INFECÇÃO TARDIA POR Streptococcus agalactiae - UM
CASO DE MENINGITE NEONATAL
Júlia Larissa Couto - Aluno do curso de graduação em Medicina, Universidade Regional de Blumenau - FURB. Blumenau/SC.
Ana Carolina de Melo - Aluno do curso de graduação em Medicina, Universidade Regional de Blumenau - FURB. Blumenau/SC.
Keila Zaniboni Siqueira Batista - Docente, Departamento de Ciências Naturais, Universidade Regional de Blumenau - FURB.
Blumenau/SC.
Fernanda Hostim Rabello Ohira - Docente, Departamento de Medicina, Universidade Regional de Blumenau - FURB. Blumenau/SC
Instituição: Fundação Universidade Regional de Blumenau - FURB
Orientadora: Doutora Fernanda Hostin Rabello Ohira – Pediatra Neonatologista
Justificativa e Objetivos:
A infecção neonatal pelo estreptococo do grupo B
(EGB) de Lancefield, Streptococcus agalactiae. é
classificada como precoce quando inicia na primeira
semana de vida, adquirida de forma ascendente a
partir do trato genital materno, sendo que grande parte
dos casos ocorre nas primeiras 48-72 horas. A
infecção tardia ocorre após a primeira semana até
doze semanas de vida, sua transmissão é vertical, no
momento do parto, ou horizontal. As atuais medidas
de rastreio da colonização materna e antibioterapia
profilática diminuíram a incidência da infecção
neonatal precoce, porém sem correlação com a tardia.
As duas formas apresentam elevada
morbimortalidade. Objetiva-se discutir caso de
infecção tardia devido a sua relevância clínica e
epidemiológica.
Método:
Relato de caso de meningite neonatal por EGB.
Resultados:
LASL, feminino, 27 dias de vida, com história de
febre e irritabilidade há 2 dias. Mãe com 35 anos,
diabética insulinodependente, tercigesta com um
aborto anterior, colonizada por EGB, interrompida a
gestação com 36 semanas devido ao descontrole
glicêmico, por parto cesariana, bolsa rota no ato, peso
de nascimento 3420 gramas, Apgar 7/9. Ao
nascimento, ficou na UTI por 48 horas, com exames
infecciosos negativos e boa evolução clínica. Recebeu
alta hospitalar com quatro dias de vida. Retorna ao
pronto atendimento em bom estado geral, porém
devido ao quadro, foi internada e realizados os
exames: hemograma, urina rotina e radiografia de
tórax normais; proteína C reativa elevada (57mg/dl).
Apresentou primeiro pico febril 20 horas após
internação, sendo então coletado líquor (5400
leucócitos/ml, 83% polimorfonucleares, glicose
12mg/dL, proteína 166mg/dL), iniciados ampicilina e
gentamicina e internação na UTI.
Necessitou de droga vasoativa por 48 horas após
início dos antibióticos. Totalizou 14 dias de
ampicilina. Cultura do líquor e hemocultura positivas
para EGB. Tomografia de crânio normal e, após 72
horas do tratamento, cultura do leite materno e do
segundo líquor negativas. Após um ano e cinco
meses, apresenta déficit motor discreto em hemicorpo
esquerdo
Conclusões:
A infecção tardia por EGB tem uma incidência de 0.4
por 1000 nascidos vivos. Prematuridade é fator de
risco importante e, em 25% dos casos, a manifestação
clínica é meningite. Apesar das medidas maternas
para redução da infecção por EGB, não há impacto
sobre as infecções tardias, sendo necessário o
desenvolvimento de métodos preventivos eficazes,
como vacinação.
Referências:
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antimicrobiana de Streptococcus agalactiae isolados de
gestantes em um hospital materno infantil de Porto Alegre,
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