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| ANO XVII - NO 204 – € 4,00

17
ESPECIAL

anos
de ADEGA
17 vinhos marcantes
da safra 2005
Seu vinho é
falsificado?
10 sinais para
ficar atento
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10 harmonizações
para vinhos com
uvas típicas do Rhône

ADEGA
Portugal
Os melhores
do guia 2022

Philippe
Pacalet
O mestre dos
vinhos naturais
da Borgonha
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ADEGA ADEGA ADEGA


ESPANHA
guia DE VINHOS
portugal
guia DE VINHOS
BRASIL
guia DE VINHOS

CARTÃO PROGRAMAÇÃO EM TELEVISÃO SEGURO

Brasil
A maior referência
em vinhos no Brasil

Desde 2005, a Revista ADEGA tem como um upgrade, com novo layout e com o
missão acelerar a cultura do vinho no site Melhor Vinho integrado. Agora num
Brasil através de informação, formação e mesmo local você encontra o melhor
entretenimento de seus leitores. conteúdo e milhares de avaliações
de vinhos feitas por nossa equipe de
Além da publicação mensal, nossos degustação.
leitores e o mercado seguiram conosco
numa jornada que hoje vai muito além Ao longo destes 17 anos de história,
da revista impressa, e envolve todo o superamos grandes marcas de audiência
ambiente digital, mais clube de vinhos, e atualmente nosso ecossistema atinge
e-commerce,
Acesseeventos,
nosso guias, feirasno
Canal e Telegram:mais de 1 milhão de interessados
t.me/BRASILREVISTAS
muito mais. por vinho ao mês, englobando
consumidores e profissionais.
Neste ano, em especial, foram muitas
novidades! Ampliamos nossas alianças e Tudo isso pensado e criado para nosso
lançamos novos produtos e serviços para leitor e cliente, que pode contar conosco
quem ama vinho: O cartão de crédito em toda sua jornada de aprendizado,
BRB ADEGA e o seguro para coleções de compra de vinhos e entretenimento.
vinho ADEGA CHUBB.
Agradecemos a nossos clientes e
Na esfera de conteúdo, agora contamos ao mercado por nos acompanhar e
com uma programação de televisão em consolidar como a principal referência
parceria com canal Sabor e Arte. em vinhos no Brasil nesta fascinante
O Portal da Revista ADEGA recebeu jornada.

@revistaadega revistaadega tvadega revistaadega.com.br


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Editorial

Volver a los 17
“Voltar ao 17, depois de viver um século”, não é apenas um expoente do vinho natural,
começa esse clássico do cancioneiro latino, é um guru disfarçado de produtor de vinho.
consagrado na voz da imortal Mercedes Vinho que, em sua concepção, vai muito
Sosa. Ao completarmos 17 anos de ADEGA, além de uma simples bebida, alcançando
sentimo-nos um pouco assim, como se esse patamar etéreo capaz de transcender a
estivéssemos voltando no tempo. E tal como natureza e também o homem, tornando-se
no poema, esse regresso se dá pelo poder um elo entre todas as coisas.
do amor, pela paixão que rejuvenesce. No Falando assim, parece uma teoria
nosso caso, somos apaixonados por algo que filosófica complexa, mas, no fundo, tudo
nos maravilha a cada instante; com longa está calcado na mais tenra simplicidade e
“Guru” Pacalet nos história, mas também com novidades, com na emoção de degustar vinhos puros como
revela as conexões tradições, porém liberdade. É impossível não os dele. E parafraseando o clássico de Raul
do vinho se apaixonar pelo vinho, impossível também Seixas, o vinho é o fim e o meio, e também
não se sentir revigorado diante dessa paixão. é o início. Nestes 17 anos, todos os dias
Muitas vezes é difícil explicar essa compartilhamos essa paixão pelo vinho, que é
conexão profunda que o vinho nos nossa e também sua.
proporciona. No entanto, tudo parece que
fica muito simples quando nos deparamos
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Saúde,
com pessoas especiais como Philippe Pacalet,
por exemplo. Ao seu lado, mesmo uma
conversa despretensiosa é inspiradora. Ele Christian Burgos e Arnaldo Grizzo

CIRCULAÇÃO
COLABORADORES R.Scola Marketing Editorial
André de Fraia, André Mendes,
Christiane Miguez e Dado Lancellotti
ASSINATURAS
PUBLICIDADE assinaturas@innereditora.com.br
publicidade@innereditora.com.br
DIREÇÃO +55 (11) 3876-8200
+55 (11) 3876-8200 – ramal 11
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Christian Burgos - christian_burgos@innergroup.us REPRESENTANTES COMERCIAIS DE CORREIOS E TELÉGRAFOS.
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EDITOR CONTRIBUINTE Inner Publishing - sales@innerpublishing.net tos emitidos nos textos publicados e assinados na revista ADEGA,
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Sassoalloro, o supertoscano com a


assinatura da família Biondi Santi
Poucos vinhos italianos combinam tradição e modernidade
tão bem quanto o Sassoalloro. Ele é elaborado com o
prestigioso clone da uva Sangiovese que deu origem ao
primeiro Brunello di Montalcino, o famoso BBS11, e combina
aromas de frutas silvestres e um toque terroso com um
gastronômico frescor no palato. Ao provar uma taça de
Sassoalloro, é fácil entender porque ele é o supertoscano
preferido de tantos enófilos.

MISTRAL, A IMPORTADORA DOS MELHORES VINHOS

Compre pelo telefone: (11) 3174-1000


ou acesse nosso site: www.mistral.com.br
Sumário
66
Escola do vinho

90
Existem defeitos que

58 podem ser qualidades?

Especial
Lista
Os destaques do Guia
17 vinhos
ADEGA Portugal 2022
marcantes da
safra 2005,
quando ADEGA
nasceu

86
Grands
Domaines
Josmeyer,
artistas da
Alsácia

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74
Escola do
vinho
10 indícios de que
seu vinho pode ser
46
falso Harmonização
Dicas de pratos
para vinhos com

16 inspiração no Rhône

103 80 Entrevista
Cave Degustação Uma conversa inspiradora
com o guru dos vinhos
Uma seleção de vinhos Vertical dos vinhos da Quinta naturais, Philippe Pacalet
avaliados pela nossa equipe dos Murças

e mais...

10 24 42 44 113
Cartas Mundovino Contra Rótulo Uvas Clube ADEGA
Mensagens dos nossos Notícias sobre Domaine Ponsot, a Fatos sobre Gamay, a Confira as novidades do
leitores com sugestões, acontecimentos gerais do história dos caçadores uva que foi banida da mês do nosso clube de
elogios, reclamações etc. mundo do vinho de falsificação Borgonha vinhos
BEBA COM MODERAÇÃO

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Cartas
Falsificado ou não?
Primeiramente gostaria de parabenizá-los pela excelência Caro Nelson, obrigado por nos acompanhar e por
da sua publicação, indiscutivelmente a melhor revista questionar. O problema do contrabando e da falsificação
sobre o assunto que conheço. As recomendações da vem sendo muito discutido ultimamente. Consultamos
Cave têm sido de extrema utilidade para os amantes do a Mistral, importadora oficial dos vinhos Catena para o
vinho e os artigos sempre atuais e impecáveis. Há uma Brasil. Segundo Rodrigo Mainardi, diretor de marketing,
polêmica que acredito apenas vocês podem dar uma essa informação não procede. Ou seja, não daria para
opinião abalizada. Tenho lido muito sobre falsificação dos identificar contrabando ou falsificação pela marcação de
vinhos DV Catena distribuídos no Brasil ou comprados teor alcoólico no contrarrótulo. O que ele diz é que “a única
no Paraguai. Segundo os artigos, o verdadeiro DV Catena maneira de garantir que o vinho tenha todas as qualidades
tem uma graduação alcoólica de 14% e os falsificados, ou do produto original, é verificar se ele tem o contrarrótulo em
de segunda linha, constam nos rótulos, 13,4% ou 13,7%. português e o selo de autenticidade. Se o vinho foi trazido
Realmente já vi exemplares do Cabernet / Malbec e de maneira ilegal, há grande chance de estar danificado,
Malbec / Malbec com essas graduações. Procedem essas mesmo que não seja falsificado”.
afirmações?
Nelson Costa

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Sicília
Sou assinante da Revista
Adega há mais de 10
anos. Estou programando
minhas férias para a
Saca a Rolha @sacaarolha.rj
Sicília, Itália. Por favor, Aquela boa notícia pra quem ama Sobre o vinho @sobreovinho
poderiam me indicar vinho! Apreciado com moderação, O melhor tinto do brasil, segundo o
ele é um grande aliado na sua saúde! Guia Descorchados! Recentemente
quais edições da revista
#revistaadega o prestigioso Guia Descorchados
foram abordados temas elegeu, em sua edição 2022, o vinho
de enoturismo na Sicília? Sacramentos Sabina Syrah 2021, da
Muito obrigado! vinícola Sacramentos Vinifer, o Melhor
Luís Carlos Zuim Vinho Tinto do Brasil. #revistaadega

Caro Luís, no link abaixo


você encontra tudo o que
publicamos sobre a Sicília
na revista e no site. Creio
que aí encontrará o que
precisa.

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10 | Revista ADEGA - Ed.204


HISTORICAMENTE,
UM GIGANTE SUL-AFRICANO.

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Propriedade histórica na África do Sul, Klein Constantia nasceu em 1685,


fundada por Simon Van der Stel, navegador holandês. Casamento perfeito dos
conhecimentos de Bordeaux, negociações e o excepcional terroir sul africano. O V I N H O C E RTO E M Q UA LQ U E R M O M E N TO.

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AD EGA
Responde

Umidade
“Vou isolar um quarto para
transformar em adega. Além
da temperatura, existe um
nível de umidade ideal para
melhor preservar os vinhos?”,
questiona o leitor Marcos
Lima

MANTER TEMPERATURA
relativamente baixa e constante é
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essencial para uma garrafa de vinho
envelhecer com tranquilidade. Diz-se
que devemos manter cerca de 13ºC.
No entanto, o nível de umidade do ar
também conta. Níveis muito baixos
podem prejudicar o vinho e níveis
muito altos podem deteriorar os
rótulos.
Quando a umidade for superior
a 70%, provavelmente causará mofo
e degradação dos rótulos e da cola.
Quando a umidade é inferior a 50%,
as rolhas começam a secar, resultando
em perda de líquido nas garrafas e
possível degradação do vinho.
Embora estime-se que faixa entrada de oxigênio na garrafa.
de umidade de 35 a 55% não Se você mantém seus vinhos dentro
ofereça probabilidade de perda de um quarto com ar condicionado, é
ou deterioração do rótulo, baixos preciso também ter um umidificador.
níveis de umidade, com o tempo, A melhor opção é um umidificador
danificarão o vinho, devido, entre integrado a uma unidade de refrigeração
outras coisas, à perda de elasticidade para que funcione e distribua a umidade
da rolha. uniformemente no ar. No entanto,
Estima-se que o melhor nível de um umidificador autônomo também envie suas dúvidas
umidade para armazenar vinho é de pode ser instalado em conjunto com para redacao@
65 a 70%, pois esse ponto permite que o equipamento de ar condicionado, revistaadega.com.br
as rolhas se mantenham elásticas o desde que seja controlado por um bom
suficiente para impedir ou limitar a termostato.

12 | Revista ADEGA - Ed.204


Domno Wines apresenta:

MELHOR MALBEC ORGÂNICO DO MUNDO


ARGENTO MALBEC
SI NG LE V I N E YA R D 2 02 0

Aprecie com moderação.


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ENTRE VISTA
PH I LI PPE PACALE T

Simplesmente
Philippe
Em conversa exclusiva e descontraída, Philippe Pacalet revela
a filosofia por trás de seus grandes vinhos na Borgonha

por Christian Burgos e Eduardo Milan

CONVERSAR COM PHILIPPE Pacalet, de novo, tentar absorver um pouco mais de


por mais brevemente que possa ser, talvez sua sabedoria. Na companhia de Mônica,
seja como, na antiguidade, ter a oportunidade brasileira com quem é casado, Pacalet
de ouvir um filósofo ateniense, pois o divagou longamente sobre os mais diversos
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que se aprende em poucas frases é algo assuntos e, como sempre, deu uma aula.
verdadeiramente transformador. Ele não é Antes de começar essa entrevista, vale a
um filósofo e tampouco pretende ser um, mas pena relembrar alguns aspectos de sua vida
sua longa vivência produzindo na Borgonha profissional. Sempre ligado à viticultura, ele
ao lado de alguns dos maiores nomes da foi extremamente influenciado pelo tio, o
enologia local faz com que sua visão e seus lendário Marcel Lapierre, um dos maiores
conceitos às vezes pareçam extremamente defensores dos vinhos naturais e técnicas
simples, mas no fundo encerram ideias muito orgânicas e biodinâmicas, que revolucionou a
amplas. E talvez esteja aí todo o segredo, produção em Beaujolais. Depois de se formar
já que seu objetivo, como ele mesmo diz, é em enologia no começo dos anos 1990,
fazer o melhor vinho de um lugar, mostrar Pacalet ingressou no Domaine Prieuré Roch,
a essência sem distorcê-la. Para Pacalet, o onde ficou até 2001 para começar seu próprio
vinho é o grande veículo que nos leva a uma projeto com um conceito até então inovador
compreensão maior do todo. na Borgonha, comprando uvas de pequenos
ADEGA já teve a oportunidade de estar parceiros – já que não tinha dinheiro para
com ele em algumas ocasiões, inclusive em adquirir vinhedos. Ele diz que nunca fez
sua vinícola na Borgonha (em que ele recebe vinhos com sulfitos na vida e hoje é uma
pouquíssimo convidados), e aproveitou sua referência para todos os que dizem produzir
passagem pelo Brasil recentemente para, vinhos naturais.

16 | Revista ADEGA - Ed.204


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“Nunca fiz vinho com sulfitos”


“Vou pagar você com o que vou colher e faturar
com o trabalho que vou fazer”. Então precisava
de duas empresas, uma comercial para negociar
e outra vitivinícola, para o trabalho, o que era
bastante inovador. É mais complicado, mas
ainda sou livre. No começo, eu pensava que não
fosse durar muito. Mas fui ficando e hoje isso é
algo bastante corriqueiro na Borgonha.

É possível comprar vinhedos?


Se quiser se estabelecer, você pode comprar
vinhedos, pode fazer um negócio com
financeiras. Mas nunca fiz um estudo
financeiro. Então esses caras iam me matar. Eu
falo com muitas, muitas pessoas. Às vezes, eles
querem me vender. “Quanto quer?” Impossível.
É muito caro. Então meu modelo é muito bom
e está funcionando. Sou um pequeno animal
comendo em torno de um mamute. Não estou
perturbando o mamute. Então ainda estou aqui
[risos].

Há muita pressão para vender pequenos


vinhedos na Borgonha?
Sim, aconteceu muito depois de 2008. O preço
aumentou muito depois da crise financeira.
Acesse nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS Havia muito dinheiro em todo lugar. Mas isso
se deve também aos grandes domaines que
alavancaram a Borgonha por muito tempo.
Há 40 anos era difícil vender 1 hectare de
“A primeira ideia para Échezeaux, vender uma garrafa de La Tache.
produzir de forma
natural é deixar o solo
Como foi quando deixou Prieuré Roch e Agora os preços estão loucos.
trabalhando bem, começou seu próprio projeto? Adquirir
sozinho, para expressar vinhedos era muito caro... E a demanda agora?
o que tem de natural
sem muitos filtros. Não Pessoas como eu são levadas a fazer coisas Minha esposa é gerente de vendas da minha
é só deixar fazer o ele por projeto, não apenas por dinheiro, sabe? pequena empresa. Ela pode dizer.
quiser. Isso não vai
funcionar. Vinho é para Adoraria ter as minhas vinhas nessa época, mas [Mônica] Há um ano e meio simplesmente
pessoas civilizadas. Ele não foi possível. Então decidi fazer de outra explodiu. Especialmente quando as pessoas
precisa ser educado e
orientado” forma, encontrar uma maneira de continuar ouviram que a safra de 2021 seria pequena. A
a fazer o meu trabalho, pois adoro produzir demanda explodiu e não diminui. E somos
vinho. limitados. Enquanto Bordeaux faz 80 mil
garrafas, nós fazemos 600.
Como foi isso?
No início era bastante inovador, porque era É o que o solo é capaz de produzir...
uma espécie de novo modelo de negócio, bem É do tamanho do ser humano. A gente fala de
econômico. Era impossível comprar vinhas. muitas coisas naturais. Eu sou um defensor
Então encontrei proprietários que não queriam do natural. Mas hoje usamos isso muito como
vender vinhedos pequenos e nos tornamos ideologia e vinho não é uma ideologia. É algo
amigos, bons parceiros. Esses caras não querem para conectar as pessoas. Você bebe um vinho.
vender, só querem alguém para cuidar do É bom. Perfeito. “Como foi feito?” Ok. Mas não é
vinhedo, porque alguns moram longe. Alguns só porque é feito assim que ele é bom.
não querem nem fazer vinhos. Eu não queria
alugar o terreno por muito tempo, então a parte O vinho precisa falar por si...
fiscal era complicada. Sendo assim, decidi: A primeira ideia para produzir de forma

18 | Revista ADEGA - Ed.204


natural é deixar o solo trabalhando bem,
sozinho, para expressar o que tem de natural
sem muitos filtros. Não é só deixar fazer o
que ele quiser. Isso não vai funcionar. Vinho
é para pessoas civilizadas. Ele precisa ser
educado e orientado. Você deve cuidar do solo.
Fertilidade significa que a biologia do solo está
fazendo seu trabalho, alimentando-se por si
mesma com os elementos do solo. As uvas de
Pommard e de Gevrey são bem similares. Mas
após a fermentação, se você respeitar algumas
regras, serão diferentes, mesmo que você faça
da mesma maneira. Então existe algo que
chamamos de terroir, vida, o que você quiser.
São como crianças. Eu tenho quatro. Você
as alimenta da mesma maneira, mas depois
serão diferentes, pois há algo diferente desde o
começo.

Isso foi algo que veio do aprendizado com


seu tio, Marcel Lapierre?
A ideia com Lapierre era voltar ao natural,
voltar ao método ancestral, que era muito
bom, mas abandonamos por preguiça. Nem
todas as coisas modernas são ruins. Você pode
incorporar cada vez coisas novas, mas se vê que
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alguma coisa está arruinando, você muda. No
começo, as pessoas dizem: “Pegue esse produto,
ele vai te ajudar porque você não precisa fazer
um trabalho pesado de tirar ervas daninhas”.
Mas esta não é a lei da natureza. Se você matar o intervencionista, mas você tem que orientá-la.
solo, como ele pode trabalhar para se expressar Você não pode deixar o fenômeno acontecer
em um bom produto. Então estamos voltando. por si só. “Tem um gosto estranho de vinagre...
E a mesma coisa ocorre na vinificação. A Oh, é natural” [risos]. Não quero
primeira ideia é extrair a informação certa do
solo com uma boa cultura de raízes, compostos, E o processo de envelhecimento em que minha
coisas simples, nada demais. Você sente a
diferença porque o solo é diferente. Mesmo
barrica?
A diferenciação durante o envelhecimento é
adega pareça
que vinifique uma barrica da mesma forma em importante. Um bebê nasce e vai crescer. O um hospital
Pommard, Chambolle e Nuits-Saint-Georges,
os vinhos serão diferentes. Depois ainda tem
que aconteceu na barrica é como um tipo de
programa. O programa da vida. Você tem algo
cheio de
a questão de não usar sulfito na vinificação, muito diferente a partir do momento em que equipamentos
nem no engarrafamento. É como os queijos de coloca Gevrey na barrica após a fermentação e
leite cru. Se você pasteurizar, pode fazer um 18 meses depois. É como um bebê nove meses de controle.
bom queijo, mas é diferente se não pasteurizar.
Queremos usar mais levedura selvagem e então
depois. É diferente desde o início, felizmente.
Comparamos o envelhecimento na barrica à
É a vida que
não usar sulfitos é bom. gravidez. As borras são como a placenta, que está vindo,
alimenta o vinho. Não é um sedimento ruim.
A levedura é essencial? Esse é o método que usamos para alimentar o não a morte
A chave do terroir é usar a levedura vinho. E aí você trasfega para corrigir a borda
selvagem. Claro que você também pode usar da foto. O vinho continua a crescer... Como
levedura selvagem e fazer um vinho ruim. nós, que não terminamos de crescer. Vamos
A ideia é extrair a informação ou revelar a crescendo em outros lugares [risos]. O vinho
informação pela vinificação. Então, é menos parece as pessoas. Essa é a ideia.

Revista ADEGA - Ed.204 | 19


Como conseguiu isso na escola de
enologia?
Um dia um professor, Sr. Bacardi, me
Eu sou um defensor do perguntou: “Mas você substitui o sulfito por
natural. Masnosso
Acesse hojeCanal
usamos
no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS
quê?” Por uvas, disse. Ele não ficou feliz com a
minha resposta. Eu já estava trabalhando com
isso muito como ideologia e leveduras selvagens. Muitas coisas são pagas

vinho não é uma ideologia. É pela indústria, é muito legal, mas você tem que
fazer o que eles querem. Eles se interessam por
algo para conectar as pessoas leveduras selecionadas porque ganham mais
dinheiro. Depois da faculdade trabalhei para
uma associação de vinhos orgânicos e naturais
Como foi ter Marcel Lapierre como um no Rhône para promover consultoria sobre
mentor? viticultura com menos sulfitos. Depois conheci
Ele ajudou a encontrar meu caminho. Disse- o Sr. Roch e ele confiou em mim. Então tivemos
me como amar as pessoas. É muito importante alguns momentos bem bons.
gostar das pessoas quando você faz vinho. Então
conheci muitas pessoas. Todas elas, ao lado do E a questão de usar cachos inteiros na
meu estudo, são muito importantes, porque vinificação, como isso interfere?
estudar não basta. Foi uma longa iniciação Para poder usar cachos inteiros, primeiro
desde a minha infância. Nem eu sabia o que iria você precisa de uma boa equipe, pois não
fazer. Você desenvolve mais sensibilidade e tem pode mecanizar. E eu trato bem meus
que seguir o que sente. Às vezes é bom, às vezes selecionadores, as uvas chegam à adega,
é ruim. E tem que ser sensível à natureza porque eles tiram os insetos, colocamos algum CO2.
ela está falando com você. Mas, você sabe, às O engaço é muito importante, pois quando
vezes você se sente bem ou não. É a vida. ele está bem gerido, é como a bolha de
Champagne, traz frescor. No final do processo
Quantas safras você trabalhou com seu tio? de fermentação, ele absorve uma parte do
Desde 1985 a 1990 com Marcel Lapierre. Fiz meu álcool. E este é um procedimento muito bom.
estudo em enologia por volta de 1987. E mesmo Você libera açúcar, uma pequena parte todos
antes de ir para lá, eu sabia fazer vinhos sem os dias, para não aumentar a temperatura e não
sulfitos. Nunca fiz vinho com sulfitos. precisar resfriar para usar com as leveduras

20 | Revista ADEGA - Ed.204


selvagens, que são sensíveis à temperatura. Sem
engaço é como se você cozinhasse mais rápido.
Quando desengaça, você tem uma quantidade
maior de açúcar no líquido, então tem que
resfriar. Aqui cozinhamos devagar.

Então você controla a temperatura sem


equipamentos?
Às vezes temos que aquecer e resfriar. Mas não
quero que minha adega pareça um hospital cheio
de equipamentos de controle. É a vida que está
vindo, não a morte. É importante que as pessoas
bebam um produto vivo para estarem vivas,
porque nele há uma mensagem. A mensagem da
natureza. Há informações para todas as células e
temos insights do porquê estarmos felizes.

Durante todo esse tempo, você mudou


alguma coisa na maneira como produz
seus vinhos em termos de processos de
vinificação?
Melhoramos algumas coisas. Mas apenas para
padronizar o básico. Acho que levamos mais
tempo para fazer a trasfega. É bom não usar
filtração, mas você não quer algo como uma
sopa. Quero algo claro. E para isso precisa de
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mais tempo. Mas creio que a principal mudança
nos últimos anos foi climática.

Como ela afetou? “A chave do terroir é usar


Temos mais sol, mais luz. Nos últimos três também. Há bem mais pessoas que trabalham a levedura selvagem.
Claro que você também
anos tivemos 200 horas de luz, mais do que a com orgânico e muitas coisas juntas fazem com pode usar levedura
média dos últimos 30 anos. As videiras gostam que façamos hoje um vinho melhor que nunca. selvagem e fazer um
vinho ruim. A ideia é
disso, mas não gostam tanto de água. Então extrair a informação ou
nos adaptamos muito bem. Mas, sim, está Você precisa colher mais cedo e como revelar a informação pela
vinificação”
diminuindo o rendimento. A Borgonha é um gere as macerações?
dos lugares na França onde você tem muita No ano passado, colhemos em 21 de setembro,
floresta. Então não tenho medo do aumento de ou seja, cerca de um mês antes do que
temperaturas. Talvez eu esteja errado, mas acho costumávamos quando eu era jovem. E as
que, para nós, no momento, é melhor, porque macerações dependem do estilo da safra,
nos anos 1970 tínhamos o clima da Inglaterra, podendo ser mais curtas ou mais longas
com verão chuvoso, o que é bom para fazer conforme o ano.
espumante.
De seus diversos vinhos, tem alguma
A chuva tem sido um problema? preferência?
Não, muita chuva é um problema. Temos tido Gosto de Gevrey, mas gosto dos outros também.
secas. Temos chuva no outono e em algum Muda dependendo do dia. É diferente quando
momento da primavera. Mas no bom período você prova em barrica e em garrafa. Às vezes
não chove muito. O nível de produção vem eles estão tímidos. Eu gosto de Gevrey porque
diminuindo fortemente há 15 anos, tanto porque é muito representativo do que o terroir pode
as pessoas decidiram, mas por essa situação proporcionar. Nuits-Saint-Georges é mais
de aquecimento global. Temos um problema calcário. Chambolle é mais redondo e elegante.
de geada, mas é natural. Muitas coisas da Pommard tem mais estrutura. E Gevrey tem
agricultura melhoraram muito nesses 15 anos tudo.

Revista ADEGA - Ed.204 | 21


Pacalet e sua
esposa Mônica

quando eles trabalham e acabam fazendo as


coisas inconscientemente.

A sua relação com o vinho é muito


interessante...
O vinho ajuda as pessoas a se tornarem mais
inteligentes. Inteligente de forma diferente.
Quando as pessoas experimentam o vinho,
elas o sentem. Falam com ele também.
Todas as coisas se abrem. É uma forma de
conectar as coisas. Os monges de Cluny, eles
não eram alcoólatras, eles estabeleceram
esse conhecimento da Borgonha, esse saber
ancestral. E essa energia ainda está aqui, é uma
coisa que temos dentro de nós. O que estamos
fazendo é importante para o futuro.

Acha que as gerações atuais de enófilos


têm mais paixão pelo vinho?
Hoje vendemos mais vinhos porque as pessoas
são mais abertas. Há mais compartilhamento.
Acesse nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS Não esperam 25 anos para abrir uma garrafa.

Apesar da onda natural de hoje, seus


“É muito importante vinhos não são reconhecidos por isso...
gostar das pessoas Você recebe muitos enólogos de outros O melhor “rótulo” para mim é quando as
quando você faz vinho.
Então conheci muitas países e regiões? pessoas voltam duas ou três vezes para comprar
pessoas. Todas elas, ao Temos estagiários. Não temos segredos. Gosto meus vinhos, porque confiam em mim. Eu
lado do meu estudo,
são muito importantes,
de compartilhar. Podemos dizer muitas coisas sou muito pequeno para usar este ou aquele
porque estudar não às pessoas, mas se você não está pronto, rótulo. Eu entendo que é bom para uma grande
basta” aberto, não vai funcionar. Mas para estes, está empresa, mas para mim... É importante que
funcionando. Eles pegam as coisas e fazem as pessoas confiem em você. Há muito tempo,
sua própria música. Isso é bom. Mas você não quando estava com meu tio, ser natural era
pode fazer a mesma coisa todos os anos, pois como ir para estação ferroviária com a bagagem
tem que se adaptar às condições. E, às vezes, esperando o trem e não haver trem. Agora
eles não têm certas sensibilidades. Uma vez vi estamos no trem.
um estagiário com um laptop e falei: “Vá até a
cuba e fale com a levedura”. Ele acabou saindo. Você tem quatro filhos, algum já está
Achou que éramos somos loucos... [risos]. Mas trabalhando com você?
eles costumam trazer seus vinhos para uma O mais velho está. Mas eu não quero pressioná-
primeira prova quando começam a fazer suas los porque o problema com muitos domaines
próprias vinificações. é que os jovens não escolheram continuar...
Se você quiser lidar com isso, não é fácil. As
Você coloca música para os vinhos? pessoas nos veem bebendo vinho e acham que
Não, coloco música para as pessoas que é nosso trabalho. Mas isso é como o decatlo.
trabalham, para criar um bom ambiente, pois Temos muitas especialidades para sustentar
acreditamos que as pessoas transmitem a sua essa vida. É um longo aprendizado. Então você
energia para o vinho. Você tem que colocar algo precisa decidir. Mas estou feliz porque não estou
assim dentro do ser humano, colocar emoção fazendo tudo isso para vender a propriedade.

