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PUBLICAÇÃO BIMESTRAL - MAIO/JUNHO | 2023 - Nº 191

A MAIS ANTIGA REVISTA PORTUGUESA DE VINHOS

Director Tiago Paula Sumiller, Échanson, Sommelier

Escanções de Portugal como Entidade SEGREDOS DO VINHOS À PROVA


Certificada, uma nova conquista para o ESCANÇÃO Lançamentos/Novidades | Vinhos de Verão
seu Projecto Educativo David Teixeira Colheita 2022O|Escanção,
Painel n°191
de Escançõe
- 2023 1
Pg. 8 Pg. 4 Pg. 16
2 O Escanção, n°191 - 2023
NotíciasFlix
Ficha Técnica Sumário

Director
Tiago Paula
(tiagopaula@escancoes.pt)

Director Adjunto DAVID


Fábio Nico
(geral@escancoes.pt) TEIXEIRA
Sub-Directores Segredos do escanção
Nelson Guerreiro e Carlos Lopes pg.4
(geral@escancoes.pt)

Editor
Ana Isabel Fojo Franco Ramos Branco 1 Editorial
(escancao@sapo.pt) 2 Sumário
Directora de Comunicação 4 Segredos do Escanção
Isabel Teresa Vale Lobo Esteves David Teixeira
(revista.oescancao@gmail.com) 6 Concursos – Novas Regras Concurso Nacional
Painel de Provadores de Escanções
Artur Caldas, Joaquim Santos, Manuel Miranda, Manuel Moreira e 8 Certificação DGERT
Tiago Paula 10 Regiões do Mundo
Colaboradores
Por Diego Arrebola
Agostinho Peixoto, António Ventura, Carlos Azevedo, Ceferino Carrera, 12 Gente Que Sabe de Vinho
Diego Arrebola, Rui Caroço dos Santos, Sara Peñas Lledó e Tiago Paula Virgílio Loureiro
16 Vinhos à Prova - Lançamentos / Novidades
Fotografia
Bruno Conceição, Janice Prado e Sérgio Simões, Casa do Azeite 20 Apresentação do Painel de Provadores
21 Vinhos à Prova – Vinhos de Verão Colheita 2022
Projecto Gráfico e Pré-Impressão 32 Vinhos à Prova – Painel de Escanções
Vinícius Palhares
34 Onde O Vinho É Rei
Director Financeiro/Comercial 38 O Maestro do Vinho
Sérgio Mata (geral@escancoes.pt) Os Vinhos de Chipre,
Assinaturas e Publicidade
por Ceferino Mariño Carrera
Ana Branco (geral@escancoes.pt) 40 Crónica – Associação de Enologia
Castas, por Engº António Ventura
Propriedade, Administração, Edição e Redacção
42 Entre Quintas
Associação dos Escanções de Portugal
Av. Almirante Reis, nº 58 - r/c Dtº, 1150-019 Lisboa Casa Ermelinda Freitas
NIF 501269215 Tel: 0351 21 8132542 46 Enoturismo em Portugal
www.escancao.com (geral@escancoes.pt)) 49 Mundo Caricato
www.facebook.com/escancoesdeportugal
Por Padre Carlos Azevedo
Ficha técnica da publicação encontra-se disponível assim como o estat- 50 Arte à Mesa – Gastronomia e Vinhos
uto editorial Por Agostinho Peixoto
https://www.escancao.com/revista
51 Joie de Vivre
Número de Registo: 111639 / Depósito Legal: 139009/99 Por Rui Caroço dos Santos
52 Acontece – Divulgação de Iniciativas e
Estatuto Editorial
Novos Projectos
Objectivos: XV Concurso de Vinhos do Algarve
Compromisso em assegurar os princípios deontológicos e ética profission- XIII Concurso de Vinhos do Tejo
al dos jornalistas, assim como pela boa fé dos leitores. III Reserva – Fórum de Inovação de
A Revista O Escanção destina-se a dar conhecimento Gastronomia e Vinho
actualizado das actividades da Associação dos 50 Anos Família Margaça
Escanções de Portugal (A.E.P.), na divulgação da vinha, do vinho, e 58 Wine News
na exposição, manutenção e respeito da deontologia profissional entre
todos os que a essa actividade estão ligados.
64 Wine News – Ficha de Assinatura

A revista ‘O Escanção’ continua a reger-se pelo anterior acordo ortográfico

2 O Escanção, n°189 - 2023


Segredos do Escanção

DAVID
TEIXEIRA

Do Douro e com raízes no


mundo do vinho desde sempre,
David Teixeira tem percorrido
o seu caminho abraçando
vários desafios, vivendo-os com
responsabilidade e motivação, e
conseguido conciliar o mundo
do trabalho com a formação
que se foi impondo ao longo do
percurso e com experiências
sempre enriquecedoras como a
participação em concursos como
candidato e como jurado. A sua
dedicação e ambição têm-no
levado a concretizar metas e a
adaptar-se a novos projectos.
Partilha aqui connosco um pouco
do seu caminho, revelando-nos
alguns dos valores com que aqui Natural de Mesão Frio, foi em Vila Real que deu os primeiros passos
se rege. no mundo da restauração. Em termos académicos, como foi o seu
percurso? Quais as formações que decidiu adquirir para construir o
seu caminho e ser escanção?
Nasci no seio de uma família de “caseiros de quintas na região do Douro”
e desde muito cedo tive contacto com o mundo dos vinhos, o que me
levou a pedir ao meus pais para ir estudar para a cidade de Vila Real
iniciando assim minha formação académica com o curso de Restauração
“ Mesa e Bar “ que realizei entre 1996 a 1999.

Ainda em formação, teve oportunidade estagiar no restaurante


“Le Buffet” do Hotel Mira Corgo, em Vila Real, onde, mais tarde, foi
convidado para o cargo de Garçon / Barmen de 1ª. Sendo esta a sua
primeira experiência de trabalho, como foi esta transição, do mundo
da formação para o mundo do trabalho?
Texto Isabel Esteves
Na verdade não tive grande dificuldade em adaptar-me pois sempre fui
Fotos David Teixeira
muito responsável, durante os 3 anos de formação o meu estágio foi feito
na mesma unidade o que facilitou um pouco a minha integração no
mundo de trabalho.

Enquanto formando foi também participando em vários concursos


regionais e nacionais, de Mesa e Bar. Da sua experiência pessoal e
profissional, que papel assumem estes desafios para o desenvolvimento
de uma carreira?
Acho que todos os desafios nas nossas vidas são enriquecedores e deles
podemos aprender imenso. Estes concursos servem um pouco para nos
preparar para o que o mercado de trabalho e o que este nos poderá
trazer, e também para que sejamos ambiciosos.

4 O Escanção, n°191 - 2023


Este tipo de eventos, no meu ponto de vista,
são necessários não só para os produtores e
para a divulgação das suas referências, mas
também para o consumidor final que quando
adquire uma determinada referência pode ver
que foi bem pontuada num determinado concurso
dando-lhe um pouco mais de segurança.

Como escanção, quais as técnicas, prioridades


ou dicas que, com maior frequência, dá a jovens
enófilos ou curiosos do mundo do vinho para
aqui se iniciarem?
Tento sempre fazer uma primeira abordagem
mais aberta e mostrando-lhes a importância
dos jantares temáticos, dos workshops, da
leitura do rótulo de cada vez que compram
um vinho e que tentem lembrar-se das castas
que mais gostam ou da região com que mais se
identificam, tendo em conta aspectos como o
se faz estágio em barricas por exemplo.

Como vê, pessoalmente, e no contexto nacional,


as oportunidades e os vários caminhos possíveis
de seguir no percurso de um profissional
escanção? É um mundo em aberto ou, por
outro lado e apesar da “aparência”, sente nele
De todos os locais por onde passou e projectos que abraçou, quais os
ainda alguma restrição?
que, profissionalmente, o marcaram mais?
Acredito que nos últimos anos as empresas
Todos eles foram únicos, cada um à sua maneira, todos apresentaram
estão a ganhar percepção que somos uma peça
desafios diferentes. Mas, de todos, poderei mencionar o Hotel Casa da
fundamental nas equipas dos restaurantes,
Calçada Relais & Châteaux, experiência que me deu o contacto com o
acho que cada vez mais o mercado se abre
fine dining.
para nós, escanções, quer seja nas unidades de
restauração bem como noutras vertentes – nas
David é também membro da Associação de Barman de Portugal.
quintas ou nas garrafeiras. Todos estes espaços
Como escanção e barman, como procura manter-se actualizado e,
começam a entender a mais valia que é ter um
paralelamente, marcar a diferença no seu trabalho?
profissional especializado na sua equipa.
Acho que ambas as profissões se complementam, os nossos clientes são
cada vez mais informados fazendo com que também nós nos mantenhamos
Na sua opinião e dado a sua experiência,
actualizados, eu procuro sempre ler artigos relacionados com estas áreas
quais os requisitos mais solicitados por uma
e comparar livros.
entidade empregadora e a ter em conta para
ocupar uma posição de escanção?
Desde 2020, ano em que foi convidado pelo Hotel Casa da Calçada
Acho que, acima de tudo, os anos de experiência e,
Relais & Châteaux para fazer harmonização do menu criado pelo
aliado a isto, os locais que marcaram o seu percurso e
chef com infusões, que tem colaborado em vários projectos para a
onde exerceu as suas funções e ganhou
elaboração destes pairings, sendo embaixador de marca da portuguesa
experiência e currículo.
Infusões com História. Quais as principais descobertas que esta
experiência lhe tem proporcionado?
Alguma experiência em particular, como
Quando fui deparado com este desafio, fui obrigado a estudar e a fazer
escanção, que ainda não tenha tido oportunidade
muitas provas de infusões, este não era um assunto que eu dominava de
de viver e que espera concretizar?
todo. Depois de toda esta preparação deparei-me com o enorme potencial
Acredito que para quem tem ambição e é
que tinha em mãos podendo oferecer, de igual forma, uma verdadeira
apaixonado pela profissão, haverão sempre
experiência aos nossos clientes. As plantas podem oferecer aromas mais
oportunidades por concretizar. Mesmo quando
herbácios ou madeirados, mentolados, entre outros, desde que as folhas/
se pensa que se está a concretizar aquela que
plantas estejam também devidamente climatizadas.
seria a sua ambição final, irá com toda a certeza
aparecer uma nova para a qual trabalhar.
Nos últimos anos, David tem sido membro do painel de provadores de
vários concursos nacionais entre eles o Concurso de Vinhos Escanções
de Portugal, o Concurso de Vinhos do Crédito Agrícola ou o Concurso
de Vinhos do Douro. Como agentes promotores dos vinhos portugueses
e seus produtores, onde acha que estas acções têm maior impacto?
Em que sector do mercado exercem maior influência?

O Escanção, n°191 - 2023 5


Concursos

Texto Isabel Esteves


Fotos ASI
ASSEMBLEIA
GERAL AEP APROVA
NOVAS REGRAS

Na última Assembleia Geral


da Associação dos Escanções
de Portugal decorrida no
passado dia 21 de Abril, do
corrente ano, e com a direcção
dos trabalhos a cargo do novo
presidente da Assembleia Geral,
Nuno Miranda Ferreira, foram
definidas e aprovadas, entre
outras medidas, as novas regras
inerentes ao Concurso Nacional
de Escanções.

6 O Escanção, n°191 - 2023


Portugal tem participado, de forma consistente e presente, nos projectos
e concursos internacionais organizados pela Association de la Sommellerie
Internationale e, como tal, é crucial estarem definidas as regras de selecção
e participação de cada candidato nacional aos mesmos,
de uma forma justa, isenta e rigorosa.

Neste seguimento, as regras a serem aplicadas à selecção do candidato


baseiam-se na criação de um novo concurso selecção, onde irão ser
chamados os finalistas (os três primeiros lugares) das duas edições do
Concurso Nacional de Escanções anteriores ao evento em questão.

Sendo assim, para a próxima competição internacional ASI Best Sommelier


of Europe & Africa 2024, a acontecer na Sérvia, será feito um concurso
selecção para os três finalistas de 2022 e para os três finalistas de 2023, e
daqui será seleccionado o candidato a representar Portugal nesta competição.
Posteriormente, para o ASI Best Sommelier of the World 2026, a acontecer
no nosso país, será feito um concurso selecção para os três finalistas de
2024 e para os três finalistas de 2025.

No caso de um ou mais dos finalistas conquistar a posição em dois anos


consecutivos, o grupo será composto por escanções que tenham alcançado
o lugar de semi-finalistas, numa selecção recorrendo sempre às melhores
pontuações.

Para outros projectos anuais que aconteçam e nos quais os Escanções de


Portugal participem, tal como acontece com a iniciativa ASI Bootcamp, é
seleccionado o vencedor do Concurso Nacional de Escanções da última
edição decorrida.

O Escanção, n°191 - 2023 7


Certificação Dgert

ASSOCIAÇÃO
DOS ESCANÇÕES
DE PORTUGAL
RECEBE
CERTIFICAÇÃO
DGERT

Tem sido com muito foco e Texto Isabel Esteves


determinação que a Associação Fotos Dgert
dos Escanções de Portugal
tem desenvolvido, ao longo do QUAL A IMPORTÂNCIA DESTA CERTIFICAÇÃO?
tempo, um trabalho educativo
Este é um reconhecimento da qualidade da prestação de serviços de
cada vez mais especializado, formação da Associação, concedido por uma entidade isenta, e que
com base nas necessidades dos comprova que as práticas desenvolvidas estão de acordo com um referen-
profissionais deste sector e com cial de qualidade específico, e de elevado nível, para formação, aliadas ao
o intuito de apoiar o seu percurso bom funcionamento, acompanhamento e estabilidade de todo o processo
e fortalecer conhecimentos e inerente a uma formação, desde a inscrição dos formandos até ao período
pós-formação.
currículos.
Neste sentido, há, de igual forma, um conjunto de responsabilidades e
Neste âmbito, é com grande obrigações por parte da entidade certificada para com todos os envolvidos.
orgulho e satisfação que se
pode intitular agora entidade Entre outros, a elaboração de relatórios de qualidade e planificações
consoante as necessidades dos formandos; a organização da formação em
formadora certificada na área contexto de aula e da própria sala de formação e equipamento disponível;
da Educação e Formação de a disponibilização e organização da equipa de gestão e de formação, com
Hotelaria e Restauração, pela competências técnicas e pedagógicas adequadas aos projectos em questão e
DSQA/DGERT - Direcção seus formandos; a clara e prática comunicação e divulgação das formações;
de Serviços de Qualidade e e a emissão de certificados de acordo com a legislação em vigor.
Acreditação da Direcção-Geral Ainda no que respeita às vantagens de receber esta certificação, tanto
do Emprego e das Relações de para a entidade como para os formandos, e que a tornam uma mais valia
Trabalho, tendo recebido o aval inegável, destaca-se o acesso a programas de financiamento público de for-
e o certificado desta instituição. mação, ao nível nacional ou comunitário; a possibilidade, como entidade
formadora certificada, de ministrar cursos certificados pelo Sistema Nacio-
nal de Qualificações; ou a isenção de imposto sobre o valor acrescentado
(IVA), para a entidade formadora certificada, sobre os produtos e serviços
de formação profissional, e para os formandos, sendo possível a dedução
no IRS das despesas relacionadas com a formação.

Saber mais sobre o nosso programa formativo: www.escancao.com/cursos

8 O Escanção, n°191 - 2023


O Escanção, n°191 - 2023 9
Regiões do Mundo

UMA PUGLIA,
MUITAS PUGLIAS

Sendo a Itália um dos principais


países produtores e exportadores
de vinhos, é mais que natural
que uvas e regiões do país da
bota alcancem grande status,
sendo imediatamente reconhecidos
por seu estilo, qualidade e
tipicidade. Também é natural
que, de forma não tão distinta
do que se passa em Portugal,
França ou qualquer outro
produtor, algumas regiões de
maior influência econômica e/
ou histórica acabamos por
alcançar reconhecimento global,
tornando-se as medidas do
sucesso e fama desses países.

Texto Diego Arrebola,


Melhor Sommelier do Brasil
por três vezes, e sócio no
projecto EntreCopos

10 O Escanção, n°191 - 2023


Bordeaux, Bourgogne, Champagne e Rhône. Douro, Vinhos Verdes, Dão o clima de maior influência continental farão
e Alentejo. Toscana, Piemonte e Vêneto. Com uma ou outra variação brilhar uma casta menos comum, mas de igual
serão, via de regra, os nomes imediatamente reconhecidos pelo consumidor tradição, a Aglianico, sem sombra de dúvida a
quando instado a identificar alguma zona de produção destas nações. grande casta tinta do Sul da Itália, origem de
vinhos de rara complexidade, elegância
Mas como bem sabemos, o mundo do vinho não é só isso; vai além, e longevidade.
surpreendendo sempre, com diversidade acompanhada de qualidade.
Jura, Madiran, Trás-os-Montes, Távora Varosa, Alto Ádige, Campânia. Mais do que conhecer as principais regiões
Alguns entre tantos nomes, de regiões produzindo vinhos tão ou mais produtoras, cabe também aos Sommelier
encantadores que os de zonas de maior renome. conhecer e compreender aquelas muitas vezes
colocadas em segundo plano. Mais do que
Hoje queremos olhar para uma destas zonas, lá onde a Itália de certa conhecer e compreender estas regiões, cabe
forma “termina”, no encontro da terra e do mar, unidos pelo sol cálido e também ao Sommelier explorar e compreender
sempre presente. Vamos hoje visitar a Puglia. suas sutilezas e sua variedade. O mundo do
vinho é grande e justo aí está seu maior encanto,
Uma das regiões de maior produção no país, por muito tempo a Puglia Na Puglia e nas várias “Puglias” ali contidas,
passou desapercebida aos olhos do mercado. Região de temperaturas como em toda importante região produtora.
elevadas, clima seco e relevo relativamente pouco acidentado, sempre foi
uma zona vocacionada a produção agrícola, com a videira e a oliveira
ocupando parcela importante da paisagem. A produção de vinhos, ainda
que sempre tenha tido suas especialidades locais, mira sobretudo os tintos
do dia a dia, maduros e macios, baseados em castas como a Negroamaro
e a Primitivo.

