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SAIA DO BÁSICO
DICAS PARA SE HOSPICES
TORNAR UM EXPERT
DE BEAUNE
COMO TER UM BORGONHA
COM SEU NOME NO
INTERNATIONAL RÓTULO
TASTING
OS ÍCONES DE ALMAVIVA,
CHÂTEAU DE BEAUCASTEL,
QUINTA DA BOAVISTA E
TAYLOR’S PORT
HERDADE
ESPORÃO
TRADIÇÃO, ENOTURISMO
E VERTICAL EXCLUSIVA 10 ESTILOS PARA
QUEM GOSTA DE
10 HOTÉIS
“VINHOS COM
MADEIRA”
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DIREÇÃO
PUBLISHER
Christian Burgos - christian@innereditora.com.br
DIRETORA DE OPERAÇÕES
Christiane Burgos - christiane@innereditora.com.br
DIRETOR DE ARTE
N
inguém que se encanta pelo vinho consegue se contentar com Ricardo Torquetto - ricardo@innereditora.com.br
pouco. Não, a questão aqui não é beber muito, é adquirir co- ASSISTENTE DE ARTE
nhecimento. Quando mais se conhece, melhor se bebe. Busca- Karine Dantas - arte@innereditora.com.br
-se qualidade, não necessariamente quantidade. E só se alcança isso aden- EDITOR DE VINHO
Eduardo Milan - eduardo.milan@revistaadega.com.br
trando na cultura do vinho.
Ao dar os primeiros passos, nós, enófilos, geralmente não sabemos o CORRESPONDENTES INTERNACIONAIS
Patricio Tapia e Steven Spurrier
quão profundo é esse universo e, às vezes, apegamo-nos à dicas rápidas e
conselhos de amigos que, muitas vezes, conhecem apenas um pouco a COLABORADORES
Beto Duarte, Christiane Miguez, Guilherme Velloso, Mauricio Leme,
mais do que nós mesmos. Porém, quem quiser entender o vinho para me- João Paulo Gentille e Juliana Trombetta Reis (texto), Luna Garcia
lhor apreciá-lo, precisa ir além disso. E é aqui que ADEGA entra, todos os (fotos) e Karine Dantas de Araújo (arte)
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Revista ADEGA é uma publicação mensal da INNER Editora Ltda.
Saúde, A Inner Editora não se responsabiliza por opiniões, ideias e conceitos
emitidos nos textos publicados e assinados na revista ADEGA, por serem
de inteira responsabilidade de seu(s) autor(es).
Christian Burgos e Arnaldo Grizzo
www.revistaadega.com.br
26 36
44 56
LISTA ENOTURISMO
44 Você gosta de “vinho com
madeira?” Conheça 10 estilos
68 Selecionamos 10 hotéis de
extremo luxo cercados por
que lhe agradarão vinhedos
CONTEÚDO |
64
68 77
12 | PRESENTES
14 | MUNDOVINO
77 | CAVE
92 | CLUBE ADEGA
98 | QUEM DISSE
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Espaldeira e Y
O leitor Fernando José Cantele segue com suas indagações. Agora
questiona: “Qual a diferença entre a condução da videira no sistema Y
e em espaldeira?” Quem responde é o enólogo Anderson de Césaro
O
enólogo Anderson de Césaro já escreveu
um artigo a respeito da condução de vi-
deiras para a revista ADEGA. Nele, ele
pondera: “Quando citamos sistema de condução
da videira, logo pensamos no formato como o vi-
nhedo é construído. Isso não está de todo errado,
mas tecnicamente é mais adequado chamarmos o
‘formato do vinhedo’ de sistema de sustentação da
videira. Logo, isso faz parte do conjunto de técni-
cas que compõem o sistema de condução da videi-
ra, ou seja, a sustentação é apenas um dos inúme-
ros elementos da condução.”
Portanto, qual a diferença entre a condução
da videira no sistema Y e em espaldeira?
De Césaro explica: O sistema Y – por muito
conhecido como espaldeira Y – possibilita um
dossel mais amplo, possibilitando assim uma
maior área foliar e produções mais abundantes.
Em contrapartida, exige maior emprego de mão-
-de-obra para seu correto manejo. Já o sistema
espaldeira – também conhecido como espaldeira
simples – é um sistema mais limitado no tocante
à área foliar e produção, exigindo menor empre-
go de mão-de-obra para o seu correto manejo. Os
frutos são melhor expostos à radiação solar.
Se os compararmos visualmente, é como se ob-
servássemos a letra “Y” e a letra “I”. O sistema espal-
deira é, sem dúvida, o que oferece potencial para
colheitas mais qualitativas e menor rendimento.
Quem quiser saber mais pode acessar o artigo que
Anderson De Césaro escreveu para ADEGA no link:
www.revistaadega.uol.com.br/artigo/condu-
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Vinho entre
os mortos 30 anos
Ladrões usaram as catacumbas de Paris para roubar e US$ 4 milhões
cerca de 250 mil euros em vinho
Leilão de vinhos de Washington completa
Uma das atrações de Paris que diferentemente da maioria três décadas com arrecadação recorde
das outras não agrada muito o público mais sensível
é a visita às catacumbas da cidade. Trata-se de uma Todos os anos, algumas das mais importantes regiões
rede de túneis que reúne vitivinícolas dos Estados Unidos promovem leilões
as ossadas de mais de benefi centes. Uma delas é Washington, cujo leilão
seis milhões de pessoas. comemorou 30 anos de existência e bateu o recorde de
“Apenas” 2 quilômetros arrecadação, com US$ 4,1 milhões, que serão doados para o
de túneis estão abertos Hospital Pediátrico de Seattle e para o programa de enologia
ao público durante o dia, da Universidade do Estado de Washington.
mas, por serem bastante O valor conseguido neste ano é muito superior ao
intrincados e vastos, acredita- dos anos anteriores, que não ultrapassaram os US$
fotos: divulgacão
se que “penetras” podem se 2,5 milhões. O lote mais caro arrematado foi uma
infiltrar à noite. E, segundo viagem exclusiva para a Itália com visita às
a polícia francesa, foi usando vinícolas de Antinori, que foi vendido
o conhecimento dessa rede que por US$ 100 mil.
ladrões conseguiram levar cerca de 300 garrafas de vinhos de um
apartamento de luxo situado próximo ao Jardim de Luxemburgo. Os
criminosos teriam derrubado uma parede das catacumbas para ter acesso à
adega do apartamento e levado aproximadamente 250 mil euros em vinhos finos.
Como o
preço “engana”
nosso paladar
Estudo mostrou como o cérebro
é ativado quando degustamos vinhos
iguais com preços diferentes
Você se deixa impressionar pelo preço de um
vinho? Quanto mais caro, você aprecia mais?
Se sim, não tenha vergonha, pois um estudo
Maioridade coordenado por pesquisadores da Universidade de
Bonn e a INSEAD Business School mapeou quais
Importadora World Wine completa 18 anos
áreas do cérebro são ativadas quando degustamos
e comemora com vinho de marca própria
vinhos e verificou que atividades em
“Este projeto expressa nosso profundo desejo de ter uma duas regiões são influenciad
marca de vinhos que tenha nossa cara e identificação com pelo valor das garrafas.
nossa história. Esperamos traduzir a trajetória da família e Da pesquisa participaram
resgatar toda experiência da cultura e tradição baresa de uma 15 homens e 15 mulheres
família não muito numerosa”, afirmou Celso La Pastina, ao de cerca de 30 anos, ao
apresentar a marca Terra Rossa, idealizada e desenvolvida quais foram dados 45
pela importadora World Wine, que completou 18 anos euros para gastar. A eles foi
recentemente. São seis novos rótulos, idealizados e concebidos apresentado um mesmo
em projeto que durou um ano e que chegam para representar vinho, mas com três preços
a Puglia, região de origem da família La Pastina. Celso, que diferentes (três, seis e 18
fundou a World Wine em 1999, esteve à frente de todo o euros). “Como esperado, o
projeto, da uva à concepção da marca. vinho mais caro foi mais bem
avaliado que o mais barato. E
importou se os participantes tin
que pagar ou recebiam o vinho de
O vinho que está no seu DNA graça”, afirmou Hilke Plassmann, uma
das autoras do estudo.
Loja on-line de vinhos norte-americana oferece
De acordo com a pesquisa, duas partes do cérebro
rótulos de acordo com as preferências dos seus genes
são ativadas durante os testes. A primeira, o córtex
Ter uma predileção por Cabernet Sauvignon pode estar
pré-frontal medial, que aparentemente levava o preço
no seu DNA. Ao menos é nisso que acredita a empresa
em consideração e influenciava a avaliação do vinho.
Helix, que, em parceria com a loja Vinome, dos Estados
A segunda, o corpo estriado, que operou como um
Unidos, lançou um aplicativo que promete entender os
tipo de “sistema recompensador e motivador, que é
seus gostos de vinho por meio de testes no seu genoma.
ativado mais significativamente com preços mais altos
A ideia é que a empresa possa oferecer rótulos que casam
e aparentemente aumenta a experiência degustativa”,
perfeitamente com o DNA do consumidor.
revelou o professor Bernd Weber, outro dos autores.
A aplicativo se chama Wine Explorer. Ele é grátis, mas
Segundo os cientistas, essas partes do cérebro
o teste de DNA não, e custa US$ 80 – é preciso colher uma
tentam nos “enganar” durante a degustação,
amostra de saliva. Segundo Ronnie Andrews, fundador do
fazendo com que os vinhos que teoricamente
aplicativo, a Vinome já tem mais de 100 clientes cujos perfis
são mais caros pareçam melhores do que os mais
genéticos estão mapeados e para quem a loja tem enviado
baratos, mesmo quando eles são exatamente iguais.
mais de 1,5 mil garrafas de vinho nos últimos meses.
fotos: divulgacão
loqueio criativo
a pesquisa austríaca diz que o vinho
e ajudar a liberar a criatividade
mas taças de vinho podem ajudar a desinibir
pessoa, mas também podem livrar um
tor de um tão temido “bloqueio criativo”. Ao
os é o que afirma um estudo da Universidade
Graz, na Áustria, publicado pelo Dr. Mathias
edek.
