adequadamente ou quando a pessoa tem um sistema imune mais


enfraquecido, e podem incluir:

1. Edema pulmonar
Acontece quando existe um acúmulo excessivo de líquido nos pulmões e é
mais comum de acontecer em gestantes, sendo caracterizado por respiração
mais rápida e profunda, e febre alta, podendo resultar na Síndrome da angústia
respiratória do adulto.

2. Icterícia
Surge devido à destruição excessiva dos glóbulos vermelhos e às lesões no
fígado causados pelo parasita da malária, resultando no aumento da
concentração de bilirrubina na corrente sanguínea, o que resulta na coloração
amarelada da pele, conhecida como icterícia.
Além disso, quando a icterícia é grave, também pode causar alteração da cor
da parte branca dos olhos. Saiba mais sobre a icterícia e como é feito o
tratamento nestes casos.

3. Hipoglicemia
Devido ao excesso de parasitas no organismo, a glicose disponível no corpo é
consumida mais rapidamente, resultando em hipoglicemia. Alguns sintomas
que podem indicar a diminuição do açúcar no sangue incluem tonturas,
palpitações, tremores e até perda de consciência.

4. Anemia

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Quando está na corrente sanguínea, o parasita da malária consegue destruir


os glóbulos vermelhos, impedindo que funcionem corretamente e transportem
sangue para todos os locais do corpo. Assim, é possível que a pessoa com
malária desenvolva anemia, com sintomas como fraqueza excessiva, pele
pálida, dor de cabeça constante e até sensação de falta de ar, por exemplo.
Veja o que comer para evitar ou tratar uma anemia, especialmente se já está
fazendo o tratamento da malária.

5. Malária cerebral
Em casos mais raros, o parasita pode se espalhar pelo sangue e chegar no

cérebro, causando sintomas como dor de cabeça muito intensa, febre acima

de 40ºC, vômitos, sonolência, delírios e confusão mental.

Como se proteger
A prevenção da malária pode ser feita através de:
Uso de roupas de cor clara e de tecido fino, com mangas compridas e calças
compridas;
Evitar as áreas mais propensas à contaminação da doença, principalmente
durante o entardecer ou amanhecer;
Usar repelente à base de DEET (N-N-dietilmetatoluamida), respeitando as
orientações do fabricante quanto à reposição do repelente;
Colocar telas de proteção contra mosquitos em janelas e portas;
Evitar lagos, lagoas e rios ao final da tarde e à noite.
Quem vai viajar para um local onde há casos de malária pode receber um
tratamento de prevenção, chamado de quimioprofilaxia, com os remédios
antimaláricos, como Doxiciclina, Mefloquina ou Cloroquina.

Pediculose

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Pediculose da cabeça é a infestação dos cabelos pelo parasita Pedículos


humanos. Os piolhos são insetos pequenos, sem asas, que se alimentam de
sangue. A transmissão ocorre pelo contato direto ou pelo uso de bonés,
chapéus, escovas de cabelo, pentes ou roupas de pessoas contaminadas.

Sintomas:
 – Intensa coceira no couro cabeludo, principalmente na parte de trás da
cabeça, podendo chegar ao pescoço e tronco; também podem surgir
pontos avermelhados como picadas de mosquito;
 – Presença do parasita (piolho) e de seus ovos (lêndeas), que aparecem
como pequenos pontos esbranquiçados grudados aos fios de cabelo.

Tratamento:
 – Lavagem dos cabelos com shampoos e aplicação de loções
específicos para pediculose. Em alguns casos pode ser necessária a
medicação oral, prescrita por médico dermatologista;
 – Remoção total dos piolhos e lêndeas com pente fino ou manualmente,
um por um, pois os medicamentos não matam os ovos do parasita.
É importante que todos que convivam com a pessoa acometida pela
pediculose sejam examinados e se necessário tratados, para evitar a
reinfestação. O corte dos cabelos não é necessário!

Prevenção:
Para prevenir a pediculose, o ideal é evitar o compartilhamento de roupas,
toalhas, acessórios de cabelo e outros objetos de uso pessoal, bem como
evitar o contato direto com pessoas infectadas pelo parasita.
As crianças são com frequência as mais infectadas principalmente na escola.
Recomenda-se que sejam sempre examinadas e que passem o pente fino para
evitar que a infestação se propague; as que usam cabelos compridos devem
prendê-los para ir à escola.
É fundamental que a escola seja comunicada sempre que alguma criança
apresentar o problema. Dessa forma, todos podem ser tratados ao mesmo
tempo e o ciclo de recontaminação será interrompido.

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Toxoplasmose

A toxoplasmose é uma doença causada por um parasita, o protozoário


Toxoplasma gondii, bastante comum em países tropicais e de clima quente. De
modo geral, essa é uma doença de caráter infeccioso.
A toxoplasmose pode ser adquirida por meio de contato via oral com os
parasitas, ou congênita, quando o bebê é contaminado por meio da placenta da
mãe durante a gravidez.

