Barreira

Contra

Revista de Equitação e Tauromaquia
Edição Nº 33 - Revista de Equitação e Tauromaquia - agosto 2012 - Portugal 4,00€ (Cont.) - Espanha 4,50€

PAULO CAETANO

Exclusiva
Foto Pedro Cardoso

GFA AC. ELVAS

Moços de Forcado
Entrevistas
GILBERTO FILIPE
MANUEL D. GOMES
Ganadaria
VALE SORRAIA

da RAINHA LISBOA VARZIM

MAGOS SÃO JORGE
SETÚBAL VILA N. MILFONTES
 
CB Destaques
Propriedade
Pedro Miguel Cordeiro Cardoso

Edição
BlueKangaroo, Unipessoal Lda.
geral.bluekangaroo@gmail.com

Diretor
Sandra Batalha Editorial
sandrabatalha.contrabarreira@gmail.com 6
João Salgueiro foi a Grande
Colaboradores Notícias de Portugal
Figura da Noite
Paula Batalha 8
32 a 33
Rute Mourão Espaço Rural
Casa Cheia nos Riachos na
Sílvia del Quema 8
Corrida da Bênção do Gado
António Lúcio Uma Corrida de Toiros em
34 a 35
Luís Carlos São Jorge
RIACHOS, Bênção do Gado
Nuno Soares Dias 10 a 11
36
Rui Tiago Recto Faenas de Faca e Garfo
Sangre en el ruedo
Tiago Abecasis 11
Vítor Besugo 37
A Beleza, Paixão e Sedução
VALE DO SORRAIA,
de Uma Corrida de Toiros
Fotografia Ganadaria de Casta
12 a 13
António Santos Portuguesa
Edgar Vieira Entrevista a PAULO
38 a 40
Emílio de Jesus (CP Nº 4095) CAETANO, Senhor das
A Genialidade talvez seja
Pedro Batalha Arenas
genética, Salgueiro da
Pedro Cardoso 14 a 17
Costa, de uma verdade
Tertúlia Tauromáquica
Correspondente Espanha impressionante
Scalabitana, I Jornadas
Ricardo Relvas 41
Taurinas
Rui Salvador e Francisco
Correspondente no México 18
Borges premiados em
Edgar Mendoza Pouca história em Lisboa
Salvaterra
20
42 a 43
Colaboram nesta edição Rouxinol continua imbatível,
Alexandre Gonçalves Praça Cheia na Homenagem
Mais um troféu à melhor lide
a D. Francisco de
22 a 23
Departamento Jurídico Mascarenhas
Entrevista a Gilberto Filipe
Drª Ana Sofia Simões 44 a 45
24 a 25
Grupo de Forcados
Design Gráfico / Paginação David Mora, o mais
Amadores Académicos de
BlueKangaroo, Unipessoal Lda. destacado em tarde de colete
Elvas
encarnado
Impressão 46 a 47
26 a 27
Soartes, Lda. Espírito do Pátio, Gala
Crise? Mas qual crise?
Equestre de Solidariedade
Distribuição 28 a 29
48 a 49
LOGISTA Portugal - Distribuição de Publicações, S.A. Entrevista a Manuel Dias
Roteiro Taurino
Gomes, O Futuro do Toureio
Correspondência 50
a Pé
Rua Engº Moniz da Maia, 114 30 a 31
2050-356 Azambuja * Portugal
Tel: (+351) 910 531 472
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Os artigos são da inteira responsabilidade dos seus autores
Foto: Pedro Cardoso
Pablo Hermos

Figueira da Fo
Dia 24 de Agos
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sto
Fotos: Pedro Cardoso

5
so de Mendoza
 CB Editorial

Sandra Batalha
Diretora

6
CB
Notícias x Portugal
Segunda Metade Toiros para a lide a cavalo Campo Pequeno). Pegam Coruche e da Chamusca e
do Abono de Lisboa da Ganadaria Passanha e 4 os Forcados Amadores 6 Bonitos toiros de Maria
Toiros para a lide a pé, da de Cascais, Aposento da Guiomar Cortes Moura.
ganadaria Oliveira Irmãos. Chamusca e Ramo Grande Em data a anunciar
Dia 23 de Agosto - Grande (Ilha Terceira, Açores). será distinguido a título
Corrida LUX. Concurso Toiros da Ganadaria póstumo, o Cabo Fundador
de Pegas. Prémio Lux Passanha do Grupo de Forcados
para o forcado autor Dia 30 de Agosto - Grande Amadores de Lisboa, Nuno
da “Melhor Pega de Corrida TV, que regressa Salvação Barreto.
A Empresa do Campo Caras”. Homenagem a ao Campo Pequeno A Empresa recorda ainda
Pequeno, anunciou duas Grandes Glórias da Homenagem ao empresário que as corridas de 2, 9 e 23
publicamente o avanço Forcadagem: Simão Nunes Manuel Gonçalves e de Agosto fazem parte da
dos cartéis que irão ser Comenda e Nuno Megre. entrega do “Galardão ”Promoção de Verão”, com
realizados na praça de 3 DINASTIAS Prestígio 2011” à família de os respectivos bilhetes a
Lisboa durante os meses de HISTÓRICAS do Mário Freire. serem vendidos em média
agosto e setembro. TOUREIO a CAVALO Cartel ainda por designar. 15% abaixo da tabela de
Assim, teremos:
PORTUGUÊS Dia 6 de Setembro – Volta preços habitual.
Dia 2 de agosto - XIV
Cavaleiros: João Moura, a Lisboa o rejoneador Nas corridas de dia 2
Grande Corrida TVI
António Ribeiro Telles, navarro Pablo Hermoso de e 23 de Agosto aplica-
e de Homenagem ao
João Salgueiro, Manuel Mendoza que irá repartir se a promoção especial
Emigrante que contará
Telles Bastos, Salgueiro da cartel com Rui Fernandes e para grupos de forcados
com os cavaleiros Rui
Salvador, Luis Rouxinol, Costa (praticante) e Miguel Manuel Manzanares, (que associados da ANGF,
Sónia Matias, Ana Batista, Moura (praticante que faz a confirma a Alternativa). lançada já no dia 7 de
Brito Paes e Ana Rita (que apresentação de casaca, no Forcados Amadores de Junho.
confirma a Alternativa).
Pegam os Forcados
Amadores do Ribatejo,
Aposento do Barrete Verde
e São Manços e lidar-se-ão "Em agosto, toda a fruta tem o
6 poderosos toiros de Luís seu gosto"
Rocha.
Dia 9 de Agosto - Corrida HORTA: Em local definitivo semear que as uvas amadureçam.
comemorativa dos 60 anos agrião, espinafre, feijão, nabo, rabanete, JARDIM: Regar as plantas com
do Fundo de Assistência
dos Toureiros Portugueses. repolho de Inverno, salsa. Em canteiro bastante frequência. Mudar as cinerárias
Homenagem ao Fundador semear acelga, alface e couve-nabo.
e amores-perfeitos. Colheita matinal de
do Fundo de Assistência, Cavar e sachar o milharal bem como
o Matador de Toiros rosas e outras flores.
Diamantino Vizeu e a as hortaliças e regar tudo muito bem.
ANIMAIS: Deverá complementar a
Augusto Gomes, o primeiro Em estufa pode semear ervilha e feijão.
português a estoquear Monda do arroz. Deve recolher a fruta forragem do gado com um suplemento
toiros em Espanha.
A cavalo poderemos ver no minguante e secá-la. Na vinha alimentar natural.
o Maestro Paulo Caetano desparrar moderadamente para deixar
e seu filho João Moura “Quem em Agosto ara,
Caetano enquanto nas AS LUAS EM AGOSTO
riquezas prepara”
lides a pé estarão em Lua Nova – Dia 17 
praça o Maestro Vitor “ Nem em Agosto
Mendes (na lide de dois Quarto Crescente – Dia 24 caminhar, nem em
toiros) e os novilheiros Dezembro marear”
Manuel Dias Gomes e Lua Cheia – Dia 2 
Tiago Santos. Pegam os “Em Agosto, toda a fruta
Forcados Amadores de Quarto Minguante – Dia 9
tem seu gosto”
Lisboa e serão lidados 2
8
 Duarte Pinto
Foto Pedro Cardoso

Triunfo após Triunfo

Próximas Atuações
Dia 12 Idanha a Nova ◆ Dia 17 Arruda dos Vinhos
Dia 18 Nazaré ◆ Dia 19 Norte ◆ Dia 20 Samora
CB Reportagem x Terra dos Bravos

Por: Edgar Vieira

Uma Corrida de Toiros em

São Jorge

A
aventura á ilha de S. Jorge começou na véspera
na Sexta-feira com a viagem simpática de
barco como já vem sendo habito, e eu sempre
pronto a embarcar nestas aventuras. Fui na companhia
simpática e amiga dos Amadores do Ramo Grande
que me convidaram a acompanhá-los e, não podia
faltar pois é sempre uma enorme alegria estar entre
João Pamplona Amigos. Também connosco o Grupo de Évora, chegado
de Lisboa nesta mesma tarde, acentuando muito o grande espirito de camaradagem. Juntámo-nos todos para
embarcar nesta aventura e lá por volta das 00horas partimos da Marina de Angra com destino a São Jorge sempre
num excelente ambiente. E lá se foi fazendo a viagem, por volta das 3 da manhã chegamos vivos e alegres ao
cais das Velas. Sábado, dia da corrida, logo pela manhã fomos até ao Tentadero do Sr.º Álvaro Amarante e de
seguida até á praça para a realização do sorteio. Junto á Praça da Ilha de São Jorge encontra-se a bonita Tertúlia
Tauromáquica Jorgense onde nos foi servido um excelente almoço com uma vista magnifica sobre o canal para a
Ilha Vizinha Pico mais ao fundo a Ilha do Faial… que paisagem deslumbrante.
Já ao final da tarde teve inicio a corrida com uma casa completamente cheia, mais não levava. O Diretor deu
ordem para que se iniciassem as cortesias.

A
Tiago Pamplona na colocação dos ferros curtos Sário Cabral na colocação de um ferro comprido
briu praça Tiago Pamplona
lidando o 1ª e 4ª da corrida
se na recente Feira de São
João esteve magnificamente bem
infelizmente assim já não foi na
praça de S. Jorge não esteve mal
mas sabemos que ele sabe fazer bem
melhor, Tiago no seu segundo subiu
Michael Machado no Ramo Grande Ricardo Sousa do Grupo de Évora
SÃO JORGE ligeiramente a sua atuação, melhores utilizando as montadas da Casa
7 de julho de 2012 tardes virão. Pamplona e por alguns momentos

Sário Cabral, cavaleiro tauromáquico não se entendo bem com as mesmas
Cavaleiros: Tiago Pamplona,
Sário Cabral e João Pamplona natural de S. Jorge mas radicado nos nem com os bravos da Casa Álvaro
Forcados: Évora e Ramo Grande Estado Unidos da América, lidou o Amarante.
Ganadaria: Álvaro Amarante 2º e 5º toiros da tarde, mas também João Pamplona lidou o 3º e 6º da
as coisas não lhe correram de feição corrida esteve bem melhor que o
10

