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ANO XI - NO 143

A MAIOR REFERÊNCIA EM VINHOS DO BRASIL

SAIA DO BÁSICO
DICAS PARA SE HOSPICES
TORNAR UM EXPERT
DE BEAUNE
COMO TER UM BORGONHA
COM SEU NOME NO
INTERNATIONAL RÓTULO
TASTING
OS ÍCONES DE ALMAVIVA,
CHÂTEAU DE BEAUCASTEL,
QUINTA DA BOAVISTA E
TAYLOR’S PORT

HERDADE
ESPORÃO
TRADIÇÃO, ENOTURISMO
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QUEM GOSTA DE

10 HOTÉIS
“VINHOS COM
MADEIRA”

DE LUXO ENTRE VINHEDOS


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EDITORIAL |

DIREÇÃO
PUBLISHER
Christian Burgos - christian@innereditora.com.br

DIRETORA DE OPERAÇÕES
Christiane Burgos - christiane@innereditora.com.br

O próximo passo REDAÇÃO


EDITOR
Arnaldo Grizzo - a.grizzo@revistaadega.com.br

DIRETOR DE ARTE

N
inguém que se encanta pelo vinho consegue se contentar com Ricardo Torquetto - ricardo@innereditora.com.br

pouco. Não, a questão aqui não é beber muito, é adquirir co- ASSISTENTE DE ARTE
nhecimento. Quando mais se conhece, melhor se bebe. Busca- Karine Dantas - arte@innereditora.com.br

-se qualidade, não necessariamente quantidade. E só se alcança isso aden- EDITOR DE VINHO
Eduardo Milan - eduardo.milan@revistaadega.com.br
trando na cultura do vinho.
Ao dar os primeiros passos, nós, enófilos, geralmente não sabemos o CORRESPONDENTES INTERNACIONAIS
Patricio Tapia e Steven Spurrier
quão profundo é esse universo e, às vezes, apegamo-nos à dicas rápidas e
conselhos de amigos que, muitas vezes, conhecem apenas um pouco a COLABORADORES
Beto Duarte, Christiane Miguez, Guilherme Velloso, Mauricio Leme,
mais do que nós mesmos. Porém, quem quiser entender o vinho para me- João Paulo Gentille e Juliana Trombetta Reis (texto), Luna Garcia
lhor apreciá-lo, precisa ir além disso. E é aqui que ADEGA entra, todos os (fotos) e Karine Dantas de Araújo (arte)

meses, sempre com informações pertinentes e, nesta edição, ainda com PUBLICIDADE
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Neste mês, como sempre, trazemos artigos e vinhos para todos os gos-
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tos. Se você “gosta de madeira”, certamente vai se interessar por uma lista Renato Scolamieri - renato@innereditora.com.br
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tórica do Alentejo que possui diversas atrações de enoturismo e, obviamen- Marketing - marketing@innereditora.com.br

te, grandes vinhos como o Private Selection. ADEGA degustou com exclu- FINANCEIRO
sividade verticais de 10 safras da versão branca e tinta desse rótulo icônico. financeiro@innereditora.com.br

E você já pensou em ter seu nome no rótulo de um vinho. E se esse PRODUÇÃO


vinho fosse um Borgonha de estirpe? Pois saiba que você pode. Descubra Baunilha Editorial

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Revista ADEGA é uma publicação mensal da INNER Editora Ltda.
Saúde, A Inner Editora não se responsabiliza por opiniões, ideias e conceitos
emitidos nos textos publicados e assinados na revista ADEGA, por serem
de inteira responsabilidade de seu(s) autor(es).
Christian Burgos e Arnaldo Grizzo
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44 56

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26 Prévia das verticais exclusivas de
grandes ícones do International
56 Degustamos 10 safras do Private
Selection (tinto e branco) da
Tasting Herdade do Esporão

ESCOLA DO VINHO CURIOSIDADES


36 Dicas para quem quer sair do
básico e se tornar um expert em
64 Saiba como ter um grande vinho
da Borgonha com seu nome do
vinhos rótulo

LISTA ENOTURISMO
44 Você gosta de “vinho com
madeira?” Conheça 10 estilos
68 Selecionamos 10 hotéis de
extremo luxo cercados por
que lhe agradarão vinhedos
CONTEÚDO |
64

68 77

DROPS TODO MÊS


SAÚDE 8 | CARTAS
34 Metabólitos do vinho podem
proteger contra a gripe 10 | ADEGA RESPONDE

12 | PRESENTES

14 | MUNDOVINO

77 | CAVE

92 | CLUBE ADEGA

98 | QUEM DISSE
CARTAS | ESCREVA PARA REDACAO@REVISTAADEGA.COM.BR

Momentosdaliteratura Marcela Blume Gianni Tartari


@momentosdaliteratura @marcelablume @giannitartari
Às vezes, tudo que se Terminando o vinho do Dicas de harmonização
precisa para produzir e almoço, fechando o final minhas, do
escrever algo é deixar de semana... e Apple @diegoarrebola e do
LAVAR TAÇAS que a mesa fique do Maria –Sommelier Cat – @locatellitiago para
Acabo de receber a edição 141 da Adega e jeito que ela quer ficar. fazendo avaliação visual uvas clássicas com
ao ler a seção ADEGA Responde, fiquei sem Zona em andamento, e olfativa do meu Zorzal pratos clássicos e
ação. Onde se lê “Todos sabemos que não se esperando que outro Malbec! #sommeliercat pratos inusitados, na
deve usar detergente ou sabão para limpar copo de café não se #revistaadega revista ADEGA deste
taças de vinho”, deveria ser: todos menos eu! jogue da minha mão mês. #revistaadega
Nunca soube disso, nunca havia lido sobre em cima de outro #harmonização
isso, nem em outras revistas ou sites. Eu livro da Cosac! Bom
lavo tudo com detergente e gosto de muita final de semana para
espuma. Antes de começar a tomar vinho aqueles que por aqui
em taça descartável, resolvi tirar uma dúvida aparecerem! #escrever
com vocês: as manchas de batom saem com #revistaadega
sal ou vinagre, mas e a gordura que nossa
boca deixa nas bordas? Afinal, os melhores
pratos que harmonizam com vinhos contêm
gordura. Posso lavar com água pura e passar
álcool com um tecido macio? Honestamente, Malbec Terrier Andréia Belusso
eu fiquei desanimado, porque tenho mania @malbecterrier @andrblsso
de limpeza. Adoro ler a revista ADEGA, Tenho certeza disso!
Greydilmer Nóbrega
morder né, para minha #timtim #neuroenologia
mãe não ler e me dar #revistaadega
Caro Greydilmer, você até pode usar atenção! #revistaadega
detergente, mas com parcimônia. A questão Carla Rosa @videbrasil
em torno do detergente é que ele é de difícil Se tiver que escolher
remoção. Quando os resíduos ficam, o que um espumante, será
geralmente acontece, isso pode afetar aromas o brasileiro. Se tiver
e sabores do próximo vinho a ser colocado na que escolher um
taça. Além disso, o detergente não deixará vinho Merlot, também
lágrimas e tampouco bolhas se formarem será o brasileiro. Mas
na taça (caso esteja bebendo espumante). se o escolhido for
A indicação é uso de água morna e panos um Torrontés, será
macios que não soltem fiapos. Álcool é o argentino de Salta,
possível desde que sem perfume e depois deixar único no mundo. Na Carolina Porto Fabiano Morais
arejando para eliminar qualquer excesso. As foto, a experiência @carolportos @fabianojmorais
marcas de gordura podem ser eliminadas com enogastronômica da Nova Zelândia. E esse Ótimas lembranças!
procedimentos similares aos que sugerimos noite. #descorchados rótulo? Sauvignon Blanc. #vinho #revistaadega
com o batom. Fizemos um artigo sobre isso há #revistaadega #wine #revistaadega
algum tempo. http://revistaadega.uol.com.br/
artigo/cuide-de-suas-tacas_2749.html
Quer ver sua foto publicada aqui? Siga @revistaadega e marque as imagens com #revistaadega

8 ADEGA >> Edição 143


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Espaldeira e Y
O leitor Fernando José Cantele segue com suas indagações. Agora
questiona: “Qual a diferença entre a condução da videira no sistema Y
e em espaldeira?” Quem responde é o enólogo Anderson de Césaro

O
enólogo Anderson de Césaro já escreveu
um artigo a respeito da condução de vi-
deiras para a revista ADEGA. Nele, ele
pondera: “Quando citamos sistema de condução
da videira, logo pensamos no formato como o vi-
nhedo é construído. Isso não está de todo errado,
mas tecnicamente é mais adequado chamarmos o
‘formato do vinhedo’ de sistema de sustentação da
videira. Logo, isso faz parte do conjunto de técni-
cas que compõem o sistema de condução da videi-
ra, ou seja, a sustentação é apenas um dos inúme-
ros elementos da condução.”
Portanto, qual a diferença entre a condução
da videira no sistema Y e em espaldeira?
De Césaro explica: O sistema Y – por muito
conhecido como espaldeira Y – possibilita um
dossel mais amplo, possibilitando assim uma
maior área foliar e produções mais abundantes.
Em contrapartida, exige maior emprego de mão-
-de-obra para seu correto manejo. Já o sistema
espaldeira – também conhecido como espaldeira
simples – é um sistema mais limitado no tocante
à área foliar e produção, exigindo menor empre-
go de mão-de-obra para o seu correto manejo. Os
frutos são melhor expostos à radiação solar.
Se os compararmos visualmente, é como se ob-
servássemos a letra “Y” e a letra “I”. O sistema espal-
deira é, sem dúvida, o que oferece potencial para
colheitas mais qualitativas e menor rendimento.
Quem quiser saber mais pode acessar o artigo que
Anderson De Césaro escreveu para ADEGA no link:

www.revistaadega.uol.com.br/artigo/condu-
cao_10420.html

10 ADEGA >> Edição 143


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A venda de bebidas alcoólicas é proibida para menores de 18 anos. Aprecie com moderação. Se beber, não dirija.

Carina Lau

É ONLINE. É CHAMPANHE. É ÚNICO.


O enólogo François Moutard, com o know-how de sua família, em parceria com a atriz chinesa e empresária
Carina Lau, lançaram o Moutard Six Cepage Gold. Esse é o único champanhe produzido no mundo com as seis
uvas da região de Champagne, entre elas a ancestral cepa Arbane, hoje praticamente extinta. Esse espetacular
champanhe, possui partes iguais da uva Chardonnay, Pinot Noir, Pinot Meunier, Pinot Blanc, Arbane
e Petit Meslier. Uma exclusividade digna de estrelar o papel principal na sua adega.
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criou a coleção Melody, feita com aros
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pretos que se destaca.
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Vintage
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Em comemoração aos 30 anos da
primeira vitória de Ayrton Senna
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Edição 143 >> ADEGA 13


MUNDOVINO | EVENTOS DO MUNDO DO VINHO

Ainda mais antigo


Escavações mostram que a história do vinho
na Itália é anterior ao que se pensava
Até meados de agosto deste ano, os historiadores
acreditavam que a história do vinho na Itália
teria começado por volta do ano mil antes de
Cristo. No entanto, escavações de uma equipe
da Universidade de South Florida, em cavernas
da Sicília revelaram que o vinho apareceu em
território italiano muito tempo antes do que se
imaginava.
Ao analisar grandes vasos da Era do Cobre, os
pesquisadores encontraram traços de vinho que
O Clos natural datam do quarto milênio antes de Cristo. “Esta é
a descoberta de resíduos de vinho mais antiga da
Tarapacá apresenta estudo aprofundado de seu pré-história na península italiana. Ao contrário de
terroir outras descobertas, que eram limitadas a vinhas
Em recente visita ao Brasil, Sebastián Ruiz, o enólogo- e mostram apenas onde as uvas eram cultivadas,
chefe da Viña Tarapacá, apresentou um profundo estudo nosso trabalho resultou em uma identificação
edafoclimático realizado nos vinhedos da vinícola. de resíduos de vinho”, afirmou Davide Tanasi,
Edafoclimático é justamente a interação dos estudos de arqueólogo que liderou a pesquisa.
solo e clima. Para Ruiz, “é muito importante combinar Sua equipe analisou grandes jarros encontrados
a análise do clima e solo. E a este conhecimento no monte Kronio, perto do porto de Sciacca.
estamos incorporando os efeitos da biodiversidade de Eles estavam intactos e tinham resíduos de ácido
microrganismos no vinho. Isto nos permite escolher as tartárico, o que ocorre naturalmente nas uvas e no
variedades, porta-enxerto e sistema de manejo ideais”. processo de vinificação. O próximo passo agora é
Como você vê na foto, o Rosario Estate, que compreende identificar se o vinho era tinto ou branco.
os vinhedos de Tarapacá, é um “Clos” natural cercado
por um cordão montanhoso com vegetação nativa cuja
flora e fauna Tarapacá procura integrar com corredores
biológicos e ilhas de árvores. Os primeiros permitem que
os animais das montanhas possam acessar a água do rio
que cruza a parte baixa do vale, ao passo que as ilhas de
árvores permitem que aves possam se estabelecer nos
vinhedos e caçar entre eles, promovendo um controle
biológico natural.
Destes 40 hectares, saem todos os vinhos Gran
Reserva Tarapacá, dos quais o Brasil é o principal
mercado internacional. Ruiz esclarece que, pela área
envolvida, não se trata de microterroir, mas sim de um
mesoclima, com clima mediterrâneo temperado, que é
marcado pelas estações bem definidas.
fotos: divulgacão

Você encontra os vinhos de que mais gostamos na


seção Cave desta edição.

14 ADEGA >> Edição 143


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MUNDOVINO | EVENTOS DO MUNDO DO VINHO

Vinho entre
os mortos 30 anos
Ladrões usaram as catacumbas de Paris para roubar e US$ 4 milhões
cerca de 250 mil euros em vinho
Leilão de vinhos de Washington completa
Uma das atrações de Paris que diferentemente da maioria três décadas com arrecadação recorde
das outras não agrada muito o público mais sensível
é a visita às catacumbas da cidade. Trata-se de uma Todos os anos, algumas das mais importantes regiões
rede de túneis que reúne vitivinícolas dos Estados Unidos promovem leilões
as ossadas de mais de benefi centes. Uma delas é Washington, cujo leilão
seis milhões de pessoas. comemorou 30 anos de existência e bateu o recorde de
“Apenas” 2 quilômetros arrecadação, com US$ 4,1 milhões, que serão doados para o
de túneis estão abertos Hospital Pediátrico de Seattle e para o programa de enologia
ao público durante o dia, da Universidade do Estado de Washington.
mas, por serem bastante O valor conseguido neste ano é muito superior ao
intrincados e vastos, acredita- dos anos anteriores, que não ultrapassaram os US$
fotos: divulgacão

se que “penetras” podem se 2,5 milhões. O lote mais caro arrematado foi uma
infiltrar à noite. E, segundo viagem exclusiva para a Itália com visita às
a polícia francesa, foi usando vinícolas de Antinori, que foi vendido
o conhecimento dessa rede que por US$ 100 mil.
ladrões conseguiram levar cerca de 300 garrafas de vinhos de um
apartamento de luxo situado próximo ao Jardim de Luxemburgo. Os
criminosos teriam derrubado uma parede das catacumbas para ter acesso à
adega do apartamento e levado aproximadamente 250 mil euros em vinhos finos.

Rolha de cortiça natural, a preferida


Pesquisa mostra que tampas de rosca ainda estão longe de agradar a todos

Uma pesquisa da consultoria Wine vedante. “Eles acreditam que as tampas de


Intelligence sobre a preferência dos rosca são apropriadas apenas para vinhos de
consumidores quanto ao tipo de baixa qualidade”, afirma James Wainscott,
rolha usado no vinho mostrou que autor da pesquisa. Segundo ele, 61% dos
as rolhas de cortiça natural ainda enófilos de classe média-alta chineses gostam
estão muito à frente das tampas de de comprar vinhos com rolha natural e
rosca. Em mercados como Estados apenas 23% aceitam os screwcaps.
Unidos, China e Alemanha, 60% dos O estudo revelou ainda que os britânicos,
entrevistados afirmaram que este era o por outro lado, têm uma relação tão boa
seu vedante favorito. com a cortiça quanto com a rosca, com
A pesquisa ouviu mil enófilos 41% preferindo a primeira e 40% a segunda.
de todo o mundo e verificou que a E a pesquisa mostrou também que os
China é país onde os consumidores consumidores de todo o mundo não ligam
mais evitam as tampas de rosca. Um muito quando a rolha é sintética: 60% dos
em cada três afirmou que não gosta entrevistados disseram que têm uma atitude
de comprar vinhos com esse tipo de neutra em relação a elas.

16 ADEGA >> Edição 143


MUNDOVINO | EVENTOS DO MUNDO DO VINHO

Como o
preço “engana”
nosso paladar
Estudo mostrou como o cérebro
é ativado quando degustamos vinhos
iguais com preços diferentes
Você se deixa impressionar pelo preço de um
vinho? Quanto mais caro, você aprecia mais?
Se sim, não tenha vergonha, pois um estudo
Maioridade coordenado por pesquisadores da Universidade de
Bonn e a INSEAD Business School mapeou quais
Importadora World Wine completa 18 anos
áreas do cérebro são ativadas quando degustamos
e comemora com vinho de marca própria
vinhos e verificou que atividades em
“Este projeto expressa nosso profundo desejo de ter uma duas regiões são influenciad
marca de vinhos que tenha nossa cara e identificação com pelo valor das garrafas.
nossa história. Esperamos traduzir a trajetória da família e Da pesquisa participaram
resgatar toda experiência da cultura e tradição baresa de uma 15 homens e 15 mulheres
família não muito numerosa”, afirmou Celso La Pastina, ao de cerca de 30 anos, ao
apresentar a marca Terra Rossa, idealizada e desenvolvida quais foram dados 45
pela importadora World Wine, que completou 18 anos euros para gastar. A eles foi
recentemente. São seis novos rótulos, idealizados e concebidos apresentado um mesmo
em projeto que durou um ano e que chegam para representar vinho, mas com três preços
a Puglia, região de origem da família La Pastina. Celso, que diferentes (três, seis e 18
fundou a World Wine em 1999, esteve à frente de todo o euros). “Como esperado, o
projeto, da uva à concepção da marca. vinho mais caro foi mais bem
avaliado que o mais barato. E
importou se os participantes tin
que pagar ou recebiam o vinho de
O vinho que está no seu DNA graça”, afirmou Hilke Plassmann, uma
das autoras do estudo.
Loja on-line de vinhos norte-americana oferece
De acordo com a pesquisa, duas partes do cérebro
rótulos de acordo com as preferências dos seus genes
são ativadas durante os testes. A primeira, o córtex
Ter uma predileção por Cabernet Sauvignon pode estar
pré-frontal medial, que aparentemente levava o preço
no seu DNA. Ao menos é nisso que acredita a empresa
em consideração e influenciava a avaliação do vinho.
Helix, que, em parceria com a loja Vinome, dos Estados
A segunda, o corpo estriado, que operou como um
Unidos, lançou um aplicativo que promete entender os
tipo de “sistema recompensador e motivador, que é
seus gostos de vinho por meio de testes no seu genoma.
ativado mais significativamente com preços mais altos
A ideia é que a empresa possa oferecer rótulos que casam
e aparentemente aumenta a experiência degustativa”,
perfeitamente com o DNA do consumidor.
revelou o professor Bernd Weber, outro dos autores.
A aplicativo se chama Wine Explorer. Ele é grátis, mas
Segundo os cientistas, essas partes do cérebro
o teste de DNA não, e custa US$ 80 – é preciso colher uma
tentam nos “enganar” durante a degustação,
amostra de saliva. Segundo Ronnie Andrews, fundador do
fazendo com que os vinhos que teoricamente
aplicativo, a Vinome já tem mais de 100 clientes cujos perfis
são mais caros pareçam melhores do que os mais
genéticos estão mapeados e para quem a loja tem enviado
baratos, mesmo quando eles são exatamente iguais.
mais de 1,5 mil garrafas de vinho nos últimos meses.

18 ADEGA >> Edição 143


MUNDOVINO | EVENTOS DO MUNDO DO VINHO

Uma taça e fim do

fotos: divulgacão
loqueio criativo
a pesquisa austríaca diz que o vinho
e ajudar a liberar a criatividade
mas taças de vinho podem ajudar a desinibir
pessoa, mas também podem livrar um
tor de um tão temido “bloqueio criativo”. Ao
os é o que afirma um estudo da Universidade
Graz, na Áustria, publicado pelo Dr. Mathias
edek.
O médico examinou os efeitos da “intoxicação
erada por álcool” na cognição criativa
em 89 participantes. Eles precisavam resolver
tarefas que necessitavam de criatividade e um
Jogos não tão vorazes grupo devia consumir álcool em quantidade
moderada enquanto o outro ficou sóbrio. Os
Jennifer Lawrence lança competição de caridade e que consumiram bebidas provaram acertar mais
oferece piquenique com vinho rapidamente as tarefas dadas. Dessa forma, o
Quer passar um dia na companhia de uma das atrizes estudo descobriu que o consumo de álcool leva a
mais aclamadas de Hollywood fazendo um piquenique e um “controle cognitivo” limitado. E é o controle
bebendo um bom vinho na Califórnia? Pois é o Jennifer cognitivo que, muitas vezes, pode
Lawrence está oferecendo aos seus fãs em uma competição ser um obstáculo na reso
beneficente para ajudar a instituição Represent.Us – que de tarefas criativas.
pretende lutar contra a corrupção na política norte- “O álcool pode
americana. particularmente
Em um vídeo promocional, a atriz de “Jogos Vorazes”, desempenhar um papel
“O Lado Bom da Vida”, “X-Men” etc, aparece convocando na mitigação dos
os fãs para passar um tempo divertido com ela. O vencedor efeitos de fixação.
poderá convidar um amigo para uma degustação de vinho Na resolução criativa
com ela na Califórnia. “Você quer acabar com a corrupção de problemas, os
política nos Estados Unidos e beber muitos vinhos?”, ela problemas podem
propõe. “Vamos sair, beber vinho, falar de política, beber ser resolvidos apenas
vinho novamente, talvez nós liguemos para o seu ex, talvez após a reestruturação da
nós liguemos para o meu ex, que sabe? A questão é que nos representação do proble
divertiremos”, afirma. Quando as tentativas de
No vídeo ela ainda tenta provar que entende de vinho solução inicial começam
e se propõe um quiz para tentar adivinhar se um texto trilha errada, isso pode c
pertence a uma resenha de vinho ou uma resenha de bloqueios para a resoluç
filme. Para cada US$ 10 doados, o participante ganha 100 imediata de problemas,
números. Há outros mimos, como camisetas e marcadores conhecido como fixação
de taças que podem ser adquiridos, e ainda um roteiro O álcool pode reduzir os
autografado por Jennifer do filme que lhe rendeu um Oscar da fixação afrouxando o
de melhor atriz, “O Lado Bom da Vida”. de atenção”, afirmou
Benedek.

