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SECRETARIA DE ESTADO DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO MATO GROSSO


CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE CÁCERES
FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
CURSO DE MEDICINA

INFECÇÕES NA
GESTAÇÃO
Saúde da Mulher I - Docente: Dra. Cássia Dalbem

Discente: Cecília Nobre e Daniele Pereira


TOXOPLASMOSE
Introdução
Agente etiológico: Toxoplasma gondii

Transmissão vertical: Ocorre em gestantes agudamente infectadas. A taxa de


transmissão é inversamente proporcional à idade gestacional, sendo de apenas
10% no 1º trimestre. Porém a infecção fetal no 1° trimestre pode causar graves
alterações fetais, óbito intra-útero e aborto.
Diagnóstico

Solicitar IgM e IgG no 1° trimestre:


- IgG + IgM - gestante imune
- IgG - IgM - gestante suscetível → repetir sorologias trimestralmente
- IgG - IgM + → infecção aguda ou falso positivo?
- IgG + IgM + → infecção aguda ou crônica?
Diagnóstico

Achados sugestivos de toxoplasmose em US:


- Hidrocefalia
- Calcificações cerebrais ou ventriculomegalia cerebral
- Ascite
- Alterações da ecotextura hepática e esplênica
Diagnóstico
Tratamento
Toxoplasmose fetal
Toxoplasmose sem evidência
de infecção fetal Alternar os esquemas a cada 3
semanas
Espiramicina 500mg: 2
comprimidos de 8 em 8 horas Esquema 1: Espiramicina 500mg: 2
(3g/dia). comprimidos de 8 em 8 horas (3g/dia).

Esquema 2: Pirimetamina (25mg) – 1


comprimido de 25mg de 12 em 12
horas + Ácido folínico (15 mg) – 1
comprimido de 15 mg ao dia +
Sulfadiazina (500 mg) – 2 comprimidos
de 500mg de 8 em 8 horas.
Tratamento

- Será obtida a melhor eficácia do esquema tríplice se iniciado entre a terceira e


oitava semanas após a infecção materna aguda ou diagnóstico de soroconversão.

- O tratamento materno diminui a gravidade das lesões neurológicas graves nos


fetos, mas não está associado a redução de surgimento das calcificações
intracranianas e coriorretinite na infância;
RUBÉOLA
Introdução
Agente etiológico: vírus da Rubéola, pertencente a família Togaviridae

Transmissão vertical: transplacentária. A taxa de acometimento fetal decai


progressivamente ao longo das semanas de gestação. Estima-se um acometimento
de 80% a 90% quando a infecção materna ocorre no 1º mês de gestação. No
quarto mês os riscos não chegam a 10%. Infecções maternas que ocorrem após
esse período não conferem risco para o feto ou para o recém-nascido.
- 99,99%
Desde a introdução da vacina contra a rubéola na região das Américas, um progresso importante ocorreu na
eliminação da Síndrome da Rubéola Congênita, com redução de 99,99% de casos confirmados entre 1998 e 2013.
Quadro clínico : Síndrome da rubéola congênita
- 50% a 70% dos recém-nascidos com a infecção congênita podem ser
assintomáticos ao nascimento;
- CIUR ;
- Alterações cardíacas: ducto arterioso persistente, defeitos do septo
interatrial ou interventricular, estenose da artéria pulmonar;
- Microcefalia, hipoacusia neurossensorial, catarata congênita, microftalmia
e retinopatia;
- Hepatoesplenomegalia, meningoencefalite, trombocitopenia e
radioluscência óssea.
Diagnóstico

Solicitar IgM e IgG para rubéola no 1º trimestre


- Viragem sorológica (IgM rubéola-específico) confirma o diagnóstico de
infecção aguda
Diagnóstico

Diante de suspeita clínica ou laboratorial de infecção materna aguda deve-se


pesquisar comprometimento fetal. Para isso pode-se fazer uso dos seguintes
exames:
- PCR em líquido amniótico ou biópsia de vilos coriônicos
- Pesquisa de sinais da síndrome da rubéola congênita em US: cardiopatias
congênitas, microcefalia, alterações cerebrais, CIUR.
Tratamento
O tratamento fetal eficaz durante a gestação
ainda não existe no presente.

Nesses casos, deve-se realizar


acompanhamento em serviço especializado
de Medicina Fetal.

Garantir o máximo de chances de


sobrevivência ao concepto e proporcionar
uma adequada assistência perinatal.
CITOMEGALOVÍRUS
Introdução
Agente etiológico: citomegalovírus, um beta-herpesvírus da família Herpesviridae

Transmissão vertical: intrauterina, por via transplacentária, que é a forma que


acarreta na infecção congênita; intraparto (pela exposição à secreção cervical no
canal de parto) ou pós-natal precoce (pelo aleitamento materno).
A infecção congênita ocorre principalmente
quando a mãe infecta-se pela 1ª vez durante
a gestação, mas também pode ocorrer por
reativação ou reinfecção.
Quadro Clínico
Assintomáticos 5 a 15%

Microcefalia; Calcificações
periventriculares;

Perda auditiva neurossensorial

CIUR;

Petéquias; Trombocitopenia

Hepatoesplenomegalia; Icterícia
colestática; Hiperbilirrubinemia
direta; Aminotransferases séricas
aumentadas;
Diagnóstico

Sorologias maternas de IgM e IgG anti-CMV:


- IgG positiva: não exclui o risco de infecção congênita pelo CMV
- IgM e IgG positivas não definem infecção primária
- Infecção primária: soroconversão em 2 amostras (1ª negativa e 2ª positiva
para IgM e IgG) com intervalo de pelo menos 4 semanas
Diagnóstico

Análise de urina e/ou saliva do RN nas primeiras três semanas de vida:


- Isolamento viral em cultura de fibroblastos humanos;
- Detecção de DNA viral por PCR.
Tratamento
Critérios para inclusão para tratamento:

- RN sintomático com evidências de envolvimento do SNC, incluindo calcificações


intracranianas, microcefalia, atrofia cortical, surdez neurossensorial, líquor anormal
e coriorretinite.
- RN com quadro de síndrome sepsis-like viral, pneumonite intersticial por CMV,
excluídas outras etiologias.
- Idade iferior a um mês no diagnóstico

Medicação:

- Ganciclovir, 8 a 12mg/kg/dia, de 12/12 horas, IV, durante 6 semanas


Referências
1. Protocolo de Notificação e Investigação do: Toxoplasmose gestacional e congênita
[recurso eletrônico] / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde,
Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. – Brasília: Ministério da
Saúde, 2018
2. Telles JA, Calai G. Rubéola na gestação. São Paulo: Federação Brasileira das
Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO); 2018. (Protocolo
FEBRASGO - Obstetrícia, no. 96/ Comissão Nacional Especializada em Medicina
Fetal).
3. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações
Programáticas e Estratégicas. Atenção à saúde do recém-nascido: guia para os
profissionais de saúde / Ministério da Saúde, v.2 Secretaria de Atenção à Saúde,
Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas. – Brasília: Ministério da
Saúde, 2011.

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