No jantar convivio em casa do ganadero Alvaro Amarante
seu irmão Tiago e Sário o jovem cavaleiro da Quinta
do Malhinha, foi na cravagem dos curtos que mais se
evidenciou.
Pelos Amadores de Évora foram chamados a intervir
pelo seu Cabo António Alfacinha, o forcado José Miguel
Martins ao primeiro da tarde que se fechou ao primeiro
intento, já para a segunda intervenção do grupo saltou á
arena o forcado Ricardo Sousa para ficar na cara do bravo
ao segundo intento e para fechar atuação dos Amadores
de Évora foi chamado a intervir o forcado Jorge Vacas que
sem dificuldades fechou-se ao primeiro intento.
Enquanto pelos Amadores do Ramo Grande foram
caras Walter Silva que se fecharam á terceira tentativa.
Estreando-se no Grupo o forcado Michael Machado
fechou-se e muito bem numa rija pega na cara do bravo ao
primeiro intento e por ultimo outra estreia do no grupo
Délcio Gomes que infelizmente não esteve bem saindo
lesionado sendo dobrado pelo companheiro Miguel Pires
que se fechou ao primeiro intento.
Por último o ganadeiro, Sr. Álvaro Amarante, levou á
praça um bom curro com muito boa apresentação.
Terminado a corrida fomos recebidos os dois grupos em
casa do Sr. Álvaro Amarante que nos ofereceu um excelente
jantar o que no dia seguinte já no Domingo fez questão
de nos presenciar com um almoço antes de regressarmos
a casa por volta das 15 horas saímos do porta das Velas
na mesma embarcação que nos tinha levado com destino
até á Ilha Terceira e assim terminou mais uma aventura
taurina no meio do Atlântico.
www.tobrantes.smugmug.com
11
Quando o calor aperta
Agosto... mês de calor!
E, quando o calor aperta todos pensam na melhor forma
de se poderem refrescar e, se bem que a praia é uma
excelente opção, nem sempre é o que está mais perto.
Podemos pois nesses casos aproveitar para visitar as
muitas barragens que existem por este Portugal fora.
Assim como o calor é cíclico, muitas outras coisas no
nosso quotidiano também o são, é o caso da própria
forma de subsistência das famílias que cada vez
mais recorre aos produtos que as hortas podem dar,
consoante a época do ano em que nos encontramos. As
chamadas “hortas comunitárias” são também cada vez
mais um lugar-comum, deixando de ser apenas uma
moda e passando a ser uma das formas que grande parte
das famílias portuguesas têm para fazer face à crise
económica.
Mas, voltando ao verão e ao calor, o que sabe mesmo
bem são coisas frescas… assim, este mês vamos falar
daquela que é uma das sopas que se serve fria, diria
mesmo gelada, e que por isso mesmo é uma das sopas
de eleição no verão: o Gaspacho!
Pois bem, o Gaspacho é composto de forma simples por
vários legumes e trata-se de uma sopa historicamente
consumida desde o século XVII pelas gentes mais
humildes na tentativa de aproveitar as sobras de
alimentos, como o pão amanhecido e que, apesar de ser
tradicional nas zonas do Alentejo e Algarve, tem uma
forte herança cultural dos árabes. “O nome gaspacho,
de origem árabe, significa ‘pão encharcado’”, descreve a
enciclopédia Larousse da Gastronomia, já que a sopa era
tradicionalmente preparada em uma tigela de barro em
que o pão permanecia embebido no suco de tomate e na
água antes de ser batido.
Existem variadíssimas formas de confecionar o
Gaspacho, embora os ingredientes sejam invariavelmente
os mesmos e nenhuma é melhor ou pior do que a outra.
É apenas uma questão de gosto.
Normalmente não é integralmente triturado, sendo
apenas efetuado o corte dos ingredientes em pedaços
muito pequenos, aos quais se adiciona o pão (de
preferência alentejano), em pedaços ligeiramente
maiores.
GASPACHO
INGREDIENTES: 3 tomates maduros, 390 gr de tomate
pelado, ½ pimento vermelho, ½ pepino, ½ cebola, 3
dentes de alho, azeite e vinagre q.b., sal e pimenta q.b.,
orégãos q.b. e cerca de 1/5 de água fresca.
CONFEÇÃO: Depois de juntar todos os ingredientes
numa tijela, pode triturar tudo (ou apenas ligeiramente
conforme o gosto pessoal) e depois deitar o caldo sobre
o pão (também há quem coma sem juntar pão). Para que
fique mais frio, é comum serem adicionados cubos de
gelo.
Coordenação: Paula Batalha
CB
Artigo x Opinião
A Beleza, Paixão e Sedução de Uma
Corrida de Toiros
O
espetáculo tauromáquico
desfrutou de uma origem
comum em toda a Península
Ibérica, passando por profundas
metamorfoses até aos nossos dias.
Ganhou em arte, caráter, suavidade,
conservando também enormes
doses de “ónus” social, religioso e
cultural. As touradas não só conferem
venerabilidade e dignidade ao toiro,
como também a todos aqueles que
se envolvem nas mesmas, quer sejam
os que concretizam, presenciam ou
permitem. Será que a tourada pode
ser resumida unicamente ao toiro?
Será que a formosura dos cavalos
não revela esplendor, lealdade,
solidariedade, trabalho e inteligência?
Será que a coragem dos forcados
não exterioriza entreajuda, arte e
camaradagem? Será que a música, os
aplausos, a pigmentação e a emoção
que embrulham a festa brava não são
sinónimos de cultura e de existência?
Os toiros vivem cerca de quatro anos
em completa liberdade, alimentando-
se de faustosas pastagens naturais,
enquanto a grande maioria dos
animais que consumimos vivem
poucos meses e circunscritos a
estábulos com espaços físicos exíguos,
alimentados com raçoes e produtos
químicos, sendo posteriormente
mortos em condições insalutíferas.
O toiro é um animal para o qual não
se pode olhar de modo insensível,
indiferente e fleumático. O toiro, em
virtude da estupefação, veneração,
afeição, intrepidez, excelência
morfológica, envolve fantasia e
idealização. Tem mais importância
o artista que é capaz de encher as
praças, o empresário que arquiteta
corridas com elevado interesse, o
ganadeiro que consegue despertar e
estimular curiosidade e emoção, e o
público que aplaude com devoção.
As herdades, nas quais desfilam os
toiros acabam por proteger muitas
outas espécies e caraterizam-se por
possuir fragrâncias e fisionomias
perfeitamente impressionantes. Com
a extinção das touradas, essas áreas
desapareceriam, pois o negócio da
construção civil iria “perfilhá-las”.
Adjacentes às corridas de toiros estão
os milhares de postos de trabalho que
as mesmas aconchegam, assim como
a indústria turística. A interdição
das corridas de toiros em Portugal
seria um verdadeiro cataclismo que
conduziria milhares de pessoas para
o desemprego, bem como aniquilaria
a vivacidade económica de diversos
concelhos. As corridas de toiros,
encaixadas no toureio “ecuménico”,
acabam por ser o motor de inúmeras
economias locais. Por exemplo, no
concelho do Sabugal, onde a maioria
da população respira touradas, aquilo
que verdadeiramente move as pessoas
no mês de agosto são as touradas e as
capeias, e não propriamente outros
tipos de festa.
Os amantes dos toiros e das touradas
hospedam arrumações harmoniosas,
assim como sentimentos dignos
e respeitáveis. Contudo, são
atacados por alguns núcleos que se
banham em erudição barata e que
perfilharam não só a imposição
universalista dos “paladares”, como
também o desacordo injustificado
em relação às manifestações de
12
Por: Alexandre Gonçalves
gosto popular, especificamente nas
suas configurações mais palpáveis e
“instrumentais”.
Deparamo-nos todos os dias com
notícias sobre a extinção de espécies
animais e aqueles que pertencem
aos movimentos “anti touradas”
pretendem extinguir o toiro bravo. Não
será isto um autêntico e pardacento
paradoxo? Infelizmente, ninguém
que pertence a esses grupos consegue
testemunhar o efetivo respeito e
carinho que o homem agasalha por
o toiro. Os verdadeiros aficionados
adoram e respeitam o toiro. Muitos
daqueles que aparecem nas praças de
toiros e vibram com uma grandiosa
corrida visitam ganadarias, assistem a
palestras e compram jornais, revistas
e livros relacionados com essa
temática, não conseguindo impedir,
aquando da comparência de um
toiro, a exteriorização dos feedbacks
afetivos primários e epidérmicos.
O espetáculo perderia caso não se
tivesse que eleger o triunfador e o
vencido, que por sinal pode ser o
toiro, sempre que o mesmo estiver por
cima dos toureiros. A tauromaquia é
arte no seu estado mais puro, não a
presenteiem com outros rótulos.
A crueldade começa e acaba,
naqueles iluminados que pretendem
equiparar a vida de um homem
com a de um animal. Será que não
existem alguns traços de hipocrisia
e tartufice, oriundos de argumentos
completamente despovoados,
naqueles que estão contra as
touradas? Será que os indivíduos
que fazem parte dos movimentos
“anti touradas” não pensam que
são os únicos neste planeta que
abarcam todo o conhecimento,
discernimento e sapiência? Será que a
inflexibilidade que demonstram não
os torna arrogantes e pretensiosos?
Será que empregam a civilidade
nas suas recensões? Será que estas
manifestações não representam
demasiada ociosidade mental?
Há milhões de pessoas em Portugal
que amam as touradas, pois as
bancadas estão sempre repletas de
indivíduos que não são robotizados,
imbecis, idiotas ou alienados, nem
que nunca perderam a noção dos
procedimentos corretos e incorretos
ou escrupulosos e inescrupulosos. As
touradas não aconchegam crueldade
e covardia, mas sim as chancelas do
respeito, da cultura, da tradição e da
arte. A tauromaquia jamais pode ser
considerada como uma atividade de
culto do sangue e da violência sobre
os animais. Desafortunadamente,
ainda há cidadãos que têm infinitas
certezas e que parecem conhecer
tudo e todos. Tantos e tantos homens
que diariamente são violentados com
matérias que estes críticos acham
civilizadas. Será que o seu nível cultural
não é proporcional ao seu sentido
democrático e condescendente? Será
que os mesmos não representam o
fascismo da contemporaneidade?
A prática do toureio a cavalo é
considerada um fidedigno presságio
de nobreza, magnanimidade
e abnegação, obedecendo
princípios peculiares de integridade,
seriedade e cavalheirismo. O
fenómeno tauromáquico não passa
desapercebido a nenhum grupo
social com efetiva influência na
vida local. O dinamismo interno do
campo tauromáquico acaba por ser
a consequência da transfiguração
duradoura da arte de lidar o toiro,
tendo em conta as pelejas internas
pela imposição de modernas
técnicas e regulamentos, bem
como os concernentes intérpretes
e admiradores, e o resultado das
transmudações sobrevindas na
sinuosidade de um degrau mais
universal. Conheça as próximas datas dos
Na arte de pegar toiros, a amizade espetáculos promovidos pela
antevê por indissociabilidade, Empresa Aplaudir de João Pedro
a fidelidade, companheirismo, Bolota:
benevolência, sentimento de pertença SETÚBAL
e espírito de união. O forcado caminha 4 de agosto às 22h
na arena em direção ao assustador Cavaleiros
toiro, sem outro amparo que não seja João Moura
a confiança na sua desenvoltura. Os Rui Fernandes
forcados são homens valentes que João Telles Jr
dominam o medo, preservando o Forcados
brilho necessário para contemplar, Alcochete
raciocinar e materializar a pega dentro Ap. Moita
dos cânones e estatutos instituídos. Ganadaria
Pegar toiros tem forçosamente que José Lupi
ser considerado um talento e uma
PÓVOA DE VARZIM
técnica. Se essa técnica não existisse,
5 de agosto às 17h
dificilmente o homem sairia vitorioso
Cavaleiros
do choque com o toiro. O forcado é
Joaquim Bastinhas
valoroso pela sua imperturbabilidade
e sangue frio, assim como pela sua Sónia Matias
particularidade artística. Não precisa Filipe Gonçalves
de inusitada resistência ou robustez, Paulo Jorge Santos
mas sim de inúmeras qualidades Tomás Pinto
psicológicas. O caminhar na praça, José Carlos Portugal
a indumentária apertada, o tempo Forcados
de espera, a firmeza do corpo, a Ribatejo
distância, a convocação do toiro, o Moita
carregar para provocar a saída do Monforte
toiro, o modo de recuar, o cair-lhe Ganadaria
na cabeça para se fechar e o aguentar Antº Charrua
os derrotes do toiro são requisitos IDANHA A NOVA
que vão acabar por ditar o sucesso 12 de agosto às 18h
ou insucesso da pega. Somente Cavaleiros
desta maneira se consegue esculpir
Filipe Gonçalves
a dissemelhança entre a bravura e
Marcos Bastinhas
coragem humana, e a beleza toureira.
Duarte Pinto
A harmonia dos comportamentos e
Forcados
das movimentações são condições
Santarém
basilares para o êxito na praça.
(e outro)
a Salientar que o forcado enfrenta o
Ganadaria
toiro por mera paixão e romantismo.
Infante da Câmara
Portugal conseguiu “transportar” a
tauromaquia às Ilhas da Madeira e MONTIJO
Açores, Angola, Moçambique, Macau, 19 de agosto
França, Canadá e Estados Unidos. Homenagem a Paulo Futre,
A tauromaquia em Portugal está de embaixador do desporto português
ótima saúde e recomenda-se. Vivam Cartel a anunciar
as tertúlias tauromáquicas! Vivam as
corridas de toiros! Viva a tradição! ALANDROAL
Vivam os milhões de aficionados! 31 de agosto às 22h
Vivam os roteiros tauromáquicos! Cartel a anunciar
13
CB
Entrevista x Paulo Caetano

PAULO CAETANO Por:

Pedro Cardoso

Senhor das Arenas

Será já no próximo dia 9 de agosto que iremos uma vez mais ter o grande
privilégio de ver na praça de toiros do Campo Pequeno, o Maestro Paulo
Caetano, numa das suas raras aparições a tourear em público e, melhor "Montar um
ainda, toureando ao lado de seu filho, João moura Caetano, ele que tem
visto nesta temporada uma sólida consagração dos triunfos que tem vindo a cavalo, ensinar um
alcançar desde a sua atuação em Las Ventas, Madrid. A classe inconfundível cavalo e tourear
com que Paulo sempre toureou, aliada ao extraordinário momento que
atravessa o João, que está um toureiro maduro, conhecedor do toiro e do a cavalo é sempre
cavalo, com uma quadra invejável e com uma vontade de triunfar à qual o algo inacabado...
público não fica alheio.
O privilégio de poder ir até à Herdade das Esquilas, refúgio da família é sonhar todos os
Caetano, não é por certo menor do que o grande prazer de poder vê-los dias!"
tourear já daqui por uns dias na primeira praça do país. Por tudo isto, fomos
até lá para alar um pouco com este grande senhor do toureio a cavalo.