O médico examinou os efeitos da “intoxicação
erada por álcool” na cognição criativa
em 89 participantes. Eles precisavam resolver
tarefas que necessitavam de criatividade e um
Jogos não tão vorazes grupo devia consumir álcool em quantidade
moderada enquanto o outro ficou sóbrio. Os
Jennifer Lawrence lança competição de caridade e que consumiram bebidas provaram acertar mais
oferece piquenique com vinho rapidamente as tarefas dadas. Dessa forma, o
Quer passar um dia na companhia de uma das atrizes estudo descobriu que o consumo de álcool leva a
mais aclamadas de Hollywood fazendo um piquenique e um “controle cognitivo” limitado. E é o controle
bebendo um bom vinho na Califórnia? Pois é o Jennifer cognitivo que, muitas vezes, pode
Lawrence está oferecendo aos seus fãs em uma competição ser um obstáculo na reso
beneficente para ajudar a instituição Represent.Us – que de tarefas criativas.
pretende lutar contra a corrupção na política norte- “O álcool pode
americana. particularmente
Em um vídeo promocional, a atriz de “Jogos Vorazes”, desempenhar um papel
“O Lado Bom da Vida”, “X-Men” etc, aparece convocando na mitigação dos
os fãs para passar um tempo divertido com ela. O vencedor efeitos de fixação.
poderá convidar um amigo para uma degustação de vinho Na resolução criativa
com ela na Califórnia. “Você quer acabar com a corrupção de problemas, os
política nos Estados Unidos e beber muitos vinhos?”, ela problemas podem
propõe. “Vamos sair, beber vinho, falar de política, beber ser resolvidos apenas
vinho novamente, talvez nós liguemos para o seu ex, talvez após a reestruturação da
nós liguemos para o meu ex, que sabe? A questão é que nos representação do proble
divertiremos”, afirma. Quando as tentativas de
No vídeo ela ainda tenta provar que entende de vinho solução inicial começam
e se propõe um quiz para tentar adivinhar se um texto trilha errada, isso pode c
pertence a uma resenha de vinho ou uma resenha de bloqueios para a resoluç
filme. Para cada US$ 10 doados, o participante ganha 100 imediata de problemas,
números. Há outros mimos, como camisetas e marcadores conhecido como fixação
de taças que podem ser adquiridos, e ainda um roteiro O álcool pode reduzir os
autografado por Jennifer do filme que lhe rendeu um Oscar da fixação afrouxando o
de melhor atriz, “O Lado Bom da Vida”. de atenção”, afirmou
Benedek.
z Balneário Camboriú/SC: (47) 3360-0206 z Belém/PA (91) 3241-3216 z Belo Horizonte/MG: (31) 3287-3618
z Blumenau/SC: (47) 3326-0111 z Brasília/DF: (61) 3274-4472 z Brusque/SC: (47) 3351 7972
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Direto da enoteca
fotos: Francio de Holanda
Importadora Decanter comemora
20 anos de história Acima, Adolar
Hermann com
Blumenau é cidade improvável para abrir uma alguns dos
principais
importadora de vinhos. Fundada por imigrantes alemães, produtores
ela é mais conhecida pela Oktoberfest, o segundo maior do portfólio
do Decanter.
evento no mundo dedicado à celebração da cerveja. À esquerda,
Mas foi lá que, há 20 anos, Adolar Hermann fundou a a família
Hermann
Decanter, hoje uma das maiores e mais conceituadas
importadoras brasileiras de vinhos de qualidade.
A escolha se explica. Ele próprio descendente de uma
família pobre de imigrantes alemães, como o próprio
sobrenome já revela. Hermann chegou à cidade aos 16
representa aproximadamente 200 produtores e importa 1200
anos, vindo da pequena (até no nome) Guaramirim, em
rótulos. Além da própria Luigi Bosca, desde sempre o nº1 em
busca sobretudo de trabalho. Conseguiu emprego como
vendas, a relação abriga nomes de peso como o italiano Pio
office boy em uma indústria têxtil local e começou a estudar
Cesare, o chileno De Martino, o português Domingos Alves
Contabilidade à noite. Com o tempo, tornou-se diretor
de Sousa e o francês Alain Brumont, para citar apenas alguns.
da empresa, na qual trabalhou por quase 40 anos. Viagens
Fiel às origens, trouxe vinhos representativos de diferentes
internacionais tornaram-se parte de sua rotina, assim como
regiões vinícolas da Alemanha; e de países menos conhecidos
o gosto pelo vinho. A tal ponto que passou a visitar vinícolas,
como Grécia, Eslovênia e Croácia. E foi pioneira em importar
frequentar cursos sobre a bebida em Paris e até participou de
os chamados vinhos “laranja”, hoje tão em moda. Nos últimos
uma colheita na Alsácia, terra natal de parte de seus ancestrais.
anos, Hermann comprou participação importante numa
A transformação do hobby em atividade profissional foi
vinícola catarinense, a Quinta da Neve, e, não contente
fruto de uma irônica coincidência. A crise que abalou a
com isso, abriu uma com seu próprio sobrenome, no Rio
indústria têxtil brasileira, com a abertura das importações no
Grande do Sul, que produz tanto uma linha de conceituados
governo Collor, levou-o à aposentadoria com apenas 57 anos.
espumantes como vinhos tranquilos, com a assessoria do
Mas essa mesma abertura deu forte impulso à importação
conhecido enólogo português Anselmo Mendes.
de vinhos, até então nas mãos de poucas empresas no Brasil.
Escudado na experiência e na velha máxima de que “o
Juntando paixão e visão empresarial, Hermann vislumbrou
olho do dono engorda o boi”, Adolar continua no comando,
uma oportunidade. Começou com uma pequena enoteca
só que agora com a ajuda de seus três filhos: Edson, o
em Blumenau, onde vive até hoje, e 200 caixas de vinhos da
equivalente a um CEO, é seu braço-direito; Heloisa, cuida
então pouco conhecida argentina Luigi Bosca.
do marketing; e Mara dirige a enoteca em Blumenau, onde
Passados 20 anos, celebrados em agosto, a Decanter
tudo começou.
Exportações crescem
Venda de vinhos brasileiros no exterior aumentou no primeiro semestre de 2017 PRINCIPAIS
DESTINOS DAS
De acordo com o projeto Wines of um percentual pequeno da produção EXPORTAÇÕES
BRASILEIRA
Brasil, o primeiro semestre de 2017 nacional, pois mostram a maturidade do DE VINHOS E
registrou desempenho positivo de 37% setor e, principalmente, a qualidade de ESPUMANTES:
em volume e 24% em valor nas vendas nossos produtos. Estamos exportando 1º Paraguai
de vinhos e espumantes brasileiros para para países bastante concorridos no
o mercado externo, na comparação com mercado internacional, que recebem 2º Estados Unidos
o mesmo período do ano anterior. No vinhos do mundo todo e estamos, aos 3º Japão
total, foram exportados 1,14 milhão de poucos, ampliando nosso espaço”,
4º China
litros, contabilizando US$ 2,74 milhões. comemora o presidente do Ibravin,
Os espumantes se destacaram, Dirceu Scottá. A partir de agosto, 5º Reino Unido
representando cerca de 18% do 10 novas vinícolas passaram por 6º Cuba
faturamento total das exportações, a qualificação para atuar no mercado
categoria obteve um incremento de 84% internacional, somando 40 empresas 7º Chile
no valor comercializado. integrantes do Wines of Brasil. Ao todo, 8º Angola
“São números a serem as vinícolas brasileiras exportam para 31
9º Uruguai
comemorados, mesmo representando países do planeta.
10º Bolívia
11º Suriname
EXPORTAÇÕES BRASILEIRA DE VINHOS
12º Suíça
2016 2017 %2017/2016
13º Bélgica
Volume Valor Volume Valor Volume Valor
Vinhos 765.864 1.947.472 1.055.249 2.255.359,00 37,80% 15,80% 14º França
Espumantes 69.651 265.571,00 88.601 488.779,00 27,20% 84%
15º Alemanha
Total 835.515 2.213.043,00 1.143.850 2.744.138,00 36,90% 24%
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ESPECIAL | p o r ARNALDO GRIZZO
EXPERIÊNCIA
ÚNICAInternational Tasting 2017 reúne quatro grandes
produtores que trarão alguns dos seus principais
ícones para serem degustados
á virou tradição. O International Tasting, pro-
movido pela revista ADEGA, chega à sua terceira
edição com uma enorme expectativa e não é para
menos se pensarmos no sucesso dos dois eventos
anteriores. Desta vez, a prova ocorrerá no sábado,
dia 28 de outubro, no Hotel Unique, em São Pau-
lo, e reunirá quatro grandes produtores que apresen-
tarão verticais de alguns de seus principais rótulos.
Os produtores selecionados são Almaviva, Taylor’s,
Quinta da Boavista e Château de Beaucastel. Unimos
assim um dos maiores nomes (talvez o maior) do vinho
na América do Sul, um dos mais tradicionais produto-
res de Vinho do Porto, uma das vinícolas portuguesas
mais aclamadas dos últimos tempos e um dos principais
nomes da célebre denominação Châteauneuf-du-Pape.
Todos eles estarão representados por quem pode
falar com propriedade de cada vinho que será servido:
Michel Friou, enólogo da Almaviva, Fernando Seixas,
diretor da Taylor’s, Tony Smith, sócio da Quinta da
Boavista, e François Perrin, proprietário do Château
de Beaucastel. Cada um deles apresentará uma vertical
Almaviva
A vinícola é fruto da parceria entre os Rothschild,
proprietários do Château Mouton Rothschild, e
a tradicional vinícola chilena Concha y Toro. Em
1996, eles começaram uma joint-venture que em
pouco tempo se tornaria emblemática na Amé-
rica do Sul. A junção dessas duas forças em um
local privilegiado de Puente Alto – os chilenos
ofereceram 85 hectares de seu melhor terroir (de
onde eles colhiam, desde 1987, suas melhores
uvas de Cabernet Sauvignon para o rótulo Don
Melchor) – logo criou um vinho singular, cujas
parcelas são vinificadas separadamente e cada
barrica minuciosamente cuidada até o blend fi-
nal (geralmente com Cabernet Sauvignon, Car-
ménère e Cabernet Franc).