Aliás, é justamente a Primitivo que trouxe a atenção internacional no


início da década de 1990, quando pesquisadores da Califórnia identificaram
que a Zinfandel, até então vista como casta autóctone americana, era na
realidade a mesma Primitivo da Puglia. Poucos anos depois sua origem
foi rastreada ainda mais longe, na Croácia, mas nesse momento a Primitivo
já havia captado a atenção do mundo do vinho.

Hoje a Primitivo segue a principal referência da região para o mundo,


ainda que a Negroamaro seja vista como uma casta local de tanta ou mais
importância. Também tem recebido atenção as castas locais Bombino
Nero, Nero di Troia e Susumaniello.

Mas embora a visão que se tenha da região como um todo seja


fundamentalmente baseada no duo Primitivo/Negroamaro, essa é só
uma parte da história. De fato, quando vamos às províncias de Salento
e Taranto, como solos argilo arenosos e marcada influência marítima,
encontraremos o terroir ideal para o cultivo destas castas. Obtém-se
aqui bons níveis de maturação com manutenção da justa acidez para
entregar tintos suculentos e frutados, macios e sedutores. Das áreas mais
próximas a costa, além dos tintos tem também despontado deliciosos
rosados, baseados principalmente na Negroamaro, além de alguns bons
resultados com castas internacionais, como a Chardonnay. Um pouco
mais no interior, nos arredores da cidade de Manduria, encontraremos
a popular DOC Primitivo di Manduria, dentro da qual encontra-se a
DOCG Primitivo di Manduria Dolce Naturale. Aqui os solos argilosos
ricos em ferro, de coloração vermelha, similares a Terra Rossa encontrada
em Coonawarra, na Austrália, permitem elevados níveis de maturação
para essa casta de habitual maturação heterogênea, entregando vinhos
maduros, encorpados e vez por outra com algum açúcar residual, por
vezes no justo ponto de equilíbrio, por vezes não, mas sempre de inegável
apelo comercial em mercados internacionais.

Mas seguindo rumo norte, além da cidade de Bari e em direção ao interior,


vamos encontrar uma realidade vitivinícola ligeiramente distinta. Aqui,
ainda que em solo Pugliese vislumbra-se a silhueta do monte Vulture,
importante vulcão que define paisagem e solo na vizinha Basilicata,
mas também na zona de Castel del Monte. Aqui os solos vulcânicos e

O Escanção, n°191 - 2023 11


Gente Que Sabe de Vinho

VIRGÍLIO
LOUREIRO

Bastam poucas palavras para


Virgílio Loureiro nos cativar -
pelo poder do seu discurso, sincero
e aberto, motivado pela sua
curiosidade natural, pelo espírito
de descoberta e pela vontade de
fazer pensar, fazer conhecer e
fazer acontecer. A dimensão do
seu trabalho e do seu percurso
é extensa e singular, e no que
respeita ao mundo viníco em
Portugal, de grande valor para
a valorização da sua identidade.
Da educação à investigação e à
enologia, passando por diversos
projectos e desafios, Virgílio
Loureiro sido um grande
impulsionador do conhecimento
e do desenvolvimento do Virgílio tem, ao longo do seu vasto percurso pessoal, académico e profissional,
património vitivinícola nacional estudado e ajudado a conhecer, a desenvolver e a promover o mundo do
e dos recursos e tradições que vinho em Portugal, quer como docente quer como orientador, comentador
e investigador. Querer transmitir os seus conhecimentos e descobertas aos
lhe são inerentes, usando os outros é algo que sempre se viu a fazer?
seus meios e a sua experiência A minha profissão foi, durante mais de quatro décadas, ensinar aos outros
para os divulgar, valorizar e aquilo que fui aprendendo ao longo da vida. Como docente universitário não
me dediquei ao vinho, pois a minha área de trabalho sempre foi a Microbiologia e a
reavivar. Biotecnologia. A formação que dei na área dos vinhos, nomeadamente em controlo
microbiológico de adegas, prova de vinhos e serviço de vinhos, sempre foi a
título particular ou como convidado. Como orientador, tive alunos de licenciatura,
mestrado, doutoramento e pós-doutoramento, nacionais e estrangeiros, tendo
Texto Isabel Esteves ficado amigo de muitos deles para o resto da vida. Como investigador dediquei-me
Fotos Virgílio Loureiro à Microbiologia, especialmente no domínio da Micologia, incluindo as levedu-
ras do vinho, à prova de vinhos e à história e civilização do vinho. No entanto,
como enólogo também apoiei muitos jovens, a quem transmiti as minhas ideias
no desenho e concepção dos vinhos. Muitos deles são hoje personalidades do
mundo do vinho, com carreiras de sucesso e forte influência na modernização
do sector. Quanto ao papel de comentador não me revejo nele e reconheço que
há gente muito mais habilitada do que eu para tal tarefa.

De tantas investigações e projectos em que esteve envolvido, consegue dizer


algum em particular que lhe tenha sido (ou seja ainda) mais exigente e
desafiador por algum motivo?
Tive muitos projectos de investigação gratificantes, desafiantes e com resultados
que passaram da bancada do laboratório para o mercado e, alguns deles,
conduziram ao registo de inúmeras patentes nacionais e internacionais.

12 O Escanção, n°191 - 2023


A maioria desses projectos foi no domínio da conhecer a excelência da Rabigato e participei na recuperação da Viosinho,
Microbiologia e Biotecnologia, onde o vinho tinha Donzelinho Branco, Samarrinho e Casculho; no Alentejo, onde se está a re-
pouca ou nenhuma relevância. No entanto, a minha cuperar a Moreto; e na região de Lisboa, onde ajudei a reabilitar a Vital. Em
actividade profissional mais conhecida é a de todas as denominações de origem há muito trabalho a fazer na recuperação
enólogo, visto ter trabalhado em várias empresas do nosso património ampelográfico. Ao fim de mais de meio século a fazer
conhecidas e participado em alguns movimentos vinho compreendi, facilmente, que todas as castas são boas, desde que as
que ajudaram a transfigurar os vinhos portugueses, saibamos interpretar correctamente. Quando dão vinho mau a culpa é dos
como o das Quintas do Dão, na década de 1990, enólogos ou dos viticólogos, mas nunca das castas.
o da recuperação dos vinhos de talha, o apoio à Quanto às tradições e práticas de vinificação antigas, que estudo há muito
modernização de várias adegas cooperativas, com tempo, têm sido uma revelação total, ajudando-me a olhar para o vinho
um forte impacto junto de muita gente, a recuperação antigo com muito respeito e a intervir no vinho actual de maneira cada vez
de castas antigas, etc. mais minimalista. Quando comecei a estudar o vinho de talha descobri
Entre as marcas de vinhos portugueses que ajudei aquilo a que chamei a Enologia oxidativa, que me deu confiança para usar
a criar e consolidar saliento Quinta da Alorna e cada vez menos o sulfuroso. Quando procurei entender o vinho medieval e
Madrevinhos, no então Ribatejo, Quinta das Maias, o vinho dos lagares rupestres descobri os claretes, que hoje faço, com algum
Quinta da Bica, Quinta de Cabriz, Quinta da êxito, em várias regiões. Quando tentei fazer vinhos licorosos da época em
Ínsua, Casa de Santar, Quinta dos Roques e Adega que não havia ainda aguardente, descobri o vinho de passas. Graças a ele
de Penalva, no Dão, Cruz Miranda, Herdade das estou agora envolvido num projecto de recuperação do Bastardinho do
Cortiçadas, Granja Amareleja, no Alentejo, Quinta Lavradio, feito com passas das uvas de Bastardo. Além disso, procuro ter
dos Termos, Casas Altas e Vinha da Ordem, na uma abordagem científica, pelo que colaboro com o meu colega e discípulo
Beira Interior, São Domingos, na Bairrada, Dona Malfeito Ferreira em projectos de Enologia histórica, no Instituto Supe-
Berta, Quinta das Brolhas e D. Graça, no Douro, rior de Agronomia, com o objectivo de recriar os vinhos da Antiguidade
Ramilo, em Colares, Cacarita, nos Açores, Quinta e entender as bases históricas dos vinhos da actualidade. É um trabalho
do Ermízio, nos Vinhos Verdes. Em todos estes fascinante que ajudará, decerto,
projectos me envolvi ou estou envolvido apaixona- a promover os vinhos portugueses.
damente, pelo que não consigo eleger nenhum em
particular. Conhecendo bem todas as regiões vitivinícolas em Portugal, quais as que
mais fascínio lhe despertam?
Desde que começou a estudar as castas autóctones Não cometerei a injustiça de responder com um ou dois nomes, pois todas
em Portugal e as várias tradições e práticas na elas serão fascinantes se houver sentido crítico, conhecimento profundo
produção de vinho, e tendo em conta as transfor- da sua história, das castas autóctones, das originalidades tecnológicas e,
mações que o país e o sector em particular sofreu principalmente, se houver a preocupação de valorizar as originalidades de
nas últimas décadas, considera que o caminho na cada uma. O potencial de todas é tão grande que se tornarão cativantes para
valorização deste património tem sido percorrido quem se dedicar a elas com paixão e vontade de as valorizar.
de forma positiva? Neste contexto, o que acha que
está ainda em falta para um melhor aproveitamento Como enólogo tem colaborado com várias adegas na concepção dos seus
dos recursos e potencialidades no país? vinhos, tais como a Quinta dos Termos, a Adega Cooperativa de Penalva
O estudo que tenho feito das castas portuguesas é, do Castelo e a ViniLourenço. Qual a fase no processo de produção de um
apenas, na perspectiva enológica, pois não tenho vinho que mais o entusiasma?
preparação nem disponibilidade para as estudar na Para mim todos as fases do processo são importantes, embora em algumas
vinha. Na minha maneira de pensar, deu-se pouca delas não tenha um papel muito interventivo, como o cultivo da vinha e a
atenção às castas antigas durante muitos anos, pois comercialização do vinho. Na parte em que sou directamente responsável
o mercado e os líderes de opinião valorizavam apenas entusiasma-me, especialmente, a prova de conceito do vinho, desde o seu
as mediáticas incluindo as internacionais. Felizmente estilo à vestimenta da garrafa. É um trabalho que muitas vezes faço de forma
que a situação mudou muito, para melhor, nos solitária e outras em íntima cooperação com os produtores.
últimos anos, havendo cada vez mais enólogos e
produtores a dar atenção às castas autóctones e a Quando elabora um vinho, como acontece normalmente o processo de
preocupar-se com a identidade dos vinhos das suas criação? É o resultado de várias inspirações e da vontade de criar algo
denominações de origem. No entanto, penso que com elas? É possível idealizar como será o produto final ou o factor
“a procissão ainda vai no adro”, havendo muito tra- surpresa está sempre presente neste processo?
balho e muitas descobertas para fazer. Dou-lhe um O processo de criação é muito complexo pois tem de levar em linha de conta
exemplo. Nos últimos dez anos estive a trabalhar inúmeras condicionantes. Não se pode criar um vinho de massas, para
no Dão, onde só se falava em Encruzado e Touriga vender na moderna distribuição, da mesma maneira que se cria um vinho
Nacional. Sempre achei isso uma injustiça para de autor, para vender em nichos de mercado restritos. Ambos são igual-
algumas castas autóctones e dediquei-me a fazer mente importantes e desafiantes, mas num caso o “factor surpresa” é quase
vinhos de algumas delas. Quando me vim embora, nulo ou, até, condicionado por directrizes do mercado, e no outro pode ser
no ano passado, já havia produtores a produzirem e determinante. Outra condicionante enorme é a maneira de ser e a personalidade
a reconhecerem a originalidade da Tinta Pinheira, do produtor, pois é ele o “dono da obra” e quem paga as contas. Nuns casos,
da Baga, da Alfrocheiro, da Cerceal Branco, da o enólogo tem liberdade quase total e pode desenvolver todas as suas ideias,
Bical e espero, que a breve prazo, da Malvasia Roxa. o que é muito melindroso embora estimulante. Noutros, está manietado
E há no Dão outras tantas que darão vinhos absolu- ou, até, contrariado, tendo de executar o que o produtor pretende, goste ou
tamente surpreendentes, se as souberem interpretar não goste. Quando o produtor me pede para fazer um tinto para exportação
enologicamente. O mesmo acontece na Beira Interior, com quarenta gramas de açúcar residual a menos de dois euros a garrafa,
onde colaborei activamente na recuperação das castas não tenho nenhuma margem de manobra, salvo aceitar o desafio ou dizer
Fontecal, Rufete e, mais recentemente, Marufo que não e passar a pasta a outro. Devo admitir que já me confrontei com
(outras estão a caminho); no Douro, onde dei a situações parecidas e algumas delas foram estimulantes e gratificantes.

