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CLUBE DE REVISTAS
NOVO LEXUS
RX 450h+ HYBRID PLUG-IN
A evolução de um Ícone.
8 EDITORIAL
OPINIÃO
12 Sarah Ahmed
16 José Peñin
20 J.A. Dias Lopes
26 José João Santos
ESCOLHAS DO MÊS
30 Para a Mesa
32 Para a Cave
34 Altamente Recomendados
36 Boas Compras
38 PROFILE
Muriel Porfiro.
40 CASTA
Borraçal.
42 NA MESA
Bolo de maçã e Vista Alegre Tawny 20 Anos.
44 VINHOS E NÚMEROS
A importância económica do vinho.
46 NOTÍCIAS
48 CERVEJAS
Pobeira.
62 52 ESPIRITUOSOS
Martini, 160 anos de histórias.
56 ENOTURISMO
62
Quinta de S. Bernardo, Douro.
QUINTA DE SANT’ANA
Capítulo feliz sobre Lisboa.
78
70 WINE & SOUL
Quinta da Manoella, história de uma velha senhora do Douro.
86 PROVA TEMÁTICA
A magia dos Vinhos do Porto e Madeira velhos.
102 H. BLIN
O reino encantando da Meunier.
172 EVENTOS
Dão Portas Abertas.
Vinhos de Portugal em Zurique.
@revistadevinhos
CLUBE DE REVISTAS
| O equilíbrio perfeito:
PLACA DE INDUÇÃO COM
EXAUSTÃO INTEGRADA.
CLUBE DE REVISTAS
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2024
CLUBE DE REVISTAS
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EDITORIAL
SeRÁ o Álcool
o tabaco dos
nossos dias?
Durante a maior parte da minha vida adulta, o consumo mode-
rado de vinho foi considerado parte de um estilo de vida saudável.
Na verdade, há mais de três décadas, em vários países, a ingestão
diária moderada de vinho tem sido definida como dois copos para um
homem e um para uma mulher. No entanto, essa perceção pode estar
prestes a mudar e a refletir uma mudança cultural já em curso.
Há já algum tempo que as autoridades europeias e portuguesas têm defendido o proibicionismo como a
principal estratégia neste combate, sem distinção quanto à origem do álcool, quer seja consumido de forma
gradual, copo a copo de vinho, ao longo de uma semana de refeições, ou de uma só vez em bebidas destiladas
nas noites de fim de semana.
É necessário afirmar o vinho como um produto cultural, associado à diferenciação territorial, com um forte
contributo para a economia das regiões, com um volume importante de exportações e um relevante empre-
gador. O setor precisa permanecer unido por meio de associações sólidas e fortes para resistir às tendências
proibicionistas e continuar a promover eficazmente o consumo moderado de bebidas alcoólicas. Resiliência e
persistência são fundamentais nesse processo.
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NESTA EDIÇÃO COM A
REVISTA DE VINHOS!
Há uma aura especial em torno da menção Garrafeira que assenta
particularmente bem aos vinhos da casta Arinto de Bucelas.
As Caves Velhas foram, desde sempre, um dos porta-estandartes
da categoria, que é revitalizada agora com o lançamento do
Caves Velhas Prestige. «Garrafeira» é uma menção que obriga,
no caso do vinho branco, ao envelhecimento mínimo de 12 meses,
dos quais pelo menos seis meses em garrafa de vidro. Este exemplar
cumpre 24 meses em garrafa.
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NOVEMBRO
VINHO
Caves Velhas
Garrafeira
DE CAPA
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Arinto 2018
Bucelas / Branco /
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Tom dourado, brilhante.
Impressiona pela
intensidade e dimensão
aromáticas, em que o
perfil cítrico da casta
é acompanhado pela
expressão mineral do
calcário. Notas de frutos
secos e leve apontamento
de mel. Acidez direta e
vertical, bom volume e
untuosidade, estruturado,
de final longo e saboroso.
Um vinho para beber já
com grande prazer, dará
boa conta de si em cave.
CLUBE DE REVISTAS
OPINIÃO
Livros de referência,
obras de culto
A Wine Detective investiga a nova edição do The Oxford Companion to Wine,
a quinta a chegar às prateleiras.
Q
uando era criança, adorava obras ‘OCW5’ não é nada comparado com o trabalho da
de referência. De que outra forma equipa editorial. No Reino Unido, temos a expressão
poderíamos dar sentido ao mundo? “como pintar a Forth Bridge”, que significa trabalhar
Em 28 volumes, a indubitável ‘The numa tarefa interminável (porque, assim que uma
Encyclopaedia Britannica’ tinha res- equipa de manutenção terminar de pintar toda a
posta para tudo, mas era bastante avassa- extensão da famosa ponte escocesa de 2,5 quilóme-
ladora. Os meus livros mais manuseados foram “The tros de comprimento, terá de começar novamente na
Observer’s Book of Birds” e “The Observer’s Book of outra extremidade). E assim foi para Julia Harding
Bird’s Eggs”, juntamente com “The Oxford English MW, que assumiu o papel de editora principal de
Dictionary”, que mantinha por perto enquanto lia. Jancis Robinson MW na quinta edição. No lança-
Quanto à idade adulta e ao mundo do vinho, existirá mento do livro, Julia revelou que, assim que a quarta
um livro mais prático do que o apropriadamente cha- edição foi impressa, em 2014, criou um arquivo para
mado ‘The Oxford Companion to Wine?’ registar possíveis atualizações do OCW5.
Editado por Julia Harding, Jancis Robinson e Tara Nada menos do que 65% das entradas da quarta
Q. Thomas, a mais recente – a quinta - edição, do edição foram atualizadas na quinta edição, que traz
'OCW5' (como é conhecido este trabalho de precisão 310 novas entradas. Com um peso de 3,2 kg., o novo
militar durante a sua gestação) foi publicada a 14 de bebé – um trabalho de amor – conta com 4.489 ins-
setembro de 2023. O leitor poderá ficar surpreen- crições e, pela primeira vez, ultrapassa um milhão
dido ao saber que fui conscrita - ou 'convocada para de palavras. Conhecendo a meticulosidade de Julia
o recrutamento' - em setembro de 2020! Mais uma e Jancis (para não mencionar os parâmetros dra-
vez, atualizei e elaborei as novas entradas de vinhos conianos dos editores), nenhuma palavra terá sido
tranquilos portugueses para o ‘OCW5’ com, devo desperdiçada nesta rigorosa enciclopédia de vinhos,
referir, o inestimável apoio de Frederico Falcão, presi- para a qual contribuíram 267 especialistas de todo o
dente dos Vinhos de Portugal. mundo. Alguns oriundos de lugares onde ninguém
O intervalo de três anos entre o pedido para teria pensado em ter uma inscrição quando com-
atualizar as entradas de Portugal e a publicação do prei a minha segunda edição, há cerca de 20 anos.
O sucesso do rosé
Whispering Angel pode
receber algum crédito
A Finlândia faz a sua estreia deixamos de aprender, ou rea-
no OCW5 graças às exigên- por inspirar o lucrativo prender, no dinâmico mundo do
cias das alterações climáticas, vinho.
rosé de Brad Pitt e
enquanto a entrada da Noruega Quanto às tendências do
aumentou de uma única frase Angelina Jolie e, mais vinho, com novas entradas
sobre um único vinhedo para 14 para ‘vinho natural’, ‘vinho
recentemente, de Kylie
frases, agora que a Associação laranja’ e ‘en rama’, a 4ª edição
Norueguesa de Viticultores tem Minogue. Adivinhou, do The Oxford Companion to
hoje bem mais de 100 membros. a quinta edição do The Wine reconheceu a mudança
da agulha trazida pelos vários
As novas tendências Oxford Companion sucessos comerciais para vinhos
to Wine segue essa mais frescos e ousados. Esta
O Oxford Companion to direção de viagem continuou
Wine nada mais é do que um tendência com uma nova e reflete-se na entrada acima
barómetro do que se passa no entrada para ‘vinho de mencionada para ‘zero-zero’
mundo do vinho. Aquando e uma para vinhos ‘glou-glou’.
do lançamento da obra, Julia celebridade’. Na mesma linha, para Portugal,
refletiu que, além de influen- adicionei novas entradas para
ciar a localização das vinhas, as mudanças climáticas ‘talha’ e ‘palhete’.
geraram muitas entradas vitícolas novas ou revistas. Whispering Angel, um dos poucos novos produ-
Por exemplo, as entradas relativas à gestão das sebes tores inscritos, destaca o enorme crescimento dos
e aos agroquímicos foram revistas à medida que a vinhos rosé, que agora são populares em todo o mundo
busca por maior sustentabilidade introduz práticas e durante todo o ano. Aquele rosé da Provença é apa-
alternativas e maior regulamentação. rentemente agora a marca mais vendida no mundo.
As novas entradas vitícolas impulsionadas pelas O seu sucesso desenfreado também pode receber
alterações climáticas incluem “morte celular dos algum crédito por inspirar o lucrativo rosé de Brad
frutos”, “onda de calor”, “incêndios florestais”, “viti- Pitt e Angelina Jolie e, mais recentemente, de Kylie
cultura regenerativa”, “plantio direto”, “antievapo- Minogue. Adivinhou, a quinta edição do The Oxford
transporação” e “compressão da colheita”, enquanto Companion to Wine segue essa tendência com uma
a entrada paradoxal referente ao ‘packaging’ ('gar- nova entrada para ‘vinho de celebridade’.
rafas de papel') refere-se a um produto leve desenvol- Um dos mais recentes e lucrativos negócios para-
vido por uma empresa britânica em 2020. lelos de celebridades envolve a venda de imagens
Outra nova entrada, “pegada de carbono do vinho”, para uso em assistentes de inteligência artificial (IA).
aponta para um mundo do vinho que é talvez um Cada vez mais utilizada na viticultura e na vinifi-
pouco menos hedónico e mais cuidadoso do que cação, a IA faz a sua primeira aparição na 5ª edição
no passado. Ou estarei a ser injusta com os nossos do The Oxford Companion to Wine. Sem dúvida, o
antepassados, cujos métodos mais simples, necessa- recurso a estas ferramentas gerará uma miríade de
riamente manuais e orgânicos (e que praticavam a material novo para a 6ª edição do livro, dando a Julia
cultura locavore, ou seja, comiam apenas o que era um arquivo volumoso de possíveis atualizações e
produzido localmente) teriam minimizado a pegada novas entradas para editar no devido tempo. Quem
de carbono? O regresso a tais métodos reflete-se em sabe, talvez uma equipa de escritores e editores de IA
novas entradas, como “vinho de baixa intervenção” e esteja envolvida na produção do OCW6. Em meados
(novo para mim) “zero-zero”, um termo para vinhos dos anos noventa, quando, coincidentemente, foi lan-
sem aditivos, especialmente sulfitos. çada a primeira edição do The Oxford Companion to
Por falar em sulfitos, Julia está determinada a trazer Wine por Jancis Robinson, eu trabalhava ainda como
maior precisão às entradas relacionadas ao dióxido litigante. Participei no primeiro caso de construção a
de enxofre ou anidrido sulfuroso, também para ser apresentado numa tela através de tecnologia de
enfatizar a distinção clara entre sulfitos e sulfuretos. CD-ROM para ajudar os advogados e o juiz a gerir
Permitam-se que levante o braço face à acusação de mais de um milhão de documentos. Hoje em dia, os
que os compostos relacionados com o enxofre têm motores de busca baseados em IA podem vasculhar
sido frequentemente escritos com mão preguiçosa. montanhas de dados com mais rapidez e precisão do
Agora estou a analisar quais os compostos de enxofre que qualquer advogado, por isso a noção não é tão
que são responsáveis por quais aromas, bons (peder- absurda. Veremos.
neira, trufa) e maus (ovos podres ou esgoto). Nunca
José Peñin é um dos mais influentes críticos e ‘wine writers’ de Espanha, responsável pelo primeiro guia de vinhos do país irmão,
o famoso Peñin, cuja primeira edição foi publicada em 1990.
N
unca fui um apaixonado da Syrah Sem dúvida, a Syrah é uma casta recorrente. Na pró-
espanhola. Esta casta mostra os seus xima edição 2024 do Guia Peñín, são contabilizadas
encantos no norte do Rhône, o seu 668 marcas com inclusão da casta no lote, enquanto
berço histórico de cultivo, tal como a apenas 131 são monovarietais.
Pinot Noir na Borgonha, as duas únicas No início dos anos 90, começou uma pequena
variedades no mundo que melhor expressam as suas febre em Espanha pelo cultivo desta variedade como
origens históricas. Seduzem-me mais a Pinot Noir na alternativa a Tempranillo para lotes. Houve um certo
Borgonha e Syrah no Rhône. Estas duas castas culti- cansaço da cepa riojana e o resultado foi melhor. Esta
vadas no resto do mundo oferecem excelentes vinhos, variedade espalhou-se esmagadoramente pela cálida
mas sem a definição varietal francesa, são vinhos geografia espanhola, pensando-se que era apro-
como se fossem de outras variedades. priada para altas temperaturas, como a Garnacha
Os predicados da Syrah no Rhône são a frescura e ou Monastrell, e não é o caso. Tem uma maturação
uma clara expressão varietal, fruto de um clima fresco precoce a média que responde bem nos lotes mas,
sem deixar de ser mediterrâneo. Por outro lado, no quando vinificada a solo perde - repito - o seu perfil
meu país, com temperaturas mais elevadas, torna-se aromático devido às altas temperaturas ibéricas, pois
uma vinífera que, embora seja melhor para lotes que amadurece muito rapidamente, dissipando um pouco
a Tempranillo, não proporciona vinhos grandiosos. a sua identidade varietal.
Existem dois pólos da Syrah: o opulento, escuro, Os melhores que são feitos em Espanha seguem
carnudo e robusto que define o modelo australiano, a tendência australiana onde o trabalho foliar é
mas longe da expressão mineral do Rhône, cujos decisivo para garantir que, além de proporcionarem
vinhos são mais leves, um pouco menos intensos na vinhos mais corpulentos, densos e esféricos, lhes
cor, expressivos, secos, minerais e algo balsâmicos. seja dada a complexidade cristalizada que também
Neste sentido, não vi nenhuma marca espanhola é possível em maturação elevada - o que não é
com este estilo pois é difícil captar o carácter desta pouco - mas sem a expressão e a elegância balsâmica
casta, porque a maioria destes apresenta notas de dos Hermitage ou Côte-Rôtie. Além disso, mesmo
fruta madura. Os seus cachos passam rapidamente de nas zonas meridionais do Rhône e da Provença,
traços vegetais a um estado de maturação onde desa- costumam combiná-lo com castas tardias como
parecem aquelas maravilhosas nuances de violetas, Cinsault, Mourvedre (Monastrell em Espanha)
groselhas e ervas da montanha da Côte-Rôtie. É mais e Grenache, porque nestas zonas um pouco mais
eficaz em lote com vinhas de maturação mais tardia. quentes a Syrah perde um certo encanto.
J.A. Dias Lopes é considerado a referência do jornalismo gastronômico no Brasil. Foi diretor de redação das revistas “Gula” e
“Gosto”. Colabora em várias publicações do seu país e do exterior. É autor de 24 livros de crónicas sobre história da gastronomia.
A freira pecadora
Mariana Vaz Alcoforado, forçada a voto de clausura e traída por amor,
tem um papel central na doçaria conventual portuguesa.
H
á 300 anos através de uma janela. Desde
sério e queria acompanhá-
morria sere- os 11 anos, vivia enclausurada
namente no lo o regresso a França. no Convento da Conceição de
Convento de Beja, para onde fora enviada
Para Noël, porém, tratava-
Nossa Senhora contra a vontade, por decisão
da Conceição de Beja, no se de uma aventura paterna. Teve o mesmo destino
Alentejo, uma freira portu- fugaz. Mesmo assim, nas de inúmeras raparigas entre-
guesa da Ordem de Santa Clara, gues às instituições eclesiásticas
famosa por duas ousadias vésperas de regressar à por falta de maridos à sua altura
imperdoáveis no século XVII. pátria, prometeu voltar social ou do dinheiro familiar
Primeiro, quebrou o voto de necessário ao dote. Ele era o
castidade, apaixonando-se por para buscá-la. capitão de cavalaria francês
um garboso militar francês, que Noël Bouton (1636−1715),
recebia secretamente à noite na sua cela. Depois, futuro Senhor e Conde de Saint-Léger e d'Ennery,
porque escreveu ao amante, assim que ele a deixou, Senhor d'Osny, Dennevy e Saint-Gilles e Marquês
as cinco mais belas cartas de amor da literatura sen- de Chamilly. Havia completado 28 anos de idade.
timental: as “mulheres de bem” não se expunham Servia no regimento enviado por Luís XIV
tanto. Transformadas em livro, originaram um de França para ajudar Portugal na Guerra da
romance epistolar que até hoje surpreende pela lin- Restauração (1640−1668), contra a Coroa de
guagem, lirismo e alta qualidade. Castela, que pôs fim à União Ibérica e restabeleceu a
Chamava-se Soror (tratamento antigo dado às autonomia do trono lusitano. Mariana encantou-se
freiras) Mariana Vaz Alcoforado (1640−1723), era com o estrangeiro, apaixonou-se, levou o romance
moça adorável e estava com 24 anos de idade no a sério e queria acompanhá-lo o regresso a França.
período do romance, iniciado em 1664 com olhares Para Noël, porém, tratava-se de uma aventura fugaz.
Q
uando o tema é Vinho do Porto, perante silvestres complementares, desperta-lhes os sentidos
um potencial novo consumidor ou um e permite-lhes encontrar paralelismos de interpre-
renitente regressado a esta esfera de tação com tintos portentosos que conhecem de
vinhos gosto de os confrontar com paragens do chamado Novo Mundo – a Califórnia à
uma de duas possibilidades: um Tawny cabeça.
20 Anos ou um Vintage de abor- A eventual empatia dependerá também sempre
dagem mais fácil. muito da forma como os vinhos são apresentados e
Reconheço à generalidade dos tawnies 20 Anos o Vinho do Porto, de uma forma geral, tem pecado
um equilíbrio quase perfeito entre doçura, textura, bastante em termos de comunicação. Se as catego-
complexidade e preservação de alguma frescura, pre- rias especiais têm suportado as notícias mais anima-
dicados importantes na hora da sedução. Facilmente doras dos últimos anos é urgente dar a conhecer ao
conquistam um leigo, por contraponto com os 10 público francês – importantíssimo segmento com-
Anos (onde a oscilação de perfis fica mais evidente prador, embora ainda muito preso às versões base
e a aguardente está mais exposta) ou os 30 Anos Ruby e Tawny – os grandes Portos que existem. Se
(indicação média de idade em que existe um salto as caves de Vinho do Porto continuam a ser porta de
muito notório em termos de camadas e complexidade entrada massiva de milhares e milhares de curiosos é
de estágio). As nuances de frutos secos, do melaço imperial dotar os guias de enoturismo de formação
e dos caramelizados rapidamente entra no goto sólida acerca da matéria e conseguir explicar de modo
de consumidores europeus, sobretudo os da bacia entendível ao comum dos mortais coisas tão básicas
mediterrânica, mais habituados a percecionar vinhos como sejam a quantidade de famílias/estilos de Porto
com algumas características oxidativas, fortificados que existem. Não menos relevante será terminar a
incluídos. respetiva visita com vinhos que possam ser realmente
Já os Porto Vintage novos, parte dos quais tem sedutores. Absolutamente decisivo será levar o Vinho
hoje uma abordagem mais fácil e imediatista, podem do Porto para terrenos extra sobremesa, o que não
ser facilmente contextualizados junto de públicos é fácil mas está também longe de ser impossível. E é
anglo-saxónicos. Sublinhar as notas de cereja e gro- aqui que continuo sem perceber por que razões não
selha vermelhas, chamar a atenção para os florais e se aposta mais nos vinhos do Porto brancos.
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O CÓDIGO PROMOCIONAL
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ESCOLHAS DO MÊSCLUBE DE REVISTAS
Para a Mesa
PA R A A
Esta quinta emblemática do universo Borges
A MES
tem como particularidade, desde logo, o facto
de ser a propriedade onde está plantada a maior
mancha de vinha contínua do Dão. São 74 hec-
tares em Nelas, adquiridos pela empresa, em
1995, onde pontifica um imponente e belíssimo
solar de finais do séc. XVII, o qual pertenceu a
João Sacadura Botte Corte-Real, enólogo res-
ponsável pelos estudos que delimitaram a Região
Vitivinícola do Dão em 1908.
Nos solos granítico-arenosos, plantados a 350
metros de altitude, pontificam variedades como
Touriga Nacional, Tinta Roriz, Trincadeira, Jaen
e Alfrocheiro, nas tintas, e Encruzado, Malvasia
Fina, Bical e Fernão Pires nas brancas.
Hoje parte do grupo José Maria Vieira, a
Borges tem sabido oferecer ao mercado vinhos
de enorme relação qualidade/preço, como este
tinto, já um clássico da região, elaborado com
base nas castas Touriga Nacional (55%), Jaen
(20%), Alfrocheiro (15%) e Tinta Roriz (10%).
Para dar muito prazer desde já, é uma escolha
acertada para pratos de tacho de carne e ideal
para jantares entre amigos.
89
Quinta de São Simão da Aguieira 2020
Dão / Tinto / Sociedade dos Vinhos Borges
—
Cor cativante, aromas intensos onde se realça as
notas frutadas. Frutos vermelhos, maduros, notas
florais a complementar. Ligeiro especiado. Sabor
seco, taninos presentes, algo irreverentes, frutado
e especiado. Madeira suave. Bom corpo e final
apetecível. RT
Consumo: 2023-2032
8,79€ / 16ºC
Fernão Pires
de vinhas velhas
Fernão Pires de vinhas velhas do Tejo em solos de xisto? Sim, existe. A Encosta do Sobral
tem-nos habituado a vinhos originais, e este é um exemplar de guarda.
A C AV
damente tornou-se uma referência na fileira
nacional dos vinhos. Com a aquisição da Encosta
do Sobral, em 2019, na sub-região de Tomar,
uma área de transição do Bairro com as Beiras a
norte do Tejo, a empresa encontrou uma segunda
versão do Douro, em 45 ha. com solos xistosos
em declives pronunciados a que se juntam outros
15 alugados – sobretudo de vinha velha.
Cumprido um período de transição, com
Pedro Sereno no apoio aos enólogos Frederico
Vilar Gomes e Marco Crespo – que leva hoje
quase duas décadas de casa -, os investimentos
na recuperação das vinhas e na remodelação e
renovação da adega foram passos essenciais para
a nova vida da propriedade.
Entretanto chegou ao projeto dupla Jorge Rosa
Santos e Rui Lopes, que procura explorar o mais
característico destas vinhas. No caso em apreço,
Fernão Pires, a casta branca mais emblemática
da região, que se presta a uma grande plastici-
dade e prova neste exemplar ser bem mais do que
uma mera variedade de rendimento e perfume.