14
Contra Barreira: Paulo, são mais de
trinta anos dedicados ao toureio e
à criação de cavalos lusitanos. Tem
sido toda uma vida dedicada a estas
duas artes…
Paulo Caetano: Tem. Tem
efetivamente, sido uma vida dedicada
à criação do cavalo lusitano, ao
ensino de cavalos, à criação do toiro
bravo e, tudo isto, enquadrado com
a profissão que escolhi desde muito
novo, a de cavaleiro tauromáquico.
A língua Portuguesa define muito
bem o real significado desta arte. No
termo “Cavaleiro Tauromáquico”,
surge primeiro a palavra “cavaleiro” e
depois a “tauromáquico”. Um homem
tem de saber montar para depois
tourear a cavalo. O gosto, a dedicação,
o respeito pelo cavalo, pelo seu ensino
e pelo seu treino é primordial. No
meu caso, montar a cavalo e tourear
têm sido paixões incontornáveis.
Tive a sorte de ter encontrado bons
mestres de equitação e depois,
quando pensei em enveredar pela
carreira de cavaleiro tauromáquico
tive excelentes mestres nessa área.
Na parte hípica primeiro, tive o meu
tio Fernando Metzner Serra, depois
o Sr. Visconde da Corte e o Sr. João
Parreira Cano. Mais tarde e já na parte
tauromáquica tive dois mestres, um
deles na parte do ensino do cavalo de
toureio que foi o Vítor Ribeiro (pai) a
quem devo muito do que aprendi e,
na parte do conhecimento do toiro, o
António Badajoz, que foi a pessoa que
me arranjou o primeiro contrato da
minha vida, tinha eu treze anos, e que
nunca mais me abandonou, não só na
minha aprendizagem como toureiro,
mas também como ganadeiro.
A parte da criação de cavalos Lusitanos
tem sido sempre vista por mim, na
perspetiva do cavaleiro. Quando digo
isto, é porque acredito que a seleção
do cavalo deve responder à exigência
da função. Limitei-me portanto a
fazer cavalos que servissem aquilo
que, no fundo, me interessava, que
era o ensino do cavalo e o toureio a
cavalo. Neste sentido, comprei um
lote de éguas com o ferro do Sr. Miguel
Quina que eram extraordinárias, e,
limitei-me a procurar não estragar
aquilo que tinha encontrado.
CB: Deve ser também um pai
extremamente orgulhoso já que os
seus filhos seguiram ambos as suas
pegadas. A Maria na Dressage e o
João no Toureio…
PC: È acima de tudo uma grande
alegria. Claro que sou um pai feliz
e orgulhoso, mas gostaria mais de
valorizar a parte da felicidade do que
a do orgulho. Os objetivos que eles
vão alcançando são, exclusivamente,
consequência do seu mérito. É fruto
do seu trabalho, do seu talento e da
sua capacidade de aprendizagem. È
evidente que têm aprendido algumas
coisas comigo, mas também com
outros profissionais. Como tal,
valorizo mais a parte da felicidade
que sinto, saber que os meus filhos
enveredaram pela mesma profissão
que eu, por vocação inata e por
15
opção pessoal. Ao fim destes anos
todos tê-los a trabalhar comigo,
numa organização que evolui
coordenadamente, com objetivos
muito precisos, com um ritmo e um
método equivalentes, é seguramente
motivo de gratidão e realização
CB: Temo-lo visto apresentar-se em
praça apenas pontualmente para
tourear. Esse seu afastamento deu-
se devido à “introdução” do seu
filho João?
PC: Houve vários motivos que me
levaram a esse afastamento. Há uma
coisa que talvez o grande público não
saiba, é que eu afastei-me das arenas
em termos de número de corridas,
mas nunca me afastei do trabalho
dos meus cavalos! O ensino do cavalo
foi sempre a minha grande paixão
e é uma atividade que eu nunca
abandonei, antes pelo contrário, fui
sempre intensificando.
Procurei também gerir a minha
carreira de acordo com a do meu
filho. Apesar do João ter começado
a tourear ainda criança, com apenas
8 anos de idade, senti que tinha de
ter o seu espaço próprio, para poder
evoluir, principalmente porque tem
uma personalidade artística muito
forte, muito dele.
Por outro lado, uma diferente vertente
profissional, a gestão das Empresas da
família, a determinada altura, exigiu
mais de mim e obrigou-me a dedicar
uma maior parte do meu tempo a essa
área.
Em terceiro lugar e tão importante
como as outras duas, é a noção que
eu tenho de que os toureiros devem
ter uma carreira consistente, intensa,
mas não devem passar os limites
da exposição pública. Mesmo que
não tivessem existido as outras duas
razões, acredito que teria seguido
o mesmo rumo. Tive uma carreira
excecionalmente intensa durante
vinte anos e consegui ganhar o apreço
e o respeito da afición. De qualquer
forma, nunca me afastei das arenas
totalmente, já que não houve um
único ano em que eu não toureasse
em público. Claro que reduzi
substancialmente as minhas atuações.
Só apareço, quando acredito que
existe alguma razão especial para o
fazer. Sinto-me bastante feliz porque
as pessoas continuam a acarinhar-me,
e isso é extremamente gratificante.
CB: Custa-lhe mais enfrentar um
toiro, ou gerir a ansiedade e talvez
até o medo de ver o seu filho a fazê-
lo?
PC: Pondo as coisas nesses termos é
mais fácil enfrentar um toiro do que
gerir as emoções de uma temporada
forte de um filho, não só de uma
corrida, mas de toda uma temporada.
Quando, como acontece com o João, se
assume a responsabilidade de tourear
em praças da maior importância,
e, quando logo a seguir, se tem de
enfrentar condições adversas, tais
como, pisos em péssimo estado,
ou ganadarias mais duras, sabendo
que, em todas as circunstâncias, tem
de se justificar o cartel que se vai
granjeando, de manter uma quadra
vasta e em forma para manter o
melhor nível, está-se perante um
desafio verdadeiramente grande.
Como eu sei o que custa, sei dar o
valor ao esforço que é necessário para
alcançar o sucesso. Apesar da enorme
felicidade que o êxito de um filho
representa, o caminho para lá chegar
causa num pai, em qualquer pai, uma
estranha ansiedade, principalmente
por ver a pessoa de quem mais gosta,
pôr em risco, em cada corrida, a par
dos seu sonho profissional e artístico,
a sua integridade física.
CB: E vai repartir cartel com ele,
como já aconteceu outras vezes, no
próximo dia 9 de agosto em Lisboa.
PC: Em primeiro lugar, o Campo
Pequeno é a praça que eu mais gosto
no mundo, tanto como toureiro, como
aficionado. È a praça onde sempre
mais gostei de tourear. Portanto, para
mim, tourear no Campo Pequeno é
sempre um privilégio. Tourear com o
meu filho é uma alegria por ser uma
espécie de perpetuação de uma vida
16
dedicada a uma arte, mas também
uma dupla preocupação.
Confesso que este ano não estava
a pensar tourear mais do que a
corrida que toureei em homenagem
ao meu colega José Luís Cochicho
em Vila Viçosa. Quando a empresa
do Campo Pequeno me contatou,
fiquei relutante durante algum
tempo, mas depois, houve um motivo
que me levou a aceitar. O facto
de ser a corrida de comemoração
dos sessenta anos de atividade do
Fundo de Assistência dos Toureiros
Portugueses. È justo reconhecer que
os toureiros constituem uma classe
que, apesar de ter como principal
objetivo a sua realização artística,
e, como consequência, um eventual
retorno em termos de prestígio e de
fama, tem de abdicar de muitas coisas
durante a sua carreira. Ser figura do
toureio é um prémio inigualável mas
tem um preço de vida altíssimo. Mais
importante ainda, não nos podemos
esquecer daqueles que se esforçaram,
se entregaram de alma e coração
mas que, por alguma razão, ficaram
pelo caminho. Encaro esta corrida
no Campo Pequeno como uma
homenagem a todos os profissionais
do toureio e ao seu Fundo de
Assistência, uma obra exemplar de
solidariedade, imaginada e construída
por um homem também exemplar
e excecionalmente inteligente, o
Maestro Diamantino Viseu, e que
tem sido preservada por quase
todos. Essa obra ajuda diretamente
viúvas de toureiros, toureiros que
se lesionam, crianças filhas de
toureiros e reformados. Ao mesmo
tempo homenageia-se o Maestro
Augusto Gomes Jr que vê agora a
sua carreira perpetuada no seu neto.
Portanto, encaro tudo isto como uma
homenagem a todos aqueles sem os
quais o Toureio, efetivamente, não
existiria.
CB: Concorda comigo quando
afirmo que o seu filho João está
atravessar um grande momento na
carreira de cavaleiro tauromáquico?
PC: Este ano tem sido a consagração
do trabalho que o João tem vindo
desenvolver durante os últimos anos.
Nesta temporada, o João conta como
triunfos todas as corridas, desde
Madrid até agora. Estou muito feliz
por isso e valorizo esta temporada de
um modo muito especial. Tentando
alhear-me do sentimento familiar,
sempre encontrei no João, algo muito
especial, aquele tipo de sensibilidade
que, ou se nasce com ela ou não.
Este talento conferiu-lhe á partida
uma personalidade muito especial e
criativa. Sou, no entanto, a testemunha
mais direta, da verdade, da dedicação
e da seriedade com que o João sempre
encarou a sua profissão. È um miúdo
quase tímido, amigo do seu amigo,
com um conceito da lealdade muito
forte, e incapaz de esconder o que lhe
vai na alma, tanto fora como dentro
dos ruedos. Tem subido a pulso e só
eu sei, os revezes que tem tido que
enfrentar e ultrapassar. Trabalha
muito duramente, todos os dias,
sem fazer alardes, naturalmente,
com humildade. Posso afirmar
em consciência, que o lugar que o
João tem vindo a alcançar, todos os
triunfos desta temporada são um
tributo justo a uma vida, seriamente
e desprendidamente, dedicada ao
toureio.
CB: O Paulo está também muito
dedicado ao PCI. Explique-nos
o que é o PCI – Paulo Caetano
"O Campo Pequeno é
a praça que eu mais
gosto no mundo, tanto
como toureiro, como
aficionado. É a praça
onde sempre mais gostei
de tourear"
Internacional.
PC: O PCI é uma organização que
surgiu como consequência do nosso
empenho e do nosso entrosamento no
meio da alta competição na disciplina
de Dressage. A determinada altura
conseguimos estabelecer linhas
de comunicação extremamente
importantes de relações públicas, de
relacionamento, de aprendizagem, de
cruzamento e troca de conhecimentos,
com alguns dos melhores cavaleiros
de Dressage a nível mundial. Todo
este net work, em conjunto com
uma organização que vinha sendo
construída e estruturada para
alcançar resultados desportivos, levou
a que surgisse a ideia de criar uma
iniciativa, onde se pudesse agregar
a criação, aquisição e promoção de
cavalos de Dressage e o treino de
cavaleiros de alta competição. Como
tal, o PCI é no fundo, uma marca,
uma bandeira, que vai obtendo
credibilidade e reconhecimento
a nível nacional e internacional.
Pretende, fundamentalmente, ser
um veículo que sirva cavaleiros e
cavalos no desenvolvimento das suas
capacidades.
CB: Como vê a carreira desportiva
17
da sua filha Maria?
PC: A carreira da Maria tem sido uma
carreira consistente e gratificante.
Teve umas bases muito sólidas, é
cavaleira desde os 3 anos, praticou
várias disciplinas e começou no
ensino ainda muito jovem. Seguiu
a minha paixão pela modalidade
que é anterior aos meus começos
como cavaleiro tauromáquico. Um
dos primeiros cavalos lusitanos de
referência no ensino foi o “Fenício”,
criado por mim. A Maria começou
como Júnior, sendo vice campeã de
Portugal. Seguidamente ganhou 4
Campeonatos Nacionais, dois como
Young Rider, um como Sénior em
Grande Prémio e um Open em Prix
St. George. Ganhou várias Taças de
Portugal e tem sido frequentemente,
selecionada para a equipa nacional. É
uma pessoa com uma capacidade de
trabalho acima do normal, conseguiu
construir a carreira desportiva a
par de uma carreira académica que
encarou da mesma forma, concluindo
a sua licenciatura e mestrado na
Universidade Católica. Teve um
golpe muito doloroso na sua vida
desportiva que foi a perda do Útil,
numa altura em que esse cavalo
estava no topo do ranking sendo
um cavalo pré-olímpico de enorme
expetativa, e que morreu numa fase
extremamente importante da sua
carreira, o que fez com que ela tivesse
que recomeçar tudo de novo. Com um
outro cavalo o Xiripiti, levou a cabo,
apesar da pouca idade do cavalo, um
árduo mas bem sucedido, percurso
internacional. Conseguiu, assim
mesmo, ser selecionada para o ultimo
Campeonato da Europa em Roterdão
e ficou à porta dos Olímpicos, pois só
havia um lugar, para Portugal.
È uma lutadora! Porem, toda esta
carreira não seria tão importante,
se paralelamente aos resultados
desportivos não existisse a dedicação
e a capacidade para ensinar cavalos,
para os treinar e fazer evoluir. È o
que mais me orgulha na Maria. É
uma competidora nata, mas, para
além disso e mais valioso, a meu ver,
é a forma como consegue pegar num
cavalo de inicio e ensiná-lo até ao
mais alto nível.
 Tertúlia Tauromáquica
Scalabitana
I Jornadas Taurinas

E
m boa hora nasceu mais uma Tertúlia
Tauromáquica.
Desta feita a iniciativa foi de Susana Vieira
e Andreia Vinagre, ambas estudantes na Escola
Superior Agrária de Santarém, fator que influenciou
à decisão do nome de batismo desta nova entidade,
Tertúlia Tauromáquica Scalabitana
No dia 30 de junho foi levada a cabo o primeiro
evento realizado em nome desta Tertúlia, “I Jornadas
Taurinas” e que se realizou no Auditório da Escola
Agrária, contando com as participações do vereador
da Câmara Municipal de Santarém Comandante
António Valente, Engº Joaquim Pedro Torres, Dr.
António Raúl Brito Paes e de Ludgero Mendes.
O ambiente foi simpático e muito agradável durante
todo o dia, começando as palestras de forma bastante
divertida, diria mesmo, com a intervenção do ex-
forcado Joaquim Pedro Torres, seguindo-se a de Dr.
António Raúl Brito Paes, com um interesse muito
especial já que o ganadeiro e veterinário falou sobre
um projeto que está a desenvolver e sobre o qual
já falámos um pouco num texto de sua autoria na
edição de julho desta revista, que são as Provas
Morfo-Funcionais do Cavalo de Toureio, já que
é e será sempre nessa vertente equestre que nos
poderemos destacar dos restantes. Um projeto ainda
em fase um pouco embrionária mas que já dá que
falar e que parece estar a agradar ao interessados no
meio equestre.
A intervenção final esteve a cargo de Ludgero
Mendes que substituiu o anunciado Dr. Joaquim
Grave que não pode estar presente, falando sobre a
tauromaquia de uma forma generalista, seu passado,
presente e futuro.
Nota positiva para a iniciativa destas jovens! Estão de
parabéns... Podem continuar!

18
 António Telles
A Classe e a Verdade do Toureio!
Fotos Pedro Cardoso
CB
Reportagem x Setúbal

Texto e Fotos:
António Lúcio

Rouxinol continua
imbatível
Mais um troféu à melhor lide

A
cumprir 25 anos de alternativa,
moralizado como nunca, o cavaleiro
Luis Rouxinol assinou mais um triunfo
inequívoco na corrida televisionada em direto
desde Setúbal, vencendo o troféu Casa Ermelinda
Freitas à Melhor Lide com uma lide de raça ante
um toiro de muito boa qualidade da ganadaria
Luís Rouxinol de António Silva com merecida chamada à arena
da neta do recém-falecido Eng.º António Silva, a jovem Sofia Silva. Momentos de emoção houve-os durante toda
a noite, com os toiros a colocarem essa nota fosse nas lide fosse nas pegas, duras e difíceis algumas delas, e que
fizeram o público levantar-se das bancadas por várias vezes para aplaudir os toureiros e os forcados. Foi uma boa
jornada de divulgação da Festa Brava.

Joaquim Bastinhas Filipe Gonçalves

OS CAVALEIROS
O veterano Joaquim Bastinhas abriu
praça frente ao mais pesado toiro
da corrida, anunciado com 590kg.
Esteve diligente na brega mas a
enormidade de capotazos que os
seus bandarilheiros deram no toiro,
cedo lhe retiraram ímpeto e disso
se ressentiu a atuação de Bastinhas.
Em sortes a quarteio ou sesgadas
SETÚBAL
6 de julho de 2012

Cavaleiros: Joaquim Bastinhas,
Luis Rouxinol e Filipe Gonçalves
Forcados: Ribatejo, Montijo e
Beja
Ganadaria: António Silva
deixou a ferragem curta numa lide
sem impacto nas bancadas. Seria
no quarto da ordem que Bastinhas
assinaria os seus melhores momentos,
com um segundo curto de muito boa
execução e rematando com o habitual
par de bandarilhas entre os aplausos
do público.
O segundo toiro foi complicado e de
arreões fortes, colhendo com aparato
a montada de Luis Rouxinol após os
compridos. As sortes foram variadas
para deixar os curtos, com dois
entrando bem de frente e aproveitando
a forte investida do toiro. Um par de
boa nota foi o remate de uma lide
interessante. Mas foi no bom quinto
da noite que Rouxinol atacou o
20
triunfo logo na tentativa de sorte de
gaiola que não aconteceu porque o
toiro “perdeu as mãos. Mas vieram
de seguida dois bons compridos e
uma brega de grande qualidade a
anteceder dois curtos, o segundo de
excelente execução em sorte ao pitón
contrário. Finalizou com um bom par
de bandarilhas e um excelente ferro
de palmo e mereceu por inteiro o
prémio à Melhor Lide.
Filipe Gonçalves mostrou, uma vez
mais, que tem qualidade para andar
no pelotão da frente pois assinou
duas boas atuações e de grande
conectividade com o público. Bem a
bregar e a rematar as sortes, deixou
nota bem positiva no terceiro curto
 GFA Ribatejo - João Machacaz
GFA Ribatejo - Afonso Gonçalves
em sorte frontal e no bom par de
bandarilhas de remate da sua primeira
atuação e, frente ao que encerrou
praça voltou a deixar boa nota com
bons ferros e os aplausos do público a
premiarem essa atuação.
TRÊS GRUPOS DE FORCADOS
Muita emoção houve também nas
atuações dos forcados dos 3 grupos
que competiram pelo Troféu à Melhor
Pega: Ribatejo, Montijo e Beja. E a
primeira pega da noite, a cargo de
João Machacaz (do Ribatejo) foi a
premiada, pela forma como o forcado
se fechou e viajou na cara do toiro
bem fechado na córnea e a aguentar
os fortes derrotes até às tábuas. Uma
ovação de pé no final da pega foi
prémio para o cabo dos Amadores do
Ribatejo que pegaram ainda o quarto
da noite por intermédio de Afonso
feel blue...
GFA Montijo - Carlos Morais
GFA Montijo - Isidoro Cirne
Gonçalves numa rija pega de caras
ao terceiro intento. Difícil foi a tarefa
dos Amadores do Montijo frente ao
segundo da noite com o valoroso
forcado Carlos Morais a consumar à
3ª tentativa suportando fortíssimos
derrotes nas outras tentativas sem
que o grupo conseguisse ajudar a
consumar. No quinto da noite foi o
veterano Isidoro Cirne a consumar
com enorme eficácia ao primeiro
intento e bem fechado à barbela com o
grupo a ajudar bem. Para pegar 3º e 6º
da noite saíram à arena os Amadores
de Beja que tiveram em João Fialho o
mais destacado, com uma magnífica
pega de caras à primeira tentativa e
encerraram praça com Hugo Santana
que só à terceira e algo pendurado
conseguiu concretizar essa pega de
caras.
www.bluekangaroo.pt
GFA Beja - João Fialho
GFA Beja - Hugo Santana
A GANADARIA
Como já referimos, os toiros de
António Silva estavam magníficos de
apresentação e trapio, com pesos a
oscilarem entre os 502 e os 590 quilos,
e que trouxeram emoção e algumas
complicações, mantendo sempre
o interesse dos aficionados e dos
espetadores face ao que os toureiros
lhes conseguiam fazer. Justificada
a chamada da representante da
ganadaria após a lide do muito bom
quinto da noite.
NOTAS FINAIS
O júri responsável pela atribuição
dos troféus Casa Ermelinda Freitas
para “Melhor Lide” e “Melhor Pega”
foi composto pelos empresários João
Pedro Bolota e Abel Correia e pelo
cantor Toy.
CB
Reportagem x Lisboa