22 | Revista ADEGA - Ed.204


VINHOS AVALIADOS

AD PHILIPPE PACALET LADOIX BLANC terrosas, de ervas e de especiarias envolvendo sua fruta
94 2019 vermelha e negra de perfil mais fresco, com sua acidez
Philippe Pacalet, Borgonha, França (World Wine vibrante e seus taninos firmes e finos trazendo fluidez e
R$ 1.290). Segunda safra desse branco de mínima profundidade ao vinho. Tem final carnudo e suculento,
intervenção, elaborado sem adição com toques florais e de cerejas. Os traços redutivos, que
de SO2 exclusivamente a partir de aportam ainda mais complexidade e sensação de finesse
uvas Chardonnay. A fermentação é aparecem, a medida que o vinho permanece na taça. Ainda
espontânea (sem adição de leveduras jovem e cheio de vivacidade, tem longa vida pela frente.
exógenas) em barricas novas e usadas Álcool 12,5%. EM
de carvalho francês, onde o vinho
permanece por 12 meses. Mais de boca AD PHILIPPE PACALET CHAMBOLLE-
que de nariz, mostra frutas brancas e 95 MUSIGNY PREMIER CRU 2012
de caroço seguidas de notas florais, Philippe Pacalet, Borgonha, França (World Wine R$
de ervas e de especiarias brancas, 2.490). Tinto de mínima intervenção, elaborado sem
tudo envolto por acidez refrescante adição de SO2 exclusivamente a partir de uvas Pinot
e textura firme e cremosa. Noir advindas de vinhedos Premier Cru (50%
Impressiona pela persistência e Les Gruenchers, 25% Chabiots e 25% Les
pelo volume de boca, tem final Feusselotes), fermentadas em cachos
vertical e austero, com toques inteiros e sem leveduras exógenas, com
cítricos, amanteigados, de frutos estágio de 16 meses em barricas novas e
secos e de umami. Álcool 12,5%. usadas de carvalho francês. Ao princípio,
EM já mostra todo seu refinamento, precisão
e sutileza, com sua acidez vibrante
AD PHILIPPE PACALET e seus taninos tensos e finíssimos
96 MEURSAULT 2018 envolvendo sua fruta lembrando
Philippe Pacalet, Borgonha, França cerejas maduras e ao licor, seguidas
(World Wine R$ 1.640). Branco de de exuberantes notas florais,
mínima intervenção, elaborado terrosas, especiadas, de cogumelos
sem adição de SO2 exclusivamente e de ervas. Elegante e delicado,
a partir de uvas Chardonnay. A fermentação mas também cheio de força,
é espontânea (semAcesse nosso Canal
adição de leveduras no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS tem final profundo e aveludado,
exógenas) em barricas novas e usadas de confirmando o nariz. Os toques
carvalho francês, onde o vinho permanece redutivos aparecem, à medida
por 13 meses. Paciência com ele na taça, para que o vinho permanece na taça,
que mostre todas suas camadas de aromas trazendo ainda mais complexidade
e de sabores. Apresenta frutas brancas e sensação de finesse. Álcool 12%.
e de caroço seguidas de notas florais, EM
amanteigadas e de especiarias doces.
Mas, é na boca que merece atenção, com AD PHILIPPE PACALET
sua acidez pulsante e sua textura firme 96 POMMARD 2019
e cremosa ditando as regras. Tem final Philippe Pacalet, Borgonha,
profundo e persistente, com cativantes França (World Wine R$ 1.450). Tinto de mínima
toques redutivos, de limão siciliano, de intervenção, elaborado sem adição de SO2
camomila e de umami. Impressiona pela exclusivamente a partir de uvas Pinot Noir,
força, pela tensão, pela precisão e pelo fermentadas em cachos inteiros e sem
refinamento do conjunto. Álcool 12,5%. leveduras exógenas, com estágio de 16 meses
EM em barricas novas e usadas de carvalho
francês. Impressiona pela potência e pela
AD PHILIPPE PACALET NUITS- exuberância de fruta vermelha madura (nunca
94 SAINT-GEORGES 2013 sobremadura), com sua acidez pulsante e seus
Philippe Pacalet, Borgonha, França taninos firmes, tensos e muito finos, conferindo
(World Wine R$ 1.390). Tinto de fluidez ao vinho e equilíbrio ao conjunto. Tem
mínima intervenção, elaborado sem adição de final cheio e persistente, com toques terrosos,
SO2 exclusivamente a partir de uvas Pinot Noir, florais e de especiarias doces. Já se mostra
fermentadas em cachos inteiros e sem leveduras refinado e preciso, mesmo tão jovem e cheio
exógenas, com estágio de 12 meses em barricas de vitalidade. Está delicioso agora, mas deve ficar ainda
novas e usadas de carvalho francês. Mostra notas melhor no decorrer dos próximos 20 anos. Álcool 12%. EM

Revista ADEGA - Ed.204 | 23


Mundovino EVENTOS DO MUNDO DO VINHO

A briga não
acaba
Uma ação movida pela ex-empresa
de Angelina Jolie acusa Pitt de
desperdiçar milhões em lucros de
Miraval em projetos de vaidade

Acesse nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS


Ao que parece, a disputa entre o ex-casal Brad Pitt e benefício e de suas próprias empresas e amigos”, afirma o
Angelina Jolie em torno do Château Miraval, propriedade novo processo, que também busca corrigir “alegações falsas e
que os dois compraram juntos em 2012, está longe de inflamatórias” feitas sobre o proprietário do Stoli Group, Yuri
ter um fim. No início de 2022, Pitt entrou com uma ação Shefler, ou seja, uma narrativa falsa de que ele apoia Vladimir
contra Jolie por vender sua parte de Miraval para o Stoli Putin. “Desde que Shefler reconstruiu Stoli das cinzas de seu
Group, de propriedade do empresário russo Yuri Shefler, antecessor soviético em um negócio lucrativo, ele está em
sem o conhecimento ou consentimento de Pitt. Em junho, conflito aberto com Putin e a Rússia”, afirma.
Pitt afirmou que Jolie tentou sabotar intencionalmente O processo também alega que Pitt desperdiçou
seus negócios e acusou Shefler de ganhar “notoriedade milhões em lucros de Miraval em “projetos de vaidade”,
por meio de táticas de negócios impiedosas e associações incluindo um fundo de US$ 1 milhão e um estúdio de
profissionais duvidosas”. gravação recentemente restaurado. Ele alega que ele
No entanto, de acordo com uma ação movida então “tentou entregar 50% da propriedade dos ativos
recentemente pela Nouvel, ex-empresa de Angelina Jolie, mais valiosos do Château Miraval, as marcas registradas
foi Pitt e seus aliados – incluindo o parceiro de vinificação Miraval, para seu amigo Marc Perrin – de graça”.
Marc Perrin, da Famille Perrin – que empregaram ações A venda das ações da Miraval de Jolie no final de 2021,
ilegais e maliciosas. Embora Miraval gere dezenas de depois que “Pitt ignorou a oferta final de Jolie de vender
milhões de dólares em lucros, Pitt garantiu que “Jolie sua participação na vinícola”, dizem seus advogados,
nunca veria um centavo”. Ele a impediu de administrar o “aumentaria o prestígio, a distribuição e a lucratividade
negócio de vinhos e desvalorizou intencionalmente seu do Château Miraval, tornando Pitt um homem
investimento, afirma a reivindicação de Nouvel, que pede substancialmente mais rico.” No entanto, Pitt “se recusou
indenização de pelo menos US$ 250 milhões. a trabalhar” com o novo parceiro e, em seguida, entrou
“Em retaliação aos processos de divórcio e custódia, Pitt com o processo. Portanto, Jolie não teve escolha a não ser
embarcou em uma campanha para assumir o controle do buscar uma ação legal para proteger seu investimento,
Château Miraval e se apropriar dos ativos da empresa em seu incluindo ações criminais na Europa.

24 | Revista ADEGA - Ed.204


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Gigondas branco
Denominação do Rhône agora poderá abarcar
também vinhos brancos

O Institut National de l’Origine et de la Qualité (INAO)


decidiu por unanimidade ratificar uma mudança nas
diretrizes de denominação Gigondas, no Rhône, para permitir
a produção de vinhos brancos, uma solicitação dos viticultores
há cerca de 11 anos.
Já houve produção de vinho branco anteriormente em
Gigondas, mas após sua promoção para uma DOC em 1971, a
maioria dos vinhedos foi arrancada, pois a denominação foi
concedida apenas para vinho tinto e rosé. Alguns produtores
mantiveram suas vinhas, mas só conseguiam engarrafar sob
a denominação genérica AP Côtes du Rhône. Atualmente
existem 16 hectares plantados com uvas brancas na
denominação, divididos entre 30 proprietários diferentes.
A partir de agora, os vinhos Gigondas brancos devem
conter no mínimo 70% de Clairette. Outras variedades
permitidas incluem Bourboulenc, Clairette Rose, Grenache
Gris, Grenache Blanc, Marsanne, Piquepoul e Roussanne.
Variedades secundárias como Viognier e Ugni Blanc serão
permitidas, mas apenas até um máximo de 5%.
O chefe do sindicato dos produtores de Gigondas, Louis
Barruol, que também é proprietário do Château de Saint
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Cosme, disse: “Fazemos brancos há décadas neste terroir e
não poder chamá-los de Gigondas reflete um erro histórico.
Para mim, há um sentimento de conquista coletiva, e hoje
penso em nossos pais que trabalharam para esta maravilhosa
denominação antes de nós com paixão e abnegação”.

Os vinhos da
Casa do Dragão
Nova sequência de Game of Thrones
apresenta novos vinhos

A prequela da série Game of Thrones, House of the Dragon,


estrou na televisão e já arrebatou os fãs. A nova narrativa
acontece cerca de 200 anos antes da série original, que teve
uma linha de vinhos feita sob inspiração dos reinos fictícios
apresentados na história baseada nos romances best-seller “As
Crônicas de Gelo e Fogo” de George R.R. Martin. Agora, uma
nova coleção de vinhos House of the Dragon da Vintage Wine
Estates foi criada e engarrafada pela Seven Kingdom Cellars.
São três tintos. Um Cabernet Sauvignon 2019 da
Califórnia, um blend tinto 2020 também da Califórnia e um
Pinot Noir 2021 do Oregon que custam US$ 20 por garrafa e
possuem rótulos estampados com o símbolo Targaryen de um
feroz dragão de três cabeças.

26 | Revista ADEGA - Ed.204


PUBLI EDITORIAL

A NOVA LINHA
DE CAVAS
PREMIUM
DA HENKELL FREIXENET

Integrando o vasto portfólio de Henkell Freixenet, lí- um bouquet vivo e elegante onde o envelhecimento
der mundial na produção de vinhos espumantes, a li- não se impõe, perfeito para os amantes de vinhos le-
nha Prestige é a novidade da marca. Carregando na ves e divertidos. A acidez moderada acompanha as
veia o selo premium da marca, os trê novos rótulos borbulhas na boca, dando-lhe persistência e vivacida-
Acesse
são imponentes e feitos para nosso Canal
estimular no Telegram:de.
sensorialmen- t.me/BRASILREVISTAS
Cava único, fácil de beber e pronto para desfrutar.
te os consumidores mais exigentes.
Sendo uma bebida para ser apreciada durante a so-
Elaborado com base em uvas das castas Macabeo, bremesa, o Malvasía 2011 é um Cava agradavelmen-
Xarel Io e Parellada, o Gran Reserva Extra Brut é um te doce sem ser pesado. Feito com uvas de mesmo
grande exemplar do conceito Vintage. Sendo a 24ª sa- nome, dos vinhedos da área de La Bisbal del Penedès,
fra selecionada desde que começou em 1969, é feito e uma fragrância madura, é um vinho fresco na boca e
à maneira tradicional dos grandes Cavas, com uvas traz uma acidez perfeitamente integrada, com longa
selecionadas das vinhas preferidas de Doña Dolores. persistência de sabor.
Oferecendo um aroma límpido de frutas maduras cí-
tricas, intensa mineralidade e características de enve-
lhecimento como levedura, pão e amêndoas, deixa no
paladar um elegante blend ao brut-style, com acidez
viva de caráter cítrico.
A linha Prestige pode ser encontrada em restaurantes
O Trepat Brut 2018, produzido a partir de uvas tin- selecionados e no e-commerce oficial da
tas Trepat da clássica zona de Conca de Barberà, na marca.www.freixenet.com.br
Catalunha, é um espumante fresco e limpo, de aroma
complexo dominado por notas de frutas vermelhas.
Desenvolveu notas sutis de levedura e padaria, com

@freixenetbrasil
Louis-Fabrice Latour
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Faleceu recentemente um dos ícones da Borgonha

Louis-Fabrice Latour, presidente da ao vinho da Borgonha. De 2003 a 2014 foi


Maison Louis Latour, faleceu de câncer em presidente da Federação dos Négociants da
5 de setembro de 2022 aos 58 anos. Ele é Borgonha (FNEB); de 2011 a 2014 foi presidente
representante da 11ª geração de sua família a da Federação dos Exportadores de Vinhos e
liderar a empresa (e a sétima chamada Louis Bebidas Espirituosas (FEVS), e de 2013 a 2021
Latour). foi presidente do Bureau Interprofessionnel des
Nascido em Beaune em 1964, ele se Vins de Bourgogne (BIVB). Latour ainda recebeu
formou em ciência política pela faculdade a Légion d’Honneur em 2011.
Sciences Po em Paris em 1985 e trabalhou A Maison Latour foi formalmente fundada
brevemente em finanças no BNP Paribas antes em 1797, embora as raízes remontem aos
de retornar à empresa da família em 1989. primeiros vinhedos adquiridos em 1731 por
Ele se casou com Patricia em 1995 e em 1999 Denis Latour. A família Latour trabalhou
assumiu a direção de Latour. Em 2003 levou originalmente na tanoaria, e o filho de Denis,
a companhia à certificação ISO 14001 e no Jean, mudou-se para Aloxe-Corton para montar
mesmo ano comprou a casa de Simonnet-Febvre uma tanoaria independente e mais tarde fundar
em Chablis. Esta aquisição foi seguida pelo a Maison Louis Latour, batizando o negócio
produtor de Beaujolais, Henry Fessy, em 2008, com o nome de seu filho. A empresa permanece
e o lançamento do vinhedo “Pierres Dorées” intimamente associada à colina de Corton, onde
para Pinot Noir em Coteaux Bourguignons. No possui mais de 26 hectares de vinhedos Grand
entanto, sua devoção a Corton foi constante Cru, além de seu Premiers Cru e propriedades
e, em maio deste ano, seu apoio possibilitou a Villages. No total, a maison possui 48 hectares
restauração da famosa “Cruz de Carlos Magno” de vinhas na Borgonha, bem como terras em
na colina de Corton. Ardèche, Var, Chablis, Beaujolais e Coteaux
Latour dedicou-se incessantemente Bourguignons.

28 | Revista ADEGA - Ed.204


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Barbarescos em Bordeaux
La Place lança os primeiros Barbarescos de sua história

Gaiun Martinenga 2018 e “Estamos muito entusiasmados


Camp Gros Martinenga Riserva com este novo capítulo da nossa
2017 serão os primeiros vinhos história e orgulhosos de fazer
Barbaresco a serem distribuídos parte de uma das mais antigas e
pela La Place, o famoso sistema prestigiadas redes de distribuição
de negociantes de Bordeaux. de vinhos finos do mundo. A
Ambos os vinhos são da Tenute apresentação dos nossos vinhos mais
Cisa Asinari dei Marchesi di valorizados através deste sistema
Gresy e feitos em seu icônico exclusivo vai nos ajudar a mostrar
vinhedo Martinenga. Um pool o grande trabalho do nosso pai
de cinco negociantes – Ulysse Alberto, que nos últimos 50 anos
Cazabonne, Maison Descaves, espalhou a sua paixão pela nossa
Vins et Passions, Roland Coiffe terra com um encanto indiscutível,
e Maison Ginestet – distribuirão tornando a nossa marca conhecida e
esses vinhos globalmente, com os nossos vinhos apreciados em mais
exceção da Itália, América do de 50 países”, disseram Ludovica e
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Norte e alguns outros países. Alessandro di Gresy em comunicado.

A arte de abrir uma garrafa


Coravin lança edição especial com o artista Keith Haring

A Coravin anunciou a primeira edição Ele morreu de AIDS em 1990.


artística de seu popular sistema de Coravin se orgulha de expandir as
preservação de vinho em colaboração maneiras pelas quais o mundo pode
com a fundação do artista pop americano experimentar o vinho, dando a todos a
Keith Haring. O exclusivo “Coravin x Keith oportunidade de apreciá-lo na taça sem
Haring Artist Edition” apresenta as figuras ter que se comprometer a beber a garrafa
dançantes do artista renderizadas em tons inteira. “De maneira semelhante, Haring
gráficos monocromáticos e estará disponível tornou o mundo da arte mais acessível a
em outubro diretamente na Coravin’s Hong um público mais amplo. Temos a honra de
Kong enquanto durarem os estoques. ver sua arte em nossa peça original”, disse
A popularidade de Haring cresceu a partir o inventor e fundador da Coravin, Greg
de seus desenhos espontâneos nos metrôs de Lambrecht.
Nova York nos anos 1980. Depois de ganhar O exclusivo Artist Edition Timeless
reconhecimento público, ele criou murais Six+ apresenta o estilo de arte icônico de
coloridos em maior escala. Ele produziu mais Haring com detalhes cromados e logotipo
de 50 obras de arte públicas entre 1982 e 1989. personalizado com as duas marcas.

30 | Revista ADEGA - Ed.204


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Menor densidade
Polêmica proposta de redução de densidade de plantio foi aprovada em Champagne

A iniciativa Champagne ‘Vignes semi-


larges’ (VSL) foi aprovada pelo Institut
National de l’Origine et de la Qualité
(INAO). A proposta reduz a densidade
obrigatória de plantio de 8.000 videiras
por hectare para aproximadamente
6.000. Isso seria feito permitindo 2,2
metros entre as fileiras, essencialmente
removendo uma a cada duas fileiras.
Um dos objetivos seria reduzir o
custo de manutenção das vinhas. E
Isso foi apresentado como uma forma
de reduzir as emissões de gases de
efeito estufa também. Os proponentes
estimam que essas emissões seriam
20% menores sob a medida, levando Parece improvável que os novos rapidamente durante a pandemia
alguns a descrevê-la como uma padrões sejam adotados universalmente, sem uma divulgação suficiente de
iniciativa ecológica e não apenas uma vez que há oposição de muitos informações sobre o tema. A suspeita
econômica. setores. Isso é exemplificado pelo é de que uma medida que beneficia
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A medida foi proposta pelo Syndicat coletivo NoVSL (sem VSL em os grandes negociantes esteja sendo
Général des Vignerons de la Champagne Champagne), liderado pelos produtores empurrada em um período em que
(SGV), que é a organização responsável Aurélien Laherte, Aurélien Suenen, muitas distrações desviaram a atenção
pela implementação das normas para Raphaël Bérêche, Fabrice Pouillon e do objetivo principal de Champagne, a
Champagne impostas pelo INAO. A Mélanie e Benoît Tarlant. A NoVSL qualidade.
ação foi tomada apesar de uma oposição proclamou que a implementação do VSL Jean-Baptiste Lecaillon, da Maison
formal apresentada por vários dos mais impacta negativamente a biodiversidade Louis Roederer, observou que Roederer
respeitados produtores de Champagne. e a vida do solo, ao mesmo tempo passou 20 anos testando o VSL. “Pode ser
Há suspeitas de que o principal que tem um impacto negativo no uma solução possível interessante, bem
motivo seja reduzir os custos de cultivo, desenvolvimento da viticultura adaptada a certas situações. No entanto,
segundo Eric Coulon, dos Vignerons sustentável e orgânica, bem como no no caso de Louis Roederer, a maioria
Indépendants. Outros temem que impacto de carbono de cada viticultor. dos nossos vinhedos está localizada em
isso esteja levando à aprovação da A remoção de uma linha em cada Grand Crus, portanto, em solos pobres
colheita mecanizada em Champagne, duas permitiria uma maior mecanização de calcário, onde a mineralização é lenta
e há preocupação por parte de alguns da vinha, levando ao uso de tratores e os rendimentos moderados. A nossa
produtores voltados para a qualidade de que compactariam os solos e, assim, vinha também é plantada com seleções
que a redução da densidade de plantio inibiriam o crescimento microbiano. massais específicas para a nossa casa
leve a uma menor concentração no Eles argumentaram que manter os (principalmente Pinot Fin e Très Fin)
vinho acabado. rendimentos no nível atual e reduzir a portanto com um rendimento moderado
Embora a medida tenha sido densidade faria com que cada videira e praticamos largamente viticultura
formulada como uma forma de trabalhasse mais e incentivaria os biológica certificada e regenerativa. Por
preservar Champagne diante do produtores a escolher clones produtivos essas razões, agora acreditamos que o
aquecimento global, deve-se lembrar e um regime de pulverização agressivo, VSL não é adequado ao nosso campo
que a mudança para densidade mais tudo com um impacto negativo na e aos nossos objetivos de produção
baixa é opcional e, consequentemente, qualidade. e maturidade”, disse. Ele ressaltou
as reduções nas emissões de gases de A NoVSL acrescentou que, embora o que desde 2015 eles aumentaram sua
efeito estufa só são realizadas na medida processo tenha sido estudado há algum densidade de plantio para uma média de
em que o replantio ocorre. tempo, os assuntos foram concluídos 10.000 videiras por hectare.

32 | Revista ADEGA - Ed.204


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Christian de Billy
Ex-presidente do Champagne Pol Roger
morreu aos 93 anos

Christian de Billy, Roger no ano do centenário da empresa em 1949, ele


que era neto de completou sua educação em Paris na Bossuet School
Maurice Pol Roger (que durante a guerra, seguido por seu serviço militar na
havia sido prefeito Alemanha e passando um tempo na Inglaterra e na
de Epernay durante Espanha para aprender inglês e espanhol.
a I Guerra Mundial) Passou metade do seu primeiro ano trabalhando nas
e bisneto de Pol caves da empresa, seguindo a tradição de cada membro
Roger – o fundador do da família que entra no negócio. Christian se casou com
Champagne Pol Roger a filha mais nova de Louis Budin, Chantal, em 1955.
em 1849 – morreu em Budin era diretor da casa de Champagne vizinha, Perrier
Epernay no dia 26 de Jouët.
agosto aos 93 anos. Ele Em 1953, Christian foi nomeado diretor de
deixa quatro filhos, exportação, promovendo Pol Roger em vários mercados
além de onze netos e quatro bisnetos. importantes. Tornou-se diretor administrativo em
Nascido na casa de seu avô em Epernay em 19 de conjunto com Jean Pol-Roger em 1956, antes de se
novembro de 1928, ele era filho da filha de Maurice tornar diretor executivo em 1977. Christian não apenas
Pol-Roger, Antoinette, que se casou com Jean de Billy, garantiu a independência da casa aumentando
oficial da Força Aérea Francesa e membro do esquadrão significativamente o tamanho do vinhedo familiar, mas
de elite Cigogne durante a I Guerra Mundial. também lançou a Cuvée Sir Winston Churchill, o rosé
Antes de Christian ingressar na equipe da Pol safrado e o Blanc de Blancs.

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ProWein no Japão
Primeira edição da ProWine Tokyo será em 2024

A Messe Düsseldorf, a organização por trás da ProWein, para muitos


mais importante feira de negócios de vinho do planeta, produtores.”
assumirá a seção de vinhos da Wine & Gourmet Japan a partir A ProWine
do próximo ano. A primeira edição da ProWine Tokyo será em Tokyo, como a
2024, mas o envolvimento da ProWein na Wine & Gourmet Wine & Gourmet
Japan começará em 2023, com a exposição ocorrendo de 12 Japan, será
a 14 de abril, em evento levará a nomenclatura de Wine & realizada ao lado da
Gourmet – powered by ProWein. FABEX e suas cinco
Michael Degen, diretor executivo da Messe Düsseldorf feiras de alimentos
e presidente do conselho da Messe Düsseldorf Japão, disse: (Desert Sweets &
“Com a ProWine Tokyo, ajudamos nossos clientes a se Bakery Festival, Food & Drink OEM Matching EXPO, Premium
estabelecerem com sucesso neste mercado muito dinâmico no Food Show, ISM Japan e Japan Noodles Industry Fair). Katsuki
Japão”. Hirayama, vice-presidente do Japan Food Journal, disse: “O
O Wine & Gourmet Japan foi escolhido como evento mercado japonês de vinhos e destilados é muito importante,
satélite da ProWein devido ao potencial do país, como exigindo qualidade acima da média. É por isso que estamos
explicou Degen: “Seu potencial de crescimento é enorme, muito satisfeitos que nossos clientes possam, no futuro, se
especialmente graças ao acordo de livre comércio com a União beneficiar da competência ProWein”.
Europeia que entrou em vigor em fevereiro de 2021. Mas Vale lembrar que a ProWein, além da feira em Düsseldorf,
também vemos que alguns mercados de vendas importantes promove feiras em Hong Kong, Shangai, Mumbai, Singapura e
estão em declínio e o Japão é uma alternativa atraente São Paulo.

34 | Revista ADEGA - Ed.204


MI C ROT E R ROIR
MI C ROT E R ROIR
D E M ARCHI H U E
D E M ARCHI H U E
O solo rico em argila, proveniente
O
do solo rico quaternário,
período em argila, proveniente
inspirou
do
o nome do vinho Q Clay.inspirou
período quaternário,
o nome do vinho Q Clay.

2017 2017
2017 2017
Acesse
Um blend único de Syrah nosso
(75%) e Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS
Um blend
Malbec únicoelaborado
(25%), de Syrah (75%)
em e
Malbec (25%),
Marchihue, umaelaborado
das zonasemmais
Marchihue,
próximas ao mar no Valle demais
uma das zonas
próximas
Colchagua.ao mar no Valle de
Colchagua.
Sob essas condições, o Syrah entrega
Sob
muitaessas
frutacondições,
negra madura,o Syrah entrega
muita fruta negra
acompanhado de madura,
notas defumadas e
acompanhado
taninos sedosos. Jánotas
de defumadas
o Malbec aportae
taninos
notas desedosos.
violeta eJáespeciarias,
o Malbec aporta
além
notas
de de violeta
grande e especiarias,
concentração além
e volume.
de grande concentração e volume.