92
Encosta do Sobral Grande Reserva
Vinhas Velhas Fernão Pires 2021
Regional Tejo / Branco / Encosta do Sobral
(Santos & Seixo)
—
Nariz de elegância desde o início. Revela
ambição pela fruta de qualidade, madeira subtil
e profundidade. A estrutura de boca é notável,
penetrante e fresca, espalhando forte sensação de
mineralidade. Para pratos refinados, e com muita vida
pela frente. MM
Consumo: 2023-2035
29,90€ / 11ºC
VINHOS DO PORTO
E DO DOURO
TESOUROS
PARA DESCOBRIR…
E APAIXONAR-SE!
95 95 93 93 92
Costa Boal Scala Coeli Alicante Aleixo Baga Grande Soalheiro Nature Pur Ameal Solo Único
Homenagem Grande Bouschet Reserva Reserva 1997 Terroir 2020 2022
Reserva 2015 2017 Bairrada / Tinto / Real Regional Minho Vinho Verde / Branco
Douro / Tinto / Costa Regional Alentejano Cave do Cedro / Espumante / / Esporão - Quinta do
Boal Family Estates / Tinto / Fundação 45,00€ /16ºC Vinusoalleirus Ameal
90,00€ /16ºC Eugénio de Almeida — 20,00 € /8ºC 15,00 € /11ºC
— 99,99€ /16ºC Granada translúcido. — —
Púrpura. Notas florestais — Nariz terciário de muita Palha dourado intenso, Aromas frescos e
secundadas por tentadoras Notas de fruta negra, floresta, tinta da china, bolha finíssima, regular. expressivos a flor de
expressões de cereja chocolate, cacau, grãos algum couro e pimento. Aromas de folha de louro laranjeira, clementina e
vermelha, romã e folha de café, cravinho, tosta de Tanino ainda bem vivo, seco, pastelaria, fruto raspa de lima. Na boca é
de tabaco. O tanino está grande nível, liquorice. Na excelente acidez em fundo, cristalizado, nota de barro. seco e cítrico, untuoso,
domado pelo tempo, boca é voluptuoso, carnudo, suavidade estrutural e um Seco, delicado e cremoso, a bom volume e com acidez
o volume afinado em amplo e texturado, com final que perdura. Que bela mousse é subtil e elegante, vibrante a dar-lhe imensa
elegância, há um aprumo tanino firme e acidez de evolução! JJS acidez crocante a suportar frescura e persistência.
estrutural notável. Termina grande nível a calibrar a o volume. Padaria e NGVP
persistente e altivo. intensidade alcoólica. fermento no aroma de boca,
com nota amendoada no
final. MB
b b
A escolha de s A escolha de ires
José João Santo Nuno Guedes Vaz P
92 92 91 91 91
Casal das Aires Pinot Valle Pradinhos Chocapalha Reserva Quinta dos Termos Tapada de
Noir 2021 Reserva 2022 2022 Vinha das Colmeias Coelheiros 2020
Regional Tejo / Tinto / Regional Transmontano / Regional Lisboa / Branco Reserva 2020 Alentejo / Branco /
Pine Nuts Vines & Wines Branco / Maria Antónia / Casa Agrícola das Beira Interior / Tinto / Tapada dos Coelheiros
39,90€ /16ºC Pinto de Azevedo Mimosas Quinta dos Termos 30,00€ /11ºC
— Mascarenhas 15,50€ /11ºC 15,00€ /16ºC —
Rubi translúcido. Nariz 18,50 € /11ºC — — Florais num primeiro
apelativo e "sui generis" — Nariz com pedigree, Rubi, rebordo cereja. ruta instante, seguidos de
a fruta vermelha (bagas Amarelo palha. Aromas vivacidade e precisão de silvestre e bagas azuis a pêssego, líchia e fumo de
de groselha, romã), cítrico elegantes a tomilho fruta, cítricos à cabeça, surgirem a par de notas barrica. Amplo e untuoso,
de bergamota, ligeira fresco, flores de pétala herbal e pederneira. de flores brancas, líquen com texturas e volume
especiaria branca e branca, raspa de limão, Discretíssima madeira. e especiarias nobres. seguros pela boa acidez.
apontamentos de toranja. flor de laranjeira, nêspera Ótima concentração no Bom volume, acidez bem Preciso e com sentido de
Na boca é igualmente e nectarina. Na boca é palato, mas sem peso, muita doseada, em equilíbrio com lugar, tem final persistente
fresco e cítrico, com acidez delicado, harmonioso, acidez da boa, levando a o tanino granulado. A fruta e perfil clássico. Pode
de grande nível e tanino persistente, com acidez um final longo, refrescante ressurge no aroma de boca, guardar. JJS
muito bem desenhado. Um irrepreensível e final e salino. Tem vista para o terminando com leve toque
tinto do Tejo surpreendente. prolongado. LC futuro. apimentado, a prolongar o
fim de prova.
b b b
A escolha de A escolha de A escolha de
Luís Costa Manuel Moreira Marc Barros
89 89 89 88 88
Monte dos Pegos Porrais Signature QSB Chardonnay Rovisco Garcia 2022 Talabira do Algarve
Vinhas Velhas 2022 2021 Reserva 2020 Regional Alentejano / by Casa Santos Lima
Regional Alentejano / Douro / Tinto / Regional Lisboa / Branco Branco / Herdade do Premium 2021
Tinto / H. UVA Sociedade Agrícola / Sociedade Agrícola Monte Novo e Conqueiro Regional Algarve / Tinto
5,99€ /16ºC Quinta de Porrais Cunha Folque 6,79€ /11ºC / Casa Santos Lima
— 15,99€ /16ºC 12,50€ /11ºC — 9,99€ /16ºC
Rubi. Aromas de mirtilo, — — Amarelo. Bom perfil —
amora, vapor de café, Aroma requintado e Dourado, laivos aromático, dominado pelos Aroma amplo e de algum
chocolate negro, gracioso, apesar da esverdeados. Fruto de aromas secundários, fruta acalorado, com fruta
apontamento de hortelã- juventude. Fruta vermelha caroço - pêssego, líchia. madura, pêssego, notas vermelha bem madura,
pimenta. Boca com frescura, limpa, especiarias suaves Toque de barrica. Untuoso tropicais. Bom volume, ameixa e morango, alcaçuz
elegância, tanino firme e e ervas aromáticas num e apimentado, de volume licoroso, acidez equilibrada, e toque a chocolate. Cheio
bem desenhado, acidez de todo de frescura. Na boca generoso e final persistente. linear e cítrica. Fruta doce na boca, paladar de boa
bom nível, final a condizer. o balanço é impecável, Pede gastronomia bondosa. no aroma de boca, a alongar intensidade, suave, taninos
LC estilo seco, parece leve, de JJS a prova, sem cansar. MB polidos, frescura suficiente
taninos polidos a mostrar-se e final apelativo a deixar
amigo da boa e variada vontade de voltar a ele. MM
mesa. MM
88 86 86 86 85
Três Bagos Crasto 2022 Herdade João Pires 2022 Quinta do Casal
Sauvignon Blanc Douro / Rosé / Quinta do Grande Colheita Regional Península de Branco Sauvignon
2022 Crasto Seleccionada Setúbal / Branco / José Blanc 2022
Regional Duriense / 10,60€ /11ºC Clássico 2022 Maria da Fonseca Tejo / Branco / Casal
Branco / Lavradores de — Regional Alentejano / 4,49€ /11ºC Branco
Feitoria Vinhos Cor salmão. Florais Branco / António Manuel — 7,99€ /11ºC
11,99€ /11ºC elegantes, cereja vermelha Baião Lança Verde limão. Aromas de —
e groselha nos aromas. pomar: laranja e lima. O
— 9,30€ /11ºC Amarelo esverdeado. Nariz
Equilibrado pela acidez, fundo remete para o chão, a
Aromático, mas sóbrio. — exuberante com notas de
combina volume e acidez é evidente, o sabor é
Notas vegetais, groselheira, Tom amarelo verdeal. maracujá, manga, ananás,
frescura. Termina bem, com bom e a textura é delicada.
tropicais, e até mesmo Citrinos frescos na primeira fisalis e raspa de lima.
amplitude. Leve-o à mesa. Muito bem elaborado,
aneto e funcho. Impressão olfação, abre para notas de Na boca é fiel ao registo
JJS facilmente convence. JJS
mineral na sensação a fruta amarela e pão tostado. aromático, mas seco e
pólvora. Em boca, tem Seco, acidez alta, direta, agradável, com acidez
firmeza e boa frescura no algo herbáceo no aroma de correta e suave vegetal. LC
corpo leve. Persistente, e boca a compensar a doçura
um toque salino no final, da fruta. Final médio, de
bem a jeito de bivalves. MM bom corpo, salivante. MB
Natural de Porto Alegre, Muriel Porfiro é uma das caras mais reconhecidas
da CNN Brasil, onde é pivot de informação há cerca de três anos. Dona de
uma simpatia e simplicidade desarmantes, esta jornalista esteve recentemente
entre nós para as gravações de uma série dedicada a Portugal, intitulada
Descobrindo Portugal, no âmbito da CNN Séries Originais.
De norte a sul, passando pelas ilhas, este conjunto de quatro episódios, que
conta com a produção da revista Gula, vai mostrar ao Brasil o melhor do
património e cultura, da natureza e história, sem deixar de lado, claro, o vinho
e a gastronomia nacionais.
dicas
Diz-se que, sendo uma casta com
presença natural na sub-região
do Lima, foi primeiramente
identificada por Lobo (1790) e
1.
Gyrão (1832) nas “sub-regiões de
Porto, Penafiel e Basto”. Hoje, é
recomendada em todas as nove
sub-regiões dos Verdes.
2.
Espadeiro Redondo em Monção,
Bogalhal ou Olho-de-Sapo nas
terras de Basto, ou mesmo por
Azedo, Borraço e Morraça…
BorraÇal 3.
e acidez málica e total elevada,
podendo ultrapassar 11g./L..
Apresenta ainda elevada
sensibilidade do mosto e vinho à
oxidação.
De acordo com os dados do Anuário do IVV, a casta Borraçal, cuja memória nos
remete para a região dos Vinhos Verdes e um estilo de viticultura cada vez mais em Desconhecemos a presença no
desuso, reúne menos de 1% do encepamento nacional e, numa análise mais fina, repre- mercado de vinhos desta casta
senta menos de 1% dos 24.371 hectares da região dos Vinhos Verdes. Se Jorge Bohm em estreme. No entanto, é comum
aponta para uma superfície vitícola atual de 1.275 ha., a Comissão dos Vinhos Verdes encontra-la em lote, com Vinhão,
resume essa presença a pouco menos de 90 hectares. Incongruências… Espadeiro ou outras castas
A variedade é, porém, um bom exemplo de como novas práticas vitícolas podem ter menos referenciadas, em tintos e
um efeito pernicioso sobre a variabilidade genética das castas e conduzir à erosão do rosés: Constantino Ramos usa-as
rico património nacional (neste caso, regional). Assim, a introdução do enxerto pronto e
nos seus tintos Zafirah e Juca,
Anselmo Mendes no seu pouco
o abandono de práticas culturais antigas (muitas delas a recuarem aos Descobrimentos,
extraído Pardusco, o Tal da Lixa
com a introdução de culturas como milho e feijão, que remeteram a vinha para a bor-
é já uma referência, tal como o
dadura) levaram ao afunilamento varietal. Já Cincinnato referia, no início do século XX,
tinto da Adega de Ponte de Lima,
ser a casta “vulgarmente cultivada em árvores, pelo sistema das uveiras ou vinhas de
sem esquecer o espumante tinto
enforcado”.
4.
da Quinta do Tamariz (este sim,
A casta Borraçal foi uma das três variedades tintas, juntamente com Espadeiro e monovarietal), ou rosés como
Vinhão, que ganhou predomínio. Hoje, os trabalhos da Porvid permitiram proceder à Casal Garcia ou o 80’s em lata da
seleção de 12 clones, com previsão do ganho de rendimento de 16,9%. Barcos Wines…
Bolo de MaÇÃ
Sobremesa requintada que pede
um Porto elegante e aromático
CLUBE DE REVISTAS
NA MESA
A RECEITA DE
DANIELA CUNHA Entre as categorias especiais de
Vinho do Porto, os Tawny 20 Anos
destacam-se pela combinação entre
INGREDIENTES: elegância e volume, evolução e
. 450 g. de maçã juventude, tudo numa conjugação
. 150 g. de açúcar aromática plena.
. 340 g. de farinha
. 6 ovos
. 200 ml. de leite
. 30 g. de amêndoa
laminada para incorporar
na massa
. 20 g. de amêndoa
laminadas para decorar
. 1 colher de sobremesa de
fermento
. sumo de 1 limão
PREPARAÇÃO:
—
Vista Alegre Tawny Âmbar, com apontamentos acastanhados. Elegante e
aromático, devido ao prolongado envelhecimento em
4. Decorar com as restantes Limited Edition 20 Anos, madeira de carvalho, exibindo uma grande variedade
amêndoas laminadas e levar um Porto de nobreza… de aromas a frutos secos, como avelã e amêndoa,
sobressaindo as notas de canela e baunilha. Fresco e
ao forno pré-aquecido cerca
aveludado. Revela uma harmoniosa estrutura e grande
de 40 minutos. envolvência. Final longo e delicado. 40,00€ / 14ºC
A importÂncia
econÓmica do vinho
Numa altura em que o álcool conhece fortes pressões regulatórias e sanitárias, é bom tomar
consciência da importância que a fileira do vinho representa em termos económicos – para além das
questões ambientais e sociais que compõem a trilogia dessa palavra tão em voga, a sustentabilidade.
3,4 L.
PRODUÇÃO PER CAPITA MUNDIAL
(DADOS DE 2020) 0,42%
0,72% FATIA DO PIB NAS
0,04% VALOR DAS EXPORTAÇÕES DE EXPORTAÇÕES DE PORTUGAL
FATIA DAS EXPORTAÇÕES DE VINHO NO PIB DO CHILE
VINHOS NO PIB MUNDIAL A MAIOR DOS 11 PRINCIPAIS
30.000M€ PRODUTORES 1,04%
PESO DO VINHO NAS
EXPORTAÇÕES TOTAIS LUSAS
88%
276MM$ VOLUME DA PRODUÇÃO
IMPACTO ECONÓMICO DO QUE O PAÍS EXPORTA
VINHO NA ECONOMIA EUA 1.595M€
(DADOS DE 2022)
Sendo certo que a grande maioria dos números analisados reporta-se a 2020, período em
que o mundo conheceu um confinamento global, que perdurou em países que conheciam
uma trajetória ascendente na indústria, casos da China e outros mercados asiáticos, resulta
bem patente que da indústria do vinho dependem muitas famílias e a economia das regiões.
Argumentos de peso na hora de contrariar teses dogmáticas, preconceituosas e, não raras
vezes, descontextualizadas, no que se refere a temas de saúde pública.
Saber Servir,
Vender Melhor
Vinho do Porto
no paÍs
O CALENDÁRIO DE CURSOS É O SEGUINTE:
7 DE NOVEMBRO 20 DE NOVEMBRO
O Instituto dos Vinhos do Douro e do AVENIDA RESTAURANTE | LAGOS ESCOLA DE HOTELARIA E TURISMO
Porto vai desenvolver mais um ciclo de 14:30-16:30 DO PORTO | PORTO
formações por todo o país — 09:30-11:30 | 15:30-17:30
8 DE NOVEMBRO —
O Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto, I.P. ESCOLA DE HOTELARIA E TURISMO 21 DE NOVEMBRO
(IVDP) vai desenvolver mais um ciclo de formações, inti- DO ALGARVE | FARO AEP - ASSOCIAÇÃO DE ESCANÇÕES
tulado Saber Servir, Vender Melhor, um pouco por todo
09:30-11:30 | 15:30-17:30 DE PORTUGAL | LISBOA
o país. O curso, gratuito, pretende qualificar os profissio-
nais do canal Horeca quanto à importância do serviço — 09:30-11:30 | 15:30-17:30
do Vinho do Porto, bem como dotar estes profissionais 13 DE NOVEMBRO —
das competências que lhes permitam um correto acon-
MAR D'AR AQUEDUTO HOTEL | 22 DE NOVEMBRO
selhamento sobre Vinho do Porto e, desta forma, um
atendimento mais completo e rigoroso. Como resultado ÉVORA ESCOLA DE HOTELARIA E TURISMO
final, pretende-se que, com estas ferramentas, os profis- 09:30-11:30 | 15:30-17:30 DE SETÚBAL | SETÚBAL
sionais do setor obtenham melhores resultados ao nível — 09:30-11:30 | 15:30-17:30
de vendas.
Os conteúdos programáticos, ministrados por
13 DE NOVEMBRO —
Certified Port Educators, são descritos em cinco items: EFTA - ESCOLA DE FORMAÇÃO 28 DE NOVEMBRO
1. IVDP – Principais atribuições/certificação; 2. História PROFISSIONAL EM TURISMO DE ESCOLA DE HOTELARIA E TURISMO
– Resenha histórica da criação do Vinho do Porto; 3.
Região – Breve caracterização de toda a região; 4. Estilos
AVEIRO DO OESTE | CALDAS DA RAINHA
de vinho – Definição e caracterização dos diferentes 09:30-11:30 | 15:30-17:30 15:30-17:30
tipos de Vinho do Porto; 5. Prova de Vinhos – Prova de — —
seis estilos de vinhos.
14 DE NOVEMBRO 28 DE NOVEMBRO
A formação conta ainda com uma componente prá-
tica, a qual incide sobre a importância do serviço cor- HOTEL CONVENTO DE S. PAULO | ESCOLA DE HOTELARIA E TURISMO
reto (incluindo temperaturas de serviço e guarda, con- ESTREMOZ DE COIMBRA | COIMBRA
dições e práticas de guarda, a importância do copo) e
09:30-11:30 09:30-11:30 | 15:30-17:30
possíveis harmonizações gastronómicas. Com duração
de duas horas, o curso será ministrado por formadores — —
experientes e é direcionado para estudantes e profissio- 14 DE NOVEMBRO 4 DE DEZEMBRO
nais no ativo do setor da restauração, hotelaria e bar. No TOMBALOBOS RESTAURANTE | ESCOLA DE HOTELARIA E TURISMO
final, ser-lhes-á atribuído um certificado digital de parti-
cipação emitido pelo IVDP, I.P.
PORTALEGRE DO PORTO | PORTO
Os lugares são limitados, pelo que será organizada 15:30-17:30 09:30-11:30 | 15:30-17:30.
mais do que uma sessão na mesma data. A inscrição é —
gratuita e pode ser feita em
20 DE NOVEMBRO
https://bit.ly/formacaovinhodoporto
AEP - ASSOCIAÇÃO DE ESCANÇÕES
DE PORTUGAL | LISBOA
09:30-11:30 | 15:30-17:30
Fiel ao seu espírito experimentalista, São Luiz Winemaker´s Collection decidiu ir mais longe.
Como tal, criou três vinhos totalmente distintos, mas com a particularidade de serem provenientes
de uma mesma casta minoritária no Douro, que se destaca pela sua raridade
e que fazemos questão de preservar.
Da casta Rufete, surge um Trio nunca antes visto, que o irá surpreender
numa edição limitada de apenas 1.100 caixas com os três vinhos.
Um Tinto leve e fresco de cor granada, com aroma a frutos do bosque e com especiarias finas
enaltecidas pelo estágio em cascos de castanheiro. Um Branco com aroma complexo, fresco e floral,
elegante e cremoso, com um toque de líchias e acidez viva no final. Um Rosé de cor salmão pálido,
fresco, longo e complexo, com aromas florais doces, que nos lembram pétalas de rosas e cerejas.
Pobeira
com “b”
O nome não engana. É do norte, é da Póvoa de
Varzim e faz gala disso mesmo. Mas não se fica pela
região e tem mundo. A Cerveja Pobeira chegou
recentemente ao mercado mas a solidez do projeto
promete trazer-lhe dias e anos bons pela frente. A
Revista de Vinhos entrevistou os dois fundadores,
provou a referência que têm no mercado e descobriu
mais sobre a nova cerveja que chega já este mês.
São ainda jovens mas a consistência de e terá, a meados deste mês de novembro,
pensamento e o pragmatismo de empresá- uma novidade. “Com o outono, vamos lançar
rios já lá estão. Edgar Gonçalves, de 29 anos, uma Stout que era já um desejo que tínhamos.
e Artur Giesteira, de 30, ambos poveiros de Uma cerveja preta que combina bem com o
gema, são os fundadores da Cerveja Pobeira. tempo mais frio e é simultaneamente um estilo
Trata-se de uma marca relativamente jovem com um consumo significativo em Portugal”,
no mercado mas que tem raízes já solidificadas explica Edgar. Com a cerveja preta a juntar-se
não apenas temporalmente mas também geo- à Beach Lager, as outras referências da Pobeira
graficamente. Comecemos por esta última. são edições limitadas e sazonais, produzidas
“Gostamos muito de viajar e foi isso mesmo que “in-house”. Os pretextos para essas micropro-
fizemos durante o nosso período de estudos. duções vão desde um Halloween até à parceria
Primeiro em Erasmus, depois em algumas via- com as Conservas Minerva, da fábrica de con-
gens que fizemos juntos e mais tarde a traba- servas “A Poveira”. “É a segunda maior marca
lhar na Suíça”, começa por contar Edgar. Essas nacional deste tipo de indústria. As conservas
viagens serviram não apenas para conhecer são um ‘pairing’ perfeito para a cerveja, em
outros destinos e culturas como também para particular com a Lager”, explica Artur. O pack
começar a conhecer o mundo cervejeiro. A inclui cinco conservas (atum, cavala, bacalhau, Com uma escala de garagem
Heineken Experience, em Amesterdão, ou uma sardinha e patê de atum) e oito garrafas da
Eurotrip pelo leste da Europa foram a base de Pobeira Beach Lager, com um custo de 33€. mas um método profissional,
aprendizagem e inspiração para o que viria Ainda este ano, também em novembro, será surgem as primeiras receitas,
mais tarde. Artur Giesteira, já a trabalhar na lançado um pack de Natal.
Suíça, na Carlsberg, decide fazer um curso no
precisamente no período da
prestigiado Institute of Brewing & Distilling e foi Todas as produções da Pobeira podem ser pandemia que permitiu a
precisamente na garagem de Artur, na Póvoa encontradas, desde logo, na loja online, em
de Varzim, que as primeiras experiências de cervejapobeira.pt. Mas também em bares,
ambos, a trabalhar fora,
produção de cerveja começaram a ser feitas. hotéis, restaurantes e até em salões de beleza. regressar à Póvoa de Varzim.