Por: Sandra Batalha

Fotos: Pedro Cardoso

A primeiro do mês de
julho em Lisboa

C
orrida mista a abrir o mês de julho em
Lisboa, onde foram homenageados os
maestros António dos Santos e Armando
Soares, ambos matadores de toiros já retirados.
Pena que alguns percalços e as más condições
de lide de dois dos toiros tenham contribuído
para que a corrida fosse escassa de história sob
o ponto de vista artístico. Mais lamentável ainda
foi a péssima direção de corrida a cargo de Pedro
Joaquim e Marcos Bastinhas, prejudicados pela má direção de corrida Reinhardt e do veterinário Jorge Moreira da
Silva, pois jamais deveriam ter permitido que o
quinto e o sexto toiro da ordem fossem lidados, visto estarem fisicamente inferiorizados. Estava à vista de todos,
mas, mais uma vez os ditos “inteligentes” adotaram a política do “deixa lá ver se passa…”.

Joaquim Bastinhas Marcos Bastinhas

Ruben Duarte António Ferrera Ivan Fandiño

LISBOA
5 de julho de 2012

Cavaleiros: Joaquim Bastinhas e
Marcos Bastinhas
Espadas: Antonio Ferrera e Ivan
Fandiño
Forcados: Alcochete
ia: António Stª Maria e Falé Filipe
Nas lides a cavalo destacou-se Marcos
Bastinhas frente ao segundo toiro da
corrida, mostrando a raça e as ganas
de triunfo que têm vindo a ser uma
constante em cada uma das suas
atuações. Joaquim Bastinhas lidou
o primeiro mas o toiro foi manso,
teve pouco som e pouca classe. Na
lide a duo, depararam-se com um
inferiorizado toiro com problemas de
locomoção demasiado óbvios e que
22
não deu qualquer hipótese para pai e
filho poderem brilhar.
Os matadores António Ferrera e Ivan
Fandiño cumpriram ambos com a
função, sem que existam grandes
motivos para destaque ou exaltação.
Estiveram bem os amadores de
Alcochete que pegaram os três toiros
da noite por intermédio de Ruben
Duarte à segunda, Nuno Santana à
primeira e Vasco Pinto à terceira.
 João Ribeiro Telles
Fotos: Pedro Cardoso

www.joaoribeirotelles.com
CB
Entrevista x Gilberto Filipe
Gilberto Filipe
Toureiro de Entrega
G
ilberto Filipe nasceu em
Alcochete no dia 23 de
Agosto de 1980. Apresentou-
se ao público em Estremoz com 16
anos de idade e alcançou a categoria
de cavaleiro praticante em 2000.
Mais tarde, no dia 29 de junho
de 2004, na praça de toiros do
Montijo, Gilberto Filipe viria a
consagrar-se profissional, tirando a
sua alternativa frente a um toiro de
Rio Frio. Foi seu padrinho Joaquim
Bastinhas e suas testemunhas Rui
Salvador, Luís Rouxinol, João Pedro
Cerejo e Sónia Matias.

Contra Barreira: Já lá vão 16 anos
desde que te lançaste no mundo do
toureio equestre. Que retrospetiva
fazes destes anos que levas a tourear?
Gilberto Filipe: Sim, é verdade, parece
que é pouco mas já são 16 anos. Sinto
que só agora vou tendo mais noção
do que é tourear a cavalo, pois até
aqui tem sido um longo percurso de
aprendizagem que ainda assim irá
com certeza continuar. Vejo toureiros
com 20 e 25 anos de alternativa que
já tiveram épocas de ouro, mas que
estão agora no apogeu máximo das
suas carreiras. Penso que ainda tenho
um vasto caminho para percorrer e
muitas coisas ainda para aprender.
Estou agora numa boa fase da minha
vida e da minha carreira, sinto-me
com muito mais experiência quer
a cavalo quer a tourear, com uma
maturidade que me permite ver as
coisas também de outra forma e com
mais clareza, tenho alguns cavalos
postos por mim que também me
estão a ajudar.
CB: Resumidamente conta-nos
como está composta a tua quadra.
GF: Tenho 6 cavalos a tourear. De
saída tenho o Quadril (ferro Infante
da Câmara) que é um cavalo seguro e
já muito experiente. Tenho também o
Zexarama (ferro Vale Lameira) que é
um cavalo que me permite ter alguma
segurança de saída. Para os curtos
o Urânio II (ferro Coimbra) é um
cavalo já muito toureado, o Zagrebe
(ferro Arsénio Cordeio) que me
permite cravar pares de bandarilhas,
coisa que nunca tinha feito na vida,
o Assim Assim (ferro Teixeira da
Silva) que é um cavalo que debutou
na temporada passada e que este
ano tem andado bem e tenho o Zeus
(ferro Sociedade das Silveiras) para
fazer algumas coisas engraçadas mais
no último tércio de lide.
CB:Quais as caraterísticas que mais
aprecias num cavalo de toureio?
GF:acima de tudo tem que querer.
Valem mais os que querem do que os
que podem! Procuramos um cavalo
bonito que galope bem, boas costas,
bom pescoço e que tenha força e
habilidade… juntar tudo isto num
cavalo é que é dificil.
CB:Lusitano ou cruzado?
GF:Um Cruzado bom é muito
poderoso, mas um Lusitano se for
bom… é muito bom! Acima de tudo
têm que ser funcionais. Existe de tudo
um pouco.
CB: Esta temporada já tiveste
algumas atuações importantes e
de triunfo. Que balanço fazes até
agora?
GF: Acho que está a ser um pouco a
antitese da temporada anterior. No
24
Por:
Pedro Cardoso
ano passado as coisas não começaram
da melhor forma, um número
reduzido de espetáculos, tinha dois
cavalos a começar… este ano, graças
a Deus o número de corridas é outro.
Já toureei em Évora, nos Riachos, no
Canadá, na Califórnia e felizmente
tem estado a correr bem. Estou
contente mas quero sempre mais,
limar erros que cometi e não quero
cometer, acho que ainda irei ter mais
cerca de 11 corridas esta temporada
e quero trabalhar para ir sempre
aumentando o nível daquilo que
tenho vindo a fazer.
CB: Como vês a tauromaquia na
atualidade?
GF: Acho que a tauromaqui está a viver
uma crise tal como o resto do país.
Mas que isso não sirva de desculpa
porque é nestas alturas que temos que
nos esforçar mais para poder andar
para a frente. Temos que aproveitar
e ter valor para cá andar. Acho que
apesar de tudo a tauromaquia está sã
e temos que nos esforçar todos para
que as pessoas vão às praças e que
venham de lá satisfeitas.
CB: O toureio tem vindo a sofrer
alguma evolução com o decorrer do
tempo e a forma de tourear hoje em
dia é bastante diferente de como se
toureava antigamente. Achas que
atualmente é mais difícil?
GF: Eu não sei se +e mais difícil
porque toureio há pouco mais de uma
década, o que sei é que atualmente se
exigem muitas coisas quer ao cavalo
quer ao cavaleiro. O cavalo tem que
ser bonito, estar arranjado, ladear,
pisar terrenos do toiro, fazer uns
quantos números, etc. Não basta ter
um cavalo bom de saída e um bom de
curtos, temos cada vez mais que ter
outros recursos pois o público já está
habituado a isso e exige todas essas
coisas dos cavaleiros.
CB: Que compromissos tens
confirmados para os próximos dias?
GF: Confirmado mesmo para agosto
tenho Paio Pires no dia 3, dia 4 na
Terrugem, dia 14 em Alcochete,
dia 18 no Sobral da Adiça, dia 19
em Coruche e dia 21 no Crato. Em
setembro vou também à Moita e
poderá ainda surgir mais alguma
coisa.
CB: O que podemos esperar do
Gilberto Filipe?
GF: Sobretudo uma entrega grande
que é para isso que trabalho todos
os dias de manhã à noite. Procuro
sempre melhorar-me a mim próprio
e no arranjo dos cavalos, procuro
entender os toiros e conseguir dar-
lhes as lides adequadas, procuro
divertir-me e espero que o público
também possa desfrutar do meu
toureio. Essencialmente é isto. As
pessoas quando nos vão ver têm que se
emocionar e têm que se divertir senão
não nos dão valor como toureiros,
CB: Três praças especiais para ti?
GF: Moita, Montijo e Campo Pequeno
CB: Nomeia três ganadarias da tua
preferência.
GF: Pinto Barreiros, Rio Frio e Conde
Cabral
CB: E três cavalos que tenham
marcado a tua carreira.
GF: Lentilha, o Zexarama e o Assim
Assim.
CB: Que dificuldades sente um
cavaleiro jovem para conseguir
vingar nesta arte?
GF: A maior dificuldade é conseguir
montar uma quadra. Depois é dificil
também conseguirmo-nos manter
fazendo um número reduzido de
corridas e receber pouco face às
despesas que temos… temos que
ir vendendo alguns cavalos bons
para ir conseguindo aguentar isto.
O problema é que esses cavalos
bons também nos fazem falta para
conseguir chegar mais além no
toureio e é sem dúvida um percurso
muito complicado.
Enquanto não conseguimos romper e
fazer com que o público nos conheça
e que goste do nosso toureio há
um caminho dificil a percorrer. Eu
acredito que já passei pela pior parte e
que estou no bom caminho.
Gostava de conseguir marcar um
lugar na tauromaquia para um dia
mais tarde quando se falar no Gilberto
Filipe as pessoas saibam quem foi.
25
CB
Reportagem x Vila Franca de Xira

Por: António Lúcio

Fotos: Pedro Cardoso

David Mora, o mais

destacado em tarde de
colete encarnado

David Mora, faena de mérito e muito valor
O
matador de toiros espanhol David
Mora foi o mais destacado desta corrida
mista em tarde de domingo de Colete
Encarnado – que cumpriu 80 anos de existência
– com duas faenas de muito nível e onde no
toureio a cavalo António Telles voltou a mostrar
a sua sabedoria. A praça registou cerca de 2/3
de lotação preenchida em tarde de muito vento
e que, uma vez mais, incomodou bastante o
matador de turno.

António Ribeiro Telles João Ribeiro Telles Jr

David Mora recebeu bem com o
capote os seus dois toiros que, por
sinal, saíram pequenotes (442 e 457
kilos anunciados) mas com muito
boas condições de lide, melhor ainda
o que foi terceiro da ordem. A sua
primeira faena de muleta foi de grande
quilate quer nos derechazos quer nos
naturais, correndo bem a mão, ligando
as séries, mandando e templando, e
com o público justamente a premiar
VILA FRANCA XIRA
8 de julho de 2012

Cavaleiros: António Telles e João
Telles Jr
Forcados: Vila Franca
Matador: David Mora
Ganadaria: Oliveira Irmãos
essa grande atuação com olés e
aplausos. Repetiria a dose no que
encerrou praça, que teve menos força,
e de novo nos presenteou com o seu
toureio de muito mérito e valor. Foi,
para nós, o triunfador da corrida.
António Telles mostrou a sua
sabedoria na forma como lidou
os dois toiros que lhe tocaram por
sorteio. Esteve muito bem na brega ao
primeiro que saiu muito distraído de
início e cravou ferragem de mérito com
destaque para o último curto pisando
terrenos de compromisso e cravando
como mandam os cânones- No que
foi quarto da tarde, António deu-lhe a
volta com classe e conhecimento dos
terrenos, numa lide que foi a mais. Os
três últimos ferros curtos são muito
bons, entrando bem de frente ou a
sesgo como foi no penúltimo ferro,
rematando também como mandam
26
as regras.
João Telles Jr teve uma primeira
atuação sofrível frente a um manso
sem classe e que se adiantava
barbaridades às montadas e foi no
quinto da ordem que se mostrou
ao seu melhor nível na ferragem
curta com quatro farpas de muito
boa execução, com destaque para o
terceiro ferro em que saiu a atacar o
toiro na sua querença e deixou um
belo ferro.
No capítulo da forcadagem os
Amadores de Vila Franca tiveram
na cara do primeiro o cabo Ricardo
Castelo que consumou rija pega à
primeira, seguindo-se-lhe Diogo
Pereira à terceira, Márcio Francisco à
primeira e Ricardo Patusco à terceira,
sofrendo todos eles alguns derrotes
mais violentos dos “Oliveiras”.
 Ricardo Castelo Diogo Pereira

David Mora Márcio Francisco Ricardo Patusco

O curro de Oliveiras, propriedade de quilos), de trapio, de condições de Direção de corrida a cargo de Ricardo
João Folque Mendonça, foi desigual lide; bons os da lide a pé (terceiro e Pereira assessorado pela veterinária
de apresentação (entre os 442 e os 550 sexto e manso sem classe o segundo. Francisca Claudino.