O Escanção, n°191 - 2023 13


Também me tem acontecido o produtor chegar ao pé de mim com uma garrafa uma perceção errada do que se faz e pode fazer
de vinho na mão e pedir-me para fazer um vinho igual e, se possível, ainda na região. É certo que houve uma revolução gigantes-
mais barato. Alguns até querem copiar o rótulo do vinho ou registar um nome ca desde que a vinha alta começou a dar lugar à
parecido, como o estafado caso de “Pias”. Nestas alturas digo logo que não, pois vinha baixa e as castas tintas às brancas, no último
se há coisa que abomino é a cópia, além de que quartel do século XX. Mas há muito a fazer, tanto
procuro respeitar, o mais possível, os direitos de autor. O sucesso dá muito trabalho no domínio legislativo como no estilo dos vinhos.
e não pode assentar na cópia. Já me tem acontecido ter de fazer vinhos de uma Por exemplo, os tintos estão longe de se equiparar
determinada casta em dois produtores da mesma denominação de origem. aos melhores brancos. Mas esse desfasamento não
Nestes casos discuto com eles as várias opções, de forma a que os vinhos sejam se deve à falta de condições ecológicas ou à falta de
completamente diferentes. castas tintas autóctones. No dia em que os produtores
da região arregaçarem as mangas e se dedicarem
Qual o seu maior objectivo quando cria um vinho? a explorar as castas existentes, o mercado irá
Para mim todos os objectivos são igualmente importantes, não havendo um perceber que havia um gigante adormecido e que
maior do que os outros. No essencial, tem de ir ao encontro dos consumidores a região tem um potencial incrível. Os produtores
para quem foi concebido, respeitar a originalidade da Denominação de não se podem contentar em dizer que produzem
Origem, valorizar os atributos da ou das castas com que é feito e agradar ao um vinho único, geralmente com açúcar e gás,
produtor, principalmente em termos económicos e de construção da marca. que se vende nos quatro cantos do mundo a preço
imbatível, ou que produzem um tinturão que toda a
Em 2011, dirigiu o filme Mother Vine: a Mátria do Vinho, um documentário gente da região adora, especialmente se for bebido
realizado por Ken Payton sobre vinhos históricos portugueses e o por uma malga de porcelana branca.
património cultural em extinção. Obra que foi nomeada para os Prémios Outras regiões com um potencial enorme continuam
Oenovideo, o maior Festival de Filmes de Vinhos do Mundo tendo ganho reféns de alguns iluminados do passado, que todos
dois títulos. Como foi esta experiência? os dias fazem a mesma coisa na esperança de que
Foi uma experiência emocionante, que permitiu mostrar ao mundo uma tudo mude. Esses, em regra, adoram copiar os
pequeníssima fracção do património vitivinícola que há em Portugal. Aliás, os outros, porque sabem pouco de vinho ou não estão
prémios que o vídeo ganhou, em Paris, reflectiram a enorme surpresa com que para puxar pela cabeça. Mas tenho esperança nas
a crítica teve conhecimento do nosso património vitivinícola, já que o vídeo novas gerações de produtores, enólogos e dirigentes
era puramente amador e tinha muitas deficiências técnicas. Infelizmente, este cooperativos, que têm na sua mão e na sua nova
património ainda não sensibiliza a esmagadora maioria dos produtores portu- maneira de pensar a possibilidade de melhorar
gueses, que se focam exclusivamente no negócio e dão pouco valor ao símbolo significativamente as condições de vida de muita
civilizacional que é o vinho europeu. Muitas vezes sinto-me um D. Quixote a gente anónima do
lutar contra moinhos de vento quando faço a apologia dos vinhos históricos Portugal profundo.
portugueses, chamo a atenção para as suas tradições milenares e recrio alguns
vinhos do passado. Porém, sinto-me recompensado quando tenho que levar Também nos livros, são várias as obras que
colegas estrangeiros, principalmente os do outro lado do Atlântico, a visitar já lançou sobre regiões vitivinícolas do país e
os vinhos de talha, os lagares rupestres da Beira Interior, os claretes de Ourém seus vinhos, tendo sido o Beira Interior — Os
ou a vinha alta do Entre-Douro-e-Minho. Ficam tão surpreendidos com o que Vinhos que Vêm do Frio o livro o mais recente
lhes mostro que abrem a boca de espanto. Estou convencido que se houvesse a ser lançado, em conjunto com a antropóloga
muitos colegas e produtores a mostrar os nossos tesouros vitícolas e enológicos Constança Vieira de Andrade. Contamos com
aos visitantes estrangeiros, principalmente aos negociantes de vinho, talvez não um novo projecto já em mente?
nos lamentássemos tanto com o preço baixo a que vendemos a maior parte do O livro que refere foi uma experiência gratificante,
vinho. Afinal, segundo um célebre arqueólogo francês - Jean Pierre Brun - nós quer de coordenação quer como autor, que deu
produzimos vinho há mais tempo do que a França! bastante trabalho e me permitiu aprender imenso
sobre uma região onde faço vinhos há mais de vinte
Como vê o futuro do mundo do vinho em Portugal? Quais as vertentes ou anos. No entanto, foi um trabalho encomendado
tendências que vê tornarem-se mais consistentes? Ou tradições que esteja a pela CVR da Beira Interior. Presentemente, prefiro
ver agora ganharem nova vida? escrever livros da minha própria iniciativa, como o
Eu vejo com algum optimismo o futuro do nosso vinho, mas o ritmo a que o penúltimo que publiquei, em coautoria com o meu
seu estatuto (e preço) se aproxima do estatuto (e preço) dos vinhos dos principais colega Malfeito Ferreira, chamado O Vinho Sentido.
países produtores é desesperadamente lento. Felizmente que há alguns colegas Sem descrever aromas e atribuir pontuações, pois
e produtores que acertaram o passo por aquilo que de melhor se faz no mundo, permite exprimir os nossos pontos de vista sobre
iluminando o caminho para os outros. Contudo, são a excepção e não a regra. algumas facetas do vinho e divulgar, além fronteiras,
Hoje em dia não basta fazer bons vinhos. Diria mesmo que isso é condição como se pensa o vinho entre nós, como a respectiva
necessária, mas nunca suficiente, para ter sucesso. Hoje faz-se vinho bom, ou edição inglesa procurou fazer. Estou, presentemente,
excelente, em todo o mundo onde é possível cultivar a videira. Por isso, mais em fase adiantada de escrita de outro livro, em
do que fazer bom vinho é preciso fazê-lo diferente, com o cunho português e, parceria com dois colegas, e a delinear outro, mas é
acima de tudo, saber vendê-lo. É essencial aproveitar as condições ecológicas extemporâneo descrevê-los.
únicas e diversificadas com que fomos abençoados e não tentar fazer em cada
região uma cópia do vinho que se faz nas regiões com maior sucesso comercial.
Ainda me lembro de adoçarem os vinhos das regiões mais frescas, para
imitar os vinhos do Alentejo. Chamavam-lhes “vinhos xaropados”! Também
é essencial tirar partido da nossa história vitícola e do património que temos,
nomeadamente para acrescentar valor ao vinho. A região do Vinho Verde, por
exemplo, confronta-se, actualmente, com uma crise de identidade complexa,
chegando ao ponto de haver produtores que são forçados a explicar os seus
vinhos em grandes campanhas publicitárias, porque os consumidores têm

14 O Escanção, n°191 - 2023


Vinhos à prova

Adega de Borba Branco 2022

LANÇAMENTOS/ Produzido a partir das castas


Roupeiro, Arinto e Antão Vaz.
NOVIDADES Apresenta uma cor citrina bem
definida e uma boa intensidade
aromática conjugando frutos tropicais e
citrinos. O sabor é macio e fresco,
Mantemos o formato difer- com predominância do sabor a
lima e final persistente a frutos
ente da nossa rubrica original
cítricos. É um vinho fresco e leve
Vinhos À Prova continuando ideal para acompanhar refeições
a divulgar vinhos dos nossos ligeiras como: mariscos, peixes
associados que estejam a ser frescos grelhados e carnes brancas.
lançados, no momento, ou Uma óptima opção como aperitivo
nos dias quentes de Verão.
que sejam novidade. De várias
regiões vitivinícolas do país,
P.V.P.R.: € 3,99
numa nova selecção a conhecer.

ADEGA DE BORBA

Com origem em vinhas cultivadas em


modo de “Produção Integrada”, para
além da qualidade seleccionada nas
melhores parcelas de vinha, os três
vinhos que se apresentam aproveitam o
longo saber e dedicação que os viticultores da Adega de Borba Rosé 2022
região de Borba dedicam a esta cultura
Produzido a partir das castas
desde há longos anos. Um novo ‘B’ que Aragonez e Syrah, apresenta uma
remete para a natureza onde as uvas cor salmão e um aroma intenso
são produzidas, e para o compromisso da a groselha e ameixa vermelha. O
Adega de Borba em trabalhar o vinho sabor é equilibrado com juventude,
de uma forma sustentável, assegurando um frutado silvestre e uma ex-
celente frescura. Um vinho jovem
a perenidade dos recursos naturais uti- e fresco, ideal para acompanhar
lizados para as gerações futuras. Fazer refeições leves como: mariscos,
o melhor vinho só vale a pena se for peixes frescos grelhados e carnes
compatível com melhor ambiente. brancas. É também uma óptima
opção como aperitivo nos dias
quentes de Verão.

P.V.P.R.: € 3,99

16 O Escanção, n°191 - 2023


Vinhos à prova CÂMARA DE
PROVADORES

Nas páginas dedicadas às provas, Presidente da Comissão Técnica


encontrará uma lista ordenada por Tiago Paula
classificação pelo nosso painel de
escanções. Coordenadora das provas
Ana Branco

Assistência nas provas


José Gonçalves

Artur Caldas Joaquim Santos Manuel Miranda Manuel Moreira Tiago Paula

TABELA DE CLASSIFICAÇÃO TABELA DE PONTUAÇÃO TABELA DE


DOS VINHOS PROVADOS (SELOS) CLASSIFICAÇÃO
Extraordinário: 97,5 a 100 (vinho (PREÇOS)
superior de alto nível qualitativo) Tambuladeira de Ouro:
Classificação entre 90 e 100 Clássicos:
Excelente: 87,5 a 97 (vinho de grande Tambuladeira de Prata: até €5
qualidade e classe) Classificação entre 85 e 89
Tambuladeira de Bronze: Premium:
Muito Bom: 82,5 a 87 (vinho de muito Classificação entre 80 e 84 até €15
boa qualidade)
TABELA DE TEMPERATURA Super Premium:
Bom: 75 a 82 (vinho que se apresenta DE CONSUMO até €30
com qualidade)
Aguardentes 14/16°C Ultra Premium:
Simples: 67,5 a 74,5 (vinho que se apre- Tintos Jovens 12/14°C a partir de €30
senta correcto e sem grandes virtudes) Vinhos Brancos c/madeira, Alvarinhos
e Generosos 10/12°C
Aceitável: 50 a 67 (vinho sem defeitos Vinhos Brancos e Licorosos Brancos
e simples) 8/10°C
Vinhos Espumantes 6/8°C
Sem qualidade: <50 (vinho que não Vinhos Rosés 10°C
se encontra em condições de consumo) Vinhos Tintos 16/18°C

20 O Escanção, n°191 - 2023


Vinhos à prova A campanha de vindima de 2022 não ficou na memória pelos
melhores motivos, desde logo pelo facto de se ter registado, na
globalidade, uma quebra de 9%. Nalgumas regiões a quebra
foi bem mais acentuada face à campanha do ano anterior, o
que nem sempre é inteiramente negativo, embora ficando
VINHOS DE acima 2% da média dos últimos 5 anos.
VERÃO:
De norte a sul, numa coisa houve concordância, 2022 foi um
COLHEITA DE 2022 ano fácil. Contrastes e disparidade entre regiões, e mesmo dentro
das mesmas regiões, foram a regra. Foi um ano de eventos
inusitados, tal como referiu Bernardo Gouvêa, presidente do
Texto e Fotos Instituto da Vinha e do Vinho em declarações à revista Notícias
Manuel Moreira Magazine: “Justifica-se com os períodos de calor prolongado
vividos a partir de Maio, que não foram compensados por
noites de arrefecimento acentuado. Essa situação conduziu a
um elevado stress hídrico da planta, a fotossíntese parou, os
bagos não desenvolveram e criaram polpa pouco evoluída.
As videiras foram severamente afectadas, mas não estamos,
como alguns possam imaginar, perante uma questão de
queimadura da uva”.

Face à inclemência das temperaturas altas e da seca prolongada


que se fez sentir em 2022, em muitos locais as uvas tiveram
comportamentos inesperados e houve que decidir, por vezes,
entre o menos bom e a desgraça. As vindimas precoces, do
início de Agosto e mesmo de finais de Julho do ano de 2017,
eram excepções que têm passado a ser a regra e cada vez
com maior tendência para ficar.

Circunstâncias que têm levado o foco para a adaptação


da viticultura a estas condições a par da reflexão sobre as
estratégias de plantação de castas e dos locais apropriados a
uma nova e futura realidade.

Os apreciadores de vinho podem ficar descansados que a


qualidade do vinho é boa, tal como demonstrado pela generalidade
dos vinhos provados neste painel.

Os vinhos provados pelos escanções são sujeitos ao cumprimento


do regulamento do IVV (Instituto da Vinha e do Vinho).
A atribuição da Tambuladeira (Ouro/Prata/Bronze) só pode
ser dada até um máximo de 30% dos vinhos provados.

Beba com moderação.

O Escanção, n°191 - 2023 21


Em destaque os medalhados
TAMBULADEIRA DE OURO

Heritage VRAlentejano Rosé Quinta do Perdigão Encruzado


Ravasqueira Vinhos, S.A. DOC Dão Branco
Aroma refinado e profundo. Notas
de bagas encarnadas, frescura
Quinta do Perdigão
Inicialmente um pouco fechado,
floral, subtis toques de cremosos
revelando notas de sílex e vivacidade.
a biscoito e um leve apontamento
Destaque para aromas florais, resinosos
91 mineral. Ao provar, revela-se com
uma bela acidez, estrutura elevada
90 e limonados. Na boca, é elegante,
mas firme, com proporção e
e um saboroso e firme paladar. Final
equilíbrio, com estrutura sólida.
longo e sofisticado. Ambicioso e
A frescura é evidente com um leve
requintado. Dá para guardar. toque fumado. Belo final.
PVP: € 26,50 PVP: € 12

Quinta de São Francisco


DOC Óbidos Branco Bacalhôa Roxo VRPSetúbal
Companhia Agrícola do Rosé
Sanguinhal Bacalhôa – Vinhos de Portugal,
Nariz fino, com frutas de polpa S.A.
branca e algum floral. Na boca, é Tem bela finura aromática, num
registo delicado mas perfumado,
90 redondo, sofisticado e fresco, há
uma boa mineralidade perceptível,
90 floral fresco, algum exótico,
juntamente com uma presença tangerina. Na boca resulta leve e
limonada. O final de boca é ao mesmo tempo cheio de sabor,
prolongado e seco, fazendo deste salino, envolvente, mas preciso e
vinho uma opção agradável para crocante. Persistente e delicioso.
se ter sempre à mão. PVP: € 12,99
PVP: € 7

Adega de Palmela Moscatel Bacalhôa Greco di


Galego Roxo Reserva Premium Tufo Vinha das Faias
Palmela DOC Branco VRPSetúbal Branco
Adega Cooperativa de Bacalhôa – Vinhos de Portugal,
Palmela S.A.
Aroma sedutor com notas cítricas, Fruto maduro, leve mel e alperce
90 ervas frescas e subtil floral. Leve 90 no aroma. Paladar amplo, fresco e
reduzido. Amplitude e estrutura bem seco. Intensa acidez suculenta
na boca, com frescura e leveza, que promove um final memorável
mantendo a elegância. Final de e rico em sabor. Perfeitamente
boa extensão. Sugere aptidão para equilibrado e de personalidade
evoluir ainda mais. cativante.
PVP: € 8,79 PVP: € 13,99

22 O Escanção, n°191 - 2023


Dissidente Colheita TAMBULADEIRA DE PRATA
Seleccionada DOC Alentejo
Branco
CARMIM Despercebido Blanc de Noirs
Com uma rica combinação de VRAlentejano Branco 2022
aromas a pêra, alperce e laranja, Marcolino Sêbo
90 acompanhados por sugestões Aroma delicado, com sugestões
amanteigadas, este vinho revela de pêra e meloa, num perfil fino e
um corpo generoso e boa frescura. refrescante. A sua textura na boca
Sugere prontidão na prova mas é apelativa na sensação aveludada,
89 mas vivaz. A frescura ácida está
indica que tem mais a mostrar.
PVP: € 14 no ponto certo, o final é perfuma-
do, sente-se algum refinamento e
traços subtis de mineralidade. Vin-
ho multiusos à mesa.
Ravasqueira Reserva da PVP: € 8,50
Família VRAlentejano Branco
Ravasqueira Vinhos, S.A. Bacalhôa Verdelho
Riqueza e sofisticação aromática VRPSetúbal Branco
com destaque para frutas de polpa Bacalhôa – Vinhos de
branca, além de um subtil toque
90 de madeira. Na boca, é envolvente
Portugal, S.A.
Muito fresco e sedutor, com notas
e prazeroso, com volume e acidez
frutadas de maçã amarela, citrinos
equilibrada, levando a impressão 89 e toques tropicais. Sobriedade presente.
muito positiva. O final é longo e
Leve e refrescante na boca, com
persistente.
acidez viva e firme. Harmonioso e
PVP: € 15 delicioso, perfeito para petiscos em
ambiente acolhedor e confiável.
PVP: € 12,99
Ravasqueira Vinha das Camolas Selection Reserva
Romãs Blanc de Noirs Palmela D.O. Branco
VRAlentejano Branco Camolas & Matos, Lda.
Ravasqueira Vinhos, S.A. Revela aroma elegante e com boa
Nariz refinado e elegante, com intensidade, destacando-se as frutas
notas de pêssego, ameixa e ervas de pomar, tropicais e notas florais.
90 aromáticas. A acidez crocante é Há também uma subtileza mineral
equilibrada pela presença frutada 88 ao fundo. Médio corpo, equilíbrio
e pela cremosidade da sensação de e refinamento na boca, estrutura
barrica. Bom final. Parece aguentar firme e acidez saborosa. Há um
ainda tempo em garrafa. interessante contraste entre a
PVP: € 15,99 untuosidade e a secura salina.
Persistente.
Quinta das Cerejeiras PVP: € 3,85
VRLisboa Rosé Senses Viognier (Produção
Companhia Agrícola do Sustentável) VRAlentejano
Sanguinhal Branco
Coloração salmão. No aroma revela
notas delicadas de cereja, romã,
Adega de Borba
Aromas finos e delicados, com fru-
folhagem de morango e um toque
90 vegetal fresco. Sofisticado. Na boca, 88 tas cítricas, tropical, floral e notas
minerais subtis. Paladar fresco e
há uma estrutura equilibrada e
elegante, texturado com acidez bem
vibrante, proporcionando um bom
integrada. Um vinho branco de
final com subtis sugestões salinas.
É um rosé bem feito e de vocação belo recorte que dá prazer a beber.
gastronómica. PVP: € 5,99
PVP: € 20

O Escanção, n°191 - 2023 23


Quinta do Monte d’Oiro Clô VRPSetúbal Rosé
VRLisboa Rosé Camolas & Matos, Lda.
José Bento dos Santos| Cor aberta, lembrando pétalas
Quinta do Monte D’Oiro de rosa. O aroma é requintado e
Nariz nada festivo, notas de romã, perfumado, framboesa, toques
groselha vermelha e floral. A subtis de morango silvestre e um
88 crescer na prova. Boca com ataque fundo de violeta. No paladar,
decidido, seco e vibrante, estrutura revela frescura e leveza, transmite
assinalável, fruta silvestre ácida uma sensação de sofisticação e
como romãs e arandos, com um equilíbrio. Delicioso.
fundo mineral no belo final de boca. PVP: € 2,59
PVP: € 11,50