“Investimos num equipamento que fosse de “Estamos maioritariamente na Póvoa de Varzim,
pequena escala mas já suficientemente pro- em cerca de 40 espaços, e em mais cinco
fissional. Por exemplo, permitia-nos fazer car- cidades. Temos também a nossa loja física, no
bonatação forçada e enchimento por contra- Centro Póvoa Empresas e já fizemos envios
-pressão, algo mais habitual em equipamentos para cinco distritos e também para Espanha”,
superiores”, explica Artur. conta Edgar. Todos os pontos de venda da cer-
PR O GR A M A
P R OVAS C OME NTA DAS 2023
1 Vinhos Verdes: 9 Beira Interior:
grandes brancos vinhos de território
da última década
10 50 Anos Esporão:
2 do Alentejo ao Douro,
Em busca do terroir: Cortes de
Cima e Domínio do Açor do Porto ao Vinho Verde
/ ÁGUA OFICIAL
CLUBE DE REVISTAS
SPIRITS & MIXOLOGYCLUBE DE REVISTAS
Porque para lá do vinho há muitos outros blends que merecem a nossa atenção.
160 anos
da Martini:
o vermute
estÁ de volta
ELIXIR Nº 160
. 45 ml Martini Riserva Speciale Ambrato
. 10 ml de Licor St-Germain
DECORAÇÃO:
. Flores comestíveis
MÉTODO:
. Num copo com gelo, misturar
todos os ingredientes.
. Decorar com flores comestíveis.
DECORAÇÃO:
. Rodela de pêssego branco
MÉTODO:
. Num copo de vinho ou num copo
balão com gelo misturar todos os
ingredientes. Decorar com uma
rodela de pêssego branco.
QUINTA DE
SÃO BERNARDO
Construída em 1756, a casa da Quinta de São Bernardo já existia Além dos DOC Douro, Pedro Pinto criou também um espumante
quando a linha do Douro foi concluída e ali ficou, perfeitamente rosé feito a partir de Touriga Nacional e Tinta Roriz. O Vinho do
encaixada entre o comboio e o rio. Porto não faz parte do portfólio mas nem por isso se sente a sua
Mas a história que se vive hoje começou em 1912, altura em que a falta, pois os anfitriões fazem questão de dar a conhecer os melhores
casa chegou às mãos da família Vagaroso. E de facto, o tempo passa Portos da região na sua loja e nas experiências vínicas.
devagar na Quinta de São Bernardo Winery & Farmhouse. A prova que aqui se organiza, não é uma prova comum. Diogo e
As vinhas e o vinho sempre fizeram parte destas terras, sendo Pedro sentiram desde o início que, para o visitante verdadeiramente
que a uva era maioritariamente vendida. De geração em geração, o entender o néctar do Douro, não bastava degustar, tinha que se criar
negócio começou a evoluir, até se construir uma adega para garantir uma experiência mais imersiva.
a produção e engarrafamento com marca própria. Sempre liderada pelo enólogo, a prova tem duração de três horas
Em 2011, Diogo Monteiro – geração mais nova – e Pedro Pinto – e nove vinhos em que se explica os trabalhos na vinha, todo o pro-
enólogo – juntam-se ao projecto, ganhando a nova vida que ainda cesso enológico, enquadramento histórico da região e, finalmente,
hoje se vive ali em Barqueiros, Mesão Frio. como provar vinho de forma a descobrir qual o estilo favorito de
Diogo é natural do Porto e lembra-se de passar verões de infância cada visitante.
na casa do avô Valdemar. Nunca pensou que nessa mesma casa de O nome do restaurante “Farm to Table” já diz muito da cozinha
férias iria fixar residência juntamente com a sua mulher Marcella e que aqui se pratica. Produtos locais e sazonais inspiram os menus
filhos. diários do Chef Miguel Vilela - pratos “de conforto”, como cabrito
Quando os vinhos da casa se deram a conhecer além Douro, assado com arroz, robalo com cuscos de Vinhais ou até opções vege-
começaram a chegar curiosos de todo o mundo para descobrir a sua tarianas.
origem. Foi quando jovem casal percebeu que tinha de criar condi- As refeições são harmonizadas com os vinhos da casa, depen-
ções para receber os visitantes da melhor maneira - assim nasceu o dendo dos pratos do dia. Alguns que melhor expressam este terri-
enoturismo na Quinta de São Bernardo. tório à beira rio são o São Bernardo Alecrim branco, feito de Vinhas
A partir de uma sala de provas e loja Diogo, arquiteto de formação, Velhas, que nos sugere o alecrim espalhado por toda a quinta ao
avançou para a remodelação da casa toda criando uma farmhouse mesmo tempo que nos revela corpo e volume de boca.
com 9 quartos, um restaurante, piscina e, mais recentemente, ginásio Nos tintos, é incontrolável o São Bernardo 2012, também de
com spa. Um ambiente moderno e de luxo mas ao mesmo tempo Vinhas Velhas, onde as notas de fruta preta, mas também de lareira
acolhedor e familiar. e cabedal, nos mostram a excelente longevidade dos bons vinhos do
Não foi só a casa de campo que passou por esta transformação, o Douro.
negócio do vinho também foi todo repensado. A quantidade diminui, Quando o tema é enoturismo, não faltam atividades para todos
a qualidade aumentou e os novos rótulos revelaram a fachada da os gostos. Além de passeios pela vinha de bicicleta ou de buggy, os
farmhouse e uma lebre, animal que se avista com frequência por visitantes podem andar de caiaque no rio ou mesmo de barco, saindo
entre as vinhas. do cais privado da quinta. Quando o tempo convida mais ao interior,
Entre esta quinta no Baixo Corgo e a Quinta da Água, no Cima pode optar por relaxar no Spa ou aproveitar a Sala da Família, com
Corgo, dos mesmos proprietários, estão 60 hectares de vinha, lareira, biblioteca, snooker e jogos de tabuleiro.
incluindo uma parcela com 93 anos de idade. Atualmente existem 14 Diogo afirma com orgulho que a Quinta de São Bernardo é “a casa
referências de vinho disponíveis. de férias dos nossos hóspedes”.
Entre a linha de
comboio e o rio
Douro, a Quinta de
São Bernardo tem a
localização perfeita
para os amantes desta
região de vinhos.
CONTACTOS
QUINTA DE SÃO BERNARDO
CAMINHO DO RIO 33, VILA JUSÃ,
MESÃO FRIO 5040-428
E-MAIL: HELLO@QUINTADESAOBERNARDO.COM
TELEFONE: +351 967 293 773
(CHAMADA PARA REDE FIXA NACIONAL)
CLUBE DE REVISTAS
Diogo Monteiro e Pedro Pinto
COMO CHEGAR
Partindo do Porto
Î a viagem tem duração
aproximada de hora e meia
Î saia do centro da cidade em
direção à A4 Vila Real
Î mantenha-se nesta estrada
por 30 minutos até à saída 18 para
Régua/Mesão Frio
Î siga pela N101 e N108 passando
por Vila Jusã e Barqueiros, a Quinta
de São Bernardo fica à sua direita,
entre a linha de comboio e o rio
Desde Lisboa
Î o percurso dura quatro horas
Î siga pela A1 Norte até convergir
com a A41 CREP para Vila Real
Î já na A4, tome a saída 18 para
Régua/Mesão Frio
Î deste ponto, confira as
indicações acima descritas
SUGESTÕES EXTRA
Museu do Douro
Existem muitas formas de se aprender sobre
vinhos e uma delas é, efetivamente, fazer
enoturismo numa quinta. Outra, é visitar
um museu. O Museu do Douro, na Régua, é
uma imersão na história do vinho da região
demarcada e regulamentada mais antiga do
Mundo. De forma dinâmica e interativa, fica
a conhecer melhor todas as curiosidades
da vinha e das pessoas que a trabalham,
assim como tradições vitivinícolas ao longo
de séculos e que fazem do Alto Vinhateiro
Douro, Património da Humanidade.
PREÇOS EXPERIÊNCIAS
. PROVA SIMPLES SEM RESERVA 12,50€/PESSOA Visita à adega com prova de vinhos.
. VISITA E PROVA “ASSINATURA” 60€/PESSOA Alojamento com nove quartos, restau-
. REFEIÇÃO NO RESTAURANTE COM . HARMONIZAÇÃO rante, piscina, ginásio e spa. Atividades de
DE VINHOS A PARTIR DE 85€/PESSOA
exterior: caiaques, passeios de barco com
. QUARTO DUPLO COM PEQUENO-ALMOÇO A PARTIR
DE 300€/NOITE piquenique a bordo, tour pelo Douro e
suas quintas com motorista privado.
QUINTA DE
SANT’ANA
UM CAPÍTULO FELIZ SOBRE LISBOA
CLUBE DE REVISTAS
Q U I N T A D E S A N T ’A N A
Visitar a Quinta de Sant’Ana, propriedade que de Sant’Ana ficou famosa, mas foi uma boa estreia, pois
remonta ao ano de 1660, junto à Tapada de Mafra, os vinhos passaram de extremamente rústicos para
antecipa já, com o seu romântico cenário tipo “villa bastante agradáveis e o projeto oficial foi lançado em
italiana”, o que vamos encontrar: uma quinta onde os 2004. Um ponto de inflexão na história dessa quinta
donos residem e colocaram todo o suor e paixão para secular foi a contratação, nesse mesmo ano, de um
edificar uma história de vida, ligada à agricultura. jovem enólogo de 24 anos chamado António Maçanita,
Cada pormenor, do cultivo biológico de flores, da apenas saído da universidade, indicado por um amigo
produção do mel, das vinhas meticulosamente cuidadas viticultor de James, o falecido David Booth.
em posições colinares, da arquitetura e decoração do Quem conhece a força da natureza que é António,
casario, da capela, do pátio central, tudo é inspirador, pode facilmente imaginar quão longe chegaria esse
sente-se mesmo dentro de um filme. Não é por acaso trio: um dos mais talentosos enólogos de Portugal,
que tantas pessoas, muitas vindas de muito longe, um casal apaixonado e comprometido de agricultores
vêm celebrar matrimónio nesse ambiente onírico, que a construir a vida na quinta, e um terroir oceânico-
poderia estar na Toscânia ou na Provença mas, para -calcário de imensa qualidade. O percurso, como é
nossa sorte, está na região vitivinícola de Lisboa. normal, teve altos e baixos, acertos e erros, aprendiza-
A histórica quinta do séc. XVII foi adquirida pelos gens de António e James. Aconteceu num momento de
pais de Ann, Gustav e Paula von Fürstenberg, originá- mudança de paradigmas no mundo do vinho, daqueles
rios da Vestfália, no ano de 1969. Viram que, além da extremamente potentes, técnicos e de castas inter-
agricultura e de um bom sítio para construir um futuro nacionais, para vinhos menos manipulados, expres-
para a família, aquelas colinas condicionadas pela pro- sivos do terroir, valorizadores das castas autóctones,
ximidade do oceano, a 12 quilómetros em linha recta, e dotados de frescura e elegância. António sorri quando
também pela frescura da Serra de Mafra, poderiam ori- admite que arrancou bastante Castelão da quinta nesse
ginar bons vinhos. A produção da quinta, que outrora processo de aprendizagem e de reflexão do que é a
chegou aos 80 mil litros de vinho rústico, camponês, região vitivinícola de Lisboa.
estava mesmo em baixa, quase parada, mas Gustav
e Paula trataram de limpar o terreno, preparar a sua Lisboa, autêntica e emocionante
drenagem, para instalar um vinhedo condizente com o
seu inequívoco potencial. As vicissitudes de 1974 pos- A área plantada foi progressivamente aumentando
tergaram o sonho da família, ainda que, todavia, man- de 2005 em diante, até chegar aos atuais 12 hectares.
tiveram-se tão atraídos por aquela quinta, que nunca Das experiências de António Maçanita noutras regiões
deixaram de visitá-la pelo menos nos verões, a esperar e das suas viagens pelo mundo vieram castas interna-
por dias melhores e ensaiarem um regresso definitivo. cionais que se adaptam bem a climas frescos, como
Em 1992, o inglês James Frost, marido de Ann, Sauvignon Blanc, Riesling - essa não poderia deixar
conhece a quinta pela primeira vez. Crescido no de haver pela história da família von Fürstenberg, e
campo no sudoeste de Inglaterra e apaixonado por veio em dois clones, da Alsácia e de Geinsenheim, do
agricultura, os olhos de James brilharam na Quinta de Reno - e Pinot Noir, além de castas portuguesas como
Sant’Ana. Tal como os seus sogros, arquitetou com Ann Alvarinho e Verdelho. As variedades Touriga Nacional,
um plano de recuperação da propriedade e, também, Aragonez e Merlot testemunham esses anos de muita
um plano de vida familiar. Era chegado o momento aprendizagem e reflexões de António e James sobre o
de fazer florescer, literalmente, esta quinta de sonho. passado e o futuro da Lisboa vitivinícola.
Nas vinhas, apenas 3 ou 4 hectares sobreviventes na Se a região foi “a horta da cidade” e tinha o dever
altura, dominavam cruzamentos como Grand Noir e de entregar vinho como alimento em profusão, inclu-
também Castelão. Em 1999, o casal plantou 2,4 hec- sive às colónias, o fulgurante passado de denominações
tares de vinha nova, um pouco de Aragonês, Castelão e como Collares e Bucellas com dois “eles” ficou num
Fernão Pires. Não foram as castas pelas quais a Quinta tempo remoto.
95 92 88
Quinta de Sant’Ana Quinta de Sant’Ana Quinta de Sant’Ana 2022
Vinha do Marreco 2018 Late Harvest 2018 Regional Lisboa / Branco / Quinta
Regional Lisboa / Branco / Quinta Regional Lisboa / Colheita Tardia de Sant’Ana
de Sant’Ana / Quinta de Sant’Ana Limão médio. No olfato remete mais
Limão intenso com reflexos dourados. Âmbar claro. Um colheita tardia para o lado herbal e tónico da Fernão
Nariz avassalador, com redução de Riesling de grande qualidade e Pires, com goiaba e pimenta verde,
intelectual a conferir um lado fumado tipicidade, tanto da casta, como do e acenos calcários. Na boca é muito
de grande classe. O leque de aromas terroir calcário e oceânico. Alperce, interessante, a Arinto garante boa
vai das amêndoas tostadas ao mel, manga, mel de tília, notas de petróleo, tensão e reforça o lado sápido e
limão confitado, madeira exótica e maresia e de própolis. Acidez oceânico do vinho, em contraste com
brisa marinha. Austeridade e notável fenomenal a deixar a doçura no seu a untuosidade da textura.
persistência na boca salgada e lugar, eletricidade de sobra para Consumo: 2023-2026
elétrica. muitos anos de cave. 12,00€ / 11ºC
Consumo: 2023-2038 Consumo: 2023-2038 —
100,00€ / 11ºC 24,00€ / 11ºC
— — 87
Quinta de Sant’Ana 2022
94 91 Regional Lisboa / Rosé / Quinta
Quinta de Sant’Ana Ramisco Quinta de Sant’Ana de Sant’Ana
Non-Vintage (2015/2016) Forte do Picoto 2019 Salmão pálido, brilhante. Um rosé
Regional Lisboa / Tinto / Quinta Regional Lisboa / Branco / Quinta elegante e discreto, com aromas
de Sant’Ana de Sant’Ana pautados por bagas silvestres
vermelhas, pêssego e flores do
Rubi aberto. Grande dimensão Dourado na cor. Uma belíssima
campo. Na boca é muito equilibrado,
aromática. Profundo, extremamente prestação de Alvarinho no terroir de
prazenteiro, com fruta fresca e final
“savoury”, com frutas vermelhas, Mafra, super complexo, com aromas
levemente floral.
tomates secos e goji, Amaro italiano, que transitam da ameixa amarela e
e um lado umami e marinho que alperce às frutas tropicais como a Consumo: 2023-2025
não deixará ninguém indiferente. manga, e do mel ao mineral e maresia. 12,00€ / 11ºC
Salgado na boca, contrastante na Grande boca, dotada de riqueza
fruta madura e nos taninos finos, untuosa, bela acidez e salinidade do
com carga ácida para muitos anos de outro lado da balança.
guarda. Consumo: 2023-2031
Consumo: 2025-2040 22,00€ / 11ºC
50,00€ / 17ºC —
—
89
92 Quinta de Sant’Ana
Quinta de Sant’Ana Sauvignon Blanc 'Last
Arinto 2020 Vintage' 2021
Regional Lisboa / Branco / Quinta Regional Lisboa / Branco / Quinta
de Sant’Ana de Sant’Ana
Limão intenso, reflexos dourados. Limão brilhante. O forte carácter
Incrível nariz, dotado da austeridade varietal da Sauvignon Blanc cede
da Arinto, com notas de flores secas, espaço nesse vinho à expressão da
limão confitado e umami, tudo vinha. Há um subtil perfume de kiwi,
emoldurado por uma fina redução pera e flor de sabugueiro, mas o lado
fumada. Na boca é igualmente do giz e maresia revela-se numa
convincente, impactante, com notória camada acima, e confere uma boca
carga de ácidos e sais, a sugerirem salina e de excelente frescura.
uma boa guarda. Consumo: 2023-2029
Consumo: 2023-2035 16,00€ / 11ºC
31,00€ / 11ºC
@revistadevinhos
CLUBE DE REVISTAS
Q U I N T A D E S A N T ’A N A
90 93 94
Quinta de Sant’Ana Quinta de Sant’Ana Quinta de Sant’Ana
Riesling 2021 Riesling 2016 Riesling 2012
Regional Lisboa / Branco / Regional Lisboa / Branco / Regional Lisboa / Branco /
Quinta de Sant’Ana Quinta de Sant’Ana Quinta de Sant’Ana
Limão brilhante. Nariz muito clássico Limão de média intensidade. Limão intenso. Grande expressão
e bem conseguido da casta, com Um ano mais húmido gerou um da casta e do terroir da quinta,
notas florais e um sopro petrolado, perfil bastante complexo, dos esbanja pureza e precisão. O tempo
e também do terroir da quinta, citrinos maduros e confitados não passou por ele e os citrinos
com notas marinhas, de calcário com especiarias, pera e maresia. revelam-se frescos e temperados
e impressões mais botânicas. Ao O volume na boca é expansivo, pelo mar. A boca é calcária, de
entrar no palato o vinho mostra-se cortado por uma incisiva acidez e raça, a untuosidade plenamente
compacto, de bela acidez, uma mineralidade calcária e salina. equilibrada pela garra da acidez e
mineralidade e persistência. Consumo: 2023-2028 da sapidez final. Longa persistência.
Consumo: 2023-2033 38,00 € / 11ºC Consumo: 2023-2032
16,00 € / 11ºC — N.D. / 11ºC
— —
92
90 Quinta de Sant’Ana 88
Quinta de Sant’Ana Riesling 2014 Quinta de Sant’Ana
Riesling 2019 Regional Lisboa / Branco / Riesling 2009
Regional Lisboa / Branco / Quinta de Sant’Ana Regional Lisboa / Branco /
Quinta de Sant’Ana Limão intenso. Regido por Quinta de Sant’Ana
Limão com reflexos ainda verdeais. temperaturas amenas e mais Limão intenso. O primeiro ano do
Nesse ano tão precoce, o vinho humidade, temos aqui um Riesling agora famoso Riesling da Quinta
surpreende pelo seu lado puro, com os encantos da Botrytis, a de Sant’Ana, da vinha plantada
feminino, com flores brancas e pera, revelar drama no nariz, com fruta de em 2007. Essa garrafa já estava
além de mel de acácia, tudo num pomar em compota, cera de abelha um pouco cansada, oxidativa, mas
registo muito subtil. A boca não e um toque de caramelo salgado. ainda sente-se o lado salgado tão
deixa de ser salgada, ainda que Uma flecha pontiaguda na boca, característico dos Rieslings daquele
menos impactante. longo e salgado. terroir, com complexidade dada pela
Consumo: 2023-2029 Consumo: 2023-2028 Botrytis.
26,00 € / 11ºC N.D. / 11ºC Consumo: 2023-2025
N.D. / 11ºC
Wine & Soul celebra 185 anos da são vinificados os vinhos da Quinta da pequenas parcelas, mas uma delas desta-
Quinta da Manoella e apresenta Manoella, que desde 2019 trabalha comple- cava-se das demais. Por isso, desde 2014
muitas novidades. mentarmente à adega do Pintas – uma nova começámos a vinificar este vinho separada-
adega que alterou substancialmente o modo mente, numa quantidade muito pequenina.
É na povoação de Vale de Mendiz, na de produção da Wine & Soul, como nos Às vezes eram apenas duas ou três barricas.
paisagem escarpada e deslumbrante que se explica Sandra Tavares da Silva: “Era uma Decidimos lançar agora o 2015 e vai cha-
estende até ao rio Pinhão, que encontramos antiga azenha de produzir azeite em Vale de mar-se Quinta da Manoella Vinha Alecrim.
a adega e epicentro das atividades da Wine Mendiz que comprámos há quatro anos. Até Para além da envolvência da floresta – esta
& Soul, a empresa fundada pelo casal de essa altura estávamos a vender uvas, pois floresta magnífica que é marca distintiva
enólogos Sandra Tavares da Silva e Jorge não conseguíamos vinificar tudo na nossa da Quinta da Manoella –, foi plantado aqui
Serôdio Borges há mais de 20 anos para pro- adega do Pintas, que é a nossa adega ori- um alecrim pelo avô ou bisavô do Jorge, que
duzir vinhos hoje referenciais como o Pintas ginal. Assim conseguimos dar o salto com a servia para atrair as abelhas e promover a
(tinto) ou o Guru (branco) e, mais recente- compra da antiga azenha. Agora vinificamos polinização. É um alecrim impressionante e
mente, os vinhos Manoella. Todavia, é um todas as uvas tintas da Quinta da Manoella toda a vinha está muito próxima desse ale-
pouco mais acima na estrada sinuosa que liga – e também conseguimos crescer com o crim. Daí termos dado esse nome ao vinho”.
o Pinhão a Alijó, a escassos oito quilómetros Manoella branco e com o Manoela rosé, Ao fim de 22 anos de projeto, este novo
de distância, que se localiza a nossa primeira ganhámos mercado.” DOC Douro promete dar que falar, assi-
paragem, a imponente Quinta da Manoella A conversa com a enóloga que “trocou” as nalando um novo marco na história da
– plantada pelo trisavô de Jorge Serôdio suas origens pelas terras durienses no limiar Wine & Soul, o que é um bom pretexto
Borges e este ano a celebrar 185 anos de pro- do novo milénio (estudou Agronomia em para olharmos para a história construída
dução vitivinícola –, onde a Wine & Soul vê Lisboa, onde cresceu, a família é proprietária pelo casal de enólogos, ambos oriundos de
crescer as castas tintas mais ancestrais e tem da Quinta da Chocapalha, em Alenquer, foi famílias ligadas ao vinho: “O nosso projeto
localizado o seu armazém de guarda e enve- modelo profissional e praticante de voleibol foi crescendo à medida que fomos capazes
lhecimento de vinhos do Porto. ao mais alto nível, e conheceu o futuro de adquirir outras vinhas e outras quintas,
É aqui, num pátio sobranceiro ao imenso marido quando foi trabalhar com Cristiano como foi o caso desta Quinta da Manoella.
vale do Pinhão, que temos uma primeira Van Zeller na Quinta do Vale D. Maria em Começámos o projeto em 2001 com o sonho
conversa com Sandra Tavares da Silva, que finais dos anos 90) direcionou-se inevitavel- de produzirmos um vinho – e, nessa altura,
veio ao nosso encontro pela sinuosa estrada mente para o novo – e ansiado – grande lan- era mesmo apenas um vinho. Não tínhamos
de terra batida – a lembrar-nos que estamos çamento da Wine & Soul: “ É um vinho muito nada nosso, estávamos ambos a trabalhar
em vinhedos de montanha – que nos conduz especial que já há bastantes anos vínhamos para outras empresas – e também para as
a este belíssimo “meeting point” localizado a trabalhar”, conta-nos Sandra Tavares da nossas famílias –, mas tivemos sempre a
na meia-encosta da ancestral quinta que se Silva, “um vinho de parcela oriundo das pri- ambição e o desejo de nos fixarmos em Vale
estende até aos fundos do vale. meiras parcelas pós-filoxera que foram plan- Mendiz, uma aldeia histórica com grande
Um dos motivos da nossa visita é tadas na Quinta da Manoella pelo trisavô reconhecimento para a produção de vinhos,
conhecer um pouco melhor a adega onde do Jorge [Serôdio Borges]”. “Havia várias na altura apenas Vinhos do Porto.