20 ADEGA >> Edição 143


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z Balneário Camboriú/SC: (47) 3360-0206 z Belém/PA (91) 3241-3216 z Belo Horizonte/MG: (31) 3287-3618
z Blumenau/SC: (47) 3326-0111 z Brasília/DF: (61) 3274-4472 z Brusque/SC: (47) 3351 7972
z Campinas/SP: (19) 3295-1994 z Campo Grande/MS: 67 3383-3207/ 3383-1633 z Cuiabá/MT: (65) 3023-4916
z Curitiba/PR: (41) 3039-2333 z Florianópolis/SC: 48 3223 5565 z Jaraguá do Sul/SC: (47) 3370-0220 ĶķŮ
z Joinville/SC: (47) 3434-4466 z Londrina/PR: (43) 3024-0010 z Marília/SP: (14) 3453-5679

z Piracicaba/SP: (19) 3402-8462 z Porto Alegre/RS: (51) 3508-7968 z Rio Preto/SP (17) 3234 3358
z Santos/SP: (13) 2104-7555 z São Bento SuL/SC: (47) 3633-6290 z São Paulo/SP: (11) 3702-2020

www.decanter.com.br A verdade do vinho.


MUNDOVINO | EVENTOS DO MUNDO DO VINHO

Direto da enoteca
fotos: Francio de Holanda
Importadora Decanter comemora
20 anos de história Acima, Adolar
Hermann com
Blumenau é cidade improvável para abrir uma alguns dos
principais
importadora de vinhos. Fundada por imigrantes alemães, produtores
ela é mais conhecida pela Oktoberfest, o segundo maior do portfólio
do Decanter.
evento no mundo dedicado à celebração da cerveja. À esquerda,
Mas foi lá que, há 20 anos, Adolar Hermann fundou a a família
Hermann
Decanter, hoje uma das maiores e mais conceituadas
importadoras brasileiras de vinhos de qualidade.
A escolha se explica. Ele próprio descendente de uma
família pobre de imigrantes alemães, como o próprio
sobrenome já revela. Hermann chegou à cidade aos 16
representa aproximadamente 200 produtores e importa 1200
anos, vindo da pequena (até no nome) Guaramirim, em
rótulos. Além da própria Luigi Bosca, desde sempre o nº1 em
busca sobretudo de trabalho. Conseguiu emprego como
vendas, a relação abriga nomes de peso como o italiano Pio
office boy em uma indústria têxtil local e começou a estudar
Cesare, o chileno De Martino, o português Domingos Alves
Contabilidade à noite. Com o tempo, tornou-se diretor
de Sousa e o francês Alain Brumont, para citar apenas alguns.
da empresa, na qual trabalhou por quase 40 anos. Viagens
Fiel às origens, trouxe vinhos representativos de diferentes
internacionais tornaram-se parte de sua rotina, assim como
regiões vinícolas da Alemanha; e de países menos conhecidos
o gosto pelo vinho. A tal ponto que passou a visitar vinícolas,
como Grécia, Eslovênia e Croácia. E foi pioneira em importar
frequentar cursos sobre a bebida em Paris e até participou de
os chamados vinhos “laranja”, hoje tão em moda. Nos últimos
uma colheita na Alsácia, terra natal de parte de seus ancestrais.
anos, Hermann comprou participação importante numa
A transformação do hobby em atividade profissional foi
vinícola catarinense, a Quinta da Neve, e, não contente
fruto de uma irônica coincidência. A crise que abalou a
com isso, abriu uma com seu próprio sobrenome, no Rio
indústria têxtil brasileira, com a abertura das importações no
Grande do Sul, que produz tanto uma linha de conceituados
governo Collor, levou-o à aposentadoria com apenas 57 anos.
espumantes como vinhos tranquilos, com a assessoria do
Mas essa mesma abertura deu forte impulso à importação
conhecido enólogo português Anselmo Mendes.
de vinhos, até então nas mãos de poucas empresas no Brasil.
Escudado na experiência e na velha máxima de que “o
Juntando paixão e visão empresarial, Hermann vislumbrou
olho do dono engorda o boi”, Adolar continua no comando,
uma oportunidade. Começou com uma pequena enoteca
só que agora com a ajuda de seus três filhos: Edson, o
em Blumenau, onde vive até hoje, e 200 caixas de vinhos da
equivalente a um CEO, é seu braço-direito; Heloisa, cuida
então pouco conhecida argentina Luigi Bosca.
do marketing; e Mara dirige a enoteca em Blumenau, onde
Passados 20 anos, celebrados em agosto, a Decanter
tudo começou.

22 ADEGA >> Edição 143


MUNDOVINO | EVENTOS DO MUNDO DO VINHO

Exportações crescem
Venda de vinhos brasileiros no exterior aumentou no primeiro semestre de 2017 PRINCIPAIS
DESTINOS DAS
De acordo com o projeto Wines of um percentual pequeno da produção EXPORTAÇÕES
BRASILEIRA
Brasil, o primeiro semestre de 2017 nacional, pois mostram a maturidade do DE VINHOS E
registrou desempenho positivo de 37% setor e, principalmente, a qualidade de ESPUMANTES:
em volume e 24% em valor nas vendas nossos produtos. Estamos exportando 1º Paraguai
de vinhos e espumantes brasileiros para para países bastante concorridos no
o mercado externo, na comparação com mercado internacional, que recebem 2º Estados Unidos
o mesmo período do ano anterior. No vinhos do mundo todo e estamos, aos 3º Japão
total, foram exportados 1,14 milhão de poucos, ampliando nosso espaço”,
4º China
litros, contabilizando US$ 2,74 milhões. comemora o presidente do Ibravin,
Os espumantes se destacaram, Dirceu Scottá. A partir de agosto, 5º Reino Unido
representando cerca de 18% do 10 novas vinícolas passaram por 6º Cuba
faturamento total das exportações, a qualificação para atuar no mercado
categoria obteve um incremento de 84% internacional, somando 40 empresas 7º Chile
no valor comercializado. integrantes do Wines of Brasil. Ao todo, 8º Angola
“São números a serem as vinícolas brasileiras exportam para 31
9º Uruguai
comemorados, mesmo representando países do planeta.
10º Bolívia

11º Suriname
EXPORTAÇÕES BRASILEIRA DE VINHOS
12º Suíça
2016 2017 %2017/2016
13º Bélgica
Volume Valor Volume Valor Volume Valor
Vinhos 765.864 1.947.472 1.055.249 2.255.359,00 37,80% 15,80% 14º França
Espumantes 69.651 265.571,00 88.601 488.779,00 27,20% 84%
15º Alemanha
Total 835.515 2.213.043,00 1.143.850 2.744.138,00 36,90% 24%

24 ADEGA >> Edição 143


Os Rieslings do Rheingau são venerados pelos conhece-
dores de vinhos. A vinícola Baron Knyphausen representa
a essência da região, com rótulos de todas as gamas, todos
produzidos sem agrotóxicos.

2011 Erbacher
Steinmorgen Riesling
Premier Cru

2013 BaronK Riesling


Kabinett

2012 Erbach Riesling


Kabinett

Avenida Brigadeiro Faria Lima, 1912 - Cj. 4c - Jardim Paulistano - São Paulo/SP
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ESPECIAL | p o r ARNALDO GRIZZO

EXPERIÊNCIA
ÚNICAInternational Tasting 2017 reúne quatro grandes
produtores que trarão alguns dos seus principais
ícones para serem degustados
á virou tradição. O International Tasting, pro-
movido pela revista ADEGA, chega à sua terceira
edição com uma enorme expectativa e não é para
menos se pensarmos no sucesso dos dois eventos
anteriores. Desta vez, a prova ocorrerá no sábado,
dia 28 de outubro, no Hotel Unique, em São Pau-
lo, e reunirá quatro grandes produtores que apresen-
tarão verticais de alguns de seus principais rótulos.
Os produtores selecionados são Almaviva, Taylor’s,
Quinta da Boavista e Château de Beaucastel. Unimos
assim um dos maiores nomes (talvez o maior) do vinho
na América do Sul, um dos mais tradicionais produto-
res de Vinho do Porto, uma das vinícolas portuguesas
mais aclamadas dos últimos tempos e um dos principais
nomes da célebre denominação Châteauneuf-du-Pape.
Todos eles estarão representados por quem pode
falar com propriedade de cada vinho que será servido:
Michel Friou, enólogo da Almaviva, Fernando Seixas,
diretor da Taylor’s, Tony Smith, sócio da Quinta da
Boavista, e François Perrin, proprietário do Château
de Beaucastel. Cada um deles apresentará uma vertical

26 ADEGA >> Edição 143


Edição 143 >> ADEGA 27
Neste ano, as
degustações serão
concentradas em um
único dia e, como
de alguns de seus rótulos icônicos para uma plateia História
sempre, trarão vinhos com vagas limitadas. Ou seja, uma oportunidade A primeira edição do International Tasting ocor-
icônicos apresentados única para provar vinhos excepcionais ao lado de reu em 2015 em comemoração aos 10 anos da
por seus produtores
quem os produziu, podendo tirar dúvidas e ouvir revista ADEGA. Na ocasião, os participantes
comentários francos sobre cada vinho degustado. degustaram verticais de Don Melchor, Quinta
Aliás, este é um dos diferenciais do International do Crasto Touriga Nacional, Stag’s Leap Wine
Tasting. Cellars S.L.V. e Château Valandraud. Devido
“Neste ano, vamos implementar a sugestão ao sucesso da empreitada, que encantou os par-
de alguns participantes e concentrar as quatro ticipantes graças ao modelo de vagas limitadas
degustações no sábado, para que o domingo seja e acesso direto aos representantes das vinícolas,
aproveitado para o turismo por todos que vêm de planejou-se uma nova degustação para o ano se-
fora de São Paulo”, diz Christian Burgos, publi- guinte que foi ainda mais bem sucedida. Ela reu-
sher da revista ADEGA. As degustações são fruto niu verticais Maycas Del Limarí Quebrada Seca
da parceria entre a revista e a Associação Brasilei- Chardonnay, Quinta do Crasto Vinha da Ponte,
ra de Sommeliers de São Paulo (ABS-SP) e terão, Quinta Vale D. Maria, Taylor’s e uma horizontal
novamente, a tutela da experiente sommelière da safra 2011 dos diferentes vinhos do Domaine
Gabriela Monteleone. de La Romanée Conti.

28 ADEGA >> Edição 143


Michel Friou

Almaviva
A vinícola é fruto da parceria entre os Rothschild,
proprietários do Château Mouton Rothschild, e
a tradicional vinícola chilena Concha y Toro. Em
1996, eles começaram uma joint-venture que em
pouco tempo se tornaria emblemática na Amé-
rica do Sul. A junção dessas duas forças em um
local privilegiado de Puente Alto – os chilenos
ofereceram 85 hectares de seu melhor terroir (de
onde eles colhiam, desde 1987, suas melhores
uvas de Cabernet Sauvignon para o rótulo Don
Melchor) – logo criou um vinho singular, cujas
parcelas são vinificadas separadamente e cada
barrica minuciosamente cuidada até o blend fi-
nal (geralmente com Cabernet Sauvignon, Car-
ménère e Cabernet Franc).
Assim Almaviva se tornou o primeiro grande
ícone mundial da vitivinicultura da América do
Sul, sendo o primeiro rótulo chileno a ser comer-
cializado a partir da França, pelo tradicional siste-
ma de négociants de Bordeaux. O nome, Almaviva A vertical de Almaviva será comandada pelo
é baseado no personagem Conde de Almaviva, das seu enólogo, o francês Michel Friou. Para fazer
obras “O Barbeiro de Sevilha” e “As Bodas de Fí- uma surpresa, ele não revela quais safras trará
garo”, de Pierre-Augustin Caron de Beaumarchais para o evento. “Puente Alto está perto da Cor-
e sua inspiração foi ser um ícone do Novo Mundo dilheira dos Andes, num terroir tardio. A colhei-
que desafia as instituições da aristocracia do vinho ta nunca acontece no pico de temperatura e a
europeu. O rótulo ostenta a grafia de Beaumar- maturação é lenta. Não conheço grandes vinhos
chais e símbolos mapuche – povo indígena da par- sem maturação lenta, pois ela permite conservar
te central do Chile que resistiu bravamente ao do- frescor de fruta e boa acidez,” afirmou Friou du-
mínio inca, à colonização espanhola e às guerras rante uma degustação exclusiva que fizemos com
de independência chilena, sobrevivendo até hoje. ele no início do ano.

Edição 143 >> ADEGA 29


Taylor’s A Taylor’s é responsável por duas importantes
A Taylor’s é uma das mais tradicionais casas de inovações na história do Vinho do Porto: o lan-
Vinho do Porto. Tão tradicional que até hoje é çamento do “Chip Dry”, primeiro Porto branco
familiar e uma das poucas que se dedica exclu- seco; e a introdução do estilo LBV (Late Bottled
sivamente à produção de Vinho do Porto atual- Vintage). No entanto, eles também inauguraram
mente. Ela foi fundada em 1692 pelo comercian- a categoria Very Old Port Tawny ao criar sua sé-
te inglês Job Bearsley, mas sua identidade atual rie de Single Harvest Port de 50 anos de edição
deve-se à entrada na sociedade de Joseph Taylor, limitada, uma das mais aclamadas pelos entusias-
John Fladgate e Morgan Yeatman, no início do tas. A degustação será conduzida por Fernando
século XIX. Seixas, que apresentará uma vertical dessa série:
Neste ano, a empresa celebra 325 anos e fez TAYLOR’S 1964 SINGLE HARVEST -
uma comemoração especial. Ela lançou um vi- RP 95 / WS 93 / AD 95
nho que foi transportado em veleiro da cidade
TAYLOR’S 1965 SINGLE HARVEST -
o Porto, em Portugal, até Londres, na Inglater- RP 95 / WS 95
ra – rememorando os primórdios da história do
Vinho do Porto. Em 2017, a empresa também TAYLOR’S 1966 SINGLE HARVEST -
recebeu o “Royal Warrant of Appointment”, uma RP 95 / WS 96 / AD 96
espécie de selo de aprovação como fornecedor de TAYLOR’S 1967 SINGLE HARVEST -
vinhos para a rainha Elizabeth II. RP 95 / WS 98 / AD 98

30 ADEGA >> Edição 143


Jeff Berrouet, Tony
Smith, Jean-Claude
Berrouet, Camilo Lima
e Rui Cunha

Quinta da Boavista
Esta é uma das propriedades mais comentadas em pouco tempo. A Vinha do Ujo (nome dado
do Douro dos últimos anos, graças ao destaque às corujas no Douro) e a Vinha do Oratório. Eles
que conseguiu com seus vinhos em pouco tem- são produzidos com variedades (mais de 25 dife-
po. A Quinta da Boavista é um projeto do em- rentes) vindas de vinhas centenárias de vinhedos
presário brasileiro Marcelo Lima e do jornalista únicos, com produção limitadíssima, de cerca de
inglês Tony Smith que compraram a renomada mil garrafas. A grande diferença entre as parcelas
propriedade em 2013. Oratório e Ujo é a exposição solar, que na primei-
Os 40 hectares da quinta estavam entre as ra é mais intensa. Segundo Berrouet, “Oratório
primeiras terras demarcadas para produção de está mais para Nova York, enquanto Ujo está para
Vinho do Porto pelo Marquês de Pombal. Além Londres”.
disso, ela serviu de residência do famoso cartó- A degustação será conduzida por Tony Smith,
grafo Joseph James Forrester, que criou um dos que trará os seguintes vinhos:
primeiros mapas da região do Douro.
O rápido sucesso do empreendimento não é QUINTA DA BOAVISTA
VINHA DO UJO 2013 - RP 95
por acaso. A enologia está nas mãos do talentoso
enólogo português Rui Cunha e a consultoria é QUINTA DA BOAVISTA VINHA DO UJO 2014
de ninguém menos que Jean-Claude Berrouet,
QUINTA DA BOAVISTA VINHA
o homem que esteve à frente de Pétrus, em Bor- DO ORATÓRIO 2013 - RP 94
deaux, por 44 anos.
Dois vinhos, que serão apresentados no Inter- QUINTA DA BOAVISTA VINHA
national Tasting, conquistaram a crítica mundial DO ORATÓRIO 2014

Edição 143 >> ADEGA 31


Château de Beaucastel
As primeiras menções ao Château de Beaucas- Vale lembrar que, originalmente, Beaucastel foi
tel são de 1549, quando Pierre de Beaucastel comprado pelo bisavô dos irmãos Jean-Pierre e
comprou uma propriedade em Coudolet. Não à François Perrin para cultivar oliveiras.
toa, hoje ele é um dos nomes mais tradicionais Desde 1989, Jean-Pierre e François decidiram
do Rhône. Mais ainda de uma das mais célebres criar um vinho especial – produzido apenas em
denominações do vale, Châteauneuf-du-Pape – anos excepcionais –, o Hommage à Jacques Per-
cujo nome se deve ao papado de Avignon em rin, que literalmente significa uma homenagem
1309, um dos cismas da Igreja Católica. ao pai deles, que faleceu em 1978. Um dado inte-
Châteauneuf-du-Pape autoriza que 18 varie- ressante: a família Perrin é responsável pela pro-
dades de uva façam parte do seu blend e Beau- dução dos vinhos do Château Miraval, proprie-
castel é um dos produtores que faz questão de dade de Angelina Jolie e Brad Pitt em Provence.
utilizar as 13 variedades “originais”. Diferen- Quem selecionou pessoalmente e fará a apre-
temente de outros produtores locais, o vinho sentação dos vinhos degustados será o simpático
de Beaucastel não tem base na Grenache, mas François, que costuma se arriscar no português já
apoia-se principalmente na Mourvèdre. Des- que é casado com uma brasileira. Em 2014, ele
de 1950, a propriedades têm cultivo orgânico e o irmão foram considerados “Homens do Ano”
e, desde 1974, seguem a filosofia biodinâmica. pela revista Decanter, no 30o aniversário da pre-

32 ADEGA >> Edição 143


François Perrin

SERVIÇO
[ Apenas 40 vagas ]

LOCAL
Hotel Unique, São Paulo
PROGRAMAÇÃO
Sábado, 28 de outubro
Das 10h00 às 11h45
Abertura e primeira degustação com Michel Friou, Almaviva

Das 12h00 às 13h45


Tony Smith, Quinta da Boavista

Das 14h00 às 15h00


Almoço

Das 15h30 às 17h45


miação que reconhece anualmente pessoas que
François Perrin, Château de Beaucastel
tiveram contribuição marcante no mundo do vi-
nho. Os vinhos apresentados serão: Das 18h00 às 20h30
Fernando Seixas, Taylor’s Port, e encerramento
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Edição 143 >> ADEGA 33


DROPS | por ARNALDO GRIZZO

Vinho contra
a GRIPE
Estudo aponta que flavonoides presentes no
vinho ajudam a combater infecções gripais

D
e acordo com um artigo publicado por pes-
quisadores da Universidade de Washington,
o consumo de alimentos ricos em flavonoi-
des (metabólitos de plantas que possuem proprie-
dades antioxidantes que podem ser encontrados no
vinho) pode tanto evitar o início da gripe quanto
limitar seus sintomas. Os testes foram feitos apenas
em ratos, mas são promissores o suficiente para que
novos estudos sejam realizados em humanos.
A pesquisa apontou que não é simplesmente
a presença de flavonoides, mas também a reação
dos micróbios no sistema gastrointestinal com
eles que importa. A microbiota dos sistemas di-
gestivos pode regular a capacidade do corpo para
manter um equilíbrio saudável e reagir a lesões
ou infecções bacterianas, dizendo ao corpo quan-
do libertar interferon tipo 1, uma proteína que
pode influenciar a resposta imunológica das cé-
lulas, ativando-as ou desativando-as.
Os pesquisadores se concentraram no Clostri-
dium orbiscindens, que quebra os flavonoides em
um metabólito chamado desaminotyrosina (DAT).
Eles testaram três grupos de ratos: um grupo de
Jean-Bernard Nadeau

controle, um grupo tratado com antibióticos e um


grupo com DAT. A taxa de mortalidade dos que
receberam DAT foi quase 50% maior do que o gru-
po controle. Surpreendentemente, o grupo tratado
com um antibiótico teve a pior taxa de mortalidade
de todos. Além disso, o grupo com DAT mostrou
muito menos danos nos pulmões. No entanto, CONTRA DIABETES TAMBÉM
quando os ratos foram tratados com DAT após se- Um estudo liderado por Janne Tolstrup, da Universidade do
Sul da Dinamarca, acompanhou mais de 70 mil pessoas
rem infectados com a gripe, eles desenvolveram em cinco anos e verificou que os que tiveram menor risco
sintomas e danos pulmonares muito piores do que de desenvolver diabetes pertenciam ao grupo de bebedores
aqueles que não foram tratados com DAT. moderados. Segundo a pesquisa, não é apenas a quantidade
“Nossos estudos mostram que o interferon de bebida consumida durante a semana, mas a frequência
que mostrou-se ainda mais eficaz – quem consume
antes da infecção tem efeito protetor. No entan- moderadamente entre três ou quatro dias da semana teve
to, uma vez que o processo inflamatório ocorre, resultados melhores do que quem tinha frequência menor ou
a regulação positiva da sinalização de interferon maior. O estudo mostrou ainda que os melhores resultados
foram encontrados entre os bebedores de vinho.
pode ser prejudicial”, disse o autor principal da
pesquisa, o Dr. Ashley Steed.