“Triunfo” de Brito Paes em perfeitas Paulo Caetano reaparece no Campo

condições físicas
Vítima de espetacular colhida na corrida de toiros
transmitida pela RTP1 no passado dia 20 de julho
nas Caldas da Rainha, o cavalo de António Maria
Brito Paes, “Triunfo”, encontra-se em perfeitas
condições físicas, não tendo tudo passado de um
enormíssimo susto.
O “Triunfo”, um Lusitano, ruço, de ferro Vinhas,
é um dos cavalos da quadra de Brito Paes que
executa um toureio muito clássico e de verdade.
Pequeno nos 60 anos do Fundo de
Assistência dos Toureiros Portugueses

O Cavaleiro Paulo Caetano reaparece dia 9, no Campo
Pequeno, na corrida da comemoração dos sessenta anos
de atividade do Fundo de Assistência dos Toureiros
Portugueses.
O cartel desta corrida é constituído pelos cavaleiros Paulo
Caetano e João Moura Caetano, pelo Matador de Toiros
Vitor Mendes e pelo Novilheiro Manuel Dias Gomes.
Pegam os Forcados Amadores de Lisboa, capitaneados por
Pedro Maria Gomes.
Serão lidados 2 toiros para cavalo, da ganadaria Passanha
e quatro para pé, da ganadaria Oliveiras Irmãos, num
regresso ao Campo Pequeno depois de uma larga ausência.
Será distinguido com o Diploma de Mérito, Augusto
Gomes Júnior, o primeiro português a matar novilhos
em Espanha, que viria a tomar alternativa de Matador de
Toiros (o segundo português a fazê-lo), à qual renunciou,
ingressando nas fileiras dos Bandarilheiros, de que foi
figura destacada. Mais tarde exerceu com competência as
funções de Diretor de Corrida.

Forcados: T.T.Terceirense e Ramo Grande

ROTEIRO TAURINO Grande Ganadaria: Falé Filipe
Os próximos cartéis Ganadaria: Brito Paes, Rego Botelho, ILHA GRACIOSA
anunciados para os Açores Casa Agrícola José Albino Fernandes, 13 de agosto
 Passanha, Falé Filipe e João Gaspar Cavaleiros: João Moura, Tiago
ILHA GRACIOSA Pamplona e João Pamplona
ANGRA DO HEROÍSMO 11 de agosto Forcados: T.T.terceirense e Ramo
6 de agosto – 20h Cavaleiros: João Moura, Tiago Grande
Cavaleiros: Luis Rouxinol, Brito Paes Pamplona e Miguel Moura Ganadaria: Rego Botelho
e Tiago Pamplona Forcados: T.T.Terceirense e Ramo

27
CB
Reportagem x Vila Nova de Milfontes

Texto e Fotos:
Vítor Besugo

Crise? Mas qual crise?

M
ilfontes viveu um enorme ambiente
de toiros, de praça esgotada e com um
público disposto a divertir-se. A crise
que muitos apregoam que afeta a tauromaquia,
não se sentiu, nem crise financeira, nem artística,
foi uma noite farta.
Confusão inicial nas bancadas, pois cerca de
uma centenas de aficionados não conseguiram
comprar bilhete, devido à lotação de 1800 lugares
Os cavaleiros desta noite estar preenchida.
Os lucros do espetáculo revertiam para fins sociais, pois a verba apurada irá ajudar na construção de um lar de
idosos em S. Luís.

Sónia Matias Filipe Gonçalves

O curro de Brito Paes deu bom jogo
e proporcionou êxito artístico a todos
os intervenientes, com destaque para
o segundo da noite, que poderá voltar
para o campo pelo comportamento
de bravo que mostrou.
Sónia Matias teve duas boas atuações,
melhor a primeira, de maior labor a
segunda, pois tocou-lhe o toiro mais
sério da corrida, o seu segundo,
mas a cavaleiro não se atemorizou
V.N.MILFONTES
14 de julho de 2012

Cavaleiros: Sónia Matias, Filipe
Gonçalves e Brito Paes
Forcados: Coruche e Cascais
Ganadaria: Brito Paes
e deu a volta ao oponente com
reconhecimento por parte do público
que lhe retribui forte ovação no final
da lide quando deixou um ferro em
sorte de violino.
Filipe Gonçalves, o furação algarvio
assolou a costa alentejana. É um
caso invulgar de popularidade, ao
segundo ferro já tinha o público na
mão. Sortes variadas, procura ferros
emotivos, a dar as vantagens aos
toiros e com adornos arriscados. Nota
para o grande par de bandarilhas que
cravou no centro da arena em sorte
frontal. Uma grande noite para ficar
na memória de quem assistiu.
Brito Paes, é um cavaleiro com outra
escola, menos efusivo tentar fazer
sempre tudo bem. É um toureiro
28
sério, e que uma vez mais mostrou que
está bem montado. Estreou um novo
cavalo de saída, o "Caramelo"que
deixou bons apontamentos. Duas
boas atuações de "Mia" em Milfontes.
Os grupos de forcados tiveram
também eles uma noite de triunfo com
todas as pegas a serem consumadas
ao primeiro intento, com forcados
menos rodados de ambos os grupos a
aproveitar a oportunidade.
Assim, por Coruche foram solistas
João Mesquita, José Marques e
António Tomás que se estreou da
melhor maneira com a jaqueta do
grupo comandado por Amorim
Ribeiro Lopes.
Pelo grupo de Cascais bateram as
palmas aos toiros os forcados Paulo
 Loução, Carlos Ricardo que brindou
a pega aos céus em memória de seu
pai, que faleceu hà poucos dias e
finalmente Bruno Cantinho que
reapareceu a pegar de caras desde a
lesão no joelho que sofreu em 2011
no Campo Pequeno.
No intervalo da corrida o Dr.
António Raul Brito Paes recebeu da
organização uma lembrança pelos 50
anos da ganadaria.
Dirigiu a corrida com acerto o
delegado técnico Tauromáquico,
Sr. Ricardo Pereira assessorado
pelo médico veterinário. Dr. Jorge
Brito Paes Dr António Raúl Brito Paes (à esquerda) Moreira.

GFA Coruche - João Mesquita GFA Coruche - José Marques GFA Coruche - António Tomás

GFA Cascais - Paulo Loução GFA Cascais - Carlos Ricardo GFA Cascais - Bruno Cantinho

Barreira
Contra

Revista de Equitação e Tauromaquia

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gratuitos) / Europa: 150€ / Outros Países: 180€
CB
Entrevista x Manuel Dias Gomes
CONTRA BARREIRA: O Manuel
vem de uma família com ligações
muito fortes à tauromaquia. O seu
avô paterno é matador de toiros, o
seu avô materno ganadeiro, o seu
pai e irmãos são forcados. Quando
é que o Manuel decidiu que queria
enveredar pelo toureio a pé?
Manuel Dias Gomes: Com a ligação
que a minha família tem com a
tauromaquia, essas mesmas ligações
foram transmitidas e a partir daí
veio toda esta aficion. A decisão
por enveredar pelo toureio a pé foi
quando decidi inscrever-me na escola
de Toureio José Falcão. A partir daí foi
quando tudo começou e aos 16 anos
toureei a minha primeira novilhada
em Vila Franca de Xira.
CB: Escolheu com certeza o caminho
mais difícil de tragar, o de ser
Matador de Toiros em Portugal…
MDG: Talvez seja o mais difícil, mas
é também o caminho mais bonito!
É o toureio a pé que sinto. Quando
começamos esta carreira, temos a
plena consciência que é em Espanha
onde temos que singrar nesta
profissão e onde podemos tomar a
Alternativa e sermos Matadores de
Toiros. Em Portugal, sempre houve
toureio a pé e enormes figuras do
toureio, agora o problema é que não
há uma aposta total no toureio a pé
em Portugal! Com mais corridas
em Portugal poderíamos estar mais
toureados e, principalmente, que se
Fotos: Pedro Batalha
"Por agora estou
completamente dedicado
ao toureio"
pudesse contar com a temporada em
Portugal relativamente ao toureio a
pé! Assim poderíamos ganhar maior
importância.
CB: Atuou recentemente na
Monumental de Las Ventas em
Madrid, no terceiro festejo do Ciclo
de Novilhadas Noturnas, mas, pelas
notícias que cá nos chegaram nem
tudo lhe correu de feição, tendo sido
silenciado nos dois toiros. O que
aconteceu?
MDG: Se me permite em relação a
30
Por: Sandra Batalha
Manuel Dias
Gomes
O Futuro do Toureio a Pé
"Ser Matador de
Toiros talvez seja o
caminho mais difícil
de tragar, mas é
também o caminho
mais bonito!"
essa pergunta, penso que as imagens
não mentem e portanto às vezes as
noticias nem sempre correspondem
à realidade! Pois em Portugal, as
notícias que surgiram, à exceção de
três que constataram a realidade,
as demais limitaram-se a esperar
noticias e a transcrever textos.
CB: O que se sente quando se pisa a
arena de Las Ventas?
MDG: É uma enorme
responsabilidade mas tentei encara-
la com naturalidade mas ao mesmo
tempo feliz por poder pisar a arena
de las Ventas. Mas sempre consciente
de que é onde um toureiro tem que
se entregar totalmente, passe o que
passe tudo nessa arena merece a pena.
CB: No próximo dia 9 de agosto
o seu avô, Augusto Gomes Jr, irá
receber um Diploma de Mérito na
praça de toiros do Campo Pequeno.
É um grande motivo de orgulho
para si com certeza…
MDG: Sim irá ser uma noite muito
emotiva. É um grande motivo de
orgulho para mim não só pelo toureio
e homem que é mas sobretudo, pelo
fato de ter sido o meu avô a iniciar
o toureio a pé sendo portanto ele o
impulsionador da arte de montes.
E uma das formas mais bonitas que
tenho de lhe agradecer isso, é poder
brindá-lo com uma faena.
CB: E o Manuel vai integrar o cartel
dessa corrida, ao lado do maestro
Vítor Mendes na parte a pé. É uma
 grande responsabilidade tourear em
Lisboa?
MDG: Lisboa é a praça mais
importante de Portugal e onde
podemos dar um toque de atenção,
como se costuma dizer. É um cartel
muito bonito, a cavalo com o Maestro
Paulo Caetano e seu filho e, na parte
apeada, com o Maestro Vitor Mendes,
sendo para mim um orgulho e um
privilégio poder compartir cartel com
ele.
CB: Recentemente o Manuel
licenciou-se em Engenharia
Agrónoma. Conseguirá com
facilidade conciliar ambas as
profissões que escolheu para a sua
vida?
MDG: São profissões que têm
algo em comum e que é muito
importante para mim, o campo. Um
dos principais objetivos que tinha
era licenciar-me em Engenharia
Agronómica e já tenho esse objetivo
Lisboa é a praça mais
importante de Portugal
e onde podemos dar um
toque de atenção
cumprido. Os toiros tiram muito
tempo para estudar e o estudar tira
muito tempo aos toiros. Por agora
estou completamente dedicado ao
toureio.

As imagens não mentem ROTEIRO TAURINO

Por: Maurício do Vale
Os cartéis das Fiestas
Colombinas 2012
Plaza de Toros de La
Merced
Huelva


Fotos: Muriel Feiner HUELVA
Manuel Dias Gomes, jovem português, foi roubado 2 de agosto – 20h locais
na sua presença na Monumental de Madrid, no passado dia 15. Foi Matadores: El Cid, Iván Fandiño
vergonhosamente comentado em directo e levianamente referido em sites, e Daniel Luque
sendo que os nossos tinham a obrigação de não se deixar enganar; bastava Ganadaria: La Dehesilla e José
terem visto a novilhada diante de um televisor. Em especial no 4º. Aquilo Luis Pereda
é o toureio mais puro!
As imagens não mentem... O cambiado no centro da arena foi dos mais
perfeitos que vi. O comentador Molés, que elogia momentos assim em HUELVA
Castella, Perera ou outros, disse que aquilo era do agrado dos turistas… 3 de agosto – 20h locais
Manuel era o “portuguesinho”, soando a rara chacota. Matadores: José Tomás e
Manuel escutou no centro da arena, mal estoqueou, uma forte ovação, Morante de La Puebla
mas lá e cá, foi escrito “silêncio”! Por cá, nessa noite foi escrito que “nada Ganadaria: Victoriano del Rio,
aconteceu”, mas já li emendas para “digníssima” presença… Pouco e tarde Jandilla, El Pilar, Zalduendo,
demais face ao roubo que fizeram ao novilheiro português! Entretanto, em Juan Pedro Domecq e Nuñez del
Portugal, para ser triunfador basta ser estrangeiro… Cuvillo

HUELVA
Nuno Casquinha triunfa en Huacho 4 de agosto – 20h locais
O Matador de Toiros Nuno Casquinha atuou Matadores: El Juli e Alejandro
Talavante
Foto Ayrton Taboada

ontem na localidade peruana de Huacho

com grande êxito, saindo em ombros pela
porta grande.
Praça de Toiros de Huacho
3/4 de lotaçao
2 toiros e 1 novilho de Chuquizongo e
Orihuela, desiguais de comportamento e que nao deram facilidades.
Paco Ramos - Volta à arena
Nuno Casquinha - Volta à arena
Ignacio Lizana ( novilheiro ) - Volta à arena
Ganadaria: Nuñez del Cuvillo
HUELVA
5 de agosto – 20h locais
Cavaleiros: Diego Ventura
Ganadaria: La Dehesilla, José
L. Pereda, Miura, Partido de
Resina, Juan P. Domecq e F.
Bohórquez

31
CB
Reportagem x Lisboa

Por: Sandra Batalha

Fotos: Pedro Cardoso

João Salgueiro
A Grande Figura da Noite

Triunfal regresso de João Salgueiro a Lisboa
O
atrativo maior desta noite em Lisboa seria com toda a
certeza ver pela primeira vez no Continente o cavaleiro
João Salgueiro. E digo-o com toda a certeza pois dias
antes tinha armado um taco daqueles como só os génios o
sabem fazer nos Açores e também porque se percebeu que a
grande maioria do público estava ali por ele nesta noite, logo
desde as cortesias em que o aplaudiram com fervor a partir do
primeiro momento em que pisou a arena de Lisboa.
O génio de Valada do Ribatejo não defraudou… antes pelo
contrário, esteve todo um artista, esteve a gosto com uma
primeira atuação prenhe de emotividade, de saber e de bom
toureio.
Talvez o fato de não o termos visto ainda este ano tourear
tivesse sido fortemente contributivo para a casa que esteve
esta noite em Lisboa, mais de ¾ de lotação preenchidos.