Clô VRPSetúbal Branco


Quinta do Carmo Camolas & Matos, Lda.
VRAlentejano Branco Nariz refinado da bela combinação
Bacalhôa – Vinhos de das notas florais e tropicais. Vivacidade
Portugal, S.A. e harmonia. Ao provar, a frescura
Nariz simultaneamente fresco e o sabor do aroma destacam-se tal
mas com alguma riqueza aromáti- como a acidez exemplar e a secura
ca. Boas notas florais e ervas agradável. Tudo está cuidadosa-
88 aromáticas, cítricos e leve tropical. mente equilibrado a proporcionar
Bem equilibrado. Na boca é bem uma prova cativante, de evidente
estruturada, com um certo volume aptidão gastronómica.
repleto de fruta que acomoda a PVP: € 2,59
acidez de qualidade e refrescante.
Disponível para ser guardado.
PVP: € 11,99
Reguengos DOC Alentejo
Branco
CARMIM
Os restantes vinhos aos quais não são mencionadas Nariz agradável com notas de
medalhas, de Ouro ou Prata, pelo cumprimento limão e frutas tropicais jovens.
do regulamento do IVV e tendo em conta a Floral. Boca equilibrada e refrescante,
quantidade em prova, revelam também grande com toques de limão, leve toque
tropical. A textura subtilmente
qualidade e atributos competitivos. untuosa fá-lo pronto para ser apreciado
desde já.
PVP: € 2,99

JP Fernão Pires/Moscatel
Terras d’al Rei VRAlentejano Graúdo VRPSetúbal Branco
Branco Bacalhôa – Vinhos de Portugal,
CARMIM S.A.
Simples e agradável no aroma com Aroma muito floral e frutado com
notas cítricas, tropicais e ervas. notas distintas de flor de laranjeira,
Redondo e polido na boca, com ananás e citrinos. Na boca, essas
acidez discreta e corpo leve. Ópti- sensações são complementadas
ma escolha para o dia-a-dia. por nítida acidez e uma estrutura
elegante, um conjunto fresco e
PVP: € 2,38
fragrante, perfumado, assumindo-se
como o seu autêntico cartão de visita.
PVP: € 3,29

24 O Escanção, n°191 - 2023


Adega de Borba (Produção
JP Syrah VRPSetúbal Rosé Sustentável) DOC Alentejo
Bacalhôa – Vinhos de Portugal, Rosé
S.A. Adega de Borba
Aroma delicado mas muito apel- Nariz fino e levemente floral,
ativo no morango e cereja, algum com notas de groselha e ameixa
pêssego. Na boca é fresco, sabo- vermelha. Carácter jovial e re-
roso, a textura macia proporciona frescante na boca que revela uma
uma sensação suculenta, tornan- leveza e sabor agradáveis. A sua
do-o fácil de ser apreciado. sinceridade torna-o perfeito para
momentos de consumo convivial e
PVP: € 3,29
despretensioso.
PVP: € 3,99

Monsaraz Tradição DOC Cerejeiras IG Lisboa Rosé


Alentejo Rosé Companhia Agrícola do
CARMIM Sanguinhal
Nariz expressivo, com notas de Tonalidade cobre. Tem finura
fruta fresca de groselha, resultando aromática, num registo delicado
numa combinação afinada e de cereja, morangos silvestres e
apelativa. Na boca, revela-se leve e frescura floral. Na boca é generoso
muito equilibrado, com vivacidade nos sabores frutados, é refrescante
e sabor que convidam a desfrutar e até sumarento, com toque floral
em finais de tarde. subtil, terminando seco mas macio
e pronto a enfrentar os sabores
PVP: € 3,49 veraneantes.
PVP: € 4

Camolas Reserva Palmela Sottal Leve IG Lisboa Branco


D.O. Branco Companhia Agrícola do
Camolas & Matos, Lda. Sanguinhal
Aroma de boa intensidade da flor Nariz perfumado e refrescante,
de laranjeira e limão, minerais e nos aromas citrinos, tropicais e
ervas frescas. Na boca, boa estru- florais. Na boca é leve, saboroso e
tura, acompanha o perfil aromáti- fresco. É uma opção versátil que
co, mostrando-se fresco e equilib- combina perfeitamente com petiscos
rado, com bom balanço e um final e é especialmente agradável nos
que nos deixa a salivar. dias quentes.
PVP: € 3,85 PVP: € 4

Camolas Selection Reserva Serras de Azeitão Syrah


D.O. Palmela Rosé VRPSetúbal Rosé
Camolas & Matos, Lda. Bacalhôa – Vinhos de Portugal,
Tonalidade pêssego. O nariz é S.A.
encantador pela fruta, com toques Aroma marcante de cereja e ginja.
florais e um fundo cítrico. Na boca, Na boca, apresenta-se saboroso
a frescura do estilo é o destaque, e bem equilibrado, com uma
com um toque subtil de geleia que agradável presença frutada e frescura
contrasta com os taninos. O final proporcionada pela acidez. É um
de boca é bem presente, a oferecer vinho fácil de gostar, capaz de
uma experiência refrescante e conquistar admiradores.
deliciosa. PVP: € 4,29
PVP: € 3,85

O Escanção, n°191 - 2023 25


Quinta da Tradição Aveleda Loureiro & Alvarinho
VRTejo Rosé DOC Verde Branco
Nova Sociedade Agrícola – Aveleda, S.A.
No nariz, este vinho revela uma
Mouchão do Inglês II intensidade refrescante com notas
Aroma fresco e agradável de frutas
florais, folha de limoeiro e frutas
silvestres, morango e melancia. Na
de pomar. Na boca, apresenta
boca, é leve e refrescante de acidez
boa estrutura, corpo leve e acidez
que percorre toda a prova. Apresenta
equilibrada. A fruta em destaque,
um leve amargor no final, que não
fresca e suculenta, torna-o muito
compromete a sua aptidão para
apetecível.
com os petiscos.
PVP: € 4,99
PVP: € 4,40

Castelo de Borba Antão Vaz


Aveleda DOC Verde Branco DOC Alentejo Branco
Aveleda, S.A. Adega de Borba
Aromático e simples mas com notas Nariz com fruta citrina, fruto de
de fruta branca, maçã verde e caroço, tropical fresco e ligeiro
tropical fresco. Leve e refrescante, herbal. Na boca denota algum volume,
de acidez agradável, efervescência bem medido e de agradável acidez,
delicada. Vinho polido e agradável. vibrante, com a fruta bastante
sumarenta, muito equilibrado e
PVP: € 4,49
envolvente. Destinado a parceria
à mesa.
PVP: € 4,99

Casabel IG Lisboa Branco


Aveleda DOC Verde Rosé Companhia Agrícola do
Aveleda, S.A. Sanguinhal
Cor rosa pálido, sobressai pela Aroma entusiástico a combinar
jovialidade dos aromas frescos notas de frutas tropicais e lima,
de frutas silvestres e em geleia e com a frescura de ervas aromáticas
pelo toque floral, que retornam frescas e pimentos. No paladar,
no paladar leve e refrescante, num estrutura equilibrada e leveza
equilíbrio delicioso entre acidez acompanhadas pela vivacidade da
e frutado com subtil agulha, tudo acidez e pelo sabor frutado que o
pronto a desfrutar. torna apetecível.
PVP: € 4,49 PVP: € 5

Casabel IG Lisboa Rosé


Varando do Conde
Companhia Agrícola do
Alvarinho/Trajadura DOC
Sanguinhal
Verde Branco Aromático, destaque para frutas
PROVAM como morango e cereja, além de
Expressão aromática destacada, notas subtis de rebuçado. Há também
com leve vegetal e toques subtis de leve vegetal fresco. Na prova de
frutas tropicais. Na boca, elegân- boca, possui uma acidez média,
cia frutada e frescura equilibrada. paladar sempre frutado, saboroso,
Estilo consensual e agradável, de alguma simplicidade, mas aliado
fácil apreciação. de tempo soalheiro.
PVP: € 4,60 PVP: € 5

26 O Escanção, n°191 - 2023


Península de Lisboa IG
Lisboa Rosé Pouca Roupa
Companhia Agrícola do VRAlentejano Rosé
Sanguinhal João Portugal Ramos
Cor cereja. Aroma apelativo de Sobriedade e finura de aroma,
morango e cereja. Leve vegetal. No refrescante nos tons florais fres-
paladar, revela mais corpo do que cos complementando as notas de
o delicado nariz sugere, com uma bagas silvestres. Na boca, a sua
sensação de boca mais gordinha. leveza é marcante, deliciosa, de
Paladar frutado refrescado pela acidez equilibrada e que o torna
acidez sugestiva. Estilo muito fácil de apreciar em momentos de
próprio para o petisco e Verão. convivialidade.
PVP: € 5 PVP: € 5,49

Azevedo Loureiro/Alvarinho Tons Duorum


Escolha DOC Verde Branco DOC Douro Branco
Sogrape Vinhos, S.A. Duorum Vinhos, S.A.
Aroma vivaz com notas cítricas, No nariz, expressão cítrica, frutas
herbais, frutas de pomar e flores amarelas e toque fresco vegetal.
brancas. Na boca, firmeza, tensão No paladar, seco, assertivo e leve,
e leveza. Acidez intensa equilibrada e toque amargo. Embora não seja
por textura, toranja e raspa de longo, possui uma boa estrutura e
limão, com leve amargor no final. prova bem prazenteira.
PVP: € 5,49 PVP: € 5,49

Tons Duorum
Pouca Roupa Sauvignon DOC Douro Rosé
Blanc VRAlentejano Branco Duorum Vinhos, S.A.
João Portugal Ramos Tonalidade muito aberta. Inicio
Aroma de fruta de caroço e floral, mais redutivo. Abre em tons de
de forma simples e discreta, bagas silvestres, toque a folhagem e
reduzido. Paladar, ligeiro, fresco leve tropical vegetal. Envolvente e
e com acidez equilibrada, sendo fresco na boca, bastante saboroso,
uma opção agradável para os dias seco e com leve sugestão a mineralidade.
de Verão. Impecável.
PVP: € 5,49 PVP: € 5,49

Prova Régia Arinto DOC


Quintas de Borba
Bucelas Branco
(Produção Sustentável)
Sogrape Vinhos, S.A.
DOC Alentejo Branco O nariz revela notas cítricas, como
Adega de Borba limão e toranja, entrelaçadas com
Boa intensidade de aroma, cítricos, aromas de flores e feno, numa
folhagem e tropical fresco. Na combinação agradável e aromática.
boca, revela uma boa estrutura, Na boa sente-se envolvente, estru-
com corpo e cremosidade, equilibrada turado e leve, com uma acidez intensa
pela acidez. A fruta é protagonista, e um final de boca levemente
fresca e suculenta. Final de boca salgado. Marisco com ele!
longo e persistente.
PVP: € 5,99
PVP: € 5,49

O Escanção, n°191 - 2023 27


Herdade dos Templários
DOC Do Tejo Branco Villa Alvor
Quinta do Cavalinho – VRAlgarve Branco
Vinhos, Lda. Aveleda, S.A.
Aroma fresco e cativante, com Nariz perfumado com notas cítricas,
destaque para a frescura herbal florais e um toque de redução. Na
e floral, complementada por um boca, revela-se de médio corpo,
toque tropical apelativo. Corpo seco com uma acidez refrescante
leve e equilibrado, acidez vibrante que equilibra o conjunto. Confiável
que confere vivacidade ao conjunto. para mariscos ou peixe grelhado.
O resultado é um vinho harmonioso PVP: €5,99
e refrescante.
PVP: € 5,99
Aveleda Alvarinho DOC
Verde Branco
Montes Claros DOC Aveleda, S.A.
Alentejo Branco Excelente definição e intensidade
Adega de Borba aromática. As notas de frutas
Aromas citrinos e tropicais em cítricas, tropical e floral fresco
harmonia num perfil jovem e harmonizam-se perfeitamente
directo. Boa acidez na boca equil- com as leves nuances minerais. Na
ibrada com uma secura agradável. boca, revela-se muito fresco, pleno
Fruta citrina e de caroço, tudo de equilíbrio e vivacidade num
fresco e limpo. Apto ao petisco. registo sofisticado e que apetece
beber.
PVP: € 5,99
PVP: € 5,99

Herdade de Gâmbia
Villa Alvor VRPSetúbal Branco
VRAlgarve Rosé Sociedade Agrícola Boas
Aveleda, S.A. Quintas
Aroma limpo, agradável, de fruta O nariz é cativante dada a envol-
vermelha e tropical. Ligeiro floral vente aromática das notas florais,
doce. Boca fresca, com boa estrutura cítricas e tropicais. Na boca, mostra
e textura aveludada, fluído e a substância e corpo médio. A fruta
sentir-se os sabores do nariz. Bem está bem delineada, com acidez
feito, de estilo muito próprio para limonada muito viva, proporcio-
o petisco. nando um equilíbrio refrescante
PVP: € 5,99 e activo ao vinho, a constituir
impressão prazerosa.
PVP: € 6
Herdade dos Templários
Quinta de Giesta Touriga
DOC Do Tejo Rosé
Nacional DOC Dão Rosé
Quinta do Cavalinho –
Sociedade Agrícola Boas
Vinhos, Lda.
No aroma destacam-se as bagas
Quintas
Tom coral. Boa intensidade de
silvestres maduras, com uma frescura
aroma, fresco nas notas de bagas
evidente e toques florais. Na boca,
silvestres, jovial e ao mesmo tempo
apresenta uma boa estrutura sendo
sofisticado. Violeta e melancia
seco e suculento. De fácil consumo,
no fundo. Na boca, resulta leve e
mostra-se perfeito para ser apreciado
ao mesmo tempo cheio de sabor,
com petiscos.
estruturado, preciso e fresco, com
PVP: € 5,99
boa persistência final.
PVP: € 6

28 O Escanção, n°191 - 2023


Herdade de Gâmbia
VRPSetúbal Rosé
Sociedade Agrícola Boas Património VRLisboa Rosé
Quintas António F. Bonifácio &
Aroma abundante de morango, Filhos, Lda.
melancia e uma leve nota de Tonalidade morango. Tal como
pêssego maduro. A fruta mantém a no aroma é o fruto que se destaca,
presença no paladar, acompanhada alguma melancia e laivos de geleia.
por uma boa acidez que equilibra Boa textura na boca, sumarento,
a textura envolvente e suculenta. O tem frescura e harmonia generalizada.
final é persistente, deixando uma Pronto para o petisco.
sensação prazerosa na boca. PVP: € 6,49
PVP: € 6
Fonte de Ouro
DOC Dão Branco
Capela DOC Alentejo Rosé Sociedade Agrícola Boas
Casa Clara Quintas
Aroma de elegância combinada
Coloração coral, aroma distintivo
com expressividade equilibrada.
na conjugação de frutos vermelhos
As notas de frutas de caroço e
com os de caroço e o fundo floral
pomar são acompanhadas por um
doce. Destaca-se pelo volume de
fundo mineral. Corpo médio de
boca, sem qualquer indício de
boa proporção na boca, oferece
peso, com forte sapidez a conferir
fruta de qualidade e uma frescura
um final seco e persistente.
que o torna uma escolha intuitiva
PVP: € 6 para apreciar à mesa.
PVP: € 6,50
Quinta de Giesta Encruzado Herdade de Gâmbia
DOC Dão Branco VRPSetúbal Branco
Sociedade Agrícola Boas Sociedade Agrícola Boas
Quintas Quintas
Jovem e afinado, com sugestões de
Nariz cativante, aromático nas notas
notas cítricas e frutas de caroço
de morango, framboesa, violeta
a entregar uma experiência
e toques cítricos. Apresenta uma
agradável. Em boca, percebe-se
boa estrutura, com uma textura
a boa proporção, a vivacidade, o
cheia de sabor, e frescura bem
sabor fino e a frescura, numa com-
presente. Vinho de persistência
binação apelativa, saborosa e com
frutada apreciável e algo mais que
personalidade. a recompensa imediata.
PVP: € 6 PVP: € 6,50
Património Dom Martinho
VRLisboa Branco VRAlentejano Branco
António F. Bonifácio & Bacalhôa – Vinhos de
Filhos, Lda. Portugal, S.A.
Destaca-se a fruta madura, necta-
Jovial de aroma, mas fresco e bem
rina, pólen, subtil herbal e cera
afinado. Ascendem as notas a folha
de abelha e mel. Na boca tem
de limoeiro, maçã, limão e ervas
corpo médio, estrutura firme e
aromáticas frescas. Corpo médio a
envolvente e agradável acidez que
ligeiro na boca, bem estruturado,
se harmonizam perfeitamente
acidez ativa a produzir frescura a
proporcionando um final de boca
toda a prova. Resulta bem, perfeito
persistente e prazeroso.
para beber desde já.
PVP: € 6,49
PVP: € 6,59

O Escanção, n°191 - 2023 29


Talhas de Borba Vinhos de Azevedo Alvarinho Escolha
Talha DOC Alentejo Branco DOC Verde Branco
Adega de Borba Sogrape Vinhos, S.A.
Aroma contido, com algumas notas Aromas apelativos de frutas de
frutadas e de marmelo cozido, pomar, tropicais e florais. Na boca,
além de resinas e ervas secas. Na revela certa cremosidade, textura
boca, revela-se delicado e discreto, redonda e polida. A fruta é bem
de leve adstringência e um paladar que presente, equilibrada pela frescura
remete a frutas secas e desidratadas. na medida certa. Agradável final
O final é de média duração. de boca.
PVP: € 6,99 PVP: € 7,99