Queríamos muito explorar as vinhas velhas “foudre” de carvalho francês de 1200 litros.
desta zona do vale do Pinhão. Primeiro
Um dos motivos da O vinho fermentou e estagiou dois anos no
andámos à procura de uma adega e acabámos nossa visita é conhecer “foudre” e mais um ano em garrafa, numa
por comprar, para depois recuperar, uma edição de apenas 1500 garrafas”.
adega que pertencia a uns primos do Jorge,
um pouco melhor Ainda antes de Jorge Serôdio Borges se
os Pinheiro da Veiga, que são de Provesende. a adega onde são juntar à conversa – e também, durante a
Aliás, o nosso polo de vinificação mais impor- tarde, às provas que fizemos em Vale de
tante ainda é a adega original de Vale Mendiz.
vinificados os vinhos Mendiz – deixámos a Quinta da Manoella
É lá que temos os escritórios, a sala de provas, da Quinta da Manoella, rumo à cantina “pop up” da Wine & Soul,
o laboratório, a maior parte da nossa ope- montada para apoio do pessoal envolvido
ração. Entretanto fomos comprando várias
que desde 2019 trabalha nas vindimas acabadas de terminar, mesmo
parcelas de vinha. A primeira foi a parcela do complementarmente à junto à estrada que desce para o Pinhão.
Pintas, apenas dois hectares que ficam muito Aqui tivemos direito a almoço feito por dois
perto da adega, e a partir daí fomos com-
adega do Pintas – uma estagiários suecos, uma espécie de tortilha
prando tudo o que conseguíssemos de vinhas nova adega que alterou nórdica que nunca esperaríamos degustar em
velhas. O nosso foco foi sempre comprar boa pleno Douro vinhateiro – e que Jorge Serôdio
substancialmente o
vinha velha, mas também olival e floresta. Borges já não teve oportunidade de provar,
Para nós, faz sempre sentido manter a bio- modo de produção da pois afazeres de última hora atrasaram o
diversidade dos locais, manter a identidade seu regresso do Dão, onde andara nesse dia
Wine & Soul.
de cada parcela. Por isso investimos muito em afazeres do projeto M.O.B., as iniciais de
em olival, em floresta, em mato, sempre com Moreira, Olazabal e Borges, uma “joint ven-
o objetivo de o manter, de o preservar. Não mineralidade e frescura”, conta-nos Sandra ture” de Jorge Moreira (Poeira), Francisco
é para plantar vinha nova! Foi assim que Tavares da Silva, lembrando que “a grande Olazabal (Quinta do Vale Meão) e Jorge
fomos crescendo, até que em 2009 conse- vantagem” no Douro é a altitude, dado tra- Serôdio Borges (Wine & Soul).
guimos comprar a Quinta da Manoella, que tar-se de uma região montanhosa. “Por isso Para nos falar da Quinta da Manoella,
foi a concretização de um grande sonho que fomos sempre à procura de zonas altas para vetusta nos seus 185 anos de idade, ninguém
já tínhamos há muitos anos. Sempre acredi- conseguirmos criar brancos com frescura melhor do que o próprio Jorge Serôdio Borges,
támos que a Manoella era uma quinta muito e mineralidade. E também pelo fascínio que cuja família está ligada ao Douro há várias
especial, por toda a sua envolvência, pela sempre tivemos pelo Vinho do Porto branco, gerações: “A Quinta da Manoella fazia parte
área que tem, pelos solos, pelo microclima, das várias provas que fizemos com Vinhos de uma série de quintas que pertenciam à
pela floresta. Os vinhos da Manoella diferen- do Porto branco velhos. Por isso fomos ter à família Serôdio Borges e era uma quinta muito
ciam-se bem dos vinhos que temos em Vale aldeia que era representativa daqueles vinhos utilizada pelo meu avô para a produção de
Mendiz, o que vai de encontro à filosofia que provávamos, Porrais. Começámos a com- vinhos Tawny. É que até o Douro poder engar-
do nosso projeto, que passou sempre por prar parcelas pequeninas e a tentar aglomerar rafar os vinhos e poder vendê-los diretamente
explorar diferentes “terroirs”. Como come- terras o mais possível. Assim nasceu o Guru, a partir da região, o que só aconteceu a partir
çámos do zero e não tínhamos nada, isso deu- numa zona de transição de solos que não é de 1986, as famílias estavam privadas de poder
-nos abertura para criar, para explorar, para só xisto e onde temos influência de granito engarrafar os seus próprios vinhos, pois era
sonhar em diferentes zonas, criando vinhos e muito quartzo. São características fantás- obrigatório levá-los para Vila Nova de Gaia.
completamente diferentes e com perfis muito ticas que contribuem para o perfil mineral do O negócio da minha família, como muitas
distintos”. Guru.” outras no Douro, consistia em produzir os
Em terra de Vinho do Porto, a primeira Embora de origens distintas, de vinhas seus próprios vinhos do Porto nos lagares que
rutura surge no início da década de 90, localizadas em Pombal de Ansiães, a mais tínhamos e depois vendê-los às casas expor-
quando emerge a produção regular de tintos recente aposta da Wine & Soul em vinhos tadoras. A Manoella era uma quinta especial
DOC Douro. Anos mais tarde – bastantes brancos é o Guru Vinha da Calçada 2020: porque era sempre destinada à produção de
anos mais tarde, em boa verdade, com pre- “Chama-se Vinha da Calçada porque a vinha Tawnies, o que nos ajudou a compreender o
valência mais notória nos últimos 15 anos – é atravessada por uma calçada romana. É um perfil da quinta para a produção de tintos –
começam a surgir alguns brancos, sobretudo vinho de uma vinha velha que comprámos em vinhos mais delicados, mais leves, diferentes
de vinhas plantadas em zonas mais altas e 2019, em Pombal de Ansiães. Temos registos do Porto Vintage. É uma quinta que tem a
frescas. Destes, há um branco do Douro que da sua existência em 1932, mas sabemos que particularidade de ter 60 hectares de terra,
ganha imensa e justa notoriedade logo depois é anterior a essa data, uma vinha com muros mas em que dois terços são mato. E esse mato
de Sandra e Jorge abraçarem o seu projeto pré-filoxéricos, mas graníticos, muito dife- ajuda-nos a criar ali um microclima diferen-
de vinhos brancos em 2004. Assim nascia o rentes dos muros da mesma época na zona ciador que se reflete, mais uma vez, no estilo
Guru, feito a partir de uvas de Porrais, con- do Vale do Pinhão. É uma mistura de castas, que os vinhos têm. É uma quinta com uma
celho de Murça, plantadas a cotas de 500 e como é óbvio, que dão um vinho de perfil autenticidade e uma personalidade em termos
600 metros. “O nosso sonho era criar um muito fino, muito delicado. Daí termos deci- de “terroir” muito presente, como se percebe
branco diferenciador, com muita identidade, dido não vinificar este vinho como fazemos ao provar os seus vinhos”.
um branco de parcelas que tivesse muita com o Guru, em barrica, e comprámos um
97 96 96
Quinta da Manoella Guru Vinha da Calçada 2020 Pintas 2021
Vinha Alecrim 2015 Douro / Branco / Wine & Soul Douro / Tinto / Wine & Soul
Douro / Tinto / Wine & Soul Amarelo brilhante. Aromas frescos e Rubi profundo. Nariz sedutor e envolvente
Com apenas 700 garrafas, é a mais pura delicados a nectarina, toranja, tomilho com notas de groselha preta, amora, cereja
definição de um vinho de boutique. Para fresco e raspa de limão. Textura cremosa, madura, alguma liquorice, especiaria
além dos méritos indissociáveis da vinha salino e envolvente, um vinho que exalta os finíssima. Vinho de parcela centenária com
velha, é pura filigrana enológica com sentidos, senhor de um profundo equilíbrio cerca de 40 castas, é acetinado, complexo,
notas de bosque, especiaria fina, caruma e de enorme complexidade, que parece exímio no equilíbrio, com tensão no meio de
e fumado subtil a envolver fruta preta e desenhado a régua e esquadro, a raiar a boca, textura brilhante e taninos exemplares.
azulada de matriz silvestre. A boca exprime perfeição. Consumo: 2023-2045
profundidade, envolvência e amplitude. Consumo: 2023-2040 100,00€ / 16ºC
Acidez e taninos incríveis. Grande margem 70,00€ / 11ºC
de evolução.
Consumo: 2023-2050
150,00€ / 16ºC
WINE&SOUL CLUBE DE REVISTAS
Prova vertical de Guru de Ansiães, aldeia de solos graníticos do con- vinho que tem um “carácter” muito peculiar,
celho de Carrazeda de Ansiães, no distrito de se o trocadilho nos é permitido, por corres-
Neste dia que passámos com Sandra Bragança. ponder a um ano vitícola que exaltou a fres-
Tavares da Silva e Jorge Serôdio Borges Na visita a Vale de Mendiz e à Quinta da cura em detrimento da concentração, propor-
tivemos diversos momentos altos no que res- Manoella, claro que provámos a “grande cionando tintos mais elegantes e sedutores.
peita à prova de vinhos. Destaque para uma bandeira” de Sandra Tavares da Silva e Jorge O ponto alto deste dia foi, todavia, a prova
prova vertical de Guru, a marca referencial Serôdio Borges, o tinto DOC Douro Pintas, do novíssimo Quinta da Manoella Vinha
de vinhos brancos da Wine & Soul, reunindo neste caso a sua versão 2021, colheita que está Alecrim 2015, DOC Douro tinto que celebra
algumas colheitas disponíveis das poucas gar- agora a chegar ao mercado. Um vinho que já em grande estilo os 185 anos desta quinta do
rafas que foi possível guardar ao longo dos não surpreende, pois limita-se a confirmar – Vale do Pinhão. É um tinto superlativo, um
anos. Para além do Guru 2022, a novidade em o que já não é pouco – o paradigma de ele- vinho de complexidade e filigrana de que se
fase de lançamento, provámos outras cinco vadíssima qualidade que o caracteriza. Mas fizeram apenas 700 garrafas, que honra os
colheitas que, infelizmente, já não estão ao que se diferencia, nesta colheita de 2021 e na pergaminhos da sua origem duriense, mas que
alcance dos consumidores, pois não existem fase ainda embrionária em que se encontra, se mostra capaz de brilhar em qualquer parte
garrafas disponíveis para venda – o que da generalidade dos seus antecessores, pois do mundo. Um tinto que proporciona uma
tornou ainda mais excecional a prova orga- beneficia do ano vitícola pouco dado a vinhos experiência sensorial difícil de conter numa
nizada para a Revista de Vinhos que agrupou excessivos e madurões que precisam de muito simples nota de prova.
os Guru 2009, 2013, 2015, 2016 e 2019 (para tempo em garrafa até darem prazer efetivo. Quem vai ao Douro – à Wine & Soul como
além do já referido 2022). Esta pequena ver- Não é o caso deste Pintas 2021, cujo futuro a qualquer outro produtor – não pode ausen-
tical de Guru confirmou a conhecida (e reco- é altamente promissor, mas cujo presente tar-se sem provar, por último, um Vinho
nhecida) excelência da marca que o posiciona já proporciona momentos de indiscutível do Porto. Nesta visita da Revista de Vinhos,
entre os melhores brancos portugueses, mas prazer. Nem sempre é fácil encontrar vinhos Sandra Tavares da Silva e Jorge Serôdio Borges
mostrou-nos, sobretudo, uma incrível capaci- que podem ser guardados por muitos anos e também tinham uma novidade do seu port-
dade de envelhecimento deste branco elabo- que podem, simultaneamente, ser consumidos fólio para provarmos, o Porto Vintage 2021.
rado com uvas das terras altas de Porrais, no desde já. Não há muitos vinhos com essa capa- Um Vintage que preserva exemplarmente
concelho de Murça. Efetivamente, se há um cidade, com essa espécie de dom da “ubiqui- a pureza da fruta, que mostra ter estrutura
denominador comum às colheitas provadas – dade”, mas a verdade é que o Pintas 2021 é um para aguentar décadas em garrafa, mas que dá
para além do perfil identificativo do Guru, de desses vinhos. prazer imediato pela frescura – e taninos ace-
pendor cítrico e mineral – é a surpreendente Outra das novidades provadas foi o Pintas tinados – que o 2021 proporcionou.
juventude e frescura de todos os vinhos deste Character 2021, que surgiu em 2005, uma Uma visita que terminou tão bem quanto
saboroso alinhamento. espécie de irmão mais novo do icónico Pintas, começou, num dos produtores que fez his-
Se o Guru já está num patamar reconhe- de preço mais acessível e produzido em maior tória no Douro nas últimas duas décadas.
cidamente elevado, Sandra Tavares da Silva quantidade (sensivelmente 30 mil garrafas), E que promete continuar a deixar marcos
e Jorge Serôdio Borges resolveram ir mais que está no universo dos tintos DOC da Wine importantes no percurso que vai escrever-se
longe e acabam de criar um vinho branco & Soul um pouco como o LBV está para o nos próximos anos.
(ainda mais) topo de gama sob a marca Guru Porto Vintage. Mas nem por isso deixa de ser
– o Guru Vinha da Calçada 2020, nascido no um vinho complexo, de categoria “premium”, WINE& SOUL
difícil ano da pandemia covid a partir de uma feito também a partir de vinha velhas, com AV.JÚLIO DE FREITAS - VALE DE MENDIZ Nº186
vinha anterior a 1932, sensivelmente com 100 presença de três dezenas de castas e um ano 5085-101 PINHÃO
anos ou talvez mais, localizada em Pombal e meio de estágio em barrica. Trata-se de um T.254 738 076
E.ENOTURISMO@WINEANDSOUL.COM
94 94 93
Guru 2022 Pintas Porto Vintage 2021 Pintas Character 2021
Douro / Branco / Wine & Soul Vinho do Porto / Fortificado / Wine & Douro / Tinto / Wine & Soul
Amarelo palha. Notas herbáceas e cítricas no Soul De vinhas velhas com três dezenas de
nariz, raspa de laranja, presença discreta e Rubi denso, rebordo violáceo. Aromas de castas e estágio de 18 meses em barrica,
sofisticada da madeira, subtis flores brancas. groselha preta, amoras, chocolate preto, apresenta-se com fruta muito fresca no
Na boca mostra textura delicada, finesse, frescura de bosque, bagas de pimenta e nariz, aromas silvestres, bosque, bergamota
elegância, camadas de sabor e persistência. alcaçuz. Boca sedosa com doçura calibrada e especiaria branca. Taninos de fino recorte,
O final é delicioso, com imensa profundidade pela acidez – a garantir frescura e equilíbrio frutos de baga, consistência no meio de
amparada por acidez vibrante. –, taninos domados e bem maduros, final boca, bela acidez, final persistente.
Consumo: 2023-2035 cheio, profundo e persistente. Consumo: 2023-2040
36,00€ / 11ºC Consumo: 2023-2065 30,00€ / 16ºC
90,00€ / 16ºC
Luísa Amorim
CLUBE DE REVISTAS
A nova adega impressiona pela invulgaridade e dimensão, mas os novos vinhos topo de
gama da Quinta Nova Nossa Senhora do Carmo (o projeto emblemático da família Amorim
no Douro, em Covas do Douro) não ficam nada a dever ao impacto que suscita aquele
magnífico conjunto de cubas fabricadas em Itália que Luísa Amorim imaginou – e que o
arquiteto Arnaldo Barbosa soube concretizar com mestria.
Quinta Nova de
Nossa Senhora do Carmo
A TRADIÇÃO QUE SE RENOVA
CLUBE DE REVISTAS
Q U I N T A N O VA D E N O S S A S E N H O R A D O C A R M O
Abre-se a porta da adega originalmente enorme suavidade e uma excelente matu- lugar a 5 000 garrafas. Um vinho que reflete
construída em 1764 – por onde passavam ração, menos marcada pela madeira e mais o ano que lhe deu origem, marcado por tem-
as pipas de 550 litros de vinho do Porto que fria devido à temperatura do próprio cimento. peraturas elevadas durante todo o ciclo vege-
eram transportadas em carros de bois para A versatilidade dos vasilhames utilizados e as tativo (em particular nos meses de junho,
os barcos rabelos nas margens do Douro – suas diferentes capacidades repercutem na julho e agosto) e baixa precipitação durante a
e passamos rapidamente, como num passe adega aquilo que tem sido a nossa filosofia primavera. Mas as precipitações ocorridas em
de magia, do séc. XVIII para o séc. XXI. Em na vinha: trabalhar as nossas 41 parcelas meados de agosto trouxeram a energia sufi-
toda a extensão da adega parece ver-se a de forma única, extraindo a singularidade e ciente para que a maturação evoluísse mais
reprodução dos típicos terraços durienses, o potencial que cada uma nos oferece”, diz rapidamente do que o normal, originando
mas em cimento de cor ocre, com uma estru- Luís Amorim, CEO da Quinta Nova e rosto e vinhos intensos, cristalinos e complexos.
tura ondulada que corresponde à sequência alma deste projeto da família Amorim que se Seguiu-se o Quinta Nova Vinha Centenária
emparelhada de 32 cubas e nos remete para estende ao Dão, à Quinta da Taboadella. 2020 Referência P28/P21, base de Tinta
as margens do rio Douro que serpenteiam Mas se dar a conhecer a nova adega em Roriz (75%) com vinha centenária, um tinto
as escarpas montanhosas com as vinhas cimento foi um dos pretextos para esta “press marcado por essa pequena e antiga parcela
nos socalcos, uma verdadeira escultura de trip” que a Revista de Vinhos acompanhou, de Tinta Roriz localizada a uma altitude entre
cimento inspirada na morfologia do rio e no a oportunidade serviu também para apre- os 205 e os 210 metros. A elevada concen-
traçado natural das vinhas em terraços. As sentar as mais recentes novidades vínicas da tração, densidade e profundidade deste vinho
três dezenas de cubas estruturadas em dois Quinta Nova Nossa Senhora do Carmo, uma expressa bem a sua origem. E, finalmente,
patamares (com uma capacidade total de 246 propriedade imensa nos seus 120 hectares de provou-se o Quinta Nova Porto Vintage 2021
mil litros) foram pensadas para promover a extensão que está referenciada desde a pri- de que se fizeram apenas 1 500 garrafas, um
micro-oxigenação em diferentes dimensões meira demarcação pombalina, em 1756, com Vinho do Porto carregado de aromas primá-
dos vinhos da Quinta Nova e, simultanea- adega erigida em 1764, como já se referiu, e rios, com textura suculenta e imensa frescura.
mente, aportar-lhes maior frescura num con- casa senhorial oitocentista e capela de finais Refira-se que a Quinta Nova terá um novo
texto de aquecimento global. do séc. XVIII (1795). espaço até final do ano – o Winery Lounge
No mesmo edifício que alberga a “adega Dos três vinhos em destaque que justifi- – ainda em fase de acabamentos. Segundo
de cimento” existem dois lagares em granito caram este apresentação e lançamento da Luísa Amorim, CEO e mentora do pro-
que recuperam a tradição de outros tempos Quinta Nova Nossa Senhora do Carmo – da jeto, “este novo espaço, de acesso restrito,
e mais acima, numa estrutura autónoma, responsabilidade enológica de Jorge Alves, está apenas disponível para os hóspedes
localiza-se o renovado centro de vinificação com viticultura de Ana Mota – provou-se ini- da chancela Relais et Châteaux e sujeito a
da Quinta Nova, dotado da mais moderna cialmente o Quinta Nova Vinha Centenária reserva antecipada. Não estará acessível aos
tecnologia, que alberga 51 cubas de inox de Referência 2020 P29/P21, lote de Touriga diversos canais online. Queremos criar uma
10 a 12 500 litros para uvas tintas e brancas Nacional (75%) e vinha centenária (25%), um experiência fora de série e acreditamos que
depois de selecionadas em três linhas de vinho fundamental na história recente desta a melhor forma de promover os vinhos do
receção (uma para brancos, uma para tintos quinta histórica e máxima expressão do seu Douro icónicos é pela palavra. Para isso sele-
e outra para rosés) equipadas com mesas de “terroir”, pois trata-se das primeiras vinhas cionamos a nossa melhor equipa para receber
seleção manual e um equipamento de última monocasta de Touriga Nacional plantadas na os amantes de vinho oriundos de diferentes
geração (Pellenc) que otimiza a seleção da Região Demarcada do Douro, hoje com 45 partes do mundo. Queremos prestar um ser-
uva, desde a grainha até à separação de bagos anos de idade, numa parcela de vinha de 1,65 viço de excelência, com copos de excelência,
secos, fazendo um esmagamento suave. hectares com exposição nascente-poente. vinhos de excelência, em diferentes formatos,
“Decidimos criar uma adega boutique, Totalmente desengaçado, estagiou 12 meses e com a oferta de provas temáticas feitas à
tradicional, mas com tecnologia de ponta. em barricas novas de carvalho francês e deu medida, dando posteriormente continuidade
Em pleno séc. XXI temos de ao nosso “wine club” com
assumir que todas as vindimas atividades e ofertas exclu-
são atípicas e que o tempo é A Quinta Nova de Nossa Senhora do Carmo, sivas para membros”.
determinante. Foi com este uma propriedade imensa nos seus 120 hectares
objetivo em mente que aumen- QUINTA NOVA DE NOSSA
tamos a capacidade em cubas, de extensão, está referenciada desde a primeira SENHORA DO CARMO
trabalhando o ponto de matu- 5085-222 COVAS DO DOURO
demarcação pombalina, em 1756, com adega
ração para não comprometer a M. 969 860 056
frescura desejada. A utilização erigida em 1764, como já se referiu, e casa T. 254 730 430 | 254 730 420
E.QUINTANOVAWINETOURISM@
de diferentes capacidades e senhorial oitocentista e capela de finais do AMORIMFAMILYESTATES.COM
de grandes formatos – como
os cimentos e os “foudres” de séc. XVIII (1795).