BISQUERTT.CL BISQUERTTVINEYARDS
BISQUERTT.CL BISQUERTTVINEYARDS
NÃO PODE MAIS USAR VERMENTINO?
Autoridades europeias reivindicam nome de uva e causam polêmica

Ao que parece, agricultores franceses


que usam Vermentino há anos não
podem mais chamar seus vinhos dessa
maneira. Apenas as vinícolas italianas
podem usar o nome Vermentino.
Jacques Bilhac, proprietário do
Domaine d l’Aster na região francesa
do Languedoc, descobriu que a União
Europeia concordou com um pedido dos
produtores italianos e decidiu impedir
que os viticultores fora da Itália usassem
o nome Vermentino.
Curiosamente, a variedade é, na
verdade, mais plantada na França do
que na Itália, aparecendo em muitos
blends brancos no sul e até em alguns
rosés de Provence. Alguns produtores
engarrafam varietais, mas a partir desta
safra eles não podem mais chamá-lo
Acesse nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS
de Vermentino. Existe um sinônimo
francês para a uva, dita Rolle.
Essa decisão vem causando muita
discussão, pois Vermentino não é o
nome de uma região, como Champagne,
que possui direito sobre o uso do termo
em vinhos que devem ser produzidos
exclusivamente naquele local da França.
“Eu li o anúncio e achei absurdo”,
disse Jason Haas, proprietário do Tablas
Creek em Paso Robles. Tablas Creek
faz varietal Vermentino há anos. “A
ideia de que a parte ‘Vermentino’ de
Vermentino di Sardegna é de alguma
forma parte do indicador geográfico é
ridícula. Caso contrário, por que você
precisaria dizer ‘di’? Além do mais, isso
derrubaria o sistema internacional de Na Austrália, mais de uma dúzia disse Lee McLean, gerente geral
identificação de uvas. Isso significa de produtores fazem Vermentino. da AG&W. “A disposição da UE de
que ninguém fora da França poderia A Australian Grape & Wine, a descartar a capacidade dos produtores
usar Picpoul por causa de Picpoul associação nacional de produtores de usar nomes de variedades de uvas
de Pinet? Ou os alemães e alsacianos e produtores, não está feliz com a com um golpe de caneta é um ato de
teriam que brigar sobre quem pode usar decisão. “Enquanto ainda estamos protecionismo terrível que mina as
Gewürztraminer e Riesling? Mesmo buscando esclarecimentos sobre a base regras e convenções de longa data
que isso aconteça, não consigo ver a legal para esta decisão, está claro que relacionadas às Indicações Geográficas
decisão sendo respeitada fora da União Vermentino é um nome de variedade e aos nomes das variedades de uvas”,
Europeia”, disse. de uva reconhecido mundialmente”, completa.

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PUBLIEDITORIAL

O Gioia Merlot D.O. Vale dos Vinhedos é o primeiro vinho


nobre da Aurora, com 15% de teor alcoólico e 12
meses de passagem em barrica de carvalho
francês. No aroma, é marcado por frutas como a
cereja, além de notas como caramelo, cacau, café e
baunilha.

De cor vermelha rubi intensa com traços violáceos,


apresenta no olfato alta intensidade aromática, com
expressivo caráter varietal da Merlot. Possui boa
estrutura e taninos elegantes e aveludados.

Pelo ótimo equilíbrio entre o seu aspecto olfativo e


Na estreia em concurso italiano, gustativo, o Gioia Merlot D.O. Vale dos Vinhedos
Gioia Merlot D.O. Vale dos Vinhedos harmoniza com risoto ao funghi, farfalle ao molho
de gorgonzola, queijos de massa dura e picanha
abocanha medalha de Ouro grelhada.
Città del Vino premiou com distinção máxima rótulo
da Vinícola Aurora. Produto integra linha exclusiva para
itens elaborados em regiões demarcadas com
Indicações Geográficas e é o primeiro vinho nobre da
empresa, com 15% de teorAcesse nosso Canal no Telegram:
alcoólico t.me/BRASILREVISTAS
Elaborado no Vale dos Vinhedos, única região do
Brasil com Denominação de Origem, o vinho
Gioia Merlot D.O.VV 2018, da Vinícola Aurora, fez sua
estreia no Città del Vino e já arrebatou a medalha de
Ouro no concurso italiano. Nesta edição, foram
avaliadas 1,3 mil amostras, de oito países. O certame
é um dos mais tradicionais do mundo.

Além da premiação no Città del Vino, desde seu


lançamento em 2021, o tinto exibe em seu histórico
o Ouro Duplo no argentino Internacional de Vinhos
e Bebidas Espirituosas Vinus e o Ouro no canadense
Sélections Mondiales des Vins. Com a nova distinção,
a Vinícola Aurora alcança 809 premiações nacionais e
internacionais, sendo 48 apenas neste ano.
Com garrafas numeradas e limitadas, o Gioia Merlot
faz parte da linha homônima, que traz no nome o
significado da palavra alegria, em italiano. Além do
vinho tinto, a marca conta com o espumante Gioia Sur
Lie Nature Indicação de Procedência Pinto Bandeira
2016 no portfólio. Os produtos buscam a expressão
máxima do terroir de cada local, elaborados Acesse já e
exclusivamente em regiões brasileiras demarcadas
confira nosso site:
com Indicações Geográficas.
Sinfonia para Champagne
O compositor Ryuichi Sakamoto criou uma música para Krug

Ryuichi Sakamoto e Krug criaram uma experiência


única de harmonização musical através da composição
sinfônica, que ocorreu ao longo de 18 meses. O músico
conversou com a chef de cave Julie Cavil e buscou
inspiração nas cuvées, no savoir-faire e na herança de
Champagne.
Ele incorporou paisagens sonoras naturais gravadas
no local do vinhedo e adega da Krug na peça. Partindo do
fato de as três expressões de Champagne terem nascido
de uvas colhidas no mesmo ano, decidiu compor uma
suite em três movimentos que respondesse às respetivas
sensações de cada garrafa. Sakamoto atua no mundo da
música e da arte há mais de 50 anos e é mais conhecido
por suas composições vencedoras do Oscar, incluindo
“The Revenant” e “The Last Emperor”,
Krug sediará três eventos multissensoriais globais
O compositor japonês Ryuichi Sakamoto criou uma em Nova York, Londres e Tóquio, apresentando uma
sinfonia inspirada em uma degustação de Champagnes. orquestra ao vivo de 36 músicos selecionados por
O projeto “Suite for Krug in 2008” foi iniciado em 2019 e é Sakamoto. Essa experiência imersiva se transformará
uma sinfonia inspirada em três Champagnes elaborados em 15 eventos realizados em todo o mundo, onde os
em torno da excepcional safra de 2008; Krug Clos du hóspedes desfrutarão da experiência sinfônica imersiva
Mesnil 2008, Krug 2008 e Krug Grande Cuvée 164ème. através da tecnologia de música 3D da Devialet.
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Garantias reais
Após a morte da rainha Elizabeth II, o que ocorre com as marcas
que possuem selos de fornecedor oficial da monarquia?

Garantias reais são concedidas continuar a exibir o brasão real por


a empresas que são fornecedoras mais dois anos.
regulares da casa real britânica por um A rainha havia concedido 875
determinado período de tempo. Isso é Royal Warrants, sendo 27 ligadas a
algo que ocorre desde o século XII. Os bebidas. Entre os produtores de vinho
fornecedores podem solicitar um selo estão nomes como Sherry Harveys,
de “royal warrant”, ou seja, de garantia Graham’s Port (Symington Family
real e, caso aceito, podem exibir o Estates), Taylors Port e as casas de
brasão da casa com essa marcação em Champagne como Bolinger (que tem o dúvida, no devido tempo, o rei Charles
seus produtos por cinco anos, com a recorde ininterrupto mais longo como III concederá mais Royal Warrants,
possibilidade de renovação. detentor de uma garantia real), Pol assim como o duque da Cornualha
Além da rainha, seu marido e filho Roger, Lanson, Mumm, Krug, Louis e Cambridge, uma vez que ele seja
também podem conceder a honraria. Roederer, Moët & Chandon, Veuve investido como príncipe de Gales,
No entanto, essas garantias se tornam Clicquot. bem como a rainha consorte. Entre
nulas após a morte do monarca que Não está claro o que acontecerá as garantias concedidas por Charles
as concedeu. Ou seja, depois da morte com essas garantias por enquanto. A III quando ainda era príncipe estão o
recente de Elizabeth II, as garantias Royal Warrant Holders Association produtor inglês de espumantes Camel
por ela concedidas perdem a validade. notificou que compartilhará diretrizes Valley e Champagne Laurent-Perrier,
Seus fornecedores, contudo, podem quando apropriado, embora sem que mantêm as suas honrarias.

38 | Revista ADEGA - Ed.204


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A nova classificação
Após polêmicas e desistências, Saint-Émilion divulgou
sua nova classificação

O Conselho de vinhos de St-


Émilion anunciou sua nova
classificação no começo de
setembro, encerrando uma década
de disputas e batalhas judiciais.
Segundo a lista hierárquica de
2022, apenas 2 produtores são
classificados como Premier Grand
Cru Classé A enquanto 12 foram
agraciados com o status de Premier
Grands Crus Classés (B) e 71 Grands
Crus Classés.
Esse ranking, criado em 1955,
tem como propósito avaliar os vinhos
dessa região bordalesa e deveria ser
renovado a cada 10 anos. Ele teve
atualizações periódicas, mas desde
o começo dos anos 2000 sofreu com
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polêmicas e disputas que invalidaram
a lista de 2006, por exemplo, e
obrigaram uma nova classificação
em 2012. Nos últimos anos, inúmeras
controvérsias continuaram surgindo
e, antes mesmo que a tão aguardada
atualização de 2022 fosse divulgada,
alguns dos principais produtores
abriram mão de participar como os
consagrados Cheval Blanc, Angelus
e Ausone. Sendo assim, dos Premier
Grand Cru Classé A, apenas o
Château Pavie continuou. E agora
em 2022, juntou-se a ele o Château Figeac como tendo o 1.343 amostras durante um período de quatro meses
status mais alto da classificação. antes de fornecer os resultados deste ano. A organização
O Château Figeac, que pertence à mesma família de testes Bureau Veritas Certification France apoiou o
desde 1892, disse que o resultado recompensou “o processo, juntamente com o INAO. O Conselho de vinhos
trabalho sustentado ao longo de muitos anos, uma de St-Émilion diz que a classificação tem sido “leal aos
identidade forte, as qualidades excepcionais do nosso seus princípios e fundamentalmente estável desde
terroir, os excelentes vinhos que produzimos em cada 1955 e, portanto, oferece aos bebedores de vinho em
safra e nossa singularidade dentro de Saint-Émilion todo o mundo uma garantia de qualidade excepcional
e Bordeaux”. A família disse que era o sonho do duradoura”.
proprietário Thierry Manoncourt, que faleceu aos 92 anos “Gostaríamos de parabenizar todas as propriedades
em 2010, ver Figeac “no lugar certo”. O preço médio de que figuram nesta nova classificação dos vinhos e as
mercado do Château Figeac aumentou 47% nos últimos pessoas que trabalham neles, porque esta é realmente
três anos, segundo dados da Liv-ex. uma extraordinária aventura humana que depende
A Comissão de Classificação de Saint-Émilion revelou do trabalho em equipe”, disse Jean-François Galhaud,
que encarregou um painel de 43 especialistas de provar presidente do Conselho.

40 | Revista ADEGA - Ed.204


Confira a nova classificação
Premiers Grands Crus Classes A Château Peby Faugeres Château Villemaurine
Château Pavie Château Bellevue Château Croix De Labrie
Château Figeac Château Guadet Château La Serre
Château Petit Faurie De Soutard Château Yon-Figeac
Premiers Grands Crus Classes B Château Berliquet Château Dassault
Château Beau-Sejour Becot Château Haut-Sarpe Château La Tour Figeac
Ch.Beausejour Heritiers Duffau Lagarrosse Château Ripeau Clos Badon Thunevin
Château Belair Monange Château Boutisse Château De Ferrand
Château Canon Château Jean Faure Château Laniote
Hâteau Canon La Gaffeliere Château Rochebelle Clos De L’oratoire
Château Larcis Ducasse Château Cadet-Bon Château De Pressac
Château Pavie Macquin Château La Commanderie Château Larmande
Château Troplong Mondot Château Rol Valentin Clos Des Jacobins
Château Trottevieille Château Cap De Mourlin Château Destieux
Château Valandraud Château La Confession Château Laroque
Clos Fourtet Château Saint-Georges (Cote Pavie) Clos Dubreuil
La Mondotte Château Chauvin Château Faugeres
Château La Couspaude Château Laroze
Grands Crus Classes Château Sansonnet Clos Saint-Julien
Château Badette Château Clos De Sarpe Château Fleur Cardinale
Château Franc Mayne Château La Croizille Château Le Chatelet
Château Montlabert Château Soutard Clos Saint-Martin
Château Balestard La Tonnelle Château Corbin Château Fombrauge
Château Grand Corbin Château La Dominique Château Le Prieure
Château Montlisse Château Tour Baladoz Couvent Des Jacobins
Château Barde-Haut Château Corbin Michotte Château Fonplegade
Château Grand Corbin-Despagne Château La Fleur Morange Château Mangot
Château Moulin Du Cadet Château Tour Saint Christophe Lassegue
Château Bellefont-Belcier Château Cote De Baleau Château Fonroque
Château Grand Mayne Château La Marzelle Château Monbousquet
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PROWIN

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feira de vinhos da
América Latina,
de 27 a 29 de
setembro, em SP.

ebv_urbanwinery
CONTR A RÓTULO

Uvas azedas no
olho do bandido
O “herói” que desmascarou um famoso falsificador

por Dado Lancellotti @contra_rotulo

O DOMAINE PONSOT, da de manter um interesse ativo em


Borgonha, tem legado de grandes rastrear fraudadores. Explico:
vinhos e originalidade, além de em 2008, Laurent conseguiu
uma biografia super prestigiada. suspender um leilão que anunciava
Fundada em 1872 por William um vinho da safra 1929 da sua
Ponsot, a propriedade foi família – acontece que o tinto em
transferida em 1920 para seu questão, um “lendário” Clos de la
sobrinho e afilhado Hippolyte Roche, só foi lançado a partir de
Ponsot, que assumiu o comando 1934.
após completar uma carreira como Convido o leitor ver o
diplomata. Ao lado do irmão, documentário imperdível chamado
Henri Ponsot, Acesse
que tambémnosso
era Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS
“Sour Grapes”, lançado em 2016,
diplomata (cônsul-geral residente que conta esse caso. Laurent
no Marrocos e embaixador da Ponsot desmantelou o sofisticado
França em vários países), Hippolyte esquema denunciando o misterioso
aumentou consideravelmente suas Rudy Kurniawan, que organizava
parcelas de terras, inclusive no as disputas com ampolas famosas
tradicionalíssimo Clos de la Roche. e raras nos Estados Unidos.
Ele começou a engarrafar seus Entre safras antigas de vinhos
vinhos em 1934, com os primeiros franceses, principalmente
rótulos carimbados à mão e de Bordeaux e de Borgonha,
com a sua assinatura. Quando estavam algumas das suas
se aposentou em 1957, passou o fantásticas garrafas, que eram
negócio para seu filho Jean-Marie oferecidas para endinheirados
Ponsot, que seguiu ampliando e colecionadores particulares
os vinhedos. Jean-Marie foi de vinho. Sem spoilers, as
um pioneiro da seleção clonal investigações sobre as atividades
na Borgonha e passou o bastão do indonésio Kurniawan
para seu filho, o icônico Laurent começaram exatamente a partir
Ponsot, herói dessa crônica. das denúncias de Ponsot. Foram
Pois bem, Laurent começou milhares de garrafas adulteradas
a trabalhar na vinícola em 1981 e e o golpista foi condenado em
foi fundamental na expansão do 2014.
Domaine. Atualmente, ele cuida Uvas azedas no olho do
deste patrimônio mágico com bandido e sabor doce para sempre
sua irmã Rose-Marie Ponsot, além no nosso brinde. Saúde!

42 | Revista ADEGA - Ed.204


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UVAS

A uva má?
Fatos sobre a Gamay, a variedade banida que voltou à luz

por Arnaldo Grizzo

No século XIV, um decreto da Borgonha deixou a França, e se tornou a uva símbolo de lá, mas hoje vem
variedade Gamay marcada com uma uva a ser evitada. ganhando espaço em outras partes e deixando para
Assim, ela ficou relegada à região de Beaujolais, na trás sua antiga fama. Confira.
Nouveau
Banida Gamay é uma variedade pre-
No dia 31 de julho de 1395, o coce que tende a dar grandes
duque da Borgonha escreveu que rendimentos, especialmente em
a Gamay era uma uva “muito ruim climas mais quentes. Seu prin-
e muito desonesta” e mandou cipal destaque ocorre na região
que todos que tivessem vinhas as de Beaujolais, onde dá vida
extirpassem em no máximo cinco aos tintos locais e também aos
meses. Assim a variedade caiu em famosos Beaujolais Nouveau.
desgraça, mas não foi extinta.

Nome da vila
O nome Gamay variou de
Gaamez, para Gamey, para
Gamé e até finalmente chegar
a Gamay, que curiosamente
é o nome de uma vila perto
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de Saint-Aubin. Não se sabe,
porém, se a vila variou seu
nome ao longo da história. Estilo
A Gamay tende a dar
vinhos bastante frutados e
Descendente de corpo leve, especialmente
Estudos genéticos mostram que quando feitos com o método
a Gamay é uma descendente de maceração carbônica (dos
natural das variedades Pinot e Beaujolais Nouveau), mas também
Gouais Blanc e teria nascido no podem apresentar mais estrutura
século XIV em algum lugar da como nos ótimos Crus de
Borgonha, onde seus pais eram Beaujolais.
cultivados.

Vinhos Avaliados
AD ANDRÉ GOICHOT AD DOMAINE DE GRY- AD SANABRIA ELIS
91 BEAUJOLAIS 92 SABLON FLEURIE 90 GAMAY 2021
VILLAGES 2018 VIEILLES VIGNES 2019 Sanabria, Serra do Sudeste, Brasil
André Goichot, Beaujolais, Domaine de Gry-Sablon, Beaujolais, (R$ 179). Tinto de mínima intervenção
França (World Wine R$ 169). França ((4U.Wine R$ 295). Tinto elaborado exclusivamente a partir
Tinto 100% Gamay, sem elaborado exclusivamente a partir de uvas Gamay cultivadas em
passagem por madeira. Exibe de uvas Gamay, sem passagem Pinheiro Machado, com fermentação
um perfil de fruta nítida e por madeira, mas mantido durante espontânea e sem adição de
de qualidade, além de notas 6 meses em tanques de aço inox. sulfitos. Mais de boca que de
florais, especiadas e de Esbanja frutas vermelhas e negras nariz, esbanja frutas vermelhas
ervas. Tenso e fresco, tem de perfil mais fresco, seguidas acompanhadas de notas terrosas,
acidez afiada, taninos de de notas terrosas, de ervas e de florais e de ervas, com seus taninos
ótima textura e final médio/ especiarias doces, tudo sustentado firmes e de grãos finos e sua acidez
longo. Álcool 13%. AM por acidez vibrante e taninos firmes, refrescante trazendo equilíbrio ao
de grãos finos e que pedem comida. conjunto. Tem final suculento e
Tem final fluido e persistente, com gostoso de beber, com toques de
toques de ameixas. Álcool 14%. EM groselhas, de couro e de especiarias.
Álcool 12,3%. EM

44 | Revista ADEGA - Ed.204


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HARMON IZ AÇÃO

INSPIRAÇÃO
DO RÓDANO
Sugestões de harmonização para vinhos de uvas
típicas do vale do Rhône

por Arnaldo Grizzo

Ao pensar em vinhos da França, as primeiras diversas partes do mundo e inspirassem


referências que surgem são Bordeaux e inúmeros produtores. A Syrah, por exemplo,
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Borgonha, mas há muito além dessas duas alastrou-se, tornando-se uma uva de
regiões emblemáticas. Provavelmente uma das referência até mesmo para a região sudeste
mais ecléticas em termos de uvas e estilos de do Brasil com seus promissores projetos de
vinho seja o vale do Rhône, ou Ródano, como poda invertida. A Grenache, ou Garnacha,
costumamos chamar em português. Lá é o local dispensa comentários, sendo um dos
de origem de diversas variedades de uvas que destaques em vinhos top espanhóis, por
fogem do dueto Cabernet-Pinot que muitas exemplo. A Cinsault vem ganhando espaço
vezes domina nossos pensamentos em relação à em diversos locais, especialmente no Chile,
Bordeaux e Borgonha. juntamente com a Carignan – que também
Castas como Syrah, Grenache, Mourvèdre, sempre foi uma casta muito bem trabalhada
Carignan, Cinsault, Viognier, Roussanne, na Espanha. Enfim, o “estilo Rhône”
Marsanne, Vermentino, entre outras, são consagrou-se por todos os cantos.
típicas dessa área no sul da França que abriga E entre as diversas qualidades
denominações famosas como Châteauneuf- desses vinhos está o fato de eles sempre
du-Pape, Hermitage, Côte-Rôtie, Condrieu etc. acompanharem muito bem a comida.
Com tantas cepas para trabalhar e um terroir Pensando em todo o contexto, é possível
marcado por solos de rocha e argila calcária, harmonizar uma infinidade de pratos, de
com influência mediterrânea em uma zona carnes leves a assados robustos, de canapés
um pouco mais quente, mas refrescada pelos simples a frutos do mar imponentes. Sendo
célebres ventos Mistral, cria-se um amplo leque assim, vamos listar algumas sugestões de
de possibilidades de vinhos. receitas que casam bem com vinhos que
O ecletismo dos rótulos do Rhône fez usam uvas típicas do Rhône como base.
com que suas castas se espalhassem por Confira.

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Frango assado e blend estilo
Côte du Rhône
Uma das mesclas mais comuns dos vinhos do Rhône é a feita
com Syrah, Grenache e Mourvèdre, o famoso GSM, mas as
variações são inúmeras e podem acrescentar e/ou tirar castas.
Obviamente que, dependendo do blend, o estilo do vinho
pode variar, mas vamos tomar por base os estilos de tintos
mais leves, com taninos bem polidos, um frutado intenso e
fresco, com algumas notas especiadas, algo muito comum
nos vinhos que se denominam simplesmente Côte du Rhône.
E eles certamente vão combinar com carnes mais delicadas,
especialmente aves. Aquele galeto ou mesmo o
frango assado com recheio (famosa “televisão
de cachorro” do fim de semana) estará bem
acompanhado com um vinho assim.

AD LA VIEILLE FERME ROUGE 2019


91 Perrin, Rhône, França (Mistral R$ 153). Tinto
orgânico composto a partir de Carignan, Cinsault,
Grenache e Syrah, sem passagem por madeira, mas
mantido por 10 meses em tanques de cimento antes de
ser engarrafado. Impressiona pela qualidade de fruta
vermelha e negra de perfil mais fresco envolta por notas
florais, de ervas e de especiarias, tudo sustentado por
acidez vibrante e por taninos tensos e de grãos finos. Tem
final fluido e persistente, com toques de ameixas, que
convidam a uma segunda taça. Álcool 13,5%. EM
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Carnes defumadas e Châteauneuf-du-Pape


Châteauneuf-du-Pape é uma das denominações mais famosas do
Rhône e seus vinhos costumam intrigar os enófilos, pois podem
ser feitos com um conjunto fenomenal de variedades – as famosas
“13 castas” que atualmente já são 18 autorizadas. Essa região
mais ao sul do Rhône tende a gerar vinhos de grande potência. A
principal variedade é a Grenache, que, além de dar bons varietais,
compõe a maior porcentagem de muitos blends. Sendo assim, o
estilo dos vinhos tende a comportar pratos bastante intensos em
sabor, especialmente os de carne. Alguns toques defumados
costumeiramente presentes nos vinhos certamente vão servir
de ponte para receitas que usem carnes também defumadas,
sejam elas bovinas ou suínas. Aproveite com uma bela
costela ao forno ou então uma massa com carne seca
defumada desfiada, por exemplo.

AD LA BERNARDINE
93 CHÂTEAUNEUF-DU-PAPE 2019
M.Chapoutier, Rhône, França (World Wine R$ 640). Grenache é a
principal uva do blend, mais Syrah e Mourvèdre, com estágio de 15
meses em tanques de concreto. Apresenta um estilo mais maduro,
opulento e concentrado, repleto de frutas vermelhas, seguidas
de notas de especiarias, de ervas, de café e terrosas. Tem acidez
refrescante, taninos numerosos e tensos e final suculento e
persistente, com toques de ameixas, balsâmicos e de alcaçuz.
Álcool 15%. AM

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Costeleta de cordeiro com Syrah
Syrah é a variedade mais famosa do Rhône e certamente a que
mais se difundiu pelo planeta, pois é uma casta de adaptação
bastante fácil especialmente a climas mais quentes. Ela
costuma produzir vinhos de cor profunda, muito frutados,
ricos em taninos e acidez moderada. Uma de suas marcas
costuma ser as notas especiadas, que lembram pimentas, e
também de ervas. É por isso que algumas das harmonizações
mais tradicionais de vinhos que tenham a Syrah como
base ou então predominante no blend sejam com carnes
condimentadas. Uma sugestão bastante assertiva será a carne
de cordeiro temperada com ervas. A pungência de sabores vai
casar muito bem com a estrutura do vinho.

AD SIGNOS DE ORIGEN
93 LA QUEBRADA SYRAH 2017
Emiliana, Casablanca, Chile (La Pastina R$ 295).
Complexo e de ótima tipicidade, exibe frutas negras
maduras, especiarias, azeitona preta, ervas e toques
empireumáticos, que se confirmam no palato.
Suculento e carnudo, tem acidez afiada, taninos
intensos e de boa textura e final cheio e persistente,
com notas defumadas, de amoras e de pimenta
preta. Álcool 14%. AM

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Faisão com vegetais assados e Grenache


A Grenache tende a ser a casta predominante em algumas áreas
do Rhône, especialmente em Châteauneuf-du-Pape. Acredita-se
que ela se originou na Espanha, onde recebe o nome de Garnacha.
Em locais de muita intensidade de calor, seus vinhos tendem a ser
bastante generosos, com taninos suaves, frutado imponente e notas
de especiarias também marcantes. Os produtores ultimamente
têm investido em vinhos menos opulentos e mais frescos,
valorizando uma fruta mais ácida e crocante. Com isso, a
Grenache pode fazer um bom par com carnes delicadas,
especialmente aves. Para uma boa combinação aqui, vamos
pensar em algo bastante sutil como um faisão preparado com
legumes. Você pode optar por um tinto, mas também um
rosé de Grenache.

AD LATIDO DE SARA WILD GARNACHA 2019


91 Sarah Selections, Navarra, Espanha (Belle Cave R$ 114).
Tinto elaborado exclusivamente a partir de uvas Garnacha
advindas de vinhedos antigos, sem passagem por madeira.
Cheio de frutas vermelhas acompanhadas de notas florais,
terrosas, de ervas e de especiarias. No palato, chama atenção
pela boa acidez e pelos taninos de ótima textura, que trazem
equilíbrio ao conjunto. Tem final cativante e suculento, com
toques de groselhas e de cerejas. Álcool 13,5%. EM

50 | Revista ADEGA - Ed.204


Trouxemos 18 grandes vinhos
de produtores excepcionais,
escolhidos com
a impecável curadoria de
Philippe de Nicolay Rotschild.
LE ROSE
VAL DEL O DI
LIN
MOREL O DOCG
Experimente!
SA N
SCAN
2019

PROIBIDA A VENDA PARA MENORES DE 18 ANOS.


RADIC
I E FILA
LANG
HE AR RI
LA GIG NEIS
A
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2019

BEBA COM MODERAÇÃO


ICELLA
VALPOL
O
CLASSIC E DOC
PE RIO R
SU NO
IA
BARBE
RA PRUVIN
CAMPO D'ASTI DOCG 2019
LUNGO
2020

www.edega.com.br
/edegabypnr @edega_vinhos
Pato assado no vinho e Mourvèdre
Outra cepa de origem espanhola, a Mourvèdre é a
menos falada da trinca GSM. Conhecida também como
Monastrell ou Mataro, ela tem ganhado cada vez mais
espaço entre os produtores graças à sua maleabilidade,
mesmo que, muitas vezes, possa apresentar um pouco
de rusticidade. Seus vinhos geralmente apresentam
uma boa estrutura de taninos e frutas de bastante
impacto. Ultimamente têm aparecido diversos
exemplares saborosos no mercado, com vocação
gastronômica. E uma boa opção para combinar esse
estilo frutado e de boa acidez poderia ser uma receita
que leve pato, um confit assado no próprio vinho,
com ervas e especiarias, acompanhando de um purê
levemente adocicado, por exemplo.