Talhas de Borba Vinhos de Encantado


Talha DOC Alentejo Tinto VRAlentejano Branco
2022 Ravasqueira Vinhos, S.A.
Adega de Borba Amarelo brilhante com frescu-
Nariz de notas silvestres, mato ra cítrica e toques de alperce e
rasteiro e subtis fumados. Boca ameixa, tropical fresco e fundo
gulosa, taninos finos, frutado saboroso, mineral. Textura aveludada na
estrutura que se sente sem pesar. É boca, com fruta e notas florais,
um vinho harmonioso, com frescura equilibrado por uma acidez refinada.
final envolvente. Pronto a beber. Perfeito para momentos de convívio
e partilha à mesa.
PVP: € 6,99
PVP: € 7,99

Catarina VRPSetúbal Rosé Papa Figos


Bacalhôa – Vinhos de DOC Douro Rosé
Portugal, S.A. Sogrape Vinhos, S.A.
Expressão deliciosa de fruta Aroma fresco, polido, a frutas vermelhas
vermelha, acompanhada por como groselha, e um leve rebuçado.
delicados tons florais. Na boca, Floral. Na boca é muito macio,
vivacidade com elegância, enquanto fresco e leve. Sumarento mas fino,
os sabores percebidos no nariz morango e um subtil toque floral,
percorrem o paladar até ao final. terminando perfumado e bem
Um vinho bem feito e bem sugestivo.
proporcionado. PVP: € 7,99
PVP: € 7,59

Marquês de Borba Colheita


DOC Alentejo Branco Papa Figos DOC Douro
João Portugal Ramos Branco
O aroma revela jovialidade e Sogrape Vinhos, S.A.
vivacidade, com notas discretas de Nariz suave com notas de ervas,
citrinos, leve toque tropical e ervas frutas de pomar e tropicais frescas.
frescas. No paladar, destaca-se pela Boa textura na boca, com acidez
leveza, vivacidade e frescura. Um equilibrada. Frutas cítricas suculentas,
vinho simples e franco, que agrada final fresco e prazeroso ao beber.
a todos. PVP: € 7,99
PVP: € 7,49

30 O Escanção, n°191 - 2023


Quinta dos Carvalhais
DOC Dão Branco
Portal de Fidalgo Alvarinho Sogrape Vinhos, S.A.
DOC Verde Branco Aromas de casca de limão, alperce,
PROVAM floral e notas minerais. Boca firme
Aroma elegante, destaque para e vibrante, com bela estrutura.
o perfil tropical e cítrico. Toques Final de qualidade com frutas
minerais e florais adicionam tropicais, ervas, frutas de caroço e
requinte. Na boca, estrutura bem nota mineral emergente.
equilibrada, volume e fruta fresca. PVP: € 9,99
Bom final, harmonioso e muito
agradável. Quinta do Monte d’Oiro
PVP: € 8,30 VRLisboa Branco
José Bento dos Santos |
Quinta do Monte D’Oiro
Nariz elegante e aromático, com no-
tas verdes, frutadas e minerais. Boca
Ravasqueira Selecção do
sedutora, fresca, cremosa e frutada,
Ano VRAlentejano Branco com excelente fluidez e notas salinas.
Ravasqueira Vinhos, S.A. Final longo e sério.
Aroma discreto, frutado e bem PVP: € 11
definido, cítricos, floral e tropical.
Paladar aveludado, sem ser aborre-
cido devido à acidez cítrica. Estilo
Bacalhôa Sauvignon Blanc
muito próprio para a refeição.
VRPSetúbal Branco
Bacalhôa – Vinhos de Portugal, S.A.
PVP: € 9
Nariz fino, herbal, vegetal e limona-
do, com vivacidade e profundidade.
Frutas de caroço e um tropical fresco.
Boca com acidez vibrante, largura, é
bem estruturado, crescendo até um
Sanguinhal Arinto &
final saboroso e persistente.
Chardonnay IG Lisboa Branco
PVP: € 12,99
Companhia Agrícola do
Sanguinhal Bacalhôa Chardonnay
Nariz de boa expressão, combinando
frutas de pomar, de caroço e tons de
VRPSetúbal Branco
limão. Avelã. No paladar, é refres- Bacalhôa – Vinhos de Portugal, S.A.
cante, saboroso e possui uma textura Aroma discreto, frutado e bem
aveludada. O corpo moderado e a estruturado. Notas de manteiga
acidez cítrica equilibrada oferecem e revela, gradualmente, riqueza e
bons argumentos gastronómicos. personalidade. Paladar aveludado
e fácil de beber, com toque de
PVP: € 9,50
madeira equilibrado pela acidez
cítrica. Um vinho primoroso,
longo e prazenteiro.
Quinta dos Carvalhais PVP: € 13,99
DOC Dão Rosé
Sogrape Vinhos, S.A. Cedro do Noval DOC
Aberto de cor. Aroma fino, fresco, Douro Branco
frutas do bosque e nuances florais. Quinta do Noval – Vinhos, S.A.
Na boca é bem saboroso, corpo Nariz floral com nuance a mineralidade
moderado, envolvente, com uma refrescante e distintiva. Na boca,
acidez afinada que assegura frescura um vinho de perfil moderno, exuberante,
e elegância ao todo. Pronto para porém equilibrado entre corpo e
acompanhar a boa disposição. acidez. Tensão e volume presentes,
PVP: € 9,99 com um leve amargor e final
agradável.
PVP: € 18,40

O Escanção, n°191 - 2023 31


Vinhos à prova Dizem que é Tinto
VRPSetúbal Tinto 2021
Camolas & Matos, Lda.
No nariz revela aromas a fruta de
VINHOS PROVADOS 88
bosque, sem excessos de maturação,
áurea balsâmica e fresca. Floral.
PELO NOSSO PAINEL Na boca, volta a mostrar a frescura
do seu perfil, com a fruta num
DE ESCANÇÕES patamar apelativo, taninos polidos,
tudo apontando ao imediato mas
sem urgência.
PVP: € 4,7
Os vinhos provados pelos escanções PREMIUM
são sujeitos ao cumprimento do
regulamento do IVV (Instituto da Adega de Palmela Reserva
Vinha e do Vinho). A atribuição Premium VRPSetúbal Tinto 2019
da Tambuladeira (Ouro/Prata/ Adega Cooperativa de
Bronze) só pode ser dada até Palmela
O nariz é profundo e repleto de
um máximo de 30% dos vinhos nuances. Fruta madura em sintonia
provados. com madeira que adiciona especiarias,
92 café, coco e nougat. Na boca, mostra
grande estrutura e proporção,
sem excesso de peso. A frescura
equilibra a constituição. O final é
perfumado, sugestivo, muito longo
e com vista para o futuro.
CLÁSSICO PVP: € 8,79
Camolas Selection Reserva Vale de Touros Reserva Vinhas
D.O. Palmela Tinto 2020 Velhas DOC Palmela Tinto 2019
Camolas & Matos, Lda. Adega Cooperativa de Palmela
Coloração granada. No nariz, rev- Profundidade e frescura aromáti-
ela complexidade e elegância, fruta ca. Fruta intensa e precisa envolvi-
bem ligada com madeira. Boas da por notas de especiarias, ervas
90 notas de torrefação (moka) e um 92 aromáticas, leve toque de eucalipto
subtil toque de chá preto no fundo. e tabaco. Na boca, revela uma
Na boca, é amplo e macio, com vi- estrutura firme de taninos suculentos,
vacidade, que se destaca mais pela polidos, e o final de boca é longo e
sua delicadeza do que pela força. persistente. É sem dúvida um vinho
Revela uma riqueza que preenche destinado ao envelhecimento e que dá
a boca e prolonga o final. muito prazer desde já.
PVP: € 3,85 PVP: € 11,99
Monte das Três Ana Reserva
Adega de Borba DOC VRAlentejano Tinto 2018
Alentejo Tinto 2021 Vineves, S.A.
Adega de Borba Rubi cheio. Intenso e rico na fruta
Aroma centrado em frutas vermelhas madura no aroma, com balsâmicos
maduras, com subtis nuances de tabaco e tostados bem ligados.
confeitadas, apresentando um 91 Na boca é opulento, sem excessos,
perfil jovem e agradável. Na boca, sumarento com taninos macios e
tem um corpo médio, sendo macio até uma certa frescura a assegurar
e suculento em termos de fruta. O um equilíbrio geral. Final muito
final é muito equilibrado e fácil de longo e persistente, ao qual não
apreciar.
falta complexidade.
PVP: € 3,99 PVP: € 12

32 O Escanção, n°191 - 2023


Onde o Vinho é Rei

ANETO & TABLE

34 O Escanção, n°191 - 2023


Texto Isabel Esteves Com um conceito diferente ao que
Fotos Aneto Wines temos destacado, o restaurante Aneto &
Table surge com uma proposta diferen-
ciada no que respeita à sua garrafeira,
promovendo apenas os seus vinhos
numa harmonização trabalhada com
os seus pratos. Sendo um projecto dos
proprietários da Aneto Wines, produ-
tores e enólogos, acaba por ser uma
extensão da sua paixão e do trabalho
que têm desenvolvido valorizando-o
com o apoio de uma equipa dedicada e
profissional cujo serviço tem recebido
as melhores críticas e a fidelização dos
clientes.

O Escanção, n°191 - 2023 35


Propriedade da Aneto Wines, produtora de
vinhos do Douro, o restaurante Aneto & Table,
localizado junto à Estação Ferroviária da
Régua e com vista sobre o rio Douro, assume
um conceito simples e apelativo, combinando
a gastronomia típica local com propostas da
sua produção vínica, vinhos da Casa que aqui
podem ser provados, harmonizados e também
adquiridos.

Com uma cozinha moderna e diferenciada, o


espaço sugere uma variedade de tapas e alguns
pratos, privilegiando na confecção os produtos
e os sabores regionais, destacando-se pratos
como o Naco de Vitela, o Rebuçado de Alheira
de Caça ou o Pernil Confitado mas também o
Carpaccio de Atum ou o Bacalhau à Aneto. Nas
tapas, as tábuas de queijos e de fumeiro, a tábua
de Mexilhão Fumado, o Pato Gratinado em
Tosta, os Ovos Mexidos com Shitake, Tomate
e Oregãos, entre outros. Opções para as quais
as sugestões de vinhos Aneto são indicadas na
própria carta, para uma perfeita harmonização.

O espaço, com dois pisos nos quais o superior é em mezzanine, tem uma decoração também moderna mas conjugada com
materiais, mobiliário e elementos antigos e rústicos, aproveitando a imagem de antigo armazém da empresa ferroviária tal
como a ideia, e objectivo do seu projecto, de prolongar o ambiente de “Quinta” para o seu interior, associando-o à sua origem,
a Aneto Wines. Esta é uma empresa pequena familiar, criada em 2001, com adega situada na Quinta do Estremadouro, em
Penajóia, Lamego, e com vinhas em várias propriedades produzindo vinhos brancos, tintos, rosés, espumantes e colheitas tardias.

É no piso inferior do espaço que está exposta a sua garrafeira, com disposição das várias referências da marca, possíveis de
ser degustadas a copo ou em garrafa. Os visitantes podem ainda experimentar a cerveja artesanal Aneto, só possível de ser
adquirida aqui.

Aneto & Table


Armazém Estação Régua | Loja B1,
Peso da Régua 5050-280
https://anetowines.pt/table

36 O Escanção, n°191 - 2023


Maestro do Vinho HISTÓRIA

Os primeiros registos dos vinhos do Chipre datam de 1178, quando o


vinho era considerado um artigo de luxo utilizado para impressionar os
nobres. No século seguinte, ele tornou-se mais comum e famoso porque
era um vinho mais forte e doce do que os demais encontrados na Europa
OS VINHOS DE Ocidental. Ainda não se sabe quando os vinhos cipriotas alcançaram o
mercado inglês, mas entre os séculos XIII e XIV, esses vinhos, juntamente
CHIPRE com outros vinhos doces começaram a valorizar e ser distribuídos a
partir de de Veneza para toda a Europa. O Chipre não é só uma das ilhas
mais populosas do Mar Mediterrâneo, mas também é a mais oriental de
todas. Situada ao largo das costas da Síria e da Turquia, afirma-se como
Em colaboração com o grande um ponto de encontro entre distintas culturas. Se, por um lado, há uma
clara proximidade ao “Velho Continente”, marcada pela herança da presença
Maestro do Vinho Ceferino britânica; pelo outro, também se verifica uma indelével ligação ao Médio
Mariño Carrera, nesta rubrica Oriente e a África. Com uma identidade complexa, mas apaixonada, a
partilhamos alguns dos pensamentos ilha é conhecida, sobretudo, pelas suas praias de ouro e águas cristalinas.
e conhecimentos deste grande No entanto, o Chipre é muito mais do que apenas um roteiro turístico
mestre e as descobertas que este de excelência para os amantes do veraneio. Conhecida como a ilha de
Afrodite, deusa do amor e da beleza, mitos ancestrais fazem crer que aí
tem feito na sua viagem pelo terá nascido esta figura da mitologia grega. Lenda ou não, o certo é que o
mundo do vinho. Nesta edição, Chipre é um local com um encanto próprio. Respira-se História um pouco
a primeira parte de um texto de por toda a parte, afinal não é por acaso que existem inúmeros vestígios de
sua autoria sobre os vinhos de civilizações doutrora, desde vilas e teatros romanos, a castelos e igrejas da
Chipre, destacando-se a época das Cruzadas.
Para conhecer este recanto mediterrânico, com um clima ameno e água
sua história. quente, a melhor alternativa será viajar nos meses de Primavera ou Outono,
uma vez que os preços estão mais acessíveis e os destinos turísticos
aquém da confusão do verão. Porém, se é daqueles viajantes que não
abdica do sol e calor, então, apresse-se a fazer as malas para desfrutar do
resto da temporada alta.

O NASCIMENTO DA DEUSA GREGA: AS DUAS HISTÓRIAS

Duas histórias dividem o mito sobre o nascimento da deusa Afrodite: a


mais popular, contada pelo escritor grego Hesíodo, diz que Afrodite nasceu
nas espumas do mar; a segunda, contada pelo escritor Homero, sugere
que Zeus teve relações com Dione, a deusa das ninfas, e que Afrodite
teria nascido desse romance. De acordo com a versão mais comum, Cronos,
deus do tempo e filho cruel de Urano, cortou os membros genitais do seu
próprio pai e os lançou ao mar. A partir dessa mistura da carne de Urano
com a espuma do mar nasce Afrodite, uma jovem e lindíssima mulher
com cabelos dourados como o sol, olhos azuis como o céu e pele branca
como a espuma. Esse mito do nascimento de Afrodite inspirou a famosa
pintura do artista renascentista Botticelli, da deusa numa concha gigante.

Mas as curiosidades da ilha não se restringem apenas às histórias


milenares e às temperaturas convidativas. De facto, uma das suas
maiores particularidades é que esta se encontra, literalmente, dividida:
no sul, encontramos a República do Chipre, que está integrada na União
Europeia desde 2004; por sua vez, a parte norte pertence à Turquia. Esta
cisão verifica-se, inclusive, em Nicósia, a única capital repartida na Europa,
separada por uma linha verde – zona desmilitarizada ocupada por repre-
sentantes da Organização das Nações Unidas (ONU). Com efeito, ao visitar
a cidade, é possível aperceber-se da convivência de diferentes povos, não
somente pela divisão administrativa, mas, também, pelo entre cruzar de
tradições e edifícios religiosos. Na zona sul de Nicósia, poderá visitar, por
exemplo, a Catedral de São João. Já na zona norte tem a oportunidade de
usufruir dos banhos turcos e demais especificidades orientais.
A viticultura em Chipre tem uma longa história e pode ser rastreada por
mais de 5.000 anos. Diz a lenda que o rei Ikarios, conhecido como o deus

38 O Escanção, n°191 - 2023


do vinho, foi ensinado a arte da produção de na época da terceira cruzada, depois ao de Veneza em 1489, até que
vinho em Chipre por Dionísio. A viticultura cipriota em 1571foi ocupada pelos Turcos que vieram a ceder a sua adminis-
atingiu seu auge no momento da ocupação tração aos Ingleses. Desde esse momento passou para as mãos de uma
pela ordem dos cruzados templários na Idade soberania otomana, que caiu com a Primeira Grande Guerra e logo se
Média. O famoso vinho "Commandaria" deve constitui como colónia da coroa inglesa, assim declarada em 1925. Não
seu nome ao momento em que os cruzados obstante, a maioria da população, greco-cipriota, não estava de acordo
cultivavam a chamada "Vinda" para fins de com essa situação, e a década de 40 do século XX viveu uma das mais
viticultura. encarniçadas lutas pela independência. O acordo para a independência
de Chipre, a que se chegou em Fevereiro de 1959, entre os governos da
A ilha de Chipre possui uma das tradições Grã-Bretanha, Grécia e Turquia, abriu uma fase completamente nova na
vinícolas mais antigas do mundo. As Malvasias e vida da ilha, que se transformou de facto em estado independente em
Chipre foram famosas em toda a Idade Média, 1960. Hoje em dia a população de Chipre ronda os 700.000 habitantes,
até que a expansão turca acabou com esta dos quais mais de 75% são gregos (de religião ortodoxa), cerca de 20%
tradição vinícola. Hoje Chipre luta por reconquistar são turcos (muçulmanos) e o resto de outras nacionalidades, designadamente
o mercado dos seus inimitáveis vinhos doces, arménios e libaneses.
uma jóia da gastronomia. Apesar do Chipre es-
forçar-se por recuperar o seu prestígio vinícola,
a indústria enológica da terceira maior ilha do
Mediterrâneo conheceu melhores tempos que
os actuais. A queda da União Soviética terá
sido um sério transtorno pois os Soviéticos
compravam grandes quantidades de vinhos
tinto seco e Commandâria. O lamentável Sherry
cipriota – imitação grosseira – manteve-se
durante muitos anos à cabeça dos vinhos mais
consumidos, sobretudo durante o período da
ocupação britânica, iniciada em 1878. A queda
destes dois grandes mercados influiu de forma
directa na indústria vitivinícola do país. Em
principio dos anos setenta, a produção anual
superava um milhão de hectolitros, ao passo
que na actualidade apenas chega a metade e assim Texto Ceferino
se mantém. De facto, até à altura em que a Mariño Carrera, em
Grã-Bretanha entrou para o Mercado Comum,
havia no seu interior uma grande procura de A Fonte do Escanção
um produto chamado “Cyprus Cherry”, que
competia fraudulentamente com o Xerez.
Quando ao passado, Chipre seguiu sempre as
vicissitudes da Grécia, passando ao domínio
dos “Cavaleiros Francos”da família de Lusignan,

O Escanção, n°191 - 2023 39


Castas - Associação De Enologia

Texto António Ventura


Fotos Associação de
Enologia

RAMISCO

No âmbito da colaboração com a


revista O Escanção temos partilhado a
descrição das características técnicas
de algumas castas portuguesas,
e em alguns casos de castas ibéri-
cas. Nesta edição, continuamos o
artigo com mais uma casta, com
origem referida a Trás-os-Montes
e com grande tradição nos vinhos
rosados– a Tinta Carvalha.