Assim Almaviva se tornou o primeiro grande
ícone mundial da vitivinicultura da América do
Sul, sendo o primeiro rótulo chileno a ser comer-
cializado a partir da França, pelo tradicional siste-
ma de négociants de Bordeaux. O nome, Almaviva A vertical de Almaviva será comandada pelo
é baseado no personagem Conde de Almaviva, das seu enólogo, o francês Michel Friou. Para fazer
obras “O Barbeiro de Sevilha” e “As Bodas de Fí- uma surpresa, ele não revela quais safras trará
garo”, de Pierre-Augustin Caron de Beaumarchais para o evento. “Puente Alto está perto da Cor-
e sua inspiração foi ser um ícone do Novo Mundo dilheira dos Andes, num terroir tardio. A colhei-
que desafia as instituições da aristocracia do vinho ta nunca acontece no pico de temperatura e a
europeu. O rótulo ostenta a grafia de Beaumar- maturação é lenta. Não conheço grandes vinhos
chais e símbolos mapuche – povo indígena da par- sem maturação lenta, pois ela permite conservar
te central do Chile que resistiu bravamente ao do- frescor de fruta e boa acidez,” afirmou Friou du-
mínio inca, à colonização espanhola e às guerras rante uma degustação exclusiva que fizemos com
de independência chilena, sobrevivendo até hoje. ele no início do ano.
Quinta da Boavista
Esta é uma das propriedades mais comentadas em pouco tempo. A Vinha do Ujo (nome dado
do Douro dos últimos anos, graças ao destaque às corujas no Douro) e a Vinha do Oratório. Eles
que conseguiu com seus vinhos em pouco tem- são produzidos com variedades (mais de 25 dife-
po. A Quinta da Boavista é um projeto do em- rentes) vindas de vinhas centenárias de vinhedos
presário brasileiro Marcelo Lima e do jornalista únicos, com produção limitadíssima, de cerca de
inglês Tony Smith que compraram a renomada mil garrafas. A grande diferença entre as parcelas
propriedade em 2013. Oratório e Ujo é a exposição solar, que na primei-
Os 40 hectares da quinta estavam entre as ra é mais intensa. Segundo Berrouet, “Oratório
primeiras terras demarcadas para produção de está mais para Nova York, enquanto Ujo está para
Vinho do Porto pelo Marquês de Pombal. Além Londres”.
disso, ela serviu de residência do famoso cartó- A degustação será conduzida por Tony Smith,
grafo Joseph James Forrester, que criou um dos que trará os seguintes vinhos:
primeiros mapas da região do Douro.
O rápido sucesso do empreendimento não é QUINTA DA BOAVISTA
VINHA DO UJO 2013 - RP 95
por acaso. A enologia está nas mãos do talentoso
enólogo português Rui Cunha e a consultoria é QUINTA DA BOAVISTA VINHA DO UJO 2014
de ninguém menos que Jean-Claude Berrouet,
QUINTA DA BOAVISTA VINHA
o homem que esteve à frente de Pétrus, em Bor- DO ORATÓRIO 2013 - RP 94
deaux, por 44 anos.
Dois vinhos, que serão apresentados no Inter- QUINTA DA BOAVISTA VINHA
national Tasting, conquistaram a crítica mundial DO ORATÓRIO 2014
SERVIÇO
[ Apenas 40 vagas ]
LOCAL
Hotel Unique, São Paulo
PROGRAMAÇÃO
Sábado, 28 de outubro
Das 10h00 às 11h45
Abertura e primeira degustação com Michel Friou, Almaviva
Vinho contra
a GRIPE
Estudo aponta que flavonoides presentes no
vinho ajudam a combater infecções gripais
D
e acordo com um artigo publicado por pes-
quisadores da Universidade de Washington,
o consumo de alimentos ricos em flavonoi-
des (metabólitos de plantas que possuem proprie-
dades antioxidantes que podem ser encontrados no
vinho) pode tanto evitar o início da gripe quanto
limitar seus sintomas. Os testes foram feitos apenas
em ratos, mas são promissores o suficiente para que
novos estudos sejam realizados em humanos.
A pesquisa apontou que não é simplesmente
a presença de flavonoides, mas também a reação
dos micróbios no sistema gastrointestinal com
eles que importa. A microbiota dos sistemas di-
gestivos pode regular a capacidade do corpo para
manter um equilíbrio saudável e reagir a lesões
ou infecções bacterianas, dizendo ao corpo quan-
do libertar interferon tipo 1, uma proteína que
pode influenciar a resposta imunológica das cé-
lulas, ativando-as ou desativando-as.
Os pesquisadores se concentraram no Clostri-
dium orbiscindens, que quebra os flavonoides em
um metabólito chamado desaminotyrosina (DAT).
Eles testaram três grupos de ratos: um grupo de
Jean-Bernard Nadeau
OS NOMES MAIS
INTERESSANTES
E ORIGINAIS DO
MUNDO DO VINHO
escolhidos a dedo entre as
estrelas da atualidade —
só quem é louco por vinho
é capaz de fazer uma
seleção tão caprichada e
premiada como a da Vinci.
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ESCOLA DO VINHO | p o r ARNALDO GRIZZO
H
á quem tenha um ótimo paladar.
Há quem tenha um olfato ma-
ravilhoso. Há quem tenha uma
excelente memória. Há quem
estude dedicadamente. Para sair
do básico e se tornar um bom entendedor/apre-
ciador de vinhos, talvez essa última característica
seja mais relevante do que as outras, mas, no fun-
do, todas são importantes, pois o vinho envolve
aromas e sabores, e as lembranças que isso nos
traz. Saber unir tudo isso a um conhecimento
prévio faz com que você possa se tornar um ex-
pert no assunto.
Sendo assim, resolvemos montar aqui um
pequeno guia de dicas para quem já possui um
bom gosto por vinhos, mas quer ir além, quer se
sentir cada vez mais seguro na hora de escolher
um rótulo, saber avaliar e comentar sobre ele e
até mesmo sugerir alguma harmonização. Elen-
camos então alguns macetes que acreditamos
serem importantes entre diversos que também
podem e devem ser usados por quem quer ir um
passo além no universo do vinho.
Jason Tinacci
Conheça os clássicos
Se você quiser mesmo começar a
compreender o que diferencia os vinhos
Prove muito, mas não a esmo bons dos vinhos grandiosos, não basta
Uma das dicas que sempre aparecem apenas ficar provando diferentes rótulos
em guias de vinho para educar o comerciais e esperar que um deles
paladar de um enófilo é que ele prove um dia se torne um clássico. Clássicos
o máximo de rótulos possíveis para que são clássicos por diversas razões, entre
possa, assim, conseguir criar uma base elas, por virem de vinhedos cujas uvas
de comparação e aprimore o paladar. trazem características únicas e por já te-
No entanto, provar rótulos diferentes a rem conquistado o paladar das pessoas
esmo, sem uma metodologia, pode até há muito tempo. Sendo assim, vale a
ajudar, mas será preciso uma memória pena você ter alguns nomes importan-
de elefante. Então, antes de sair pro- tes na sua adega ou então participar Compreenda o
vando o que aparecer na frente, tente de degustações em que produtores de varietal, mas vá além
criar algumas sequências lógicas. Passe renome apresentam seus ícones. A Uma das formas de educar o paladar
um tempo, por exemplo, provando questão aqui não é apenas prová-los e é, obviamente, compreender bem as
Cabernet Sauvignon de diversos países, se deslumbrar por estar degustando um principais expressões de uma determi-
produtores e estilos. Dessa forma, será vinho caro, mas tentar compreender a nada variedade de uva. É importante
muito mais fácil você conseguir iden- essência do que está na taça. Os clás- entender como ela se comporta em
tificar as características centrais dessa sicos costumam ser imponentes, mas diferentes estilos para que você possa
variedade (sua essência), pois mesmo equilibrados, presentes, mas elegantes, reconhecer os pontos em comum. Mas
que os estilos variem, você sempre per- ou seja, é preciso compreender essa não basta entender os varietais, pois o
ceberá alguns pontos de convergência. harmonia para ter como base de com- mundo do vinho não se resume a isso.
Dessa forma, além de gravar esses pon- paração para suas degustações. Aliás, varietais 100% puros são bastante
tos, você também passará a entender raros. Em alguns países e regiões, um
o que pode ter levado à determinada varietal pode receber uma porcentagem
variação (aromática ou de paladar) que de outras uvas e ainda assim o rótulo
você encontrará em um rótulo futuro poderá levar um nome só. Ou seja,
da mesma variedade. deve-se compreender os blends. Prove-
-os. Compare-os. Tente descobrir quais
as uvas predominantes e veja se conse-
gue reconhecê-las pelo que já aprendeu
degustando seus varietais. Isso fará com
Jean-Louis Bernuy
As diversas faces
da MADEIRA Confira 10 estilos de vinho que usam a madeira
de diferentes formas
S
e até pouco tempo atrás a madeira (ou da elaboração dependendo do estilo que o pro-
melhor, o uso de barricas de carvalho) dutor quer dar ao vinho.
era vista como um dos trunfos para se Deve-se pensar na madeira como uma fer-
ter um grande vinho, atualmente seu ramenta. Há quem use o estágio em carvalho
papel já é visto com mais cautela por para “suavizar” o vinho, outros para incorporar
enólogos. No entanto, ninguém discute que o aromas, sabores e outras características, outros
uso do carvalho na produção tem sua finalidade para oxidá-lo de forma controlada, outros ainda
e, quando bem utilizado, traz ótimos resultados. apenas para guardar a bebida por longo tempo.