AD DEPAULA MONASTRELL 2020


92 Bodegas e Viñedos Ponce, Manchuela, Espanha
(World Wine R$ 154). Tinto elaborado exclusivamente
a partir Monastrell, com estágio de 6 meses em
barricas de carvalho de 600 litros. Fluido e gostoso
de beber em sua rusticidade, mostra acidez
vibrante e taninos arenosos e de ótima textura,
que trazem sustentação ao conjunto e à sua
fruta vermelha de perfil mais fresco. De perfil
gastronômico, tem final persistente, com toques
terrosos, de ervas e de cerejas, que pedem a
companhia de embutidos em geral. Álcool 13,5%.
EM
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Caranguejo com especiarias e Viognier


No norte do vale do Rhône, na margem direita do rio Ródano,
fica Condrieu, uma denominação famosa por seus lendários
brancos feitos de uvas Viognier, plantadas em terraços
estreitos. Os vinhos desta casta costumam ser elegantes,
apesar de encorpados, com aromas sutis que lembram flores
e também apresentam especiarias. Entre as harmonizações
sugeridas estão os aspargos, sushi, ostras etc. A estrutura do
vinho e seus costumeiros toques salinos também podem
suportar muito bem estilos de frutos do mar delicados,
mas pungentes, como carne de caranguejo ou lagosta.
Vale a pena experimentar com a famosas centoias das
regiões mais austrais da América do Sul, por exemplo. A
salinidade do prato com certeza vai encontrar um ótimo
equilíbrio aqui.

AD CASA VALDUGA TERROIR EXCLUSIVO


90 VIOGNIER 2018
Casa Valduga, Encruzilhada do Sul, Brasil (R$ 129 para a safra
2020). Branco elaborado exclusivamente a partir de Viognier,
sem passagem por madeira. Uma agradável surpresa, mostra
as típicas notas florais envolvendo as frutas brancas e de
caroço maduras. Tem vibrante acidez, bom volume de boca,
gostosa textura e final persistente, com toques salinos, de
mel e de limão. Álcool 13,5%. EM

52 | Revista ADEGA - Ed.204


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Frutos do mar fritos ou empanados e
Roussanne
Roussanne e Marsanne costumam estar quase sempre conectadas
em blends do vale do Rhône. Mas a Roussanne tende a ter maior
protagonismo, especialmente em locais mais quentes com solos
bem drenados ou encostas aluviais. Ela é capaz de gerar vinhos
muito elegantes com notas florais bem distintas. Mesmo quando
oferece uma estrutura mais opulenta, ainda assim tende a ser bem
equilibrada com acidez e toques cítricos e salinos. Esse conjunto
é excelente para parear com uma infinidade de frutos do mar,
mas especialmente em preparações fritas ou empanadas, tais
como as clássicas iscas de peixe, camarão ou anéis de lula
empanados, polvo na prancha etc.

AD CHÂTEAU DE BEAUCASTEL
95 CHÂTEAUNEUF-DU-PAPE BLANC 2019
Château de Beaucastel, Rhône, França (Mistral R$ 1674). Corte
branco composto de 80% Roussanne, 15% Grenache Blanc e
mais 5% de Picardan, Clairette e Bourboulenc, com estágio
de parte do vinho (30%) em barricas de carvalho. Complexo
nos aromas e nos sabores, exibe notas de frutas de caroço,
lembrando pêssegos, de especiarias, de frutos secos e
florais, acompanhadas de leves tons minerais e de mel. Fruto
de uma safra muito quente e seca, sente-se estruturado e
opulento, mas, ao mesmo tempo, muito equilibrado e preciso,
com acidez refrescante, textura cremosa e firme e final
profundo e persistente, com toques cítricos e salinos. Está
delicioso agora, mas tem tudo para ficar ainda melhor nos
próximos anos. Álcool 14%.AM
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Linguiças e salsichas com Cinsault


A Cinsault é uma variedade bastante resistente ao calor e à aridez do
ambiente, por isso, assim como a Syrah, vem ganhando bastante terreno
pelo mundo. Apesar de nas denominações do Rhône ela raramente
ser predominante, ainda assim desempenha um papel importante
quando se fala em maciez de taninos, equilíbrio de cor e aporte de frutas.
Quando tem protagonismo, como em algumas regiões do Chile (Itata,
por exemplo), ela se mostra em vinhos de muita elegância, com uma
estrutura balanceada de taninos e frescor que encanta junto à mesa.
Em certos momentos, também apresenta tons mais rústicos,
mas sempre muito fácil de beber e de agradar. Por tudo isso, a
Cinsault é muito eclética à mesa, com várias possibilidades de
harmonização, mas uma excelente sugestão seriam pratos que
levam salsichas ou linguiças, acompanhados de molhos, vegetais
etc. Lembrando ainda que você pode optar por um rosé baseado
em Cinsault.

AD HÉROES DEL VINO TENAZ CINSAULT 2020


92 Torres, Itata, Chile (Qualimpor R$ 219). Tinto elaborado
exclusivamente a partir de Cinsault, com estágio de 12 meses em
barricas usadas de carvalho francês. Tenso e cheio de vivacidade,
apresenta um estilo focado na fruta, tanto no nariz quanto no palato,
seguida de notas balsâmicas, florais, de especiarias e terrosas, tudo
em meio a uma acidez refrescante e taninos finos e de ótima textura.
O final é persistente e vibrante, com toques de ameixas e de violetas.
Álcool 12,5%. AM

54 | Revista ADEGA - Ed.204


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Atum selado e rosé
Muitas vezes falamos dos vinhos do Rhône e nos
focamos nos tintos e nos brancos, e nos esquecemos
de uma categoria que também faz bastante sucesso, os
rosés. Vale apontar que o sul da França tem bastante
história na produção de vinhos rosados. Ao lado do vale
do Ródano, na região que consideramos Provence, são
feitos alguns dos mais célebres e, não à toa, tornou-se o
estilo mais característico do local. Voltando ao Rhône,
seus rosés também apresentam frescor e mineralidade
encantadoras e, obviamente, podem ser
levados à mesa em qualquer oportunidade.
Pensando em pratos leves, podemos fazer
ótimas harmonizações com peixes como
salmão grelhado ou ainda um atum selado
com gergelim, por exemplo.

AD JAS DES VIGNES ROSÉ 2019


90 Ravoire & Fils, Provence, França
(Casa Flora/Porto a Porto R$ 108). Rosado
composto a partir de Grenache, Cinsault e
Syrah, sem passagem por madeira. Mostra
frutas brancas e vermelhas escoltadas por
notas florais e de ervas frescas, com sua
boa textura e sua acidez elétrica conferindo
equilíbrio e fluidez ao vinho. Tem final
sedutor e agradável, com toques de peras, de
morangos e de especiarias doces. Álcool 12,5%.
EM Acesse nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS

Ratatouille e rosé
Diversas castas típicas do Rhône são bastante usadas na produção
dos rosés, mas não só na região, como em todo o mundo. Cinsault,
Grenache, Carignan, Syrah etc. muitas vezes são a base para
alguns dos rosados mais interessantes, frescos e minerais que se
encontram no mercado. Essa maleabilidade das castas, sozinhas
ou em blends, faz com que os produtores tenham a opção
de criar excelentes vinhos dos mais diversos estilos. Assim,
os rosés, por serem uma categoria de bebidas geralmente
de excelente acidez e estrutura mediana, apresentam
combinações com diversas receitas, quase sempre infalíveis.
Pratos leves ou de porte médio costumam se equilibrar
bem, principalmente com vegetais. Sendo assim,
experimente com saladas e também um ratatouille.

AD CALVET MURMURE DE ROSÉ 2020


90 Calvet, Côtes de Provence, França (Cantu R$ 157).
Rosado composto a partir de Grenache, Carignan, Cinsault,
Tibouren e Syrah, sem passagem por madeira. Mostra
frutas brancas e vermelhas acompanhadas de notas florais
e de ervas, que se confirmam no palato. Refrescante e
fácil de beber, tem acidez vibrante, textura cremosa e final
cativante, com toques de peras, de melão e de cerejas.
Álcool 13%. EM

56 | Revista ADEGA - Ed.204


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DEGUSTAÇÃO

Vinhos
para recordar
ADEGA celebra 17 anos e rememoramos
17 vinhos da nossa safra (2005)

por Arnaldo Grizzo e Eduardo Milan

JÁ SÃO 17 ANOS DESDE A notícias e provas de vinhos em


primeira edição de ADEGA em primeira mão etc.
2005. Quando surgiu, a revista Além disso, ADEGA se
veio em uma circunstância em transformou em muito mais que
que a indústria do vinho no uma revista nesses 17 anos. Fomos
Brasil vivia um momento de certa pioneiros no desenvolvimento
pungência, com mercado bastante de um guia de vinhos do Brasil e
ativo, consumidores buscando atualmente também produzimos
cada vez mais informação para guias com rótulos de Portugal e da
adquirir suas garrafas e aumentar Espanha, isso sem falar na parceria
Acesse Mas
seus conhecimentos. nosso Canal de
o que nomais
Telegram: t.me/BRASILREVISTAS
de uma década com o
parecia ser um momento de auge, Descorchados, de Patricio Tapia.
atualmente, depois especialmente Desenvolvemos também nosso
do enorme crescimento de clube de vinhos e e-commerce e,
consumo apresentado durante mais recentemente, um cartão
a pandemia, parece incipiente de crédito com benefícios para
olhando de maneira retrospectiva. enófilos. Produzimos diversos
Hoje olhamos para o mercado eventos e somos parceiros da maior
com os mesmos olhos de 2005, feira de vinhos do mundo em sua
sempre ansiosos pelos “próximos exposição no Brasil, a ProWine.
capítulos”. E se o panorama atual se Essas são algumas de nossas
revela tão promissor, sabemos que vertentes.
tivemos um papel importante na Então, para celebrar esses
pavimentação desse caminho. Em 17 anos, voltamos no tempo e
17 anos, já são mais de 200 edições decidimos fazer uma lista com
de revista e, em nossos registros de vinhos da safra 2005, considerada
vinhos avaliados, estamos com 14 uma das mais emblemáticas
mil rótulos diferentes (que podem em diversas regiões do planeta.
ser acessados no site MelhorVinho. São vinhos que provamos em
com.br). São anos e anos trazendo nossas milhares de degustações
informação de qualidade sobre e mostraram o potencial dos
esse universo fenomenal, com “nascidos” nessa safra grandiosa.
entrevistas exclusivas com algumas São 17 rótulos que nos marcaram
das maiores celebridades da e com os quais gostaríamos
enologia, reportagens especiais de comemorar essa data tão
sobre os mais diversos assuntos, importante.

58 | Revista ADEGA - Ed.204


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AD ALMAVIVA AD CASTILLO
94 2005 96 YGAY GRAN
A safra 2005 do ícone RESERVA ESPECIAL
chileno, resultado da 2005
joint-venture entre O Castillo Ygay Gran
Concha y Toro e o Reserva Especial
Château Mouton- está entre os maiores
Rothschild, foi vinhos da Espanha,
marcante tanto em elaborado apenas em
sua juventude quanto safras consideradas
mais recentemente de extrema excelência
em verticais das quais pelo produtor Marqués
ADEGA participou, quase de Murrieta. ADEGA
todas elas na companhia teve a oportunidade de
do enólogo responsável, provar algumas safras
o genial Michel Friou. A desse ícone (a 2010, por
cada safra que passa, exemplo, levou o título
Almaviva comprova sua de melhor tinto do Guia
grandiosidade. ADEGA Espanha 2021) e,
entre as mais marcantes
Confira as avaliações estava também a de
2005. Um clássico eterno.

Confira as avaliações

Revista ADEGA - Ed.204 | 59


AD CHEVAL DES AD CLOS AD CHÂTEAU DE AD CHÂTEAU AD CHÂTEAU
92 ANDES 2005 94 MOGADOR 94 BEAUCASTEL 94 DOISY- 98 VALANDRAUD
Nos anos 1990, Pierre 2005 CHÂTEAUNEUF- DAËNE 2005
Lurton, diretor do Se o Priorato DU-PAPE 2005 SAUTERNES 2005 O nome de Jean-Luc
Château Cheval Acesse hojenosso Canal
é uma região noBeaucastel
Telegram: t.me/BRASILREVISTAS
representa O Château Doisy- Thunevin certamente
Blanc, vislumbrou extremamente a essência de Daëne é de propriedade ficará marcado na
a possibilidade de respeitada na Espanha, Châteauneuf-du- do mítico Denis história de Bordeaux.
criar um novo ícone muito disso deve- Pape. A família Perrin Dubourdieu, falecido Ele foi um dos
na América do Sul. se a René Barbier e elabora alguns dos em 2016. Considerado responsáveis por
Como a LVMH (dona seu Clos Mogador, mais fantásticos vinhos um dos maiores nome chamar a atenção para
de Cheval Blanc) um clássico desde da região e ADEGA dos vinhos brancos de movimento garagista
já tinha o projeto o nascimento no já provou – muitas Bordeaux da história, e, entre suas obras-
Terrazas de los Andes final dos anos vezes na companhia ele também era um primas, está o Château
na Argentina, sua 1980. ADEGA teve a de François Perrin, mestre em Sauternes, Valandraud. Entre
ideia foi rememorar oportunidade de visitar um habitué por terras o reino da podridão as safras provadas
os antigos blends e conversar com René brasileiras – todos nobre. ADEGA teve a por ADEGA, a 2005
bordaleses (que por diversas vezes, os seus rótulos de oportunidade de provar certamente foi a que
continham Malbec). assim como provar diversas safras. Em a safra 2005 de Doisy- mais se sobressaiu e
Assim nasceu Cheval algumas safras desse uma vertical de seu Daëne, que comprovou não seria por menos
des Andes. Dentre as rótulo emblemático. Châteauneuf-du-Pape a excelência do já que o ano foi
safras do começo do Em uma vertical, a tinto realizada em trabalho de Dubourdieu considerado um dos
milênio, a 2005 foi um 2005 mostrou-se 2015, a safra 2005 foi e deve se manter no melhores da história na
dos destaques. encantadora. brilhante. auge por décadas região.
ainda.
Confira a avaliação Confira a avaliação Confira a avaliação Confira a avaliação
Confira a avaliação

60 | Revista ADEGA - Ed.204


A MÁQUINA COM CORAÇÃO

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A loja oficial da 3 Corações. @mercafe mercafe.com.br


Pra quem é Movido a Café.
AD DOMAINE AD DOMAINE AD DON AD ESPECTACLE AD LOUIS
97 DUJAC CLOS 97 VALETTE 93 MELCHOR 95 DEL 96 ROEDERER
DE LA ROCHE “LE CLOS DE 2005 MONTSANT 2005 CRISTAL 2005
GRAND CRU 2005 MONSIEUR NOLY”
Se a safra 2005 foi Acesse nosso Canal
POUILLY-FUISSÉ noAssim como Almaviva,
Telegram:
ADEGA
Este vinho é fruto
já provou t.me/BRASILREVISTAS
das mãos habilidosas
A safra 2005 foi ótima
em Champagne e
excelente em Bordeaux, VIEILLES VIGNES inúmeras safras do de René Barbier, que provou sua excelência
na Borgonha também 2005 clássico ícone da junto com Christopher em uma vertical de
podemos encontrar Aqui está a prova de Concha y Toro, algumas Canaan e mais quatro grandes Vintages da
vinhos de enorme que não são apenas por várias vezes e de amigos decidiram lendária cuvée Cristal
qualidade. Uma prova é os Borgonhas tintos maneira comparativa adquirir um pequeno da casa Louis Roederer.
o Clos de La Roche do envelhecidos que em verticais, o que é vinhedo de Garnacha Ela certamente está
Domaine Dujac. Vindo podem emocionar, mas sempre um excelente de mais de 120 anos na em um patamar
de um mítico vinhedo também os brancos. exercício. Don região de Montsant. similar a outras safras
Grand Cru e provado Os Valette já têm por Melchor, nas mãos do Definitivamente um grandiosas do começo
quase 15 anos depois tradição manter seus competente Enrique espetáculo com do milênio, como 2002
da safra, ele revelou vinhos por anos em Tirado, sempre vale enorme longevidade. e 2008, por exemplo.
o quão especiais barricas antigas e a pena e sua safra
são os Borgonhas seus vinhos provam 2005 foi uma das mais Confira a avaliação Confira a avaliação
envelhecidos. que “duram” ainda relevantes do começo
muito mais. Este 2005, do milênio.
Confira a avaliação degustado quase 15
anos após a safra, Confira as avaliações
mereceu todos os
elogios.

Confira a avaliação

62 | Revista ADEGA - Ed.204


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AD OPUS ONE AD PAOLO AD PRADO AD VEGA SICILIA AD XISTO 2005
94 2005 95 SCAVINO 95 ENEA GRAN 97 UNICO 2005 93 Xisto é a
Em 2019, o então CEOAcesse
BRIC nosso Canal noRESERVA
DEL FIASC Telegram: 2005t.me/BRASILREVISTAS
Este ícone de Ribera essência do projeto
da vinícola Opus One, BAROLO 2005 Este foi um dos del Duero dispensa Roquette e Cazes,
David Pearson, veio ao Paolo Scavino é um grandes destaques apresentações. ADEGA a junção de duas
Brasil para um evento nome de peso na de uma vertical do já teve a oportunidade grandes famílias, uma
singular. Na ocasião, história do Piemonte. mais aclamado vinho de provar diversas de Portugal (dona da
foram provadas todas Ele foi um dos primeiros da Bodegas Muga, safras, inclusive na Quinta do Crasto) e
as safras dos vinhos a vinificar Barolos de um dos principais presença de Pablo outra de Bordeaux (do
dessa joint-venture vinhedos únicos ainda produtores de Rioja. A Alvarez, dono de Vega Château Lynch-Bages)
entre Mondavi e os na década de 1970. Bric prova realizada no fim Sicilia. Não importa para produzir grandes
Rothschild. Era a del Fiasc foi o local de de 2021 com 10 safras a safra, o “Unico” vinhos no Douro. Com
primeira vez que uma início dessa história e teve a presença de continua sendo a um nome sugestivo
prova assim ocorria representa o que de Juan Muga, cujo avô principal referência (devido ao tipo de
fora da vinícola. ADEGA melhor se faz naquela iniciou a tradição do em vinho espanhol. solo), este vinho só é
esteve presente e região. A safra 2005 rótulo Prado Enea Gran Nesta safra 2005 está produzido em safras
pôde ver o quão mereceu destaque Reserva. sublime, como sempre. excepcionais, tal como
encantadoras safras entre outras provadas. 2005.
como a de 2005 podem Confira a avaliação Confira a avaliação
ser. Confira a avaliação Confira a avaliação

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64 | Revista ADEGA - Ed.204


Estamos voltando
para animar suas
compras e festas de
final de ano! Fique
atento às datas e
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AGENDA 2022
SÃO PAULO
5 e 6 de novembro
Casa de cultura do parque

RIO DE JANEIRO
18 e 19 de novembro
Jockey Clube

BRASÍLIA
3 e 4 de dezembro
MAB - Museu de Arte de Brasília

ADQUIRA SEUS INGRESSOS:


SPARKLINGFESTIVAL.COM.BR
ESCOL A
DO VI N HO

Defeito
bom?
Existem defeitos no vinho que podem ser
considerados qualidade?

por Arnaldo Grizzo

QUANDO O VINHO ESTÁ COM próprias de seus vinhos.


aromas estranhos e gosto avinagrado, Pode parecer controverso, mas
não há quem possa apreciar. Mas até mesmo a oxidação, considerada
existem limiares que podem ser um dos defeitos mais impactantes
desfrutados? Em uma época que tanto do vinho, pode favorecer alguns
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se preza por vinhos com intervenção estilos. Por outro lado, não dá para
mínima, sem adições de enxofre, achar normal uma bebida com
passagem por filtração e clarificação, gosto avinagrado. A acidez volátil,
há quem diga que alguns detalhes são quando detectava de forma muito
apenas nuances qualitativas de uma contumaz nos aromas e paladar,
“boa imperfeição”, mas há também definitivamente denuncia um vinho
momentos em que certas coisas não com defeito, mas você sabia que,
parecem tão pequenas para não serem em determinadas situações, há um
consideradas defeitos. Não se pode limiar que nem sempre percebemos?
jogar um vinho defeituoso na conta da O açúcar, por exemplo, pode
mínima intervenção. No fim, o vinho mascarar teores de acidez volátil
precisa ser bom, independentemente mais altos. Para alguns, as pirazinas
dos métodos e filosofias de produção. (compostos que evidenciam aromas
ADEGA já escreveu algumas vezes extremamente herbáceos) também
sobre os principais defeitos do vinho podem ser problemas, mas, para
e como reconhecê-los (veja QR Code). outros, é algo a ser buscado. Enfim,
Aromas avinagrados, mofados, de ovos há situações limítrofes e discussões DEFEITOS
podres etc., sabores extremamente quase infinitas sobre o quanto de cada DO VINHO
ácidos ou então melados dificilmente coisa pode ser um defeito ou uma
vão estar associados a possíveis qualidade (aumentando teoricamente
qualidades, mas sim a problemas a complexidade da bebida). Há boas
a serem evitados. Contudo, há imperfeições? Certamente sim, mas
produtores que usam algumas é preciso avaliá-las, por isso, vamos
pequenas “falhas” propositalmente conferir alguns “defeitos” que podem
para enaltecer certas características ser usados pelos produtores.

66 | Revista ADEGA - Ed.204


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Oxidação se pode até zerar essa interação – e ao processo de vinificação.


Oxidar é basicamente expor posteriormente em garrafa reduz Essas notas oxidativas
a bebida ao oxigênio. Isso faz os efeitos da oxidação. geralmente lembram o que
com que alguns compostos se No entanto, há vinhos em chamamos de gosto umami, pois
degradem. A oxidação pode que um maior grau de oxidação o processo de oxidação causa
destruir um vinho, tornando-o um é desejado. Um bom exemplo é um aumento no glutamato.
vinagre, e é por isso que se evita Jerez, na Espanha, assim como o Geralmente sentem-se aromas
ao máximo expor a bebida ao ar. Vin Jaune, do Jura, os Portos estilo que remetem a terra, nozes,
No entanto, é quase impossível Tawny, os vinhos da ilha da Madeira frutas secas, e sabores sápidos
produzir um vinho em um etc. Além deles, também há brancos e de fermento, por exemplo.
ambiente inerte e o oxigênio vai de Rías Baixas na Espanha que Como dito, isso deve estar em
interagir durante algumas fases apresentam um lado oxidativo limiares aprazíveis. Se você notar
do processo de vinificação. Essa marcante (ou ainda riojanos, como toques acéticos, cores que não
interação, contudo, é controlada os do clássico produtor Tondônia, correspondem à idade do vinho
para evitar que a bebida estrague. por exemplo). Vale lembrar ainda (tintos jovens muito desbotados e
Colocar o vinho em barricas – em que os vinhos laranja também brancos muito acastanhados), isso
que o contato com o oxigênio é tendem a apresentar notas definitivamente é uma falha, não
restrito – ou em tanques – em que oxidativas mais pungentes devido uma qualidade.

68 | Revista ADEGA - Ed.204


SUA BEBIDA GELADA POR MUITO MAIS TEMPO!

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Acidez volátil
Este talvez seja o ponto mais sensível para muitos,
pois a acidez volátil, na maioria das vezes, denota
um vinho estragado, quando ele virou vinagre
literalmente. Vale dizer que há uma ampla gama
de ácidos que contribui para o teor total de acidez
volátil, mas o ácido acético, que está associado
ao cheiro do vinagre, e o acetato de etila, que
gera aromas desagradáveis como esmalte ou
acetona, são os mais preocupantes. Esse tipo de
problema costuma ser raro e muitas vezes denota
falta de cuidado do produtor com higienização.
Acréscimos de anidrido sulfuroso nos processos
tendem a eliminar as bactérias acéticas que
degradam o álcool e geram a acidez volátil.
Os limites de detecção podem variar de
pessoa para pessoa, mas também são afetados
pelo estilo do vinho. Altos teores de açúcar, por
exemplo, podem mascarar os cheiros derivados
Pirazina da acidez volátil. Alguns vinhos feitos com uvas
Este também é um ponto bastante polêmico, que afetadas pela podridão nobre e/ou envelhecidos
causa muitas divergências. As pirazinas são compostos sob flor (a camada de leveduras mortas),
químicos que protegem as videiras de pragas e causam e fermentados ou envelhecidos de forma
aromas e sabores herbáceos no vinho. Variedades como oxidativa, terão naturalmente um nível mais
Sauvignon Blanc, Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc alto de acidez volátil, que é considerado uma
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e Carménère tendem a apresentar um maior grau desse parte importante de seu caráter. Sendo assim,
composto, especialmente quando colhidas mais verdes. Sauternes, Porto, Tokaji e Jerez, por exemplo,
Em geral, essa classe de compostos recebe podem apresentar limiares de acidez volátil que
descritores de aromas ditos como verde, terroso, não são considerados defeitos.
grama cortada, aspargos, ervas e outros. Um exemplo O grande dilema é exatamente esse limiar,
bem conhecido é o composto 2-metoxi-3-isobutil mas não necessariamente em vinhos que passam
pirazina, que apresenta aroma característico de por processos de envelhecimento específicos ou
pimentão verde. O Carménère chileno muitas então usam uvas atacadas por podridão nobre ou
vezes pode apresentar notas bastante intensas, passificadas, porém em vinhos tranquilos. Com
lembrando pimentão, assim como o Sauvignon Blanc a expansão da filosofia dos vinhos naturais e de
neozelandês também costuma mostrar tons de grama. mínima intervenção, em que produtores evitam
Já notas terrosas e herbáceas são características de (ou até abominam) o uso de enxofre por exemplo,
Cabernet Franc do Loire, por exemplo. há os que digam que um determinado grau de
Para alguns, essas notas verdeais em excesso acidez volátil é aceitável, com
são consideradas um defeito. Durante muito uma sensação de tons
tempo, produtores chilenos, por exemplo, balsâmicos talvez. No
tentaram evitar esses aromas, principalmente entanto, há quem
na Carménère, colhendo um pouco mais tarde. professe que, nesses
Ultimamente, contudo, passaram a “aceitar” melhor casos, isso é, sim,
os tons herbáceos da cepa (mesmo que discretos), um defeito, um
especialmente em ambientes mais frios. Ou seja, aqui erro, e afirmar o
também entramos em uma questão de gosto, um contrário seria
limiar que, para alguns, pode ser um defeito e, para tentar encobri-lo.
outros, uma qualidade.

70 | Revista ADEGA - Ed.204


O universo dos vinhos e outras
bebidas é infinito e há muito para
desvendar e conhecer, especialmente
se você tem a oportunidade
de aprender com quem entende
do assunto há mais de 30 anos. A boa notícia
é que agora, além dos consagrados cursos
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Calor
O calor em excesso de oxidação extremamente intensas, às vezes
também não fumaça e tostados, e uma bebida sonsa, “plana”, no
costuma ser algo paladar, como um xarope ralo e enjoativo.
desejável na No entanto, o calor, quando bem administrado,
produção de um oferece alguns toques incomuns a certos vinhos.
vinho. Na verdade, Determinados vinhos da ilha da Madeira, em
os maiores Portugal, por exemplo, passam por um processo
problemas tendem chamado de estufagem, em que são aquecidos
a ocorrer já em em tanques com temperatura controlada. Outros
fases de finalização ainda passam pelos famosos canteiros, em que
como armazenamento o calor do sol aquece as barricas dentro do sótão
ou até mesmo de uma vinícola. Nesses casos, os vinhos ganham
depois de pronto, no sabores de frutas secas, especiarias, nozes torradas,
transporte. Nesses casos, cacau, café, caramelo etc.; sem que o líquido se
picos de temperatura e exposição torne insosso. Esse processo de aquecimento é
prolongada ao calor geralmente fazem com frequentemente usado em conjunto com métodos
que o líquido “cozinhe”. Quando esse processo de oxidação. E, devido a isso, esses vinhos podem
é acidental e não pensado, a sensação desse até permanecer abertos por longos períodos sem
“cozimento” será de frutas muito passadas, notas que se degradem facilmente.

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Brettanomyces
Alguma vez você já sentiu um aroma Como dito,
na taça que lembra curral? Se sim, vinhos com Brett
provavelmente já se deparou com um tendem a ter um
vinho com “Brett”, ou Brettanomyces, odor característico
uma cepa de levedura selvagem que de curral. Sim,
pode aparecer em diversos momentos estábulo, couro, suor
da produção do vinho, contudo, animal, carne curada
com mais possibilidade durante o e outros similares
amadurecimento em barricas de de estilo bem rústico.
carvalho usadas. Brett tende a surgir Para alguns enólogos e
quando a Saccharomyces cerevisiae críticos, qualquer toque
(a levedura da fermentação) decai ao nesse sentido é inaceitável
final do processo. Ela pode degradar e tido como um defeito. No
a cor da bebida e gerar odores pouco entanto, para outros, quando em
agradáveis. Há quem aponte que isso doses moderadas, sem que isso se
é uma falha de higiene, especialmente sobressaia diante de todo o conjunto, que envelhecem seus vinhos por
dos equipamentos – apesar de a Brett é considerado algo positivo, que longos períodos em recipientes
poder ser encontrada também nas aumenta a complexidade da bebida. usados. Vale lembrar que a Brett
uvas –, mas há produtores, todavia, Esse é um tipo de característica pode até ser considerada como uma
que não combatem o desenvolvimento que costuma ser encontrada em possível qualidade quando ocorre
da levedura alegando ser um estilo. produtores ditos de “velha escola”, em tintos, mas não em brancos.