34 ADEGA >> Edição 143


LOUCOS POR VINHO

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36 ADEGA >> Edição 143


O caminho
do EXPERT
Dicas de degustação e outros macetes
para quem quer sair do básico

H
á quem tenha um ótimo paladar.
Há quem tenha um olfato ma-
ravilhoso. Há quem tenha uma
excelente memória. Há quem
estude dedicadamente. Para sair
do básico e se tornar um bom entendedor/apre-
ciador de vinhos, talvez essa última característica
seja mais relevante do que as outras, mas, no fun-
do, todas são importantes, pois o vinho envolve
aromas e sabores, e as lembranças que isso nos
traz. Saber unir tudo isso a um conhecimento
prévio faz com que você possa se tornar um ex-
pert no assunto.
Sendo assim, resolvemos montar aqui um
pequeno guia de dicas para quem já possui um
bom gosto por vinhos, mas quer ir além, quer se
sentir cada vez mais seguro na hora de escolher
um rótulo, saber avaliar e comentar sobre ele e
até mesmo sugerir alguma harmonização. Elen-
camos então alguns macetes que acreditamos
serem importantes entre diversos que também
podem e devem ser usados por quem quer ir um
passo além no universo do vinho.
Jason Tinacci

Conheça os clássicos
Se você quiser mesmo começar a
compreender o que diferencia os vinhos
Prove muito, mas não a esmo bons dos vinhos grandiosos, não basta
Uma das dicas que sempre aparecem apenas ficar provando diferentes rótulos
em guias de vinho para educar o comerciais e esperar que um deles
paladar de um enófilo é que ele prove um dia se torne um clássico. Clássicos
o máximo de rótulos possíveis para que são clássicos por diversas razões, entre
possa, assim, conseguir criar uma base elas, por virem de vinhedos cujas uvas
de comparação e aprimore o paladar. trazem características únicas e por já te-
No entanto, provar rótulos diferentes a rem conquistado o paladar das pessoas
esmo, sem uma metodologia, pode até há muito tempo. Sendo assim, vale a
ajudar, mas será preciso uma memória pena você ter alguns nomes importan-
de elefante. Então, antes de sair pro- tes na sua adega ou então participar Compreenda o
vando o que aparecer na frente, tente de degustações em que produtores de varietal, mas vá além
criar algumas sequências lógicas. Passe renome apresentam seus ícones. A Uma das formas de educar o paladar
um tempo, por exemplo, provando questão aqui não é apenas prová-los e é, obviamente, compreender bem as
Cabernet Sauvignon de diversos países, se deslumbrar por estar degustando um principais expressões de uma determi-
produtores e estilos. Dessa forma, será vinho caro, mas tentar compreender a nada variedade de uva. É importante
muito mais fácil você conseguir iden- essência do que está na taça. Os clás- entender como ela se comporta em
tificar as características centrais dessa sicos costumam ser imponentes, mas diferentes estilos para que você possa
variedade (sua essência), pois mesmo equilibrados, presentes, mas elegantes, reconhecer os pontos em comum. Mas
que os estilos variem, você sempre per- ou seja, é preciso compreender essa não basta entender os varietais, pois o
ceberá alguns pontos de convergência. harmonia para ter como base de com- mundo do vinho não se resume a isso.
Dessa forma, além de gravar esses pon- paração para suas degustações. Aliás, varietais 100% puros são bastante
tos, você também passará a entender raros. Em alguns países e regiões, um
o que pode ter levado à determinada varietal pode receber uma porcentagem
variação (aromática ou de paladar) que de outras uvas e ainda assim o rótulo
você encontrará em um rótulo futuro poderá levar um nome só. Ou seja,
da mesma variedade. deve-se compreender os blends. Prove-
-os. Compare-os. Tente descobrir quais
as uvas predominantes e veja se conse-
gue reconhecê-las pelo que já aprendeu
degustando seus varietais. Isso fará com
Jean-Louis Bernuy

que você amplie seu leque de maneira


considerável.

38 ADEGA >> Edição 143


Os processos
Genericamente, o processo de produ-
ção de vinhos obedece um padrão tradi-
cional conhecido há milênios. Todavia, O carvalho e seus tipos
há variações e, com o tempo, houve Há quem se preocupe demasiadamen-
o surgimento de novas tecnologias e te com a influência do estágio em
Conheça a safra técnicas. E algumas dessas pequenas madeira no vinho e viva questionando
Para ir além dos rótulos comerciais (que diferenças causam efeitos importantes quanto tempo um determinado vinho
na maioria das vezes devem ser con- em aromas, sabores e até estrutura passou em barrica. A razão por trás
sumidos jovens), é preciso estar atento do vinho. A maceração carbônica, a disso é a grande influência que esse
a um detalhe que muitas vezes passa fermentação em recipientes especiais, o estágio geralmente produz no vinho.
batido pela maioria dos enófilos, a safra. estágio em barricas etc., tudo isso gera Contudo, não é preciso sobrevalori-
Na verdade, mesmo ao provar vinhos um efeito. Mas mesmo processos mais zar esse aspecto, pois a essência dos
mais simples, é preciso ter um pouco comuns, como fermentação malolática, grandes vinhos não está na madeira,
de atenção, pois safras mais antigas ou os métodos tradicional ou Charmat mas nas uvas. Ainda assim, é interes-
podem significar um vinho encalhado para os espumantes, também influen- sante entender os diversos aportes que
que já está passado na prateleira de um ciam decisivamente – isso sem chegar os diferentes tipos de carvalho podem
supermercado, por exemplo. Mas a sa- ao extremo de falar de técnicas de culti- dar ao vinho. Sim, há, genericamente,
fra não vai indicar somente a possibili- vo da vinha. Sendo assim, é interessante dois tipos fundamentais, o carvalho
dade ou não de um rótulo já ter passado conhecer esses processos não apenas dito americano e o dito europeu que,
o seu auge, conhecer as safras – prin- teoricamente, mas seus resultados também genericamente, oferecem
cipalmente dos grandes vinhos – vai na prática, ou seja, na garrafa. Prove características distintas aos vinhos. O
dar pistas sobre as nuances de aroma e vinhos diferentes que passaram por “carvalho americano” é reconhecido
paladar que podem ser encontradas em processos semelhantes e veja os pontos por seu caráter aromático, pois costu-
uma garrafa. Um ano quente ou frio, em comum. ma agregar notas de baunilha, coco,
ou chuvoso, deixará sua marca. Conhe- manteiga e outros aromas adocicados
cer as safras certamente melhorará suas ao vinho. Já os diferentes tipos de “car-
escolhas na hora de comprar um vinho. valho europeu” tendem a dar aportes
mais sutis e com foco mais nas especia-
rias e nem tanto nos tons adocicados
– que também estão lá. Vale lembrar
ainda que não apenas o tipo de madei-
ra influencia, mas a tosta, o tempo de
estágio, a quantidade de vezes em que
Serge Chapuis

a barrica foi usada anteriormente etc.

Edição 143 >> ADEGA 39


Atenção aos possíveis defeitos
Não gostar de um vinho não significa
que ele esteja defeituoso. Mas é preciso
reconhecer defeitos para não julgar mal
um vinho que, na verdade, está estragado.
Alguns defeitos comuns são TCA ou bou-
chonné, Brettanomyces, oxidação, acidez
volátil, cozimento e redução, por exem-
plo. Para entender esses defeitos, também
é preciso um pouco treino, deparar-se
com eles e identificá-los. Muitos dos pro-
blemas são perceptíveis pelos aromas. Um
vinho bouchonné, por exemplo, vai ter
notas de mofo. Um vinho “Brett” pode
ter fortes aromas de estábulo. Um vinho
oxidado ou acetato (acidez volátil) prova-
velmente apresentará notas avinagradas. Vocabulário
Um vinho dito reduzido pode apresentar Uma das formas de se inserir mais
aromas sulfurosos. Um vinho dito cozido rapidamente no mundo do vinho é
(exposto à altas temperaturas) não terá compreender o seu vocabulário. Mais
Bernd Lauter

notas frescas no nariz e estará cansado na especificamente o vocabulário usado


boca. Então, é preciso reconhecer esses para descrever os vinhos. Frutas verme-
possíveis defeitos, mas não ficar focado lhas, floral, especiarias, nozes, encorpa-
Acidez, estrutura e neles, achando que todo vinho pode estar do, cremoso, mineral, herbáceo, tensão,
persistência, antes da potência com algum problema, pois, em alguns ca- cheio, estruturado, etc. São diversas as
Já foi a época em que o que importava sos, toques sutis de alguns aromas menos expressões empregadas pelos críticos
na avaliação de um vinho era a sua comuns não são considerados defeitos, para tentar descrever um vinho. Em
potência, ou seja, uma combinação de mas notas de complexidade do vinho. um primeiro momento, alguns vocá-
álcool, taninos, cor e aromas arreba- bulos podem parecer estranhos, mas,
tadores. No entanto, ser potente não tão logo começamos a degustar mais e
necessariamente significa ser um gran- mais, os termos passam a fazer sentido e
de vinho. Hoje valoriza-se bem mais o você entenderá que tensão está rela-
equilíbrio e a elegância. Portanto, antes cionada à acidez, encorpado remete ao
de buscar pelos taninos (adstringência), volume e peso de boca, etc.
concentre-se na acidez (que você sente
nas laterais da língua). É a combinação
entre a acidez, taninos e álcool que
importa. Aqui a acidez terá um papel
preponderante, que terá frescor ao
Jason Tinacci

vinho. Para avaliar os taninos também


é preciso ir além da sua potência e
focar-se na estrutura – que às vezes é
chamada de granulação. Por fim, é
preciso avaliar a persistência em boca,
o tempo que aqueles sabores permane-
cem no paladar. Essa conjunção gera
um grande vinho.

40 ADEGA >> Edição 143


Do genérico para o específico
Talvez nas primeiras provas você não Entenda as resenhas
será capaz de dizer que um vinho tem como um guia
aroma que lembra tamarindo, porém, Para entender um vinho, uma boa dica é
com o tempo, é provável que sim. Ao procurar as resenhas feitas sobre ele. Não é
degustar um vinho, em um primeiro preciso tomar o que está escrito nas resenhas
momento, não devemos nos preocu- como lei, mas como um guia, um norte.
par em encontrar aromas ou sabores Veja como os críticos descrevem esse vinho
específicos. Pense, primeiramente, em e, ao prová-lo, tente encontrar essas refe-
algo genérico. Frutas vermelhas, por rências. Se não encontrar todas, não tem
exemplo. Consegue identificar alguma problema. Você saberá que está se tornando
em particular? Ótimo. Não? Não tem um expert não quando encontrar o que os
problema. Veja o que mais consegue críticos descrevem, mas quando encontrar
identificar, como ervas, especiarias sutilezas que eles não apontaram.
ou então tons adocicados. Mesmo
que você não seja capaz de identificá- Harmonização
-los minuciosamente da primeira vez, A parceria entre vinho e comida é tema
provavelmente nas próximas eles já vão recorrente na vida de um enófilo. E
remeter a lembranças olfativas e gustati- muitas vezes isso se mostra um grande
vas e será mais fácil descrevê-los. desafio. Por isso, é interessante estudar
um pouco as possíveis interações entre
vinho e comida para sempre sugerir
algo pertinente. Uma das coisas a ser
sempre levada em conta em harmoni-
zações é, por exemplo, o fator acidez.
Jason Tinacci

Vinhos mais frescos e ácidos tendem


a ter um leque de combinações mais
amplo com comida. Porém, para criar
uma boa combinação é preciso avaliar
Ouça o sommelier tanto as características principais do
Uma das mais famosas críticas de vinho do vinho quanto do prato e pensar tanto
mundo, a inglesa Jancis Robinson afirmou em congruência de elementos quanto
que ela sempre (ou quase sempre) pede em contraposição – em alguns casos,
a indicação do sommelier em um restau- opostos fazem uma boa parceria, como
rante. E ela diz não fazer isso por mero res- queijos salgados e vinhos doces, por
peito ao trabalho do profissional, mas por exemplo.
acreditar que o conhecimento dele sobre
a carta do estabelecimento é maior do que
o dela. O sommelier vai saber indicar algo
para o seu paladar e também que possa
harmonizar com o prato solicitado. Sendo
assim, peça uma dica para o sommelier e
“abuse” do conhecimento dele. Um bom
profissional lhe dará dicas valiosas.
42 ADEGA >> Edição 143
LISTA | p o r ARNALDO GRIZZO E EDUARDO MILAN

As diversas faces
da MADEIRA Confira 10 estilos de vinho que usam a madeira
de diferentes formas

S
e até pouco tempo atrás a madeira (ou da elaboração dependendo do estilo que o pro-
melhor, o uso de barricas de carvalho) dutor quer dar ao vinho.
era vista como um dos trunfos para se Deve-se pensar na madeira como uma fer-
ter um grande vinho, atualmente seu ramenta. Há quem use o estágio em carvalho
papel já é visto com mais cautela por para “suavizar” o vinho, outros para incorporar
enólogos. No entanto, ninguém discute que o aromas, sabores e outras características, outros
uso do carvalho na produção tem sua finalidade para oxidá-lo de forma controlada, outros ainda
e, quando bem utilizado, traz ótimos resultados. apenas para guardar a bebida por longo tempo.
O preconceito que alguns hoje apresentam E para cada uma dessas intenções, usa-se um tipo
em relação à madeira deve-se muito ao exagero diferente de madeira, seja de origens diferentes,
da “época de ouro de Parker”, quando muitos seja de tostados diferentes, seja de barricas de di-
produtores, na ânsia de agradar os críticos (não ferentes tamanhos etc. Os que querem fazer com
somente Robert Parker), acabaram pesando a que o vinho obtenha mais aporte de seu estágio
mão na madeira. No entanto, antes mesmo de em madeira costumam usar barricas novas e pe-
o famoso crítico norte-americano se tornar uma quenas de carvalho mais poroso, por exemplo. Já
referência, muitos vinhos já estagiavam longos quem pretende apenas dar notas mais delicadas
períodos em carvalho. Basta lembrar de clássi- tende a optar por barricas maiores e/ou usadas.
cos como os bordaleses, os Brunello di Montal- Os barris podem ser usados tanto na fermentação
cino, os vinhos Reserva de Rioja e Ribera del alcoólica, quanto na malolática, ou no envelheci-
Duero, entre outros. Em diversas denominações mento e, em cada etapa, a madeira pode aportar
de origem, o estágio mínimo em carvalho é re- características distintas ao vinho.
gulamentado e, em algumas, as leis apontam até Sendo assim, para quem gosta das diferen-
mesmo o tipo de madeira a ser usada. No entan- tes notas que o uso do carvalho pode dar a um
to, o uso da madeira não está restrito ao amadu- vinho, ADEGA selecionou 10 estilos em que a
recimento de um vinho e ao aporte de aromas utilização da madeira é tradicional e configura
terciários (que podem vir do envelhecimento uma das principais características para a forma-
em madeira). Ela pode aparecer em outras fases ção da bebida.

44 ADEGA >> Edição 143


1 Vinho do Porto
São vários os estilos de Vinho do Porto e todos eles pas-
sam por estágios importantes em madeira – na maioria
dos casos, em cascos ou pipas (recipientes grandes, geralmente
de mais de 600 litros). Os de estilo Tawny, por exemplo, podem
2 Ribera del Duero
Em algumas denominações de origem espanholas, o
envelhecimento em barricas de carvalho é comple-
tamente regulamentado. Uma delas é em Ribera del Duero.
Lá, até a classificação dos vinhos é determinada pelo tempo
passar décadas envelhecendo e, com isso, além de ganhar notas de passagem por madeira. Começa-se então do Joven (menos
da madeira, eles também oxidam com o passar do tempo (perde- de 12 meses em barricas), passando para o Crianza (mínimo
-se, em média, 2% do volume da bebida por ano), perdendo cor, de um ano em carvalho), depois para o Reserva (também
tornando-se âmbar, daí o nome Tawny. É essa combinação entre estágio mínimo de 12 meses, mas mais prolongado no geral
a oxidação controlada e os aportes da madeira que dão a eles as entre barrica e garrafa), até chegar ao Gran Reserva (com mí-
características tão apreciadas, como aromas de frutos secos e em nimo de dois anos em carvalho). Os grandes vinhos de Ribera
compota, notas medicinais e de cascas de cítricos, entre outras. são famosos por sua potência, estrutura, tanto em boca quanto
Já os Vintage, por sua vez, não podem passar mais de dois anos e no olfato, muito graças à madeira, que além de aportar notas
meio estagiando em cascos, quando são prontamente engarrafa- tostadas, de tabaco e de especiarias, permite que os taninos se-
dos para que daí sim possam ou não envelhecer por décadas em jam polimerizados lentamente, proporcionando vinhos mais
garrafa dependendo do que busca o consumidor. precisos, integrados e de textura mais sedosa.

AD 93 pontos AD 92 pontos
CEREMONY 20 YEARS OLD TAWNY APONTE RESERVA 2006
Vallegre, Douro, Portugal (Adega Alentejana R$ 437). Bodegas Frontaura, Toro, Espanha (Domno R$ 438).
Mostra um estilo mais austero tanto no nariz quanto Foram produzidas só 2.600 garrafas a partir de uvas
na boca, tem aromas complexos de frutos secos, Tempranillo advindas de vinhedos centenários, com
tâmaras, iodo, além de toques florais, especiados e estágio de 18 meses em barricas novas de carvalho
de cascas de frutas cítricas. Porém, o que chama francês. Apresenta aromas de cerejas e ameixas, bem
atenção é sua acidez vibrante e o final longo e como notas florais, tostadas, de chocolate e de tabaco,
profundo, cheio de notas salinas. Diferente dos além de toques balsâmicos, mentolados e de alcaçuz.
demais, mas muito bom mesmo. Álcool 19%. EM Surpreende pela harmonia do conjunto, conseguindo
aliar potência, untuosidade e opulência com ótimo
AD 93 pontos frescor, tudo sustentado por taninos de grãos finos. O
TAYLOR’S QUINTA DE VARGELLAS VINTAGE PORT 2012 final é longo, com traços de mocha e grafite. EM
Taylor’s, Douro, Portugal (Qualimpor R$ 430). Os Vintage
da Quinta de Vargellas sempre se caracterizam por ter AD 92 pontos
um perfil de fruta mais fresca, além de serem menos CASAJÚS VENDIMIA SELECCIONADA 2012
concentrados se comparados ao estilo dos Vintage da Bodega Casajús, Ribera del Duero, Espanha (Grand Cru R$
casa. Isso fica ainda mais evidente num ano mais frio 191). Tinto elaborado a partir de uvas Tempranillo advindas
como o de 2012, em que mostra excelente acidez, muita de vinhas velhas, com estágio de 24 meses em barricas de
mineralidade e intensas notas florais e de ervas frescas. carvalho francês. Complexo, cativante e de boa tipicidade,
Muito elegante e refinado. Álcool 20%. EM apresenta aromas de frutas negras mais frescas seguidos
de notas florais, herbáceas e de especiarias doces, que se confirmam
na boca. Suculento, tem madeira bem integrada, taninos de excelente
textura, gostosa acidez e final longo e persistente, com toques minerais e
de alcaçuz. Surpreende pela elegância do conjunto. EM

46 ADEGA >> Edição 143


30 de setembro, dia do jornaleiro

Aqui, todo dia é dia do jornaleiro


Parabéns, amigos.
Uma homenagem da
3 Barolo
A denominação de origem Barolo diz que o vinho
local, produzido com a casta Nebbiolo, só pode ir
ao mercado após, no mínimo, 38 meses de amadurecimen-
to, sendo que 18 necessariamente em barris de carvalho. Nos
4 Jerez
Os diferentes tipos de Jerez são determinados pelas trans-
formações pelas quais os vinhos passam nas barris. Aliás,
toda a parte do envelhecimento em madeira é determinado e o
sistema é conhecido como solera, em que os barris são colocados
anos 1970 e 1980, houve até controvérsia entre os produtores uns sobre os outros e, de tempos em tempos, um pouco do vinho
locais, que se dividiram entre “tradicionalistas” e “modernis- (mais jovem) dos de cima passa para os de baixo (mais velhos
tas”, sendo que esse último grupo aderiu ao envelhecimento e oxidados). Os estilos Fino, Amontillado e Oloroso são defini-
em barricas de carvalho novas para ajudar a suavizar mais ra- dos de acordo com seus estágios. O primeiro envelhece sob o
pidamente os taninos dos vinhos. Aliás, o aprimoramento das “véu de flor” (camada de leveduras mortas que impedem que
técnicas de vinificação aliado a um maior conhecimento do o vinho oxide), o segundo passa parte de seu estágio sob o véu e
uso da madeira possibilita atualmente que os Barolo consi- parte oxidando e o terceiro é pensado para passar por um estágio
gam ser apreciados quando jovens e também tenham capaci- oxidativo. Cada um desses estilos oferece paletas aromáticas e
dade de envelhecer, o que no século passado era impensável gustativas distintas, todas de muita complexidade, o que talvez
devidos aos taninos marcantes característicos dessa explique o retorno com força do Jerez em seus estilos digamos
nobre cepa. “mais nobres” entre os aficionados, conhecedores e
sommeliers. Sem contar na grande capacidade de
AD 93 pontos harmonização desses vinhos devido sua untuosidade
FRANCO FRANCESCO BAROLO 2010
Franco Francesco, Piemonte, Itália (Vind’Ame R$
e pungente acidez.
339). Tinto produzido exclusivamente a partir de
uvas Nebbiolo advindas de um vinhedo de 35 anos AD 94 pontos
localizado em Castiglione Falletto, com estágio de BODEGAS TRADICIÓN OLOROSO 30 YEARS OLD
três anos em barris de carvalho do leste europeu. Bodegas Tradición, Jerez, Espanha (Viníssimo R$
Apresenta aromas típicos de frutas vermelhas envoltos 500). Branco fortificado seco a partir de uvas Palomino
por notas florais, de tabaco e de especiarias doces, Fino, com envelhecimento certificado de no mínimo
além de toques minerais e de ervas secas. Fresco e 30 anos, sendo que na vinícola a média de idade dos
elegante, num estilo mais clássico e austero, mostra vinhos é de 45 anos. Apresenta linda cor âmbar e
fruta deliciosa e em equilíbrio com uma acidez aromas complexos de frutos secos, características notas
vibrante e ótima textura de taninos, que apesar de oxidativas, minerais, florais, além de toques defumados
marcantes estão muito bem domados. Álcool 14%. e de baunilha. Em boca, é exuberante, estruturado,
EM equilibrado, tem acidez viva e final muito longo e sofisticado,
confirmando o nariz. Elegante e profundo ao extremo. EM
AD 91 pontos
PARUSSO BAROLO 2006 AD 90 pontos
Parusso, Piemonte, Itália (Viníssimo R$ 569). Tinto FERNANDO DE CASTILLA CLASSIC DRY FINO SHERRY
elaborado a partir de uvas Nebbiolo advindas das Fernando de Castilla, Jerez, Espanha (Casa Flora R$ 120).
regiões de Monforte d’Alba e Castiglione Falletto, com estágio de 24 Branco fortificado seco elaborado a partir de Palomino, através
meses em barricas de carvalho. Um pouco fechado ainda no nariz, do sistema de solera. Cheio de complexidade, mostra ótima
mostrando notas de frutas vermelhas envoltas por notas especiadas, acidez, exalando frescor, mineralidade e muita textura. Maçã, massa de
de tabaco e terrosas. Precisa de tempo para mostrar todo seu pão, frutos secos e toques salinos vão surgindo na taça, numa espécie
potencial. EM de desfile de aromas e sabores. Ótimo como aperitivo. EM