1200 litros – permitirão uma
94 94 92
Quinta Nova Vinha Quinta Nova Vinha Quinta Nova Porto Vintage
Centenária Referência 2020 Centenária 2020 Referência 2021
P29/P21 P28/P21 Vinho do Porto / Fortificado /
Douro / Tinto / Quinta Nova de Douro / Tinto / Quinta Nova de Quinta Nova de Nossa Senhora
Nossa Senhora do Carmo Nossa Senhora do Carmo do Carmo
Rubi violáceo. Grande intensidade Rubi denso e brilhante. Aromas Rubi impenetrável. Imensa fruta
aromática característica da Touriga quentes a fruta preta e azulada, no nariz (amoras, groselha e cereja
Nacional, com notas de amora, cacau, especiaria vermelha, grãos preta, mirtilos macerados) com
ameixa e mirtilo, flores azuis, madeira de pimenta e apontamento fresco apontamentos de geleia de marmelo,
de grande nível, bosque e pinhal. Na de gengibre. Na boca é gordo e uva passa, chocolate negro, figo seco
boca – mais robusta do que elegante concentrado, mostra-se em camadas e cravinho. Na boca surpreende pela
– mostra a estrutura monumental dos sucessivas, não esconde um lado frescura, doçura muito bem calibrada
grandes tintos do Douro, com tanino mais rústico e vegetal a meio da pela aguardente vínica, acidez firme,
musculado, acidez de bom porte, prova, mas termina muito bem, longo taninos domados e final persistente
enorme amplitude, profundidade e e profundo, com um rasto de frescura. com agradável travo salgado.
persistência. Consumo: 2023-2040 Consumo: 2023-2055
Consumo: 2025-2040 90,00€ / 16ºC 90,00€ / 16ºC
90,00€ / 16ºC
FORTIFICADOS
EXTRAORDINÁRIOS
FORTIFICADOS EXTRAORDINÁRIOS CLUBE DE REVISTAS
texto Marc Barros / notas de prova Bento Amaral, José João Santos, Luís Costa, Manuel Moreira, Marc Barros e Nuno Guedes Vaz Pires / fotos D.R.
O que dizer quando, num mesmo país, coabitam alguns dos melhores vinhos do
mundo? Neste caso, fortificados como Vinho do Porto, Vinho Madeira, Carcavelos ou
Moscatel de Setúbal, para não referir outros exemplos, dão mostras de uma nobreza
mas, ao mesmo tempo, jovialidade, que não cessam de espantar…
Ao tomarmos emprestado o título de uma feliz expressão do redator vinhos, que evoluem por oxidação em casco, com a consequente
da Revista de Vinhos, Luís Costa, reconhecemos que a prova temática concentração de açúcares e acidez, não beneficiam com a guarda em
publicada na presente edição é a demonstração cabal do poder que o garrafa (já agora, em pé, preservados longe da luz e de temperaturas
tempo pode exercer sobre vários estilos de vinho, nomeadamente os quentes). Aliás, como esclareceu Bento Amaral, é possível apurar
fortificados, ou licorosos. que “o vinho envelheceu mal na garrafa quando surgem aromas de
É consabido que Portugal, no seu exíguo território, alberga um batata”. Assim se percebe que, se a nível legislativo, os Colheita só
imenso património desta categoria de vinhos: Vinho do Porto, Vinho podem ser engarrafados depois de sete anos de estágio em casco, são
Madeira, Carcavelos, Moscatel de Setúbal, Moscatel do Douro, isto no entanto permitidos múltiplos engarrafamentos, à medida das soli-
para não referir outros exemplos, como o licoroso dos Biscoitos, na citações de mercado.
ilha Terceira, ou os vinhos licorosos do Pico, ambos nos Açores. E Questão muitas vezes referida é o local onde este envelhecimento
é por essa razão, tendo em conta a parada de estrelas que desfilou tem lugar: nos armazéns de Gaia (mais frescos, menos sujeitos a
na prova temática da Revista de Vinhos, que Bento Amaral, reconhe- amplitudes térmicas, mais húmidos) ou no Douro (mais quentes e
cido especialista na categoria, afirma o “orgulho em ser português”, secos), pelo que a taxa de evaporação será mais elevada no segundo
“do que fizeram os nossos antepassados e que as próximas gerações caso, contribuindo para ganhar alguns aromas mais concentrados e
herdaram e continuarão a cuidar”. E, como frisou Luís Costa, “é um tostados.
privilégio” poder “provar alguns dos melhores vinhos do mundo”.
No caso em apreço, falamos de Vinhos do Porto das catego- Madeira, vinhos indestrutíveis
rias White e Tawny com indicação de idade 40 Anos e superior (o
que inclui 50 Anos e Very Very Old para vinhos com mais de oito Por sua vez, os Vinhos Madeira resultam da (por vezes) violentís-
décadas), bem como Vinhos do Porto Colheita anteriores ou iguais sima oxidação, que os torna virtualmente indestrutíveis. Na categoria
a 1983, também das categorias White e Tawny. A este lote de pre- Frasqueira, ou seja, vinhos com indicação de casta e ano de colheita,
ciosidades, juntaram-se Vinhos Madeira de lote de 40 ou mais de 50 elaborados de acordo com o processo de canteiro (evolução natural
Anos, bem como Colheitas e Frasqueiras iguais ou anteriores a 1983. em casco), devem envelhecer pelo menos 20 anos de modo contínuo
Um luxo! em madeira antes de serem engarrafados e lançados no mercado.
Por razões de praticabilidade de leitura, dividamos a prova em dois: Estes são envelhecidos em cascos no mínimo dois anos, nos pisos
Vinhos do Porto de um lado, Madeira de outro. mais elevados dos armazéns (onde, em certos casos, as amplitudes
Principiemos pelos Vinhos do Porto White, ou brancos. Envelhecidos térmicas podem ascender a 10ºC no mesmo dia…) para promover a
de acordo com os mesmos preceitos dos seus congéneres Tawny, pro- oxidação e concentração dos vinhos, dada a progressiva evaporação,
curam a evolução nobre conferida pelo estágio em grandes vasilhames dita ‘quota dos anjos’. Ao longo do tempo, estes vinhos vão transfe-
de madeira, em que o tempo, a oxidação e, sobretudo, o cuidado e ridos para pisos mais baixos, tornando o processo mais lento e har-
atenção necessários no acompanhamento deste (longo) processo, monioso.
fazem ressaltar o facto de o aspeto visual destes vinhos, desde logo É este método que dará origem aos Frasqueira/Garrafeira, de uma
a cor, parecer não apresentar qualquer diferença entre White e um só casta, desde que cumpridos um mínimo de 20 anos em estágio. Já
Tawny muito velhos. Estas semelhanças, que remetem para tons alou- o Colheita refere a indicação do ano, sendo envelhecido em madeira
rados, nalguns casos mogno, por vezes com reflexos esverdeados e durante um período de, pelo menos, cinco anos. Entre as famílias do
ambarinos nos mais vetustos, mostram que o tempo contribui para a Vinho Madeira contam-se ainda os vinhos de lote sem indicação de
eventual harmonização cromática. Podemos, nos brancos, descortinar idade nem casta, com estágio mínimo de 3 anos e; com indicação de
aromas mais cítricos (óleos de citrinos, casca e fruta cristalizada) do idade, com ou sem nome da casta, podendo ser 5, 10, 15, 20, 30, 40,
que nos tawnies. 50 e mais de 50 anos.
Por sua vez, ambos, Tawny e White com indicação de idade, As castas autorizadas e mais usadas para elaboração de Vinho
resultam de lotes de vinhos com várias idades, sendo o vinho final uma Madeira são Sercial (seco ou extra seco), Verdelho (meio seco), Boal
aproximação da média dos vinhos nele lotados e com características (meio doce), Malvasia-Cândida, Malvasia-Cândida-Roxa e Malvasia
tais que permitam essa classificação pelo IVDP. Já os Colheita, Tawny (doce) e Terrantez (meio seco e meio doce).
e White, são Vinhos do Porto que igualmente pressupõem envelheci- Em comum, apresentam uma perceção de acidez bem vincada,
mento em casco mas de um único ano. Por essa razão, e tal como o capaz de destroçar o equilíbrio álcool/doçura, resultando em vinhos
que se frisou atrás quanto à cor, também nestes vinhos o tempo e o “joviais, tensos e vibrantes”, como enalteceu Luís Costa. Como nota
longo estágio, bem como os cuidados a que obriga (desde logo as reti- final desta prova, Bento Amaral sublinha que “nenhum dos vinhos
ficações e refrescamentos, mas também as passagens a limpo), podem mereceu pontuação inferior a 94 pontos”. Cabe-nos a nós, portu-
contribuir para “apagar” a identidade que a colheita (o ano climático) gueses, “dar atenção e respeitar o que temos de melhor, saber apreciar
poderia aportar ao vinho. os vinhos, muitas vezes mais valorizados pelos estrangeiros do que
Em todos estes, porém, existe um dado crucial: são vinhos feitos nós”. Nesse capítulo, Nuno Pires rematou com um apontamento final:
para, regra geral, serem consumidos após o seu engarrafamento. Ou “É necessário incrementar a valorização destes vinhos”.
seja, ao contrário do senso comum, e ao contrário dos Vintage, estes
100 98
98 98
97 97 97 97 97 97
97 97 97 97 97 97
Justino´s Pacheca Quinta das Vieira de Sousa Vista Alegre Vista Alegre
Madeira 50 Anos Carvalhas Porto Tawny Tawny 50 Anos White 50 Anos
Terrantez 1978 Vinho do Porto Colheita 1976 50 Anos Vinho do Porto Vinho do Porto
Vinho Madeira / Fortificado / Vinho do Porto / Vinho do Porto / / Fortificado / / Fortificado /
/ Fortificado / Quinta da Pacheca Fortificado / Real Fortificado / Vieira Vallegre Vinhos do Vallegre Vinhos do
Justino's Madeira Cor dourada com Companhia Velha de Sousa - Vines & Porto Porto
Wines laivos cobre. Fruta Âmbar, reflexos Wines Tom mogno, laivo Nariz de
Tom cobre, dourado. cristalizada cítrica alaranjados. Notas Coloração mogno. dourado. Aromas profundidade
Aromas de verniz, (laranja e limão), caramelizadas Aroma inebriante de madeira nobre, notável, quase
tintura de iodo; tem madeira exóticas. e tostados de de vinhos muito cedro, caixa de opulenta. Aromas de
um lado herbáceo de Verniz que ajuda ao casco, figo e velhos, desde os charuto. Café, ameixa, tâmara, figo,
folha de chá muito perfil elegante. Entra amendoados, um mais telúricos que tostados. Notas de cacau e tabaco. Na
atraente. Acidez vibrante com acidez salino a completar. evocam cogumelos, iodo e vinagrinho. boca, a combinação
crescente, tensa e e álcool. Delicado A doçura está às madeiras Belíssimo volume, de açúcar e acidez
salivante. e prolongamento sempre em primeiro exóticas, especiarias em equilíbrio atinge balanço
de frutos secos, plano mas o nervo orientais, “sotolon”, notável, com final e contraste
610,00€ / 14ºC
especiarias e pão. acresce-lhe tensão e condimentos longo, especiado, único. Notas de
385,00€ / 14ºC o final projeta-se por balsâmicos, café, de grandíssimo "vinagrinho", açúcar
diferentes camadas. cacau, caramelo prolongamento final. mascavado, amargos,
Um Colheita com salgado, até às frutas 210,00€ / 14ºC que o fazem
matéria e densidade, secas ao sol: figos e distintivo e senhorial.
garra e eletricidade, tâmaras. 190,00€ / 14ºC
qual prova 234,00€ / 14ºC
permanente de vida.
203,63€ / 14ºC
VINHO MADEIRA
NOTA PREÇO NO ME DO VI NH O / RE GIÃO / PRODUTOR
A TODOS OS VINHOS COM PONTUAÇÃO IGUAL OU SUPERIOR A 90 VALORES, A REVISTA DE VINHOS ATRIBUI A MENÇÃO ALTAMENTE RECOMENDADO.
VINHO DO PORTO
N OTA PREÇO N OME D O V INHO / RE GI ÃO / PRO DU TO R NOTA PR EÇO N OME DO V IN HO / REGIÃO / PR ODUTO R
Quinta Vale D. Maria Very Old White Dalva Colheita 1982 / C. da Silva
Colheita 1940 / Aveleda Vinhos
Aloirado, muitos reflexos esverdeados. Toque de vinagrinho, noz, Cor âmbar. Apontamentos balsâmicos de mogno, resina e cânfora,
pastelaria fina, verniz e amendoados. Pressente-se o tabaco, 96 150,00 notas de mel de urze, laranja desidratada e especiaria doce.
98 640,00
as texturas são imensas e desdobram-se de forma que mais Na boca é sedoso e envolvente, verdadeiramente sedutor, com
parece infinita. A acidez equilibra os açúcares, o final surge mais a doçura controlada por acidez notável em registo de enorme
caramelizado e salgado. O testemunho vivo de uma região e de um equilíbrio.
grande fortificado do mundo.
Messias Porto 50 anos / Sociedade
Vasques de Carvalho Tawny 50 anos / Agrícola e Comercial dos Vinhos Messias
Vasques de Carvalho 190,00 Belíssima tonalidade âmbar. O nariz remete para figo seco, mel
Prova de grande finesse, absolutamente brilhante na forma como
96 de urze, geleia de marmelo, tâmaras, amendoim torrado, cânfora
98 380,00
destaca as características nobres do envelhecimento, balsâmicos, e leve verniz. Na boca é sumptuoso e superlativo na sua frescura,
"vinagrinho" e ranço, detalhista, onde sobressai a frescura que cítrico e sedoso, profundo e cativante.
conduz toda a prova, até ao final excecionalmente longo. Brilhante!
Pacheca 40 anos / Quinta da Pacheca
Andresen Colheita 1968 / J. H. Notável laivo rubi percetível no tom mogno, acobreado. Expressão
240,00 Andresen Sucrs 215,00 aromática de grande frescura, notas balsâmicas, aromas diretos
97 Concentrado, profundo. Aromas evidentes de vinagrinho, fruto
96 de resina, laranja cristalizada, notas de bolo rei. Belíssimo volume
seco. Fruta em passa, broínha de mel. de boca, elegante e equilibrado. Fruto cristalizado, passa. Final
longo, vibrante, untuoso.
Andresen Tawny Very Old 40 anos / J.
H. Andresen Sucrs Quevedo Colheita 1976 / Vinoquel
97 130,00 Cor com boa intensidade cobre fogo intensa. Intenso Vinhos Oscar Quevedo
aromaticamente noz, caril, funcho, terra. Encorpado como não seria 159,00 Brilhante tonalidade âmbar. Complexidade aromática com
de esperar para um 40 anos. Final com grip.
96 referências de tâmara, figo seco, caju torrado, leve caramelo,
frescura balsâmica e verniz. Boca fresca e canforada, notas cítricas
Pacheca 50 anos / Quinta da Pacheca e salinas, imensa profundidade e persistência.
Cor dourada com laivos cobre. Fruto cristalizada cítrica (laranja e
97 385,00 limão), madeira exóticas. Verniz que ajuda ao perfil elegante. Entra Quevedo Porto Branco 50 anos /
vibrante com acidez e álcool. Delicado e prolongamento de frutos Vinoquel Vinhos Oscar Quevedo
secos, especiarias e pão. 275,00 Cor cobre velho com orla esverdeada. Boa profundidade de cor.
96 Noz, caril, madeira usada. Bom equilíbrio entre a acidez e açúcar
Quinta das Carvalhas Colheita 1976 / concentrados pelo longo envelhecimento. Boa persistência com
Real Companhia Velha notas especiadas.
Âmbar, reflexos alaranjados. Notas caramelizadas e tostados de
97 203,63 casco, figo e amendoados, um salino a completar. A doçura está Quinta do Noval Colheita 1976 /
sempre em primeiro plano mas o nervo acresce-lhe tensão e o final Quinta do Noval
projeta-se por diferentes camadas. Um Colheita com matéria e 96 323,00 Tom profundo e concentrado, laivo ambarino. Verniz, vinagrinho.
densidade, garra e eletricidade, qual prova permanente de vida. Elegante e direto, alguma resina. Notas de fruto seco, damasco e
tâmara. Gordo, untuoso, especiairia no aroma de boca.
Vieira de Sousa Porto Tawny 50 anos
/ Vieira de Sousa - Vines & Wines Quinta do Vallado Old Tawny 40 anos
Coloração mogno. Aroma inebriante de vinhos muito velhos, / Quinta do Vallado
234,00 desde os mais telúricos que evocam cogumelos, às madeiras 99,50 Tonalidade cobre. Nariz com enorme frescura cítrica e
97 exóticas, especiarias orientais, “sotolon”, condimentos balsâmicos,
96 apontamentos balsâmicos. Notas de laranja cristalizada, damasco
café, cacau, caramelo salgado, até às frutas secas ao sol: figos desidratado e caramelo salgado. Textura sedosa, equilíbrio perfeito
e tâmaras. Essa explosão aromática repete-se na boca, ultra entre doçura e acidez, perfil de elegância.
concentrada e dotada de uma harmonia estonteante.
Sandeman Old Tawny 40 anos /
Vista Alegre Tawny 50 anos / Vallegre, Sogrape Vinhos
Vinhos do Porto Ainda com juventude na cor e no aroma. Às notas de
Tom mogno, laivo dourado. Aromas de madeira nobre, cedro, caixa 96 149,99 envelheciemento em madeira, como verniz, tostados e especiairias
97 210,00
de charuto. Café, tostados. Notas de iodo vinagrinho. Belíssimo nobres juntam-se alguma geleia. Na prova de boca, imensa
volume, em equilíbrio notável, com final longo, especiado, de frescura, acidez muito equilibrada com o açúcar e o álcool. Final
grandíssimo prolongamento final. longo, saboroso.
Durante três dias, o evento Golden Vines viu rodar vinhos e sommeliers à frente de restaurantes com
mais de 3,5 milhões de euros em vinhos servidos para estrelas Michelin, com uma experiência média de 15
um grupo seleto de não mais de 300 pessoas: Liber anos na indústria. Na era dos chefes celebridades, o
Pater, Château D’Yquem, Dom Pérignon Plénitude 2, evento também soube galgar visibilidade neste sen-
Sassicaia e muitos outros rótulos icónicos encheram tido: este ano, o jantar de gala, realizado no mítico
os copos dos convidados escolhidos a dedo. A sur- Opera Garnier, em Paris, contou com o chefe vivo
preendente seleção diz muito sobre o Golden Vines, com mais estrelas Michelin no mundo, o francês
um dos mais importantes prémios dos setores pre- Alain Ducasse, e o duplamente estrelado chefe fran-
mium de vinhos e destilados do mundo que, não co-argelino Akrame Benellal.
por acaso, passou a ser chamada de “Óscares dos “É um evento que junta, num programa de topo e
vinhos”. sempre em locais emblemáticos, pessoas relevantes
A primeira edição ocorreu em 2021 e, dois anos do mundo do vinho e gastronomia, oferecendo aos
depois, o evento ganhou consolidação entre profis- seus participantes o acesso a experiências únicas”,
sionais do segmento, ao premiar os melhores pro- diz Fernando Guedes, presidente da Sogrape, que
dutores de vinhos do mundo. Neste ano, como nos esteve em Paris entre os dias 13 e 15 de outubro
anteriores, três dos grandes vencedores repetiram para entregar o prémio de inovação. Para ele, é a
pela terceira vez consecutiva o feito: Domaine de la combinação ideal entre o acesso a grandes vinhos —
Romanée Conti (eleito como World's Best Producer muitos deles verdadeiros ícones mundiais —, menus
Award), a californiana Ridge Vineyards (Melhor preparados por grandes chefes internacionais e o
Produtor de Vinhos de Topo das Américas) e a aus- contacto com alguns dos maiores ‘key stakeholders’
traliana Penfolds (Melhor Produtor de Vinhos de do mundo do vinho.
Topo do Resto do Mundo). Lewis Chester, um dos criadores do Golden Vines
Já o galardão de Melhor Produtor de Vinhos de Awards, acredita que o evento tornou-se uma refe-
Topo da Europa foi para a alemã Weingut Egon rência no seu curto período de vida por ser “autên-
Müller e o Melhor Produtor em Ascensão do Mundo tico, divertido e acessível, mesmo que não seja um
foi a sul-africana The Sadie Family Wines. O pro- ‘geek’ ou especialista em vinhos”, como diz. Além da
dutor Emídio Pepe, da Itália, foi reconhecido pelo gala, há provas técnicas, almoços e eventos alterna-
prémio Sustentabilidade 2023 e o Departamento tivos para dar a conhecer produtores e falar sobre
de Viticultura e Enologia Universidade de Davis, na vinho, claro. “Naturalmente, o facto de o nível do
Califórnia, foi reconhecido com o Prémio Golden evento ser tão elevado, com os melhores chefes, os
Vines de Inovação deste ano, patrocinado pela Casa melhores vinhos, os melhores espaços, a melhor
Ferreirinha. animação e os melhores enólogos, ajuda muito”,
Aos poucos, os Golden Vines conquistaram pree- ri, ele que também é um dos fundadores da Liquid
minência ao reunir cerca de 1.000 profissionais de Icons, empresa de pesquisa e produção de conteúdo
vinhos premium de 120 países para escolher os ven- de vinhos premium fundada com o amigo Gérard
cedores, incluindo 27 Masters of Wines, 22 Master Basset, já falecido, e com a participação de Sasha
Sommeliers, mais de 180 enólogos, comerciantes de Lushnikov.