72 | Revista ADEGA - Ed.204


Viagens Inesquecíveis
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ESCOL A
DO VI N HO

É falso?
Sinais que podem denunciar
um vinho falsificado

por Arnaldo Grizzo

DE REPENTE, O TEMA DOS vinhos capsulas, rolhas e também no sabor da


contrabandeados e falsificados entrou bebida têm sido detectadas.
em voga no Brasil. Listas em Whatsapp Saber se um vinho é fruto de
e “lojas” em plataformas online como contrabando nem sempre é fácil. Ele pode
Mercado Livre e Instagram passaram ter exatamente o mesmo rótulo, o mesmo
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a oferecer vinhos – especialmente gosto, ou seja, ser quase exatamente igual
argentinos – com preços muito abaixo dos ao vindo por meios legais. A diferença
praticados comumente no mercado por muitas vezes pode estar apenas nos dados
revendedores oficiais. Essa discrepância do contrarrótulo – que não virá com o
de valores obviamente só se justifica por nome do importador brasileiro. Mas o
meio do descaminho – isso quando não maior indício, com certeza, será o preço
vem de outro delito também grave como o muito mais baixo do que o convencional.
roubo de cargas. É importante desconfiar de promoções
Muitas vezes, quem compra por mirabolantes.
esses canais com preços atrativos sequer Mas se verificar a procedência é
desconfia que esteja adquirindo um uma tarefa por vezes complicada, pois
produto contrabandeado. Mas a proporção os vinhos podem ser realmente iguais,
que o tema tomou recentemente conferir se há falsificação é uma tarefa
devido aos altos volumes de garrafas também difícil, mas com mais pistas a
sendo negociadas tem trazido à tona serem seguidas. Sendo assim, vamos
também outra questão além do crime de elencar aqui 10 sinais que você deve
descaminho: seriam estes vinhos também observar em um vinho caso suspeite que
falsificados? Diferenças em rótulos, ele seja falsificado.

74 | Revista ADEGA - Ed.204


Acesse nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS
Cor do rótulo
Diferença em tonalidades nos rótulos é um sinal Impressão dos rótulos
de alerta importante para vinhos falsificados. Um sinal comum de falsificação grotesca
Às vezes, isso não é simples de verificar se você é quando encontramos vinhos com
não possui duas garrafas para comparar. Mas se problemas de impressão do rótulo, como
notar cores desbotadas em vinhos novos, por se as cores não estivessem sobrepostas
exemplo, é bom ficar atento. Já em vinhos antigos, corretamente. Se você observar que
é interessante verificar se o estado do rótulo condiz a separação de cores está estranha,
com a idade. Segundo especialistas em fraude, suspeite. Esse tipo de “erro” costuma ser
rótulos tidos como “ultrabrancos” raramente mais facilmente percebido na impressão
serão vistos em safras de antes de 1950, pois é uma das letras pequenas, que às vezes ficam
fórmula de papel que foi criada nessa época. parecendo borradas.

Dados errados Marcas da idade


Às vezes, falsificadores Rótulos de vinhos antigos
podem errar alguns dados, certamente apresentarão
especialmente no algumas marcas de desgaste
contrarrótulo. Sendo com a idade, por melhor
assim, é preciso ficar que eles tenham sido
atento se não há armazenados. Portanto,
erros de escrita. também desconfie de
Para vinhos rótulos novíssimos
antigos, é preciso em vinhos de safras
verificar se os Acesse nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS antigas. Sabendo
dados apontados disso, alguns
no rótulo falsificadores
teoricamente tentam simular esse
casam com os “envelhecimento”
dados históricos. do rótulo, sujando-o
Você certamente propositalmente,
não vai ver uma alguns até colocam
anotação sobre uma o papel no forno para
AOC em vinhos de dar o tom amarelado da
antes de 1936, quando as idade. Contudo, um exame
denominações de origem mais cuidadoso pode revelar a
protegidas foram formalmente trapaça.
criadas na França, por exemplo.

Cápsula
Um detalhe bastante comum em rótulos falsificados é a presença de uma
cápsula de cor que não corresponde à original do vinho. Às vezes, essa
diferença é gritante, às vezes pode ser uma sutil tonalidade. Em vinhos
antigos, é bom ficar atento ao tipo de cápsula, pois, com o tempo, elas
passaram de chumbo para estanho e, por fim, para alumínio. Se você notar
impressões digitais em cápsulas de cera, cuidado, assim como se verificar
uma marca de reciclagem em cápsulas de vinhos antigos.

76 | Revista ADEGA - Ed.204


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Rolha Tipo de vidro
A rolha pode ser um dos principais indicadores de Em vinhos de maior circulação, falsificações
falsificação. Primeiramente, verifique se ela tem as geralmente envolvem o uso de garrafas
marcas correspondentes da vinícola. Depois, se segue diferentes das originais, ou seja, com formatos
o padrão de rolhas que esse produtor utiliza em seus ou ainda colorações de vidro diversos. O “peso”
vinhos (tamanho e tipo). Atente-se ainda se o estado da garrafa também pode indicar falsificações.
corresponde à idade (rolhas muito novas em vinhos Para garrafas bastante antigas, é preciso verificar
antigos? Só se houver passado por “recork”). Por fim, marcações e características que evoluíram na
veja se não há ranhuras do tipo que abridores de produção de vidro ao longo dos séculos como
pinça produzem nas laterais da rolha. Isso certamente formatos, volumes, estilo do fundo da garrafa
significa que alguém já retirou a rolha antes e voltou a etc.
colocá-la no lugar.

Sedimento Cola
O vinho já tem Você notou manchas
bastante idade, mas de cola nas bordas
você não nota nenhum do rótulo? Desconfie.
sedimento no fundo ou Há resíduos de cola
nas laterais? Suspeite. Acesse nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS em rasgos? Ou então
Mas há quem tente debaixo das cápsulas?
falsificar também o Em vinhos antigos,
sedimento. Sendo vale a pena fazer testes
assim, é bom ficar de com luz azul, pois
olho no tamanho (é a cola branca – que
muito grosso?) e se eles floresce sob ela – só
brilham contra a luz. passou a ser usada a
partir da década de
1960.

Unicórnios
Quem aprecia e coleciona vinhos antigos precisa sempre estar atento
a garrafas muito especiais, que alguns chamam de unicórnios.
Geralmente são garrafas de grandes formatos e de safras icônicas.
Um dos mais famosos falsificadores do mundo, Rudy Kurniawan, por
exemplo, foi “pego” ao tentar vender um Clos Saint-Denis 1945 do
Domaine Ponsot, sendo que os Ponsot só começaram a produzir nesse
cru a partir de 1982.

78 | Revista ADEGA - Ed.204


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DEGUSTAÇÃO

Expressão
de um lugar
Em degustação exclusiva, Lourenço Charters
indica o rumo dos vinhos da Quinta dos Murças

por Eduardo Milan

A QUINTA DOS MURÇAS foi comprada com isso? Um suporte para garantirmos que
pelo Esporão em 2008 e, até 2014, os vinhos estaríamos fazendo as coisas direito. Sem
estavam a cargo do reputado enólogo esses estudos e somente com a prova das uvas,
australiano David Baverstock. Em 2015, José corríamos o risco de estarmos fazendo algumas
Luís Moreira da Silva assumiu a enologia coisas de maneira equivocada”.
da quinta e permaneceu até o final de 2021, E continua, “desse trabalho de 2015,
quando entrou na administração da produção foram descobertos oito terroirs distintos na
de todos os vinhos e azeites do grupo Esporão, Quinta dos Murças e a partir desses terroirs
que incluem projetos no Alentejo e no Minho, desenhamos nossos vinhos: o Minas, o
Acesse nosso Canal no Telegram:
além do Douro. t.me/BRASILREVISTAS
Margem, o Reserva, o VV 47 e os Portos. Além
Dando continuidade ao trabalho desses disso, desde a entrada de Zé Luís estamos
talentosos enólogos, no início de 2022 o Esporão trabalhando a viticultura de uma forma
contratou Lourenço Charters para cuidar da diferente, menos interventiva e de maior
viticultura e da enologia, tanto da Quinta do equilíbrio com a natureza. Passamos de uma
Ameal, no Minho, quanto da Quinta dos Murças. viticultura de produção integrada, onde já
Lourenço sempre esteve ligado ao vinho, nasceu havia algumas restrições no uso de herbicidas,
em Colares e costumava passar suas férias no para o uso somente de produtos certificados
Douro, na quinta da família, que, até o ano biológicos ou orgânicos. Começamos esse
passado, era proprietária da Horta Osório Wines. processo em 2016 e a partir de 2021 tivemos
Apaixonado pelo vinho, entre 2009 e 2015, a certificação de todos os vinhedos, ou seja, a
trabalhou com seu avô, e, durante esse período, Quinta dos Murças terá todos os seus vinhos
fez colheitas na Austrália, na África do Sul e na certificados orgânicos a partir da safra 2021,
França. Nos cinco anos seguintes, foi enólogo com exceção da linha Assobio que, pelo
da Quinta do Côtto e do Paço de Teixeiró e, volume de produção atual, tem parte das uvas
antes de chegar ao grupo Esporão, passou compradas”.
pouco menos de três anos na Sogrape. Charters complementa, “fora isso, criamos
Segundo Charters, “entre 2008 e 2014 corredores ecológicos. Tiramos uma ou duas
houve um trabalho de reconhecimento na linhas de vinhas e deixamos crescer vegetação
Quinta dos Murças, de perceber o que o espontânea ou plantamos aromáticas ou
terroir oferecia, sem tentar mudar muita plantas só encontradas nos bosques, como
coisa. Na época, só tínhamos dois vinhos, o Medronhos, Azinheiras ou Sobreiros. E isso
Reserva e o Assobio. Quando José Luís assume faz com que consigamos ter abrigos para
em 2015, inicia-se um grande trabalho de espécies autóctones da região, ou seja, ter vida
reconhecimento de solos e de todos os micro e, por conseguinte, um equilíbrio entre nossa
terroirs existentes. O que nós conseguimos produção e a natureza”.

80 | Revista ADEGA - Ed.204


Acesse nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS
“Lógico que o
vinho não é uma Ajuste de colheita senso de lugar, são adeptos da fermentação
obra divina, temos Mas, do que adiantaria tudo isso, se os vinhos espontânea desde 2015. “Essa conversão para
que interferir, mas
temos que buscar não conseguissem expressar na taça toda essa o biológico, não é só pela biodiversidade,
formas de fazer dedicação no vinhedo. Daí, o enólogo tem mas, também, porque acreditamos que
essa interferência papel fundamental. Lourenço é categórico quanto menos intervenção tivermos, mais
sem ofuscar todo nesse aspecto, “para se ter uma ideia, em conseguiremos mostrar as origens das uvas
o trabalho que
tivemos para manter 2022 tivemos o recorde de temperatura, em nossos vinhos. Lógico que o vinho não
essas uvas o mais com 46,2 graus e há registros que no Pinhão é uma obra divina, temos que interferir,
puras possível alcançou 47 graus, porém o Douro sempre teve mas temos que buscar formas de fazer essa
até chegarem na Acesse nosso
temperaturas Canal
altas. Por no Telegram:
isso, mais do que uma t.me/BRASILREVISTAS
interferência sem ofuscar todo o trabalho que
vinícola”
decisão em virtude do aquecimento global dos tivemos para manter essas uvas o mais puras
últimos anos, o adiantamento da colheita é possível até chegarem na vinícola. E uma das
uma decisão interpretativa. Percebemos, que, formas de fazer isso é deixar com que as cepas
ao colher antes, reduzimos um pouco o grau de leveduras já presentes nas uvas dominem a
alcoólico e conseguimos identificar melhor a fermentação, pois essas leveduras são únicas,
origem das uvas, com essa fruta mais fresca. são de nossos vinhedos, estão na nossa adega
A graduação muito alta (14, 15 ou mais graus) e em nossos lagares”, afirma.
dos vinhos no mundo inteiro os aproxima, o E conclui, “temos uma gama de vinhos
que acaba por ofuscar suas origens. Acontece a que não é muito extensa, entre Assobio,
mesma coisa quando provamos bananas muito Minas, Margem, Reserva e VV 47, mas
maduras. Todas serão muito mais parecidas”. todos eles têm um caráter muito próprio,
E prossegue, “colher mais cedo também que, acredito eu, é devido a essa menor
implica numa mudança no estilo de intervenção. Temos uma diversidade
vinificação, pois uvas ‘menos’ maturadas muito grande na Quinta dos Murças e essa
exigem que os taninos sejam trabalhados diversidade faz com que os vinhos possam
com mais precisão e menor extração. É um ter uma complexidade ainda maior. Mas,
trabalho muito mais sutil e elegante, já que para isso, precisamos respeitar suas origens,
queremos evitar aqueles aspectos vegetais pois se trabalhássemos todas as nossas uvas
e fenólicos. Por outro lado, tendo vinhos de forma idêntica, todos esses vinhos seriam
menos alcoólicos também conseguimos uma muito parecidos. Assim, é fundamental
acidez natural muito maior. E com essa acidez conhecer muito bem cada parcela para
natural acreditamos que os vinhos vão ter um podermos podá-las e vindimá-las no tempo
envelhecimento muito melhor. Ou seja, esse certo e, finalmente, vinificá-las da melhor
trabalho que está sendo feito, provavelmente, maneira possível, para que sempre expressem
trará resultados futuros muito bons”. em cada um de nossos rótulos todas essas
E, para refinar ainda mais essa busca pelo particularidades”.

82 | Revista ADEGA - Ed.204


Degustações verticais tensos e reativos.
Tivemos a oportunidade de realizar 4 verticais Dentro desse perfil, a linha Assobio seria
dos vinhos da Quinta dos Murças. A primeira a imagem da Quinta dos Murças como um
contou com as safras 2015, 2017 e 2019 do Minas. todo, focada na qualidade e no frescor da fruta.
A segunda foi formada pelos Reserva 2010, 2013, Já o Minas e o Margem seriam um retrato
2015 e 2016. A terceira incluiu os Margem 2015, específico de um lugar a cada safra, fundado
2017, 2018 e 2019. Já, a quarta vertical foi composta na estrutura e no perfil dos taninos. Enquanto
pelos anos 2012, 2015 e 2017 do ícone VV 47. o Minas tem taninos mais reativos e menos
Durante essa detalhada degustação concentração, o Margem tem mais volume de
conduzida por Lourenço Charters, ficou clara boca e taninos de grãos mais finos. Por outro
a busca por mais personalidade, mais frescor e lado, o Reserva é a união das melhores virtudes
maior senso de lugar, principalmente nas safras existentes nos vinhedos da quinta, como sua
mais recentes, que tivemos oportunidade de fruta de qualidade, sua boa acidez e seus taninos
provar. De fato, desde a chegada de José Luis, muito finos e tensos, tudo mostrado de modo
em 2015, iniciou-se uma mudança de estilo nos refinado e, porque não dizer, de modo mais
vinhos das Quinta dos Murças, que passaram, clássico. Por fim, o VV 47, seria a interpretação
gradativamente, de vinhos mais concentrados de uma parcela única nos Murças e no Douro,
e de maior volume de boca, para vinhos de um vinhedo plantado em 1947, que gera um
estilo mais preciso, fluido e vertical, calcados na vinho que prima pela harmonia entre fluidez,
nitidez de fruta, na acidez vibrante e nos taninos concentração, profundidade e finesse. Confira.

VERTICAL DE QUINTA DOS MURÇAS MINAS


Acesse nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS
AD QUINTA DOS MURÇAS Uma ótima safra no seu perfil
93 MINAS 2015 mais maduro, com notas de frutas
Quinta dos Murças, Douro, Portugal vermelhas e negras, tostadas, de
(Qualimpor Não disponível). Um especiarias, florais e de ervas, que
ano quente, mas de boa produção. se confirmam no palato. Tem acidez
Corte tinto composto de Touriga refrescante, que realça sua fruta de
Franca, Touriga Nacional, Tinta Roriz, boa qualidade, taninos aveludados
Tinto Cão e Tinta Francisca, com e final carnudo e persistente. Álcool
fermentação espontânea e estágio 13,5%. AM
de cerca de 9 meses, parte em cubas
de cimento e parte em barricas AD QUINTA DOS MURÇAS
usadas de carvalho francês. Repleto 94 MINAS 2019
de frutas negras, acompanhadas Quinta dos Murças, Douro, Portugal
de notas empireumáticas, de (Qualimpor R$ 217). Segundo Lourenço
especiarias e de ervas, tudo em meio Charters, nessa safra esse vinho
a um contexto de maior madurez, atinge a maturidade e reflete o estilo
sustentado por acidez pronunciada e que buscavam desde a safra 2015.
taninos firmes. O final é suculento e Corte tinto composto de Touriga
persistente, com toques de amoras e Franca, Touriga Nacional, Tinta Roriz,
de grafite. Álcool 14%. AM Tinto Cão e Tinta Francisca, com
fermentação espontânea e estágio de
AD QUINTA DOS MURÇAS 9 meses parte em cubas de cimento e
93 MINAS 2017 parte em barricas usadas de carvalho
Quinta dos Murças, Douro, Portugal francês. Destaca-se pela vivacidade
(Qualimpor Não disponível). Blend e pureza de sua fruta de perfil mais
tinto composto de Touriga Franca, fresco, tanto no nariz quanto no
Touriga Nacional, Tinta Roriz, palato, acompanhada de notas florais,
Tinto Cão e Tinta Francisca, com de especiarias, de ervas e de grafite.
fermentação espontânea e estágio Tem acidez vibrante, taninos tensos
de cerca de 9 meses, parte em e de ótima textura e final persistente,
cubas de cimento e parte em com toques de amoras e salinos.
barricas usadas de carvalho francês. Álcool 13%. AM

Revista ADEGA - Ed.204 | 83


VERTICAL DE QUINTA que queriam, sendo um ótimo exemplo de VERTICAL DE QUINTA
lugar e da safra 2016, que foi chuvosa no
DOS MURÇAS RESERVA verão e quente no inverno. Tinto elaborado
DOS MURÇAS
a partir de Vinhas Velhas compostas de um MARGEM
AD QUINTA DOS MURÇAS field blend de diversas castas autóctones,
93 RESERVA 2010 entre elas Touriga Nacional, Touriga AD QUINTA DOS MURÇAS
Quinta dos Murças, Douro, Portugal Franca, Sousão, Tinta Amarela, Tinta 92 MARGEM 2015
(Qualimpor Não disponível). Tinto Barroca e Tinta Roriz, com fermentação Quinta dos Murças, Douro, Portugal
elaborado a partir de uvas Tinta Roriz, espontânea (sem leveduras exógenas) em (Qualimpor Não disponível). Tinto
Tinta Amarela, Tinta Barroca, Touriga lagares de pisa-a-pé, com estágio de 12 elaborado a partir de uvas Touriga
Nacional, Touriga Franca e Sousão, meses em barricas usadas de carvalho Franca e Touriga Nacional, com
advindas de vinhas velhas, com estágio em francês. Mostra ameixas e amoras fermentação espontânea e estágio
barricas de carvalho francês e americano acompanhadas de notas de ervas, de em barricas usadas de carvalho
durante 12 meses. Nesta safra, exibe perfil violetas e de especiarias, que aparecem francês durante cerca de 9 meses.
de frutas vermelhas e negras, mostrando- tanto no nariz quanto na boca. Fluido, Apresenta exuberantes notas de
se mais tenso e compacto, tudo num tenso e gostoso de beber, impressiona frutas negras maduras, tanto no nariz
contexto de acidez refrescante, taninos pela nitidez de fruta, pelos taninos quanto na boca, seguidas de notas
de excelente textura e final persistente, firmes e finos e pela acidez vibrante, que empireumáticas, florais, de especiarias
com toques de tabaco, de alcaçuz e de conferem ainda mais profundidade ao e de ervas. Concentrado e suculento,
grafite. Bem feito em seu estilo de maior vinho. Tem final longo e refinado, com tem acidez refrescante, taninos
extração e madurez, quando comparado toques de cassis, de alcaçuz e de grafite. abundantes e de ótima textura e final
aos Reserva posteriores. Em plena forma, Entre as melhores, senão a melhor safra persistente, com toques de ameixas
com longa vida pela frente. Álcool 14%. EM desse Reserva provada até o momento. escuras, de alcaçuz e tostados. Álcool
Álcool 13,5%. EM 14,5%. AM
AD QUINTA DOS MURÇAS
93 RESERVA 2013 AD QUINTA DOS MURÇAS
Quinta dos Murças, Douro, Portugal 94 MARGEM 2017
(Qualimpor R$ 502). Corte tinto composto Quinta dos Murças, Douro, Portugal
de Tinta Roriz, Tinta Amarela, Tinta (Qualimpor Não disponível). Tinto
Barroca, Touriga Nacional, Touriga Franca, composto de uvas Touriga Franca
Sousão e outras variedades, provenientes e Touriga Nacional advindas das
de vinhas de mais de 40 anos, com parcelas de vinhedos mais próximas
estágio de 12 meses em barricas usadas ao rio Douro (daí seu nome), com
de carvalho francês.Acesse
Este mostranosso
seu Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS
fermentação espontânea em lagares
perfil estruturado, concentrado e maduro de granito (sem adição de leveduras)
em um conjunto muito bem equilibrado, e estágio de 9 meses em barris (500
com notas de frutas negras, tostadas, de litros) usados de carvalho francês.
especiarias doces e de ervas. Tem acidez Nítido, fluido e gostoso de beber,
pronunciada, taninos firmes e de ótima mostra fruta de ótima qualidade,
textura e final persistente, com toques de lembrando ameixas, amoras e cassis,
ameixas escuras, terrosos e balsâmicos. seguidas de notas especiadas, de
Álcool 14,5%. AM ervas e de violetas. Impressiona pela
vibrante acidez e pelos taninos finos
AD QUINTA DOS MURÇAS e firmes, que trazem profundidade
93 RESERVA 2015 e equilíbrio ao conjunto. Tem final
Quinta dos Murças, Douro, Portugal refinado e persistente, com toques de
(Qualimpor R$ 502). Tinto elaborado a grafite e de alcaçuz. Aqui se tem maior
partir de Tinta Roriz, Tinta Amarela, Tinta fluidez e profundidade em comparação
Barroca, Touriga Nacional, Touriga Franca, ao 2015. Álcool 13,5%. EM
Sousão e outras variedades, provenientes
de vinhas de mais de 40 anos, com AD QUINTA DOS MURÇAS
estágio em barricas usadas de carvalho 94 MARGEM 2018
francês durante 12 meses. Em um estilo Quinta dos Murças, Douro, Portugal
mais maduro e suculento, mostra muitas (Qualimpor R$ 550). Corte tinto
camadas de aromas e de sabores, com composto de Touriga Franca e Touriga
notas de frutas negras, empireumáticas, Nacional, com fermentação espontânea
de especiarias, balsâmicas e florais. Tem e estágio de 9 meses em barris usados
bom corpo, acidez refrescante, taninos de carvalho francês (de 500 litros). Uma
numerosos e aveludados e final longo, com versão tensa e vibrante desse tinto, que
toques de ameixas escuras, de cacau e esbanja frutas vermelhas e negras de
terrosos. Álcool 14,5%. AM perfil mais fresco permeadas por notas
florais, de ervas e de especiarias. No
AD QUINTA DOS MURÇAS palato, chama atenção pelos taninos
94 RESERVA 2016 arenosos e de ótima textura, pela
Quinta dos Murças, Douro, Portugal acidez elétrica e pelo final vertical e
(Qualimpor R$ 502). Para Lourenço fluido, com toques de violetas e de
Charters, nessa safra chegaram ao estilo alcaçuz. Álcool 13%. EM

84 | Revista ADEGA - Ed.204


VERTICAL DE QUINTA
DOS MURÇAS VV 47
AD QUINTA DOS MURÇAS
94 VV47 2012
Quinta dos Murças, Douro, Portugal
(Qualimpor Não disponível). Tinto
elaborado a partir de Vinhas Velhas (field
blend de diversas castas autóctones)
advindas exclusivamente da vinha
vertical mais antiga do Douro (vinhedos
ao alto), plantada em 1947. É fermentado
através de leveduras indígenas em
lagares de pisa-a-pé, com estágio de 12
meses em barricas usadas de carvalho
francês. Autêntico Douro, está evoluindo
muito bem e tem longa vida pela frente.
Mostra exuberantes notas de violeta,
que acompanham os aromas de cassis
e amoras, depois aparecem notas de
tabaco e de alcaçuz. Redondo, untuoso
e refinado, tem taninos de ótima textura,
acidez refrescante e final profundo e
persistente, com toques de grafite.
Álcool 14,5%. EM

AD QUINTA DOS MURÇAS


95 VV47 2015
Quinta dos Murças, Douro, Portugal (vinhedos ao alto), plantada em 1947 (daí
(Qualimpor R$ 939). Tinto elaborado seu nome), com fermentação espontânea
a partir de Vinhas Velhas (field blend (sem leveduras exógenas) em lagares
de diversas castas autóctones, entre de pisa-a-pé e estágio de 18 meses em
Acesse nosso Canal no Telegram:
elas Touriga t.me/BRASILREVISTAS
Nacional, Touriga Franca, barricas usadas de carvalho francês.
Sousão, Tinta Amarela, Tinta Barroca e Austero nos aromas e nos sabores,
Tinta Roriz), advindas exclusivamente impressiona pela precisão do conjunto
da vinha vertical mais antiga do Douro e pela nitidez de suas frutas vermelhas
(vinhedos ao alto), plantada em 1947 e negras de perfil mais fresco, seguidas
(daí seu nome), com fermentação de notas florais, terrosas, de ervas e
espontânea (sem leveduras exógenas) de especiarias doces, tudo apoiado
em lagares de pisa-a-pé e estágio por acidez elétrica e taninos tensos
de 12 meses em barricas usadas de e de grãos finíssimos. Sem nenhuma
carvalho francês. Está melhor agora, concessão a sensação de dulçor, tem
em comparação a última vez que foi final vertical e persistente, com toques
provado, para a degustação do ADEGA de cassis, de violetas e de grafite. Alia
Portugal Guia de Vinhos 2022. Mostra magistralmente concentração e fluidez,
AD QUINTA DOS MURÇAS num vinho profundo e refinado. Está bom
95 MARGEM 2019 frutas vermelhas e negras de perfil mais
Quinta dos Murças, Douro, Portugal maduro, escoltadas por notas florais, de agora, mas tem tudo para ficar ainda
(Qualimpor R$ 550). Segundo Lourenço ervas e de especiarias doces, com sua melhor nos próximos 20 anos. Álcool 13%.
Charters, nessa safra atinge a maturidade ótima acidez e seus taninos firmes e de EM
e reflete o estilo que a Quinta dos Murças textura arenosa, apoiando e equilibrando
busca para esse vinho. Corte tinto o conjunto. Chama atenção pela AD QUINTA DOS MURÇAS
composto de Touriga Franca e Touriga profundidade e pela persistência. Álcool 94 PORTO VINTAGE 2015
Nacional, com fermentação espontânea 14%. EM Quinta dos Murças, Douro, Portugal
e estágio de 9 meses em barris usados (Qualimpor R$ 600). Tinto fortificado
de carvalho francês (de 500 litros). AD QUINTA DOS MURÇAS doce elaborado a partir de uvas Touriga
Austero e, ao mesmo tempo, tenso e 96 VV47 2017 Nacional, Touriga Franca, Sousão e Tinta
vibrante, exibe notas de frutas negras, Quinta dos Murças, Douro, Portugal Roriz, com cerca de 2 anos de estágio
florais, balsâmicas e de especiarias, (Qualimpor R$ 939). Para Lourenço em barris de carvalho. Tenso e vibrante,
que se confirmam no palato. Tem acidez Charters, essa é a versão que define mostra ameixas, amoras e cassis
vigorosa, taninos tensos e finos e final o estilo desse vinho. Tinto elaborado seguidos de notas de violetas, de ervas e
persistente e profundo, com toques de a partir de Vinhas Velhas (field blend de especiarias doces, que se confirmam
amoras e de grafite. Uma das melhores de diversas castas autóctones, entre no palato, tudo sustentado por acidez
safras desse vinho, que está delicioso elas Touriga Nacional, Touriga Franca, refrescante e taninos firmes e de textura
agora, mas tem tudo para ficar ainda Sousão, Tinta Amarela, Tinta Barroca e arenosa. Tem final untuoso e persistente,
melhor nos próximos anos. Álcool 12,5%. Tinta Roriz), advindas exclusivamente com toques florais, de alcaçuz e de
AM da vinha vertical mais antiga do Douro grafite. Álcool 19,5%. EM

Revista ADEGA - Ed.204 | 85


GR AN DS DOMAI N ES

Artistas da Alsácia
Domaine Josmeyer evoca a essência alsaciana em
seus vinhos sob o comando de duas irmãs

por Arnaldo Grizzo

“MANTENHA INTACTO O farfalhar da terra, Graças à influência de Gaston Huet, um dos


a cor do tempo, o brilho da uva, a energia do pioneiros da biodinâmica no Loire, Jean
viver, essa parte do desconhecido, a precisão e o também se converteu a essa filosofia desde o
ímpeto, a emoção de um vinho, como um poema ano 2000 – sendo certificado em 2004.
ao vento”. Esse trecho de um texto de Céline
Meyer denota um pouco da inspiração da família Arte
para criar seus vinhos em Wintzenheim, perto Jean foi quem ajudou a definir o estilo da casa,
de Colmar, no coração da Alsácia. Ela, junto com sempre seco. Ele foi dos primeiros a fazer um
a irmã de Isabelle Meyer, já são a quinta geração Gewürztraminer seco na Alsácia, assim como
Acesse nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS
do Domaine Josmeyer, um dos nomes mais Pinot Gris. A Gewürz, aliás, sempre foi uma
reverenciados do vinho local, principalmente de suas bandeiras. Desde 1987, ele criou a série
quando se trata de cultivo biodinâmico e “Artistas”, que comissiona artistas para, a cada
excelência em Grand Cru. três anos, mudar os rótulos de quatro vinhos
A história começou em 1854 com Aloyse temáticos. Jean costumava dizer que a ideia por
Meyer, que decidiu se tornar um négociant com trás de seus rótulos não era apenas oferecer algo
vinhas nos Grand Crus de Hengst e Brand. Em bonito a quem degusta, mas dar uma projeção
1933, seu filho, Joseph assumiu as terras, mas do que está dentro da garrafa.
a II Guerra Mundial fez com que Hubert, seu Ele também criou um código de cores para
primogênito, logo ficasse com essa herança representar cada cuvée, que ainda é usado
em 1941. Foi ele quem decidiu exportar pela pelos artistas comissionados atualmente. O
primeira vez e, em 1963, acrescentou as três Mise de Printemps Pinot Blanc, por exemplo,
primeiras letras do nome de seu pai (JOS) para será sempre amarelo e verde para representar a
criar a marca Josmeyer. Em 1966, ele passou primavera. O azul sempre estará em Le Kottabe
as rédeas a seu filho, Jean, um dos maiores Riesling porque é a cor da alma. O castanho é
defensores do vinho alsaciano que já existiu. usado em Le Fromenteau Pinot Gris pela sua
Ele era conhecido por ter um paladar relação com o solo. E o vermelho e o rosa são
extremamente aguçado e, além de notas utilizados em Les Folastries Gewürztraminer
de degustação, fazia anotações sobre pelo seu perfil aromático, sensual e
possibilidades de harmonização dos vinhos. apaixonante.
“Papai era meticuloso sobre harmonizações Desde 2009 suas filhas, Céline e Isabelle,
de comida e vinho. Ele amava tanto o vinho estão no comando da vinícola. Em 2016,
e escreveu tudo sobre isso. Há páginas e ele faleceu. Isabelle, enóloga, é responsável
páginas de notas sobre queijos da Alsácia e pelos vinhos e Céline, pelas poesias que
combinações com vinhos. Era um negócio acompanham os contrarrótulos, assim como
sério. Não era uma brincadeira”, diz Isabelle. pelos vinhedos e pelos preparos biodinâmicos.