48 ADEGA >> Edição 143


#





5 Brunello di Montalcino
Os famosos Brunello di Montalcino só podem ser
lançados no mercado depois de, no mínimo, cinco
anos de sua safra. Nesse período, a denominação de
origem exige que o vinho fique, pelo menos, dois anos em car-
valho e quatro meses em garrafa. Muitos dos grandes produtores
envelhecem seus vinhos por cerca de três anos, geralmente em
6 Chardonnay barricado
Montrachet, Meursault, Corton... Alguns dos bran-
cos mais famosos e caros do mundo são borgonhe-
ses e possuem algumas características em comum:
são feitos de Chardonnay e passam por estágio importante
em barricas. A madeira ajuda a lhes dar os aromas mais ricos,
geralmente notas florais, de camomila, de manteiga e de es-
carvalho da Eslavônia (região da Croácia), seguindo uma tradi- peciarias doces, entre outras, além de aportar mais volume
ção criada por Ferruccio Biondi Santi, dito “pai de Brunello”. de boca e maior sensação de cremosidade, a estrutura mais
Assim, como no caso dos Barolo, os Brunello atualmente podem encorpada, que são suas características tão apreciadas. Obvia-
ser apreciados tanto jovens como envelhecidos, devido o avanço mente que esse estilo de Chardonnay barricado se espalhou
nas técnicas de vinificação e também na maior compreensão do pelo mundo, com grandes exemplares em todos os cantos do
uso dos diversos tamanhos de recipientes de carvalho, tendo pro- planeta, desde os excelentes Chardonnay do Piemonte até os
dutores somente usando barricas francesas em sua elaboração, exemplares famosos da Califórnia.
outros fazendo um mix e os mais “tradicionais” respeitando as
técnicas originais de produção, utilizando somente botti. AD 93 pontos
DOMAINE LEFLAIVE MÂCON-VERZÉ 2012
AD 93 pontos Domaine Leflaive, Borgonha, França (Clarets R$
ARGIANO BRUNELLO DI MONTALCINO 2011
395). Entre os melhores produtores de brancos
Argiano, Toscana, Itália (Portus R$ 700). Tinto do mundo, o Domaine Leflaive elabora este
elaborado exclusivamente a partir de Sangiovese, vinho exclusivamente a partir de Chardonnay,
com estágio de 24 meses em barricas e botti de com fermentação e estágio de 15 meses
carvalho. Mesmo jovem e com muitos anos pela em barricas de carvalho francês. Cativante
frente, mostra-se muito agradável e gostoso de beber e complexo, mostra notas minerais, florais,
agora. Impressiona pela excelente textura de seus de especiarias doces e de frutos secos, que
taninos e pela qualidade da fruta, tudo permeado envolvem as frutas cítricas e tropicais. Untuoso
por acidez refrescante e agradáveis notas terrosas, e cheio de camadas, é super fresco e vibrante,
de couro e de especiarias doces. Seu final é longo e mas também sedoso, revelando um lado
cheio, com toques minerais e de cerejas. Álcool 14%. amanteigado cativante e sedutor. Tem ótima
EM textura e final cheio e profundo, com toques
minerais e de fruta madura. Uma delícia. Álcool
AD 92 pontos 12,5%. EM
TENUTA LA FUGA BRUNELLO DI MONTALCINO 2010
Tenuta di Nozzole, Toscana, Itália (Cantu R$ 528). Tinto AD 92 pontos
MONTERIOLO 2010
elaborado exclusivamente a partir Sangiovese, com
estágio de 36 meses em barris de carvalho. Austero e Coppo, Piemonte, Itália (Mistral US$ 138). Ainda
potente, tem acidez vibrante e taninos marcantes, que muito jovem, consegue unir mineralidade e frutas
trazem sustentação a toda sua exuberância de fruta tropicais, mostrando toques salinos no final. Num
madura, pedindo a companhia de carnes vermelhas estilo mais amanteigado, mas sem comprometer seu
cozidas ou ensopadas. Complexo, mostra aromas de frutas secas frescor. Floral, untuoso, gostoso de beber. Depois de
seguidas de notas especiadas, terrosas e de couro, além de final algum tempo na taça aparecem frutos secos acompanhados de
longo, com toques de alcaçuz. Álcool 15%. EM toques de ervas maceradas. Álcool 13%. EM

50 ADEGA >> Edição 143


Desfrute do maior roadshow de vinhos do Brasil.
As melhores importadoras e produtores, grandes rótulos
de diversos países, gastronomia, cultura e muito boa companhia

02 DE 11 DE 09 DE
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7 Vinho Madeira
Um dos estágios pelos quais o vinho da Ilha da Ma-
deira pode passar chama-se “Canteiro”. Dessa for-
ma, eles são envelhecidos em cascos, normalmente
em locais altos dos armazéns onde as temperaturas são mais
elevadas, por, no mínimo, dois anos. É um envelhecimento
oxidativo que ajuda a desenvolver características de aromas
8 Rioja
Segundo o conselho regulador de Rioja, os vinhos lo-
cais devem ser envelhecidos em barricas de 225 litros.
Assim como em Ribera del Duero, a classificação se-
gue uma ordem de acordo com o tempo de estágio do vinho em
madeira e garrafa. O Joven, por exemplo, passam menos de um
ano em carvalho. Os Crianza e Reserva, passam, no mínimo, um
intensos e complexos. Os Vinhos Madeira tendem a envelhe- ano em barris (o que muda é o tempo total de estágio mínimo
cer por longuíssimos períodos, alguns por séculos. Tanto os antes de serem lançados). E, por fim, os Gran Reserva ficam pelo
exemplares mais secos quanto os mais doces mostram quase menos dois anos em madeira e três em garrafa antes de irem ao
sempre acidez vibrante e muita untuosidade, tornando-os, mercado. A passagem por barricas é tão tradicional na região que
assim como os Jerez, muito versáteis em termos de harmo- o conselho regulador até as conta, dizendo que há 1.266.154 de-
nização. Quem já provou um Madeira de mais de cem anos las atualmente. Quando bem elaborados, tanto brancos, tintos e,
jamais esquece essas características. às vezes, rosados (quem já provou um Tondonia Rosé sabe disso)
são vinhos muito longevos, podendo durar por décadas.
AD 93 pontos
COSSART GORDON MALMSEY SINGLE HARVEST AD 91 pontos
1998 ONOMÁSTICA RESERVA 2004
Cossart Gordon, Ilha da Madeira, Portugal Bodegas Carlos Serres, Rioja, Espanha (La Pastina R$ 278).
(Decanter R$ 483). Branco fortificado doce Tinto composto de uvas 80% Tempranillo, 10% Graciano
produzido exclusivamente a partir de uvas e 10% Mazuelo, com estágio de 24 meses em barricas de
Malvasia unicamente do ano 1998. Exemplo carvalho francês e americano. Apresenta cor vermelho-
perfeito de equilíbrio entre acidez e doçura, já rubi de reflexos violáceos e aromas de frutas vermelhas e
que possui 110 g/l de açúcar residual e não negras mais maduras, bem como notas florais, minerais
se percebe toda essa quantidade ao prová-lo. e de especiarias doces, além de toques tostados, de
Estruturado e untuoso, possui ótimo volume de tabaco e de chocolate. No palato, é frutado, estruturado,
boca, gostosa textura e final longo, profundo e suculento, tem boa acidez, taninos finos e de ótima
delicioso, com toques salinos e de frutos secos. textura e final persistente, lembrando cereja ao licor. EM
Álcool 19%. EM
AD 95 pontos
AD 91 pontos CASTILLO YGAY GRAN RESERVA ESPECIAL 2007
JUSTINO’S MADEIRA 10 ANOS BOAL Marqués de Murrieta, Rioja, Espanha (World Wine R$ 822).
Justino’s, Ilha da Madeira, Portugal (Casa Flora Tinto composto de 86% Tempranillo e 14% Mazuelo com
R$ 220). Branco fortificado meio-doce produzido estágio de 28 meses em barricas de carvalho (americano
exclusivamente a partir de uvas Boal, com o mínimo para o Tempranillo e francês para o Mazuelo) e posterior
de 10 anos de estágio em barris de carvalho. Aqui descanso em garrafa por mais 36 meses. Super sedutor no
se tem um perfil de notas de frutos secos envoltos nariz, mostra couro, camurça e alcaçuz envolvendo os aromas
por notas florais, herbáceas e minerais. No palato, de cerejas e framboesas maduras, depois aparecem notas
tem acidez vibrante, boa textura, tudo num contexto florais, especiadas e minerais. Palato incrivelmente profundo
de equilíbrio entre frescor e doçura, com final longo e elegante, mostrando taninos finíssimos, acidez vibrante e final longo,
e profundo mostrando traços de nozes e de figos com toques de grafite e de chocolate amargo, tudo envolto por muita
secos. Álcool 19%. EM fruta fresca. O perfeito exemplo de equilíbrio. EM

52 ADEGA >> Edição 143


MINISTÉRIO DA CULTURA,
GOVERNO DE MINAS GERAIS,
BRADESCO E CIELO APRESENTAM:

APRESENTADOR

PATROCINADOR FOMENTO APOIADOR CULTURAL E EDUCACIONAL PARCEIRO


PROMOCIONAL

PARCEIRO DE MÍDIA APOIADOR APOIADOR INSTITUCIONAL RÁDIO OFICIAL

COL ABORADOR INCENTIVO REALIZADOR

WWW.FARTURABRASIL.COM.BR
9 Chianti Classico
A tradição de Chianti diz que os vinhos locais são enve-
lhecidos em botti, grandes recipientes de madeira. Os
Chianti Classico Riserva (categoria superior) devem
passar por pelo menos 24 meses de envelhecimento, sendo apenas
três em garrafa. Já a recente classificação Chianti Classico Gran
Selezione prevê período de envelhecimento de 30 meses, com
10 B ordeaux
Falando de aporte de madeira nos vinhos, não
podemos nos esquecer de Bordeaux. Pode-se
dizer que foi graças aos vinhos bordaleses, es-
pecialmente os Grand Cru do Médoc, que algumas técnicas
– desde cultivo até vinificação – espalharam-se pelo mundo.
Com o tempo e a qualidade adquirida pelos seus vinhos, Bor-
também três meses em garrafa. Nos últimos anos, há um esforço deaux consagrou o uso das barricas, seja para fer-
para recolocar a região de Chianti Classico no lugar de onde mentação, seja para estágio. O uso das barricas
nunca deveria ter saído e a criação da categoria Gran Selezione sempre foi tão comum na região que o formato
az parte dessa intenção. Apesar de polêmica no início, vem de 225 litros, por exemplo, é conhecido como
mostrando resultados consideráveis, tendo os melhores exem- barrica bordalesa.
plares da zona qualidade equivalente aos vizinhos e rivais
Brunello. AD 93 pontos
CHÂTEAU LE BON PASTEUR 2011
AD 91 pontos Château Le Bon Pasteur, Bordeaux, França (Clarets R$
CASTELLARE DI CASTELLINA CHIANTI CLASSICO 2012
664). Le Bon Pasteur pertenceu ao reputado consultor
Castellare di Castellina, Toscana, Itália (Vinci US$ 56). Tinto a francês Michel Rolland e sua esposa Dany. Ambos
partir de Sangioveto e Canaiolo, com estágio de sete meses continuam responsáveis pela enologia e elaboram este
em barricas usadas de carvalho francês. Apresenta cor tinto composto de 80% Merlot e 20% Cabernet Franc,
vermelho-rubi brilhante e aromas complexos de com estágio entre 15 e 18 meses em barricas
frutas vermelhas maduras, bem como notas de carvalho francês. Cheio de finesse, impressiona
florais, terrosas, defumadas e de especiarias, além FERMENTADOS pelo equilíbrio do conjunto e pela textura
de toques herbáceos. No palato, é frutado, EM BARRICA finíssima de seus taninos, mostra cassis e
estruturado, tem ótima acidez, taninos finos e Apesar de não ser tão comum ameixas maduras seguidos de toques
final longo e elegante. Cativante e delicado, é hoje, pois perdeu espaço para os especiados, florais e de grafite. EM
sempre muito consistente. EM tanques de aço inoxidável, a fermentação
(alcoólica ou malolática) em barricas de AD 93 pontos
carvalho ainda é utilizada. A fermentação GIROLATE 2005
AD 92 pontos alcoólica em barricas atualmente tende a Château Tour de Mirambeau,
MARCHESE ANTINORI CHIANTI CLASSICO ser mais comum em brancos, especialmente Bordeaux, França (Mistral US$ 349).
de regiões mais frias. Alguns produtores de
RISERVA 2011 Tinto elaborado exclusivamente a partir
Champagne, por exemplo, utilizam a técnica em
Antinori, Toscana, Itália (Winebrands R$ seus espumantes. E, por mais estranho que de Merlot, com fermentação e estágio de
199). Composto de 90% Sangiovese e 10% possa parecer, os vinhos fermentados em 18 meses em barricas novas de carvalho
Cabernet Sauvignon e outras variedades carvalho tendem a apresentar menos francês. Ainda jovem, mostra frutas negras
complementares, com estágio de 14 meses notas de madeira do que os que e vermelhas mais maduras acompanhadas
em barricas de carvalho francês de segundo apenas envelheceram em de notas florais, especiadas, de tabaco, de
e terceiro usos. Ainda jovem, mostra cativantes barricas. ervas secas e de alcaçuz, que se confirmam no
aromas de cerejas maduras e ao licor seguidos de palato. De estilo mais corpulento e untuoso, tem ótima
notas de couro, de tabaco e de especiarias. Gastronômico, acidez e taninos de textura quase granulada, que trazem
impressiona pelo equilíbrio, pela madeira muito bem integrada, sustentação e equilíbrio a toda sua força. O final é muito longo e
pelos taninos de ótima textura e por seu final persistente e elegante, com persistente, com toques de cereja ao licor, chocolate e grafite. Consegue
típicos toques terrosos e de couro. EM aliar potência, volume, finesse e elegância. EM

54 ADEGA >> Edição 143


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VHMDQTM BNL AQ E@BDANNJ BNL6HMD1TM
E@BDANNJ BNL6HMD1TM
GRANDES DEGUSTAÇÕES | p o r ARNALDO GRIZZO E EDUARDO MILAN

A evolução
do GARRAFEIRA Verticais do Private Selection da Herdade do Esporão mostram
como um vinho ícone pode evoluir em todos os sentidos

G
arrafeira é um termo que os produtores portugue-
ses costumavam usar para designar alguns de seus
vinhos mais especiais, a ideia é que ele fosse um
“vinho de garrafeira”, ou seja, o lugar onde eles são
guardados e conservados, a adega, por exemplo.
Com o tempo, o termo passou a integrar a legislação dos vinhos
portugueses que diz:
“Garrafeira”, menção reservada para vinho associada ao ano de
colheita que apresente características organolépticas destacadas e
tenha, no caso do vinho tinto, um envelhecimento mínimo de 30
meses, dos quais pelo menos 12 meses em garrafa de vidro, e, no
caso dos vinho branco ou rosado, um envelhecimento mínimo de
12 meses, dos quais pelo menos 6 meses em garrafa de vidro, deven-
do constar de uma conta-corrente específica.
Atualmente, porém, boa parte dos produtores prefere usar ou-
tros nomes. Em 1987, por exemplo, a Herdade do Esporão lançou
seus primeiros Garrafeira. Na época, eles selecionavam as melhores
barricas do Reserva para compor esse vinho. No entanto, com o
passar dos anos, Esporão compreendeu que não bastava selecionar
as barricas, mas sim as parcelas de vinha. Assim, em 2001 nasceu o
Private Selection, a evolução do Garrafeira.

56 ADEGA >> Edição 143


Edição 143 >> ADEGA 57
Degustação
Para entender melhor como esse vinho evoluiu tanto em di-
versas frentes para chegar ao que é hoje (e também para onde
vai), o enólogo David Baverstock, australiano radicado em Por-
tugal, apresentou uma vertical de 10 safras tanto do rótulo tinto
quanto do branco (este último criação sua) com exclusividade
para ADEGA. Esta foi a primeira e única vez que ele fez uma
vertical com tantas safras de Private Selection fora de Portugal.
Confira a seguir.

VERTICAL DE ESPORÃO
PRIVATE SELECTION BRANCO qualidade”, diz Baverstock. Conjuntamente a
SAFRAS 2005, 2006, 2007, 2008, 2009, 2010, essa maior compreensão do vinhedo, a partir da
2011, 2012, 2013 e 2014 safra 2012 as barricas de 225 foram trocadas por
Apesar de se dizer praticamente português, o enó- barris de 500 litros para fermentar e estagiar os
logo australiano David Baverstock pensou nas vinhos, buscando maior expressão da fruta.
similaridades entre o clima alentejano e de algu- Ao se experimentar as 10 safras deste branco,
mas regiões mais quentes da Austrália para se ins- é evidente o direcionamento para um estilo mais
pirar num branco majoritariamente de Sémillon vertical, privilegiando mais fruta fresca e maior
com pequenas partes de Marsanne e Roussanne precisão nas safras mais recentes. Nesse sentido,
em pleno Alentejo. Segundo ele, que trabalha Baverstock divide em três etapas a produção do
na Herdade do Esporão desde 1992, essa ideia Private Branco. A primeira, de 2001 até 2005, de
foi baseada nos brancos produzidos em Barros- vinhos mais gordos, maduros e mais potentes. A
sa Valley, na Austrália, “mais estruturados e mais segunda, entre 2005 e 2009, uma fase interme-
alcoólicos dos que os vindos de Hunter’s Valley”. diária. E a terceira, de 2010 até o presente mo-
Assim, em 2001 foi lançada a primeira safra do mento, “já com uma visão mais clara do estilo do
Esporão Private Selection Branco. “Desde então, Sémillon alentejano que queríamos”. E resume:
passamos a ter um melhor conhecimento da va- “Creio que na safra 2014 realmente atingimos a
riedade e de como é importante controlar os ren- maturidade em nosso entendimento do que pos-
dimentos no vinhedo se se pretende obter maior sa ser a Sémillon no Alentejo”.

