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Estágio Supervisionado em Saúde da Mulher

Hospital Municipal do Tatuapé

Gisele Oliveira Modesto


RA: 7424674

Preceptora: Enfª Maria José T. de Souza

Infecção por Streptococcus na Gestação:

A infecção por Streptococcus agalactiae ou Estreptococos do grupo B (EGB) é


considerada importante problema na saúde pública, pois está associada à sepse neonatal,
meningite, pneumonia, óbito neonatal, endometrite e outras infecções perinatais. Trata-
se de um dos mais importantes agentes ocasionais de infecções neonatais graves, por
tratar-se de um coco Gram-positivo, são imóveis e não esporulados. Considerando-se o
metabolismo energético, são classificados como anaeróbios facultativos, obtendo
energia para a síntese de material celular através da fermentação dos carboidratos.
(GALLO et al., 2015). Bactéria extremamente comum, que costuma ser colonizada nas
regiões vaginal, intestinal e retal das mulheres. Esta bactéria não acomete pessoas
sadias, porém, pode causar doença grave em bebês e pessoas com sistema imunológico
comprometido, incluindo nestes grupos pacientes com diabetes, câncer e problemas do
fígado também podendo causar complicações em mulheres grávidas. A maioria das
mulheres colonizadas por Streptococcus agalactiae, foram por seu próprio intestino ou
da região retal. Nos recém-nascidos, a infecção pelo Streptococcus agalactiae pode
ocorrer ainda dentro do útero, por meio do líquido amniótico, conhecido popularmente
como bolsa d’água, ou somente na hora do parto, durante o nascimento do bebê, por via
vaginal, sendo esta a mais comum. O Streptococcus agalactiae é diferente das outras
espécies de Estreptococos que habitualmente provocam doenças, como pneumonia,
meningite, amigdalite, escarlatina, impetigo.

Quando realizar o teste de sífilis no pré-natal?

Entre a trigésima quinta e trigésima sétima semana de gestação é aconselhável fazerem


o exame de cultura para Streptococcus grupo B, que consiste na coleta de material da
vaginal e anal para pesquisar a presença do Streptococcus agalactiae.
Se o exame for positivo, a mãe está colonizada. Estar contaminada não significa a priori
nenhum risco para a mãe nem tampouco para o bebê, desde que seja seguido o
protocolo de antibioticoterapia durante o parto para impedir a transmissão da bactéria
para o feto.

Estudo foi baseado em protocolos pré-estabelecidos pelo Ministério da Saúde,


diagnósticos identificados através do uso da NANDA, 11º ed. 2020.

Estudo de caso:

P.M.A, 32 anos, casada, branca, católica, fisioterapeuta, primeira gestação de


aproximadamente 36ª semana, já em acompanhamento de pré-natal, não fumante, relata
irritabilidade, cansaço físico, sonolência, nega alergias, e outros sintomas.
Ao exame físico: Orientada em tempo e espaço, contactuante, afebril. Couro cabeludo
sem sujidade. Pele lisa hidratada. Olhos de aspecto simétricos, límpidos e brilhantes;
pálpebras com oclusão completa; conjuntiva palpebral rósea e bulbar transparente;
esclerótica branca e limpa; pupilas isocóricas, redondas e reativas à luz. Mucosa nasal
sem secreção; Pavilhão auricular sem sujidade; Lábios íntegros e mucosa oral úmida,
língua rosada; dentes de coloração amarelada, sem implantes; Garganta com presença
das amígdalas íntegras, sem sinal de infecção; Região cervical anterior e posterior sem
presença de linfonodos e indolor; Expansibilidade torácica normal; Mamas simétricas,
indolores, sem presença de secreção e nódulos palpáveis, ausência de fissuras;
Expansibilidade torácica simétrica e preservada; Ausculta cardíaca com presença de
BRNF em 2T. Ausculta pulmonar com presença de murmúrios vesiculares, sem ruídos
adventícios. Abdome gravídico, simétrico, pele íntegra, presença de estrias, cicatriz
umbilical presente, centralizado e sem sujidade. Presença de ruídos hidroaéreos timbre
audível. Altura uterina de 33 cm. Genitália sem presença de lesões e amenorreia. MMII
e MMSS sem presença de manchas, pruridos, Edema presente somente no tornozelo,
sem alteração de pressão Arterial ou aumento de peso súbito ++. PA: 130 x 80 mmHg;
FC: 80 bpm; FR: 16 irpm; T: 36°C; Peso: 78 kg; Altura: 1,70.

Diagnóstico de Enfermagem:

 Risco para infecção por Streptococcus agalactiae;


 Risco para parto pré-maturo;
 Risco para transmissão vertical no parto;
 Risco de aspiração fetal do líquido amniótico infectado e pode iniciar-se no
trabalho de parto ou após ruptura prematura das membranas;
 Risco de sepse neonatal;

Prescrição de Enfermagem:

 Solicitar exames compatíveis com o 3º trimestre de gestação que inclui:


 Hemograma; Urina tipo 1; Urocultura com ATB; Glicemia de jejum; Anti-HIV
(ou teste rápido); VDRL (ou teste rápido); HBSAg (ou teste rápido); repita o
exame de toxoplasmose se o IgG não for reagente.
 Pesquisa de Streptococcus beta hemolítico do grupo B (cultura bacteriana).

Tratamento
 Para prevenir a infecção neonatal por EGB, o método de escolha é a
antibioticoprofilaxia intraparto, iniciando-se 4 horas antes e mantida após o
nascimento com uso de Penicilina ou ampicilina;
 Penicilina G 5 milhões UI endovenosa como dose de ataque, seguida de
2.500.000 UI endovenosa de 4 em 4 horas.
 Ampicilina na dose de 2,0 gramas endovenoso como dose de ataque seguida de
1,0 grama endovenoso a cada 4 horas

Evolução

 Gestante no terceiro semestre de gestação (36 semanas);


 Em uso de Penicilina G 5 milhões UI endovenosa como dose de ataque, seguida
de 2.500.000 UI endovenosa de 4 em 4 horas antes do parto;
 Presença de contração uterina regulares indicativo de trabalho de parto.

Considerações Finais: No caso de pacientes alérgicas a penicilina deve-se usar


eritromicina ou clindamicina, dependendo da sensibilidade do EGB na cultura, pois a
relatos de resistência desta bactéria a estes antimicrobianos. O uso de vancomicina está
reservado as pacientes alérgicas à penicilina e cuja cultura mostrou resistência a
eritromicina e a clindamicina.

Referências Bibliográficas:

A importância do diagnóstico em gestantes colonizadas pelo Streptococcus do grupo beta.

http://www.ciencianews.com.br/arquivos/ACET/IMAGENS/Noticias_ACET/
noticia2_neonatos_e_infeccoes_por_estreptococos.pdf

PMSP - Prevenção da infecção neonatal pelo Streptococcus agalactiae

https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/saude/arquivos/mulher/
Prot_estreptococo_B.pdf

Caderno de Atenção Básica Pré-Natal

https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/atencao_pre_natal_baixo_risco.pdf

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