86 | Revista ADEGA - Ed.204


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“Não há fim, apenas


começos. Orgulhosos
das profundas
convicções que nos
movem, continuamos
a questionar-nos, a
procurar e explorar novos
caminhos”
AcesseOnosso
terroirCanal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS
e a cultura o calendário lunar de Maria Thun, baluarte
Céline e Os vinhedos de Josmeyer cobrem uma da biodinâmica. Para os tratamentos, eles

Isabelle área de 24,4 hectares e são compostos por


90 parcelas localizadas em solos planos
usam plantas na forma de chás de ervas ou
decocções para reduzir ao máximo as doses
Meyer (Wintzenheim, Turckheim e Wettolsheim) e de cobre e enxofre e fortalecer o sistema

fazem encostas, incluindo os Grands Crus Hengst e


Brand, como seus principais locais. O Grand
imunológico natural da videira.
A uvas selecionadas manualmente são
parte da Cru de Hengst está em uma encosta de 360 prensadas inteiras de 6 a 12 horas. Após a
a quinta metros de altura e o solo tem uma mistura decantação, os mostos são colocados em
de calcário dos Vosges e marga calcária que cubas de inox onde iniciam a sua fermentação
geração do remonta ao período jurássico. Já o Grand Cru natural, sem adição de leveduras selecionadas
Domaine de Brand fica em uma encosta relativamente ou chaptalização. Posteriormente, esta

Josmeyer bem protegida atrás da vila de Turckheim,


com uma exposição sul-sudeste, e subsolo
fermentação continua em grande parte
nos barris de madeira centenários (cujas
granítico. Há ainda vinhas em Herrenweg, capacidades variam de 1 a 6 mil litros).
localizada entre Wintzenheim e Turckheim, O envelhecimento dos vinhos é feito
com solos aluviais planos ricos em argila. E, principalmente sobre borras finas durante
por fim, Drachenloch (buraco do dragão), um período que varia de 6 a 10 meses. A
considerado um dos locais mais quentes estabilização ocorre naturalmente durante o
da Alsácia, em que a vinha é composta por inverno. Para preservar o dióxido de carbono
solo calcário, posicionado no meio de um residual (que eles consideram um antioxidante
afloramento rochoso que a protege dos natural), os vinhos são engarrafados em “dias
ventos. de fruta, flor ou raiz”, antes do verão.
Josmeyer trabalha os solos para favorecer
as trocas de ar e água. Assim, uma em cada Sem amarras
duas fileiras é deixada com grama natural “Não há fim, apenas começos. Orgulhosos
favorecendo uma diversidade de fauna e das profundas convicções que nos movem,
flora. E todos os manejos são feitos seguindo continuamos a questionar-nos, a procurar e

88 | Revista ADEGA - Ed.204


Jean Meyer foi
um dos maiores
defensores do
vinho alsaciano

Confira vinhos de
Acesse nosso Canal
explorar novos caminhos, movidos Josmeyer
no Telegram:avaliadost.me/BRASILREVISTAS
por
ADEGA
pelo desejo feroz de respeitar e
preservar melhor esta frágil vida que
nos rodeia”, diz o site da vinícola.
E Céline e Isabelle realmente têm
levado isso adiante. Além de serem
herdeiras do conceito de “passeur
de culture” (guardião da cultura)
de seu pai, elas estão abrindo novos
caminhos.
Jean nunca fez vinhos fora de
denominação, mas elas já se aventuram
por aí. Elas criaram um Pétillant
Naturel, um Gewürztraminer feito
com contato com as peles e um Pinot
Gris de uma parcela de vinhas velhas
do Grand Cru Hengst que não leva o
nome da denominação – exatamente
para ser livre de quaisquer amarras.
Elas também planejam plantar Pinot
Noir em Hengst, pois acreditam que o
clima está mudando e agora a Alsácia
pode produzir Pinots de grande estirpe,
no nível dos borgonheses. Mas Céline
garante que, assim como seu pai, elas
trabalham instintivamente. E só assim
fazem com que o vinho alsaciano
alcance novos rumos.
ESPECIAL

Pós-descobrimento
Terceira edição do Guia ADEGA Portugal traz
novidades e consagra alguns ícones

por Arnaldo Grizzo

DEPOIS QUE SE DESBRAVA UM LOCAL, Campeões


é preciso assentar. No momento da descoberta, O Douro é a casa do Vinho do Porto, mas
geralmente tudo encanta, pois há o apelo do também é a fonte de alguns dos melhores
novo. Só com o tempo é que se percebem as tintos tranquilos de Portugal. Pelo terceiro
reais belezas, as sutilezas que fazem com que ano seguido, é de lá que vem o rótulo de maior
aquilo seja realmente especial. Essa é a sensação destaque, com o aclamado Vinha Maria Teresa
na terceira edição do Guia ADEGA Portugal, 2018, da Quinta do Crasto (AD 97 pontos). Nos
lançado recentemente, que traz mais de 350 anos anteriores, Chryseia 2015 (AD 96 pontos)
páginas repletas não somente de alguns dos e Quinta do Vale Meão 2015 (AD 97 pontos)
mais desejados rótulos portugueses, assim como haviam sido os destaques da categoria. Isso
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também um verdadeiro passeio enogastronômico mostra o quanto a região tem a oferecer. E já que
e cultural pelas regiões de nossa antiga estamos no Douro, vamos direto ao “campeão”
metrópole. entre os Portos, que novamente recaiu em um
Mais uma vez, este guia comprova não só Vintage da Taylor’s, desta vez a safra 2018 (AD
a consistência dos vinhos portugueses como 96 pontos). No ano passado, a safra 2017 (AD
também a enorme diversidade, uma das marcas 97 pontos) foi considerada a melhor entre os
registradas do país no mundo vitivinícola. Vale fortificados do guia.
lembrar que nossa publicação tem como foco os Por falar em consistência, vale mencionar os
rótulos disponíveis no mercado brasileiro, ou seja, vinhos do Palácio do Buçaco. No primeiro guia,
tudo o que listamos está disponível para compra em 2020, seu branco 2014 (AD 96 pontos) foi
por aqui. Segundo Christian Burgos, publisher, considerado o melhor na ocasião. No segundo
e Eduardo Milan, editor do guia, é provável que, ano, em 2021, seu rosé 2017 (AD 94 pontos)
em breve, outros mercados também descubram também foi o melhor em sua categoria. Agora,
as excelentes relações entre qualidade e preço tanto o branco – desta vez da safra 2017 (AD 95
que Portugal apresenta e as ofertas fiquem mais pontos) – quanto o rosé – da safra 2018 (AD 94
limitadas por aqui. pontos) – estiveram no topo de suas categorias.
Enquanto os outros ainda não enxergam Ao lado do Buçaco Reservado Branco 2017,
o potencial do país ibérico, aproveitamos para destacamos também o Dolium Escolha Branco
desfrutar de suas maravilhas. Além dos tintos 2019 (AD 95 pontos), um alentejano fenomenal
e Vinhos do Porto sempre muito conceituados, de um produtor consagrado, Paulo Laureano.
neste ano Milan fez questão de frisar a qualidade Por fim, o enólogo Osvaldo Amado, expert em
dos brancos, que, para ele, podem estar em pé espumantes, emplacou seu Raríssimo Extra
de igualdade com rótulos consagrados de outras Bruto 2006 (AD 94 pontos), mostrando o quanto
partes do mundo. Vamos então analisar os a Bairrada tem a oferecer nessa categoria. Confira
destaques a seguir. os campeões.

90 | Revista ADEGA - Ed.204


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AD QUINTA DOAcesse CRASTOnossoVINHA Canal
ADnoBUÇACO
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RESERVADO AD DOLIUM ESCOLHA BRANCO
97 MARIA TERESA 2018 95 BRANCO 2017 95 2019
Quinta do Crasto, Douro, Portugal Palácio do Buçaco, Bairrada, Portugal Paulo Laureano Vinus, Alentejo, Portugal
(Qualimpor R$ 3.500). (Mistral R$ 884). (Adega Alentejana R$ 597).
A Vinha Maria Teresa, cujo nome é Alexandre de Almeida idealizou os vinhos Paulo Laureano é um dos nomes mais
uma homenagem à primeira neta de para serem servidos apenas em seu hotel respeitados em Portugal. Dolium
Constantino de Almeida (fundador da em 1917. Seu intuito era harmonizar os é considerada a sua marca ícone,
Quinta do Crasto), é uma vinha centenária pratos locais e a gastronomia servida no com vinhos produzidos só em anos
e uma das mais antigas da quinta junto estabelecimento com produtos também excepcionais no terroir da Vidigueira.
com a Vinha da Ponte. São 4,7 hectares regionais. Até hoje, são poucas as garrafas O nome Dolium se traduz em “ânfora”,
de vinhas velhas que produzem um dos que saem do Palácio para serem vendidas velhas talhas alentejanas, apesar de não
ícones de Portugal desde 1998 apenas em em outros países. O Brasil é um deles. ser um vinho de talha. Este Antão Vaz é
safras tidas como emblemáticas. Por ficar entre a Bairrada e o Dão, o vinho fermentado e longamente estagiado em
do Buçaco não pertence a nenhuma barricas novas de carvalho francês com
Tinto composto de Vinhas Velhas (mais denominação de origem, sendo rotulado produção limitada.
de 50 castas) exclusivamente advindas como “tinto de mesa”.
do centenário vinhedo Maria Teresa, com Branco elaborado exclusivamente a partir
estágio de 20 meses em barricas novas de Branco composto de Encruzado, Maria de uvas Antão Vaz advindas das vinhas
carvalho francês (90%) e americano (10%). Gomes e Bical, com estágio em grandes mais velhas cultivadas na propriedade de
Mais uma excelente safra desse vinho, barris de carvalho. No início estava um Vidigueira, com fermentação e estágio
que prima por apresentar concentração pouco fechado, mas com algum tempo de barricas novas de carvalho francês.
e potência, mas também muita de taça começa a mostrar notas florais, Impressiona pela acidez pulsante e pela
profundidade e tensão. Nessa edição, de ervas frescas e de especiarias doces textura firme e cremosa, que trazem
impressiona pela nitidez de fruta vermelha envolvendo sua fruta branca e de caroço sustentação a sua fruta branca e de
e negra, maduras no ponto certo, e pelos madura. Mas é na boca que merece caroço, bem como fluidez e profundidade
taninos finíssimos e firmes, com sua ótima atenção, com sua acidez pulsante, sua ao vinho. Tem final persistente e preciso,
acidez aportando vivacidade ao conjunto. textura firme e seu final tenso, cremoso com toques florais, cítricos, de pêssegos,
Preciso e muito refinado, tem final polido, e persistente, com toques cítricos, de especiarias doces e de camomila.
cheio e muito profundo, com toques de químicos, de pêssegos, de camomila e de Alia magistralmente concentração e
cassis, de amoras, de alcaçuz e de grafite. frutos secos. Outra grande versão desse untuosidade, com nitidez e finesse. Está
Entre as melhores, senão a melhor safra de vinho, sempre entre os melhores brancos ótimo agora, mas tem tudo para ficar
Maria Teresa até agora. Álcool 14.5%. EM de Portugal. Álcool 13.5%. EM ainda melhor nos próximos 10 anos. EM

92 | Revista ADEGA - Ed.204


AD RARÍSSIMOAcesse BY OSVALDO nosso Canal
ADnoBUÇACO
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RESERVADO AD TAYLOR’S VINTAGE PORT
94 AMADO EXTRA BRUTO 2006 94 ROSADO 2018 96 2018
Osvaldo Amado, Bairrada, Portugal (Mosto Palácio do Buçaco, Bairrada, Portugal Taylor’s, Douro, Portugal (Qualimpor R$ 1.300).
Flor R$ 1.904). (Mistral R$ 606). É bastante raro acontecer de uma trinca de
Angolano de nascimento, Osvaldo Amado O vinho rosado do Palácio do Buçaco safras ser considerada Vintage no Porto, mas
é um dos principais nomes da enologia “renasceu” na safra 2016, que ganhou é o que ocorreu com 2016, 2017 e 2018. E a
portuguesa no que tange a produção de destaque no Guia ADEGA Portugal 2021, Taylor’s, uma das mais conceituadas marcas,
espumantes. Ele possui experiência em depois de 30 anos sem ser produzido. celebrou esses anos elaborando grandes
diversos terroirs de Portugal, em especial Como todos os vinhos do produtor, este rótulos. Seus Vintages, juntamente com seus
Dão e Bairrada, onde é o responsável também tem edição limitada e é elaborado Tawnies, estão entre os mais conceituados
pelas vinícolas da Global Wines – Santar, seguindo as mesmas diretrizes de suas do Douro, refletindo a alma da produção
Cabriz e Quinta do Encontro, por primeiras produções no início do século local, com história que remonta a 1692.
exemplo. Neste projeto solo denominado XX.
Raríssimo, sua ideia é produzir vinhos de Tinto fortificado doce composto a partir
edições limitadas e estilos pouco comuns Rosado elaborado exclusivamente a partir de Vinhas Velhas da Quinta de Vargellas,
como este espumante da Bairrada de de Baga, com fermentação e estágio de da Quinta de Terra Feita e da Quinta do
longuíssima maturação. 6 meses em barricas de carvalho. Mais Junco, com estágio de cerca de dois anos
uma ótima edição desse vinho, que nessa em barricas antes de ser engarrafado.
Espumante branco extra brut elaborado safra apresenta frutas cítricas e vermelhas Complexo nos aromas e nos sabores, mostra
pelo método tradicional a partir de seguidas de notas florais, terrosas, de violetas, especiarias doces e ervas frescas,
uvas Arinto, mantido em contato com ervas e de especiarias doces, com sua que envolvem sua fruta vermelha e negra
as leveduras durante cerca de 13 anos acidez vibrante e sua textura tensa e de perfil mais maduro, tudo equilibrado
(dégorgement em 2019). Apresenta um cremosa ditando as regras e conferindo por acidez refrescante e taninos firmes e
perfil mais austero e vinoso, com notas de fluidez ao conjunto. Vertical e vibrante, de ótima textura, que trazem sustentação
frutas brancas e cítricas, de frutos secos, tem final persistente, com toques de ao conjunto e ao seu perfil de maior
de padaria e florais. No palato, destaca- cerejas. Paciência com ele na taça ou na concentração e dulçor. Tem final cheio
se pelas bolhas muito finas, pela acidez garrafa, pois ainda está jovem e deve ficar e persistente, com toques de cassis, de
vibrante e pela textura cremosa, além de ainda melhor nos próximos 10 anos. Álcool ameixas e de grafite. Em comparação aos
final refinado, persistente e profundo. 12%. EM Porto Vintage 2016 e 2017, esse é o mais
Apenas 1.500 garrafas produzidas. Álcool opulento e untuoso, lembrando o 2009,
12.5%. AM quando jovem. Está ótimo, prazeroso e
acessível agora, mas deve ficar ainda melhor
nos próximos 30 anos. Álcool 20%. EM

Revista ADEGA - Ed.204 | 93


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CURIOSI DADES

Tônico
poderoso
Alguns dos muitos usos incomuns do
vinho na antiguidade

por Arnaldo Grizzo

O VINHO ESTÁ NA HISTÓRIA da O mito da criação do vinho perpassa


humanidade há milênios. Os primeiros diversas culturas, ocidentais e orientais.
textos sumérios já apontavam para a O uso da bebida mostrou-se muito
Acessedenosso
tradição Canal
produzir noaTelegram:
a bebida partir da t.me/BRASILREVISTAS
diverso e curioso ao longo do tempo.
uva, ou seja, muito antes da “invenção Se hoje bebemos basicamente para
da escrita”, alguém já tinha dominado desfrutar e até mesmo usufruir de suas
a técnica para fazer vinho. Obviamente benesses à saúde como várias pesquisas
que, nos primórdios, o ser humano não médicas já constataram, antigamente
tinha ideia de como aquele suco de uva podíamos encontrar usos bem menos
se transformava em vinho. O processo ortodoxos.
de fermentação só foi entendido e
explicado bem pouco tempo atrás, até Sangue?
então digamos que era tudo na base do Na Bíblia, há muitas passagens em
empirismo. que o vinho é citado e o seu principal
E como bem sabemos, quando personagem, Jesus, está ligado a várias
não há uma explicação científica para delas. Seu primeiro milagre, aliás, teria
algum fenômeno, abre-se margem para sido transformar água em vinho nas
especulações. Não à toa, o vinho sempre famosas “bodas de Canaã”. Mas a grande
esteve ligado aos cultos religiosos desde relação está na transubstanciação, ou
os tempos mais antigos, quando os seja, o vinho se torna o sangue de Cristo
deuses eram responsáveis por conceder na Santa Ceia. Mas essa história de vinho
Os deuses do vinho
aos homens a dádiva da bebida, como se transformar em sangue já era algo
Dionísio ou Baco, por exemplo. A que vinha na cabeça de muitos há muito
simbologia do vinho ultrapassa quase tempo.
todas as fronteiras religiosas, indo do Diz-se que médicos da Grécia antiga,
paganismo, ao cristianismo e além seguidores de Hipócrates, acreditavam
(como se pode ver no artigo no QR Code que o vinho poderia, sim, transformar-
ao lado). se em sangue quando consumido pelo

Revista ADEGA - Ed.204 | 95


Sim, o vinho servia para remediar
de picada de cobra até dor de cabeça,
passando por catarata e reumatismo.
Diz-se que um tratamento comum para
enxaquecas, por exemplo, era ferver ervas
em vinho e banhar a cabeça nelas durante
a noite.
Na antiguidade, além de remédio,
o vinho podia ser visto como meio de
alcançar certos milagres. Plínio, o Velho,
por exemplo, acreditava que algumas
bebidas tinham poderes mágicos. “Há
algumas propriedades milagrosas em
certos vinhos. Diz-se que na Arcádia se
cultiva um vinho que produz fecundidade
nas mulheres e loucura nos homens;
enquanto na Acaia, e mais especialmente
nas proximidades da Carínia, há um
vinho que provoca o aborto; um efeito
que é igualmente produzido se uma
mulher em estado de gravidez só come
uma uva da videira na qual é cultivada,
Plínio, o Velho,
acreditava que Acesse
homem. nosso CanalEstá
Já imaginou? no Telegram:
tendo uma t.me/BRASILREVISTAS
embora no sabor não seja diferente das
algumas bebidas hemorragia? Uma taça de vinho resolveria. uvas comuns; novamente, afirma-se com
tinham poderes Brincadeiras de lado, essa ideia perdurou segurança que aqueles que bebem o vinho
mágicos. “Há por muitos e muitos séculos. Tanto que um de Trcezen nunca têm filhos. Thasos, diz-
algumas propriedades
cirurgião francês medieval chamado Henri se, produz duas variedades de vinho com
milagrosas em certos
vinhos” de Mondeville teria dito: “O bom vinho é o propriedades completamente opostas. Um
alimento mais adequado para gerar sangue tipo produz sono, outro impede alguém de
e, consequentemente, para gerar carne”. dormir. Há também na mesma ilha uma
Os vinhos tintos eram, sim, vistos videira conhecida como theriaca, cujo
como substitutos do sangue. Na medicina vinho e uvas são uma cura para as picadas
hipocrática, incentivava-se o consumo de de serpentes... Por outro lado, há na Lycia
vinho seja após um sangramento nasal uma certa uva que se mostra adstringente
intenso, seja para distúrbios cardíacos. Ou ao estômago quando relaxado. O Egito
seja, pode-se dizer que toda a pesquisa que também tem um vinho, conhecido como
fazemos hoje para entender a relação dos ‘ecbolas’, que é indutor de aborto”.
benefícios à saúde proporcionados pelo
vinho tem origens bastante longínquas. Outros “vinhos”
Na Idade Média, aliás, o vinho era Além do vinho de uva, os antigos também
usado para “tratar” quase tudo. Era produziam fermentados diferentes, aos
um revigorante, um tônico. Trótula de quais, muitas vezes, também davam o nome
Salerno, tido como uma das primeiras de vinho. Os egípcios, por exemplo, davam
ginecologistas da história, tinha uma muito valor ao vinho (de uva), enterrando
recomendação interessante para que as seus faraós com centenas de jarros para
mulheres concebessem filhos homens. que os mortos pudessem se refestelar no
Para que isso ocorresse, recomendava que pós vida. Mas eles também usavam um
o marido bebesse vinho misturado com outro tipo de vinho com os cadáveres – o de
útero e vagina de coelho secos e a mulher palma, que era usado no ritual de limpeza
bebesse vinho com testículo de coelho. interna dos corpos. Depois de retirados os

96 | Revista ADEGA - Ed.204


Egípcios valorizavam o vinho
de uvas, mas também usavam
“outros vinhos” no dia a dia

Acesse nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS

órgãos, a cavidade era limpa e lavada com XIX, houve uma bebida muito famosa Angelo Mariani
misturou um tinto
esse vinho e algumas especiarias. Acredita- chamada “Vin Mariani”. Foi um vinho bordalês com folhas
se que isso fazia com que os corpos não desenvolvido pelo químico Angelo Mariani, de coca moídas
cheirassem tão mal com o tempo. que misturou um tinto bordalês com para fazer um tônico
Já os maias tinham o costume de usar folhas de coca moídas. Para promover seu famoso. Já Trótula de
Salerno recomendava
enemas de vinho (neste caso um tipo feito “tônico”, ele percorreu a Europa oferecendo vinho com partes
da seiva fermentada de uma espécie de a celebridades e políticos. Entre os que íntimas de coelho
cacto) para se comunicar com os mortos. dizem ter apreciado a bebida estão a rainha para fecundidade na
Diz-se que esses enemas geravam uma Vitória, o escritor Émile Zola, a atriz Sarah Idade Média
náusea violenta, e os vômitos eram uma Bernhardt, mas talvez o principal promoter
parte fundamental da “purga” necessária de Mariani tenha sido o Papa Leão XIII.
para se aproximar da vida após a morte. Ele chegou a dar uma medalha a Mariani
Por fim, voltando ao vinho de uva e permitiu que sua imagem e comentários
propriamente dito, em meados do século fossem usados nas propagandas do vinho.

Revista ADEGA - Ed.204 | 97


ARQUITE TUR A

As curvas do
Yarra Valley
Arquitetura da vinícola Levantine Hill tem inspiração
nas colinas de um dos mais belos vales australianos

por Arnaldo Grizzo

ELIAS JREISSATI, PROPRIETÁRIO da


vinícola Levantine Hill no Yarra Valley,
Austrália, e o arquiteto Karl Fender, da
Fender Katsalidis Architects, conheceram-
Acesse nosso Canal no de
se há cerca Telegram: t.me/BRASILREVISTAS
20 anos e, desde então, além
da amizade, passaram a colaborar para
criar obras arquitetônicas de impacto na
região de Melbourne principalmente. Mas
recentemente, em 2021, o projeto mais
pessoal de ambos tomou forma, com os
novos edifícios da vinícola no Yarra Valley.
Erguendo-se das margens do rio Yarra
a 75 metros e chegando a 225 metros acima
do nível do mar, as vinhas de Levantine
Hill ficam nas encostas íngremes de argila
em Coldstream. Nesse ambiente, o novo
espaço apresenta um átrio fechado de aço
e vidro com três níveis de mais de 5.000
m², com uma planta de vinificação, espaço
subterrâneo de maturação de barricas com
temperatura controlada, salão principal

98 | Revista ADEGA - Ed.204


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Karl Fender, da Fender


Katsalidis Architects para eventos e exposições, bar, pavilhão para conectados ao campo e à mata”, diz Fender.
projetou o novo
edifício do amigo Elias
eventos menores e mezanino com lounge e A estrutura em arco laminado da vinícola
Jreissati, proprietário sala de reuniões. foi revestida com terças de aço galvanizado e
da vinícola Levantine Definido por um exterior em aço revestimento de ferro corrugado para refletir
Hill preto, madeira cor de damasco e vidros o ambiente ao redor. A curvatura da estrutura
amplos, o edifício incorpora uma cozinha de aço preto do edifício, semelhante a
comercial totalmente equipada, bar, uma abóbada de berço, captura as vistas
sala de degustação, restaurante etc. No do vinhedo e está em harmonia com a
interior, um teto abobadado ininterrupto entrada da adega ao lado. Os grandes tetos
e cabines de degustação em estilo barrica altos e curvas arrebatadoras se misturam
prestam homenagem à vinificação, perfeitamente com as colinas circundantes.
enquanto emolduram vistas pitorescas O edifício e os jardins também apresentam
em um ambiente intimista. Os materiais uma variedade de pinturas e esculturas de
selecionados refletem o ambiente natural artistas australianos.
com madeiras de lei australianas, concreto A Fender Katsalidis Architects projetou
exposto, metais brutos e preciosos e vidro. o Museu de Arte Nova e Antiga (MONA)
“A paleta de materiais apresenta aquele na Tasmânia, reconhecido como uma
grande material australiano clássico – ferro das grandes realizações arquitetônicas da
corrugado – que, por sua vez, faz referências Austrália, e agora apresenta um espaço de
sem remorso a edifícios agrícolas, tão vinho que tem tudo para se tornar uma
experiencialmente e carinhosamente referência mundial.