O preconceito que alguns hoje apresentam E para cada uma dessas intenções, usa-se um tipo
em relação à madeira deve-se muito ao exagero diferente de madeira, seja de origens diferentes,
da “época de ouro de Parker”, quando muitos seja de tostados diferentes, seja de barricas de di-
produtores, na ânsia de agradar os críticos (não ferentes tamanhos etc. Os que querem fazer com
somente Robert Parker), acabaram pesando a que o vinho obtenha mais aporte de seu estágio
mão na madeira. No entanto, antes mesmo de em madeira costumam usar barricas novas e pe-
o famoso crítico norte-americano se tornar uma quenas de carvalho mais poroso, por exemplo. Já
referência, muitos vinhos já estagiavam longos quem pretende apenas dar notas mais delicadas
períodos em carvalho. Basta lembrar de clássi- tende a optar por barricas maiores e/ou usadas.
cos como os bordaleses, os Brunello di Montal- Os barris podem ser usados tanto na fermentação
cino, os vinhos Reserva de Rioja e Ribera del alcoólica, quanto na malolática, ou no envelheci-
Duero, entre outros. Em diversas denominações mento e, em cada etapa, a madeira pode aportar
de origem, o estágio mínimo em carvalho é re- características distintas ao vinho.
gulamentado e, em algumas, as leis apontam até Sendo assim, para quem gosta das diferen-
mesmo o tipo de madeira a ser usada. No entan- tes notas que o uso do carvalho pode dar a um
to, o uso da madeira não está restrito ao amadu- vinho, ADEGA selecionou 10 estilos em que a
recimento de um vinho e ao aporte de aromas utilização da madeira é tradicional e configura
terciários (que podem vir do envelhecimento uma das principais características para a forma-
em madeira). Ela pode aparecer em outras fases ção da bebida.
AD 93 pontos AD 92 pontos
CEREMONY 20 YEARS OLD TAWNY APONTE RESERVA 2006
Vallegre, Douro, Portugal (Adega Alentejana R$ 437). Bodegas Frontaura, Toro, Espanha (Domno R$ 438).
Mostra um estilo mais austero tanto no nariz quanto Foram produzidas só 2.600 garrafas a partir de uvas
na boca, tem aromas complexos de frutos secos, Tempranillo advindas de vinhedos centenários, com
tâmaras, iodo, além de toques florais, especiados e estágio de 18 meses em barricas novas de carvalho
de cascas de frutas cítricas. Porém, o que chama francês. Apresenta aromas de cerejas e ameixas, bem
atenção é sua acidez vibrante e o final longo e como notas florais, tostadas, de chocolate e de tabaco,
profundo, cheio de notas salinas. Diferente dos além de toques balsâmicos, mentolados e de alcaçuz.
demais, mas muito bom mesmo. Álcool 19%. EM Surpreende pela harmonia do conjunto, conseguindo
aliar potência, untuosidade e opulência com ótimo
AD 93 pontos frescor, tudo sustentado por taninos de grãos finos. O
TAYLOR’S QUINTA DE VARGELLAS VINTAGE PORT 2012 final é longo, com traços de mocha e grafite. EM
Taylor’s, Douro, Portugal (Qualimpor R$ 430). Os Vintage
da Quinta de Vargellas sempre se caracterizam por ter AD 92 pontos
um perfil de fruta mais fresca, além de serem menos CASAJÚS VENDIMIA SELECCIONADA 2012
concentrados se comparados ao estilo dos Vintage da Bodega Casajús, Ribera del Duero, Espanha (Grand Cru R$
casa. Isso fica ainda mais evidente num ano mais frio 191). Tinto elaborado a partir de uvas Tempranillo advindas
como o de 2012, em que mostra excelente acidez, muita de vinhas velhas, com estágio de 24 meses em barricas de
mineralidade e intensas notas florais e de ervas frescas. carvalho francês. Complexo, cativante e de boa tipicidade,
Muito elegante e refinado. Álcool 20%. EM apresenta aromas de frutas negras mais frescas seguidos
de notas florais, herbáceas e de especiarias doces, que se confirmam
na boca. Suculento, tem madeira bem integrada, taninos de excelente
textura, gostosa acidez e final longo e persistente, com toques minerais e
de alcaçuz. Surpreende pela elegância do conjunto. EM
5 Brunello di Montalcino
Os famosos Brunello di Montalcino só podem ser
lançados no mercado depois de, no mínimo, cinco
anos de sua safra. Nesse período, a denominação de
origem exige que o vinho fique, pelo menos, dois anos em car-
valho e quatro meses em garrafa. Muitos dos grandes produtores
envelhecem seus vinhos por cerca de três anos, geralmente em
6 Chardonnay barricado
Montrachet, Meursault, Corton... Alguns dos bran-
cos mais famosos e caros do mundo são borgonhe-
ses e possuem algumas características em comum:
são feitos de Chardonnay e passam por estágio importante
em barricas. A madeira ajuda a lhes dar os aromas mais ricos,
geralmente notas florais, de camomila, de manteiga e de es-
carvalho da Eslavônia (região da Croácia), seguindo uma tradi- peciarias doces, entre outras, além de aportar mais volume
ção criada por Ferruccio Biondi Santi, dito “pai de Brunello”. de boca e maior sensação de cremosidade, a estrutura mais
Assim, como no caso dos Barolo, os Brunello atualmente podem encorpada, que são suas características tão apreciadas. Obvia-
ser apreciados tanto jovens como envelhecidos, devido o avanço mente que esse estilo de Chardonnay barricado se espalhou
nas técnicas de vinificação e também na maior compreensão do pelo mundo, com grandes exemplares em todos os cantos do
uso dos diversos tamanhos de recipientes de carvalho, tendo pro- planeta, desde os excelentes Chardonnay do Piemonte até os
dutores somente usando barricas francesas em sua elaboração, exemplares famosos da Califórnia.
outros fazendo um mix e os mais “tradicionais” respeitando as
técnicas originais de produção, utilizando somente botti. AD 93 pontos
DOMAINE LEFLAIVE MÂCON-VERZÉ 2012
AD 93 pontos Domaine Leflaive, Borgonha, França (Clarets R$
ARGIANO BRUNELLO DI MONTALCINO 2011
395). Entre os melhores produtores de brancos
Argiano, Toscana, Itália (Portus R$ 700). Tinto do mundo, o Domaine Leflaive elabora este
elaborado exclusivamente a partir de Sangiovese, vinho exclusivamente a partir de Chardonnay,
com estágio de 24 meses em barricas e botti de com fermentação e estágio de 15 meses
carvalho. Mesmo jovem e com muitos anos pela em barricas de carvalho francês. Cativante
frente, mostra-se muito agradável e gostoso de beber e complexo, mostra notas minerais, florais,
agora. Impressiona pela excelente textura de seus de especiarias doces e de frutos secos, que
taninos e pela qualidade da fruta, tudo permeado envolvem as frutas cítricas e tropicais. Untuoso
por acidez refrescante e agradáveis notas terrosas, e cheio de camadas, é super fresco e vibrante,
de couro e de especiarias doces. Seu final é longo e mas também sedoso, revelando um lado
cheio, com toques minerais e de cerejas. Álcool 14%. amanteigado cativante e sedutor. Tem ótima
EM textura e final cheio e profundo, com toques
minerais e de fruta madura. Uma delícia. Álcool
AD 92 pontos 12,5%. EM
TENUTA LA FUGA BRUNELLO DI MONTALCINO 2010
Tenuta di Nozzole, Toscana, Itália (Cantu R$ 528). Tinto AD 92 pontos
MONTERIOLO 2010
elaborado exclusivamente a partir Sangiovese, com
estágio de 36 meses em barris de carvalho. Austero e Coppo, Piemonte, Itália (Mistral US$ 138). Ainda
potente, tem acidez vibrante e taninos marcantes, que muito jovem, consegue unir mineralidade e frutas
trazem sustentação a toda sua exuberância de fruta tropicais, mostrando toques salinos no final. Num
madura, pedindo a companhia de carnes vermelhas estilo mais amanteigado, mas sem comprometer seu
cozidas ou ensopadas. Complexo, mostra aromas de frutas secas frescor. Floral, untuoso, gostoso de beber. Depois de
seguidas de notas especiadas, terrosas e de couro, além de final algum tempo na taça aparecem frutos secos acompanhados de
longo, com toques de alcaçuz. Álcool 15%. EM toques de ervas maceradas. Álcool 13%. EM
02 DE 11 DE 09 DE
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SETEMB NOVEMBRO DEZEMBRO
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7 Vinho Madeira
Um dos estágios pelos quais o vinho da Ilha da Ma-
deira pode passar chama-se “Canteiro”. Dessa for-
ma, eles são envelhecidos em cascos, normalmente
em locais altos dos armazéns onde as temperaturas são mais
elevadas, por, no mínimo, dois anos. É um envelhecimento
oxidativo que ajuda a desenvolver características de aromas
8 Rioja
Segundo o conselho regulador de Rioja, os vinhos lo-
cais devem ser envelhecidos em barricas de 225 litros.
Assim como em Ribera del Duero, a classificação se-
gue uma ordem de acordo com o tempo de estágio do vinho em
madeira e garrafa. O Joven, por exemplo, passam menos de um
ano em carvalho. Os Crianza e Reserva, passam, no mínimo, um
intensos e complexos. Os Vinhos Madeira tendem a envelhe- ano em barris (o que muda é o tempo total de estágio mínimo
cer por longuíssimos períodos, alguns por séculos. Tanto os antes de serem lançados). E, por fim, os Gran Reserva ficam pelo
exemplares mais secos quanto os mais doces mostram quase menos dois anos em madeira e três em garrafa antes de irem ao
sempre acidez vibrante e muita untuosidade, tornando-os, mercado. A passagem por barricas é tão tradicional na região que
assim como os Jerez, muito versáteis em termos de harmo- o conselho regulador até as conta, dizendo que há 1.266.154 de-
nização. Quem já provou um Madeira de mais de cem anos las atualmente. Quando bem elaborados, tanto brancos, tintos e,
jamais esquece essas características. às vezes, rosados (quem já provou um Tondonia Rosé sabe disso)
são vinhos muito longevos, podendo durar por décadas.
AD 93 pontos
COSSART GORDON MALMSEY SINGLE HARVEST AD 91 pontos
1998 ONOMÁSTICA RESERVA 2004
Cossart Gordon, Ilha da Madeira, Portugal Bodegas Carlos Serres, Rioja, Espanha (La Pastina R$ 278).