Nina e Romané Basset com Lewis Chester Amrita Singh, Eduardo Bolanos e Sachindri Rana
CLUBE DE REVISTAS
O alto nível é percetível em todos os detalhes: antigos no Yeatman, e uma estadia no The Vintage
o troféu desenhado pela artista visual britânica House Hotel, com visitas a vinhas e jantar incluídos),
Shantell Martin e elaborado pela empresa portu- outras cinco empresas de vinhos portugueses asso-
guesa Amorim Cork tem intervenção do artista ciaram-se este ano ao evento, como a Howard's
francês Jonathan Bréchignac e entregue num baú Folly e a Symington Family Estates. Juntas, contri-
de pele especialmente criado e produzido pela casa buíram com mais de 30.000 euros para a causa da
italiana Gucci, uma das patrocinadoras dos Golden Fundação Gérard Basset. Nos leilões, um deles pro-
Vines. As galas também ocorrem em espaços repre- movido pela icónica casa Sotheby's, alguns vinhos
sentativos das cidades em que se desenrolam, como chegaram a arrecadar mais de 30 mil euros, como o
palacetes italianos e grandes teatros franceses. No caso de uma garrafa de Liber Pater.
próximo ano, em Madrid, a cerimónia será realizada Para os próximos anos, Lewis Chester diz que o
no imponente e emblemático Palácio de Cibeles. objetivo é que os Golden Vines possam consolidar-se
Para além do glamour, os galardões também ainda como um evento que quer ajudar a criar um
contam com uma atuação filantrópica que é uma novo futuro para a indústria do vinho. Mas rejeita
das marcas dos Golden Vines. Através da Fundação a ideia de que o evento possa crescer. “Os Golden
Gérard Basset, criada por Lewis e familiares do res- Vines Awards nunca serão para mais de 300 pes-
peitado Master of Wine, Master Sommelier e Melhor soas. Os grandes vinhos com os quais contamos são
Sommelier do Mundo (2010) depois de sua morte, doados, a comida com chefes três estrelas Michelin
são distribuídas bolsas de estudo para estudantes não pode ser servida a muita gente e acho que todos
dos programas Master of Wine e Master Sommelier gostam da intimidade do evento, incluindo as mas-
oriundos de minorias étnicas. Com o objetivo de terclasses mais pequenas, almoços e experiências
promover diversidade e inclusão na indústria vitivi- que normalmente não têm mais de 20 convidados
nícola, a Fundação conta com o apoio de alguns dos cada”, diz, sobre o caráter de exclusividade.
maiores produtores do mundo. A Taylor’s financia O que Chester espera é poder organizar eventos
três destas, num valor médio de 60 mil euros por mais pequenos ao longo do ano com parceiros em
aluno, para que possam financiar os seus estudos. distintas localizações (entre Mónaco e Macau, por
Além das bolsas, os Golden Vines realizam alguns exemplo), trazendo vinhos e bebidas espirituosas,
leilões de experiências e vinhos doados pelos produ- enólogos e destiladores de classe mundial. “É um
tores e outros parceiros da premiação para ajudar a evento para reunir os amigos, desfrutar e reconhecer
angariar dinheiro para a causa de promover a diver- os melhores dos melhores no nosso segmento”, diz.
sidade na indústria. Além da Sogrape (que participou “Mas esperamos que toda a atenção e apoio que
com um lote composto por três garrafas magnum recebemos possam nos ajudar a criar novas oportu-
de Barca-Velha 2011 e uma experiência no Porto e nidades para profissionais nessa área e fazer desta
no Douro) e da Taylor’s (com uma experiência de uma indústria mais diversa”, conclui.
três dias "Ultimate Port", que reúne prova de vinhos
O nome Blin está ligado à região de Champagne orgulhosamente como a casa que detém a maior plan-
desde o século XVII, quando Jacques Blin, nascido em tação da casta em Champagne - e, por consequência,
1636, fixou raízes em Vincelles, um charmoso vilarejo do planeta.
antigo localizado na rota turística do Vale do Marne.
No entanto, a marca H. Blin surgiu bem mais tarde. Mudança de jogo
Mais precisamente, no pós-Segunda Guerra Mundial.
Naquela altura, com a Europa arrasada, o negócio Não por acaso, as duas ‘cuvée prestige’ da casa
do vinho colapsou. Com o mercado em retração, os (Blanc de Noirs Millésime Single Vineyard e Rosé de
negociantes avisaram que não teriam como comprar Saignée Millésime Single Vineyard) são elaboradas
as uvas dos viticultores. Foi então que Henri Blin exclusivamente com Meunier. No entanto, tanto o
juntou um total de 29 pequenos produtores de uvas carro-chefe da H. Blin como o champanhe vintage são
para darem início, eles próprios, à produção de cham- blends. O Brut Tradition é um lote de Meunier (70%),
panhe. O ano era 1947. Nascia a H. Blin. com Chardonnay (20%) e Pinot Noir (10%).
Hoje, a H. Blin engloba 115 viticultores que con- Já o Vintage em geral é feito com metade Meunier
trolam um total de 110 hectares de vinha, boa parte e metade Chardonnay. A ideia é agregar a elegância, a
delas cultivadas em agricultura biológica. A produção crocância e um leve toque cítrico que a Chardonnay
anual beira as 500 mil garrafas. A estrela da compa- oferece nesta zona com a já comentada fruta presente
nhia é a variedade Pinot Meunier [N.D.E. A casta é e maciez oriunda da Meunier. A casa ainda produz
hoje oficialmente designada apenas como Meunier, um Brut Rosé, um Blanc de Blancs, um Blanc de Noirs,
pois a relação genética com a família Pinot foi recen- além de recentemente ter lançado uma linha orgânica
temente posta em causa], cuja implantação cobre com um Blanc de Blancs Bio (100% Chardonnay) e
cerca de 70% das vinhas. O restante é plantado com um Blanc de Noirs Bio (50% Meunier, 50% Pinot
Chardonnay (16%) e Pinot Noir (14%). Há ainda uma Noir).
micro parcela plantada com Petit Meslier, uma varie- De menos festejada da trindade das castas clássicas
dade ancestral da região. A empresa é controlada por de Champagne, a Meunier tem conseguido virar o
Simon Blin, a 12ª geração da família. E quem garante jogo nos últimos tempos. Passando de variedade pra-
a qualidade dos vinhos é o mestre da adega Sébastien ticamente desconhecida do público em geral, sempre
Barbier. sombreada pela Chardonnay e pela Pinot Noir, aos
As vinhas estão assentes em solos basicamente poucos a Meunier vem-se afirmando como casta da
argilo-calcários, com boa presença de giz e exposição moda na região.
sul-sudeste. A região é cortada pelo rio Marne, que Uma das razões é a característica mais frutada que
garante um microclima bem particular. O clima é proporciona aos champanhes que a têm como base.
frio e húmido, com temperaturas que chegam habi- Para quem gosta de diversidade, esta ascensão da
tualmente aos graus negativos no inverno. Não é Meunier é mais um bom motivo para abrir uma gar-
incomum que os termómetros marquem −10ºC nos rafa de champanhe (de preferência feito 100% com
meses mais gelados, fazendo de Vincelles uma das a casta) e festejar! Afinal, como bem disse Napoleão
mais frias zonas de Champagne. Bonaparte, “Champanhe! Na vitória merecemo-lo, na
E é precisamente esta combinação entre frio e derrota precisamos dele”.
humidade que permite à casta oferecer o que tem de
melhor: champanhes frutados, macios, com algum H. BLIN
corpo e aromas carregados de frutas brancas, com 5, RUE DE VERDUN
toque de nozes e de mel. A variedade é o grande 51700 VINCELLES, FRANÇA
diferencial da casa. Com os 98 hectares plan- T.33 3 26 58 20 04
tados de Meunier que a H. Blin possui, coloca-se E.CONTACT@CHAMPAGNE-BLIN.COM
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H. Blin Vintage 2015 H. Blin Blanc de Noirs H. Blin Brut H. Blin Blanc H. Blin Brut Rosé NV
Champagne / Espumante
Millésime 2012 Tradition NV de Blancs NV Champagne / Espumante
/ H. Blin Champagne / Espumante Champagne / Espumante Champagne / Espumante / H. Blin
Envelhecimento de oito / H. Blin / H. Blin / H. Blin Envelhecimento mínimo
anos; 7g./l. de açúcar. Lote Oito anos de Envelhecimento mínimo de Envelhecimento mínimo de de 24 meses; 7g./l. de
de 50% Meunier e 50% envelhecimento mínimo. A 24 meses; 7g./l. de açúcar. 24 meses; 7g./l. de açúcar. açúcar. 60% Pinot Noir, 20%
Chardonnay. O nariz é rico dosagem é de 2,5 g./l. de No nariz, a fruta domina, 100% Chardonnay, nariz Chardonnay, 10% Meunier
e profundo, com notas de açúcar, o que faz deste um com aromas de peras e com notas bem marcadas e outros 10% de uvas tintas
marmelo, peras cozidas extra-brut. O nariz abre com damasco. Um leve toque de abacaxi em calda. Na da AOC Champagne.
e mel, aliados a notas de bastante fruta, em especial de maçã verde no fundo boca, tem algum nervo, um No nariz, muito morango
limão siciliano em conserva nêsperas, melão amarelo chama a atenção. Na boca, lado cítrico bem marcado e e framboesa. Na boca,
e um toque de pão tostado. e pêssegos em calda, com mantém o caráter frutado, final de médio a longo, com mantém o perfil do nariz,
Na boca, tem mousse fundo de padaria. Na boca, com uma acidez bem leve sensação de giz. com uma acidez mais
cremosa, é crocante, tem mousse cremosa, trabalhada. Fim de boca cortante. Falta-lhe um
Consumo: 2023-2025
profundo e amplo. Termina ataque com notas de frutas com leve sensação de giz. pouco de profundidade e
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bem, com final longo e mais em compota. Tem um final mais marcante.
Consumo: 2023-2025
notas de frutas secas. uma acidez média, mas Consumo: 2023-2025
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Para ver e ouvir PRODUTO CLUBE DE REVISTAS
texto Fátima Iken / fotos Ricardo Garrido
CLUBE DE REVISTAS
Quem não se perde por um bom queijo, untuoso, com aroma lácteo de manteiga
fresca e textura cremosa? Salino, ácido ou doce, por vezes picante, com notas
de frutos secos e até de fruta, o queijo de vaca é um imenso desafio no prato,
sobretudo depois de envelhecer. Cheiramos, saboreamos, sentimos a sua textura
na boca e só nos apetece continuar. Como todos os desejos, acaba em prazer.
Em Famalicão, a magia acontece por mãos femininas.
Convém não abusar, mas a panóplia que cultivar alimentos que contenham elevado iria ter o mesmo sabor prolongado e a textura
Portugal possui de queijos singulares ilustra valor nutricional”. “Através de técnicas e cri- suave e cremosa que caracteriza o nosso pro-
bem como somos apreciadores. Se o terroir térios rigorosos de produção, cultivamos na duto”. O processo de fabrico diário é rápido
é essencial para o sabor, odor e cor do vinho, nossa propriedade milho e azevém. A dieta dos para manter a qualidade do leite, pelo que em
no queijo passa-se algo de muito semelhante. nossos animais é formulada especificamente quatro horas está o ciclo fechado.
As caraterísticas ambientais são essenciais na para obter um leite que reúna as propriedades Cada queijo possui cerca de dez litros de
produção de leite. O tipo de animal, os pastos, mais adequadas para o fabrico de um queijo leite e, diariamente, são produzidos cerca de
a presença de determinados bolores e bac- de excelência. A qualidade do leite - principal mil e trezentos litros. Em cada cuba produzem
térias, tudo contribui logo para o sabor, tex- matéria-prima do queijo - é o fator que mais 70 queijos, o que dá uma média diária de 140
tura e aroma de um queijo que se pode tornar influência o produto final”, sublinha. queijos, já que repetem o procedimento. Uma
numa verdadeira obra de arte. Em Ribeirão São vários os tipos de queijo aqui produ- produção que resulta em 35 toneladas de
(Famalicão), descobrimos um queijo artesanal zidos, do amanteigado ao curado com três, seis queijo por ano.
com sapidez e uma caraterística que nos levou e nove meses e ainda o queijo com cachaço Contudo, falamos de um trabalho artesanal,
a aprová-lo. fumado, resultado da colaboração de um pro- pelo que cada queijo é único. “Fazer queijo
Os produtores da matéria-prima são, igual- dutor local, bem como um queijo picante (com artesanal não é difícil, mas fazer todos os lotes
mente, criadores das vacas frísias, o que lhes malagueta). iguais é impossível. Dentro dessa impossibi-
permite ter, a priori, controlo absoluto no que lidade trabalhamos todos os dias para que as
estão a fazer, a começar pela alimentação do Leite inteiro não alterado diferenças entre lotes de queijo sejam imper-
gado. De facto, tudo começa na forragem, ceptíveis, sempre mantendo os padrões de
um dos vetores fundamentais para conseguir Estamos agora na fase da coalhada (ou qualidade e fabrico tradicional”.
este queijo de excelência que, ainda por cima, coagulação) e mergulhamos numa nuvem de O queijo é um alimento muito completo, rico
quanto mais envelhece mais felizes nos deixa e um aroma lácteo, reconfortante. A outra irmã, em vitaminas - vitamina A, niacina, vitamina
a SenrasDairy não brinca em serviço. Elisabete, antiga professora de Educação B12, cálcio, fósforo e zinco e é dez vezes mais
Um dos principais ingredientes que formatam Física, já se encontra na queijaria a fazer o concentrado que um copo de leite. Uma fatia
o sabor deste leite e queijo é uma alimentação desassoramento, retirando o soro do leite e (20 g.) é igual a um copo de leite (2 dl.) e natu-
caracterizada por milho, azevém e, até recente- espremendo manualmente uma nuvem fofa de ralmente sem lactose. Pode até substituir uma
mente, luzerna. O azevém é uma gramínea com massa de queijo fresco e branco que aprovei- proteína como o peixe ou a carne. O seu prin-
alta taxa nutricional, indicada para as vacas tamos para provar. O leite havia sido já pasteu- cipal problema é a gordura e o sal, mas neste
leiteiras, e a luzerna cultura forrageira ou alfafa rizado a 60º, durante duas horas, para eliminar caso o sal é residual.
é um legume de folhagem perene. Através de bactérias. Para obter um queijo de leite de vaca com
técnicas e critérios rigorosos de produção, a As duas irmãs cresceram a observar estes nível qualitativo, o sabor e a textura dependem
empresa cultiva na sua propriedade as for- procedimentos e assumem que gostam mesmo de variados critérios, a começar pela espécie
ragens que representam mais de 70% da ali- do que fazem. “Ordenhamos duas vezes por de vaca, da sua alimentação e do tipo de repro-
mentação dos animais. “O primeiro desafio dia, de manhã e final do dia e não retiramos a dução, isto sem esquecer o tipo de tratamento
para fazer o melhor queijo está no cultivo dos gordura nem adicionamos proteína, trata-se de térmico, bem como o processo de maturação
alimentos para os nossos animais. Desde a leite inteiro”. Leite inteiro é leite que não é alte- do queijo.
escolha das sementes à forma de conservar rado. As percentagens de gordura e proteína
as colheitas, nada é deixado ao acaso. O nosso rondam os 3,7% e 3,3%, respetivamente, mas A potencial complexidade da cura
objetivo é conseguir disponibilizar alimentos estes valores não são constantes, dependem
com todos os nutrientes necessários para uma de vários fatores como a alimentação, genética A cura ou afinamento do queijo é feita em
produção de leite adequada às necessidades e e estado da lactação das vacas. câmaras com temperatura e humidade con-
à exigência dos nossos produtos”, conta Marta Aqui não existe manipulação da matéria- troladas. A utilização de estantes de madeira
Moreira dos Santos, zootécnica, uma das irmãs -prima. ”Uma forma mais rápida de obter mais permite criar um microclima com um leque
hoje à frente da empresa familiar, que existe rendimento em queijo e obter os lotes de queijo extensivo de culturas que ajudam no desenvol-
desde 1983. mais similares é fazer o acerto entre gordura/ vimento do sabor.
Sendo a agricultura uma atividade complexa, proteína acrescentando proteína (na forma Estamos agora numa delas, a 8º, e apesar do
residindo nos múltiplos fatores que influen- de caseína) e/ou retirar gordura do leite. Não verão lá fora, aqui dentro tirita-se. O cheiro a
ciam o resultado final pretendido, o “foco é o fazemos porque sabemos que o queijo não queijo maturado atiça os sentidos, enquanto
adormecem envoltos em fitas de algodão, assim, ser chamados de “cristais da felici- Da Suíça, o Gruyère e Emmental, da Itália,
como num imenso berçário. “Os amanteigados dade”. Um valor acrescido, sobretudo quando o Gorgonzola, o Provolone ou o Parmiggiano,
vão a curar um mês. Depois são escovados e falamos de cura. Quanto mais novo o queijo, da Inglaterra o stilton, o cheddar ou o cottage,
lavados. A atividade enzimática e microbiana mais suave e mais ácido. Com a cura, a acidez da Holanda o Edam ou Gouda, de Espanha o
faz o seu trabalho depois no envelhecimento, vai diminuindo e o “flavour” (aroma e sabor) Manchego ou o galegoTetilla.
consoante se trate de três, seis ou nove meses intensificando. Entre nós, o grande preferido é mesmo o
de cura”, conta Marta. queijo de leite de vaca. Embora haja cresci-
O envelhecimento afina-os e ganham em Os encantos do queijo de vaca mento na produção e consumo de queijo com
complexidade. Tornam-se enrugados ao leite de vaca, nas outras categorias, está-se
perder água e peso, concentrando sabor e O queijo foi inventado mesmo antes do pão a descer, devido à falta de matéria-prima,
aroma. As caraterísticas organoléticas do e do vinho, já no Neolítico. Muito provavel- de que padecemos, sendo, muitas vezes, os
queijo e de formato são marcantes. Da próxima mente os habitantes do Médio Oriente fabri- produtores obrigados a recorrer ao mercado
vez que comer queijo aprecie a sua forma, cavam já uma série de queijos frescos (docu- espanhol.
crosta, cor, textura, antes de o saborear. O mentos sumérios datados de 3000 a.C. assim Fique, já agora, a saber que comer queijo
aroma forte e o sabor levemente picante, que o atestam). A Europa tornou-se, contudo, no antes de dormir pode trazer alguns benefícios.
se acentua com o envelhecimento, são parti- continente onde o fabrico do queijo se desen- As proteínas do soro de leite são capazes de
cularmente interessantes (ver caixa). volve de forma particular, sobretudo devido fazer produzir a serotonina e melatonina. E
Para a avaliação organolética de um queijo, ao clima mais frio, que preserva os produtos não é um mito que o queijo contribua para o
é necessário apreciar várias vertentes, nomea- lácticos mais facilmente. É um produto que esquecimento, pelo contrário. Pela presença
damente a textura na mão e o aspeto exterior pela durabilidade e conservação em seco se generosa de cálcio e fósforo faz muito bem
(formato, bordos, faces e crosta), o aspeto ao torna interessante. Sobretudo se se jogar com aos nossos neurónios, até como estimulante.
corte (cor da pasta, olhos, uniformidade,), o os tempos de maturação e envelhecimento. Com pão, com tostas, mel ou frutos secos,
odor, a textura na boca (maciez, cristais) e o Apesar dos primeiros documentos histó- pode ser uma iguaria em qualquer momento
sabor (acidez, doçura, picante, dependendo ricos se reportarem essencialmente ao queijo da refeição, como aperitivo ou para conclusão.
da idade, pode saber a frutos secos, caramelo, de cabra, o queijo de vaca existe já desde a O ideal é acompanhar sempre com um bom
fruta, grãos torrados, etc.). Prazer e envelhe- época romana. Já no século I, um romano vinho e a panóplia de hipótese é grande, dos
cimento do queijo andam a compasso. Os descreve o fabrico do queijo com os mínimos tranquilos brancos e tintos, dos licorosos aos
pequenos cristais que se detetam num queijo detalhes no seu tratado agrícola, desde a coa- efervescentes.
mais velho têm muito que lhe diga. lhada ao afinamento e prensagem. Da mesma forma que o vinho, convém
O envelhecimento e a maturação atiçam Os queijos de vaca são especialmente aguardar antes de o consumir. Depois de
a chamada tirosina (“tyros” significa queijo apreciados em França, um dos primeiros pro- o abrir deixar descansar, à temperatura
em grego), um aminoácido que faz parte da dutores do mundo, aliás. Essa grande diversi- ambiente, devendo ser arejado um ou dois
degradação da proteína que existe no queijo dade queijeira levava De Gaulle a afirmar ser dias antes de o consumir.
(a caseína). Trata-se de um aminoácido aro- exemplo de um país difícil de governar. Do
mático percursor de um neurotransmissor que Camembert ao Brie ou Beaufort , o Bleu de SENRASDAIRY
atua no cérebro e desencadeia uma sensação Gex Haut-Jura, o Brie de Melun, o Cantal, de R. DO CRUZEIRO, 37
de prazer. Ou seja, quando comemos queijo Montbrison, o Mont-d’or, o Neufchâtel ou o 4760-719 RIBEIRÃO
envelhecido sentimo-nos prazerosamente Salers, só para falar de alguns que vale a pena M.933 757 114
felizes, não é curioso? Estes cristais podiam, provar. E.GERAL@SENRASDAIRY.COM
CARATERIZAÇÃO ORGANOLÉTICA
AMANTEIGADO AFINADO CURA AFINADO CURA AFINADO CURA
Crosta fina e bem ligada. DE TRÊS MESES DE SEIS MESES DE NOVE MESES
Pasta cor de marfim brilhante e uniforme, Queijo de formato cilíndrico baixo, com Crosta de cor castanho-claro acinzentado
amanteigada, apresentando alguns olhos Crosta de cor heterogénea variando entre
bordos definidos a arredondados, faces heterogénea, marmoreada de tons
de tamanho irregular distribuídos de o castanho claro e o castanho escuro.
superior e inferior planas e face lateral castanho torrado. Apresenta uma textura
maneira uniforme. Apresenta uma textura rugosa, seca e
abaulada. ligeiramente rugosa, seca e dura.
Odor exterior lácteo acidulado com notas dura.
Crosta de cor amarelo torrado O aspeto ao corte é um pasta cor amarelo
de manteiga fresca na pasta. Pasta cor amarelo torrado, fechada,
marmoreado, com tons esbranquiçados palha no centro, que evolui para amarelo
Textura lisa, cremosa, untuosa, fundente e compacta e com pouco olhos pequenos,
característicos da sua flora de superfície. palha escuro na periferia do queijo,
ligeiramente aderente. uniformemente distribuídos.
Textura ligeiramente rugosa, seca e dura apresentando alguns olhos pequenos.
Equilibrado de sal, medianamente ácido Sobressai o aroma a alperce e frutos
com crosta mediana e bem ligada. Pode apresentar algumas fissuras
e doce. tropicais.
Pasta cor amarelo palha claro, características da maturação prolongada.
Aroma lácteo a manteiga fresca, com Ligeiramente salgado e ácido e
apresentando alguns olhos de tamanho Odor exterior acentuado a mofo sendo o
ténues notas herbácea e persistente. acentuadamente doce. Sabor muito
irregular e uniformemente distribuídos. odor interior completamente distinto, em
complexo, forte e persistente, onde
Medianamente ácido, sabor complexo, que sobressai o aroma a frutos secos.
sobressaem os aromas a frutos secos e
aromas de manteiga derretida, baunilha e Textura semi-dura, medianamente seca,
caramelo em harmonia com os aromas
frutos secos, elevada persistência. mas com uma maciez que surpreende
ténues a alperce e frutos secos.
num queijo com esta idade. Pode
Textura dura, seca e ligeiramente
apresentar alguns cristais próprios
granulosa apresentando alguns cristais
da maturação. Sabor muito complexo,
próprios da maturação.
persistente, sobressaindo os aromas
a frutos secos e grãos torrados, algum
caramelo.