Andy Cartagena João Moura Jr

O primeiro toiro que coube em sorte
da corrida foi menos complicado mas João Moura Jr também fez esta noite
a João Salgueiro cedo se revelou também lhe faltou um pouco de casta. em Lisboa uma das poucas aparições
um manso encastado, no entanto, Salgueiro encontrou as distâncias que, ao que tudo indica, irá ter este
o cavaleiro superou as dificuldades
e os terrenos para que a atuação ano no nosso país. Cumpriu em
de forma magistral, recriando-se resultasse em excelente plano, apenas ambos os toiros do seu lote com duas
em cada sorte, em cada recorte, transmitindo um pouco menos de atuações bastante corretas mas de
conseguindo por no toiro aquilo que
emoção às bancadas. pouco transmissão às bancadas.
ele não tinha. O último curto foi de
O rejoneador Andy Cartagena não Vila Franca de Xira e Portalegre
verdadeira antologia. O quarto toiro
agradou, de todo! A falta de verdade foram os grupos de forcados eleitos
que imprimiu no seu toureio foi para esta noite.
LISBOA de tal forma gritante que o público Por Vila Franca foram caras Ricardo
não hesitou em vaiá-lo por diversas Castelo, Pedro Castelo e Bruno
19 de julho de 2012
 vezes durante ambas as atuações. Casquinha todos a consumarem
Cavaleiros: João Salgueiro, Andy Entusiasmou os menos exigentes galhardemente e com raça as suas
Cartagena e João Moura Jr apenas e já na reta final com uns ferros sortes ao primeiro intento.
Forcados: Vila Franca e em sorte de violino e uns de palmo. Boa nota também para os de
Portalegre Não deixou cartel para regressar a Portalegre com todas as pegas
Ganadaria: Pinto Barreiros Lisboa. realizadas à primeira tentativa por

32
 GFA Vila Franca - Ricardo Castelo
GFA Portalegre - Miguel Zagalo
intermédio de Miguel Zagalo, Ricardo
Cardana e Nelson Batista.
Pedro Reinhardt dirigiu o espetáculo.
E quero apenas aqui deixar uma
ressalva, já que o diretor mandou
tocar o cornetim, chamando a atenção
ROTEIRO
TAURINO
Os cartéis anunciados
para as localidades mais
a norte de Portugal

POVOA DE VARZIM
5 de agosto - 17h
Cavaleiros: Joaquim Bastinhas,
Sónia Matias, Filipe Gonçalves,
Paulo Jorge Santos, Tomás Pinto e
José Carlos Portugal
Forcados: Ribatejo, Moita e
Monforte
Ganadaria: António Charrua
FIGUEIRA DA FOZ
5 de agosto – 17h30
Cavaleiros: João Moura, João
Moura Jr. e Miguel Moura
Forcados: Tomar, Portalegre e
GFA Vila Franca - Pedro Castelo
GFA Portalegre - Ricardo Cardana
ao rejoneador Andy Cartagena
e ao forcado de Portalegre que o
acompanhava pois iniciaram a volta
sem pedir autorização.
Até aqui correto…!
Só é lamentável é que isto seja apenas
Coimbra
Ganadaria: Romão Tenório
NAVE DE HAVER
5 de agosto – 17h30
Cavaleiros: João Moura Caetano e
Marcos Bastinhas
Forcados: Cascais e Ap. Chamusca
Matador: Juan del Álamo
Ganadaria: Varela Crujo
PONTE DE LIMA
12 de agosto – 18h
Cavaleiros: Ana Batista, Brito Paes
e David Oliveira
Forcados: Santarém
Ganadaria: Antº Reis
ALDEIA DA PONTE
12 de agosto – 17h30
Cavaleiros: Luis Rouxinol e Pedro
Salvador
Forcados: Coimbra
Matador: Sánchez Vara
Ganadaria: Varela Crujo
POVOA DE VARZIM
18 de agosto – 22h15
33
GFA Vila Franca - Bruno Casquinha
GFA Portalegre - Nelson Batista
uma mera formalidade, já que em
mais de 20 anos que frequento as
praças de toiros e, até hoje, nunca vi
nenhum diretor de corrida recusar a
volta a nenhum toureiro… e alguns
bem que mereciam.
Cavaleiros: António Telles, Manuel
Telles Bastos e João Telles Jr.
Forcados: Coruche e Alenquer
Ganadaria: David R. Telles
MEÃS DO CAMPO
19 de agosto - 17h
Cavaleiros: Manuel Jorge de
Oliveira, Rui Salvador e Ana Rita
Forcados: T.T.Montijo e Coimbra
Ganadaria: Santos Silva
BAIÃO
23 de agosto - 17h
Cavaleiros: Manuel Jorge de
Oliveira, Sónia Matias e Ana Rita
Forcados: T.T.Montijo, Cascais e
Coimbra
Ganadaria: Santos Silva
FIGUEIRA DA FOZ
24 de agosto – 22h15
Cavaleiros: António Telles, Pablo
Hermoso de Mendoza e Paulo
Jorge Santos
Forcados: A designar
Ganadaria: A designar
CB
Reportagem x Riachos
António Maria Brito Paes
feição. Ficamos todos a ganhar! Fica quem organiza os espetáculos, ficam os toureiros porque é garantidamente
mais agradável tourear peralte uma farta moldura humana e, por consequência, fica rá também com toda a
certeza o público. Bom espetáculo este nos Riachos.
Ana Batista
António Maria Brito Paes foi o melhor
da noite, especialmente na lide do seu
primeiro toiro em que esteve muito
correto na forma como o abordou, na
colocação da ferragem, nas distâncias
e na eleição dos terrenos. Há sempre
coisas a limar, mas esta atuação roçou
a perfeição. Frente ao segundo toiro
do seu lote também esteve muito
bem, faltando apenas um pouco mais
RIACHOS
27 de julho de 2012

Cavaleiros: Ana Batista, Gilberto
Filipe e Brito Paes
Forcados: Cuba e Riachos
Ganadaria: Grave
Por: Sandra Batalha
Fotos: Pedro Cardoso
Casa Cheia nos Riachos
na Corrida da Bênção do
Gado
P
arece que foi mesmo abençoada a corrida de
dia 27 na simpática localidade ribatejana
de Riachos que decorreu por ocasião das
festas da Bênção do Gado.
O público encheu a praça na sua lotação total
e houve mesmo que quem quisesse ir e já não
conseguisse entrar… crise? Afinal quando os
espetáculos são bem montados, em datas festivas
e sem inventar muito, as coisas correm bem e de
Gilberto Filipe
de transmissão na série de curtos.
Ana Batista já totalmente recomposta
dos problemas de saúde que a
afastaram dos ruedos durante mais
de um mês também cumpriu, embora
francamente melhor no seu primeiro
que no segundo em que não conseguiu
dar a volta a um complicado Murteira
Grave que se parou nos médios, sem
mobilidade e com más ideias. Nuno Gameiro, melhor pega da noite
O cavaleiro Gilberto Filipe alcançou
duas atuações de grande conexão
com as bancadas, com o ritmo e a
entrega que lhe são habituais. Os
toiros do seu lote não complicaram
e o Gilberto esteve em muito bom
plano nos Riachos.
O curro de Murteira Grave estava
muito bem apresentado e cumpriu
GFA Riachos - Nuno Gameiro
34
na generalidade, exceção feita aos
toiros do lote de Ana Batista mais
complicados, especialmente o quarto
na ordem da corrida.
Pelos amadores de Cuba, Pedro
Abundância foi dobrado após duas
tentativas por Pedro Primo que na
sua primeira tentativa consumou a
pega. Nuno Rocha e Nuno Caraça
GFA Riachos - Luís Azevedo GFA Riachos - Nuno Matos
pegaram ambos à segunda.
Grande expetativa para ver os forcados
amadores dos Riachos, cumprindo na
perfeição com o compromisso que
abraçaram. Luís Azevedo e Nuno
Gameiro consumaram à primeira
enquanto Nuno Matos rubricou à
segunda a última pega da corrida.
Dirigiu acertadamente e sem
incidentes Pedro Reinhardt. GFA Cuba - Nuno Rocha GFA Cuba - Nuno Caraça

ROTEIRO TAURINO
Algumas datas já agendadas
para o próximo mês de setembro

ESTREMOZ
1 de setembro – 17h30
Cavaleiros: Manuel Jorge de
Oliveira, Francisco Cortes e
Pedro Salvador
Forcados: Portalegre, Monforte
e Elvas
Ganadaria: J.L.Vasconcellos e
Sousa D’Andrade

MONTEMOR-O-NOVO
2 de setembro – 17h
Cavaleiros: Luís Rouxinol, Moura
Caetano, Marcos Bastinhas e
Grupo de Forcados Amadores de Cuba
Manuel Vacas de Carvalho
Forcados: Montemor
Ganadaria: Pégoras

CAMPO PEQUENO
6 de setembro - 22h
Cavaleiros: Pablo Hermoso
de Mendoza, Rui Fernandes e
Manuel Manzanares
Forcados: Coruche e Ap.
Chamusca
Ganadaria: Mª Guiomar C.
Moura

MONFORTE
9 de setembro -18h
Cavaleiros: João Moura
Caetano
Forcados: Portalegre, Monforte e
Ac. Elvas
Ganadaria: Paulo Caetano e Mª
Guiomar C. Moura
Grupo de Forcados Amadores dos Riachos

35
CB
Reportagem x Riachos
RIACHOS, Bênção do Gado
Não há bênção como esta...
N
uma manhã de maio dos
alvores da idade média, não
se sabe bem já quando, um
grupo de Cingeleiros destas terras de
Riachos andava como tantos outros,
na lavoura dos seus hastins dos
campos do Espargal.
Auxiliavam-nos nas suas duras
tarefas juntas de bois de trabalho que,
pacientemente, puxavam os arados.
A certa altura e porque os bois não
conseguiam avançar fincando mesmo,
com o esforço, os joelhos no chão,
os lavradores repararam que o bico
do arado estava preso numa grande
pedra que começava a sobressair do
ventre da terra.
Escavando então, descobriram
debaixo da lage uma imagem, escura e
trsite, de um Senhor Jesus Crucificado
que, com a surpresa, os fez cair de
joelhos como se de um milagre
estivesse acontecendo. Limparam-lhe
depois a terra húmida dos cabelos, de
entre os dentes da boca entreaberta,
dos pés e das mãos. Ajeitaram-lhe
os pregos da cruz e depois levaram-
na para o centro da povoação, para
o Largo, onde, sabido do milagroso
achado, depressa acorreram vindos
dos seus casais, os outros lavradores
cingeleiros de Riachos.
Carregada a imagem num carro
puxado por uma junta de bois,
Por: Josué Ferreira
Fotos: Pedro Cardoso
enfeitaram-no de flores campestres
e de ervas aromáticas e lá foram a
cantar entrega-la à Igreja da sede da
freguesia de Santiago, perto do Paço
em Torres Novas.
A partir daí, todos os anos, os
cingeleiros de Riachos fizeram nascer
a sua festa, a Festa da Bênção do
Gado, desfilando alegremente com
os animais, enfeitados e floridos,
numa recordação da memória do seu
achado.
E sempre, até aos dias de hoje, os
riachenses relembram nesses dias
o que há de mais profundo na sua
memória: o encanto de uma lenda
que acima de tudo representa a mais
profunda ligação à natureza, única
fonte de riqueza da sua vida e do seu
saber ancestral.
“Versão do Museu Agrícola de Riachos”
36
CB 7ª Fiesta
Sangre en el ruedo
Á
ngel Ternel foi um nome muito
falado nos últimos meses,
infelizmente pelas piores
razões. O diestro foi surpreendido,
quando se encontrava perfilado
para entrar a matar um toiro dos
Hermanos Jabalet. Um “pinonazo”
desde o lábio até ao final da bochecha
junto à cavidade ocular, resultou num
corte com 20 cm. Aquele que poderia
ser o ano da sua afirmação
pode estar irremediavelmente
comprometido.
Angél Ternel é filho de Angél
Ternel Peñalver, famoso matador
de toiro madrileno que toureou
essencialmente nos finais dos
anos 60, anos 70 e com algumas
raras aparições durante os anos
80. Para termos uma ideia da
mestria de Angél Ternel Peñalver
basta salientar que abriu quatro
portas da Monumental de
Madrid, duas delas consecutivas.
O artigo deste mês está
intimamente ligado ao toureio de
Angél Ternel Peñalver, a sua arte
é sem dúvida o maior atrativo
no filme “Sangre en el ruedo” de
1969, realizado por Rafael Gil. As
sequências das suas lides ficaram
na memória do aficionado. Na
altura da rodagem Angél Ternel
Peñalver tinha apenas 18 anos e já
tinha a alternativa de Matador de
Toiros, apesar de muito novo, Angél
já gozava do estatuto de Figura.
A história do filme trata do conflito
entre duas figuras retiradas do toureio,
aqueles que eram os melhores amigos,
tornam-se os maiores inimigos. Há
quinze anos atrás aquando da grave
A mais preciosa informação taurina!
colhida de Juan Carmona que o iria
fazer retirar para sempre das praças,
o seu melhor amigo, José Dominguez,
como que possuído por uma letargia
de medo e transe fica imobilizado no
burladero sem conseguir tirar o toiros
ao “quite”. Juan nunca lhe perdoou.
Mas quinze anos depois, sem se
verem, o destino vai voltar a uni-los
quando o filho de Juan, interpretado
por Angél Ternel Peñalver, decide
tornar-se toureiro, isto, muito, contra
a vontade do seu pai.
Esta obra ao contrário da maioria
da cinematografia taurina, foge ao
estereótipo do rapaz miserável que vê
no Toureio a fuga aos seus problemas
económicos, neste filme, pelo
contrário, é o rapaz rico que foge de
37
Por: Nuno Soares Dias
casa para conseguir ser figura.
Apesar das boas interpretações de
atores muito competentes no seu
ofício, à exceção de Angél Ternel
Peñalver, os diálogos são um
pouco débeis, seria necessário um
argumento mais rico para apresentar
este conflito tão dramático.
Acerca da aparição no filme, Angél
Ternel Peñalver comenta em entrevista
recente “Foi uma experiência
bonita e enriquecedora. O
elenco era fantástico, por isso
não me custou muito acostumar
aquela ambiência. Quem me
propôs para o filme foi a minha
madrinha Maria Rosa, fiz as
provas e disseram-me que
tinha sido aceite. Ali conheci,
entre outros, esse fenómeno
que era Paco Rabal, que pessoa
extraordinária. Uma vez disse-
me – Filho, de aqui em diante,
cada vez que passar por ti vou
dar-te 10 pesetas. – Assim,
quando passava por ele pedia-
lhe – Papa, as minhas 10 pesetas
– e ele respondia carinhosamente
– Toma lá, mais uma prenda.
As filmagens foram feitas
essencialmente nos intervalos
das minhas viagens à América.
Recordo ainda, a grande ajuda
que me deu uma das protagonistas,
Cristina Galbó, ela era muito bonita,
era ela que me ajudava a decorar o
guião.”
Numa apreciação geral é um filme que
funciona bem para os aficionados,
e uma ótima companhia para uma
próxima noite de verão. Grandes
férias e boas Fiestas.
CB
Ganadarias x Vale do Sorraia

VALE DO SORRAIA Fotos:Pedro Batalha

Ganadaria de Casta Portuguesa

ORELHA ESQUERDA
S/ Sinal
ORELHA DIREITA
S/ Sinal
SIGLA LIVRO GENEALOGICO
8.AP.064-PVS
DIVISA
Azul e Branca
ANTIGUIDADE
16/08/1948 (Coruche)
PROPRIETARIO
Ribeiro Telles - Sociedade
Agrícola, Lda.
ENTIDADE EXPLORADORA
Ribeiro Telles - Sociedade
Agrícola, Lda.
REPRESENTANTE
David Manuel Godinho Ribeiro
Telles
EXPLORAÇÃO SOLAR DO
EFECTIVO
Herdade de Madeiros
MAIORAL
Mário oliveira
PROCEDÊNCIA
Norberto Pedroso e Branco
Teixeira
ENCASTE ACTUAL
Barreiros e Norberto Pedroso

38
ESBOÇO HISTORIOGRAFICO
G anadaria iniciada em 1947 por
David Ribeiro Telles e seu irmão,
com reses de Pinto Barreiros e Dr.
Silva, efetivo que mais tarde (1964)
é transferido para a divisa de David
Ribeiro Telles, sendo substituído
por reses de casta portuguesa,
provenientes de Norberto Pedroso,
Branco Teixeira e Palha Blanco.
A partir de 1970, com a designação
de ganadaria “Vale Sorraia” é o
efetivo substancialmente reduzido,
para se revitalizar desde 1986, através
de vacas Passanha, Ribeiro Telles
e Irmãos Dias, estas procedentes
de Norberto Pedroso, tal como os
sementais.