(Decanter R$ 483). Branco fortificado doce Tinto composto de uvas 80% Tempranillo, 10% Graciano
produzido exclusivamente a partir de uvas e 10% Mazuelo, com estágio de 24 meses em barricas de
Malvasia unicamente do ano 1998. Exemplo carvalho francês e americano. Apresenta cor vermelho-
perfeito de equilíbrio entre acidez e doçura, já rubi de reflexos violáceos e aromas de frutas vermelhas e
que possui 110 g/l de açúcar residual e não negras mais maduras, bem como notas florais, minerais
se percebe toda essa quantidade ao prová-lo. e de especiarias doces, além de toques tostados, de
Estruturado e untuoso, possui ótimo volume de tabaco e de chocolate. No palato, é frutado, estruturado,
boca, gostosa textura e final longo, profundo e suculento, tem boa acidez, taninos finos e de ótima
delicioso, com toques salinos e de frutos secos. textura e final persistente, lembrando cereja ao licor. EM
Álcool 19%. EM
AD 95 pontos
AD 91 pontos CASTILLO YGAY GRAN RESERVA ESPECIAL 2007
JUSTINO’S MADEIRA 10 ANOS BOAL Marqués de Murrieta, Rioja, Espanha (World Wine R$ 822).
Justino’s, Ilha da Madeira, Portugal (Casa Flora Tinto composto de 86% Tempranillo e 14% Mazuelo com
R$ 220). Branco fortificado meio-doce produzido estágio de 28 meses em barricas de carvalho (americano
exclusivamente a partir de uvas Boal, com o mínimo para o Tempranillo e francês para o Mazuelo) e posterior
de 10 anos de estágio em barris de carvalho. Aqui descanso em garrafa por mais 36 meses. Super sedutor no
se tem um perfil de notas de frutos secos envoltos nariz, mostra couro, camurça e alcaçuz envolvendo os aromas
por notas florais, herbáceas e minerais. No palato, de cerejas e framboesas maduras, depois aparecem notas
tem acidez vibrante, boa textura, tudo num contexto florais, especiadas e minerais. Palato incrivelmente profundo
de equilíbrio entre frescor e doçura, com final longo e elegante, mostrando taninos finíssimos, acidez vibrante e final longo,
e profundo mostrando traços de nozes e de figos com toques de grafite e de chocolate amargo, tudo envolto por muita
secos. Álcool 19%. EM fruta fresca. O perfeito exemplo de equilíbrio. EM
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9 Chianti Classico
A tradição de Chianti diz que os vinhos locais são enve-
lhecidos em botti, grandes recipientes de madeira. Os
Chianti Classico Riserva (categoria superior) devem
passar por pelo menos 24 meses de envelhecimento, sendo apenas
três em garrafa. Já a recente classificação Chianti Classico Gran
Selezione prevê período de envelhecimento de 30 meses, com
10 B ordeaux
Falando de aporte de madeira nos vinhos, não
podemos nos esquecer de Bordeaux. Pode-se
dizer que foi graças aos vinhos bordaleses, es-
pecialmente os Grand Cru do Médoc, que algumas técnicas
– desde cultivo até vinificação – espalharam-se pelo mundo.
Com o tempo e a qualidade adquirida pelos seus vinhos, Bor-
também três meses em garrafa. Nos últimos anos, há um esforço deaux consagrou o uso das barricas, seja para fer-
para recolocar a região de Chianti Classico no lugar de onde mentação, seja para estágio. O uso das barricas
nunca deveria ter saído e a criação da categoria Gran Selezione sempre foi tão comum na região que o formato
az parte dessa intenção. Apesar de polêmica no início, vem de 225 litros, por exemplo, é conhecido como
mostrando resultados consideráveis, tendo os melhores exem- barrica bordalesa.
plares da zona qualidade equivalente aos vizinhos e rivais
Brunello. AD 93 pontos
CHÂTEAU LE BON PASTEUR 2011
AD 91 pontos Château Le Bon Pasteur, Bordeaux, França (Clarets R$
CASTELLARE DI CASTELLINA CHIANTI CLASSICO 2012
664). Le Bon Pasteur pertenceu ao reputado consultor
Castellare di Castellina, Toscana, Itália (Vinci US$ 56). Tinto a francês Michel Rolland e sua esposa Dany. Ambos
partir de Sangioveto e Canaiolo, com estágio de sete meses continuam responsáveis pela enologia e elaboram este
em barricas usadas de carvalho francês. Apresenta cor tinto composto de 80% Merlot e 20% Cabernet Franc,
vermelho-rubi brilhante e aromas complexos de com estágio entre 15 e 18 meses em barricas
frutas vermelhas maduras, bem como notas de carvalho francês. Cheio de finesse, impressiona
florais, terrosas, defumadas e de especiarias, além FERMENTADOS pelo equilíbrio do conjunto e pela textura
de toques herbáceos. No palato, é frutado, EM BARRICA finíssima de seus taninos, mostra cassis e
estruturado, tem ótima acidez, taninos finos e Apesar de não ser tão comum ameixas maduras seguidos de toques
final longo e elegante. Cativante e delicado, é hoje, pois perdeu espaço para os especiados, florais e de grafite. EM
sempre muito consistente. EM tanques de aço inoxidável, a fermentação
(alcoólica ou malolática) em barricas de AD 93 pontos
carvalho ainda é utilizada. A fermentação GIROLATE 2005
AD 92 pontos alcoólica em barricas atualmente tende a Château Tour de Mirambeau,
MARCHESE ANTINORI CHIANTI CLASSICO ser mais comum em brancos, especialmente Bordeaux, França (Mistral US$ 349).
de regiões mais frias. Alguns produtores de
RISERVA 2011 Tinto elaborado exclusivamente a partir
Champagne, por exemplo, utilizam a técnica em
Antinori, Toscana, Itália (Winebrands R$ seus espumantes. E, por mais estranho que de Merlot, com fermentação e estágio de
199). Composto de 90% Sangiovese e 10% possa parecer, os vinhos fermentados em 18 meses em barricas novas de carvalho
Cabernet Sauvignon e outras variedades carvalho tendem a apresentar menos francês. Ainda jovem, mostra frutas negras
complementares, com estágio de 14 meses notas de madeira do que os que e vermelhas mais maduras acompanhadas
em barricas de carvalho francês de segundo apenas envelheceram em de notas florais, especiadas, de tabaco, de
e terceiro usos. Ainda jovem, mostra cativantes barricas. ervas secas e de alcaçuz, que se confirmam no
aromas de cerejas maduras e ao licor seguidos de palato. De estilo mais corpulento e untuoso, tem ótima
notas de couro, de tabaco e de especiarias. Gastronômico, acidez e taninos de textura quase granulada, que trazem
impressiona pelo equilíbrio, pela madeira muito bem integrada, sustentação e equilíbrio a toda sua força. O final é muito longo e
pelos taninos de ótima textura e por seu final persistente e elegante, com persistente, com toques de cereja ao licor, chocolate e grafite. Consegue
típicos toques terrosos e de couro. EM aliar potência, volume, finesse e elegância. EM
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GRANDES DEGUSTAÇÕES | p o r ARNALDO GRIZZO E EDUARDO MILAN
A evolução
do GARRAFEIRA Verticais do Private Selection da Herdade do Esporão mostram
como um vinho ícone pode evoluir em todos os sentidos
G
arrafeira é um termo que os produtores portugue-
ses costumavam usar para designar alguns de seus
vinhos mais especiais, a ideia é que ele fosse um
“vinho de garrafeira”, ou seja, o lugar onde eles são
guardados e conservados, a adega, por exemplo.
Com o tempo, o termo passou a integrar a legislação dos vinhos
portugueses que diz:
“Garrafeira”, menção reservada para vinho associada ao ano de
colheita que apresente características organolépticas destacadas e
tenha, no caso do vinho tinto, um envelhecimento mínimo de 30
meses, dos quais pelo menos 12 meses em garrafa de vidro, e, no
caso dos vinho branco ou rosado, um envelhecimento mínimo de
12 meses, dos quais pelo menos 6 meses em garrafa de vidro, deven-
do constar de uma conta-corrente específica.
Atualmente, porém, boa parte dos produtores prefere usar ou-
tros nomes. Em 1987, por exemplo, a Herdade do Esporão lançou
seus primeiros Garrafeira. Na época, eles selecionavam as melhores
barricas do Reserva para compor esse vinho. No entanto, com o
passar dos anos, Esporão compreendeu que não bastava selecionar
as barricas, mas sim as parcelas de vinha. Assim, em 2001 nasceu o
Private Selection, a evolução do Garrafeira.
VERTICAL DE ESPORÃO
PRIVATE SELECTION BRANCO qualidade”, diz Baverstock. Conjuntamente a
SAFRAS 2005, 2006, 2007, 2008, 2009, 2010, essa maior compreensão do vinhedo, a partir da
2011, 2012, 2013 e 2014 safra 2012 as barricas de 225 foram trocadas por
Apesar de se dizer praticamente português, o enó- barris de 500 litros para fermentar e estagiar os
logo australiano David Baverstock pensou nas vinhos, buscando maior expressão da fruta.
similaridades entre o clima alentejano e de algu- Ao se experimentar as 10 safras deste branco,
mas regiões mais quentes da Austrália para se ins- é evidente o direcionamento para um estilo mais
pirar num branco majoritariamente de Sémillon vertical, privilegiando mais fruta fresca e maior
com pequenas partes de Marsanne e Roussanne precisão nas safras mais recentes. Nesse sentido,
em pleno Alentejo. Segundo ele, que trabalha Baverstock divide em três etapas a produção do
na Herdade do Esporão desde 1992, essa ideia Private Branco. A primeira, de 2001 até 2005, de
foi baseada nos brancos produzidos em Barros- vinhos mais gordos, maduros e mais potentes. A
sa Valley, na Austrália, “mais estruturados e mais segunda, entre 2005 e 2009, uma fase interme-
alcoólicos dos que os vindos de Hunter’s Valley”. diária. E a terceira, de 2010 até o presente mo-
Assim, em 2001 foi lançada a primeira safra do mento, “já com uma visão mais clara do estilo do
Esporão Private Selection Branco. “Desde então, Sémillon alentejano que queríamos”. E resume:
passamos a ter um melhor conhecimento da va- “Creio que na safra 2014 realmente atingimos a
riedade e de como é importante controlar os ren- maturidade em nosso entendimento do que pos-
dimentos no vinhedo se se pretende obter maior sa ser a Sémillon no Alentejo”.