LISBOA
CLUBE DE REVISTAS
Sempre me causou alguma irritação os restaurantes situados em locais entre clássicos e uma cozinha do mundo - tudo com um bom twist e uma
privilegiados por, de uma forma geral, acharem que não precisam de se linguagem contemporânea. Independentemente da ideia que Miguel
esforçar muito para terem uma oferta gastronómica acima da média. Rocha Vieira queira passar, esta é uma cozinha nitidamente com autoria.
Como quem diz: “Só faltava pretenderes sentar-te num lugar com uma Todavia, é também uma cozinha descomplicada e despretensiosa, como
vista destas e ainda quereres comer bem e seres bem atendido”. Quando ele refere, e, felizmente, interessante. Aliás, se não me ter o Ministério das
comecei a ver nascer o Anfíbio, junto ao Terreiro do Paço (na verdade, Finanças do outro lado da rua, teria pedido quase tudo e “à patrão”, com
junto ao Campo das Cebolas), em Lisboa, fiquei a pensar se seria mais suplemento de caviar (+40€/30gr), uma opção disponível em metade
do mesmo ou se poderíamos esperar algo especial. Afinal, tratava-se do dos pratos.
novo projeto de Miguel Rocha Vieira, um cozinheiro de provas dadas no Das entradas, deixámos para outras núpcias a poesia vegetariana de
meio e estrelas Michelin conquistadas no passado, em Budapeste e por “O nosso Jardim, à Beira-Rio Plantado Legumes da Horta Crus, Marinados
cá. Porém, foi o próprio a colocar água na fervura, quando se começou a e Cozidos” bem como a salada “Como uma César, mas de Lavagante”
falar do projeto. De facto, à medida que se foi aproximando a abertura do e fomos para o tártaro de novilho "au couteau" e o Brás do Mar com
restaurante, Rocha Vieira procurou baixar as expectativas, multiplican- camarão da Costa e molho de crustáceos. No primeiro caso, o tártaro,
do-se em declarações de que não se tratava de um restaurante com uma com os pedaços de carne cortados à faca (couteau), como manda a
cozinha de autor, de que não andavam atrás de prémios e que a ideia era regra, vinha dividido em cinco pequenas porções, cada uma colocada
ter uma oferta divertida, descomplicada e despretensiosa. Ainda é cedo numa fatia de bresaola (presunto de vaca). A ideia era enrolar cada uma e
para saber se é algo sólido ou apenas mais um daqueles casos em que comer em uma ou duas bocadas acompanhando com batatas insufladas,
um chefe famoso associa o seu nome no início e depois vai-se desligando uma forma interessante e saborosa de oferecer uma batata frita crocante.
discretamente. Mas vamos lá. Quanto ao tártaro, apenas duas observações. Uma em termos de sabor: a
Em traços gerais, o projeto situado na Doca da Marinha, que faz parte ideia de conjugar a proteína bovina de duas formas parecia prometedora,
de uma operação mais abrangente que pretende dinamizar uma área que não fosse a potência da carne curada atropelar a delicadeza de sabor do
estava desaproveitada junto ao rio, inclui três quiosques com conceitos tártaro. A outra observação tem a ver com a quantidade: sendo nitida-
gastronómicos distintos: o Azul, (12h00 às 20h30), com marisco e peixe mente uma entrada para partilhar, porquê cinco unidades?
fresco; o Amarelo, com um horário mais alargado (11h00 às 22h30) e uma
oferta de petiscos portugueses, para partilhar; e o Vermelho, num horário Um produto, diversas formas
mais restrito (8h30 às 17h30) com brunches e comida vegetariana. Porém,
a estrela do lugar é o restaurante Anfíbio e é sobre ele que nos interessa O “À Braz” como técnica, ou como base de receita, em que a cebola
agora focar. refogada, a batata frita em palha e ovo, associados a outros elementos,
Com uma parte assente em terra e outra no rio, o espaço, um bloco que não o bacalhau, é algo que não via há muitos anos e que me pareceu
de linhas direitas com uma ampla frente envidraçada virado para a doca uma recuperação muito feliz da parte Miguel Rocha Vieira. Se essa base
e para o Tejo, tem assinatura do arquiteto Carrilho da Graça. Com uma por si só já seria vencedora, ainda para mais com uma gema de ovo mistu-
decoração agradável e elegante, em busca de um ambiente descon- rada no momento, imaginem tudo isso envolvido, também na mesa, com
traído, cabem no restaurante umas cem pessoas, entre a sala interior e um molho de crustáceos. Acreditem: é absurdamente bom! Já para não
o exterior - ainda que numa primeira fase o número de lugares sentados falar como será com o tal suplemento de caviar...
tenha sido reduzido. Boa ideia, também, a de trazerem umas cabeças de gambas fritas à
Em termos de cozinha, a proposta de Rocha Vieira vai buscar inspiração parte, não só pela “crocância”, mas igualmente pela camada extra de
a diversas fontes, navegando entre receituário luso e o internacional e sabor.
Nos pratos principais, gostei muito da bochecha de pelo sabor do queijo é provável que seja confecionada
atum ao sal, cebolo, cebolas e chalotas. Julgo só ter com bons ingredientes. Porém, para mim, faltou-lhe
comido esta parte do tunídeo antes, em Espanha, onde aquele “punch”, doce, lácteo e caramelizado da original, a
as peças ditas menos nobres deste peixe são valorizadas, do La Viña, em San Sebastian.
pelo que, também aqui, tiro o chapéu a Rocha Vieira. De Em termos de bebidas, para um restaurante despre-
facto, vale muito a pena: o seu sabor é complexo sem ser tensioso, a carta de vinhos está bem acima do que espe-
intenso e a textura agradável, aproximando-se da dabo- rava. A seleção, cosmopolita e abrangente - quer em
Quinta do Crasto
A elegância de uma
velha senhora chamada
Vinha Maria Teresa
Ao fim de 14 edições, escasseiam adjetivos para forma, como referiu Tomas Roquette, “quando morre
classificar o portento de elegância e finura dos vinhos uma videira asseguramos, por georreferenciação, que
que saem da emblemática Vinha Maria Teresa, na esta é replantada exatamente no mesmo sítio”. Neste
Quinta do Crasto. Sublinhe-se, no entanto, que entre campo, instalado com vinhas obtidas por seleção
2015 e 2019 - a mais recente de que aqui lhe damos massal e enxertia tradicional, conseguimos “manter o
conta -, foram engarrafadas, consecutivamente, todas mapa genético desta vinha, que tem uma identidade
as colheitas da Vinha Maria Teresa. Isto representa, e carácter únicos”.
desde logo, o resultado de um profundo e aturado Com idade média superior a 100 anos, mas com
trabalho de investigação e conhecimento sobre esta uma primeira parcela já instalada antes da aquisição
vinha de 4,7 hectares, que conduz inevitavelmente à da quinta por Constantino de Almeida, em 1918, a
consistência produtiva. Maria Teresa (nome da primeira neta deste empre-
Com efeito, este trabalho, a que foi dada a desig- sário) alberga pés de vinha que poderão ascender
nação “PatGen Vineyards” - cuja primeira fase estará a 130 anos de idade. Curiosamente, está ainda por
em vias de conclusão -, permite “identificar a tota- apurar a origem do material vegetativo que foi plan-
lidade das castas que fazem parte da Vinha Maria tado à época, onde pontificam variedades como
Teresa” e, igualmente, a sua localização. De acordo Barreto dos Frades (dizem os antigos que o nome da
com o enólogo Manuel Lobo, foram já identificadas casta, que se assemelha a “pequenas melancias lis-
54 castas, num conjunto de 29.692 pés de vinha. O tadas”, derivará do barrete listado que envergavam os
estudo contempla não apenas a georreferenciação, frades que outrora ocuparam o Crasto, aventa Tomás
que permite “saber o que é cada pé de vinha”, mas Roquette), Moscatel de Hamburgo, Carménère,
também, através de mapas NDVI e NDVR de alta Tourigão (clone antigo de Touriga Nacional cada vez
resolução, conhecer a cada momento o que se passa mais raro), entre muitas outras, o que exigiu um tra-
nesta vinha centenária, estabelecer índices de vigor, balho de classificação notável.
fertilidade, hídricos ou de condutividade do solo, por A vinha destaca-se, desde logo, visualmente, com
exemplo. os seus muros antigos e a exposição nascente: “Cerca
Mais abaixo da Vinha Maria Teresa, a Quinta do de metade da vinha é mais sombreada e recebe
Crasto instalou o seu campo de multiplicação, onde menos horas de sol que a outra metade”, assinala
estão os genótipos das videiras identificadas. Desta Manuel Lobo.
“Num ano quente, está mais prote- pé, numa vinha que tem em média cerca
gida e fresca do que uma vinha com de 30% de falhas. Por aqui também se
exposição poente”. Com inclinações percebe a importância do estudo gené-
entre 45º e 55º, percebe-se por que tico realizado. Com uma produção que,
motivo o enólogo nunca antecipa a este ano, chegou a 9.000 garrafas de
data de início da vindima… Para o mais Vinha Maria Teresa, supridas as falhas,
recente Vinha Maria Teresa, a colheita os responsáveis do Crasto estimam
arrancou a 20 setembro, data do pri- que, num ano ótimo, a vinha tenha
meiro corte, com as chuvas de 21 e 22 potencial para chegar às 14.000 gar-
de setembro a completarem a matu- rafas. Isto tendo em conta que, todos
ração de algumas castas mais tardias. O os anos, algumas destas uvas integram
segundo corte deu-se a 30 de setembro o lote do Vinhas Velhas Reserva. Tal
e a vindima foi dada como concluída a como as uvas da Vinha da Ponte, com
11 de outubro, na sequência de um ano os seus 1,96 hectares, esta orientada a
seco mas que, dadas as temperaturas sul, com mais de 30 variedades mistu-
amenas, proporcionou maturações radas. Também daqui, quando o ano
equilibradas. assim o dita, sai o exclusivo Vinha da
Depois de feita a separação dos Ponte.
cachos para o lote (onde não entra, A Quinta do Crasto reúne hoje 42
por exemplo, Mourisco) e fermen- hectares de vinha velha, num total de
tados os vinhos, estes estagiam em 220 hectares e outros 30 geridos pela
barricas novas de carvalho, das quais empresa, o que abrange o projeto no
90% francesas e 10% americanas, Douro Superior, com a Quinta da
sendo que o lote final resulta da seleção Cabreira. Para além do Vinha Maria
das melhores barricas. Manuel Lobo Teresa, foram apresentados os mono-
referiu que a escolha de barricas resulta varietais Touriga Franca e Touriga
daquelas que ofereçam “tanino mais Nacional, ambos igualmente de 2019, e
fresco” na prova de boca, bem como a primeira edição do Crasto Tawny 20
“tosta que acrescente complexidade e Anos, que resulta do lote de vinhos dos
seja respeitadora do perfil do vinho”. mais de 450.000 litros que a empresa
O rendimento médio é de 387 g. por detém em stock.
98 95 94 93
Quinta do Crasto Vinha Quinta do Crasto Quinta do Crasto Crasto Porto
Maria Teresa 2019 Touriga Franca 2019 Touriga Nacional 2019 Tawny 20 Anos
Douro / Tinto / Quinta do Douro / Tinto / Quinta do Douro / Tinto / Quinta do Vinho do Porto / Fortificado /
Crasto Crasto Crasto Quinta do Crasto
Profundo e concentrado, de Rubi profundo. Boa dimensão O primeiro destes dois monocasta Primeira edição desta categoria.
enorme dimensão e complexidade aromática, com notas de fruto de distingue-se pela elegância e pela Destaca-se pela frescura aromática,
aromáticas. Frutos silvestres, bosque maduro, compota. Herbáceo prontidão, dando-se já à prova com com notas melíferas e de alguma
como amora e groselha preta. seco, a madeira surge muito muito prazer. Exibe um lado floral fruta cristalizada, avelã e chocolate
Trufa. Herbáceo fresco e flores discreta e elegante. Tanino ainda mais evidente, mentolado até, com branco, em conjugação com aromas
brancas, complementados com jovem, arenoso, com alguma rudeza nuance de hortelã. Alguns tostados balsâmicos (leve verniz, iodo)
aromas nobres da madeira, leve ainda que o tempo se encarregará leves, pão torrado, nota de verniz. conferidos pelo estágio prolongado
abaunilhado. Nota direta de verniz, de polir. Estrutura primorosa, em Taninos suaves e sedosos, que dos vinhos mais velhos do lote
muito elegante, a elevar o conjunto. bom equilíbrio com a frescura conferem belíssima estrutura, com (que superam as quatro décadas).
Seco, belíssimo volume e estrutura. aromática, que termina muito requinte e elegância. Especiarias Belíssimo volume e untuosidade,
Tanino de qualidade, ainda jovem saboroso e salivante. finas e fruta fresca no fim de prova. frutos secos e especiarias no aroma
mas já polido. Especiarias e tostados Consumo: 2023-2033 Consumo: 2023-2033 de boca.
no aroma de boca; rico e vibrante, 55,00 € / 16ºC Consumo: 2023-2028
55,00€ / 16ºC
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80,00€ / 14ºC
um final longo, com a fruta fresca
em destaque.
Consumo: 2023-2038
255,00€ / 16ºC
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Costa Boal Porto Tawny Quinta do Estanho Rozès Very Very Old Porto
Very Very Old Port Very Very Old Port Branco
Vinho do Porto / Fortificado / Vinho do Porto / Fortificado / Rozès / Fortificado / Quinta do
Costa Boal Family Estates Quinta do Estanho Estanho
Laivo esverdeado, âmbar. Aroma rico Aroma de múltiplas dimensões,
Mogno, rebordo esverdeado. e profundo, de enorme intensidade. fruta cristalizada, figo branco,
Denso, exibe notas de menta, noz, Bolo rei, mel, café, tostados. cítricos, torrefação e especiarias.
amendoados e um ligeiro vinagrinho. Especiarias. Folha de tabaco. Aveludado na boca, profundo de
O melhor surge logo a seguir. Vinagrinho. Especiaria no ataque, sabor e acidez citrina fenomenal. A
Texturado, cola-se às paredes do algum amargor no aroma de boca. doçura é generosa, mas o vinho ecoa
copo. Exacerbado em múltiplos Acidez notável. BA / LC / MB / NGVP refinamento. Obviamente, muito longo
aspetos, combina volume, acidez, 5.500,00€ / 14ºC e persistente. LC/ MM
açúcares e aguardente com uma — 650,00€ / 14ºC
elegância rara de encontrar. O final
deixa memória. Que vinho!... JJS/
NGVP
900,00€ / 14ºC
Cláudio Martins
Saturn
Mais um planeta
na constelação
Criado em colaboração com o famoso
produtor Ernst “Erni” Loosen e o con-
sultor Cláudio Martins, Saturn é o terceiro
lançamento da série limitada “Wines from
another World”. Um vinho da colheita de
2013, proveniente de uma vinha velha em pé
franco, com cerca de 130 anos e com uma
inclinação entre 80% a 100%, localizada em
Erden, na região de Mosel, na Alemanha. A
fermentação ocorreu em foudre, onde ficou
em estágio durante oito anos antes do engar-
rafamento. São 1.780 garrafas de 750ml que
chegam ao mercado por 900€. Há, ainda,
60 magnuns, pelo valor de 2.000€.
98
Saturn 2013
Mosel (Alemanha) / Branco /
Weingut Dr. Loosen
A pureza da fruta espanta, a
sensibilidade floral emociona,
misterioso nas sugestões especiadas.
Mineral, robusto, bem estruturado,
expressivo e incrivelmente fresco.
A dança da acidez, estrutura e
mineralidade é inebriante. Um vinho
que impressiona pela sobriedade.
Consumo: 2023-2030
900,00€ / 11ºC
@revistadevinhos
CLUBE DE REVISTAS
1000
NOVIDADES CLUBE DE REVISTAS
texto e notas de prova Luís Costa e Nuno Guedes Vaz Pires / fotos Arquivo
Quanta Terra
96
Quanta Terra Inteiro 2013
Douro / Tinto / Quanta Terra Soc. Vinhos Lda.
qualidade!
os aromas intensos a fruta preta desidratada,
fumados, chão de floresta e pimento. Na boca é
musculado, com alguma rusticidade, mas termina
amplo, fresco e texturado. Um vinho realmente
singular.
Consumo: 2023-2040
70,00€ / 16ºC
—
95
Quanta Terra 2016
Douro / Branco / Quanta Terra Soc. Vinhos
Lda.
Amarelo-dourado brilhante. Lote de Gouveio
e Viosinho que permaneceu seis anos em
barricas usadas, tem aromas de fino recorte com
apontamentos de ameixa branca, damasco, toranja,
raspa de lima, mel de flores e ligeiro tostado.
Na boca é sofisticado e envolvente, cremoso e
acetinado, com índices de frescura proporcionados
por acidez de grande nível.
Consumo: 2023-2030
70,00€ / 14ºC
—
95
Quanta Terra Manifesto 2017
Douro / Tinto / Quanta Terra Soc. Vinhos Lda.
Lote de Touriga Nacional, Touriga Franca e Sousão,
de tonalidade rubi profundo, exibe uma sofisticada
O rosé de Pinot Noir é “wild”, o Quanta Terra Branco 2016 não desmerece as camada de especiarias a envolver apontamentos
versões antecedentes e o tinto Quanta Terra Inteiro 2013 é tanto ou mais selvagem de fruta azulada, groselha preta, xisto molhado
e grafite. Na boca é denso, profundo, guloso e
do que o seu primo rosé de origem borgonhesa. É num registo clássico, e ao mesmo
envolvente. Tanino maduro monumental. Belíssima
tempo disruptivo, que os enólogos e produtores Celso Pereira e Jorge Alves apre-
acidez. Um vinho de “cortar à faca”.
sentam mais um conjunto de novidades do portefólio da sua empresa “a quatro
Consumo: 2023-2035
mãos” constituída há já um quarto de século – a bem-sucedida Quanta Terra, pro-
70,00€ / 16ºC
dutor do ano pela Revista de Vinhos em 2018.
—
Desde a altura em que se conheceram nos primórdios do espumante Vértice, nas
Caves Transmontanas, até à inauguração da adega própria deste seu perene projeto
– um espaço inaugurado no ano passado, em Favaios, numa antiga destilaria da Casa
94
do Douro que abrigou também uma badalada exposição de Joana Vasconcelos –, a Wild Pinot Noir 2021
dupla Celso Pereira e Jorge Alves têm andado a fazer alguns dos mais interessantes Douro / Rosé / Quanta Terra Soc. Vinhos Lda.
vinhos do Douro, seja nos tintos, nos brancos ou no seu clássico rosé Phenomena. Tonalidade cereja e perfil mineral, é contido nos
E continuam a fazê-lo com base em uvas compradas, escolhidas e selecionadas aromas mas expressivo na textura. As notas subtis
por diversas paragens durienses, vinificando também em espaços alheios, pois che- de groselhas, mirtilos e bagos de romã surgem
garam à conclusão de que a sua adega de Favaios “tinha mais capacidade para comu- envolvidas por um manto de frescura “selvagem”.
Seco e herbáceo, cítrico e envolvente, tem volume
nicar o vinho, pela carga histórica da casa, do que para acolher a produção”, como
dado pela barrica e personalidade vincada por
diz Celso Pereira. Desde há algum tempo, a adega da Quanta Terra em Favaios é
acidez vibrante.
também um wine-bar (de quarta a domingo) onde se pode beber um copo e petiscar,
Consumo: 2023-2025
antes ou depois de ver uma exposição de artes plásticas ou, quem sabe, de assistir a
70,00€ / 11ºC
um concerto de jazz.
Symington
Taifa, à procura
do reinado do
vinho branco
português 95
Taifa 2020
Alentejo / Branco / Symington Family
Estates
Sem esconder a inspiração nos grandes
brancos da Borgonha, o nariz causa
forte impressão mineral – que a boca irá
confirmar – com notas subtis e elegantes
de cítrico de clementina, ervas frescas,
mel de flores e leve tostado. A textura é
rica e firme, a acidez está bem marcada
sem ser intrusiva, o sabor sofisticado a
pêssego branco e damasco envolvem
o fim de boca num registo de enorme
“finesse”.
Consumo: 2023-2035
65,00€ / 11ºC
“A coroa do vinho branco português ainda não foi atri- aptidão maior para vinhos de perfil cítrico e mineral, o
buída e penso que a Serra de S. Mamede, no Alentejo, ofe- Taifa 2020 evoca o nome dado aos reinos muçulmanos
rece condições únicas para o conseguir. Temos a Quinta criados na Península Ibérica após a dissolução do califado
de Fonte Souto numa localização ímpar, por isso assu- de Córdova.
mimos que é nosso objetivo fazer o melhor vinho branco Com enologia de Charles Symington, Pedro Correia
português”. As palavras desassombradas e ambiciosas e José Daniel Soares, o Taifa 2020 provem de solos de
são de Rupert Symington, CEO da Symington Family transição entre xisto e granito. Uma vez na adega, pro-
Estates, e ganham ainda mais significado por terem sido cedeu-se a maceração pelicular pré-fermentativa. A
proferidas num almoço de apresentação do Taifa 2020, vinificação teve lugar em barricas de carvalho francês e
um topo de gama varietal da casta Arinto de que se húngaro de 500 litros, onde depois estagiou 11 meses com
fizeram somente duas mil garrafas, novíssima referência “bâtonnage” durante o inverno e primavera até ser engar-
da Quinta da Fonte Souto, perto de Portalegre (ex-Altas rafado em novembro de 2021.
Quintas), adquirida pela família Symington em 2017 que Sublinhe-se que o Arinto foi componente único somente
será sempre evocada por ter sido o primeiro projeto viní- nesta primeira edição do vinho, mas, ainda assim, será a
cola dos Symington fora da região do Douro. base dos futuros lotes de Taifa a par do Verdelho. Aliás,
Beneficiando da altitude das vinhas plantadas em plena a manutenção da acidez natural do Arinto é essencial
Serra de S. Mamede (550 metros) e das características no Taifa, pois exponencia o equilíbrio entre o vinho e a
singulares do Arinto, que fazem dela uma das grandes madeira e é um componente essencial na sua longevidade.
castas brancas portuguesas, menos terpénica e com
Caves Velhas
A reinvenção
de um ícone
*
A linha de rolhas técnicas sem TCA, com garantia individual
*Consulte o website ou as fichas técnicas dos produtos para obter mais informação.
NOVIDADES CLUBE DE REVISTAS
texto e notas de prova António Lopes / fotos D.R.
Teixinha sobe
à serra
Na Serra de São Mamede, a 700 metros
de altitude, a Herdade da Malhadinha Nova
encontrou uma propriedade que permite ela-
borar vinhos que representam um Alentejo
diferente, mais fresco e vibrante. Juntou assim
cerca de 100 hectares ao seu portefólio com
a aquisição da Quinta da Teixinha, apesar de
a propriedade ter apenas cerca de quatro hec-
tares de vinha em produção.