58 ADEGA >> Edição 143


AD 90 pontos (para o Alentejo significa dias quentes e
ESPORÃO PRIVATE SELECTION BRANCO 2005 noites frias). Comparado aos anos anteriores,
Herdade do Esporão, Alentejo, Portugal este 2010 mostra mais precisão tanto nos
(Qualimpor - não disponível). Ano mais fresco, aromas quanto no palato. As frutas cítricas e
no início mostra algo oxidativo, depois foi abrindo tropicais aparecem envoltas por notas florais,
e mostrando camomila, erva cidreira e toques de amanteigadas e de especiarias doces. Longo,
mel, tudo envolto por acidez vibrante. Potente, refinado e com ótima textura. Álcool 14,5%. EM
amanteigado, com ótimo volume e textura. Tem
final cheio, com traços cítricos e tropicais em AD 91 pontos
compota, além de toques de caramelo. Álcool ESPORÃO PRIVATE SELECTION BRANCO 2011
14,5%. EM Herdade do Esporão, Alentejo, Portugal
(Qualimpor - não disponível). Ano clássico (para
AD 90 pontos o Alentejo significa dias quentes e noites frias),
ESPORÃO PRIVATE SELECTION BRANCO 2006 mas com chuva fora de época. Mostra cativantes
Herdade do Esporão, Alentejo, Portugal notas de mel que envolvem os aromas de frutas
(Qualimpor - não disponível). Ano mais quente. cítricas e de caroço maduras. Mais preciso como
Comparado ao 2005, mostra estilo menos gordo o 2010, porém menos potente. Mantém o estilo
e mais refinado, com ótima acidez e textura, cremoso, característico da cepa, com menor
tudo envolto por notas cítricas e defumadas volume de boca quando comparado à safra
aportadas pela madeira. Álcool 13,5%. EM anterior. Álcool 14,5%. EM

AD 93 pontos AD 92 pontos
ESPORÃO PRIVATE SELECTION BRANCO 2007 ESPORÃO PRIVATE SELECTION BRANCO 2012
Herdade do Esporão, Alentejo, Portugal Herdade do Esporão, Alentejo, Portugal (Qualimpor
(Qualimpor - não disponível). Ano clássico (para - não disponível). Um ano mais frio para os padrões
o Alentejo significa dias quentes e noites frias). do Alentejo. É o mais mineral quando comparado
Foi um dos que melhor se mostrou na vertical aos provados anteriormente, mostrando perfil de
de 10 safras deste branco, surpreendendo, fruta mais fresca, acidez vibrante, ótima textura e
inclusive David Baverstock, o enólogo. Tenso, final persistente, com notas florais e amanteigadas.
fresco, vibrante, mantendo o estilo estruturado Álcool 14%. EM
e amanteigado, porém com mais verticalidade.
Final longo, cremoso e persistente, com toques AD 93 pontos
minerais e de camomila. Álcool 14,5%. EM ESPORÃO PRIVATE SELECTION BRANCO 2013
Herdade do Esporão, Alentejo, Portugal
AD 91 pontos (Qualimpor R$ 266). Nesta safra, é ainda mais
ESPORÃO PRIVATE SELECTION BRANCO 2008 clara a expressão que este branco está buscando
Herdade do Esporão, Alentejo, Portugal ano após ano, gradativamente ganhando frescor,
(Qualimpor - não disponível). Ano clássico tensão e texturas, que equilibram seu lado
(para o Alentejo significa dias quentes e noites untuoso e de frutas tropicais, brancas e de caroço
frias). Mantém a acidez, o frescor e o estilo do maduras. Aqui é claramente perceptível que a
2007, porém com mais notas florais e menos madeira passou a ser somente uma coadjuvante,
cremosidade e volume de boca. Álcool 14%. EM trazendo estrutura e complexidade ao conjunto,
praticamente não interferindo nos sabores. Álcool
AD 89 pontos 14%. EM
ESPORÃO PRIVATE SELECTION BRANCO 2009
Herdade do Esporão, Alentejo, Portugal AD 94 pontos
(Qualimpor - não disponível). O ano mais quente ESPORÃO PRIVATE SELECTION BRANCO 2014
se sente nos aromas e sabores de frutas brancas Herdade do Esporão, Alentejo, Portugal (Qualimpor
e de caroço compotadas. Num estilo mais cheio R$ 266). Aqui parece a consumação do que David
quando comparado ao 2008 e também ao 2007. Baverstock entende que possa ser a Sémillon
Mostra final mais cheio que longo, com notas de cultivada no Alentejo. Mostra estilo menos potente e
mel e de cera de abelha. Álcool 14,5%. EM cheio, mas mais tenso, com os nervos e texturas da
cepa dando as caras, mas mostrados com precisão e
AD 92 pontos refinamento. Um vinho compacto, bem nascido, de
ESPORÃO PRIVATE SELECTION BRANCO 2010 final profundo e que se projeta com intensidade na
Herdade do Esporão, Alentejo, Portugal boca. Ainda está jovem e tem tudo para ficar ainda
(Qualimpor - não disponível). Ano clássico melhor nos próximos anos. Álcool 14,5%. EM

Edição 143 >> ADEGA 59


Degustação

O “Garrafeira” do
Esporão começou
como uma seleção
das melhores barricas
VERTICAL DE ESPORÃO cepas usadas no blend. Das safras provadas, entre
e evoluiu para uma PRIVATE SELECTION TINTO 1997 e 2001, possuía Trincadeira, Aragonês e Ca-
“seleção” de parcelas SAFRAS 1997, 1999, 2000, 2001, 2003, 2005, bernet Sauvignon. Em 2003, mudou radicalmen-
2008, 2009, 2011 e 2013 te, sendo elaborado majoritariamente partir de
A primeira safra deste tinto foi elaborada em Alicante Bouschet, com pequena porcentagem
1985, na época era chamado Garrafeira. Até de Aragonês. Já em 2005, incorporou-se Syrah
1997 foi realizado com o conceito de ser a sele- à mescla, mantendo-se assim em 2008, 2009 e
ção dos melhores vinhos Reserva da vinícola. Se- 2011. Em 2014, além de Alicante Bouschet, Ara-
gundo Baverstock, a partir da safra 1999, mudou- gonês e Syrah, foi incorporada Petit Verdot pela
-se esse conceito, passando a ser pensado desde primeira vez.
o vinhedo e a usar somente barricas de carvalho Assim como nos brancos, a degustação compa-
francês, deixando de lado as de carvalho ameri- rativa de dez safras de Private Selection Tinto mos-
cano. Já em 2001, para refletir essas mudanças, o tra um caminho semelhante, ou seja, progressivo
nome foi alterado para Private Selection Garra- em direção a mais frescor, mais precisão e maior
feira Tinto, que foi usado até 2005. Depois disso, respeito à fruta, com a madeira tendo cada vez me-
tirou-se a expressão Garrafeira e o vinho recebeu nor impacto nas safras mais jovens, comprovando
o nome atual de Private Selection Tinto. na taça que as mudanças realizadas neste vinho
Essas mudanças são evidentes também nas nos últimos 20 anos valeram a pena.

60 ADEGA >> Edição 143


AD 91 pontos
ESPORÃO GARRAFEIRA 1997 AD 91 pontos
Herdade do Esporão, Alentejo, Portugal (Qualimpor ESPORÃO PRIVATE SELECTION GARRAFEIRA 2005
- não disponível). Tinto composto de Trincadeira, Herdade do Esporão, Alentejo, Portugal (Qualimpor - não
Aragonês e Cabernet Sauvignon, com 12 meses disponível). Tinto composto de Alicante Bouschet, Aragonês
em barricas de carvalho americano e francês. Vivo, e Syrah, com 18 meses de estágio em barricas de carvalho
intenso e estruturado, com vibrante acidez e ótima francês. Sedutor e cativante, mostra notas florais envolvendo
textura de taninos. Complexo nos aromas, mostra os aromas de ameixas maduras, que se confirmam na boca.
frutas negras envoltas por notas terrosas, defumadas, Tem taninos de ótima textura e final persistente, com toques
florais, de tabaco e de ervas secas. Elegante, de tabaco e de especiarias doces. Álcool 14,5%. EM
gastronômico e em ótima forma para seus 20 anos.
Álcool 14%. EM AD 91 pontos
ESPORÃO PRIVATE SELECTION TINTO 2008
AD 90 pontos Herdade do Esporão, Alentejo, Portugal (Qualimpor - não
ESPORÃO GARRAFEIRA 1999 disponível). Tinto composto majoritariamente por Alicante
Herdade do Esporão, Alentejo, Portugal (Qualimpor Bouschet, Aragonês e Syrah, com estágio de 12 meses em
- não disponível). Tinto composto de Trincadeira, barricas de carvalho e mais 18 meses em garrafa antes
Aragonês e Cabernet Sauvignon, com 12 meses em de ser comercializado. Mostra aromas de ameixas e cassis
barricas de carvalho francês. Tenso, cheio de fruta escoltados por notas florais, tostadas e de especiarias
e de vivacidade, com refrescante acidez e taninos doces, além de toques de chocolate. Estruturado tem acidez
de ótima textura. Segundo David Baverstock, lembra refrescante, taninos finos e final longo e carnudo. Ainda cheio
mais um Dão que um Alentejo. Álcool 14% de vida. Álcool 14,5% EM

AD 91 pontos AD 92 pontos
ESPORÃO GARRAFEIRA 2000 ESPORÃO PRIVATE SELECTION TINTO 2009
Herdade do Esporão, Alentejo, Portugal (Qualimpor Herdade do Esporão, Alentejo, Portugal (Qualimpor - não
- não disponível). Tinto composto de Trincadeira, disponível). Tinto composto majoritariamente por Alicante
Aragonês e Cabernet Sauvignon, com 12 meses Bouschet, Aragonês e Syrah, com estágio de 18 meses em
em barricas de carvalho francês. Mostra cativantes barricas de carvalho e mais 18 meses em garrafa. Semelhante
notas florais, de chocolate e de tabaco envolvendo ao estilo maduro do 2008, porém com mais potência e força.
as frutas negras mais maduras. Cheio de vida, com Estruturado e untuoso, tem taninos firmes e de ótima textura
gostosa acidez e taninos macios dando os contornos. e final persistente e cheio, com toques minerais, florais, de
Comparado ao 1999, apresenta mais volume e fruta tabaco e de especiarias doces. Álcool 14%. EM
de melhor qualidade. Álcool 14%. EM
AD 94 pontos
AD 92 pontos ESPORÃO PRIVATE SELECTION TINTO 2011
ESPORÃO PRIVATE SELECTION GARRAFEIRA 2001 Herdade do Esporão, Alentejo, Portugal (Qualimpor R$ 485).
Herdade do Esporão, Alentejo, Portugal (Qualimpor Tinto composto majoritariamente por Alicante Bouschet,
- não disponível). Tinto composto de Trincadeira, Aragonês e Syrah, com estágio de 18 meses em barricas de
Aragonês e Cabernet Sauvignon, com 12 meses em carvalho francês 30% novas. Beneficiando-se da ótima safra
barricas de carvalho francês. Aqui já se percebe 2011, esta versão esbanja frescor e verticalidade, mantendo a
maior concentração, estrutura e volume de boca, qualidade da fruta e a ótima textura de taninos. Está também
com taninos marcante e muita fruta negra madura mais tenso e vibrante, mostrando maior precisão e o uso mais
acompanhado de especiarias e de cânfora. Álcool consciencioso da madeira. Seguramente a melhor versão
14,5%. EM deste tinto até agora. Álcool 14,5%. EM

AD 90 pontos AD 93 pontos
ESPORÃO PRIVATE SELECTION GARRAFEIRA 2003 ESPORÃO PRIVATE SELECTION TINTO 2013
Herdade do Esporão, Alentejo, Portugal (Qualimpor Herdade do Esporão, Alentejo, Portugal (Qualimpor R$ 485).
- não disponível). Tinto composto majoritariamente Tinto composto majoritariamente por Alicante Bouschet,
de Alicante Bouschet e pequenas parte de Aragonês, Aragonês, Syrah e Petit Verdot, com estágio de 18 meses em
com 18 meses de estágio em barricas de carvalho barricas de carvalho francês 30% novas. Mesmo em pequena
francês. Mostra os efeitos de um ano mais quente proporção, a força e os ossos da Petit Verdot são sentidos aqui.
no perfil de fruta negra mais madura, quase em Em comparação ao 2011, mostra estilo mais potente e de
compota. Tem taninos de ótima textura, acidez na maior concentração, tudo envolto por cativantes notas florais e
medida e final persistente, com toques de alcaçuz. de especiarias doces. Ainda está jovem e tem tudo para ficar
Álcool 14,5%. EM ainda melhor nos próximos 10 anos. Álcool 14,5%. EM

Edição 143 >> ADEGA 61


A torre do Esporão é um
monumento histórico
da região de Monsaraz,
edificada no século XV
História
Incrustada no Alentejo, não muito distante da
histórica cidade de Reguengos de Monsaraz fica
a Herdade do Esporão. As primeiras demarca-
ções da herdade (na época Defesa do Esporão)
são de 1267, não muito depois da reconquista Enoturismo
cristã de Monsaraz, então nas mãos dos mouros. O enoturismo é uma vocação da Herdade do Espo-
Desde então, os limites quase não se alteraram. rão. Além das visitas guiadas, que apresentam a his-
O primeiro proprietário teria sido Soeiro Rodri- tória dos edifícios da propriedades, como a Torre do
gues, juiz da cidade de Évora e somente em 1973 Esporão (edificada por D. Álvaro Mendes de Vascon-
é que os condes de Alcáçovas venderam o local celos entre os anos 1457 e 1490), o Arco do Esporão e
para a José Roquette e Joaquim Bandeira. A pri- a Ermida de Nossa Senhora dos Remédios, das caves,
meira colheita, que dá origem à marca Esporão, do famoso túnel das barricas etc., e degustações, há
ocorreu em 1985 e as primeiras exportações qua- ainda o complexo arqueológico dos Perdigões, uma
tro anos depois. referência para a pesquisa da pré-história europeia e
A herdade tem três monumentos históricos: também o charmoso e excelente Restaurante Es-
a Torre do Esporão (símbolo do poder militar da porão, comandado pelo chef Pedro Pena Bastos,
região), o Arco do Esporão e a Ermida de Nossa que faz maravilhas com ingredientes locais. Em
Senhora dos Remédios – ligada a um culto popu- suas paredes ainda estão os quadros originais dos
lar que faz com que as pessoas sigam em procis- artistas portugueses comissionados para ilustrar
são sempre que há estiagem na região. Em 1995, os rótulos que adornam as garrafas da Herdade
Esporão adquiriu a Herdade dos Perdigões, onde do Esporão desde 1985. Para quem quiser algo
encontrou-se um complexo arqueológico impor- mais descontraído, há a Sala dos Petiscos, onde
tantíssimo para a descoberta de artefatos de 4.500 pode-se provar os vinhos e azeites locais acompa-
até 2.000 antes de Cristo. nhados de típicos petiscos alentejanos.

62 ADEGA >> Edição 143


Restaurante do Esporão é uma de suas
atrações, com gastronomia de primeira
linha com ingredientes locais

David Baverstock
Australiano de Adelaide, David Ba-
verstock é o enólogo responsável pe-
los principais vinhos da Herdade do
Esporão desde 1992. Ele conheceu
Portugal pouco depois de formar-se
em enologia, quando vinha para a Europa partici-
par de colheitas na França e na Alemanha e, em
seguida, aproveitava para tirar férias em terras por-
tuguesas. Nesse período, conheceu uma lisboeta
com quem se casou. Decidiu então se mudar para
Portugal e, não encontrando trabalho na área de
“vinho de mesa”, pôs-se a trabalhar com Vinho do
Porto (na Croft e com os Symington). Depois co-
meçou a atuar nos tintos do Douro como enólogo
da Quinta de la Rosa e da Quinta do Crasto. Fã
de tênis, esporte que pratica com frequência, Ba-
verstock é um dos mais respeitados enólogos em
atuação em Portugal atualmente.

Edição 143 >> ADEGA 63


CURIOSIDADES | p o r ARNALDO GRIZZO

Um Borgonha
com seu nome
no rótulo
Como é possível ter um Pinot Noir ou um Chardonnay da
Borgonha com seu nome e ainda fazer caridade?

U
m dos maiores orgulhos de pro- nheses, que faziam doações (em dinheiro, vinhos
dutores centenários certamente é etc). Em 1457, ocorreram as primeiras doações de
ver o nome de suas famílias se per- vinhas. As doações continuaram e hoje somam 60
petuar nos rótulos de seus vinhos. hectares (50 de Pinot Noir e o restante de Char-
Não à toa, muitas bebidas rece- donnay) em propriedade do Hospices.
bem o nome de ancestrais que são homenageados Em 1795, o hospital decidiu fazer um leilão
e eternizados nesse gesto de carinho e respeito. beneficente de seus vinhos, mas foi somente a
Então, ter o seu nome em uma garrafa de partir de 1859 que a prática se consolidou como
vinho é uma honraria a que poucos têm opor- forma de financiamento da instituição. Até pouco
tunidade. Se você não é um produtor de vinho tempo atrás, os principais compradores eram os
ou então um importador de porte capaz de fazer próprios produtores e negociantes borgonheses,
com que um viticultor amigo crie um rótulo só que viam aí uma oportunidade de conseguirem
para você, não são muitas as opções que restam. bons vinhos (já que a maioria das propriedades
Uma delas, contudo, pode ser muito seduto- são de vinhedos Grand e Premier Cru), além de
ra. Já imaginou seu nome em um rótulo da Bor- fazer um ato de caridade. Já houve época, aliás,
gonha? Parece impossível, mas, na verdade, qual- em que os preços das barricas vendidas no leilão
quer pessoa no mundo pode fazer isso. Como? ajudavam a definir os valores que seriam cobra-
Através do leilão do Hospices de Beaune. dos pelos vinhos de uma determinada safra, no
estilo das vendas en primeur de Bordeaux.
Tradição do leilão No entanto, em 2005, o leilão deixou de ser
O Hospices de Beaune é uma instituição de saúde restrito aos franceses e seus convidados quando o
(um hospital genericamente falando) da vila de Hospices iniciou uma parceria com a casa de lei-
Beaune, na Borgonha, fundado em 1443 por Ni- lões Christie’s, que passou a organizar o evento –
colas Rolin e sua esposa Guigone de Salins, com que ocorre há 157 anos (completa este ano) sem-
ajuda do duque da Borgonha, Felipe, O Bom, para pre no terceiro domingo de novembro. Desde
cuidar dos mais necessitados. Desde então, o local então, sob o comando da casa de leilões inglesa,
sempre foi mantido com apoio dos próprios borgo- o evento foi se abrindo ao mundo, dando a possi-

64 ADEGA >> Edição 143


O primeiro leilão do
Hospices de Beaune
ocorreu em 1795, mas
bilidade de qualquer pessoa adquirir uma barrica empresa ou da confraria, à sua escolha. Um dos foi somente a partir de
e, assim, quem sabe, criar seu próprio rótulo. que oferecem esse serviço é o tradicional Domai- 1859 que a prática se
consolidou como forma
ne Albert Bichot, por exemplo, mas, há diversos de financiamento da
Seu nome no rótulo “éleveurs” (que finalizam o vinho), incluindo a instituição
Com gente do planeta todo dando lances e ad- Anima Vinum, que abriu uma representação no
quirindo vinhos do leilão, era preciso dar suporte Brasil há dois anos. Dependendo do negocian-
aos enófilos que não eram necessariamente pro- te/produtor escolhido, você pode até mesmo dar
dutores ou negociantes de vinho, e tampouco pitacos nos últimos estágios de produção de seu
estavam na Borgonha. A Christie’s então passou vinho. Lembrando que uma barrica equivale a
a sugerir empresas (negociantes ou produtores) cerca 24 caixas de 12 garrafas, 288 litros no total.
que fazem a finalização e engarrafamento do vi- O Hospices produz 48 cuvées (sendo 33 tin-
nho – já que o Hospices faz apenas a fermenta- tas) em homenagem aos seus doadores históricos.
ção alcoólica e armazena o líquido em barricas Dependendo das condições da safra e também do
novas logo em seguida. Todo o restante do pro- tamanho das parcelas de vinhedos, pode-se ter de
cesso é necessariamente feito fora da instituição. duas a cerca de 30 barricas por cuvée. Os preços
Dessa forma, quem comprar uma barrica finais tendem a variar de 5 mil a mais de 100 mil
(pièce – como é chamada) no leilão pode con- euros de acordo com o prestígio do vinhedo. Em
tratar alguém para fazer a finalização e, entre ou- 2014, o valor médio das barricas foi de 13.650 eu-
tras coisas, rotular o vinho com seu nome, da sua ros, em 2015, 17.400, e, no ano passado, 13.800.

Edição 143 >> ADEGA 65


vai ocorrer no dia 19 de novembro e qualquer um
pode dar lances tanto pelo telefone quanto pela
internet (é preciso se cadastrar previamente no
site da Christie’s).
Para os que vislumbram a possibilidade de
adquirir uma barrica, o empresário Alaor Perei-
ra Lino, que já se aventurou e adquiriu lotes em
anos anteriores, incentiva, mas faz alguns alertas.
“É uma bela chance de fazer caridade e ainda
usufruir de bons vinhos com o seu próprio nome
no rótulo. No entanto, é preciso estar atento a
todos os custos – que não acabam com o valor da
batida do martelo lá em Beaune”, afirma.
Martelo batido, há a comissão da casa de lei-
lões, o preço da barrica de carvalho (a não ser
que você forneça a sua própria, o que dificilmen-
te será uma verdadeira opção) e o valor a ser pago
para quem vai finalizar (geralmente uma porcen-
tagem do preço de martelo). Isso sem contar ta-
xas e impostos, e, por fim, tarifas e trâmites buro-
cráticos para trazer as garrafas para o Brasil depois
de finalizadas. Lino afirma que, depois de tudo
Desde 2005, o leilão
isso, a garrafa de um Premier Cru “mais simples”
deixou de ser fechado chegaria aqui por cerca de 80 a 120 euros. Ou
para convidados e abriu- No total, o leilão do ano passado arrecadou mais seja, é preciso estar preparado para gastar mais de
se para o mundo por
meio de lances virtuais. de 8 milhões de euros. R$ 90 mil na operação toda. Entre caridade e o
Mas não adianta apenas Outro detalhe importante é que os rótulos dos prazer de beber um Borgonha com seu nome, é
arrematar a barrica, você
precisa contratar um vinhos leiloados pelo Hospices de Beaune devem preciso fazer contas.
“éleveur” vir obrigatoriamente com o brasão da instituição, Mas Alaor garante que vale a pena. Ele arrema-
com a denominação do vinhedo (Meursault, tou lotes de 2014, 2015 e 2016 e diz que seu desejo
Pommard, Corton, Volnay, por exemplo) e com é completar a coleção de 48 cuvées. Este ano, ele
o nome da cuvée (dado em homenagem a um estará presente pessoalmente em Beaune para o
doador histórico) logo abaixo, para, em seguida leilão (poucos são convidados). Além de ser uma
ostentar o nome do comprador (“acheteaur” ou das empresas que pode cuidar dos trâmites para
“acquéreur”) e também de quem produziu o vi- quem adquire uma barrica, a Anima Vinum pode
nho – seguindo as normas da legislação de rotu- também fazer a compra das barricas para quem
lagem para os vinhos franceses. não se cadastrou no site da Christie’s. E caso al-
guém tenha interesse em adquirir alguns dos lotes
Custos comprados por Alaor para a Anima Vinum, deste
Em 2015, pela primeira vez a Christie’s promo- ou de anos anteriores (que ainda não foram entre-
veu degustações de vinhos do Hospices de Beau- gues, já que geralmente os vinhos ficam maturan-
ne no Brasil, além de dar todo o suporte para pos- do por dois anos em média), também pode e pode
síveis compradores brasileiros. Neste ano, o leilão personalizar como bem entender.