AD 93 pontos AD 92 pontos
ESPORÃO PRIVATE SELECTION BRANCO 2007 ESPORÃO PRIVATE SELECTION BRANCO 2012
Herdade do Esporão, Alentejo, Portugal Herdade do Esporão, Alentejo, Portugal (Qualimpor
(Qualimpor - não disponível). Ano clássico (para - não disponível). Um ano mais frio para os padrões
o Alentejo significa dias quentes e noites frias). do Alentejo. É o mais mineral quando comparado
Foi um dos que melhor se mostrou na vertical aos provados anteriormente, mostrando perfil de
de 10 safras deste branco, surpreendendo, fruta mais fresca, acidez vibrante, ótima textura e
inclusive David Baverstock, o enólogo. Tenso, final persistente, com notas florais e amanteigadas.
fresco, vibrante, mantendo o estilo estruturado Álcool 14%. EM
e amanteigado, porém com mais verticalidade.
Final longo, cremoso e persistente, com toques AD 93 pontos
minerais e de camomila. Álcool 14,5%. EM ESPORÃO PRIVATE SELECTION BRANCO 2013
Herdade do Esporão, Alentejo, Portugal
AD 91 pontos (Qualimpor R$ 266). Nesta safra, é ainda mais
ESPORÃO PRIVATE SELECTION BRANCO 2008 clara a expressão que este branco está buscando
Herdade do Esporão, Alentejo, Portugal ano após ano, gradativamente ganhando frescor,
(Qualimpor - não disponível). Ano clássico tensão e texturas, que equilibram seu lado
(para o Alentejo significa dias quentes e noites untuoso e de frutas tropicais, brancas e de caroço
frias). Mantém a acidez, o frescor e o estilo do maduras. Aqui é claramente perceptível que a
2007, porém com mais notas florais e menos madeira passou a ser somente uma coadjuvante,
cremosidade e volume de boca. Álcool 14%. EM trazendo estrutura e complexidade ao conjunto,
praticamente não interferindo nos sabores. Álcool
AD 89 pontos 14%. EM
ESPORÃO PRIVATE SELECTION BRANCO 2009
Herdade do Esporão, Alentejo, Portugal AD 94 pontos
(Qualimpor - não disponível). O ano mais quente ESPORÃO PRIVATE SELECTION BRANCO 2014
se sente nos aromas e sabores de frutas brancas Herdade do Esporão, Alentejo, Portugal (Qualimpor
e de caroço compotadas. Num estilo mais cheio R$ 266). Aqui parece a consumação do que David
quando comparado ao 2008 e também ao 2007. Baverstock entende que possa ser a Sémillon
Mostra final mais cheio que longo, com notas de cultivada no Alentejo. Mostra estilo menos potente e
mel e de cera de abelha. Álcool 14,5%. EM cheio, mas mais tenso, com os nervos e texturas da
cepa dando as caras, mas mostrados com precisão e
AD 92 pontos refinamento. Um vinho compacto, bem nascido, de
ESPORÃO PRIVATE SELECTION BRANCO 2010 final profundo e que se projeta com intensidade na
Herdade do Esporão, Alentejo, Portugal boca. Ainda está jovem e tem tudo para ficar ainda
(Qualimpor - não disponível). Ano clássico melhor nos próximos anos. Álcool 14,5%. EM
O “Garrafeira” do
Esporão começou
como uma seleção
das melhores barricas
VERTICAL DE ESPORÃO cepas usadas no blend. Das safras provadas, entre
e evoluiu para uma PRIVATE SELECTION TINTO 1997 e 2001, possuía Trincadeira, Aragonês e Ca-
“seleção” de parcelas SAFRAS 1997, 1999, 2000, 2001, 2003, 2005, bernet Sauvignon. Em 2003, mudou radicalmen-
2008, 2009, 2011 e 2013 te, sendo elaborado majoritariamente partir de
A primeira safra deste tinto foi elaborada em Alicante Bouschet, com pequena porcentagem
1985, na época era chamado Garrafeira. Até de Aragonês. Já em 2005, incorporou-se Syrah
1997 foi realizado com o conceito de ser a sele- à mescla, mantendo-se assim em 2008, 2009 e
ção dos melhores vinhos Reserva da vinícola. Se- 2011. Em 2014, além de Alicante Bouschet, Ara-
gundo Baverstock, a partir da safra 1999, mudou- gonês e Syrah, foi incorporada Petit Verdot pela
-se esse conceito, passando a ser pensado desde primeira vez.
o vinhedo e a usar somente barricas de carvalho Assim como nos brancos, a degustação compa-
francês, deixando de lado as de carvalho ameri- rativa de dez safras de Private Selection Tinto mos-
cano. Já em 2001, para refletir essas mudanças, o tra um caminho semelhante, ou seja, progressivo
nome foi alterado para Private Selection Garra- em direção a mais frescor, mais precisão e maior
feira Tinto, que foi usado até 2005. Depois disso, respeito à fruta, com a madeira tendo cada vez me-
tirou-se a expressão Garrafeira e o vinho recebeu nor impacto nas safras mais jovens, comprovando
o nome atual de Private Selection Tinto. na taça que as mudanças realizadas neste vinho
Essas mudanças são evidentes também nas nos últimos 20 anos valeram a pena.
AD 91 pontos AD 92 pontos
ESPORÃO GARRAFEIRA 2000 ESPORÃO PRIVATE SELECTION TINTO 2009
Herdade do Esporão, Alentejo, Portugal (Qualimpor Herdade do Esporão, Alentejo, Portugal (Qualimpor - não
- não disponível). Tinto composto de Trincadeira, disponível). Tinto composto majoritariamente por Alicante
Aragonês e Cabernet Sauvignon, com 12 meses Bouschet, Aragonês e Syrah, com estágio de 18 meses em
em barricas de carvalho francês. Mostra cativantes barricas de carvalho e mais 18 meses em garrafa. Semelhante
notas florais, de chocolate e de tabaco envolvendo ao estilo maduro do 2008, porém com mais potência e força.
as frutas negras mais maduras. Cheio de vida, com Estruturado e untuoso, tem taninos firmes e de ótima textura
gostosa acidez e taninos macios dando os contornos. e final persistente e cheio, com toques minerais, florais, de
Comparado ao 1999, apresenta mais volume e fruta tabaco e de especiarias doces. Álcool 14%. EM
de melhor qualidade. Álcool 14%. EM
AD 94 pontos
AD 92 pontos ESPORÃO PRIVATE SELECTION TINTO 2011
ESPORÃO PRIVATE SELECTION GARRAFEIRA 2001 Herdade do Esporão, Alentejo, Portugal (Qualimpor R$ 485).
Herdade do Esporão, Alentejo, Portugal (Qualimpor Tinto composto majoritariamente por Alicante Bouschet,
- não disponível). Tinto composto de Trincadeira, Aragonês e Syrah, com estágio de 18 meses em barricas de
Aragonês e Cabernet Sauvignon, com 12 meses em carvalho francês 30% novas. Beneficiando-se da ótima safra
barricas de carvalho francês. Aqui já se percebe 2011, esta versão esbanja frescor e verticalidade, mantendo a
maior concentração, estrutura e volume de boca, qualidade da fruta e a ótima textura de taninos. Está também
com taninos marcante e muita fruta negra madura mais tenso e vibrante, mostrando maior precisão e o uso mais
acompanhado de especiarias e de cânfora. Álcool consciencioso da madeira. Seguramente a melhor versão
14,5%. EM deste tinto até agora. Álcool 14,5%. EM
AD 90 pontos AD 93 pontos
ESPORÃO PRIVATE SELECTION GARRAFEIRA 2003 ESPORÃO PRIVATE SELECTION TINTO 2013
Herdade do Esporão, Alentejo, Portugal (Qualimpor Herdade do Esporão, Alentejo, Portugal (Qualimpor R$ 485).
- não disponível). Tinto composto majoritariamente Tinto composto majoritariamente por Alicante Bouschet,
de Alicante Bouschet e pequenas parte de Aragonês, Aragonês, Syrah e Petit Verdot, com estágio de 18 meses em
com 18 meses de estágio em barricas de carvalho barricas de carvalho francês 30% novas. Mesmo em pequena
francês. Mostra os efeitos de um ano mais quente proporção, a força e os ossos da Petit Verdot são sentidos aqui.
no perfil de fruta negra mais madura, quase em Em comparação ao 2011, mostra estilo mais potente e de
compota. Tem taninos de ótima textura, acidez na maior concentração, tudo envolto por cativantes notas florais e
medida e final persistente, com toques de alcaçuz. de especiarias doces. Ainda está jovem e tem tudo para ficar
Álcool 14,5%. EM ainda melhor nos próximos 10 anos. Álcool 14,5%. EM
David Baverstock
Australiano de Adelaide, David Ba-
verstock é o enólogo responsável pe-
los principais vinhos da Herdade do
Esporão desde 1992. Ele conheceu
Portugal pouco depois de formar-se
em enologia, quando vinha para a Europa partici-
par de colheitas na França e na Alemanha e, em
seguida, aproveitava para tirar férias em terras por-
tuguesas. Nesse período, conheceu uma lisboeta
com quem se casou. Decidiu então se mudar para
Portugal e, não encontrando trabalho na área de
“vinho de mesa”, pôs-se a trabalhar com Vinho do
Porto (na Croft e com os Symington). Depois co-
meçou a atuar nos tintos do Douro como enólogo
da Quinta de la Rosa e da Quinta do Crasto. Fã
de tênis, esporte que pratica com frequência, Ba-
verstock é um dos mais respeitados enólogos em
atuação em Portugal atualmente.
Um Borgonha
com seu nome
no rótulo
Como é possível ter um Pinot Noir ou um Chardonnay da
Borgonha com seu nome e ainda fazer caridade?