100 | Revista ADEGA - Ed.204


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Revista ADEGA - Ed.204 | 101


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Acompanhe o mais influente
podcast de vinhos no Brasil

Bastidores, conversas e
entrevistas exclusivas sobre
o fascinante mundo do vinho.

Escute na sua plataforma de áudio favorita:


CAVECADERNO DE AVALIAÇÃO DE ADEGA

Avaliações por
Editor de vinho:
Eduardo Milan (EM)

André Mendes (AM)


Christian Burgos (CB),
Christiane Miguez (CM),
Felipe Granata Kosikovski (FGK) e
João Paulo Gentille (JPG)
www.MelhorVinho.com.br

Degustações realizadas no restaurante


Praça São Lourenço com ajuda do BEST BUY
sommelier Gustavo dos Santos Barros melhor custo-
Acesse nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS benefício
Os preços são
aproximados no varejo
e sujeitos à variação.

VINHOS
DEGUSTADOS
EM OCASIÕES
ESPECIAIS
lançamentos e
raridades
e, portanto, não
às cegas.

Tabela de avaliação
Apoio: Classificação Pontos
Extraordinário 95 a 100
Excelente 91 a 94
Ótimo 89 a 90
Muito Bom 87 a 88
Bom 85 a 86
Regular 82 a 84
Fraco abaixo de 82

Espumantes Brancos Tintos Doces


p. 104 p. 104 p. 106 p. 111

Revista ADEGA - Ed.203 | 103


ESPUMANTES secos e florais, tudo em meio a uma acidez ervas e toques minerais. Gostoso de beber,
vibrante e deliciosa textura. O final é longo tem acidez afiada, textura cremosa e firme
e cheio, com toques cítricos e tostados. e final cheio e profundo, com toques cítri-
Álcool 12,6%. AM cos e de camomila. Álcool 14.5%. AM
AURORA PINTO
AD BANDEIRA MÉTODO
TRADICIONAL EXTRA
91 BRUT 12 MESES BRANCOS AD CASA DE MOURAZ DÃO
BRANCO 2021
92
AD 7 COLORES RESERVA
SAUVIGNON BLANC
90 TORONTEL 2021
Aurora, Pinto Bandeira, Brasil (R$ 90).
Espumante branco extra brut elaborado Casa de Mouraz, Dão, Portugal (Belle
pelo método tradicional a partir de uvas Cave R$ 231). Branco composto a partir
Chardonnay, Pinot Noir e Riesling Itálico, de uvas Malvasia Fina, Encruzado, Bical
com 12 meses de contato com as borras. e Cerceal, além de outras castas típicas,
Cremoso e cheio de vivacidade, apresenta 7 Colores, Maule, Chile (Winebrands R$ seguindo os preceitos da biodinâmica,
frutas brancas e de caroço de perfil mais 85). Branco composto a partir de Sauvig- com fermentação espontânea e sem
maduro, seguidas de notas de fermento, non Blanc e pequena parte de Torontel, passagem por madeira, porém mantido
de ervas e de frutos secos, tudo em meio a sem passagem por madeira. Exuberante com suas borras durante vários meses.
uma acidez vibrante e deliciosa textura. O nos aromas, mostra frutas brancas e de Austero nos aromas e nos sabores,
final é persistente, com notas cítricas, caroço maduras seguidas de notas florais e mostra frutas brancas e de caroço
tostadas e de amêndoas. Álcool 13%. AM de ervas, que se confirmam no palato. acompanhadas de notas de ervas, de
Fácil de beber e de agradar, tem ótima flores e de especiarias brancas, que se
acidez, textura cremosa, bom volume de confirmam no palato. Mas é na boca
AD FREIXENET CUVÉE DE boca e final com toques cítricos, de que merece atenção, com sua acidez
PRESTIGE MALVASIA pêssegos e de especiarias brancas. Álcool pulsante e sua textura firme e cremosa,
93 DOLÇ 2011 13,5%. EM sem nenhuma concessão ao dulçor.
Tem final vertical e persistente, com
toques cítricos, salinos e de melões.
ADno Telegram:
Acesse nosso Canal ARRAYÁN t.me/BRASILREVISTAS Álcool 12,5%. EM
ALBILLO REAL 2018
92 CASA VALDUGA
Freixenet, Catalunha, Espanha (Freixenet AD ERA SO2 FREE
R$ 150). Cava branco doce (um pouco mais
de 50 g/l de açúcar residual) elaborado 90 CHARDONNAY 2022
pelo método tradicional exclusivamente a
partir de Malvasia, mantido, pelo menos,
por 6 meses em contato com as leveduras Bodegas Arrayán, Toledo, Espanha (Edega
antes da degola. O segredo aqui está no R$ 315). Branco elaborado exclusivamente
licor de expedição, que é elaborado com a partir de Albillo Real, com fermentação
mosto de Malvasia de distintas safras, com espontânea e estágio de 7 meses em barris Casa Valduga, Serra do Sudeste, Brasil
estágio de cerca de 20 anos em barricas de de carvalho francês de 300 e 500 litros. (R$ 119). Branco elaborado exclusiva-
castanheira, em sistema similar ao de Cativante nos aromas, mostra notas mente a partir de Chardonnay, sem
solera, de Jerez. Impressiona pelo volume florais, de ervas e de especiarias doces passagem por madeira. Vinificado e
de boca, pela complexidade e pelo ótimo envolvendo sua fruta de caroço madura, engarrafado sem adição de SO2, este é
equilíbrio entre sua agradável doçura e sua que se confirma no palato. Estruturado e repleto de frutas brancas e tropicais ma-
refrescante acidez. Apresenta várias de ótimo volume de boca, tem refrescante duras, acompanhadas de notas florais
camadas de aromas e de sabores, com as acidez, textura cremosa e final cheio e e de ervas, tudo em meio a uma acidez
notas especiadas, tostadas, de padaria e de persistente, com toques cítricos, amantei- vibrante e textura cremosa e firme. O
frutos secos ditando as regras. Álcool gados, de pêssegos e de frutos secos. final é persistente e cheio, com toques
11,5%. EM Álcool 13,5%. EM de abacaxis e cítricos. Álcool 14%. AM

AD BENMARCO SIN AD
AD GAIUS BLANC DE LÍMITES GUALTALLARY
FAMILLE HUGEL
CLASSIC SYLVANER 2017
91 BLANC NATURE 2020 93 CHARDONNAY 2019 91
Don Giovanni, Pinto Bandeira, Brasil
(WineMania R$ 180). Espumante branco
nature elaborado pelo método tradicional,
composto exclusivamente a partir de
Chardonnay, mantido em contato com
as leveduras durante 12 meses. Em um Susana Balbo, Mendoza, Argentina (Cantu Hugel, Alsácia, França (World Wine R$
estilo mais vinoso, exibe notas de frutas R$ 230). Complexo e vibrante, mostra 162). Branco produzido exclusivamente
brancas e de caroço maduras, de frutos frutas brancas e tropicais maduras, floral, a partir de Sylvaner. Distingue-se pelo

104 | Revista ADEGA - Ed.204


frescor, pela qualidade aromática e pela
fineza, mostrando frutas brancas e de ca- AD PICCINI VERNACCIA DI
SAN GIMIGNANO 2020
roço, floral, ervas e discreta nota mineral.
No palato, tem tensão e ótima textura,
90
além de acidez vibrante e final persisten-
te e agradável, com toques cítricos e de
A expressão máxima
peras. Álcool 12%. AM
da Sangiovese
AD LAS VELETAS
SAUVIGNON BLANC
Tenute Piccini, Toscana, Itália (Vinci R$ em um terroir único
91 2019
147). Branco elaborado a partir de Ver-
naccia di San Gimignano, sem passagem
por madeira. Apresenta ótima tipicidade,
com notas de frutas brancas e de caroço de
perfil mais maduro, florais, de ervas e de
frutos secos, que se confirmam no palato.
É muito equilibrado e fresco, tem acidez
Las Veletas, Maule, Chile (Monvin R$ afiada, textura cremosa e firme, e final lon-
115). Elaborado exclusivamente a partir go, com toques cítricos, de peras e salinos.
de Sauvignon Blanc, com estágio de 12 Álcool 12,5%. AM
meses em barricas de carvalho francês.
Destaca-se pela qualidade de sua fruta,
acompanhada por notas florais, de ervas AD SOALHEIRO SAUVIGNON
BLANC ALVARINHO
e de pedra de isqueiro. Tenso e vibrante,
tem vigorosa acidez, gostosa textura e 91 2020
final longo e profundo. Álcool 12,5%. AM

AD LUIS PATO MARIA


GOMES 2021
91
Soalheiro, Minho, Portugal (Mistral R$
296). Corte branco composto de Sauvignon
Acesse nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS
Blanc (70%) e Alvarinho (30%), sem passa-
gem por madeira. Mostra notas de frutas
Luis Pato, Bairrada, Portugal (Mistral R$ tropicais e cítricas, vegetais e discretos
130). Branco composto a partir de uvas tons florais, tudo em meio a um conjunto
90% Maria Gomes e 10% Sercialinho, ad- muito equilibrado, com acidez refrescan-
vindas de vinhedos de 35 anos de idade, te e deliciosa textura. O final é longo e
cultivadas em solos arenosos. Sem passa- saboroso, com toques de lima e de flor de
gem por madeira, mostra notas florais e limoeiro. Álcool 12%. AM
de ervas envolvendo suas frutas brancas
e de caroço, que aparecem tanto no nariz
“Il vino nasce
AD TRAPI DEL BUENO HAND
quanto na boca. De perfil gastronômi-
co, tem acidez vibrante, textura firme e
MADE CHARDONNAY in vingna”
cremosa, e final médio/longo, com toques 93 2019
salinos e de limão siciliano, que pedem
a companhia de carnes de porco menos
gordurosas, grelhadas ou assadas. Álcool
12,5%. EM

AD MARCHIORI & BARRAUD Trapi del Bueno, Osorno, Chile (Domno


CHARDONNAY 2020
89 Wines R$ 266). Branco elaborado exclusi-
vamente a partir de uvas Chardonnay, com
Marchiori & Barraud, Mendoza, Argen- fermentação espontânea (sem adição de
tina (Oceana R$ 172). Branco elaborado leveduras e somente 20% faz malolática) e
exclusivamente a partir de Chardonnay, estágio de 13 meses em barricas usadas de
com passagem de 10% do vinho por car- carvalho francês. Mostra frutas tropicais www.bellecave.com.br
valho francês. Mostra frutas tropicais e e de caroço maduras envoltas por notas Õ11 99237-7999
de caroço de perfil mais maduro acompa- florais, de ervas e de especiarias doces, que
nhadas de notas florais e de especiarias se confirmam no palato. Chama atenção Ú@bellecaveimportadora
doces. Untuoso, tem acidez refrescante, pela acidez pulsante e pela textura firme
boa textura e final suculento e persisten- e cremosa, que trazem sustentação ao
te, com toques cítricos, de pêssegos e de conjunto e fluidez ao vinho. Tem final
abacaxi, que convidam a uma segunda cheio e persistente, com toques cítricos, de
taça. Álcool 14,3%. EM abacaxi e de umami. Álcool 12,5%. EM

compre agora
tabaco. Preciso e refinado, está ótimo
AD VISTOSO CHENIN AD ALTA MORA ETNA agora, mas tem tudo para ficar ainda
CHARDONNAY 2021 ROSSO 2017
89 91 melhor nos próximos 20 anos. Álcool
14%. EM

AD CASA VALDUGA GRAN


RAÍZES CORTE 2018
90
Pacheco Pereda, Mendoza, Argentina (Wi- Alta Mora, Sicília, Itália (World Wine R$
nebrands R$ 63). Branco composto a partir 261). Tinto 100% Nerello Mascalese, com
de 80% Chenin Blanc e 20% Chardonnay, estágio em botti de carvalho (2.500 litros).
sem passagem por madeira. Fácil de beber Apresenta boa complexidade, com frutas
e de agradar, tem acidez vibrante e textura vermelhas e negras maduras, empireumá-
cremosa, que trazem equilíbrio a toda sua tico, especiarias, floral, notas terrosas e de Casa Valduga, Campanha Gaúcha, Brasil
fruta branca e de caroço madura. Tem couro. Tenso e vibrante, tem taninos de (R$ 249). Tinto composto de Cabernet
final com toques cítricos, florais e de ervas, ótima textura, acidez afiada e final longo, Sauvignon, Cabernet Franc e Tannat, com
que pede a companhia de peixes brancos com toques salinos e de cerejas. Álcool estágio de 12 meses em barricas novas de
grelhados. Álcool 13,5%. EM 14%. AM carvalho francês. Estruturado e complexo,
apresenta notas de frutas negras maduras,
TINTOS empireumáticas, de especiarias doces, de
AD ARBOLEDA SYRAH 2016
ervas e terrosas. Tem acidez pronunciada,
taninos numerosos e firmes, e final persis-
92 tente e suculento, com toques de cassis, de
AD ADARAS CALIZO cacau e de grafite. Álcool 14%. AM
GARNACHA TINTORERA
91 2019
AD COELHEIROS VINHA
DO TACO 2012
Arboleda, Aconcágua, Chile (World Wine 93
R$ 196). Tinto elaborado exclusivamente
a partir de Syrah, com estágio de 12 meses
MGWines, Castilla-La Mancha, Espanha em barricas de carvalho francês. Aqui
Acesse nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS
(La Pastina R$ 150). Tinto certificado um ano mais frio aportou verticalidade e
orgânico elaborado exclusivamente a maior sensação de frescor ao vinho. Cati-
partir de Garnacha Tintorera. Fluido, vante nos aromas e nos sabores, mostra Herdade de Coelheiros, Alentejo, Por-
sedutor e gostoso de beber, esbanja fru- frutas vermelhas e negras maduras no tugal (Mistral R$ 691). Tinto elaborado
tas vermelhas maduras acompanhadas ponto certo, acompanhadas de notas flo- exclusivamente a partir de uvas Petit
de notas florais, de ervas e de espe- rais, defumadas, de ervas e de especiarias Verdot cultivadas na Vinha do Taco,
ciarias doces, com sua acidez refres- picantes. Carnudo, tem taninos de ótima plantada em 2001, com estágio de 18
cante e seus taninos de ótima textura textura, vibrante acidez e final persistente, meses em barricas de carvalho francês e
conferindo fluidez e profundidade ao com toques de amoras e de ameixas, que mais 5 anos em garrafa antes de ser lan-
vinho. Tem final agradável, com toques pedem uma segunda taça. Álcool 13%. EM çado ao mercado. Mostra notas florais,
terrosos, que pedem a companhia de mentoladas, de ervas e de especiarias
embutidos. Álcool 13%. EM envolvendo sua fruta vermelha e negra
AD CAPRILI BRUNELLO DI de perfil mais maduro, com sua ótima
MONTALCINO 2016 acidez e seus taninos firmes e de textura
AD ADOBE LIMITED EDITION 94 arenosa ditando as regras e conferindo
RED BLEND 2020 fluidez ao vinho. Tem final carnudo e
89 persistente, com toques de ameixas, de
cassis, de alcaçuz e de grafite. Está mui-
to bom agora, mas tem tudo para ficar
ainda melhor nos próximos 20 anos.
Caprili, Toscana, Itália (Decanter R$ Álcool 13%. EM
658). Tinto elaborado exclusivamente a
Emiliana, Vale Central, Chile (La Pastina partir de Sangiovese, com estágio de 36
R$ 84). Tinto composto por 48% Cabernet meses em botti de carvalho do leste eu- AD CONCHA Y TORO GRAN
RESERVA CABERNET
Sauvignon, 46% Syrah e 6% Carménère,
com passagem por barricas de carvalho.
ropeu. Ainda muito jovem, no início es-
tava fechado, mas depois foi mostrando 90 SAUVIGNON 2020
Bem feito em seu perfil de maior ma- notas florais, de ervas e de especiarias
durez de fruta vermelha e negra, com envolvendo sua fruta vermelha e negra
sua boa acidez e seus taninos de grãos de perfil mais fresco, que se confirma
finos conferindo equilíbrio ao conjunto. no palato. Mas é na boca que merece
Carnudo, tem final cativante, com toques atenção, com seus taninos firmes e de
terrosos, de ervas e de especiarias doces, textura arenosa, sua acidez pulsante e Concha y Toro, Colchagua, Chile (VCT
que convidam a uma segunda taça. Álcool seu final fluido, longo e sedutor, com R$ 109). Tinto elaborado exclusivamen-
13,5%. EM toques terrosos, de cerejas, de giz e de te a partir de uvas Cabernet Sauvignon

106 | Revista ADEGA - Ed.204


cultivadas em Marchigüe, com estágio de agradável de beber da casa, chama aten-
12 meses em barricas de carvalho francês, ção pela qualidade das frutas vermelhas e
sendo 20% novas. De boa tipicidade, negras seguidas de notas florais, de ervas e
mostra cassis e ameixas escoltadas por de especiarias, que se confirmam no palato.
notas terrosas e de ervas, que se con- Balanceado e cheio de tipicidade, tem
firmam no palato. Chama atenção pela ótima acidez, taninos firmes e finos, e final
acidez refrescante e pelos taninos de boa persistente e vertical, convidando a uma
textura. Tem final com toques herbáceos segunda taça. Álcool 13,5%. EM
e de mirtilos. Está bom agora, mas deve
ficar ainda melhor nos próximos 5 anos.
Álcool 13,8%. CB AD DUAS QUINTAS
TINTO 2019
CONO SUR RESERVA
92
AD ESPECIAL CARMÉNÈRE
90 2019

Adriano Ramos Pinto, Douro, Portugal


(Épice R$ 240). Tinto composto a partir de
51% Touriga Nacional, 26% Touriga Franca
Cono Sur, Cachapoal, Chile (La Pastina e os 23% restantes de Tinta Roriz, Tinta da
R$ 147). Tinto elaborado exclusivamente Barca, Tinta Barroca, Sousão, Tinto Cão e
a partir de Carménère, com breve pas- Tinta Amarela, com estágio de 50% do vi-
sagem por carvalho. Mais uma boa safra nho durante de 12 meses, parte em barricas
desse vinho, que mostra típicas notas de e parte em tonéis de carvalho. Mostra fru-
ervas e de especiarias picantes envolven- tas vermelhas e negras maduras no ponto
do sua fruta lembrando amoras e amei- certo acompanhadas de notas de violetas,
xas, tudo sustentado por taninos tensos e de ervas e especiarias doces, que se confir-
de fina textura, e refrescante acidez. Tem mam no palato, tudo sustentado por acidez
final carnudo, que pede a companhia de vibrante e taninos finos e de ótima textura.
carnes vermelhas ao molho de pimenta Tem final suculento e persistente, com
do reino. Álcool 13,5%. EM toques de ameixas, de alcaçuz e de grafite.
Acesse nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS
Uma das melhores safras desse tinto até o
momento. Álcool 14,5%. EM
AD COUTADA VELHA
TONEL No2 2019
89 AD
D.V. CATENA EDICIÓN
LIMITADA TINTO
Monte da Ravasqueira, Alentejo, Portu-
HISTORICO 200 ANOS
gal (Vai Vinho R$ 136). Tinto composto a
partir de Aragonez, Alicante Bouschet e
92 DE INDEPENDÊNCIA 2019
Syrah, com passagem por barricas de car-
valho. Mostra ameixas e amoras escolta-
das por notas florais, de ervas, de cacau e
de especiarias doces, que aparecem tanto
no nariz quanto na boca. Suculento, tem
taninos firmes, acidez refrescante e final Catena Zapata, Mendoza, Argentina
médio/longo, com toques terrosos, de (Mistral R$ 232). Homenagem de Nicolás
tabaco e de chocolate. Álcool 13,5%. EM Catena Zapata aos 200 anos do ato de
Independência do Brasil, ocorrido em 7
setembro de 1822. Tinto composto a partir
DE MARTINO LEGADO
AD GRAN RESERVA de uvas 75% Malbec, 19% Bonarda e 6%
Petit Verdot, advindas de vinhedos em
CABERNET SAUVIGNON
92 2019 4 altitudes diferentes, El Mirador (750
metros), Lunlunta (920 metros), Eugenio
Bustos (1.090 metros) e Gualtallary (1.450
metros), com estágio entre 12 e 14 meses
em barricas de carvalho francês. Bem feito
em seu estilo de maior concentração e de
madurez, mostra frutas vermelhas e negras
De Martino, Maipo, Chile (Winebrands R$ acompanhadas de notas florais, de ervas e
224). Tinto elaborado exclusivamente a de especiarias, que se confirmam na boca.
partir de uvas Cabernet Sauvignon, com Carnudo e gostoso de beber, tem boa aci-
fermentação espontânea (sem leveduras dez e taninos firmes e de grãos finos, que
adicionadas) e estágio de 12 meses em trazem equilíbrio ao conjunto. Seu final é
barricas usadas de carvalho francês. Um persistente e cheio, com toques de ameixas
ótimo exemplo do estilo fresco, fluido e e de alcaçuz. Álcool 13,5%. EM
AD ESPORÃO RESERVA florais, que se confirmam no palato. Tem
acidez pronunciada, taninos finos e de boa
TINTO 2019
93 textura e final médio/longo. Álcool 14,5%.
AM

AD MANOS LIBRE ORGANIC


TEMPRANILLO 2018
91
Esporão, Alentejo, Portugal (Qualimpor R$
240). Elaborado pela primeira vez em 1985,
esse tinto é composto a partir de Alicante
Bouschet, Touriga Nacional, Aragonez,
Syrah, Trincadeira, Cabernet Sauvignon e
Touriga Franca, com estágio de 12 meses Hammeken Cellars, Castilla-La Mancha,
em barricas de carvalho americano (60%) Espanha (Domno Wines R$ 185). Tinto
e francês (40%). Mostra notas florais, de elaborado exclusivamente a partir de
ervas e de especiarias acompanhado sua uvas Tempranillo, com breve estágio em
fruta lembrando cassis e ameixas, tudo barricas de carvalho. Bem feito no estilo de
sustentado por taninos firmes e finos, e frutas vermelhas e negras mais maduras.
refrescante acidez, que conferem fluidez Tem acidez na medida e taninos firmes e
ao vinho. Tem final persistente e cheio, tensos, que conferem fluidez e equilíbrio
com toques de violetas, de alcaçuz e de ao conjunto. Tem final carnudo, com to-
grafite. Seguramente, entre as melhores ques terrosos, de ameixas e de especiarias
versões desse vinho elaboradas até agora. doces. Álcool 13,5%. EM
Álcool 14,5%. EM

EULEN FAMILIA
AD MANSO DE
AD CABERNET SAUVIGNON 95 VELASCO 2018
89 2018

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Torres, Curicó, Chile (Qualimpor R$ 500).
Funckenhausen, Mendoza, Argentina (My Tinto elaborado exclusivamente a partir
Winery R$ 189). Tinto composto a partir de Cabernet Sauvignon, com estágio de
de 92% Cabernet Sauvignon e 8% Malbec, 18 meses em barricas de carvalho fran-
com estágio de 12 meses em barricas de cês (11% novas e 49% de segundo uso) e
carvalho francês e americano. Estruturado foudres de carvalho alemão (40%). Em
e potente, mostra perfil de frutas verme- um perfil mais fresco, refinado e vertical,
lhas e negras mais maduras, seguidas de mostra notas de frutas negras, balsâmicas,
notas florais, de ervas e de especiarias. de especiarias e tostadas, tanto no nariz
Frutado, tem boa acidez e taninos firmes, quanto no palato. Tem acidez vigorosa, ta-
que trazem certo equilíbrio ao conjunto e ninos numerosos e finos, e final profundo
ao aporte de madeira. Para as carnes ver- e preciso, com toques de cassis, de alcaçuz,
melhas grelhadas mais gordurosas. Álcool terrosos e de grafite. Álcool 14,5%. AM
14,9%. EM

AD MEME CHIANTI
AD HERDADE DO ROCIM
91 SUPERIORE 2019
TINTO 2019
90 Fattoria di Petrognano, Toscana, Itália
(Mosto Flor R$ 329). Tinto elaborado ex-
clusivamente a partir de Sangiovese, sem
passagem por madeira, mas mantido em
tanques de cimento e de inox por alguns
meses antes do engarrafamento. Mostra
Herdade do Rocim, Alentejo, Portugal frutas vermelhas maduras seguidas de
(World Wine R$ 180). Blend tinto com- notas florais e de ervas. Fresco, estrutura-
posto de Touriga Nacional, Aragonez e do e gostoso de beber, chama atenção pela
Alicante Bouschet, com estágio de 6 meses acidez refrescante, pela textura arenosa
em barricas de carvalho francês e mais dos taninos e pelo final persistente e sucu-
6 meses em garrafa. Franco e fragrante, lento, com toques terrosos, de cerejas e de
exibe frutas vermelhas e negras madu- especiarias doces, pedindo uma segunda
ras, especiarias doces, balsâmico e notas taça. Álcool 13,5%. EM
AD MEMORO VINTAGE AD PERDRIEL SERIES
MALBEC 2019
91 ROSSO 2015
91

Tenute Piccini, Toscana, Basilicata, Vêneto Norton, Mendoza, Argentina (Winebrands


e Sicília, Itália (Vinci R$ 332). Este é um R$ 182). Em um estilo mais maduro, exibe
blend de uvas de diversas regiões da Itália, boa tipicidade, com frutas vermelhas, floral,
Sangiovese (Toscana), Aglianico (Basilica- ervas e especiarias, além de discretos toques
ta), Cabernet Sauvignon (Vêneto) e Nero empireumáticos. Estruturado e opulento,
d’Avola (Sicília), vinificadas separadamente tem acidez pronunciada, taninos de ótima
e com estágio de até 18 meses em barricas de textura e final persistente, com toques de
carvalho de diferentes tamanhos. Apresenta ameixas e de violetas. Álcool 14,5%. AM
notas de frutas vermelhas maduras e em
compota, empireumáticas, de frutos secos
e de ervas, que se confirmam no palato. Es- AD PONTE TINTO 2016
truturado e opulento, destaca-se pela acidez
refrescante e pelos taninos firmes e de ótima 93
textura, além de final longo e suculento,
com toques de ameixas escuras, de tâmaras,
de cacau e terrosos. Álcool 14%. AM

AD MORANDÉ TERRARUM Herdade do Mouchão, Alentejo, Portugal


RESERVA CARMÉNÈRE
88 2019
(Adega Alentejana R$ 320). Touriga Nacio-
nal, Touriga Franca e Syrah, com estágio de
18 meses em tonéis e barricas de carvalho.
Mostra frutas vermelhas e negras maduras
envoltas por notas florais, mentoladas e de
Acesse nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS
especiarias doces, que se confirmam no
palato. Chama atenção pelo equilíbrio do
Morandé, Maule, Chile (Setwines R$ 80). conjunto, com seus taninos de grãos finos
Tinto composto de uvas Carménère, com e sua acidez refrescante ditando as regras.
estágio de 25% do vinho em barris de car- Refinado, tem final cheio e persistente, com
valho de quarto e quinto usos por 6 meses. toques terrosos e de ameixas. EM
Predominam os aromas de ervas típicos da
variedade, acompanhados por frutas negras
maduras, especiarias e toques florais, que se AD QUINTA DA NEVE LOTE
1 TOURIGA NACIONAL
repetem no palato. Tem acidez refrescante,
taninos numerosos e de boa textura e final 90 2020
médio e saboroso. Álcool 13,5%. AM Quinta da Neve, São Joaquim, Brasil (R$
167). Fragrante e de boa tipicidade, mostra
frutas negras maduras, floral e ervas, que se
AD NEDERBURG 1791 repetem no palato. Tem um conjunto bem
CABERNET SAUVIGNON
88 2019
equilibrado, com acidez refrescante, taninos
numerosos e de boa textura e final intenso e
persistente. Álcool 14,2%. AM