66 ADEGA >> Edição 143


colecione
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PDPRUJEUFOXEH
FOXEHV#PDPRUJEU

ENOTURISMO | p o r ARNALDO GRIZZO

Vista de Castiglion del


Bosco, propriedade dos
Ferragamo na Toscana

68 ADEGA >> Edição 143


Paraísos
entre vinhas
ADEGA aponta 10 hotéis de luxo para quem
quer se hospedar entre vinhedos

Edição 143 >> ADEGA 69


Extremo luxo, alta
gastronomia, total
conforto, ar puro e
fresco, e, obviamente,
muito vinho. As opções
indicadas possuem

O
enoturismo tem se tornado uma tudo isso e muito mais
especialidade de muitas regiões
vitivinícolas do mundo e não é
para menos. As vinícolas estão
percebendo que há um enorme
potencial a ser explorado quando se investe nesse Viña Vik Millahue – Chile
ponto, pois o mundo do vinho não está restrito Cerca de 200 quilômetros ao sul de Santiago en-
à bebida, pelo contrário, ele é aberto a diversas contra-se um oásis que merece ser conhecido por
vertentes que o cliente/turista pode explorar. todo enófilo que se preze. O hotel da Viña Vik
Assim, o vinho é “a desculpa” para sair de tem suítes temáticas encantadoras, todas com
férias com a família para um local bucólico re- vista deslumbrante. A arquitetura e a decoração
quintado ou passear com a esposa para desfrutar são arrebatadoras. Dentro do hotel, o restauran-
de alguns luxos e gastronomia de alto padrão. O te Milla Milla, comandado pelo chef Rodrigo
enoturismo une algumas das coisas que os turis- Acuña Bravo, apresenta uma culinária de pri-
tas enófilos mais prezam: conforto, tranquilida- meiríssima linha, usando ingredientes sazonais
de, lazer, cultura, sofisticação, além, obviamen- em receitas elaboradas e belas apresentações. O
te, de boa comida e bebida (vinho, no caso). spa também merece atenção, com tratamentos
Pensando nisso, ADEGA então resolveu relaxantes para casais. O local oferece ainda uma
elencar 10 hotéis de luxo que ficam dentro de série de atividades para quem quiser ir além de fi-
vinícolas ou então rodeados por vinhedos e que car apenas admirando a linda paisagem da borda
certamente devem estar na lista de todo enófilo infinita de sua piscina, como passeios de balão ou
que um dia quiser visitar as regiões vitivinícolas à cavalo, piquenique com churrasco etc.
onde eles se encontram. www.vinavik.com

70 ADEGA >> Edição 143


Hotel Marqués de Riscal – Espanha
A obra arquitetônica de Frank Gehry impressio-
na. O hotel e a vinícola Marqués de Riscal, uma
das mais tradicionais de Rioja, são uma atração
de Elciego, fazendo parte do que se denominou
“La Ciudad del Vino”, projeto que compreende
ainda um spa, restaurantes, lojas etc. O hotel tem
apenas 43 quartos altíssimo luxo, todos com de-
coração acompanhando o estilo moderno e re-
pleto de linhas sinuosas e ângulos de Gehry. Um
fotos: divulgação

dos restaurantes do complexo é estrelado e o spa


pertence à rede Caudalie, ou seja, não é preciso
dar mais explicações ou adjetivos.
www.hotel-marquesderiscal.com

Edição 143 >> ADEGA 71


Castiglion del Bosco – Itália Hotel & Spa do Vinho – Brasil
Pertencente à rede Rosewood, mas, mais que No coração do Vale dos Vinhedos está uma das
isso, um empreendimento do grupo Ferragamo, mais requintadas opções de estadia do sul do Bra-
Castiglion del Bosco, uma das propriedades mais sil. O Hotel & Spa do Vinho, pertencente à linha
antigas e icônicas do encantador Val d’Orcia, na Em Portugal, Autograph Collection da rede Marriott, fica cer-
Toscana, é deslumbrante. A propriedade tem mais na Itália e cado por vinhedos históricos de Bento Gonçalves
de 2 mil hectares e você pode se hospedar tanto na França, e a vista deslumbrante de expande por quase todo
nas suítes do prédio principal como nas charmo- onde o o vale. São sete estilos diferentes de suítes, todos
síssimas Villas, cada uma mais impressionante que enoturismo é de alto luxo. O hotel conta com o restaurante
a outra, com piscinas privativas, cozinha, terraço Leopoldina, um dos clássicos da região, além de
etc. O complexo tem ainda dois restaurantes de
tradicional, uma trattoria e um bistrô. A adega tem mais de
alto padrão, o Campo del Drago e a Osteria La
os opções são 700 rótulos nacionais e importados, que podem
Canonica, mas quem quiser pode chamar o chef
inúmeras... ser apreciados na aconchegante piscina ou no
para preparar a refeição em sua própria villa. Spa, terraço com visão panorâmica. O spa, obviamen-
piscina, campo de golfe, as opções de atividades te, merece uma visita. Para quem gosta de tênis,
são inúmeras dentro dessa propriedade que exala as duas quadras atrás do hotel são espetaculares.
o bom gosto de Massimo Ferragamo. www.marriott.com.br/hotels/travel/bgvak-hotel-
www.rosewoodhotels.com/en/castiglion-del-bosco/ -and-spa-do-vinho-autograph-collection/

72 ADEGA >> Edição 143


fotos: divulgação
Monverde – Portugal
Quem for à região de Vinhos Verdes, em Portugal,
não pode perder a oportunidade de visitar a Quin- Château Valandraud – França
ta da Lixa e tampouco se hospedar em um dos 29 Bordeaux é a Meca para os enófilos. Não há
quartos do Monverde. A arquitetura e a decoração quem não sonhe em conhecer os principais châ-
são charmosas, mesclando o moderno com o rústi-
Mas no teaux franceses. A região é repleta de bons locais
co das pedras e outros materiais usados quase que
Brasil para se hospedar, mas quem quiser algo realmen-
de forma bruta, sem acabamento. O conjunto da
também é te exclusivo pode optar por ficar no Château Va-
obra, porém, é esplendoroso. Os quartos são exce- possível landraud. Localizado a 10 minutos da cidade de
lentes, mas quem quiser ainda mais privacidade encontrar Saint-Émilion, o château de propriedade de Jean-
pode ficar em um apartamento privativo separado hotéis de -Luc Thunevin, conhecido como “o rebelde de
do prédio principal. O restaurante, comandado altíssimo Saint-Émilion”, recebe hóspedes em seus quartos
pelo chef Carlos Silva, traz o melhor da cozinha padrão com decoração que mistura bem o moderno e
local. No verão, porém, o hotel ainda oferece chur- o rústico. Um lugar de tranquilidade, vista para
rascos às quintas-feiras e jantar ao som de piano às os vinhedos, uma piscina convidativa, tudo para
sextas. Há ainda spa e diversas opções de lazer. uma experiência relaxante em Bordeaux.
http://monverde.pt www.thunevin.com/chateau-valandraud

Edição 143 >> ADEGA 73


divulgação

Florian Von der Fecht


Entre Cielos – Argentina
O Spa & Wine Hotel Entre Cielos precisa estar na
lista de hospedagem de quem vai visitar Mendo-
Clos Apalta Residence – Chile za, na Argentina, e busca uma experiência de luxo
O alojamento da vinícola Lapostolle, no Chile, e completa privacidade em meio aos vinhedos. O
recebe o nome de seu vinho icônico, Clos Apalta. hotel, localizado em Luján de Cuyo, tem apenas
É uma opção de estadia extremamente exclusiva 16 quartos que já são extremamente sofisticados, no
e sofisticada. São apenas quatro quartos (ditos ca- entanto, um deles, o Loft Limited Edition fica lite-
sitas, pois são mesmo pequenas casas) de extremo ralmente sobre as vinhas. Um quarto apartado dos
luxo – cada um com o nome de uma das varieda- demais e suspenso sobre o vinhedo, ideal para um
des usadas no vinho – cercados por um ambiente fim de semana romântico. O restaurante Katharina
fabuloso com jardim e terraço. Aos hóspedes são Bistro & The Beef Club oferece o melhor da gas-
oferecidas refeições preparadas com ingredientes tronomia mendocina, obviamente com foco nas car-
locais e sazonais harmonizados com os vinhos da nes assadas com esmero. O serviço de spa também
Lapostolle. Há diversas opções de atividades, mas é especial e deve ser experimentado. Há ainda uma
apreciar a bela arquitetura da vinícola incrustada pista de exercícios de 1,6 km ao redor dos vinhedos,
na montanha já é um bom começo. imperdível pela vista da cordilheira.
http://en.lapostollewines.com http://entrecielos.com

74 ADEGA >> Edição 143


Trinette Reed Photography

Homem Cardoso
Trinette Reed Photography

Homem Cardoso
Carneros Resort & Spa –
Estados Unidos
O Napa Valley é um destino repleto de opções. A Casa do Rio – Portugal
maioria das vinícolas locais investe pesado no eno- Incrustado entre dois morros às margens do Dou-
turismo. Na Highway Sonoma fica um dos lugares ro, a Casa do Rio, empreendimento da Quinta
mais interessantes para se hospedar por lá, o Carne- do Vallado em Castelo Melhor, Vila Nova de Foz
ros Resort & Spa, com mais de 110 mil metros qua-
Novo e Velho Côa, é um dos hotéis mais exclusivos de Portugal.
drados de área. Você pode ficar em suítes, chalés ou Mundo Inaugurado há pouco tempo, ele tem apenas seis
casas, todas com estilo das antigas fazendas do oeste oferecem o quartos. Sua construção totalmente de madeira e
norte-americano, mas com as comodidades e sofisti- melhor para suspensa impressiona. Tudo é cuidado nos míni-
cações de hoje. Para quem quiser preparar suas pró- o turista mos detalhes para trazer conforto aos hóspedes.
prias refeições (há cozinhas nas casas privativas), há enófilo O deck com a piscina de borda infinita convida a
um mercado de alto padrão dentro das dependências uma taça no fim de tarde para apreciar o pôr do
do resort, mas o restaurante FARM merece uma re- sol no Douro. O rio logo abaixo também clama
serva. Apesar de não ficar dentro de uma vinícola, por um passeio de barco por suas águas. Um ce-
o resort está em local privilegiado para quem quer nário maravilhoso para quem busca exclusivida-
conhecer as propriedades dos arredores. de, conforto e relaxamento.
www.carnerosresort.com www.quintadovallado.com/wine-hotel/

Edição 143 >> ADEGA 75


CAVE
Para esta edição, a
C A D E R N O D E AVA L I A Ç Ã O D E ADEGA
Tabela de avaliação
equipe de avaliadores Classificação Pontos
de ADEGA provou Extraordinário 95 A 100
mais de 2.500 Excelente 91 A 94
vinhos, dos quais Ótimo 89 A 90
selecionamos 96, Muito Bom 87 A 88
que estão em nossas
Bom 85 A 86
páginas
Regular 82 A 84
Avaliações por Fraco ABAIXO DE 82
Editor de vinho:
Evolução
Eduardo Milan (EM)
= Beber
Beto Duarte (BD), = Beber ou Guardar
Christian Burgos (CB), = Guardar
Christiane Miguez (CM),
Observações
Guilherme Velloso (GV),
= BEST BUY - Melhor custo-benefício
João Paulo Gentille (JPG),
Os preços são aproximados no varejo e
Juliana Trombeta Reis (JTR) sujeitos à variação.
e Mauricio Leme (MSL) = Vinhos degustados em ocasiões
especiais – lançamentos e raridades –
www.oMelhorVinho.com.br
e, portanto, não às cegas.

Degustações realizadas no restaurante


Praça São Lourenço
Espumantes, página 78
Brancos, página 78
Rosés, página 80
Tintos, página 80
Doces, página 87
Eventos*, página 88
*Alguns dos destaques dos principais
eventos de degustação do mês

Hora do saca-rolha
ESPUMANTES BRANCOS

AD 89 pontos AD 88 pontos AD 89 pontos AD 90 pontos AD 88 pontos


GARIBALDI PROSECCO BRUT HELIOS BRUT MASCHIO DEL CAVALIERI SELVA ESPUMANTE BRUT AVE DE PRESA
Cooperativa Vinícola Helios, São Joaquim, VALDOBBIADENE PROSECCO Lidio Carraro, Serra COLECCIÓN AIRÉN 2016
Garibaldi, Garibaldi, Brasil (R$ 65). Branco SUPERIORE Gaúcha, Brasil (Evino Bodega Celaya, Castilla
Brasil (R$ 30). espumante elaborado Maschio del Cavalieri, R$ 80). O rótulo, do La Mancha, Espanha
Espumante branco pelo método Charmat Vêneto, Itália (La artista Rafael Sliks, (Winebrands R$ 39).
brut elaborado pelo composto de 70% Pastina R$ 70). pode não ser de agrado Elaborado com a casta
método Charmat Chardonnay e 30% Espumante extra- geral (afinal, gosto não Airén (uma das mais
exclusivamente a Sauvignon Blanc. dry elaborado pelo se discute), assim como cultivadas no mundo
partir de uvas Glera Super fresco e cítrico, método Charmat o próprio nome dado a e especialmente
(Prosecco). Uma provavelmente pelo exclusivamente a partir esse espumante 100% na Espanha), sem
deliciosa limonada. aporte de Sauvignon de uvas Glera advindas Chardonnay. Mas isso passagem por madeira,
Mostra exuberantes Blanc, tem boa de Valdobbiadene. não impede que ele este branco apresenta
aromas de frutas cremosidade e final Muito bem feito e confirme a vocação da aroma frutado (frutas
brancas e de flores, que agradável, com de ótima tipicidade, Serra Gaúcha para esse brancas e de caroço),
se confirmam na boca. toques minerais. Ideal mostra aromas tipo de vinho, presente com toques florais.
Nesta edição, mostra como aperitivo ou na de frutas brancas no bom perlage e Em boca, surpreende
mais frescor e acidez, companhia de frutos do acompanhados de notas espumatização, e nos pela boa acidez
o que confere mais mar. Álcool 12%. EM florais, minerais e de agradáveis aromas acompanhada de
tensão e facilidade de ervas frescas, que se frutados/cítricos toques de mineralidade
beber. Sem dúvida, a confirmam na boca. de abacaxi fresco que se mantêm
melhor versão desse Cremoso, delicado e e notas florais. Na presentes e persistentes.
espumante até agora. frutado, tem gostosa boca, destaca-se pela Álcool 12% CM
Álcool 11%. EM acidez e final com cremosidade, com
toques cítricos. Álcool leve dulçor final,
11%. EM indicando que deve
estar no limite da
categoria dos brut (até
15 gramas de açúcar
residual por litro).
Simples, bem feito e
bom para “bebericar”
com amigos, sem
compromisso. Álcool
12%. GV

78 ADEGA >> Edição 143


A Adega
Alentejana
>>
é também a casa
dos grandes vinhos
espanhóis.
Solar de Carrión
Crianza
Tinto 2013
Região: Rioja Izadi Crianza
Tinto 2014
ião: Rioja

Izadi Selecció
Tinto 2011
Região: R Flor de Vetus
Tinto 2014
ão: Toro
AD 91 pontos AD 91 pontos AD 89 pontos
BLA BLA BLA 2015 COBOS BRAMARE FINCA LA COLONIA
Terra de Falanis, LOS ARBOLITOS CHARDONNAY 2015
Mallorca, Espanha CHARDONNAY 2015 Norton, Mendoza,
(Mistral US$ 41). Viña Cobos, Argentina (Winebrands
Projeto dos mesmos Mendoza, Argentina R$ 63). Uma boa
proprietários da (Grand Cru R$ 380). surpresa vem ao
vinícola Ánima Negra, Branco elaborado primeiro contato deste
este branco é elaborado exclusivamente a partir vinho com o nariz.
exclusivamente a de uvas Chardonnay, Uma nota mineral Pruno
partir de uvas Premsal advindas do vinhedo muito agradável, Tinto 2014
advindas da região de Los Arbolitos, em Los lembrando até Região: Ribera Finca Villacreces
Felantix, em Mallorca, Chacayes, vale do mesmo água do mar del Duero Tinto 2012
com fermentação e Uco, com estágio de permeia seu aroma. Região: Ribera
estágio de oito meses 30 meses em barricas Ela é seguida de l Duero
parte em tanques de de carvalho francês. aromas cítricos e um
cimento e parte em Mantendo a assinatura interessante chocolate
barris de carvalho. da casa, é untuoso e branco. Em boca, esta
Tenso, vibrante e cheio potente, num estilo mineralidade também
de vida, esbanja acidez, mais cremoso, de frutas aparece de maneira
tem ótima textura, tropicais e cítricas em importante e é seguida
bom volume de boca e compota, seguidos por limão e lima-da-
final persistente, com de notas de baunilha, pérsia, trazendo bom
toques salinos. Um manteiga e camomila. frescor a este gostoso
branco descontraído, Dê tempo a ele na Chardonnay. Tem
AMAZING

que aparenta ser taça. Ainda jovem, vai 13,40% de álcool.


mais simples do que ficar ainda melhor nos MSL
realmente é, o que próximos cinco anos.
é muito bem-vindo. Álcool 14,7%. EM
Álcool 12%. EM

adegaalentejana.com.br

Tel.: (11) 5094-5760


B ANCOS ROSÉS TINTOS

AD 89 pontos AD 89 pontos AD 88 pontos AD 89 pontos AD 89 pontos


SERRAS DO AZEITÃO TAUS BLANCO 2014 PACHON RESERVA AURORA RESERVA BELLAVISTA ESTATE
SELEÇÃO DO ENÓLOGO Hacienda del Carche, SYRAH ROSÉ 2016 CABERNET SAUVIGNON 2015 PINOT NOIR 2013
BRANCO 2015 Jumilla, Espanha Viña de Aguirre, Vale Aurora, Bento Bueno Wines,
Bacalhôa , Península (Viníssimo R$ 71). Central, Chile (Union Gonçalves, Brasil (R$ Campanha Gaúcha,
de Setúbal, Portugal Fundada em 2006 Bebidas R$ 60). A 50). Tinto elaborado Brasil (R$ 68). Tinto
(Portus R$ 70). Branco por uma família com Syrah, uva que se deu exclusivamente a partir 100% Pinot Noir,
composto de 40% experiência no ramo muito bem no Chile, de uvas Cabernet com estágio de seis
Fernão Pires, 39% vitivinícola desde costuma produzir, Sauvignon, com meses em barricas de
Verdelho e 21% Arinto, o século XIX, este além de excelentes estágio de 10 meses carvalho. Nesta versão,
sem passagem por branco é composto tintos, bons rosés. em madeira. Austero, parece mais fresco
madeira. Nesta versão, de Sauvignon Blanc Este exemplar, de tom frutado e cheio de e tenso, esbanjando
está ainda mais fresco e Macabeo, sem salmonado, apresenta frescor, parece que, frutas vermelhas no
e vibrante, mantendo passagem por madeira. aromas simples de pela estrutura e corpo nariz, como morangos
a gostosa textura, os Fresco, vibrante e frutas vermelhas e da Cabernet, a madeira e framboesas, depois
traços minerais e o cheio de frutas brancas, discreto floral. Na boca, foi melhor absorvida, aparecem notas
bom volume de boca. cítricas e de caroço, mostra boa acidez e permitindo que sua florais, terrosas e de
Tem final cativante, acompanhadas de notas fruta, corpo médio e ótima fruta apareça. ervas frescas, que
com toques cítricos, florais, minerais e de álcool equilibrado, Chama atenção pelos se confirmam na
que pedem mais ervas frescas, que se com leve dulçor final, taninos de ótima boca. Estruturado e
um gole. Ideal para confirmam na boca. sem ser enjoativo. textura e pelo final vibrante, tem gostosa
entradas em geral Fruta eleve, tem ótima Para beber sozinho, agradável, com toques acidez, taninos de
e queijos frescos de acidez, gostosa textura em dias mais quentes, minerais. Álcool 12,5%. ótima textura e final
cabra. Álcool 13%. EM e final médio, com ou acompanhar EM persistente, com
toques de limão. Álcool pratos um pouco mais toques minerais e de
11,5%. EM condimentados. Álcool morangos. Álcool
13%. GV 13%. EM

80 ADEGA >> Edição 143


>>

AD 88 pontos AD 90 pontos AD 91 pontos


BONACCHI PRIMITIVO 2015 CASAS DEL BOSQUE GRAN CERALTI SCIRÈ
Bonacchi, Puglia, RESERVA CARIGNAN 2014 BOLGHERI ROSSO 2013
Itália (Mistral US$ Casas del Bosque, Ceralti, Toscana, Itália
17). Tinto elaborado Maule, Chile (Domno (Italia Mais R$ 170).
exclusivamente a partir R$ 157). De cor rubi, Tinto composto de
de Primitivo, sem este tinto chileno uvas 70% Cabernet
passagem por madeira. produzido com a uva Sauvignon e 30%
Puro suco de ameixa e Carignan revela que Merlot advindas da
de amoras, seguido de vale a pena descobrir região de Bolgheri,
notas florais, minerais as infinitas nuances com estágio de três
e de ervas, que se nos diferentes estilos meses em barris de
confirmam no palato. de vinhos. Apresenta carvalho usados.
Frutado, redondo e de elegantes notas de fruta Frutado e fresco,
boa estrutura, mostra a vermelha em compota, apresenta ameixas
cepa sem maquiagens, pimenta preta, e cerejas escoltadas
com seus taninos baunilha, café e uma por notas terrosas,
macios, gostosa acidez distinta mineralidade. florais e de especiarias
e final cheio, frutado e Encorpado e com boa doces. Gastronômico e
sedutor. Experimente-o estrutura, os taninos gostoso de beber, tem
com queijos curados, são aveludados e estão ótima acidez, taninos
você vai adorar. Álcool bem equilibrados com de boa textura e final
13%. EM a acidez. Final longo e persistente, com toques
saboroso. Álcool 13,5%. minerais e de tabaco.
JTR Álcool 14%. EM
I