U
m dos maiores orgulhos de pro- nheses, que faziam doações (em dinheiro, vinhos
dutores centenários certamente é etc). Em 1457, ocorreram as primeiras doações de
ver o nome de suas famílias se per- vinhas. As doações continuaram e hoje somam 60
petuar nos rótulos de seus vinhos. hectares (50 de Pinot Noir e o restante de Char-
Não à toa, muitas bebidas rece- donnay) em propriedade do Hospices.
bem o nome de ancestrais que são homenageados Em 1795, o hospital decidiu fazer um leilão
e eternizados nesse gesto de carinho e respeito. beneficente de seus vinhos, mas foi somente a
Então, ter o seu nome em uma garrafa de partir de 1859 que a prática se consolidou como
vinho é uma honraria a que poucos têm opor- forma de financiamento da instituição. Até pouco
tunidade. Se você não é um produtor de vinho tempo atrás, os principais compradores eram os
ou então um importador de porte capaz de fazer próprios produtores e negociantes borgonheses,
com que um viticultor amigo crie um rótulo só que viam aí uma oportunidade de conseguirem
para você, não são muitas as opções que restam. bons vinhos (já que a maioria das propriedades
Uma delas, contudo, pode ser muito seduto- são de vinhedos Grand e Premier Cru), além de
ra. Já imaginou seu nome em um rótulo da Bor- fazer um ato de caridade. Já houve época, aliás,
gonha? Parece impossível, mas, na verdade, qual- em que os preços das barricas vendidas no leilão
quer pessoa no mundo pode fazer isso. Como? ajudavam a definir os valores que seriam cobra-
Através do leilão do Hospices de Beaune. dos pelos vinhos de uma determinada safra, no
estilo das vendas en primeur de Bordeaux.
Tradição do leilão No entanto, em 2005, o leilão deixou de ser
O Hospices de Beaune é uma instituição de saúde restrito aos franceses e seus convidados quando o
(um hospital genericamente falando) da vila de Hospices iniciou uma parceria com a casa de lei-
Beaune, na Borgonha, fundado em 1443 por Ni- lões Christie’s, que passou a organizar o evento –
colas Rolin e sua esposa Guigone de Salins, com que ocorre há 157 anos (completa este ano) sem-
ajuda do duque da Borgonha, Felipe, O Bom, para pre no terceiro domingo de novembro. Desde
cuidar dos mais necessitados. Desde então, o local então, sob o comando da casa de leilões inglesa,
sempre foi mantido com apoio dos próprios borgo- o evento foi se abrindo ao mundo, dando a possi-
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de Colecedionadores
do MAM.
Clube de Gravura
Felipe Scovino
&XUDGRUHGLomR
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&XUDGRUHGLomR
Fabiano Rodrigues²63
Jac Leirner²63
José Patrício ²3(
Vik Muniz²5-
Virginia de Medeiros²%$
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ENOTURISMO | p o r ARNALDO GRIZZO
O
enoturismo tem se tornado uma tudo isso e muito mais
especialidade de muitas regiões
vitivinícolas do mundo e não é
para menos. As vinícolas estão
percebendo que há um enorme
potencial a ser explorado quando se investe nesse Viña Vik Millahue – Chile
ponto, pois o mundo do vinho não está restrito Cerca de 200 quilômetros ao sul de Santiago en-
à bebida, pelo contrário, ele é aberto a diversas contra-se um oásis que merece ser conhecido por
vertentes que o cliente/turista pode explorar. todo enófilo que se preze. O hotel da Viña Vik
Assim, o vinho é “a desculpa” para sair de tem suítes temáticas encantadoras, todas com
férias com a família para um local bucólico re- vista deslumbrante. A arquitetura e a decoração
quintado ou passear com a esposa para desfrutar são arrebatadoras. Dentro do hotel, o restauran-
de alguns luxos e gastronomia de alto padrão. O te Milla Milla, comandado pelo chef Rodrigo
enoturismo une algumas das coisas que os turis- Acuña Bravo, apresenta uma culinária de pri-
tas enófilos mais prezam: conforto, tranquilida- meiríssima linha, usando ingredientes sazonais
de, lazer, cultura, sofisticação, além, obviamen- em receitas elaboradas e belas apresentações. O
te, de boa comida e bebida (vinho, no caso). spa também merece atenção, com tratamentos
Pensando nisso, ADEGA então resolveu relaxantes para casais. O local oferece ainda uma
elencar 10 hotéis de luxo que ficam dentro de série de atividades para quem quiser ir além de fi-
vinícolas ou então rodeados por vinhedos e que car apenas admirando a linda paisagem da borda
certamente devem estar na lista de todo enófilo infinita de sua piscina, como passeios de balão ou
que um dia quiser visitar as regiões vitivinícolas à cavalo, piquenique com churrasco etc.
onde eles se encontram. www.vinavik.com
Homem Cardoso
Trinette Reed Photography
Homem Cardoso
Carneros Resort & Spa –
Estados Unidos
O Napa Valley é um destino repleto de opções. A Casa do Rio – Portugal
maioria das vinícolas locais investe pesado no eno- Incrustado entre dois morros às margens do Dou-
turismo. Na Highway Sonoma fica um dos lugares ro, a Casa do Rio, empreendimento da Quinta
mais interessantes para se hospedar por lá, o Carne- do Vallado em Castelo Melhor, Vila Nova de Foz
ros Resort & Spa, com mais de 110 mil metros qua-
Novo e Velho Côa, é um dos hotéis mais exclusivos de Portugal.
drados de área. Você pode ficar em suítes, chalés ou Mundo Inaugurado há pouco tempo, ele tem apenas seis
casas, todas com estilo das antigas fazendas do oeste oferecem o quartos. Sua construção totalmente de madeira e
norte-americano, mas com as comodidades e sofisti- melhor para suspensa impressiona. Tudo é cuidado nos míni-
cações de hoje. Para quem quiser preparar suas pró- o turista mos detalhes para trazer conforto aos hóspedes.
prias refeições (há cozinhas nas casas privativas), há enófilo O deck com a piscina de borda infinita convida a
um mercado de alto padrão dentro das dependências uma taça no fim de tarde para apreciar o pôr do
do resort, mas o restaurante FARM merece uma re- sol no Douro. O rio logo abaixo também clama
serva. Apesar de não ficar dentro de uma vinícola, por um passeio de barco por suas águas. Um ce-
o resort está em local privilegiado para quem quer nário maravilhoso para quem busca exclusivida-
conhecer as propriedades dos arredores. de, conforto e relaxamento.
www.carnerosresort.com www.quintadovallado.com/wine-hotel/
Hora do saca-rolha
ESPUMANTES BRANCOS
Izadi Selecció
Tinto 2011
Região: R Flor de Vetus
Tinto 2014
ão: Toro
AD 91 pontos AD 91 pontos AD 89 pontos
BLA BLA BLA 2015 COBOS BRAMARE FINCA LA COLONIA
Terra de Falanis, LOS ARBOLITOS CHARDONNAY 2015
Mallorca, Espanha CHARDONNAY 2015 Norton, Mendoza,
(Mistral US$ 41). Viña Cobos, Argentina (Winebrands
Projeto dos mesmos Mendoza, Argentina R$ 63). Uma boa
proprietários da (Grand Cru R$ 380). surpresa vem ao
vinícola Ánima Negra, Branco elaborado primeiro contato deste
este branco é elaborado exclusivamente a partir vinho com o nariz.
exclusivamente a de uvas Chardonnay, Uma nota mineral Pruno
partir de uvas Premsal advindas do vinhedo muito agradável, Tinto 2014
advindas da região de Los Arbolitos, em Los lembrando até Região: Ribera Finca Villacreces
Felantix, em Mallorca, Chacayes, vale do mesmo água do mar del Duero Tinto 2012
com fermentação e Uco, com estágio de permeia seu aroma. Região: Ribera
estágio de oito meses 30 meses em barricas Ela é seguida de l Duero
parte em tanques de de carvalho francês. aromas cítricos e um
cimento e parte em Mantendo a assinatura interessante chocolate
barris de carvalho. da casa, é untuoso e branco. Em boca, esta
Tenso, vibrante e cheio potente, num estilo mineralidade também
de vida, esbanja acidez, mais cremoso, de frutas aparece de maneira
tem ótima textura, tropicais e cítricas em importante e é seguida
bom volume de boca e compota, seguidos por limão e lima-da-
final persistente, com de notas de baunilha, pérsia, trazendo bom
toques salinos. Um manteiga e camomila. frescor a este gostoso
branco descontraído, Dê tempo a ele na Chardonnay. Tem
AMAZING
adegaalentejana.com.br
AD 90 pontos
DÃO PORTA DOS AD 90 pontos AD 89 pontos AD 88 pontos AD 90 pontos
CAVALEIROS TINTO 2010 ENOS RESERVA ESPECIAL FINCA ANGEL MALBEC 2015 FINCA LA COLONIA H.O. COLHEITA TINTO 2014
Caves São João, Dão, CARMÉNÈRE 2012 Mauricio Lorca, COLECCIÓN MALBEC 2013 Horta Osório Wines,
Portugal (Vinci US$ Enos Vinhos de Mendoza, Argentina Norton, Mendoza, Douro, Portugal (Job
24). Tinto composto Boutique, Serra (Viníssimo R$ 67). Argentina (Winebrands Total R$ 135). Tinto
de Touriga Nacional, Gaúcha, Brasil (R$ Tinto elaborado R$ 85). Rubi aos composto de Touriga
Aragonez, Alfrocheiro 120). No nariz, o exclusivamente a partir olhos e muito frutado, Nacional, Sousão e
e Jaen, com estágio destaque fica para sua de Malbec, com estágio merecem destaque Touriga Franca, com
de 20% do vinho em boa complexidade, de 50% do vinho em as notas de frutas estágio de 15 meses em
barricas de carvalho. amoras se combinam barricas de carvalho vermelhas maduras, barricas de carvalho
Um Dão dos pés à a mirtilos, que por por seis meses. De boa de ameixa seca, de francês. Mostra ameixas
cabeça, chamando sua vez se mesclam às tipicidade e sempre baunilha e de pimenta e cassis maduros e em
atenção pelo frescor notas mais herbáceas. consistente, mostra preta. No paladar, as compota, seguidos de
e taninos de ótima Logo depois aparecem aromas de ameixas e mesmas notas estão notas florais, de ervas
textura, tudo envolto especiarias doces. Na cassis acompanhados presentes com igual secas e de especiarias,
por frutas vermelhas boca, confirma o nariz, de notas florais, de intensidade. Seu perfil que se confirmam
seguidas de notas mostrando equilíbrio e ervas frescas e de jovial é evidente e na boca. Sua acidez
florais, terrosas e de ótima acidez. Tem 13% especiarias. Frutado fácil de agradar. Com refrescante e os
ervas. Gastronômico de álcool. MSL e suculento, tem taninos macios e taninos de boa textura
por natureza, pede a bom volume, taninos médio corpo, tem final trazem sustentação
companhia de carnes sedosos e final médio, saboroso. Versátil e e equilibram toda
vermelhas ensopadas, com toques de frutas bom para compartilhar sua fruta e o aporte
por exemplo. Álcool negras e de chocolate. com inúmeras da madeira. Para os
13%. EM Versátil, pode preparações à base de ensopados de carnes.
acompanhar desde carne ou mesmo sem Álcool 14%. EM
carnes vermelhas mais acompanhamentos.
magras até embutidos Álcool 14,3%. JTR
ou queijos maduros.
