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NEONATOLOGIA

INFECÇÃO NEONATAL PELO


ESTREPTOCOCO DO GRUPO B
Rotinas Assistenciais da Maternidade-Escola
da Universidade Federal do Rio de Janeiro

O estreptococo do grupo B (GBS) ou estreptococo agalactiae é o principal agente causador de


sepse precoce em recém-nascidos.
 A infecção ocorre no momento do parto, por via ascendente, da vagina de mães colonizadas. O
reservatório primário é o trato gastrointestinal e geniturinário. A colonização pode ser transitória,
intermitente ou persistente.
 É preconizada coleta de cultura vaginal-retal de todas as gestantes entre 35 e 37 semanas de gestação
para a detecção de colonização, e identificação das gestantes que devem receber profilaxia antibiótica
intraparto.
 A infecção neonatal por GBS pode ser precoce ou tardia. A forma precoce é a mais frequente, ocorre nos
primeiros 7 dias de vida. As manifestações clínicas são desconforto respiratório, apnéia, sinais de sepse
que se iniciam nas primeiras 24 horas de vida e podem evoluir para óbito em 48 horas.
 A forma tardia acomete RN de 7 a 12 semanas de idade. A transmissão pode ser horizontal, nosocomial e
raramente vertical. As manifestações clínicas mais comuns são meningite, bacteremia sem foco aparente,
artrite séptica, onfalite e osteomielite.

ESTRATÉGIAS PARA A PREVENÇÃO DA DOENÇA PERINATAL PELO GBS


Imunização
Estratégia promissora, ainda em pesquisa, com vantagem de prevenir forma precoce e tardia da doença.

Antibioticoprofilaxia intraparto – Estratégia mais efetiva na prevenção de infecção precoce pelo GBS - Ver
capítulo Assistência ao Parto

MANEJO DO RECÉM-NASCIDO
 Recém-nascidos com sinais de sepse - Avaliação diagnóstica completa (hemograma completo,
hemocultura, PCR, RX de tórax e punção lombar) e iniciar antibioticoterapia específica com ampicilina e
aminoglicosídeo.
 Recém-nascido assintomático e mãe com suspeita de corioamnionite - Colher avaliação diagnóstica
limitada (hemocultura, hemograma completo e PCR) e iniciar antibioticoterapia empírica até o resultado
da cultura.
 Recém-nascido assintomático, mãe sem corioamnionite e sem indicação de profilaxia intraparto –
Cuidados de rotina.
 Recém-nascido assintomático e mãe com profilaxia antibiótica adequada intraparto – Observação por 48
horas. Nenhuma avaliação diagnóstica é recomendada.
 Recém-nascido assintomático, com IG ≥ 37 semanas e tempo de amniorrexe < 18 horas, e mãe com
antibioticoprofilaxia inadequada – Observação por 48 horas. Nenhuma avaliação diagnóstica é
recomendada.
 Recém-nascido assintomático, IG < 37 semanas ou tempo de amniorrexe ≥ 18 horas e mãe com
antibioticoprofilaxia inadequada – Colher avaliação diagnóstica limitada (hemocultura, hemograma
completo e PCR) e observar por 48 horas.
LEITURA SUGERIDA
- AMERICAN COLLEGE OF OBSTETRICIANS AND GYNECOLOGISTS. ACOG Committee Opinion, n.485.
Prevention of early-onset group B streptococcal disease in newborns. Obstet. Gynecol., v.117, n.4,
p.1019-1027, 2011.
- COSTA, H.P.F. Prevenção da doença perinatal pelo estreptococo do grupo B. 2010. Disponível em: <
http://www.abenfomg.com.br/site/arquivos/outros/manuais/28_PREVENCAO_DOENCA_PERINATAL_EG
B-SBP_set2010.pdf>. Acesso em: 12 mar. 2013.
- SCHRAG, S.J.; WHITNEY, C.G.; SCHUCHAT, A. Neonatal group B streptococcal disease: how infection
control teams can contribute to prevention efforts. Infect. Control. Hosp. Epidemiol., v.21, n.7, p. 473-
483, 2000.
- VERANI, J.R., et al. Prevention of perinatal group B streptococcal disease – revised guidelines from CDC,
2010. MMWR Recomm. Rep., v.59, n.RR-10, p.1-36, 2010.
- VERANI, J.R.; SCHRAG, S. Group B streptococcal disease in infants: progress in prevention and continued
challenges. Clin. Perinatol., v.37, n.2, p.375-392, 2010.

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