Quais são os sintomas da toxoplasmose?


Os indivíduos com sistema imunológico fortalecido podem não apresentar
sintomas da toxoplasmose. Para essas pessoas, a toxoplasmose também pode
parecer similar a uma leve gripe, apresentando febre, cansaço, dores de
cabeça e no corpo, além dos linfonodos levemente inflamados.
Já os pacientes com sistema imunológico debilitado apresentam sintomas de
toxoplasmose, como:
 Dor de cabeça e garganta;
 Manchas avermelhadas espalhadas pelo corpo;
 Febre;
 Confusão mental;
 Perda da coordenação motora;
 Aumento do fígado e do baço;
 Aumento dos linfonodos;
 Convulsões;
 Problemas de audição e
 Problemas na retina.
Essa doença precisa ser tratada porque pode acabar por infectar outros órgãos
do corpo humano.

Quais são os tipos de toxoplasmose?

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De acordo com os sintomas que o paciente apresenta, a toxoplasmose pode


ser dividida em diferentes tipos, sendo eles:
Toxoplasmose adquirida: Quando uma pessoa é infectada com o parasita
Toxoplasma gondii após o nascimento. Essa infecção pode ser adquirida
por meio da ingestão de alimentos ou água contaminados com fezes de gatos
infectados com o parasita, ou pela ingestão de carne crua ou mal-cozida de
animais infectados.
Toxoplasmose congênita: Quando o feto é infectado durante a gravidez,
quando a mãe é infectada pelo parasita durante a gestação. Isso pode levar a
graves problemas de saúde no recém-nascido, incluindo malformações
congênitas, cegueira, deficiências neurológicas e até mesmo morte.
Toxoplasmose ocular: É uma complicação da toxoplasmose adquirida que
pode afetar os olhos. A toxoplasmose ocular é causada pela presença do
parasita no olho e pode levar a inflamações e lesões que podem afetar a visão.

Como é a transmissão da toxoplasmose?


A toxoplasmose não é contagiosa, assim, se um indivíduo a possui, ele não a
passará diretamente para outra pessoa.
De modo geral, pode-se contrair a toxoplasmose por via oral, por meio da:
Ingestão de carne crua ou mal-passada (especialmente de porco e de cordeiro)
com cistos da doença;
Ingestão de água contaminada com o parasita e
Consumo de alimentos mal lavados ou mal cozidos que possuem os ovócitos
do Toxoplasma gondii.
Por muitos anos, os gatos e felinos foram apontados como os culpados pela
transmissão da doença, porque o ciclo da toxoplasmose é capaz de se
completar dentro de seus organismos.
No entanto, vale ressaltar que o perigo de contrair a toxoplasmose não é válido
apenas para o contato com gatos, mas sim para o contato com as fezes
contaminadas de felinos que, porventura, estejam naquele momento passando
pela fase aguda da infecção pela toxoplasmose.
Manter o gato doméstico dentro de casa e não o alimentar com carne crua são
formas de evitar a proliferação da toxoplasmose, assim como manter uma boa
higiene durante a gravidez.
Qual médico é responsável por realizar o diagnóstico e indicar o tratamento da
toxoplasmose?

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O tratamento da toxoplasmose pode ser realizado por médicos infectologistas,


oftalmologistas, ginecologistas, pediatras e clínicos gerais, dependendo do
caso e dos sintomas apresentados pelo paciente. É importante buscar
atendimento médico especializado assim que surgirem os sintomas.

Como é feito o diagnóstico da toxoplasmose?


Uma vez que os sintomas apresentados, o paciente pode realizar o exame com
o reagente IgG, que ajuda a identificar a toxoplasmose por meio dos anticorpos
presentes na corrente sanguínea.

Como é o tratamento da toxoplasmose?


O tratamento da toxoplasmose é feito por meio de medicamentos diversos,
sendo eles:
Antibióticos: o medicamento mais comum usado para tratar a toxoplasmose é a
sulfa diazina, geralmente combinada com a pirimetamina. A dose e duração do
tratamento dependerá da gravidade da infecção.
Anti-inflamatórios: se a toxoplasmose afetar a retina, pode ser necessário o uso
de medicamentos anti-inflamatórios para reduzir a inflamação.
Corticosteroides: em casos mais graves, pode ser necessário o uso de
corticosteroides para reduzir a inflamação e aliviar os sintomas.
Tratamento para pacientes com sistema imunológico enfraquecido: em
pacientes com sistema imunológico enfraquecido, como aqueles com HIV,
pode ser necessário um tratamento mais agressivo com medicamentos mais
potentes e por um período mais longo.
Tratamento para toxoplasmose ocular: se a toxoplasmose afetar os olhos, o
tratamento pode incluir a administração de corticosteroides e antibióticos
diretamente no olho afetado. Em casos graves, a cirurgia pode ser necessária.
É importante lembrar que o tratamento deve ser prescrito e acompanhado por
um médico especialista em doenças infecciosas ou em oftalmologia,
dependendo da manifestação clínica da toxoplasmose.

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