Álcool 14%. EM
ALMOÇO JUAN ROBY ALMOÇO JUAN ROBY LANÇAMENTOS VIND’AME LANÇAMENTOS VIND’AME LANÇAMENTOS VIND’AME
&UHDWXV
EQORTGRGNQUKVGYYYRCRKNNQPCTQOCUEQODTEQPVCVQ"RCRKNNQPE
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UM MUNDO DE
VINHOS E BENEFÍCIOS AD
91
EXCLUSIVOS pts
A seleção deste mês faz uma viagem pelo Novo e Velho Mundos,
com destaque para belíssimos exemplares da Itália, Portugal,
Chile, Brasil, Argentina, África do Sul e, sobretudo, da Espanha,
que vem surpreendendo, encantando e recebendo cada vez mais
reconhecimento dos grandes críticos de vinho do planeta.
Muitos de vocês já estão fazendo uso dos benefícios especiais
que a Mistral e Winebrands estão oferecendo para os associados
ativos do nosso clube, com descontos de até 25% numa seleção
de vinhos. Além disso, você também tem direito a 10% de desconto
em compras na Loja.Sabor.club, um site perfeito para quem, além
do vinho, ama a gastronomia.
Mas, recentemente, abrimos as inscrições das 40 vagas para
participar do exclusivíssimo International Tasting 2017, que será
realizado no hotel Unique em São Paulo, no dia 28 de outubro.
Serão degustações inesquecíveis como você pôde ler em matéria CEDRO DO NOVAL 2011
especial nesta edição. Como associado ativo do clube, você Quinta do Noval / Adega Alentejana (R$ 172)
também tem um desconto especial de 20% na inscrição para o REGIÃO/PAÍS: Douro, Portugal
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Tinto composto de Syrah, Touriga Franca e
Se você ainda não está aproveitando estes benefícios, basta enviar Touriga Nacional, com estágio de 18 meses
um e-mail para nosso concierge para receber os códigos que em barricas de carvalho francês. Douro
habilitam cada um destes benefícios exclusivos aos associados de carteirinha, mostra típicos aromas de
cassis e ameixas acompanhados de notas
ativos do Clube ADEGA. de violeta, de ervas frescas e de especiarias
doces. Carnudo e estruturado, tem acidez
Saúde, TGHTGUECPVGVCPKPQUFGȕVKOCVGZVWTCGƒPCN
persistente e cheio, com toques minerais e
de tabaco. Um bom exemplo de precisão e
Christian Burgos e Eduardo Milan TGƒPCOGPVQFCOCIPȐƒECUCHTCFGPQ
Douro. Álcool 14%. EM
Nesse mês, no Platinum trazemos uma
seleção verdadeiramente mediterrâ-
nea, unindo tradição e inovação. De
Rioja, elegemos o Fincas de la Villa,
um Gran Reserva de excepcional rela-
ção entre qualidade e preço. De Por-
tugal, conseguimos selecionar o Cedro
do Noval da disputada safra 2011, pro-
duzido pela mítica Quinta do Noval.
Indo para o país da bota, escolhemos
um tinto sem adição de SO2, o Terre-
dellatosa, da Emiglia-Romagna, região
ainda pouco conhecida entre nós.
BONARDA OU NÃO?
A Croatina, conhecida como
Bonarda na região da Emi-
glia-Romagna nada tem a ver
com a Bonarda tão plantada
e difundida na Argentina.
93 92 pts
REGIÃO/PAÍS: Rioja, Espanha REGIÃO/PAÍS: Emiglia-Romagna, Itália pts
AD
O Grand Gold traz preciosidades 91 AD
que merecem ser conhecidas ou
revisitadas. Da região da Campa-
pts
90pts
PIONEIRO
Don Maximiano Errázuriz
fundou a Viña Errazuriz
em 1870, tendo plantado as
primeiras videiras francesas
no vale do Aconcágua nessa
mesma época.
TERREDORA AGLIANICO 2011 ERRAZURIZ MAX RESERVA BODEGA TINEDO CALA 1 2014
Terredora / Cantu (R$ 140) CABERNET SAUVIGNON 2015 Bodega Tinedo / Domno (R$ 82)
REGIÃO/PAÍS: Campania, Itália Errazuriz / Grand Cru (R$ 129) REGIÃO/PAÍS: Castilla, Espanha
REGIÃO/PAÍS: Aconcágua, Chile
Tinto elaborado exclusivamente a Tinto elaborado a partir de uvas
partir de uvas Aglianico, com estágio Tinto composto de 85% Cabernet 50% Tempranillo, 40% Syrah e 10%
em barricas de carvalho francês. Sauvignon, 10% Petit Verdot e 5% Cabernet Cabernet Sauvignon, com breve
Apresenta aromas de cerejas e amoras Franc, com estágio de 12 meses em passagem por madeira e mais um ano
acompanhados de notas florais, barricas de carvalho francês sendo de estágio em tanques de cimento
especiadas, minerais e de ervas frescas. 25% novas. Ano após ano este vinho sem revestimento. Apresenta aromas
Chama atenção pela ótima textura de vem mostrando mais vivacidade e fruta de cerejas e morangos acompanhados
taninos e pela acidez refrescante. É XGTOGNJC G PGITC FG RGTƒN OCKU HTGUEQ de notas florais, de ervas e de
GUVTWVWTCFQ VGPUQ G VGO ƒPCN RGTUKUVGPVG tornando-o ainda mais agradável e gostoso especiarias, além de toques minerais.
com toques terrosos e de frutas de beber. As notas de ervas, de especiarias, No palato, surpreende pelo frescor e
vermelhas ácidas, convidando a mais um tostadas e de chocolate aparecem de pela qualidade da fruta, é suculento e
gole. Álcool 13%. EM forma discreta, ressaltando seu lado cativante, tem taninos de boa textura,
frutado e aportando certa complexidade ao IQUVQUCCEKFG\GƒPCNVGPUQGEJGKQFG
conjunto. Álcool 14%. EM vivacidade. Álcool 14,5%. EM
GOLD
DOUGLAS GREEN CINSAULT PINOTAGE 2016
Douglas Green / Domno (R$ 67)
REGIÃO/PAÍS: Western Cape, África do Sul
Tinto que agrada pelo caráter predominantemente frutado, que se
manifesta tanto nos aromas (que se completam com notas florais e
de especiarias) como na boca, que mostra boa acidez, taninos que
não pegam e madeira sem protagonismo. Aqui, a combinação de fruta Para aumentar seu leque de opções,
OCFWTCGȄNEQQNTGUWNVCPWOƒPCNNGXGOGPVGCFQEKECFQOCUCKPFCCUUKO trazemos vinhos menos conhecidos,
agradável, num vinho de corpo médio. Carne de avestruz, típica do país de
mas não menos surpreendentes. Re-
origem, seria uma harmonização recomendável. Álcool 13,5%. GV
cém chegados ao Brasil, selecionamos
o Douglas Green Cinsault Pinotage,
FUENTESECA 2015 da África do Sul, e o espanhol Fuen-
Bodega Sierra Norte / Vind’Ame (R$ 86) teseca, da pequena região de Utiel-Re-
REGIÃO/PAÍS: Utiel-Requena, Espanha quena, ambos muito versáteis e ideais
para acompanhar desde massas em
Tinto composto de 60% Bobal, uva típica da pequena região de Utiel-
geral até carnes assadas ou ensopadas.
Requena, e de 40% Cabernet Sauvignon, sem passagem por madeira.
%CTPWFQGOWKVQHTWVCFQVGOTGHTGUECPVGCEKFG\VCPKPQUOCEKQUGƒPCN Já da Argentina, elegemos o Hey Mal-
cheio e persistente, com toques minerais e de especiarias. Versátil e bec, que vai conquistar até os menos
gostoso de beber, pode acompanhar desde carnes vermelhas até massas entusiasmados com essa cepa.
que levem cogumelos em seu molho. Álcool 13,5%. EM
MENINO DE OURO
Filho do reputado enólogo Jorge
Riccitelli, Matías é responsável VOCÊ SABIA...
por elaborar o Hey Malbec e ...que a Pinotage foi criada
é também considerado um dos na África do Sul em 1925
enólogos mais promissores de por Abraham Izak Perold
sua geração. através do cruzamento entre
Pinot Noir e Cinsault?
SILVER AURORA RESERVA TANNAT 2015
Aurora (R$ 55)
REGIÃO/PAÍS: Bento Gonçalves, Brasil
8
ORIGENS
Apesar de ser considerada
AD a uva emblemática do
89
pts AD
Uruguai, a Tannat é
88
pts
historicamente plantada
em Madiran, no sudoeste
da França.
HISTÓRICA
Em fevereiro de 2016, a Coopera-
tiva Vinícola Aurora completou 85
anos de existência. Atualmente,
ela é a maior produtora de vinhos
do Brasil, contando com mais de
mil famílias associadas.
CONO SUR BICICLETA BRANCO
GEWÜRZTRAMINER 2016
Cono Sur / La Pastina (R$ 48)
REGIÃO/PAÍS: Colchagua, Chile
AD
O dia oferece
dois sacramentos
“O padre era bom, mas igualmente
entediante. Os oficiais necessários: a
não eram bons, mas bênção da manhã
entediantes. O rei era
bom, mas entediante. e a absolvição do
O vinho era ruim, mas crepúsculo. Na
não entediante” manhã, o café
Ernest Hemingway, escritor
abençoa e, à noite,
o vinho absolve
Michael Foley, escritor
“Não é o vinho
que nos embriaga,
mas quem o traz e
verte na taça” “Todas as preocupações
M.F. Moonzajer, jornalista são menores com vinho”
Amit Kalantri, escritor
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