ORIGEM

Casta de grande tradição nos vinhos rosados,


no entanto actualmente pouco apreciada.
Distingue-se pela folhagem verde clara, de
folhas pouco recortadas, de lóbulo principal
triangular, e pela cor rosada dos bagos. Produz
uvas para vinho de pouca intensidade corante
e de baixa graduação alcoólica. A origem da
casta aparece referida em Trás-os-Montes. Vila
Maior (1866): «É das castas tintas que mais
abundam no concelho de Sabrosa.»
As suas regiões de maior expansão foram a
então Estremadura, Trás-os-Montes e Minho.
Não tem sinónimos oficiais nem homónimos,
a sua superfície actual é de cerca de 1.800ha
e não existe grande apetência pela sua replantação
actualmente, talvez por isso não foi das
variedades escolhidas para selecção de
material vegetativo.

40 O Escanção, n°191 - 2023


COMPORTAMENTO Estabilidade da produção (diferentes anos e
localidades)
Abrolhamento Regular.
Junto com a Castelão. Homogeneidade de produção (entre as plantas)
Uniforme.
Floração Produção recomendada:
Mediana. Elevada, no caso de vinho rosado, no caso da
produção de vinhos tintos produções acima de
Pintor 10Ton/ha condicionam fortemente a obtenção
15 dias antes da Castelão. de vinhos de qualidade aceitável.
Sensibilidade abiótica
Maturação Sensível ao excesso de insolação. Perigo de escaldão.
8 dias antes da Castelão. Sensibilidade criptogâmica António Ventura,
Tolerância ao oídio e ao míldio. Alguma enólogo consultor e
MORFOLOGIA tendência para botritis na fase de maturação. membro da Associação
Sensibilidade a parasitas Portuguesa de Enologia
Extremidade do ramo jovem Alguma à cigarrinha verde. (Fonte: Vine to Wine
Aberta, com fraca pigmentação antociânica Tamanho do cacho Circle)
generalizada, média pilosidade aplicada. Médios-grandes (250 - 400 g).
Folha jovem
Verde, com placas bronzeadas. Página inferior Não tem exigência específica no sistema de
com média pilosidade aplicada entre as nervuras, condução possuindo boa adaptabilidade.
fraca pilosidade aplicada e erecta sobre as nervuras. Gosta de solos graníticos, fundos e de boa
Flor fertilidade. Adapta-se bem em climas quentes
Hermafrodita. e secos, possuindo uma boa afinidade com os
Pâmpano porta-enxertos tradicionais. Pouco sensível ao
Nós vermelhos ou verdes em ambas as faces, desavinho e aos ataques de pássaros, possui
entrenós com estrias vermelhas em ambas as boa adaptação à vindima mecânica e funciona
faces. Comprimento das gavinhas médio. bem com compassos variados. Produz essen-
Folha adulta cialmente vinho rosado e vinho tinto de baixa
Média, quinquelobada e pentagonal; limbo verde graduação(10,6-11,1º) e de cor leve, com acidez
médio, perfil involuto, com fraco empolamento; natural média e um teor de antocianinas totais
dentes curtos, rectilíneos e convexo-côncavos; baixo. A sensibilidade do mosto à oxidação é
seio peciolar fechado ou pouco aberto, em V; mediana e a intensidade de cor baixa, os vinhos
seios laterais superiores abertos com a base em desta casta são medianamente sensíveis à
V, página inferior com fraca densidade de pêlos oxidação e a sua capacidade de envelhecimento
aplicados. Pecíolo mais curto do que a nervura é fraca. Não possui capacidade para a obtenção
principal e glabro. de vinhos varietais de grande qualidade e a
Cacho sua vocação é essencialmente para produção
Médio, compacto. Pedúnculo curto com média de vinhos rosados ou lote com castas de maior
lenhificação. estrutura para a produção de tintos.
Bago
Médio, uniforme, forma elíptica curta e secção Os vinhos são caracterizados por terem cor
transversal regular; epiderme negra-azul com pouco carregada, de rosado até rubi, macio e
forte pruína; película de espessura média; polpa agradável na boca, com pouco aroma, de sabor
não corada, mole, suculenta e de sabor especial; possivelmente um pouco áspero, sem persistência.
pedicelo curto. Envelhecimento menos favorável mas com
Sarmento interesse como casta de lote. A casta é pouco
Castanho-avermelhado e glabro. adaptável a outras regiões, como a Beira Interior
ou às zonas marginais de Trás-os-Montes,
POTENCIAL apresentando vinhos menos favoráveis. Vinho
tinto de reduzido interesse fora da sua região
Casta de vigor médio/fraco com porte (tropia), de origem e em anos menos favoráveis.
semi-erecto e com entrenós médios.
Tem tendência para o desenvolvimento de
netas com forte rebentação múltipla
(35% dos gomos).
Índice de fertilidade
Elevado (1,72 inflorescências por gomo abrolhado).
Produtividade
Índice 426; elevado (até acima de 20 t/ha).

O Escanção, n°191 - 2023 41


Entre Quintas Para quem conhece a Casa Ermelinda Freitas, à qual se asso-
cia qualidade e consistência, não é de espantar os vários pré-
mios e distinções que, anualmente, lhe são entregues. Assim
tem sido por mais um ano consecutivo, um 2023 marcado, desde
o início, pelo reconhecimento de um trabalho contínuo.
Mas se os prémios já não nos surpreendem, maravilha-nos
CASA ERMELINDA sempre a capacidade de inovação e dinamismo com que toda
FREITAS a equipa desta Casa se entrega e com a qual está sempre a
evoluir, oferecendo aos consumidores uma proximidade que
os fideliza com a garantia de qualidade ao melhor preço. A
Casa Ermelinda Freitas começa o Verão da melhor forma e
celebra-o de norte a sul do país. Sobre este ano em particular,
Texto e Fotos Casa quisemos colocar-lhe algumas questões para conhecer mais
Ermelinda Freitas pormenores sobre as suas últimas iniciativas.

2023 tem sido mais um ano de conquistas e muitas medalhas para a


Casa Ermelinda Freitas, algo a que a Casa já nos habituou. O que tem
vindo a diferenciar este ano dos anteriores?
Na verdade, este está a ser o melhor ano de sempre no que toca a prémios
bem como a distinções - desde 1999 até à presente data, a Casa Ermelinda
Freitas já conquistou mais de 2.000 prémios ao nível nacional e internacional.
Estes prémios são o resultado do grande envolvimento e trabalho dos
nossos colaboradores, destacando o trabalho do nosso enólogo, Jaime
Quendera.

ACEDA AQUI À LISTA DE PRÉMIOS CONQUISTADOS EM 2023:

42 O Escanção, n°191 - 2023


Para além dos prémios obtidos, quais os
principais objectivos para 2023?
A grande preocupação que a Casa Ermelinda
Freitas tem, de forma contínua, é a de ir sempre
melhorando de modo a poder oferecer aos seus
consumidores o melhor vinho ao melhor preço.
Como casa dinâmica que somos gostamos de
estar sempre a inovar e a tirar partido da
qualidade das uvas da nossa região da Península
de Setúbal.

A época de Verão é sempre um período de


grande presença e intervenção por parte da
marca em diversos projectos. Onde a vamos
encontrar este ano?
Nos últimos anos a Casa Ermelinda Freitas tem
marcado presença nos festivais de Verão de
norte a sul de Portugal, queremos ter os nossos
vinhos junto do consumidor, nos locais onde se
pode celebrar a felicidade, a vida, os amigos e a
partilha de bons momentos, reforçando sempre
que o vinho deve ser sempre bebido com
moderação. Tem sido muito gratificante poder
ver cada vez mais os consumidores desfrutarem
de um copo de vinhos ao som das melhores
bandas nacionais e internacionais.

Este ano estamos presentes nos seguintes even-


tos: Jardins do Marquês 2023; Nova Era Beach
Party 2023; Cool Jazz 2023; Super Bock Super
Rock 2023; MEO Sudoeste 2023 - Edição dos
25 Anos; Santa Casa Alfama 2023; Super Bock
em Stock 2023.

O Escanção, n°191 - 2023 43


Com os vinhos Terras do Pó Rosé, Terras do E novidades que possam ser divulgadas?
Pó Branco, CEF Moscatel de Setúbal, CEF Es- A grande novidade em termos de vinhos é que vamos ter presente nos
pumante Bruto Rosé, Dona Ermelinda Branco, festivais de Verão o nosso Dona Ermelinda Branco Reserva, um vinho
Dona Ermelinda Tinto, Dona Ermelinda Bran- cheio, cremoso e elegante com aroma a notas de frutos doces e algum
co Reserva, Dona Ermelinda Reserva, o Casa citrino, ideal para os fins de tarde e partilha com os amigos aos som das
Ermelinda Freitas Zest Mosctail e os vinhos das melhores músicas. Os vinhos vão ser servidos em copos reutilizáveis,
regiões dos Vinhos Verdes: Campo da Vinha vendidos na aquisição da primeira bebida pelo valor unitário de 1€ (IVA
Ligeiro e Campo da Vinha Clássico. incluído), de modo que o cliente possa reutilizar o copo durante todo
o dia do evento, apelando assim à reutilização em prol de um mundo
Têm sentido alguma mudança por parte do sustentável.
consumidor nos últimos tempos, no que
respeita à sua procura? Quanto a novos lançamentos tentamos sempre ter novidades e estar
Sentimos na última década um aumento no envolvidos ou lançar projectos inovadores. A Casa Ermelinda Freitas é
consumo dos vinhos rosés e brancos em detri- uma casa dinâmica, ainda agora lançamos novos vinhos para o mercado
mento dos vinhos tintos. De modo a podermos nacional como é o caso do Vinhos da Arrábida - Pinot Grigio e o Vinhos
dar mais resposta a esta nova corrente, a Casa da Arrábida – Carménère, que têm como base castas únicas e diferen-
Ermelinda Freitas adquiriu a Quinta do Minho ciadoras conhecidas ao nível mundial. Para o mercado internacional
situada em Póvoa do Lanhoso, região dos lançamos o Terrace Hill Moscato.
Vinhos Verdes, juntando assim ao seu portfólio
estes vinhos de carácter único no mundo e A nossa filosofia é sempre melhorar e inovar todos produtos que temos
refrescantes. Queremos poder sempre dar aos no nosso portfólio.
nossos consumidores a melhor resposta pos-
sível, com a melhor qualidade possível face às
necessidades bem como às novas tendências.

44 O Escanção, n°191 - 2023


O Escanção, n°191 - 2023 45
Enoturismo em Portugal

JOÃO PORTUGAL
RAMOS

Nesta rubrica dedicada ao Enoturismo,


segmento do turismo associado
ao mundo do vinho, divulgamos
iniciativas e projectos nacionais
que se dediquem a esta vertente
e que potenciem a manutenção,
a valorização e a promoção dos
recursos e mais-valias deste património
de inegável singularidade e valor.
Nesta edição, destacamos o
projecto de enoturismo desenvolvido
pelo Grupo João Portugal Ramos
na sua Adega Vila Santa, em
Estremoz, no coração do Alentejo.

Texto e Fotos
Grupo João Portugal
Ramos

46 O Escanção, n°191 - 2023


Inserida no seu programa de enoturismo, João Portugal Ramos sugere
uma experiência vínica única, a Wine Crafters – Crie o seu próprio
vinho, uma actividade para aprender mais sobre a arte da enologia, entre
amigos e família. Nela, os visitantes podem conhecer todo o processo
de produção vínica, começando com um passeio pelas vinhas, com uma
prova das diferentes castas de vinho e com uma visita à adega e às caves
antes da criação do próprio blend e do seu engarrafamento, e no final
pode levar para casa a garrafa do vinho que criou com um rótulo personalizado.
Uma experiência que é harmonizada com a degustação
de produtos da região, nomeadamente, o queijo de ovelha, o pão e o
Azeite Virgem Extra Oliveira Ramos Premium.

Esta é uma acção levada a cabo no coração da empresa e onde começou


a sua história, na Adega Vila Santa em Estremoz, adega construída em
1997, ano em que é lançado o primeiro Marquês de Borba Reserva e sua
primeira marca emblemática, e onde também o programa de enoturismo
do grupo se desenvolve.

O Escanção, n°191 - 2023 47


O Escanção, n°191 - 2023 49
Arte à mesa - Gastronomia e Vinhos

Seria muito redutor da minha parte limitar o papel do Escanção ao seu


desempenho no palco da restauração. Ser Escanção é sobretudo ser um
profissional de gestão do vinho nas suas diversas dimensões, quer muitas
O “SANTO GRAAL” vezes no acompanhamento da elaboração, concepção a até no perfil dos vinhos,
quer, e sobretudo, na sua promoção, divulgação e comercialização. Além
DOS ESCANÇÕES da sua função principal de seleccionar e recomendar vinhos, os Escanções
também desempenham um papel educativo: orientam degustações, realizam
workshops e cursos para compartilhar o seu conhecimento com entusiasmo
e paixão. São muitas vezes consultores activos para o canal Horeca.
Um novo espaço de autoria de Não pretendo exacerbar de forma “gratuita” a sua importância, mas por
Agostinho Peixoto que aqui irá partilhar vezes assisto incrédulo à apoteose da “cozinha” e ao menosprezo da “sala”.
curiosidades, factos e reflexões sobre Não aceito de forma alguma que isso aconteça. Quem me conhece sabe que
o mundo da arte à mesa e seus contextos sou um apaixonado por todo o argumento que ocorre em “sala”. Seria muito
e intervenientes. fácil para a “sala” destruir o desempenho da “cozinha”, mas, na realidade,
acontece na maioria das vezes o contrário, pois não são poucos os momentos
que estes actores (Escanções) da restauração salvam a situação perante
propostas pouco conseguidas da “cozinha”. O domínio do conhecimento das
diferentes regiões vitivinícolas, nacionais e internacionais, o conhecimento
dos tipos de uva, as técnicas de produção e envelhecimento, bem como os
aspetos sensoriais que afectam o sabor e o aroma do vinho, fazem deles uns
Texto Agostinho verdadeiros “marketeers”, onde o storytelling é uma das suas mais importantes
Peixoto ferramentas na tal experiência turística que vos escrevi anteriormente. É do
equilíbrio destas duas áreas da restauração que surge sustentabilidade e o
Especialista em Turismo,
sucesso do restaurante.
Gastronomia e Vinhos
Mas, perceber de vinhos e tudo que o envolve esse mundo, não chega. Estou
convicto que o grande desafio, perdoem-me os que não concordam, é encon-
trar a melhor, ou até mesmo as melhores harmonizações de vinho e comida,
que não têm necessariamente de ser ponderações de valor de 50%-50%. O
“pairing”, a maridage (expressões muito usadas e que significam emparelhamento)
de comida com vinho envolve a busca de equilíbrio e complementaridade
entre os sabores, aromas, intensidade, acidez e temperatura da comida e do vinho.