AD QUINTA DO NOVAL
TOURIGA NACIONAL
Nederburg, Paarl, África do Sul (Casa 93 2018
Flora/Porto a Porto R$ 59). Tinto elabora-
do majoritariamente a partir de Cabernet
Sauvignon, com estágio de 6 meses em
barricas de carvalho americano. De boa
tipicidade, mostra notas florais, de ervas
e de especiarias picantes envolvendo sua Quinta do Noval, Douro, Portugal (Adega
fruta lembrando ameixas e amoras, com sua Alentejana R$ 258). Touriga Nacional com
acidez na medida e seus taninos aveludados estágio de 11 meses em barricas de carva-
trazendo sustentação ao conjunto. Tem final lho francês, 30% novas. Mais uma ótima
suculento, que pede a companhia de carnes safra desse vinho cheio de tipicidade, que
vermelhas mais magras grelhadas. EM esbanja frutas vermelhas e negras maduras
escoltadas por notas de violetas, de ervas
frescas e de especiarias doces, com sua
acidez refrescante e seus taninos de ótima
textura. Tem final suculento e longo, com
toques de amoras, alcaçuz e grafite. EM ca-se pelo estilo focado na fruta, tanto no
nariz quanto na boca, seguida de notas de
especiarias, de ervas e florais. Gostoso de
AD REGUENGOS beber, tem acidez refrescante, que realça
GARRAFEIRA DOS
93 SÓCIOS 2017
sua fruta madura e de qualidade, taninos
intensos e de boa textura e final médio/

SUA EMPRESA CONECTADA longo, com toques de ameixas escuras, de


alcaçuz e de grafite. Álcool 13%. AM

COM SEU PÚBLICO. AD SIRO PACENTI ROSSO DI


MONTALCINO 2018
E SUA COMUNICAÇÃO,
CARMIM, Alentejo, Portugal (Casa Flora/
Porto a Porto R$ 458). Um dos vinhos mais 92
tradicionais do Alentejo, sua primeira

COM O SEU TEMPO. safra foi a de 1982. Somente elaborado em


anos considerados excepcionais, nesta
safra é composto de Alicante Bouschet
(65%), Aragonez (20%) e Touriga Nacional
(15%), com estágio de 18 meses em barricas
Siro Pacenti, Toscana, Itália (World
Há 11 anos, a Orantes.C desenvolve de carvalho francês e mais 24 meses em
Wine R$ 430). Sangiovese com estágio
garrafa. Bem feito em seu estilo de maior
de 12 meses em barris de carvalho.
comunicação estratégica eficiente concentração e madurez de fruta ver-
Mais um “Brunellinho" que um Rosso.
Cheio de tipicidade, mostra notas flo-
melha e negra. Mostra notas de violetas,
para clientes dos segmentos de ervas e de especiarias doces, que se
rais, terrosas, de ervas e de especiarias
confirmam no palato. Untuoso e concen-
doces escoltando sua fruta lembrando
de enogastronomia, gastronomia, trado, tem ótimo volume de boca, taninos
cerejas e amoras. No palato, é estru-
firmes e arenosos e refrescante acidez,
turado e vibrante, tem refrescante
acidez, taninos de ótima textura e final
que trazem certa sustentação e equilíbrio
alimentos e bebidas. ao conjunto, bem como fluidez ao vinho.
persistente e suculento, confirmando
Acesse nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS
Tem final carnudo e persistente, com
o nariz e pedindo mais um gole. Álcool
Um trabalho conectado com o seu toques terrosos, de cacau, de ameixas e de
14,5%. EM
alcaçuz. Um vinho grande, que precisa de
tempo, na construção de imagem mais tempo em garrafa para mostrar todas
AD TANTEHUE CABERNET
as virtudes. Álcool 14,5%. EM
junto a imprensa, influenciadores, 88 SAUVIGNON 2020

colaboradores e consumidores. AD RIBEIRO SANTO


TOURIGA NACIONAL
92 2017

Ventisquero, Vale Central, Chile (Can-


tu R$ 37). 100% Cabernet Sauvignon,
sem passagem por madeira. Mostra
Magnum Vinhos, Dão, Portugal (Wine- frutas negras maduras, balsâmico, es-
brands R$ 186). Touriga Nacional com peciarias e toques florais, que se repe-
estágio de 12 meses em barricas de carva- tem no palato. Gostoso de beber, tem
lho francês. Mostra notas florias e de ervas acidez refrescante, taninos macios e
envolvendo sua fruta vermelha e negra final agradável, com notas de ameixas
de perfil mais fresco, tudo sustentado por pretas e de eucalipto. Álcool 13%. AM
acidez vibrante e taninos firmes e finos,
que conferem fluidez e profundidade ao
conjunto. Gastronômico, tem final persis- AD TORRES SALMOS 2017
tente e profundo, com toques terrosos, de
ameixas, de mirtilos e de grafite, que pede 93
a companhia de carnes ensopadas. EM

AD SALTON DOMENICO
CAMPANHA TANNAT
90 2020 Torres, Priorato, Espanha (Cantu R$
Salton, Campanha Gaúcha, Brasil (R$ 125). 430). Corte tinto composto de Cariñena,
Entre em contato e saiba mais em Tannat sem passagem por madeira. Desta- Garnacha e Syrah, com estágio de 14
orantesc.com • @orantescassessoria
meses em barricas de carvalho francês. taninos numerosos e de ótima textura e
Exibe notas de frutas vermelhas maduras, final longo e suculento, com toques de
empireumáticas, de especiarias, florais e ameixas escuras, de cedro e de pimenta
de grafite, que se confirmam no palato. preta. Álcool 14%. AM
Estruturado e suculento, tem acidez
refrescante, taninos intensos e de ótima
textura e final persistente. AM AD VIVALTI SANGIOVESE
90 2018

AD TRIVENTO GOLDEN Vivalti, São Joaquim, Brasil (R$ 115). Em um


RESERVE MALBEC 2019 perfil de maior madurez, apresenta frutas
91 vermelhas, ervas, floral e toques terrosos,
que se repetem no palato. Suculento e
gostoso de beber, tem acidez pronunciada,
taninos macios e de boa textura e final lon-
go, com toques de cerejas. Álcool 13%. AM

Trivento, Mendoza, Argentina (VCT R$ DOCE


170). Tinto composto a partir de uvas
Malbec advindas tanto de Luján de Cuyo,
quanto do vale de Uco, com estágio em TERRAZAS DE LOS
barricas usadas (96%) e em foudres (4%)
AD ANDES SINGLE
VINEYARD EL YAIMA
de carvalho francês. De ótima tipicidade,
mostra notas especiadas, de ervas e de
92 PETIT MANSENG 2019
violetas envolvendo sua fruta lembrando
ameixas e amoras, com sua acidez vibran-
te e seus taninos finos e tensos aportando
profundidade e fluidez ao vinho. Tem
final carnudo e persistente, com toques de
giz e de alcaçuz. Álcool 14%. EM Terrazas de los Andes, Mendoza, Argentina
(Moët Hennessy Brasil R$ 220). Branco doce
de colheita tardia elaborado exclusivamente
AD TUSCANTE GOVERNO a partir de Petit Manseng, com estágio de
ALL'USO Acesse
TOSCANOnosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS
90 2020
18 meses em barricas de carvalho francês.
Uma ótima edição desse vinho, que mostra
Botter, Toscana, Itália (4U.Wine R$ 125). ótima concentração, acidez refrescante e
Tinto composto exclusivamente a partir textura firme e cremosa, que envolvem suas
de Sangiovese, sem passagem madeira. frutas brancas e de caroço maduras e trazem
"Governo all uso Toscano” é um método equilíbrio a sua doçura. Tem final agradável
similar ao ripasso do Vêneto, que consiste e persistente, com toques cítricos e de frutos
numa fermentação secundária do vinho, secos. Para as sobremesas à base de fruta.
obtida pela adição de uvas que sofreram Álcool 13%. EM
processo de secagem de cerca de 6 se-
manas. Gastronômico por natureza, tem FORTIFICADO
taninos firmes e refrescante acidez, que
equilibram sua fruta madura lembrando
cerejas e ameixas. Tem final cativante,
com toques terrosos e de ervas, que AD HENRIQUES &
HENRIQUES SINGLE
pedem a companhia de massas ao molho
tipo sugo. Álcool 13,5%. EM 94 HARVEST BOAL 2009

AD VERTICE 2019
93
Henriques & Henriques, Ilha da Madeira,
Portugal (Portus Cale R$ 599). Branco fortifi-
cado meio doce elaborado exclusivamente a
partir de Boal, com envelhecimento oxidati-
Ventisquero, Apalta, Chile (Cantu R$ 298). vo mínimo de 5 anos no sistema de cantei-
Corte tinto composto de uvas Carménè- ro. Impressiona pela tensão e pela acidez
re e Syrah, com estágio de 22 meses em vibrante, que trazem equilíbrio ao conjunto,
barricas de carvalho francês (40% novas). com as notas de frutos secos, de especiarias
Uma ótima safra desse vinho, apresenta doces e de ervas secas aportando ainda mais
notas de frutas negras maduras, empi- complexidade ao vinho. Tem final untuoso,
reumáticas, balsâmicas e de especiarias. profundo e muito persistente, com toques
Gostoso de beber, tem acidez refrescante, de figos e de cítricos em compota. EM
SAÚDE

Cognitivo
Estudo japonês liga vinho à uma
melhor cognição na velhice

PESQUISADORES DA UNIVERSIDADE de “Examinamos associações com a função cognitiva


Osaka e do Instituto Metropolitano de Gerontologia para outros tipos de álcool além do vinho, e encontramos
de Tóquio descobriram que o consumo moderado associações significativas apenas para o vinho. Isso sugere
e consistente de vinho está associado a uma função que substâncias específicas do vinho afetam a função
cognitiva mais alta em idosos japoneses com mais cognitiva, especificamente antioxidantes como polifenóis”,
de 75 anos. O estudo, publicado no BMC Geriatrics, disse o principal autor, Yuya Akagi.
acompanhou 1.226 homens e mulheres no Japão, Os participantes que relataram beber álcool de um a
com idades entre 75 e 87 anos, durante 2016 e 2017. seis dias por semana tiveram a pontuação mais alta
Seus padrões de consumo e sua função do MoCA, com 23,6 pontos (a média foi de
cognitiva foram avaliadas por meio 22,7), e um aumento significativo na
da versão japonesa do Montreal função cognitiva em comparação
Cognitive Assessment com aqueles que não bebiam
(MoCA). O MoCA é um e aqueles que bebiam todos
teste desenvolvido para os dias. Depois de isolar
auxiliar os profissionais cada bebida alcoólica,
de saúde na detecção os pesquisadores
de comprometimento Acesse nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS também descobriram
cognitivo leve que o vinho tinha a
e doença de correlação positiva
Alzheimer. Para mais forte com a
isso é usada uma função cognitiva,
pontuação de 0 enquanto outras
a 30 – adultos de bebidas, não.
qualquer idade O estudo se
apresentam uma concentra mais
pontuação média de na frequência de
26. Abaixo de 22 sugere consumo do que no
comprometimento volume. Sendo que a
cognitivo moderado. maioria dos participantes
Os pesquisadores eram bebedores moderados,
observaram a frequência de ela sugere que o consumo de
consumo de álcool e os tipos de álcool, independentemente da
bebidas alcoólicas. A frequência foi frequência, deve ser moderado.
dividida em quatro categorias: Nenhuma, menos Os pesquisadores observam que fatores
de um dia por semana, um a seis dias por semana e sociais, como a comunicação com outras pessoas, podem
diariamente. Para os homens, o consumo de álcool ter influenciado positivamente a função cognitiva.
foi categorizado como nenhum (0 gramas de álcool), “Acreditamos que não apenas os efeitos do vinho, mas
moderado (1 a 39 gramas), moderado a excessivo também o contexto do consumo de vinho, como o tempo
(40 a 59 gramas) e excessivo (60 gramas ou mais), gasto se divertindo e conversando com amigos e familiares,
enquanto os limiares das mulheres foram metade pode ter um impacto muito positivo na função cognitiva”,
disso. disse Akagi.

112 | Revista ADEGA - Ed.204


INFORMATIVO

Benefícios para
Sócios Ativos
Nesta edição, ADEGA completa 17 anos e estamos fazendo
• Conhecimento
nossa já tradicional campanha de celebração com
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a Revista ADEGA, todos os meses,
só é possível pelo apoio de nossos parceiros importadores, e os Guias ADEGA, nos
portanto quero expressar nosso agradecimento. meses de lançamento.

A seleção do clube deste mês incorpora muitos vinhos de


Portugal e Espanha que descobrimos entre as centenas de • Prioridade em eventos
rótulos que degustamos para nossos guias. Alguns deles Condição especial nas inscrições
já estão esgotados nas importadoras, mas conseguimos dos eventos Descorchados,
garantir para nosso clube. ADEGA Espanha e Portugal
e eventos de parceiros.
Além disso, degustamos mais de duas centenas de vinhos
este mês, muitos juntamente com os produtores que • ADEGA Rewards
voltaram ativamente ao Brasil e nos apresentaram suas
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criações. Este é umAcesse
dos segredos
nossodo nosso
Canal noclube: degustar
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categoria mais alta do programa
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AD AD
96 95
Perto do rio
Natural
Composto de Touriga Franca
100% Pinot Noir, elaborado sem
e Touriga Nacional advindas
adição de SO2, com estágio de 16
das parcelas de vinhedos mais
meses em barricas novas e usadas
próximas ao rio Douro, daí seu
de carvalho francês.
nome Margem.

Acesse nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS


PHILIPPE PACALET QUINTA DOS MURÇAS
POMMARD 2019 MARGEM 2019
Philippe Pacalet, Borgonha, Quinta dos Murças, Douro, Portugal
França (World Wine R$ 1.450). (Qualimpor R$ 550).
Impressiona pela potência e pela Austero e, ao mesmo tempo, tenso e
exuberância de fruta vermelha vibrante, exibe notas de frutas negras,
madura, com sua acidez pulsante florais, balsâmicas e de especiarias, que
e seus taninos tenso conferindo se confirmam no palato. AM
fluidez ao vinho. EM

Espontânea
Fermentação espontânea em lagares
de granito (sem adição de leveduras)
e estágio de 9 meses em barris (500
litros) usados de carvalho francês.
Pacalet
Philippe Pacalet formou-se em química, biologia e
enologia. Em 1991, começou a trabalhar no mítico
Domaine Prieuré Roch. Atualmente, elabora seus vinhos
de forma natural e sem o uso de defensivos agrícolas.

Duas garrafas R$2000/mês + frete


BLACK

AD AD
93 93 Carginan
Bierzo Corte de 87% Carignan e 13%
Blend 94% Mencia, 5% entre Syrah advindas de um vinhedo sem
Valenciana e Palomino e 1% entre irrigação (secano) de mais de 65 anos,
Pan y Carne, Negrada e Gran Negro, plantado em Melozal, no Maule,
com estágio de 12 meses barricas de com estágio de 24 meses em foudres
carvalho francês. sem tostar e em barricas usadas de
carvalho francês.
Acesse nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS
PÉTALOS 2019 MORANDÉ VIGNO 2018
Descendientes de J. Palacios, Bierzo, Morandé, Maule, Chile
Espanha (Mistral R$ 351). (Setwines R$ 399).
Chama atenção pelos taninos reativos Fluido e gostoso de beber, esse é mais
e de boa textura e pela refrescante um ótimo exemplo da excepcional
acidez, que envolvem suas frutas safra 2018 no Chile. Álcool 14%. EM
vermelhas e negras acompanhadas de
notas florais, de ervas e de especiarias
doces. EM

Sonho
Álvaro A Morandé nasceu em 1996, fruto de um sonho do enólogo
Localizada em Corullón, na DO Bierzo, Descendientes de Pablo Morandé. Em 2000, o empreendimento foi ao
J. Palacios é um projeto de Álvaro Palacios e seu sobrinho Grupo Belén. Atualmente, possui cerca de 1.000 hectares
Ricardo Pérez. de vinhedos e é uma das maiores vinícolas do Chile.

Duas garrafas R$750/mês + frete


AD AD
94 93
Vinhas velhas
100% Alvarinho de vinhas Alentejano
velhas de mais de 40 anos Blend de Antão Vaz, Viognier, Arinto
cultivadas segundo os preceitos da e Alvarinho, com fermentação e
agricultura biológica. estágio de 6 meses em barricas de
carvalho francês.

SOALHEIRO PRIMEIRAS
Acesse nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS
VINHAS ALVARINHO 2020 HERDADE DOS GROUS
Soalheiro, Minho, Portugal RESERVA BRANCO 2020
(Mistral R$ 403). Herdade dos Grous, Alentejo,
Mostra vibrante acidez e textura Portugal (Épice R$ 350).
firme e cremosa, que envolve sua Impressiona pela qualidade de fruta
fruta branca e de caroço de perfil branca e de caroço, bem como pelo
mais fresco, conferindo fluidez e equilíbrio e precisão do conjunto, tudo
profundidade ao vinho. EM envolto por acidez refrescante e textura
cremosa. EM

Duarte
O renomado Luis
Duarte é o enólogo
desse projeto, cujas
vinhas estendem-se
ao longo de cerca
de 93 hectares,
plantadas com castas
Pioneiros
típicas alentejanas e
Em 1974, João António Cerdeira e seu pai António
internacionais.
Esteves Ferreira plantaram o primeiro vinhedo da
variedade, que resultou na criação, em 1982, da
primeira marca de Alvarinho em Melgaço.

Duas garrafas R$750/mês + frete


PLATINUM GRAN GOLD
PLUS

Duas castas
AD
Syrah e Cabernet Sauvignon, com estágio em
92
foudres de carvalho francês.

MORANDÉ TERRARUM SELECTED


BLOCKS SYRAH CABERNET
SAUVIGNON 2019
Morandé, Vale Central, Chile (Setwines R$ 239).
Mostra fruta vermelha e negra acompanhada de AD Mínima intervenção
notas florais, de especiarias doces e de ervas, com sua 92 Tinto de mínima intervenção elaborado 100%
acidez refrescante e seus taninos de grãos finos. EM Carignan, com fermentação espontânea em
tanques de concreto e posterior estágio de 12
meses em barricas de carvalho francês.

Biodinâmico
Projeto estabelecido por LONGAVÍ GLUP CARIGNAN 2021
Longaví, Maule, Chile (World Wine R$ 145).
Juan Antonio Ponce, um dos
Mostra frutas vermelhas e negras maduras
AD pioneiros biodinâmicos em
acompanhadas de notas florais, terrosas e de
92 Acesse nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS
Manchuela e também um
ervas secas, tudo equilibrado por taninos firmes e
dos maiores defensores da
de textura arenosa e por ótima acidez. EM
casta autóctone Bobal.

PONCE CLOS LOJEN BOBAL 2020


Bodegas y Viñedos Ponce, Manchuela,
Espanha (World Wine R$ 151).
Mostra frutas vermelhas de perfil mais fresco
acompanhadas de notas florais, terrosas, de
ervas secas e de especiarias. EM

Lafite
A família Rothschild
produz vinho em AD
Secular
Bordeaux desde 1868, 91
AD com a aquisição do
Estabelecida na região do Dão, a Quinta da Pellada
92 Château Lafite.
possui referências históricas datadas do século XVI,
por volta de 1570.

BARONS DE ROTHSCHILD
QUINTA DE SAES TINTO 2016 RÉSERVE SPÉCIALE 2018
Quinta da Pellada, Dão, Portugal Barons de Rothschild, Bordeaux, França
(Mistral R$ 215). (Edega R$ 205).
Mais uma ótima safra desse vinho, que esbanja Apresenta ameixas e cassis acompanhados de
frutas vermelhas e negras de perfil mais fresco notas florais, de ervas e de especiarias doces.
escoltadas por notas florais, de ervas e de Aqui menos é mais. EM
especiarias doces. EM

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GRAN GOLD GOLD
PLUS

Pessoal
Um dos mais conceituados enólogos de AD
Portugal, Luis Duarte trabalhou na Herdade 91
do Esporão de 1987 até 2004. Desde 2007,
juntamente com sua esposa, Dora Simões,
cuidam de seu projeto próprio, a Luís Duarte
Vinhos.

RAPARIGA DA QUINTA COLHEITA


SELECCIONADA TINTO 2020
Luis Duarte Vinhos, Alentejo, Portugal Revivida
(Épice R$ 110). AD A Carménère foi redescoberta em 1994,
Tem final suculento e cativante, que convida a uma 91 no Chile, pelo ampelógrafo francês
segunda taça. Verdadeiro lobo em pele de cordeiro. Jean-Michel Boursiquot, onde era, até
EM então, confundida com a Merlot.

Marchigüe 7 COLORES GRAN RESERVA


Tinto elaborado CARMÉNÈRE 2017
exclusivamente
7 Colores, Maule, Chile
(Winebrands R$ 120).
AD a partir de uvas
De boa tipicidade, mostra notas especiadas
90 Acesse nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS
Cabernet Sauvignon
e de ervas envolvendo sua fruta lembrando
cultivadas em
ameixas e amoras maduras. EM
Marchigüe, com estágio
de 12 meses em barricas de
carvalho francês, sendo 20% novas.

CONCHA Y TORO GRAN RESERVA


CABERNET SAUVIGNON 2020
Concha y Toro, Colchagua, Chile
Ribeira
(VCT R$ 109).
Pertencente originalmente a
Chama atenção pela acidez refrescante e pelos
uma família de produtores
taninos de boa textura. Tem final com toques
de uvas, a Bodegas y Viñedos
herbáceos e de mirtilos. CB
Valderiz é uma das precursoras
da agricultura biológica e
sustentável na região de Ribera AD
Equilíbrio del Duero. 91
Blend 80% Tempranillo e 20% Syrah, com estágio AD
de parte do vinho durante 4 meses em barricas de 90
carvalho. VALDEHERMOSO JOVEN 2020
Bodegas y Viñedos Valderiz, Ribera del Duero,
DOMINIO D FONTANA ROBLE Espanha (World Wine R$ 124).
TEMPRANILLO SYRAH 2020 Tem acidez vigorosa, taninos de ótima textura e
Bodegas Fontana, Castilla-La Mancha, Espanha final saboroso, cheio de amoras e tons balsâmicos.
(Edega R$ 134). AM
Tem boa acidez e taninos firmes e finos, que
trazem certo equilíbrio ao seu estilo de maior
concentração. EM

Três garrafas R$350/mês + frete Duas garrafas R$250/mês + frete


GOLD SILVER
PLUS

Massas AD
Gastronômico por natureza, 91
esse 100% Barbera sem
Susana
passagem por madeira
Fundada em 1999, a
é companhia ideal para
vinícola antes chamada
massas ao molho tipo sugo.
de Dominio del Plata, é
fruto da perseverança
VISTAMONTE BARBERA 2020
AD e do talento de Susana
Vistamonte, Piemonte, Itália 89 Balbo, primeira mulher
(World Wine R$ 97). argentina graduada
Mostra fruta fresca, nítida e de qualidade, em enologia, em 1981.
acompanhada de notas florais, de ervas e de
especiarias. AM

ANUBIS RESERVE MALBEC 2021


Susana Balbo, Mendoza, Argentina
(Cantu R$ 86).
AD Bem feito em seu estilo de maior madurez
90 Puro de fruta vermelha e negra, com seus taninos
100% Tannat, com estágio de nove meses em de boa textura e sua refrescante acidez
Acesse nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS
barricas usadas de carvalho. sustentando o conjunto. EM

FAUSTO TANNAT 2020


Pizzato, Serra Gaúcha, Brasil (R$ 73).
Apresenta ótima tipicidade, com notas de frutas
negras maduras, de especiarias doces, florais e de
ervas, acompanhadas de tons empireumáticos. AM

Tradição
Além de estar entre os mais Chile-Brasil
tradicionais e melhores Este vinho é feito no
AD
produtores da Espanha, a Chile com a supervisão dos
89
AD
família Torres também produz 89 enólogos da Casa Valduga, um dos
vinhos no Chile, onde iniciou mais conceituados produtores do
seu projeto em meados dos Brasil.
anos 1970.
CASA VALDUGA ORIGEM CABERNET
SAN VALENTÍN TEMPRANILLO 2019 SAUVIGNON 2020
Torres, La Mancha, Espanha (Cantu R$ 80). Casa Valduga, Vale Central, Chile (R$ 64).
Apresenta um perfil de fruta madura e suculenta, De corpo médio, tem acidez refrescante, taninos
bem apoiada pela acidez refrescante e pelos de boa textura e final com toques florais,
taninos macios e de boa textura. O final é frutado terrosos e de amoras, que convidam a uma
e saboroso, com toques de cerejas. AM segunda taça. EM

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SILVER BRANCO

AD
AD Sauvignon 91
88 100% Sauvignon Blanc cultivadas em Litueche, com
Você sabia que...
estágio de 7 meses em tanques de aço inox e pequena
a Marselan, obtida na França em 1961, é fruto do
parte em barricas de carvalho francês.
cruzamento de Cabernet Sauvignon e Grenache?

CONCHA Y TORO GRAN RESERVA


ARTE FRUITÉ BLEND MARSELAN SAUVIGNON BLANC 2022
MALBEC 2020 Concha y Toro, Colchagua, Chile (VCT R$ 109).
Casa Valduga, Serra do Sudeste, Brasil (R$ 45). De boa tipicidade, mostra frutas brancas e cítricas
Tem acidez refrescante, taninos macios e de boa escoltadas por notas florais e de ervas, com sua acidez
textura e final médio, com toques de ameixas e vibrante e sua textura firme e cremosa ditando as
terrosos. Álcool 12,5%. AM regras. EM

Uruguai
Fundada em 1979, a
AD Montes Toscanini está
AD
88 localizada na cidade
90
de Las Piedras, na
Acesse nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS
Brasil
fronteira entre Canelones
A família Pizzato produz uvas há várias décadas na
e o departamento de
zona do Vale dos Vinhedos e vinhos, com sua marca
Montevidéu.
própria, desde 1999. A vinícola está em Santa Lucia,
onde possuem 26 hectares de vinhedos.

ELEGIDO BIVARIETAL TANNAT


MERLOT 2021 ALLUMÉ CHARDONNAY 2021
Montes Toscanini, Canelones, Uruguai Pizzato, Rio Grande do Sul, Brasil (R$ 96).
(Casa Flora/Porto a Porto R$ 53). Untuoso e gostoso de beber, tem acidez
De corpo médio, tem acidez refrescante, taninos vibrante, textura cremosa e firme e final cheio e
firmes e de boa textura e final agradável, que pede persistente. AM
a companhia de carnes vermelhas grelhadas. EM

Carnes
AD Leveza
AD
Suculento e fácil de agradar, não dá para
88 Leve e refrescante é companhia ideal para
89
saladas verdes ou entradas em geral.
imaginá-lo longe do churrasco.

SAN VALENTÍN PARELLADA 2021


FINCA AMADEO MALBEC 2021
Torres, Catalunha, Espanha (Cantu R$ 80).
Bodegas Marañon, Mendoza, Argentina (Adega
Fácil de beber e de agradar, apresenta frutas
Alentejana R$ 55).
brancas acompanhadas de notas florais e de
Mostra frutas negras maduras acompanhadas de
ervas, que se confirmam na boca. Álcool 11%. EM
notas florais e de ervas, com sua acidez refrescante
e seus taninos aveludados ditando as regras. EM

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pode ser adquirido por pessoas físicas para a proteção
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conhecimento acumulado pela Chubb na cobertura de bens de
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no Brasil, a companhia buscou a parceria da Inner Editora,
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“Um barril de vinho pode


fazer mais milagres do que
uma igreja cheia de santos”
“Nenhum homem nobre odeia o bom vinho”
Ditado italiano
François Rabelais, escritor

“Você está me perguntando se eu sou


ateu? Estou mais interessado no nosso
vinho daqui do que no seu além”
Francis Blanche, comediante

“Uma religião sem o sobrenatural


me lembra um anúncio que li nos
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grandes jornais: vinho sem uvas”
Telegram: t.me/BRASILREVISTAS
Edmond de Goncourt, escritor

Eu sou o tipo de
cara que não se
importa em arriscar
a decepção na
busca da felicidade
– o que significa que
sou um amante da
Borgonha”
Jay McInerney, crítico de vinhos

122 | Revista ADEGA - Ed.204


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