A ganadaria Vale do Sorraia é
atualmente um dos poucos redutos
de casta portuguesa. O toiro que
ostenta este ferro é em tipo um
animal de trapio imponente, que sai
39
à praça com uma média de 500kg,
musculado, com cara, engravitado e
que faz lembrar o toiro antigo. É um
tipo de toiro com muita mobilidade e
que dá espetáculo, as suas reações são
inesperadas e é por isso habitualmente
do agrado do público.
Os toiros Vale do Sorraia têm vários
tipos de pelagem, porém com grande
predominância do Salgado e são
animais de uma grande rusticidade,
quer as vacas quer os toiros, já que
 uma das convicções do ganadero é a
de levar esta ganadaria de uma forma
diferente, para manter o tipo antigo
dos toiros. Por isso mesmo as vacas
são toureadas apenas a cavalo, não se
realizando como é hábito na grande
maioria das ganadarias as tentas a pé.
Ganadaria que sobressai
invariavelmente nas praças onde lide,
foi condecorada como triunfadora da
temporada de 2010 em Vila Franca
de Xira com o prémio de melhor
ganadaria. Também na mesma praça,
na Feira de Outubro de 2008, o toiro
nº 31 lidado por Vítor Ribeiro foi um
animal extraordinário que valeu a
chamada de Mestre David ao ruedo
bem como a exigência do público a
pedir volta à arena para o toiro.

40
CB
Reportagem x Póvoa de Varzim

Por: Sandra Batalha

Fotos: Emílio de Jesus

A Genialidade talvez seja

genética
Salgueiro da Costa, de uma
verdade impressionante

A
s corridas na Póvoa de Varzim têm
sempre um sabor especial, talvez a
escassez de espetáculos tauromáquicos a
norte do país deixe maior ansiedade aos muitos
aficionados que por lá vivem. Assim, mais uma
vez o ambiente na Póvoa foi extraordinário, quase
tanto como a atuação magistral de Salgueiro da
Emanuel Injay (GFA Chamusca) e Salgueiro da Costa, triunfadores da noite Costa, único praticante no cartel desta noite e
que bordou o toureio de forma reta, com a verdade pela frente e com muita emoção, provocando nas pessoas
aquele sentimento que as faz serem aficionadas. Não sei se a genialidade vem nos genes ou não, mas que este
jovem cavaleiro irá longe, isso irá com certeza, digo-o desde que o vi a tourear pela primeira vez. Claro que como
todos já teve atuações melhor conseguidas que outras, por vezes alguma falta de rodagem também implica que
nem tudo corra de feição, mas, desta vez, esteve como ele é… extraordinário! Porque o perfecionismo e a verdade
com que Salgueiro da Costa interpreta o toureio fá-lo ser diferente.

António Ribeiro Telles Marcos Bastinhas João Salgueiro da Costa

A corrida foi televisionada e ficou em
5º lugar no Top da RTP1, por isso,
quem quis ver viu e tem com certeza
a sua opinião formada, tornando-se
por vezes até um pouco ingrato para
quem tem depois que escrever sobre
os espetáculos.
O espetáculo decorreu sob o
signo da boa sorte já que todos os
intervenientes estiveram bem, cada
POVOA DE VARZIM
20 de julho de 2012

Cavaleiros: António Telles, Rui
Salvador, Sónia Matias, Marcos
Bastinhas, Tiago Carreiras e
Salgueiro da Costa
Forcado: Ribatejo, Ap. B.Verde
Alcochete, Chamusca
Ganadaria: Veiga Teixeira
um à sua maneira e dentro do estilo a
que habituou o público.
O curro de toiros de Veiga Teixeira,
sério e encastado, deu bom jogo de
uma forma geral e não condicionaram
de forma alguma o bom desenrolar
do espetáculo.
Os cavaleiros António Telles, Rui
Salvador, Sónia Matias, Marcos
Bastinhas e Tiago Carreiras estiveram
todos eles francamente em bom
plano, com atuações corretas e que
chegaram às bancadas do tauródromo
nortenho, apesar de o mais destacado
de todos ter sido nesta noite, como já
referi, Salgueiro da Costa, que recebeu
meritoriamente o trofeu em disputa
para a melhor lide.
No que respeita às pegas, os três
grupos apresentaram-se em praça
com galhardia, com um destaque
41
muito especial para os Amadores da
Chamusca e para o forcado Emanuel
Injay que mereceu o troféu à melhor
pega, concretizada ao segundo
intento e que colocou em alvoroço as
bancadas da Póvoa de Varzim. Ainda
pelos da Chamusca, o cabo, Nuno
Marques, pegou à primeira o terceiro
toiro da corrida.
Pelos forcados amadores do Ribatejo
foram caras Mário Gonçalves e João
Guerreiro ambos à primeira.
João Salvação e Marcelo Loja pegaram
pelos amadores do Aposento do
Barrete Verde de Alcochete à segunda
e primeira tentativa respetivamente.
Dirigiu o espetáculo o delegado
técnico tauromáquico Nuno Nery
com assessoria veterinária do Dr. José
Luís Cruz, perante uma casa quase
cheia.
CB
Reportagem x Salvaterra de Magos

Por: Sandra Batalha

Fotos: Pedro Cardoso

Rui Salvador e Francisco

Borges premiados em
Salvaterra

S
empre me ensinaram que para que a festa
de toiros possa ter futuro tem que haver
seriedade e respeito pela mesma.
Digo isto a propósito da corrida de toiros de
dia 28 em Salvaterra de Magos, pela falta de
respeito para com o público e pela falta de
brio profissional demonstrado neste caso em
concreto, quer pela empresa organizadora do
Francisco Borges (GFA Montemor) e o cavaleiro Rui Salvador espetáculo quer pelo proprietário da ganadaria
Palha. E explico porquê… em primeiro lugar, a empresa anuncia um “Terrorífico” curro da ganadaria Palha,
quando na verdade deveria adjetivá-lo de outra forma qualquer, por exemplo “Um super desigual e sem qualquer
ponta de homogeneidade curro da ganadaria Palha”. Em segundo lugar, quando o proprietário da ganadaria Palha,
Dr. João Folque de Mendonça, grande amigo da minha família e por quem tenho o maior respeito, se assume
perante as câmaras da televisão como “Criador de toiros de lide” e não como “ganadeiro”, tem obrigatoriamente
que mostrar dignidade e brio nos toiros que apresenta em público. Um curro desigual em que os dois primeiros
toiros são magríssimos e avacados, não me parece que faça jus à divisa que representa… ou será que como é para
o “portuguesito” qualquer coisa serve? Com leviandades deste tipo, publicidade enganosa e falta de respeito por
quem vai às praças, saímos todos a perder, aficionados, empresa, ganadeiro e toureiros!

Rui Salvador, melhor lide da noite Ana Batista

Na realidade, dos “Terroríficos” toiros
que vieram da Herdade da Adema,
apenas se aproveitou o quarto e quinto
exemplar da corrida. O primeiro era
SALVATERRA DE MAGOS
28 de julho de 2012

Cavaleiros: Rui Salvador, Ana
Batista e Marcelo Mendes
Forcados: Montemor e Vila
Franca
Ganadaria: Palha
magríssimo e selado e o segundo
completamente avacado, ambos sem
ponta de trapio e ide apresentação
indigna. O terceiro manso e sem
trapio, o quarto estava melhor
rematado e foi nobre e colaborador,
o quinto também cumpriu na
apresentação mas faltou-lhe nobreza
e o sexto, um manso de tábuas, sem
lide possível.
Rui Salvador ganhou meritoriamente
o troféu para a melhor lide, frente ao
quarto toiro da corrida onde conseguiu
alcançar os melhores momentos da
42
noite quer em termos de brega quer
na preparação das sortes e colocação
dos ferros da ordem. Cumpriu de
boa forma também frente ao toiro
que abriu praça, um manso com mau
génio, mas ao qual o cavaleiro de
tomar se conseguiu sobrepor.
Ana Batista teve duas atuações
bastante bem conseguidas. A
primeira resulta em bom tom, a
entender o seu oponente e dando-lhe
a lide adequada. Foi soberbo o ferro
com que encerrou esta sua primeira
atuação, entrando pelo toiro dentro,
GFA Montenor - António Vacas de Carvalho GFA Montenor - Tiago Telles de Carvalho GFA Montenor - Francisco Borges

GFA Vila Franca - Rui Godinho GFA Montenor - Rui Graça GFA Montenor - Ricardo Patusco

ROTEIRO TAURINO
Os cartéis já anunciados
para o Campo Pequeno

CAMPO PEQUENO
2 de agosto - 22h
Cavaleiros: Salvador, Luis Rouxinol,
Sónia Matias, Ana Batista, Brito Paes
e Ana Rita
Forcados: Ribatejo, Ap.Barrete Verde
Marcelo Mendes
e São Manços
como é usual dizer-se. Ganadaria: Engº Luis Rocha
Frente ao quinto toiro da corrida consegue também uma prestação
plena de interesse, conseguindo superar o toiro que por vezes se CAMPO PEQUENO
adiantava à montada, principalmente no desenhar das sortes. 9 de agosto – 22h
Se esta não foi uma corrida de sorte, poderia mesmo dizer que tem Cavaleiros: Paulo Caetano e João
Moura Caetano
teve a fatia maior de azar foi Marcelo Mendes. Começou bem de
Forcados: Lisboa
compridos a lide frente ao terceiro da ordem, mas, fa ferragem curta
Espadas: Vitor Mendes, Manuel Dias
levou alguns toques e mostro alguma falta de critério e de recursos
Gomes e Tiago Santos
para se conseguir sobrepor à fraquitas caraterísticas do toiro. Já na
Ganadaria: Passanha e Oliveira
lide do que encerrou praça, Marcelo esteve disposto, voluntarioso,
Irmãos
sofrido, mas o toiro fechou-se em tábuas e não deu qualquer hipótese.
CAMPO PEQUENO
Deixou alguns ferros em sortes sesgadas de grande e total mérito para
23 de agosto - 22h
o cavaleiro. O público reconheceu-lhe o esforço.
Cavaleiros: João Moura, António
Grandes prestações tiveram os forcados amadores de Montemor e
Telles, João Salgueiro, Manuel Telles
de Vila Franca, conseguindo emotivas pegas já que os toiros, os tais
Bastos, João Salgueiro da Costa e
terroríficos, não facilitaram o labor da rapaziada das jaquetas de Miguel Moura
ramagens. Forcados: Cascais, Ap. Chamusca e
Por Montemor foram caras António Vacas de Carvalho à segunda, Ramo Grande
Tiago Telles de Carvalho também à segunda e Francisco Borges Ganadaria: Passanha
enorme a consumar à primeira tentativa, vencendo o troféu para a
melhor pega da noite. CAMPO PEQUENO
Rui Godinho, Rui Graça e Ricardo Patusco pegaram de caras pelos 30 de agosto - 22h
amadores de Vila Franca de Xira, concretizando à primeira, segunda Cartel a designar
e primeira tentativas, respetivamente.
Dirigiu Pedro Reinhardt com assessoria do Dr. Carlos Santana.
43
CB
Reportagem x Caldas da Rainha

Por: Sandra Batalha

Fotos: Pedro Cardoso

Praça Cheia na
Homenagem a D.
Francisco de Mascarenhas

P
raça cheia nas Caldas da Rainha na
corrida que serviu para homenagear uma
das grandes referências da tauromaquia
nacional: D. Francisco de Mascarenhas.
D. Francisco comemora esta temporada 67 anos
desde a data em que se profissionalizou como
cavaleiro equestre, no dia 29 de agosto de 1945,
O Homenageado, D. Francisco de Mascarenhas
tirando a sua alternativa na praça de toiros do
Campo Pequeno e sendo seu padrinho o Senhor
João Núncio. Havia sido considerado um grande “fenómeno” quando com apenas 9 anos de idade se apresentou
pela primeira vez de casaca. D. Francisco viu-se obrigado a uma retirada prematura das arenas devido a um
problema de visão, decorria o ano de 1962.

Marco José António Maria Brito Paes

Muito bom o curro de toiros da
ganadaria Vinhas lidado esta noite nas
Caldas da Rainha, bem apresentados,
sérios e colaboradores para o sucesso
deste espetáculo.
Abriu praça Marco José, cavaleiro
pouco rodado mas que se acoplou
bem às investidas do primeiro
toiro da corrida, deixando bons
apontamentos.
António Maria Brito Paes começou de
CALDAS DA RAINHA
29 de julho de 2012

Cavaleiros: Marco José, Brito
Paes, Telles Bastos, Marcos
Bastinhas, Tomás Pinto e Mateus
Prieto
Forcados: Caldas da Rainha
Ganadaria: Vinhas
forma extraordinária com um ferro
comprido daqueles que podem fazer
a banda tocar desde logo. Foi pena
que tivesse sofrido uma feia colhida
montando já o “Triunfo” quando
se preparava para a série de curtos.
Felizmente não teve consequências
de maior nem para o cavalo nem para
o cavaleiro que regressou encastado
montando o Morante e conseguiu
recuperar o bom tom da sua atuação.
Manuel Telles Bastos teve uma
atuação em crescendo, aproveitando
as investidas do toiro que se mostrou
franco e colaborador. Cravou com
correção a série de curtos entendendo
o seu oponente e dando as distâncias
devidas para que a lide resultasse em
pleno.
Seguiu-se Marcos Bastinhas que se
44
mostrou encastado e seguro logo
de saída. O mais jovem cavaleiro de
Elvas está a atravessar um excelente
momento na sua carreira e isso nota-
se em cada atuação. Lide com ritmo e
de grande impacto junto do público
que ficou ao rubro.
Tomás Pinto teve um auspicioso
regresso às arenas cumprindo nesta
noite o seu primeiro compromisso
desta temporada. Conseguiu uma
grande atuação, com ferros cingidos e
muita transmissão para as bancadas.
O jovem praticante Mateus Prieto
teve um bom inicio de lide mas deixa
depois a sua atuação vir um pouco
a menos e sofrendo alguns toques,
conseguindo recuperar nos últimos
dois ferros curtos.
Os forcados amadores de Caldas
 Manuel Telles Bastos Marcos Bastinhas

Tomás Pinto Mateus Prieto

Óscar Carvalho Francisco Mascarenhas José Sousa Dias

Francisco Rebelo de Andrade António Cunha Mário Cardeira

da Rainha pegaram em solitário os
exemplares de Vinhas desta noite e
conseguiram fazer face às dificuldades
que estes lhes apresentaram.
Foram para a cara os forcados Óscar
Carvalho à segunda, Francisco
Mascarenhas numa rija pega à
primeira, José Sousa Dias à terceira,
Francisco Rebelo de Andrade a
fechar-se bem à segunda, António
Cunha bem à primeira e Mário
Cardeira numa dura pega também
consumada ao primeiro intento.
Dirigiu este espetáculo que contou
com casa quase cheia o delegado
técnico tauromáquico Pedro
Reinhardt com assessoria do médico
veterinário Dr. João Maria Nobre.