A arte de harmonizar vinho com gastronomia é um verdadeiro prazer para


Os Escanções desempenham um papel fundamental os sentidos. Quando os sabores do vinho e da comida se encontram em perfeita
no mundo do vinho e da gastronomia, colocando o sintonia, a experiência torna-se ainda mais gratificante. Os encontros entre
seu conhecimento especializado e as suas habi- esses dois elementos podem elevar uma refeição comum a um nível
lidades sensoriais para aprimorar a experiência extraordinário, realçando os sabores, equilibrando as texturas e criando
de degustação, diria da experiência turística. uma sinfonia de sensações na boca.
Verdadeiros especialistas em vinhos, dedicados a
explorar, seleccionar e recomendar as melhores A chave para uma harmonização bem-sucedida reside na complementaridade
opções para os clientes, alicerçados no empirismo e no equilíbrio entre o vinho e a gastronomia. Cada vinho possui características
da sua experiência e no conhecimento que vão únicas, como acidez, taninos, doçura e intensidade aromática, que devem
possuindo ao longo da sua profissão, colocam-se, ser consideradas ao escolher o prato ideal. Da mesma forma, os elementos
permanentemente, no verdadeiro desafio que um presentes nos pratos, como ingredientes, temperos, texturas e métodos de
Escanção deve assumir e ultrapassar – encontrar o confecção, também desempenham um papel importante na selecção do
“Santo Graal” da melhor harmonização de vinho vinho adequado. É nesse grande desafio que entra o savoir-faire do Escanção
e comida. Responsáveis por elaborar a carta de para criar harmonizações perfeitas que acentuam as características de ambos,
vinhos cuidadosamente seleccionada, considerando proporcionando uma experiência gastronómica e vínica única.
a variedade de estilos e o nível de preços para
atender às diferentes preferências dos clientes, No final de tudo, os Escanções são profissionais essenciais na cultura do vinho,
devem, de igual forma, ajustar essa oferta à combinando conhecimento técnico, habilidades sensoriais e paixão pela
proposta do cardápio que o espaço de restauração gastronomia. A sua capacidade de recomendar vinhos, criar harmonizações
disponibiliza. perfeitas e compartilhar o seu conhecimento enriquece a experiência dos clientes,
promovendo uma apreciação mais profunda e significativa do vinho.

Seja em restaurantes, eventos ou em formação, os Escanções são verdadeiros


embaixadores do mundo do vinho. Mas, a Gastronomia deve estar sempre
presente no mindset do Escanção.

50 O Escanção, n°191 - 2023


Joie de Vivre - Batalha de Vinhos à Mesa

Dizem que Portugal é um País de tintos, e talvez seja… por enquanto.


Acredito firmemente que num futuro não muito distante Portugal irá
diferenciar-se no Mundo do Vinho pelos seus brancos mais do que pelos
JOIE DE VIVRE seus tintos. Daí, ter decidido dedicar esta rubrica a estes dois vinhos.
Acreditem que não foi fácil escolher um vinho branco português para
COM DOIS VINHOS estar lado a lado com um Les Charmes, afinal de contas estamos a falar,
À MESA nada mais nada menos, de um daqueles que são considerados dos três
melhores Premier Crus de Meursault, juntamente com Les Perrières e
Les Genevrières, e onde são produzidos alguns dos melhores vinhos da
região, talvez, do mundo.

No entanto, esta primeira edição do Foudre, colheita de 2018, e até à data


Dentro do tema a que me propus
o único vinho branco de Portugal a ter sido avaliado com a nota máxima
quando aceitei escrever esta rubrica -
de 20 pontos por uma revista da especialidade, esteve verdadeiramente
colocar sempre lado a lado um vinho
excepcional. Tinha-o provado em 2020, logo quando saiu, e cedo deu
de referência nacional e um vinho de
para perceber todo o seu potencial. Agora, passados três anos, voltei a
referência mundial – trago dois vinhos
prová-lo e está num crescendo fantástico. Daqui a 10, 20, 30 anos deve
de classe inquestionável: o Foudre
estar de classe mundial, a ver vamos… se as garrafas durarem até lá!
2018 da “nossa” Susana Esteban e
Susana Esteban é uma produtora de vinhos que nasceu na Galiza, região
um Meursault-Charmes Premier Cru
localizada no Noroeste da Espanha. Formou-se Enóloga em Rioja, tendo
2013 de Henri Germain, provados
passado por França e Austrália. Em Portugal, a sua trajetória começou
lado a lado numa noite maravilhosa
no Douro mas foi no Alentejo que encontrou o seu terroir e a sua paixão.
na Taberna do Calhau, na Mouraria.
O Foudre 2018 provém de uma vinha excepcional de 80 anos situada na
Serra de São Mamede, a 700 metros de altitude. Foi vinificado num Foudre
Alsaciano de 1961 de 1150 litros de capacidade onde ficou a estagiar
durante 16 meses.
O nariz impressiona desde o primeiro momento pela sua intensidade,
mas sempre num registo de extrema elegância… notas de limão, ameixa
amarela e pêssego. Mas é a combinação entre o aroma das vinhas da
serra com o matiz do Foudre que confere ao vinho uma peculiaridade e
complexidade únicas, que se transmitem na boca onde o vinho é amplo,
profundo, mineral e uma verdadeira alegria para os sentidos.

Por seu lado, o Domaine Henri Germain remonta a 1973, sendo que,
actualmente, detém 7 hectares de vinha divididos entre Meursault,
Chassagne-Montrachet e Beaune. Os seus vinhos são de uma enorme
riqueza e complexidade aromáticas, aliadas a uma excepcional profundidade
de sabores, não é por acaso que produtores como Olivier Lamy, Thierry
Pillot ou Charles Lachaux afirmam regulamente que os vinhos Germain
são os melhores de Meursault!
Este Meursault Charmes 1er Cru 2013 apresentou-se numa tonalidade
dourada pálida, um bouquet dinâmico, num estilo bastante generoso.
Aromas de laranja, raspa de limão e leves nuances de damasco, floral,
com notas de feno fresco, fruta branca e avelã. Fresco na entrada de boca
com uma linha de acidez fina e bem definida. Bom volume de boca e um
equilíbrio a roçar a perfeição, com notas de cera de abelha no final, uma
maravilhosa demonstração de riqueza, complexidade e profundidade…
Texto Rui Caroço dos The more Germain wines I drink, the more I admire them, disse um dia
Santos - Winewriter, William Kelley, The Wine Advocate!
apaixonado por vinhos na-
cionais e do mundo, com Cheers!
certificação WSET Nível 3,
colabora ocasionalmente com
alguns produtores e é membro
de painel de júri de concursos
de vinhos nacionais. Escreve
diariamente sobre vinhos e
gastronomia na sua página de
Instagram -
@ruicaroco.wines
.
O Escanção, n°191 - 2023 51
Acontece - Espaço de divulgação de iniciativas e novos projectos

XV CONCURSO
DE VINHOS DO
ALGARVE

A XV edição do Concurso de
Vinhos do Algarve teve lugar
no passado dia 26 de Maio,
no Convento de São José, em
Lagoa, com a direcção técnica da
responsabilidade da Comissão
Vitivinícola do Algarve e com o
apoio do Município de Lagoa.
O objectivo deste concurso é
atribuir distinções aos vinhos
engarrafados do Algarve, estimulando
a produção de vinhos de qualidade,
bem como promovendo os melhores
vinhos produzidos nesta região.
Este ano, o concurso contou com
mais de 100 vinhos do Algarve
em prova, entre brancos, rosés e
tintos de 26 produtores. Foram
medalhados 32 vinhos – uma
Grande Medalha de Ouro, 11
medalhas de Ouro e 20 medalhas
de Prata – e o grande vencedor
foi o vinho Quinta da Tôr –
Grande Reserva Algibre Tinto
2017.
Os medalhados foram revelados
no dia 2 de Junho numa cerimónia
que teve lugar no Vale d'Oliveiras
Quinta Resort & Spa e que juntou
vários produtores e entidades,
contando nomeadamente com
a presença da Associação dos
Escanções de Portugal.

Fotos Comissão
Vitivinícola do Algarve

52 O Escanção, n°191 - 2023


LISTA DE MEDALHADOS

Grande Medalha de Ouro

Quinta da Tôr Grande Reserva Algibre Blend Tinto 2017, Turinox, Lda.

Medalhas de Ouro

Reserva Tinto 2021, Paxá Wines, Lda Paxá


Sete Cavaleiros do Castelo Tinto 2021, Casa Santos Lima - Companhia das Vinhas, S.A.
Lábios Nus Branco 2021, Jacinto Palma Dias Alagoa Velha
Premium Tinto 2021, A.A.C., Lda. Foral de Portimão
Despedida Tinto 2021 - Casa Santos Lima - Companhia das Vinhas, S.A.
Reserva Branco 2019, José Manuel Cabrita Cabrita
Al-Ria Tinto 2021, Casa Santos Lima - Companhia das Vinhas, S.A.
Portas da Luz Tinto 2021, Casa Santos Lima - Companhia das Vinhas, S.A.
Esquerdino Rosé 2022, Mosqueira Agrícola - Quinta do Canhoto, Lda.
Vale de Almadena Rosé 2021, Sussurro d' Oceano. Lda.
Herdade Barranco do Vale Reserva T 2021, Herdade Barranco do Vale, Unipessoal, Lda.

Medalhas de Prata

Quinta da Tôr Grande Reserva Algibre Tinto 2018, Turinox, Lda.


MDS Tinto 2021, Sociedade Agroturística Monte de Salicos, Lda.
Marquês dos Vales Grace Vineyard Tinto 2015, Quinta dos Vales, Agricultura e Turismo, Lda.
Vinhas de Nexe Branco 2022, Norberto Mealha Herdeiro
Rabo de Galo Reserva Tinto 2021, Casa Santos Lima - Companhia das Vinhas, S.A.
Rabo de Galo Tinto 2021, Casa Santos Lima - Companhia das Vinhas, S.A.
Marquês dos Vales Grace Vineyard Tinto 2017, Quinta dos Vales, Agricultura e Turismo, Lda.
Convento do Paraíso Rosé 2022, Adega do Convento do Paraíso, Lda.
Onda Nova Tinto 2018, Adega do Cantor, Lda.
Villa Alvor Branco 2022, Aveleda, S.A.
Arvad Rosé 2022, Agropecuária Rio Arade, Unipessoal, Lda.
Monte da Ria Estate Blend Rosé 2022, Artemis, Lda.
Solar da Ria Tinto 2020, Artemis, Lda.
Villa Alvor - Singular Rosé 2022, Aveleda, S.A.
Quinta dos Capinhas Tinto 2020, Lieberwirth, Soc. Agrícola e Turismo, S.A.
Villa Alvor - Singular T 2022, Aveleda, S.A.
Herdade Barranco do Vale Reserva B 2021, Herdade Barranco do Vale, Unipessoal, Lda.
Megafone Branco 2021, Abegoaria Comercial, S.A.
Cabrita Tinto 2021, José Manuel Cabrita
Talabira do Algarve by Casa Santos Lima Premium Tinto 2021, Casa Santos Lima - Companhia das
Vinhas, S.A.

www.vinhosdoalgarve.pt

O Escanção, n°191 - 2023 53


Acontece - Espaço de divulgação de iniciativas e novos projectos

XIII CONCURSO DE
VINHOS DO TEJO

O Concurso de Vinhos do Tejo


conta com 13 edições e a mais
recente decorreu no mês de
Abril, com dois dias de prova a
11 e 12 desse mês, e culminando
com a Gala Vinhos do Tejo
2023 a 3 de Junho. As provas
aconteceram no Auditório da
Estiveram aqui em prova 220 vinhos, sob avaliação de 39 jurados, entre
Casa dos Patudos - Museu de eles Tiago Paula, Presidente da Associação dos Escanções de Portugal, e
Alpiarça, em Alpiarça em dois deste total foram atribuídas duas medalhas de Excelência, 9 de Grande
dias que incluiu também no Ouro, 36 de Ouro e 24 de Prata.
programa a visita a produtores
e à emblemática Casa dos Já a Gala, evento organizado pela Comissão Vitivinícola Regional do Tejo
em parceria com a Confraria Enófila de Nossa Senhora do Tejo, a quem
Patudos. cabe a produção do mesmo, teve lugar no espaço de eventos e adega da
ODE Winery, Vila Chã de Ourique, no Cartaxo. O evento contou ainda
com o patrocínio e apoio de entidades como o CA Seguros, a Verallia, a
Amorim Cork, a Agroeno, a Borrego - Leonor & Irmão, a OPAL, a Travel
Fotos Comissão Care, a Gifts4Wine, a Martin Vialatte, a AZ3 Oeno, a Cork Supply e a
Vitivinícola Regional SAI Oenological Sensitivity.
do Tejo
Nos vinhos, com pontuações de Excelência, destacaram-se o Detalhe
Reserva Branco 2021, lançado este ano pela Adega do Cartaxo e o Quinta
de Santo André Reserva Tinto 2019, do produtor de Coruche M. Veiga Teixeira.

Como novidade, e de forma a privilegiar o trabalho de união e promoção


conjunto da região feito em torno da casta rainha do Tejo, a Fernão
Pires, a Comissão Vitivinícola Regional dos Vinhos do Tejo (CVR Tejo)
decidiu lançar os Prémios Melhor Fernão Pires, atribuído ao Quinta da
Lagoalva Grande Reserva Fernão Pires 2021; e o Melhor Campo do Tejo
Fernão Pires, esta última uma nova marca da região a ser oficialmente
apresentada a 20 de junho, Dia da Fernão Pires, em Almeirim, e cujo
vencedor foi o Campo do Tejo Fernão Pires by Quinta da Lagoalva 2022.
Para além dos vinhos premiados, foram também distinguidos vários
agentes económicos, enólogos e personalidades com os Prémios Vin-
hos do Tejo, atribuídos nas categorias Empresa Dinamismo, Empresa
Excelência, Enólogo do Ano - entregue a David Ferreira, da Companhia
das Lezírias, e Prémio Carreira - atribuído a Teresa Schönborn, da Casa
Cadaval, e a José Lobo de Vasconcellos, do Casal Branco. Foram entregues
os Prémios Tejo Anima, competição promovida pela Rota dos Vinhos do
Tejo com o objectivo de premiar o dinamismo no que toca ao território
– à margem do vinho e da gastronomia - e com prémios próprios nas
seguintes três categorias - Alojamento, Animação turística e Tradições; e
foram entregues os prémios do 2.º Concurso de Fotografia Vinhos do Tejo.

www.cvrtejo.pt

54 O Escanção, n°191 - 2023


Acontece - Espaço de divulgação de iniciativas e novos projectos

Esta é uma iniciativa que pretende valorizar o trabalho desenvolvido pelos


produtores locais, promover, disseminar e potenciar iniciativas e projectos inovadores
associados ao mundo e à cultura do vinho e à vinha, à gastronomia local,
III RESERVA | aos produtos endógenos e serviços associados. Um evento com entrada
FÓRUM DE gratuita e que se destina ao público em geral e aos profissionais do sector
do vinho, do enoturismo, da restauração e dos serviços.
INOVAÇÃO DE No programa desta edição, na qual o Douro e a Bairrada foram as regiões
GASTRONOMIA E convidadas, para além das provas e vendas no local, com vários produtores
locais e da região de Lisboa a marcar presença, de um bar de vinhos e um
VINHO espaço de street food, foram dinamizadas diversas acções e actividades
para toda a família, nas quais se incluíram passeios enoturísticos, aulas
e workshops, conversas e tertúlias, alguns momentos de showcooking e
de harmonizações, um evento olfato-vínico com a perfumista Cláudia
A Câmara Municipal de Torres Camacho e encontros inerentes a todas estas acções com vários es-
Vedras, em parceria com a canções, enólogos, chefs e outras personalidades do sector, entre os quais
Comissão Vitivinícola da os escanções Paulo Vale e Manuel Moreira, os enólogos Miguel Móteo e
Região de Lisboa, organizou Diogo Lopes, o chef Ricardo Ferreira, o chef Kitaba e a chef Marlene Vieira.
A música esteve também presente durante todo o evento nas várias actuações
a terceira edição do Reserva musicais, culminando com um concerto final de encerramento planeado
| Fórum de Inovação de Gas- de forma inovadora como concerto/tertúlia com prova de vinhos em palco,
tronomia e Vinho 2023 nos conduzida pelo escanção Manuel Moreira com a direcção musical de
dias 19, 20 e 21 de Maio no João Cabrita, criando-se uma narrativa sensorial que conduziu os artistas
espaço das antigas instalações convidados - Susana Félix, Karyna Gomes e NBC - numa viagem rica em
notas musicais harmonizadas com vinhos de Torres Vedras.
do Instituto da Vinha e do
Vinho (IVV) de Torres Vedras O evento contou também com cerimónias especiais. A primeira foi o
contando este ano com o apoio anúncio e entrega de prémios do Concurso “Os Melhores Vinhos da
institucional da Turismo Centro Região Demarcada de Lisboa”, cujas provas decorreram nos dias 17 e
de Portugal. 18 de Maio, em Óbidos, numa organização conjunta da Confraria dos
Enófilos da Estremadura - Vinhos de Lisboa e da Comissão Vitivinícola
da Região de Lisboa, contando com 144 vinhos e aguardentes vínicas
em prova. Em destaque, o Melhor Arinto de Lisboa para Rubigo Vinho
Fotos Câmara Municipal Branco Arinto 2019 DOP Bucelas , da Rubigo Wines; o Top 5 Arintos de
de Torres Vedras Lisboa para Rubigo Vinho Branco Arinto 2019 DOP Bucelas, da Rubigo
Wines, QSB Vinho Branco Arinto 2020 Reserva, da Sociedade Agrícola
Cunha e Folque, Pancas Vinho Branco Arinto 2022, da Quinta de Pancas,
Encostas de Xira Vinho Branco Arinto 2021, de Vila Franca de Xira e
Confraria Vinho Branco Arinto 2020 Reserva, da Adega Cooperativa do
Cadaval; o Melhor Vital de Lisboa para AdegaMãe Vinhas Velhas Vinho
Branco Vital 2019, da AdegaMãe; o Melhor Vinho Branco de Lisboa para
Azulejo Vinho Branco 2022, da Casa Santos Lima; o Melhor Vinho ”Leve
Lisboa” para Nevão Vinho Rosado Leve 2021, da Adega Cooperativa
da Labrugeira; o Melhor Vinho Tinto de Lisboa para Quinta do Gradil
Vinho Tinto Tannat 2021; a Melhor Aguardente Vínica DOP Lourinhã
para Quinta do Rol Aguardente Vínica, VSOP; o Melhor Vinho DOP de
Lisboa para Empatia Vinho Branco Vital 2022, da Adega Cooperativa da
Labrugeira e Grandes Ouros para Azulejo Vinho Branco 2022, da Casa
Santos Lima, Caves Velhas Romeira Vinho Branco 2022, da Enoport
Wines, Villa Oeiras Vinho Generoso Branco Superior DOP Carcavelos,
do Município de Oeiras.