AD 88 pontos AD 90 pontos AD 88 pontos AD 90 pontos AD 90 pontos


COCO BAMBU AFRÂNIO COLUMBIA CREST GRAND CONCHA Y TORO RESERVADO CORDELIER CRIOS MALBEC 2016
BARREIRA FILHO TINTO 2015 ESTATES MERLOT 2013 CARMÉNÈRE 2015 EQUILIBRIUM 2013 Susana Balbo,
Luis Duarte Vinhos, Columbia Crest, Concha y Toro, Vale Fante, Serra Gaúcha, Mendoza, Argentina
Alentejo, Portugal Washington State, Central, Chile (VCT Brasil (R$ 55). Tinto (Cantu R$ 61). Tinto
(Épice R$ 75). Tinto Estados Unidos R$ 25). Elaborado composto de Cabernet composto de uvas 95%
elaborado a partir de (Winebrands R$ 125). 100% a partir uvas Sauvignon, Merlot Malbec e 5% Bonarda,
Aragonês, Trincadeira A Merlot tem perfil Carménère, este tinto e Ancellotta, com advindas tanto de
e Alicante Bouschet, oposto à Cabernet apresenta aromas estágio de 12 meses em Luján de Cuyo quanto
com estágio em Sauvignon, por isso, marcantes de morangos barricas de carvalho. do vale do Uco, com
barricas de carvalho. costumam andar juntas, maduros e de pimenta Cativantes aromas de estágio de nove meses
Cheio de fruta, é a maciez da primeira preta. Seu agradável cânfora e de especiarias em barricas de carvalho
fácil de entender e de contrabalançado a dulçor em boca é doces envolvem as francês. Ano após ano,
gostar, tem boa acidez, potência da segunda. E levemente sobreposto notas de ameixas e vem valorizando o lado
taninos macios e final se deu muito bem no por uma acidez de amora. Suculento, fresco, frutado e floral
agradável, com notas estado de Washington, equilibrada e finaliza, redondo e gostoso de da Malbec, tornando-o
tostadas, de ameixas onde, em geral, brilha como no aroma, com beber, tem taninos ainda mais gostoso de
e de especiarias sozinha, como neste presença da pimenta cheio de textura, acidez beber e fácil de agradar.
doces. Versátil, pode exemplar. Fruta madura preta. Álcool 12,5%. refrescante e final De boa tipicidade,
acompanhar carnes (ameixas), ervas/ CM persistente, com toques mostra a consistência
vermelhas grelhadas ou especiarias e uma nota minerais. Álcool 13%. usual dessa linha,
embutidos em geral. mineral (grafite) moldam EM sempre com ótima
Álcool 14%. EM o perfil aromático, relação entre preço e
enquanto a textura macia qualidade. Álcool 14%.
e o álcool equilibrado EM
se destacam na boca,
que também revela boa
acidez e fruta. É um
vinho redondo e de bom
corpo sem ser pesado,
que poderá harmonizar
perfeitamente com
carne cozida em vinho
(idealmente, o próprio).
Álcool 13,5%. GV

82 ADEGA >> Edição 143


>>

AD 90 pontos
DÃO PORTA DOS AD 90 pontos AD 89 pontos AD 88 pontos AD 90 pontos
CAVALEIROS TINTO 2010 ENOS RESERVA ESPECIAL FINCA ANGEL MALBEC 2015 FINCA LA COLONIA H.O. COLHEITA TINTO 2014
Caves São João, Dão, CARMÉNÈRE 2012 Mauricio Lorca, COLECCIÓN MALBEC 2013 Horta Osório Wines,
Portugal (Vinci US$ Enos Vinhos de Mendoza, Argentina Norton, Mendoza, Douro, Portugal (Job
24). Tinto composto Boutique, Serra (Viníssimo R$ 67). Argentina (Winebrands Total R$ 135). Tinto
de Touriga Nacional, Gaúcha, Brasil (R$ Tinto elaborado R$ 85). Rubi aos composto de Touriga
Aragonez, Alfrocheiro 120). No nariz, o exclusivamente a partir olhos e muito frutado, Nacional, Sousão e
e Jaen, com estágio destaque fica para sua de Malbec, com estágio merecem destaque Touriga Franca, com
de 20% do vinho em boa complexidade, de 50% do vinho em as notas de frutas estágio de 15 meses em
barricas de carvalho. amoras se combinam barricas de carvalho vermelhas maduras, barricas de carvalho
Um Dão dos pés à a mirtilos, que por por seis meses. De boa de ameixa seca, de francês. Mostra ameixas
cabeça, chamando sua vez se mesclam às tipicidade e sempre baunilha e de pimenta e cassis maduros e em
atenção pelo frescor notas mais herbáceas. consistente, mostra preta. No paladar, as compota, seguidos de
e taninos de ótima Logo depois aparecem aromas de ameixas e mesmas notas estão notas florais, de ervas
textura, tudo envolto especiarias doces. Na cassis acompanhados presentes com igual secas e de especiarias,
por frutas vermelhas boca, confirma o nariz, de notas florais, de intensidade. Seu perfil que se confirmam
seguidas de notas mostrando equilíbrio e ervas frescas e de jovial é evidente e na boca. Sua acidez
florais, terrosas e de ótima acidez. Tem 13% especiarias. Frutado fácil de agradar. Com refrescante e os
ervas. Gastronômico de álcool. MSL e suculento, tem taninos macios e taninos de boa textura
por natureza, pede a bom volume, taninos médio corpo, tem final trazem sustentação
companhia de carnes sedosos e final médio, saboroso. Versátil e e equilibram toda
vermelhas ensopadas, com toques de frutas bom para compartilhar sua fruta e o aporte
por exemplo. Álcool negras e de chocolate. com inúmeras da madeira. Para os
13%. EM Versátil, pode preparações à base de ensopados de carnes.
acompanhar desde carne ou mesmo sem Álcool 14%. EM
carnes vermelhas mais acompanhamentos.
magras até embutidos Álcool 14,3%. JTR
ou queijos maduros.
Álcool 14%. EM

Edição 143 >> ADEGA 83


T NTOS

AD 90 pontos AD 90 pontos AD 90 pontos AD 89 pontos AD 92 pontos


LAR DE SOTTOMAYOR LE VOLTE LUZ DE LUNA TANNAT 2011 M.A.E 2012 MAQUIS VIOLA 2010
VENDIMIA SELECCIONADA DELL’ORNELLAIA 2014 Bodega Narbona, Projeto Origens, Pinto Viña Maquis,
2010 Tenuta dell’Ornellaia, Puerto Carmelo, Bandeira, Brasil (R$ Colchagua, Chile
Domeco de Jarauta, Toscana, Itália Uruguai (Devinum 95). Homenagem (Domno R$ 350).
Rioja, Espanha (Clarets R$ 233). R$ 315). Tinto 100% aos vinhos da Tinto composto de
(Grand Cru R$ 103). Espécie de irmão Tannat, com estágio margem esquerda 85% Carménère e 15%
Tinto elaborado mais novo do mítico de cinco meses em do rio Gironde, em Cabernet Franc, com
exclusivamente a partir Ornellaia, é composto barricas de carvalho Bordeaux, daí o nome estágio de 14 meses em
de uvas Tempranillo, de 50% Merlot, 30% francês. Apresenta M.A.E., este corte de barricas de carvalho
com estágio de 16 Sangiovese e 20% aromas de frutas Cabernet Sauvignon francês. Mostra frutas
meses em barricas Cabernet Sauvignon, vermelhas envoltos e Cabernet Franc negras e vermelhas
de carvalho francês. com estágio de 10 por notas florais e mostra sedutoras notas mais maduras, notas de
Apresenta aromas meses parte em barricas de especiarias doces. florais e de especiarias chocolate, e especiarias
de cerejas, amoras e usadas e parte em No palato, é frutado, doces acompanhadas doces. Aqui a madeira
framboesas escoltados tanques de cimento. estruturado, suculento, de ameixas maduras, tem papel importante,
por notas terrosas, Num estilo mais magro tem boa acidez, taninos tanto no nariz quanto aportando notas de
especiadas e de ervas, e de taninos mais finos e final persistente. na boca. Chama chocolate e cacau, mas
além de toques florais granulados, mostra Chama atenção pela atenção pela acidez está bem sustentada
e tostados. Cativante, os efeitos da safra textura e pelo corpo, refrescante e taninos de pelos taninos de
redondo e frutado, tem mais fria e úmida na que pedem carnes boa textura, que trazem ótima textura e por
taninos aveludados, região. Mesmo assim, o vermelhas na brasa. sustentação e vibração refrescante acidez. Um
refrescante acidez resultado surpreende, Álcool 14,6%. EM ao conjunto. Tem final Carménère refinado,
e final persistente, num vinho de muita cativante, com toques tem final persistente,
com traços de fruta fruta vermelha fresca e de mocha e de café. com toques minerais
vermelhas, pedindo de perfil gastronômico. Álcool 13%. EM e de cerejas ao licor.
mais um gole. Álcool Álcool 13,5%. EM Álcool 14%. EM
14%. EM

84 ADEGA >> Edição 143


>>

AD 89 pontos AD 92 pontos AD 91 pontos AD 87 pontos AD 92 pontos


NIMBUS SINGLE VINEYARD OBRA PRIMA SERIES PASIÓN DE BOBAL 2013 PASQUIER DESVIGNES POLVANERA 17 VIGNETO
CABERNET SAUVIGNON 2012 GREEN MALBEC 2014 Bodega Sierra Norte, LES LAVANDIÈRES MONTEVELLA GIOIA DEL
Viña Casablanca, Familia Cassone, Utiel-Requena, PINOT NOIR 2015 COLLE PRIMITIVO 2013
Maipo, Chile (Casa Mendoza, Argentina Espanha (Vind’Ame R$ Pasquier Desvignes, Polvanera, Puglia,
Flora R$ 123,53). (Família Cassone R$ 129). Tinto elaborado Vin de France, Itália (Vinhos do
Parte do Grupo Santa 225). Tinto elaborado exclusivamente a partir França (Cantu R$ Comendador R$
Carolina, a Viña exclusivamente a de Bobal, uva típica 77). Tinto elaborado 280). Tinto elaborado
Casablanca elabora este partir de uvas Malbec da pequena região de exclusivamente a exclusivamente a partir
tinto exclusivamente cultivadas num vinhedo Utiel-Requena, advinda partir de Pinot Noir. de uvas Primitivo
a partir de Cabernet de Agrelo, rodeado de vinhedos de mais de Num estilo mais advindas de vinhas de
Sauvignon, com estágio propositalmente 60 anos, com estágio de estruturado e austero, mais de 60 anos, sem
entre 10 e 12 meses em por eucaliptos, seis meses em barricas em que a boa acidez e passagem por madeira,
barricas de carvalho com estágio de 12 de carvalho francês. os taninos marcantes mas com estágio de 24
francês. Típico meses em barricas Redondo e gostoso de estão envoltos por meses em tanques de
Cabernet chileno, novas de carvalho beber, mostra harmonia morangos, notas florais, aço inox. Impressiona
mostra notas de ervas e francês. Cativante e entre concentração, especiadas e de ervas. pela qualidade e
de especiarias picantes envolvente, mostras fruta negra madura, Gastronômico, deve equilíbrio do conjunto,
que acompanham os as notas mentoladas taninos de boa textura, ficar ainda melhor na mesmo diante de tanta
aromas de frutas negras (possivelmente acidez refrescante companhia de carnes opulência, untuosidade
e em compota. Denso, advindas das árvores e final com toques vermelhas ensopadas. e madurez. Mostra
potente e untuoso, tem ao redor das vinhas) do especiados e minerais. Álcool 12,5%. EM sedutores aromas
boa acidez e taninos eucalipto escoltando Álcool 13,5%. EM de ervas maceradas,
cheios de textura, que os aromas florais seguidos de notas
trazem equilíbrio ao e de ameixas. Alia florais, minerais e
conjunto. Para os cortes magistralmente de especiarias doces.
de carnes vermelhas untuosidade e estrutura Tem taninos de ótima
mais gordurosos. Álcool com deliciosa sensação textura, boa acidez
14,5%. EM de frescor. Uma linda e final untuoso e
interpretação da cepa. cheio, com toques de
Álcool 14%. EM chocolate e de ameixas
em compota. Álcool
16,5%. EM

Edição 143 >> ADEGA 85


T NTOS

AD 91 pontos AD 88 pontos AD 89 pontos AD 94 pontos AD 90 pontos


Q CLAY 2013 QUARA MALBEC 2015 QUEULAT SINGLE QUINTA VALE D. MARIA RIGAL THE
Viña Bisquertt, Felix Lavaque, VINEYARD GRAN RESERVA VINHA FRANCISCA 2012 ORIGINAL MALBEC 2014
Colchagua, Chile Cafayate, Argentina PINOT NOIR 2015 Quinta Vale Dona Rigal, Cahors, França
(World Wine R$ 251). (La Pastina R$ 48). Ventisquero, Maria, Douro, Portugal (World Wine R$ 77).
Tinto de pequena Tinto elaborado Casablanca, Chile (World Wine R$ 650). Tinto 100% de Malbec,
produção composto exclusivamente a (Cantu R$ 91). Tinto composto de sem passagem por
de 75% Syrah e 25% partir de Malbec, Tinto elaborado uvas 50% Sousão, 20% madeira apresenta
Cabernet Sauvignon, sem passagem por exclusivamente a partir Touriga Nacional, deliciosos sabores
com estágio de 18 madeira. Mostra de uvas Pinot Noir, 15% Touriga Franca, e aromas de frutas
meses em barricas frutas negras, como com estágio de 70% 10% Rufete e 5% vermelhas seguidos de
de carvalho francês. ameixas, seguidas de do vinho em barricas Tinta Francisca, todas notas florais, terrosas
Apresenta aromas de notas florais, de ervas de carvalho francês. pisadas em lagar, e de ervas. De bom
frutas negras maduras, e de especiarias doces, De boa tipicidade, com estágio de 21 corpo, tem vibrante
notas florais, tostadas que se confirmam nesta safra mostra meses em barricas acidez, taninos de
e de especiarias na boca. Frutado e um perfil de maior de carvalho francês ótima textura e final
doces, além de toques de perfil maduro e estrutura e madurez 65% novas. Mostra agradável, confirmando
lácteos e de chocolate. fácil de agradar, tem de fruta, prevalecendo complexos aromas de o nariz. Sempre
Frutado, estruturado acidez na medida e os morangos e cerejas frutas negras maduras consistente, é versátil,
e cheio, tem boa taninos estruturados, seguidos de notas acompanhados de notas podendo acompanhar
acidez, taninos finos que apoiam e florais, herbáceas e de florais, de ervas frescas, embutidos ou carnes
e final persistente, equilibram o conjunto. especiarias doces. A de especiarias e de vermelhas em geral.
confirmando o nariz. Definitivamente, para boa acidez e os taninos couro. Tenso e sedoso Álcool 13%. EM
Álcool 14,5%. EM as carnes grelhadas. mais granulados trazem ao mesmo tempo, tem
Álcool 13.5%. EM certo equilíbrio ao taninos de excelente
seu lado mais cheio textura, gostosa acidez
e frutado. Tem final e final longo e cheio,
suculento, com toques com toques de grafite.
especiados e terrosos. Álcool 15%. EM
Álcool 12,5%. EM

86 ADEGA >> Edição 143


DOCES ||

AD 91 pontos AD 91 pontos AD 88 pontos AD 94 pontos AD 89 pontos


ROQUEVALE SALTON SEPTIMUM 2012 TAYMENTE MALBEC 2015 UMANI RONCHI QUINTA SANTA EUFÊMIA
RESERVA TINTO 2010 Salton, Campanha Huarpe Wines, CAMPO SAN GIORGIO FINEST RESERVE TAWNY
Roquevale, Alentejo, Gaúcha, Brasil (R$ Mendoza, Argentina CONERO RISERVA 2010 Quinta Santa Eufêmia,
Portugal (Adega 177). O nome vem das (BEV Group R$ 78). Umani Ronchi, Douro, Portugal
Alentejana R$ 148). sete variedades usadas Malbec com passagem Marche, Itália (Divvino R$ 91).
Tinto composto de no corte: Tannat, de 12 meses em (Decanter R$ 687). Tinto fortificado doce
Touriga Nacional, Petit Verdot, Merlot, barricas de carvalho Tinto elaborado elaborado a partir
Aragonez e Syrah, com Cabernet Franc, francês. Seu aroma, exclusivamente a partir de diversas castas
estágio de seis meses Teroldego, Cabernet com ar mais austero, de uvas Montepulciano, típicas do Douro, com
em barricas de carvalho Sauvignon e Marselan. apresenta especiarias fermentadas parte em estágio em barris de
francês e americano. Mostra boa intensidade e pimenta preta, que cachos inteiros (30%), carvalho. Num estilo
Mostra sedutores aromática. As notas de vai se destacando com com estágio entre 12 e menos concentrado,
aromas de cassis e madeira bem integradas o tempo na taça. Uma 14 meses em barricas tem taninos macios,
ameixas escoltados por com a fruta indicam explosão equilibrada de e mais seis meses em gostosa acidez e bom
notas florais, tostadas a pretensão do vinho. acidez em boca, mostra tonneaux de segundo corpo, tudo envolto
e de especiarias doces, Um tinto que usou boa corpo médio com e terceiro usos. Cheio por agradáveis frutas
que se confirmam madeira, deve ter como taninos elegantes e um de frescor e de texturas, secas e em compota,
no palato. Potente e matéria-prima boa fruta, toque delicado de fruta é muito elegante, com além de notas florais e
carnudo, tem gostosa como este exemplar. Na cítrica, em especial a notas salinas e de frutas de especiarias doces.
acidez, taninos cheios boca, é seco, tem aquela bergamota. Um ótimo negras mais frescas, Álcool 19,5%. EM
de textura e final potência escondida pelo vinho para acompanhar além de toques florais,
agradável e frutado, equilíbrio entre taninos carnes mais gordurosas. de especiarias doces,
com toques minerais e e acidez, entre a madeira Álcool 13,8%. CM de cacau e de tabaco.
de chocolate amargo. de boa qualidade e o Equilibrado, tem final
Álcool 13,5%. EM álcool balanceado pela longo e persistente,
elegância. É encorpado com traços minerais.
e de sabor intenso. O Álcool 14%. EM
final é persistente, com
notas de baunilha e de
amoras. Deve evoluir
muito bem pelos
próximos cinco anos.
Álcool 13,5%. BD

Edição 143 >> ADEGA 87


EVENTOS >>

ALMOÇO JUAN ROBY ALMOÇO JUAN ROBY LANÇAMENTOS VIND’AME LANÇAMENTOS VIND’AME LANÇAMENTOS VIND’AME

AD 94 pontos AD 91 pontos AD 90 pontos AD 92 pontos AD 96 pontos


HENRY GRAN LAGARDE MALBEC 2016 FUENTESECA 2015 TERREDELLATOSA VERRENBERG RIESLING
GUARDA Nº1 2011 Lagarde, Mendoza, Bodega Sierra Norte, GUTTURNIO 2015 TROCKENBEERENAUSLESE
Lagarde, Mendoza, Argentina (Devinum Utiel-Requena, La Tosa, Emiglia- 2013
Argentina (Devinum R$ 85). Tinto elaborado Espanha (Vind’Ame R$ Romagna, Itália Fürst Hohenlohe-
R$ 390). Tinto exclusivamente a partir 86). Tinto composto (Vind’Ame R$ 189). Oehringen,
composto de 70% de Malbec, com estágio de 60% Bobal, uva Tinto composto de 65% Württemberg, Alemanha
Malbec e 30% de parte do vinho típica da pequena Barbera e 35% Bonarda (Vind’Ame R$ 1.059 -
Cabernet Sauvignon, em barricas usadas região de Utiel- (como a casta Croatina meia garrafa). Branco
com estágio de 24 de carvalho. Cheio Requena, e de 40% é chamada nessa parte doce elaborado
meses em barricas de de tipicidade, mostra Cabernet Sauvignon, da Itália), fermentado exclusivamente a
carvalho francês. A toda a amabilidade e sem passagem por com leveduras partir de uvas Riesling
exemplo de todos os a o lado frutado dessa madeira. Carnudo e não adicionadas, botritizadas advindas
vinhos da vinícola, este cepa, esbanjando muito frutado, tem sem passagem por do vinhedo Verrenberg,
também ganhou em frescor, mineralidade refrescante acidez, madeira e sem adição propriedade da vinícola
frescor, em vivacidade e taninos de ótima taninos macios e final de sulfitos tanto desde o século XIII.
e em tensão, mantendo textura. Um vinho que cheio e persistente, durante o processo de Elaborado somente em
o perfil refinado e se bebe perigosamente com toques minerais e vinificação, quanto anos excepcionais e
“mais clássico” da casa. fácil, parecendo menos de especiarias. Versátil no engarrafamento. sempre em pequeninas
Mas, o que muda tudo complexo do que e gostoso de beber, Impressiona pela produções, este vinho
aqui são os taninos realmente é. Álcool pode acompanhar pureza e pela exala complexidade
de ótima textura, que 14%.EM desde carnes vermelhas qualidade da fruta, aromática e gustativa,
levantam e dão ossos até massas que levem tudo sustentado mostrando frutas cítricas,
para a mescla, tornando cogumelos em seu por refrescante damascos e maçãs em
o vinho menos cheio molho. Álcool 13,5%. acidez, taninos de compota, além de cera
e mais vertical. Álcool EM ótima textura e final de abelha, mel e frutos
14,5%. EM persistente, com toques secos, tudo permeado
minerais. Precisa de por deliciosas notas
tempo na taça para se minerais. Impressiona
mostrar, seguramente a pelo equilíbrio entre sua
passagem por decanter vibrante acidez e sua
para aerá-lo trará doçura. Delicioso e raro.
benefícios. Álcool 14%. Álcool 11%. EM
EM

88 ADEGA >> Edição 143


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&UHDWXV

EQORTGRGNQUKVGYYYRCRKNNQPCTQOCUEQODTEQPVCVQ"RCRKNNQPE

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E NTOS ||

JANTAR COM JANTAR COM TARAPACÁ TARAPACÁ TARAPACÁ


EMILY FAULCONER EMILY FAULCONER
AD 90 pontos AD 92 pontos AD 92 pontos
AD 93 pontos AD 90 pontos TARAPACÁ GRAN RESERVA TARAPACÁ GRAN RESERVA TARAPACÁ GRAN RESERVA
CARMEN DO MATORRAL CARMEN GRAN RESERVA CARMÉNÈRE 2015 ETIQUETA AZUL 2013 ETIQUETA NEGRA 2015
CHILENO SYRAH/CINSAULT/ SAUVIGNON BLANC 2014 Viña Tarapacá, Maipo, Viña Tarapacá, Maipo, Viña Tarapacá, Maipo,
VIOGNIER 2016 Viña Carmen, Leyda, Chile (Épice R$ 110). Chile (Épice R$ 230). Chile (Épice R$
Viña Carmen, Chile (Mistral US$ 39). Delicioso conjunto O etiqueta azul tem 170). A areia é parte
Colchagua e Itata, Este 100% Sauvignon neste Carménère que um perfil aristocrático, importante do perfil
Chile (Mistral US$ 68). Blanc encanta pela tem marcados o frescor, mas também uma de solo do vinhedo
Nesta série chamada combinação de boa seguido da fruta exuberância de ameixa deste 100% Cabernet
DO, que retrata single estrutura, volume de (cereja) e finalizado e cassis. Surpreende Sauvignon. O Etiqueta
vineyards, este foi o boca e frescor, com a com um delicioso com um perfil mineral Negra tem um
que mais me encantou. parte branca da laranja toque medicinal. a talco. Seus taninos equilíbrio invejável.
Fabuloso perfil do e um toque cítrico de Expressa-se idealmente refletem esta deliciosa Consegue disfarçar
Rhône com a vida do limão galego. Muito ligeiramente textura e prometem sua estrutura sob um
Novo Mundo. Perfil vibrante e cheio de refrescado. Até o final ainda evoluir muito véu de elegância, com
floral e fruta (ameixa) vida, a acidez traz uma leve de pirazina agrada além de seus atuais fruta fresca e o perfil
límpida e suculenta. certa picância. Tão e agrega tipicidade ao quatro anos de vida. CB do Cabernet do Maipo
Os taninos têm finesse bom ver Sauvignon vinho. CB indo do eucalipto ao
e personalidade, e Blanc de seu terroir boldo do Chile. A isso
andam muito bem em mais famoso, o Vale de se somam o cravo,
conjunto com a acidez, Leyda que não segue pimenta, cereja e um
colaborando para a o perfil neozelandês. aroma floral. Em boca,
elegância deste vinho. Límpido e direto, agrega cereja e groselha
Ultra gastronômico. CB mostra que valeu a fresca. CB
pena aguardar sua
evolução em garrafa.
CB

90 ADEGA >> Edição 143


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Armazene seus
vinhos conosco:
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INFORMATIVO CLÁSSICO
DO PORTO
A Quinta do Noval é
reconhecidamente um dos
melhores produtores de Vinhos do
Porto e grande parte dessa fama
VINHO + CONHECIMENTO + EXPERIÊNCIA deve-se ao maravilhoso Vintage
produzido na quinta, o
Quinta do Noval
Nacional.