45
CB
Moços de Forcado x Anos de História... Anos de Glória!!!
GRUPO DE FORCADOS
AMADORES ACADÉMICOS DE
ELVAS
Fundado em
10 de junho de 2000
CABOS
Ivan Nabeiro
2000 - 2011
António Caldeira Patrício
Desde 2011
Mudança de cabo
O
início do Grupo de Forcados
Amadores Académicos de
Elvas remonta ao ano 2000,
alguns amigos residentes na zona
de Elvas juntaram-se para pegar uns
novilhos e desde logo surgiu a ideia
de se formar um Grupo de Forcados
na cidade de Elvas.
A primeira apresentação do Grupo ao
público foi meses mais tarde, dia 10 de
junho de 2000 na Praça de Touros da
Terrugem, pegaram-se 4 novilhos das
Ganadarias Goes e Brito Limpo, nesse
espetáculo o Grupo contava apenas
com 11 elementos, saiu a Cabo Ivan
Nabeiro, que foi o cabo fundador ate
ao dia 14 de maio de 2011, passando
o testemunho a António Patrício. O
Grupo de Forcados Amadores
Académicos de Elvas
Fotos: Arquivo GFA Académicos de Elvas
Ivan Nabeiro
Formação dos Académicos de Elvas na praça de toiros da sua terra
nome de Académicos surgiu pelo
fato de todos os fundadores serem
estudantes aquando da formação do
Grupo.
Ao longo dos anos foram ingressando
mais elementos, amigos de
fundadores e outros que pelo enorme
gosto que tinham pela Festa Brava
e de pegar Touros se juntaram e em
pouco tempo faziam parte desta vasta
família.
Até ao dia 2 de julho de 2004 o Grupo
utilizou jaquetas em tons de verde-
escuro, nesta data na Praça de Touros
do Montijo foi a ultima Corrida
com as referidas jaquetas, as novas
jaquetas, que são as atuais, tiveram a
sua estreia um mês depois num dos
46
António Patrício
grandes momentos do Grupo.
Foi em agosto de 2004 numa
importante digressão ao arquipélago
dos Açores, mais especificamente à
Ilha da Graciosa, onde se realizaram
duas Grandes Corridas de Touros,
com touros das Ganadarias açorianas
Ezequiel Rodrigues e Irmãos Toste.
Outra data marcante na história do
Grupo foi a Gala de inauguração do
Coliseu de Elvas no dia 28 de setembro
de 2006 onde num interessante
espetáculo se pegou um touro Lopo
Carvalho em direto para a RTP 1. Este
Coliseu foi muito importante para o
Grupo pois antes da sua existência
as Corridas em Elvas eram escassas
e realizadas em Praças desmontáveis.
 Venezuela, Mérida, 2010
Campo Pequeno, Ivan Nabeiro e António Patrício
Logo após a Gala de inauguração
realizou-se a primeira Corrida de
Touros no Coliseu de Elvas e meses
mais tarde a 1ªCorrida da RTP Sul os
Académicos de Elvas fizeram parte
integrante de ambas.
No dia 10 de julho de 2008 acontece a
tão esperada estreia na capital mundial
do toureio a cavalo, a X Corrida
TVI, teve um sabor especial pois foi
a estreia do Grupo na Monumental
Praça de Touros do Campo Pequeno
conjugada com a Alternativa do
Cavaleiro Marcos Tenório pois tanto
ele como seu pai Joaquim Bastinhas
são grandes amigos do Grupo e
de todos os elementos, merecendo
também um grande apreço por parte
dos Académicos de Elvas.
No ano de 2010 comemorou-se os
bonitos 10 anos de existência, o
início da época ficou marcado pela
realização de uma grande digressão
à Venezuela, o Grupo atuou na “XLI
Feria Internacional del Sol 2010”, uma
feira com grande tradição taurina
e onde os únicos portugueses que
nela participaram foram o Cavaleiro
Feira Taurina de Badajoz
Formação de 2011
Marcos Tenório e o Grupo de del Sol” o Mestre Joaquim Batinhas.
Forcados A. Académicos de Elvas. Atualmente o Grupo tem 32
Tendo o Grupo voltado nesse mesmo elementos e uma grande ambição
ano à Venezuela em setembro, para para fazer mais e melhor, sempre
pegar uma corrida mais na “Feria de dentro das suas possibilidades, pois
Tovar”. um dos motivos do crescimento ao
Na época de 2011 ficou marcada pelo longo destes 12 anos tem sido ter
culminar de uma era no Académicos vontade de crescer não depressa mas
de Elvas em que o cabo fundador crescer bem e sustentadamente.
Ivan Nabeiro fez a sua despedida no
dia 14 de maio na praça de Elvas com
um curro de seis touros da ganadaria
Murteira Grave, deixando o grupo,
num momento de forma de alto nível
e com nome feito na festa brava. A
partir desse dia o cabo escolhido
pelos Académicos de Elvas para
chefiar o Grupo foi o forcado elvense
António Patrício. Neste mesmo ano o
Grupo voltou a atuar na Venezuela,
na “Feria Internacional del Sol”
juntamente com Marcos Tenório.
Tendo-se repetido já na época de
2012 a presença na “Feria del Sol”
onde o Grupo já tem cartel forte
juntamente com o cavaleiro elvense
Marcos Tenório, sendo também de
registar que neste ano atuou na “Feria Montijo, Mudança das jaquetas
47
 Espírito do Pátio
Gala Equestre de
Solidariedade
Social
D
ia 7 de julho foi dia de solidariedade em Aveiras
de Cima (Azambuja).
O Espírito do Pátio, empresa de serviços equestres
sediada no Concelho, levou a cabo uma Gala Equestre de
beneficência cujas receitas reverteram a favor da “Casa do
Pombal – A Mãe” de Aveiras de Cima, uma Associação de
Solidariedade Social fundada em 1999 e que tem como
objetivo o apoio e acolhimento a crianças em risco.
O evento contou com o apoio de inúmeras entidades
locais, com especial destaque para a Câmara Municipal
de Azambuja, sempre disponível para este tipo de ações,
e ainda das Juntas de Freguesia de Azambuja, Aveiras de
Cima e Aveiras de Baixo.
Em nome das causas justas, o Espírito do Pátio apresentou
um espetáculo que contou com momentos de arte
equestre, batalha medieval, atrelagem, campino, pas de
deux, doma vaquera, sevilhanas, fado, rancho folclórico
e banda filarmónica, bem como outros grupos musicais.
São as tradições culturais em destaque e em ação para
ajudar as causas mais nobres.
Boa iniciativa!

48
Rui Salvador

Foto Pedro Cardoso

O Cavaleiro dos Ferros Impossíveis!

Apoderado: José Carlos Amorim - +351 917 501 715
CB
Roteiro x Taurino
PAIO PIRES
3 de agosto – 21h30
Cavaleiros: Francisco Núncio,
Ana Batista e Gilberto Filipe
Forcados: Lisboa
Ganadaria: Prudêncio
REDONDO
3 de agosto - 22h
Cavaleiros: Joaquim
Bastinhas, Luis Rouxinol e
Filipe Gonçalves
Forcados: Évora e Redondo Forcados: São Manços, Moura
Ganadaria: Dias Coutinho
NESPREIRA (Cinfães) Ganadaria: Ernesto de Castro
4 de agosto – 17h30
Cavaleiros: Joaquim
Bastinhas, Rui Salvador, Novilhada integrada no Ciclo
Marcos Bastinhas, Marcelo
Mendes, Alexandre Gomes e
David Gomes
Forcados: Arronches e
Coimbra Cavaleiros: Ana Batista, Paulo
Jorge Santos e Miguel Tavares
Ganadaria: Santos Silva
SETÚBAL
4 de agosto - 22h
Cavaleiros: João Moura, Rui
Fernandes e João Telles Jr.
Forcados: Alcochete e Ap.
Moita
Ganadaria: José Samuel Lupi
NAZARÉ
4 de agosto – 22h15
Cavaleiros: António Telles e
João Salgueiro
Matadores: Vítor Mendes e
António João Ferreira
Forcados: Vila Franca
Ganadaria: Falé Filipe
TERRUGEM
4 de agosto - 22h
Cavaleiros: Gilberto Filipe,
João Moura Caetano e João Ganadaria: Infante da Câmara
Maria Branco
Forcados: Monforte, Redondo
e Monsaraz Cavaleiros: Marcelo Mendes e
Ganadaria: Ortigão Costa
NISA
4 de agosto - 22h
Cavaleiros: Ana Batista, Pedro
Salvador e Filipe Gonçalves
Forcados: Ribatejo, Portalegre
e Alter do Chão
Ganadaria: Palha
FERREL
10 de agosto – 21h30
Cavaleiros: Joaquim Forcados: Moura, Amareleja e
Bastinhas, Marcos Bastinhas e
Ganadaria: São Martinho
ALCOCHETE
14 de agosto – 22h
Marcelo Mendes Cavaleiros: Gilberto Filipe,
Forcados: Ap. Chamusca e João Maria Branco e mais
Alenquer quatro cavaleiros
Ganadaria: Pinto Barreiros Forcados: Ap. B. Verde de
BEJA Alcochete e Queretaro
10 de agosto – 22h Ganadaria: Hato Blanco
Cavaleiros: Rui Salvador, REGUENGOS DE
Sónia Matias, Tito Semedo, MONSARAZ
António M. Brito Paes, João 15 de agosto – 18h30
Moura Caetano e João Maria Cavaleiros: Rui Salvador, João
Branco Salgueiro e João Maria Branco
Forcados: Montemor e Évora
e Cascais
Ganadaria: Ortigão Costa
CALDAS DA RAINHA
ALCOCHETE
15 de agosto – 18h
10 de agosto – 22h
Cavaleiros: António Telles e
Rui Fernandes
Nacional das Escolas de
Forcados: Santarém e Caldas
Toureio
da Rainha
ALPALHÃO
Ganadaria: Inácio Ramos
10 de agosto – 22h
MESSEJANA
15 de agosto – 22h
Cavaleiros: Luis Rouxinol,
Forcados: Portalegre,
Filipe Gonçalves e João Telles
Arronches e Redondo
Jr.
Ganadaria: Pontes Dias
Forcados: Alcochete e Cascais
ALCOCHETE
Ganadaria: Lampreia
12 de agosto – 18h
ARRUDA DOS VINHOS
Cavaleiros: António Telles,
16 de agosto – 22h
Rui Fernandes e Francisco
Cavaleiros: António Telles e
Palha
Pedro Salvador
Forcados: Alcochete
Forcados: Vila Franca
Ganadaria: Veiga Teixeira,
Matador: Vitor Mendes
Condessa de Sobral, Pinto
Barreiros, António Silva, Rio Ganadaria: Engº Jorge de
Frio e Murteira Grave Carvalho
IDANHA-A-NOVA ALCOCHETE
12 de agosto – 18h 16 de agosto – 22h
Cavaleiros: Filipe Gonçalves, Cavaleiros: Luis Rouxinol e
Marcos Bastinhas e Duarte João Salgueiro
Pinto Forcados: Alcochete e Ap.
Forcados: Santarém e outro Moita
Ganadaria: Vale Sorraia
MALVEIRA CORUCHE
12 de agosto – 17h30 17 de agosto – 18h
Cavaleiros: António Telles,
David Gomes Luis Rouxinol e João
Novilheiro: Manuel Dias Salgueiro
Gomes Forcados: Coruche
Forcados: Lisboa Ganadaria: Veiga Teixeira
Ganadaria: Pontes Dias ARRUDA DOS VINHOS
AMARALEJA 17 de agosto – 22h
14 de agosto – 18h30 Cavaleiros: João Moura
Cavaleiros: António Telles, Caetano, João Telles Jr e
Luis Rouxinol e Filipe Duarte Pinto
Gonçalves Forcados: Ribatejo, Azambuja
e Arruda
Póvoa de São Miguel Ganadaria: Palha, David
50
R. Telles, Pinto Barreiros,
Vale Sorraia, Eng.º Jorge de
Carvalho e Canas Vigouroux
SAMORA CORREIA
17 de agosto – 22h
Cavaleiros: Sónia Matias, Ana
Batista, Pedro Salvador, Filipe
Gonçalves, Nelson Limas e
Verónica Cabaço
Forcados: Alcochete e Ap.
Moita
Ganadaria: Assunção
Coimbra
SOBRAL DA ADIÇA
18 de agosto – 18h30
Cavaleiros: Luis Rouxinol,
Tito Semedo e Gilberto Filipe
Forcados: Alcochete, Moura e
Monsaraz
Ganadaria: José Luis Pereda e
La Dehesilla
MONFORTE
19 de agosto – 17h30
Cavaleiros: João Moura,
Marcos Bastinhas e Miguel
Moura
Forcados: Alcochete e
Monforte
Ganadaria: Romão Tenório
CORUCHE
19 de agosto - 18h
Cavaleiros: Gilberto Filipe,
Manuel Telles Bastos, João
Moura Caetano, Tomás Pinto,
João Salgueiro da Costa e João
Maria Branco
Forcados: Coruche e Ap.
Moita
Ganadaria: David R. Telles
MONTIJO
19 de agosto - 22h
Cavaleiros: Rui Fernandes,
Sónia Matias e Filipe
Gonçalves
Forcados: A designar
Ganadaria: Arucci
SAMORA CORREIA
20 de agosto - 22h
Cavaleiros: António Telles,
Duarte Pinto e Marcelo
Mendes
Forcados: Vila Franca e
Ribatejo
Ganadaria: Canas Vigouroux
ALTER DO CHÃO
25 de agosto – 21h30
Cavaleiros: Rui Salvador,
Filipe Gonçalves e Brito Paes
Forcados: Alter do Chão
Ganadaria: António Charrua
 Marcos Tenório
Fotos Pedro Cardoso

Temporada de Êxitos!
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