Seguiu-se o anúncio do vencedor do concurso “A Minha Sobremesa tem


Pastel de Feijão de Torres Vedras”, prémio atribuído à sobremesa confeccionada
pelo restaurante Roots.

www.facebook.com/TorresVedrasCM/videos/643030473940784

O Escanção, n°191 - 2023 55


Acontece - Espaço de divulgação de iniciativas e novos projectos

50 ANOS FAMÍLIA
MARGAÇA

A família Margaça celebra este


ano o seu 50 aniversário tendo
marcado a data especial numa
celebração, realizada no passado
dia 4 de Junho, em que reuniu
família, amigos, parceiros e
defensores da região de Pias.
Uma ocasião com muita animação Fundada em 1973, por José Veiga Margaça, e antes denominada Sociedade
Agrícola de Pias, a Família Margaça, hoje na sua terceira geração, conta
e na qual a Associação dos Escanções
com uma adega no seio de Pias e uma herdade com cerca de 700 hectares,
de Portugal fez questão de entre Serpa e Moura, no extremo oriental do Alentejo, dedicando-se
estar presente, representada maioritariamente à produção de vinho.
por Tiago Paula, presidente
da Associação, e Ana Branco, Foram a dedicação e o know-how do fundador que permitiu o percurso
por formas de produção inovadoras e com vista a criar vinhos únicos e
secretária-geral da Associação.
autênticos que honrassem o terroir único de Pias. Durante as últimas cinco
décadas, foram restruturadas vinhas, organizadas em parcelas e por castas,
foi renovada a adega com o melhor da tecnologia, a equipa a trabalhar
no projecto foi sendo composta, foi reforçado o portefólio e desenhadas
estratégias consoante os momentos e as necessidades, sendo hoje a Família
Fotos Margaça uma empresa reconhecida com um posicionamento forte e com
Família Margaça referências únicas no mercado português.

www.margaca.com/

56 O Escanção, n°191 - 2023


O Escanção, n°191 - 2023 57
Wine News

HÁ PROVA! EM OEIRAS DE REGRESSO


Na sua 9ª edição, o evento volta aos Jardins do Palácio Marquês de Pom-
bal, em Oeiras, tendo-se realizado este ano nos dias 12, 13 e 14 de Maio.
De entrada livre e gratuita, é Organizado pela Associação Comercial e
Empresarial dos Concelhos de Oeiras e Amadora, Câmara Municipal de
Oeiras em colaboração com o Município de Oeiras, e viu acontecer a sua
1ª edição em 2013 com o objectivo de promover o Palácio e os jardins
enquanto espaço de riqueza histórica e patrimonial único e divulgar a
oferta de restauração existente no concelho. O recinto contou com uma
área de exposição, de prova e venda de vinhos com produtores e dis-
tribuidores de Lisboa e outras regiões de Portugal e uma zona de degus-
tação gastronómica com restaurantes seleccionados de Oeiras e venda de
comidas e bebidas. Várias foram as actividades paralelas a acontecer na
área dos vinhos e gastronomia, tais como workshops, tertúlias, conversas
à volta do vinho e provas comentadas com profissionais de referência do
sector e visitas guiadas à adega do Palácio. De destacar a apresentação do
documentário The Guitar Barrel Project, harmonizado com a degustação
da edição especial de vinho de Carcavelos Villa Oeiras envelhecido em
barricas do tempo do Marquês. Na ocasião, foi apresentado o concurso e
os finalistas do evento Bartender do Ano 2023.

O QUE ACONTECEU NO HÁ PROVA! EM 14 de Maio (Domingo)


OEIRAS 2023 ➢ Prova comentada “3 Regiões Demarcadas Seculares”, Produtores das Regiões
12 de Maio (Sexta-Feira) Demarcadas de Bucelas, Carcavelos e Colares
➢ Demonstração de Cozinha “Pudim de Oeiras e ➢ Apresentação da Competição “Bartender do Ano” e Finalistas
Vinho Villa Oeiras”, Miguel Oliveira, Chef de pastelaria ➢ Conversas à Volta do Vinho “Prova de Copos”, Zwiesel Glas + Alug’ Aqui +
➢ Prova Comentada “Tudo o que precisa de saber Félix Rocha
sobre Vinho do Porto”, Teresa Gomes, Sommelier e ➢ Demonstração de Cozinha “Simplesmente Cozinhar”, Justa Nobre, Chef de cozinha
Wine Educator ➢ Workshop “As plantas silvestres em cocktails “, Constança Cordeiro, bartender
➢ Tertúlia “Uma Modesta homenagem a Maria de ➢ Visita Guiada à Capela de Nossa Senhora das Mercês, Alexandra Fernandes,
Lourdes, embaixadora da cozinha portuguesa”, Francisco Unidade de Dinamização do Património Histórico - CMO
José Viegas, Olga Cavaleiro Ferreira e Virgílio ➢ Workshop “O Vinho de Carcavelos e Cocktails”, Fernão Gonçalves, bartender
Gomes com moderação de Tito Couto ➢ The Guitar Barrel Project – Conversa com os Luthiers
➢ Workshop “A Neurocoquetelaria, beber com os sentidos”, Wilson Pires, bartender
13 de Maio (Sábado) ➢ Conversas à Volta do Vinho “Prova de Copos”, Zwiesel Glas + Alug’ Aqui +
➢ Prova Comentada “O poder do Terroir: vinhos Cinco forais
com história”, Nelson Guerreiro, Somelier e Brand ➢ Workshop “A Criatividade na Gastronomia”, Marcella Ghirelli, Chef de cozinha
Ambassador da Garrafeira Nacional ➢ Demonstração de Cozinha “Renovar a tradição”, António Alexandre, Chef de cozinha
➢ Demonstração de Cozinha “Cozinha saudável e ➢ Prova Comentada “Volta a Portugal em Espumantes. Uma seleção de diferentes
sustentável”, Joana Duarte, Chef de cozinha regiões e estilos”, Luís Gradíssimo, Responsável da Enóphilo®, organizador de eventos
➢ Visita Guiada à Adega, Alexandre Lisboa, Coorde- ➢ Apresentação do Documentário “The Guitar Barrel Project”
nador do Grupo trabalho *Villa Oeiras” - CMO
➢ Conversas à Volta do Vinho “Prova de Copos”,
Zwiesel Glas + Alug’ Aqui + Quinta da Terrincha
➢ Conversas à Volta do Vinho “Prova de Copos”,
Zwiesel Glas + Alug’ Aqui + Quinta das Carrafouchas
➢ Conversas à Volta do Vinho “O Terroir de Extrem-
os – Norte e Sul”, Quinta Corriças, Trás-os-Montes
– Herdade Barranco do Vale, Algarve
➢ Demonstração de Cozinha “Pastelaria com Vinho
de Carcavelos”, Andreia Moutinho, Chef de pastelaria
➢ Conversas à Volta do Vinho “Vinhas Velhas – Património
e Responsabilidade – Douro e Alentejo”, 100 Hect-
ares, Douro – ➢ Folha do Meio, Alentejo
➢ Prova Comentada “Bairrada, a Baga e as outras”,
Vanessa Gonçalves, Escanção
➢ Apresentação do filme “Délicieux” 2021 |
Comédia, Histórico | 112 min

O Escanção, n°191 - 2023 59


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LANÇAMENTO DE TESOURO

Um lançamento especial e singular que apresenta, em simultâneo, uma canção e um Vinho


do Porto Tawny, Tesouro surge de uma ideia em conjunto de Dirk Niepoort e Pierre Aderne,
fundador do projecto Rua das Pretas - tertúlia musical lusófona com um grupo de músi-
cos convidados para concertos únicos e intimistas - como homenagem à cidade do Porto.
O tema da canção, composto nas caves da Niepoort, foi criado por Pierre e Paulo Praça e
foi apresentado, primeiramente no Coliseu Porto Ageas num concerto do grupo Rua das
Pretas, a 24 de Maio, e depois no Coliseu de Lisboa, a 1 de Junho. No rótulo das garrafas do
Tawny criado têm um QR Code especial com acesso online à música e ao vídeo da canção,
para um momento de harmonização perfeito.

Para ouvir Tesouro: www.youtube.com/watch?v=_Xf-hxB1ip0


www.niepoort.pt/
RIEDEL VELOCE, NOVA
www.ruadaspretas.com/ LINHA DA MARCA
MELHORES VERDES 2023
Aconteceu mais uma edição do concurso Os Melhores Verdes, para este
ano de 2023, iniciativa promovida anualmente pela Comissão de Viticultura
da Região dos Vinhos Verdes, enquanto entidade certificadora e promotora
dos produtos da região, reconhecida pelo Instituto da Vinha e do Vinho,
e que distingue os melhores vinhos com Denominação de Origem 'Vinho
Verde' e Indicação Geográfica 'Minho', em diferentes categorias e perfis.
As provas decorreram em Abril contando com a presença da Associação
dos Escanções de Portugal através da participação de Tiago Paula, presidente
da Associação, e a cerimónia de entrega de prémios decorreu no dia 5
de Maio, na Alfândega do Porto. Na ocasião, que juntou três centenas
de convidados e contou com as presenças da Ministra da Agricultura e
Alimentação, Maria do Céu Antunes, e da Vereadora para o Pelouro do
Turismo e da Internacionalização da Câmara Municipal do Porto, Catarina
Santos Cunha, foram premiados, de cerca de 300 amostras a concurso, 88 vinhos Pela primeira vez em Portugal, Maximilian Riedel,
da Região dos Vinhos Verdes em 14 categorias distintas, com destaque da 11ª geração da família Riedel, reconhecida
para Quinta D'Amares Alvarinho 2022, que arrecadou a Grande Medalha produtora austríaca de copos e decanters pre-
de Ouro, vinho assinado pelo enólogo Diogo Schartt, seguindo-se 15 mium em todo o mundo e empresa da qual é
referências na categoria Ouro, 17 na categoria Prata e 55 na categoria Honra. CEO, veio apresentar a mais recente colecção da
marca, a Riedel Veloce no evento de dois dias
https://viticultura.vinhoverde.pt/pt/noticias/melhores-verdes-2023 Riedel Wine Glass Experience. Com mais de
265 anos de existência, esta marca internacional
prima pela excelência dos copos e decanters de
cristal, com destaque para o desenvolvimento de
copos específicos para degustação de vinhos.
A nova linha apresentada, a Riedel Veloce,
disponível em nove formatos, caracteriza-se
por ser feita à máquina, uma produção que
começou a ser incorporada na empresa em
2020 e após vários anos de investigação. No
evento de apresentação a Associação dos Escanções
de Portugal esteve presente representada pelo
presidente Tiago Paula.

www.riedel.com/en/collections/riedel-veloce

60 O Escanção, n°191 - 2023


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NOVA IMAGEM QUINTA DA LAGOALVA


NOVA IMAGEM

Projecto de vinhos da família Holstein Campilho, proprietária


da Quinta da Lagoalva, em Alpiarça, região do Tejo, aposta no
rebranding do seu logótipo e dos rótulos do seu portefólio de
vinhos. O evento aconteceu no fim do mês de Abril e contou
com a presença de Tiago Paula, presidente da Associação dos
Escanções de Portugal. Os membros da família Campilho e os
enólogos responsáveis pelos vinhos da marca, Pedro Pinhão e
Luís Paulino, apresentaram na ocasião a renovada imagem dos
rótulos, as novas colheitas – o Lagoalva Branco, Rosé e Tinto, o
Lagoalva Reserva Arinto & Chardonnay, o Reserva Alfrocheiro
& Syrah, o Lagoalva Barrel Selection Branco - e um vinho em
estreia: o Quinta da Lagoalva Grande Reserva de Fernão Pires,
casta estrela da região. A nova imagem da marca foi desenvolvida
pela agência portuguesa de design e publicidade OM Design, em
colaboração com as equipas de enologia, comercial e enoturismo
da Quinta da Lagoalva, e o resultado homenageia o legado desta
Quinta com 830 anos de história, estando no logótipo o ferro da
coudelaria Quinta da Lagoalva alusivo à Marquesa de Tancos, tia-
avó dos proprietários e a menção “Circa 1193”, data do primeiro
registo da Quinta.

· NOVA GAMA PARA OFF TRADE

Neste ano de 2023, a Quinta da Lagoalva brinda-nos com mais uma novidade - uma gama criada, em exclusivo, para o
canal off trade e que este Verão vai estar disponível nos hiper e supermercados de norte a sul do país e ilhas. Com a chancela
Lagoalva, trata-se de um branco, de um rosé, de um tinto e de um Sauvignon Blanc, este último pela presença mandatória da
varietal desta casta muito procurada por enófilos nacionais e internacionais. Soma-se o facto de ser uma das variedades mais
presentes no património vitivinícola da Quinta da Lagoalva.

www.lagoalva.pt/

O Escanção, n°191 - 2023 61


Wine News

LANÇAMENTOS VINHOS VIEIRA DE SOUSA

A Vieira de Sousa, projecto de vinhos das irmãs e co-proprietárias Luísa


e Maria Borges, apresentou recentemente, num evento para convidados e
imprensa, as suas novidades DOC Douro e Porto lançando na ocasião os
seus dois monovarietais tintos, colheita de 2021, feitos a partir de castas
autóctones e antigas do Douro e produzidos em edições limitadas, com
cerca de 500 garrafas cada. O momento consistiu de uma prova vertical
das colheitas de 2020, 2021 e 2022 do vinho Tinta Francisca e 2018, 2020
e 2021 do Rufete, para além da apresentação do Vinho do Porto Vieira de
Sousa Rosé. Apesar da tradição secular da família na produção de vinhos
do Porto, a marca Vieira de Sousa foi fundada em 2008 sendo que em
2011 alargou a sua produção para os vinhos do Douro hoje é detentora
de cinco quintas no Douro - Cima Corgo. Uma delas, a Quinta do Ron-
cão, foi a escolhida, em 2014, para plantar castas que, não sendo orig-
inárias do Douro, estão muito presentes em vinhas velhas, e foi daí que
surgiram os vinhos monocasta de Tinta Francisca e de Rufete de edição
limitada. Estas castas e o trabalho desenvolvido à volta delas reflecte os
valores e a missão desta empresa familiar, que tem, desde sempre, a vontade
de preservar um legado, da família, com cinco gerações na produção de vinhos
do Porto, e do Douro, através do uso e da recuperação de variedades nativas,
algumas das quais pouco exploradas, tal como explica Luísa Borges.

www.vieiradesousa.pt/pt

62 O Escanção, n°191 - 2023


Wine News

CONCURSO DE VINHOS
DO DOURO SUPERIOR 2023

Foram 200 vinhos a competir no Concurso de


Vinhos do Douro Superior 2023, evento que
decorreu no âmbito do Festival do Vinho do
Douro Superior organizado pela Câmara
Municipal de Vila Nova de Foz Côa em conjunto
com a revista Grandes Escolhas, e que premeia
os melhores vinhos da região, entre vinhos
brancos, vinhos tintos e vinhos do Porto. Foi
no decorrer do Festival, que alcançou este ano
um número recorde de visitantes, e que aconteceu
entre 26 e 28 de maio em Vila Nova de Foz
Côa, que foram anunciados os medalhados do
Concurso de Vinhos. Os três grandes vence-
dores, em cada uma das categorias, foram o
Terras do Grifo Vinhas Velhas 2018, nos brancos;
o Avô Escrivão Grande Reserva 2019, nos tin-
tos; e o Quinta de Ervamoira Vintage 2020, nos
vinhos do Porto. Para além destes vencedores em
destaque foram, ainda, anunciadas 63 medalhas
- 19 na categoria de brancos (6 Ouro e 13 Prata), 37 na categoria de tintos (12 Ouro e 25 Prata) e 7 na categoria de vinho do
Porto (2 Ouro e 5 Prata), o que reflecte a qualidade dos vinhos em competição. Para além do concurso, o festival contou com
muitas actividades paralelas, no decorrer do evento, tais como provas comentadas, sessões de showcooking, animação e concertos.

www.facebook.com/festivaldovinhododourosuperior

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64 O Escanção, n°191 - 2023


O Escanção, n°191 - 2023 65

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