UM MUNDO DE
VINHOS E BENEFÍCIOS AD

91
EXCLUSIVOS pts

A seleção deste mês faz uma viagem pelo Novo e Velho Mundos,
com destaque para belíssimos exemplares da Itália, Portugal,
Chile, Brasil, Argentina, África do Sul e, sobretudo, da Espanha,
que vem surpreendendo, encantando e recebendo cada vez mais
reconhecimento dos grandes críticos de vinho do planeta.
Muitos de vocês já estão fazendo uso dos benefícios especiais
que a Mistral e Winebrands estão oferecendo para os associados
ativos do nosso clube, com descontos de até 25% numa seleção
de vinhos. Além disso, você também tem direito a 10% de desconto
em compras na Loja.Sabor.club, um site perfeito para quem, além
do vinho, ama a gastronomia.
Mas, recentemente, abrimos as inscrições das 40 vagas para
participar do exclusivíssimo International Tasting 2017, que será
realizado no hotel Unique em São Paulo, no dia 28 de outubro.
Serão degustações inesquecíveis como você pôde ler em matéria CEDRO DO NOVAL 2011
especial nesta edição. Como associado ativo do clube, você Quinta do Noval / Adega Alentejana (R$ 172)
também tem um desconto especial de 20% na inscrição para o REGIÃO/PAÍS: Douro, Portugal
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Tinto composto de Syrah, Touriga Franca e
Se você ainda não está aproveitando estes benefícios, basta enviar Touriga Nacional, com estágio de 18 meses
um e-mail para nosso concierge para receber os códigos que em barricas de carvalho francês. Douro
habilitam cada um destes benefícios exclusivos aos associados de carteirinha, mostra típicos aromas de
cassis e ameixas acompanhados de notas
ativos do Clube ADEGA. de violeta, de ervas frescas e de especiarias
doces. Carnudo e estruturado, tem acidez
Saúde, TGHTGUECPVGVCPKPQUFGȕVKOCVGZVWTCGƒPCN
persistente e cheio, com toques minerais e
de tabaco. Um bom exemplo de precisão e
Christian Burgos e Eduardo Milan TGƒPCOGPVQFCOCIPȐƒECUCHTCFGPQ
Douro. Álcool 14%. EM
Nesse mês, no Platinum trazemos uma
seleção verdadeiramente mediterrâ-
nea, unindo tradição e inovação. De
Rioja, elegemos o Fincas de la Villa,
um Gran Reserva de excepcional rela-
ção entre qualidade e preço. De Por-
tugal, conseguimos selecionar o Cedro
do Noval da disputada safra 2011, pro-
duzido pela mítica Quinta do Noval.
Indo para o país da bota, escolhemos
um tinto sem adição de SO2, o Terre-
dellatosa, da Emiglia-Romagna, região
ainda pouco conhecida entre nós.

BONARDA OU NÃO?
A Croatina, conhecida como
Bonarda na região da Emi-
glia-Romagna nada tem a ver
com a Bonarda tão plantada
e difundida na Argentina.

FINCAS DE LA VILLA TERREDELLATOSA


AD
GRAN RESERVA 2005 GUTTURNIO 2015
Bodegas Muriel / Winebrands (R$ 240) La Tosa / Vind’Ame (R$ 189)
AD

93 92 pts
REGIÃO/PAÍS: Rioja, Espanha REGIÃO/PAÍS: Emiglia-Romagna, Itália pts

Tinto elaborado exclusivamente a partir Tinto composto de 65% Barbera e


de uvas Tempranillo, com estágio de 30 35% Bonarda (como a casta Croatina
meses em barricas de carvalho francês é chamada nessa parte da Itália),
e americano, mais três anos em garrafa. fermentado com leveduras não
Mostra as desejadas notas de evolução adicionadas, sem passagem por madeira
típicas de um Rioja Gran Reserva, GUGOCFKȊȆQFGUWNƒVQUVCPVQFWTCPVG
oferecendo complexidade e elegância QRTQEGUUQFGXKPKƒECȊȆQSWCPVQPQ
tanto nos aromas quanto nos sabores. engarrafamento. Impressiona pela
Muito sedoso, consegue ser sutil e delicado pureza e pela qualidade da fruta, tudo
ao mesmo tempo em que tem força e sustentado por refrescante acidez,
estrutura, tudo sustentado por refrescante VCPKPQUFGȕVKOCVGZVWTCGƒPCN
CEKFG\GVCPKPQUFGITȆQUƒPȐUUKOQU1 persistente, com toques minerais.
ƒPCNRGTUKUVGPVGGRTQHWPFQEQOVQSWGU Precisa de tempo na taça para se
terrosos, de cerejas, de tabaco e de couro mostrar, seguramente a passagem por
complementam a deliciosa experiência de decanter para aerá-lo trará benefícios.
prová-lo. Álcool 13%. EM Álcool 14%. EM
GRAN
GOLD

AD
O Grand Gold traz preciosidades 91 AD
que merecem ser conhecidas ou
revisitadas. Da região da Campa-
pts
90pts

nia, na Itália, vem o Terredora, um AD


100% Aglianico, feito para a mesa.
Continuando na Europa, vamos até
91pts

a Espanha, para trazer o Cala 1, pro- PARA COMIDA


duzido pela Bodega Tinedo, projeto A Aglianico, uva muito
butique localizado em Castilla. Por cultivada na Campania e na
fim, do Chile, apresentamos um Basilicata, é conhecida pelo seu
caráter gastronômico, pois além
clássico da Errazuriz, o Max Reserva
da vibrante acidez, costuma ter
Cabernet Sauvignon, que nos últi-
taninos marcantes em
mos anos está trilhando caminhos sua juventude
de mais frescor e vivacidade.

PIONEIRO
Don Maximiano Errázuriz
fundou a Viña Errazuriz
em 1870, tendo plantado as
primeiras videiras francesas
no vale do Aconcágua nessa
mesma época.

TERREDORA AGLIANICO 2011 ERRAZURIZ MAX RESERVA BODEGA TINEDO CALA 1 2014
Terredora / Cantu (R$ 140) CABERNET SAUVIGNON 2015 Bodega Tinedo / Domno (R$ 82)
REGIÃO/PAÍS: Campania, Itália Errazuriz / Grand Cru (R$ 129) REGIÃO/PAÍS: Castilla, Espanha
REGIÃO/PAÍS: Aconcágua, Chile
Tinto elaborado exclusivamente a Tinto elaborado a partir de uvas
partir de uvas Aglianico, com estágio Tinto composto de 85% Cabernet 50% Tempranillo, 40% Syrah e 10%
em barricas de carvalho francês. Sauvignon, 10% Petit Verdot e 5% Cabernet Cabernet Sauvignon, com breve
Apresenta aromas de cerejas e amoras Franc, com estágio de 12 meses em passagem por madeira e mais um ano
acompanhados de notas florais, barricas de carvalho francês sendo de estágio em tanques de cimento
especiadas, minerais e de ervas frescas. 25% novas. Ano após ano este vinho sem revestimento. Apresenta aromas
Chama atenção pela ótima textura de vem mostrando mais vivacidade e fruta de cerejas e morangos acompanhados
taninos e pela acidez refrescante. É XGTOGNJC G PGITC FG RGTƒN OCKU HTGUEQ de notas florais, de ervas e de
GUVTWVWTCFQ VGPUQ G VGO ƒPCN RGTUKUVGPVG tornando-o ainda mais agradável e gostoso especiarias, além de toques minerais.
com toques terrosos e de frutas de beber. As notas de ervas, de especiarias, No palato, surpreende pelo frescor e
vermelhas ácidas, convidando a mais um tostadas e de chocolate aparecem de pela qualidade da fruta, é suculento e
gole. Álcool 13%. EM forma discreta, ressaltando seu lado cativante, tem taninos de boa textura,
frutado e aportando certa complexidade ao IQUVQUCCEKFG\GƒPCNVGPUQGEJGKQFG
conjunto. Álcool 14%. EM vivacidade. Álcool 14,5%. EM
GOLD
DOUGLAS GREEN CINSAULT PINOTAGE 2016
Douglas Green / Domno (R$ 67)
REGIÃO/PAÍS: Western Cape, África do Sul
Tinto que agrada pelo caráter predominantemente frutado, que se
manifesta tanto nos aromas (que se completam com notas florais e
de especiarias) como na boca, que mostra boa acidez, taninos que
não pegam e madeira sem protagonismo. Aqui, a combinação de fruta Para aumentar seu leque de opções,
OCFWTCGȄNEQQNTGUWNVCPWOƒPCNNGXGOGPVGCFQEKECFQOCUCKPFCCUUKO trazemos vinhos menos conhecidos,
agradável, num vinho de corpo médio. Carne de avestruz, típica do país de
mas não menos surpreendentes. Re-
origem, seria uma harmonização recomendável. Álcool 13,5%. GV
cém chegados ao Brasil, selecionamos
o Douglas Green Cinsault Pinotage,
FUENTESECA 2015 da África do Sul, e o espanhol Fuen-
Bodega Sierra Norte / Vind’Ame (R$ 86) teseca, da pequena região de Utiel-Re-
REGIÃO/PAÍS: Utiel-Requena, Espanha quena, ambos muito versáteis e ideais
para acompanhar desde massas em
Tinto composto de 60% Bobal, uva típica da pequena região de Utiel-
geral até carnes assadas ou ensopadas.
Requena, e de 40% Cabernet Sauvignon, sem passagem por madeira.
%CTPWFQGOWKVQHTWVCFQVGOTGHTGUECPVGCEKFG\VCPKPQUOCEKQUGƒPCN Já da Argentina, elegemos o Hey Mal-
cheio e persistente, com toques minerais e de especiarias. Versátil e bec, que vai conquistar até os menos
gostoso de beber, pode acompanhar desde carnes vermelhas até massas entusiasmados com essa cepa.
que levem cogumelos em seu molho. Álcool 13,5%. EM

HEY MALBEC 2016


Matías Riccitelli Wines / Winebrands (R$ 97)
REGIÃO/PAÍS: Mendoza, Argentina
AD
Este tinto 100% Malbec, com estágio em tanques de cimento (70%) e o
restante em barricas usadas de carvalho francês, sempre é muito consistente
90
pts

e um ótimo retrato da Malbec em Mendoza, com seu caráter amável, cheio de


ameixas frescas e notas de violeta. De corpo médio, tem acidez refrescante,
VCPKPQUFGȕVKOCVGZVWTCGƒPCNRGTUKUVGPVGGVGPUQEQPXKFCPFQCWOCUGIWPFC AD
taça. Álcool 14%. EM 89 AD
pts
90
pts

MENINO DE OURO
Filho do reputado enólogo Jorge
Riccitelli, Matías é responsável VOCÊ SABIA...
por elaborar o Hey Malbec e ...que a Pinotage foi criada
é também considerado um dos na África do Sul em 1925
enólogos mais promissores de por Abraham Izak Perold
sua geração. através do cruzamento entre
Pinot Noir e Cinsault?
SILVER AURORA RESERVA TANNAT 2015
Aurora (R$ 55)
REGIÃO/PAÍS: Bento Gonçalves, Brasil

Tinto elaborado exclusivamente a partir de Tannat, com estágio de 10


meses em barricas de carvalho francês e americano. De boa tipicidade,
mostra ameixas e cassis, além de notas florais e defumadas, que se
Para o Silver deste mês escolhemos três EQPƒTOCOPCDQEC'UVTWVWTCFQHTWVCFQGUCDQTQUQVGOIQUVQUCCEKFG\
ȕVKOCVGZVWTCFGVCPKPQUGƒPCNRQVGPVGGFGXQNWOGSWGGZKIGCEQORCPJKC
varietais em pureza, que se destacaram
de bife ancho grelhado. Álcool 12,5%. EM
em nossas degustações mensais às cegas.
Do renomado produtor argentino Ruca
Malen, elegemos o Aimé Malbec, um tin- SETTESOLI NERO D’AVOLA 2016
to fresco e de baixo teor alcoólico, muito Settesoli / Cantu (R$ 48)
representativo do melhor que Mendoza REGIÃO/PAÍS: Sicília, Itália
está produzindo atualmente. Caminhan-
do mais um pouco pela América do Sul Tinto elaborado exclusivamente a partir de Nero d’Avola, sem passagem por
madeira, mas com estágio de seis meses em tanques de aço inox antes de
selecionamos o Aurora Reserva Tannat,
UGTGPICTTCHCFQ)CUVTQPȖOKEQFQKPȐEKQCQƒOOQUVTCCOQTCUGUEQNVCFCU
um brasileiro gostoso, cheio de frescor e por notas florais, terrosas e de ervas. De boa estrutura e fácil de agradar, tem
de acidez, que demonstra nossa capacida- VCPKPQUFGDQCVGZVWTCGƒPCNSWGRGFGCEQORCPJKCFGOCUUCUEQOTCIWFG
de de produzir com qualidade muito mais linguiça. Álcool 13%. EM
que espumantes. Cruzando o Atlântico
e adentrando o Mediterrâneo, chegamos
à Sicília, de onde vem o Settesoli Nero AIMÉ MALBEC 2016
d’Avola, que explica por si só o sucesso Ruca Malen / La Pastina (R$ 48)
REGIÃO/PAÍS: Mendoza, Argentina
dessa variedade por aqui.
Tinto elaborado exclusivamente a partir de Malbec, com breve passagem
por madeira. Acessível, frutado e cativante, mostra as típicas notas florais e
de ameixas da Malbec, acompanhadas de toques minerais e de especiarias
FQEGU)QUVQUQFGDGDGTVGOCEKFG\PCOGFKFCVCPKPQUOCEKQUGƒPCNEQO
toques de amoras. Versátil, pode acompanhar desde aperitivos até carnes
na brasa. Álcool 12%. EM

8
ORIGENS
Apesar de ser considerada
AD a uva emblemática do
89
pts AD
Uruguai, a Tannat é
88
pts
historicamente plantada
em Madiran, no sudoeste
da França.

HISTÓRICA
Em fevereiro de 2016, a Coopera-
tiva Vinícola Aurora completou 85
anos de existência. Atualmente,
ela é a maior produtora de vinhos
do Brasil, contando com mais de
mil famílias associadas.
CONO SUR BICICLETA BRANCO
GEWÜRZTRAMINER 2016
Cono Sur / La Pastina (R$ 48)
REGIÃO/PAÍS: Colchagua, Chile
AD

Branco elaborado exclusivamente a partir 91


pts
de Gewürztraminer, sem passagem por
madeira. De boa tipicidade, mostra os Neste mês, nossa seleção de brancos
exuberantes aromas de frutas tropicais AD traz vinhos de estilos variados e de
89
AD
seguidos de notas florais, herbáceas
e de especiarias. No palato, é frutado, pts 90
pts
ótimos produtores. Do Minho, vem
o Loureiro Clássico, da Quinta do
estruturado, tem bom volume, gostosa
Ameal, considerado por muitos o
CEKFG\GƒPCNOȌFKQEQOVQSWGUUCNKPQU
Um bom e acessível exemplar dessa uva.
melhor produtor de Loureiro de Por-
Ideal para acompanhar pratos da culinária tugal. Do Chile, trazemos o Cono
oriental. Álcool 13,5%. EM Sur Gewürztraminer, cheio de tipi-
cidade e uma ótima maneira de co-
nhecer uma das cepas emblemáticas
QUINTA DO AMEAL da Alsácia. Para terminar, do Brasil,
CLÁSSICO LOUREIRO 2014 o Salton Virtude Chardonnay de-
Quinta do Ameal / Qualimpor (R$ 128) monstra o que estamos produzindo
REGIÃO/PAÍS: Minho, Portugal de melhor e porque não devemos ter
preconceito com vinhos brasileiros.
Este branco é composto de 90% Loureiro
Prove e comprove!
e 10% Arinto, com estágio entre três e
seis meses em tanques de inox. Este
vinho representa 80% de toda produção
da quinta. Impressiona pela tensão do
conjunto, estando ainda melhor do que
quando provado a primeira vez em 2015.
Cheio de frescor e de intensidade, mostra
frutas cítricas em profusão, gostosa
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toques salinos, florais e de mel. Álcool CENTENÁRIA
11%. EM Exemplo de tradição
e longevidade, em
2017 a vinícola Sal-
SALTON VIRTUDE
CHARDONNAY 2014 ton comemorou 107
Salton (R$ 109) anos de existência.
REGIÃO/PAÍS: Campanha Gaúcha, Brasil

Branco elaborado exclusivamente


a partir de uvas Chardonnay, com
fermentação e estágio parcial de seis
meses em barricas de carvalho francês
e americano. Mostra frutas tropicais e
de caroço acompanhadas de agradáveis
VOCÊ SABIA...
notas florais e defumadas, além de ...que o nome em alemão
toques tostados e de especiarias doces. Gewürztraminer, dessa uva muito
Nesta safra, mantém o estilo de fruta plantada na Alsácia, literalmente
mais madura, mas tem acidez vibrante, significa “Traminer Perfumada”, em
que traz sustentação ao seu lado virtude dos seus aromas exuberantes?
untuoso e cremoso, tornando-o muito
agradável de beber. Um dos melhores,
senão o melhor, Virtude até agora. Álcool
13,5%. EM

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QUEM DISSE | para BEBER e COMENTAR

O dia oferece
dois sacramentos
“O padre era bom, mas igualmente
entediante. Os oficiais necessários: a
não eram bons, mas bênção da manhã
entediantes. O rei era
bom, mas entediante. e a absolvição do
O vinho era ruim, mas crepúsculo. Na
não entediante” manhã, o café
Ernest Hemingway, escritor
abençoa e, à noite,
o vinho absolve
Michael Foley, escritor

“Não é o vinho
que nos embriaga,
mas quem o traz e
verte na taça” “Todas as preocupações
M.F. Moonzajer, jornalista são menores com vinho”
Amit Kalantri, escritor

“Quando você não “Qualquer um pode


consegue lidar com a produzir um blend cheio
mistura inebriante de vinho de complexidade, mas um
e mulher, é hora de pegar as monovarietal que exala
malas e ir embora” camadas complexas é sinal
Anurag Shourie, médico de um grande enólogo”
Tony Margiotta, crítico de vinhos

98 ADEGA >> Edição 143


AO MELHOR MOSCATEL
DO MUNDO.
O MO
O SCA
ATELL DE SETÚB
B AL..
O Moscatel Roxo 2013 da Venâncio Costa Lima ganhou
este ano o prémio de Melhor Moscatel do Mundo,

Seja responsável. Beba com moderação.


no concurso Muscats Du Monde. Um prémio que também
já tinha sido conquistado em 2011, com o Reserva 2006,
e que se vem juntar às várias distinções que o Moscatel
de Setúbal tem recebido nos últimos anos. Neste mesmo
concurso, o Moscatel Roxo da Adega de Pegões ganhou
no ano passado o prémio de melhor do mundo e, em 2009,
a prestigiada revista americana Wine Advocate atribuiu
100 pontos Robert Parker ao Moscatel da José Maria
da Fonseca de 1947.

Mais do que razões suficientes


para brindarmos a este sucesso.

www.vinhosdapeninsuladesetubal.pt

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