Também nestes vinhos, que contam dois
brancos e dois tintos, onde o uso de barrica
ou ânfora complementa a distinção que a alti-
tude e os solos da Serra de S. Mamede pro-
porcionam, encontramos rótulos originais,
saídos da imaginação dos membros da nova
geração da família Soares e onde cada um
deles relata as suas experiências sobre o que a
Teixinha representa através da escrita.
93 92 89 88
Field Blend da Field Blend da Field Blend da Roupeiro da
Teixinha Barrica 2021 Teixinha Tava 2021 Teixinha 2021 Teixinha 2021
Regional Alentejano Regional Alentejano Regional Alentejano Regional Alentejano
/ Tinto / Herdade / Tinto / Herdade / Branco / Herdade / Branco / Herdade
Malhadinha Nova Malhadinha Nova Malhadinha Nova Malhadinha Nova
Vinho de diversas camadas Rubi com auréola exterior De enorme elegância no A tensão da altitude
no nariz, onde a fruta e a bem viva e centro mais nariz apesar das camadas reflete-se em profundidade
especiaria se conjugam aberto. No nariz, notas de de fruta de caroço e citrinos, na frescura deste vinho. No
em perfeita simbiose, barro e fruta vermelha fresca, tridimensional, mas salivante, nariz mostra notas ligeiras
fruta vermelha e preta, assim como um toque de com um final longo e bem de borracha, misturando-se
adensando-se ao longo da rebuçado de morango. Na sustentado pela acidez. com limão maduro e boca
pimenta preta e da baunilha. boca é vivo e jovial, mas Consumo: 2023-2033 ampla, mas com a acidez em
Na boca é delicado mas de complexo e de tanino fino, 25,00€ / 11ºC contraste.
carácter definido. No final é final duradouro. Consumo: 2023-2033
longo, mas fino de identidade Consumo: 2023-2033 22,00€ / 11ºC
e terroir. 45,00€ / 16ºC
Consumo: 2023-2033
35,00€ / 16ºC
94
Kelman As Tourigas - Touriga Nacional
& Touriga-Fêmea 2017
Dão / Tinto / Juliana Kelman Unipessoal
Rubi profundo, laivos violáceos. Fruto silvestre
maduro, amora e framboesa negras, flores brancas.
Notas de subcoberto e bosque, hortelã e menta.
Aromas balsâmicos do estágio em madeira. Belíssima
estrutura e volume, tanino granulado, em conjunto
de grande elegância e frescura.
Consumo: 2023-2033
40,00€ / 16ºC
—
91
Kelman Palhete 2022
Dão / Palhete / Juliana Kelman Unipessoal
O lote é composto por castas tintas (60%) e brancas
A produtora Juliana Kelman, neta de portugueses de uma família originária de (40%). Esmagamento de uva inteira e maceração a
Celorico de Basto que adquiriu em 2011 a sua propriedade com cerca de sete hectares no frio, fermentação a temperatura controlada a 18ºC
Dão, mais especificamente na sub-região de Terras de Senhorim, lançou um vinho único com maceração controlada e reduzida. Aromas
que, como a própria admite, “provavelmente não vai repetir-se, pois não foi planeado, florais e boa mineralidade, em virtude da vinificação.
foi fruto de circunstâncias que não controlamos”. Trata-se d’As Tourigas, exemplar que
Na prova de boca, destaca-se a acidez crescente,
a amparar o tanino e a fruta no aroma de boca,
resultou do ano atípico de 2017, com as consequências nefastas sobejamente conhecidas
terminando com toque salino, a alongar o final.
e às quais fizemos referência em reportagem publicada na nossa última edição.
Consumo: 2023-2028
Na sua propriedade, Juliana conta com uma parcela com cerca de 1,5 ha., onde ponti-
13,50€ / 11ºC
fica um conjunto de vinhas velhas com mais de 80 anos – são 10 castas, brancas e tintas,
—
em ‘field blend’, que dão origem ao já icónico Dez Castas. Pois, em 2017, “a nossa expec-
tativa era dar continuidade ao Dez Castas. Entretanto, durante a colheita, percebemos
que a vinha velha, de onde colhemos as dez variedades para este vinho, estava com um
87
rendimento super baixo. Só havia frutos da Touriga Nacional e da Touriga-Brasileira Kelman Touriga Nacional
(cuja designação oficial é Touriga Fêmea). As outras variedades tiveram um rendimento e Tinta Roriz 2022
nulo ou quase insignificante”. Dão / Rosé / Juliana Kelman Unipessoal
Daí que, pela primeira – e talvez última – vez, decidiu engarrafar o resultado da Touriga Nacional 60% e Tinta Roriz 40%. No nariz,
colheita do ano – a verdadeira vingança das Tourigas! - em 1.675 unidades. “De todos destacam-se as notas de fruta silvestre, citrinos e
os grandes vinhos deste ano, este é certamente o mais especial, pois é resultado de duas flores frescas. Algum herbáceo a elevar o conjunto.
variedades fortes e resistentes, sobreviventes”, resume Juliana. Com efeito, este vinho foi Bom volume e corpo, a apresentar estrutura digna
classificado como Grande Reserva. de nota, com a acidez viva a nortear a prova de
Para além deste, foram ainda acrescentados outros dois vinhos ao seu portefólio, boca.
todos sob a batuta do enólogo António Narciso – um palhete, fruto da curtimenta con- Consumo: 2023-2028
junta de castas brancas e tintas em estilo ancestral típico do Dão, bem como um rosé que 12,50€ / 11ºC
reúne as variedades Touriga Nacional e Tinta Roriz, ambos de 2022.
Francisca Van Zeller, Maria Manuel Maia, Rita Nabeiro, Luísa Amorim,
Mafalda Guedes, Catarina Vieira e Rita Cardoso Pinto
Amálias 100
Vinho de homenagem
que também é solidário
Sete senhoras do vinho aceitaram o desafio da Fundação Amália Rodrigues de criar um
vinho especial em homenagem ao centenário de nascimento de Amália. O vinho leva o nome de
Amálias 100 e foi apresentado em pleno palco do Teatro Tivoli BBVA, em Lisboa, numa noite
que também teve os fadistas Pedro Moutinho e Fábia Rebordão a interpretar canções de Amália.
Trata-se de um blend de uvas e vinhos de diferentes regiões (Alentejo, Dão, Douro e Lisboa),
representando assim todo o país, assim como a voz da fadista abraçava Portugal de ponta a
ponta.
Rita Nabeiro, da Adega Mayor, Francisca Van Zeller, da Van Zellers & Co, Maria Manuel
Maia, da Poças e Luísa Amorim, da Quinta Nova de Nossa Senhora do Carmo, estão entre 93
as participantes desta iniciativa. A estas juntaram-se Rita Cardoso Pinto, da Quinta do Pinto, Amálias 100
Mafalda Guedes, da Sogrape e Catarina Vieira, da Herdade do Rocim. IVV / Tinto / Fundação Amália
Amálias 100 é um vinho tinto da colheita de 2020, para o qual cada produtora contribuiu Rodrigues
com uma parte, com um vinho de alta qualidade, seja lote ou casta, para criar o blend final. Paleta de aromas de grande qualidade,
As castas utilizadas incluem Touriga Nacional (27%), Alicante Bouschet (26%), Alfrocheiro intenso, com fruta madura, chocolate,
(20%), Touriga Franca (13%), Trincadeira (7%) e Field Blend Vinhas Velhas (7%). Sob a orien- matagal seco e nota mineral e fundo
tação dos enólogos Beatriz Cabral de Almeida (Sogrape), Carlos Rodrigues (Adega Mayor) e mineral. Paladar bem estruturado, de
Jorge Alves (Quinta Nova Nossa Senhora do Carmo), esses componentes foram habilmente grande profundidade, taninos finíssimos,
combinados para criar o vinho final. Seguiram-se 12 meses de estágio em garrafa até ao frescura e precisão. Um vinho à altura da
momento de subir a palco. homenagem!!
Este vinho é acompanhado por uma caixa que se destaca pela sua simplicidade e elegância, Consumo: 2023-2035
numa edição limitada de 1920 garrafas Magnum. O número coincide com a data de nascimento 180,00€ / 16°C
de Amália, em 1920. Cada unidade tem o preço de 180,00€ e estará disponível em canais espe-
cializados, lojas próprias, garrafeiras e restaurantes. Todas as receitas serão revertidas na sua
totalidade para a Fundação Amália, que tem como objetivo realizar obras de recuperação na
Casa-Museu Amália Rodrigues e continuar a apoiar instituições como a Casa do Artista.
Pedro Baptista
60 anos celebrados
com vinhos e azeite
da Adega Cartuxa
92 91
Fundação Eugénio de Almeida – Fundação Eugénio de Almeida –
Cartuxa 60 anos 2021 Cartuxa 60 anos 2021
Alentejo / Tinto / Fundação Eugénio de Almeida Alentejo / Branco / Fundação Eugénio de Almeida
O nariz é elegantemente frutado envolto por tostados, Nariz de bom porte, fragrância cítrica e fruta de caroço.
balsâmicos e ervas aromáticas. Sobriedade e requinte. Sugestão de mel e mineralidade. Corpo bem talhado,
Na boca, o vinho tem um bom porte, de perfil fino, destaque à frescura e refinada concentração. Fruta
taninos delicados, porém firmes. Muito harmonioso, equilibrada e final persistente. Com um pouco mais de
longo, moderno com reminiscência clássica. tempo, alcançará um outro patamar.
Consumo: 2023-2035 Consumo: 2023-2035
1000,00€ / 16°C 1000,00€* / 11°C
*vendido como parte do conjunto *vendido como parte do conjunto
Chocapalha
92
Quinta de Chocapalha Arinto
Antigo 2020
Regional Lisboa / Branco / Casa
Agrícolas das Mimosas
Amarelo ouro. Nariz vivo e amplo, flores
secas, limão confitado, laivos a querosene
e frutos amarelos. O paladar é vibrante,
de concentração soberba sem excessos
e frescura perfeita. Longo, a tensão e a
harmonia sugerem que envelhecerá bem.
Ótimo com comida.
Consumo: 2023-2035 / 30,00€ / 11°C
Barão de Vilar
Quarenta meses
em barrica nova…
Kaputt!
92
Kaputt 40 meses 2018
Douro / Tinto / Barão de Vilar Vinhos
Rubi intenso, surpreende no nariz pelas notas muito bem
integradas da madeira, nada excessivas apesar dos 40
meses de estágio em barrica nova. Aos aromas quentes e
maduros de groselha preta, liquorice, cravinho e casca de
pinheiro, juntam-se apontamentos mais frescos de bosque,
flores azuis e bagas silvestres. Na boca mostra-se em
camadas (começa suave e acaba pujante), com tanino de
fino recorte, agradável travo picante e bom balanço entre
robustez e elegância.
Consumo: 2023-2038
35,00€ / 16ºC
www.quatrocravos.com
NOVIDADES CLUBE DE REVISTAS
texto e notas de prova Manuel Moreira / foto Arquivo
Castelão
Nova vida da
casta no Tejo 91
Companhia das Lezírias Séries
Singulares Castelão 2021
Tejo / Tinto / Companhia das Lezírias
Nariz de notória finura, amplo, repleto de fruta
silvestre, fresquíssima, ruibarbo, jasmim e anis,
resinas e laivos a bosque. Boca muito bem composta,
suculência agradável e frescura brilhante num estilo
claramente gastronómico. Aguentará firme a guarda.
Consumo: 2023-2030
25,00€ / 16°C
—
90
Espargal de D. Luís Reserva 2021
Regional Tejo / Tinto / Zé da Leonor
Mostra altivez e profundidade pela fruta madura,
toques tostados e chocolate. Na boca, revela-se
redondo e generoso, os taninos firmes, a acidez e a
bem calibrada fruta asseguram que tudo está no sítio
certo. Termina bem, harmonioso e persistente.
Consumo: 2023-2030
13,00€ / 16°C
—
88
Em mais uma iniciativa de divulgação da região e as suas castas, a Comissão
Chícharo 2022
Vitivinícola Regional do Tejo (CVR Tejo) organizou uma atividade de vindima e uma Tejo / Rosé / Alveirão
prova didática dedicada à casta Castelão, casta tinta bandeira da região. Há um certo estilo fora do script. Une nuances
A CVR Tejo reporta que, na região, a Castelão “mantém o estatuto da casta tinta mais tostadas, quase biscoito, a frutos secos e de caroço.
plantada e, por conseguinte, a mais expressiva nos vinhos, com 80% dos tintos a tê-la Na boca é muito leve, mas vibrante de frescura e
tensão, muito seco e bom desenvolvimento. Nem o
na sua composição”. Tem nos vinhos de lote o seu maior contributo. Na atualidade,
final esmorece. Dará nas vistas à mesa.
“uma nova geração começa a dar-lhe atenção, em vinhas estabelecidas e nas vinhas
Consumo: 2023-2028
velhas. E é, precisamente, em vinhas velhas e maduras, com produtividades baixas ou
12,00€/ 11°C
controladas, que a Castelão dá origem a grandes vinhos”, sublinha João Silvestre, dire-
—
tor-geral da CVR Tejo.
Tudo se passou na Quinta Casal das Freiras, a oportunidade para dar a conhecer
mais um produtor e uma das mais diferenciadas sub-regiões do Tejo, que é Tomar.
85
Provaram-se 10 vinhos, branco de tintas, rosés, tintos e um espumante, de Castelão. Bathoreu 2021
Nas palavras de João Silvestre, “há cinco anos atrás não havia praticamente nenhum Regional Tejo / Rosé / Agro-Batoréu
vinho monocasta de Castelão”, mas verifica-se o renovado interesse pela casta na Muito limpo de aroma, elegante, quase delicado,
região, quando pensada na ótica de qualidade e tirando partido da sua versatilidade, encontramos alguma romã e melancia, a par
atraindo mais atenção por parte dos consumidores. A escolha do local, a Quinta Casal de hibisco. Boca ligeira, aveludada, acidez bem
das Freiras, foi influenciada pelo mais recente lançamento do vinho Casal das Freiras equilibrada com a fruta vermelha e ligeiro amargor
Castelão tinto 2022, fruto de uma colaboração com a renomada casa Niepoort Vinhos. final. Está ótimo, fácil na abordagem e valioso com
No fundo, ficou demonstrado, mais uma vez, que a casta ainda tem muito para sur- petiscos.
preender, pela personalidade e pelos diferentes perfis de vinhos que pode originar. Consumo: 2023-2024
6,00€ / 11°C
Jorge Rosas, Emanuela Tamborini, Filipa Pizarro Jorge Rosas e Michele Jermann
Douscana MMXX
Fusão entre
Douro e Toscana
A Duplo PR, empresa produtora e consultora em enologia, revelou vinho passou por um período de estágio de 20 meses em barricas de
o seu mais recente projeto: o Douscana MMXX, um vinho inovador carvalho francês e resultou em um total de 5340 garrafas.
fruto de uma colaboração com a Tamburini Wines, produtor italiano “Estamos muito orgulhosos com o resultado desta parceria com a
da região da Toscana. Tamburini Wines. O Douscana MMXX é realmente uma referência
É uma história que começa no Brasil, no seio de um grupo de única, que liga o nosso país a Itália, e que nasceu da paixão e do
amantes do vinho que organizam viagens vínicas. As figuras das duas trabalho da Duplo PR e da Azienda Agrícola Tamburini, com quem
empresas conheceram-se e ficou agendada uma viagem a Itália. E temos tido o prazer de trabalhar”, afirma Filipa Pizarro, diretora téc-
assim foi. A Duplo PR foi recebida como parte da família Tamburini. nica e sócia da Duplo PR. Além da criação do vinho, e aproveitando
A afinidade entre as duas equipas foi instantânea e uma ideia extraor- as sinergias criadas, a parceria inclui a promoção e venda nos mer-
dinária surgiu: juntar dois terroirs e duas castas, a Touriga Nacional cados onde cada uma das empresas está bem estabelecida.
do Douro com a Sangiovese da Toscana. A fusão perfeita. E nascia a Durante a apresentação do Douscana MMXX, também foram
parceria em 2014. apresentados dois novos vinhos da gama ITER da Duplo PR, ambos
A edição inaugural do Douscana MMXX é do ano 2020, após um da sub-região do Cávado, na região de Vinhos Verdes: o ITER Branco
ensaio interno em 2015. Este vinho é composto por 50% de Touriga Alvarinho & Chardonnay 2022 e o ITER Rosé Touriga Nacional &
Nacional do Douro, que confere estrutura e longevidade, e 50% de Pinot Noir 2022.
Sangiovese da Toscana, que contribui com frescura e delicadeza. O
92 89 89
Douscana MMXX ITER Alvarinho & Chardonnay ITER Touriga Nacional
NA / Tinto / Duplo PR e Azienda Agrícola 2022 & Pinot Noir Rosé 2022
Tamburini Regional Minho / Branco / Duplo PR Regional Minho / Rosé / Duplo PR
No aroma é mais Douro, pela amplitude Aroma muito fino e recatado, inicialmente Finura aromática, de perfil delicado onde
aromática e certa madurez frutada. Rico percebem-se os tons a maçã, alguma tília sentimos a belíssima frescura frutada e tons
e profundo de boca, concentração bem e ananás verde. Pólvora e massa lêveda na florais. Sofisticado. Na boca resulta leve e
equilibrada, taninos polidos, acidez viva e um evolução. Leve e sofisticado na boca, muito vibrante. Boa textura na sequência, a acidez
toque salino. Tudo bem ligado, é um vinho de fresco, de boa amplitude e grande delicadeza. é salivante e o final de boca é também
apelo gastronómico, mas com muito para andar. Um branco de bom nível, que dá prazer. convincente. Delicioso e multiusos.
Consumo: 2023-2035 Consumo: 2023-2028 Consumo: 2023-2026
75,00€ / 16°C 9,75€ / 11°C 14,50€ / 11°C
ÏÔËÜÏÝÚÙØÝåàÏÖ˛ÏÌËÍÙ××ÙÎÏÜËûéÙ˛
NOVIDADES CLUBE DE REVISTAS
texto e notas de prova Manuel Moreira / foto D.R.
Ervideira
Elegância
alentejana em
Pinot Noir
O produtor alentejano Ervideira coloca no mercado o mais recente membro da sua gama de
vinhos de topo, o Conde D'Ervideira Pinot Noir 2022. Esta novidade incorpora a casta Pinot
Noir, geralmente associada a vinhos delicados e elegantes em regiões de climas mais frescos, algo
89
raro no Alentejo. Conde D'Ervideira Pinot
Como parte do espírito inovador da Ervideira, a coleção Escolha do Enólogo é desenvolvida Noir 2022
especialmente para a categoria de vinhos super-premium, de edições limitadas que destacam Regional Alentejano / Tinto /
a criatividade do enólogo Nélson Rolo. Estes vinhos não seguem um padrão fixo, variando a Ervideira Soc. Agrícola, Lda.
cada vindima e sendo lançados apenas quando a elevada qualidade é concertada com alguma Cor aberta, grande elegância
disrupção. aromática com notas de folhagem,
Duarte Leal da Costa, diretor executivo da Ervideira, expressa o compromisso da empresa ruibarbo e bagas vermelhas
com a inovação: “Temos o prazer de criar vinhos inovadores, diferenciados e ousados, mas com a silvestres, além de um ligeiríssimo
capacidade de perdurar no tempo - vinhos de excelência que continuam a agradar aos consumi- toque fumado. No paladar, revela-se
dores ao longo dos anos. Desejamos que os apreciadores dos vinhos Ervideira, em especial os do fresco e elegante, com a textura
novo Pinot Noir, desfrutem da experiência de partilhar estas escolhas de confiança com amigos e sedosa característica da casta. Um
família por muitos anos”. sedutor!
Apesar dos desafios da vindima de 2022, a decisão de colher a casta Pinot Noir foi crucial. O Consumo: 2023-2028
processo de vinificação priorizou a baixa extração, com um período de estágio dividido entre 16,50€ / 16°C
tanques de aço inoxidável e barricas amplamente utilizadas. O resultado é um Pinot Noir com
identidade alentejana.
Miguel Feijão
89
Reguengos Garrafeira dos Sócios 2019
Alentejo / Tinto / Carmim
Cor granada escura. No nariz, fruta madura e
aquele classicismo alentejano a que gostamos de
voltar. Ameixa e figo, aroma ligeiramente anisado
e algum licor, tudo com a madeira presente. Boca
seca e cheia de sabor, com a mesma fruta e nota de
chocolate, taninos arredondados e corpo robusto.
Vinho harmonioso e fácil de gostar, que associa
estrutura a uma certa languidez.
Consumo: 2023-2033
25,00 € / 16ºC
—
88
Reguengos Garrafeira dos Sócios 2013
Reguengos Garrafeira dos Sócios 2019 Alentejo / Tinto / Carmim
Dez anos de boa evolução. A idade adulta trouxe
a confirmação de uma personalidade de terra
Luna
www.cropscience.bayer.pt
NOVIDADES CLUBE DE REVISTAS
texto e notas de prova Manuel Moreira / foto D.R.
Paulo Laureano
Aí está o
icónico Dolium
O vinho tinto de referência do enólogo e produtor Paulo Laureano, Dolium Reserva
tinto, tem na colheita de 2015 a sua mais recente edição. O berço deste vinho alen-
tejano é Água de Peixes, nos arredores de Vila Alva, uma parte “muito especial” da
Vidigueira assente numa das formações geológicas mais antigas do país, na qual pre-
domina o xisto negro, um xisto duro que contribui para a singularidade do Dolium,
93
marca que festeja duas décadas. “O Dolium tinto é o nosso ícone e traduz perfeita- Dolium Reserva 2015
mente a nossa filosofia: desenhar vinhos icónicos com castas portuguesas num terroir Alentejo / Tinto / PL Wines
de eleição que é a Vidigueira”. Irradia sofisticação e profundidade.
Uma prova de Dolium tinto de várias colheitas anteriores, ilustrativa do percurso A ligação da fruta com a envolvente
da marca, mostrou que foi a edição de 2004 que marcou o ponto de viragem e tran- balsâmica remete-nos para o
sição, momento em que Paulo Laureano largou as castas internacionais e passou a clássico alentejano. Estruturado, de
concentração bem calibrada, taninos
usar somente variedades nacionais, em particular Aragonês, Trincadeira e Alicante
apurados e uma frescura a todos os
Bouschet.
níveis notável, com muita margem
Este Dolium Reserva Tinto 2015 tem por base um “field blend” de vinhas velhas para crescer.
com mais de 10 variedades distintas. As castas Alfrocheiro, Alicante Bouschet e Tinta
Consumo: 2023-2035
Grossa sobressaem, às quais se associou uma pitada de Trincadeira de vinhas muito
70,00€ / 16°C
velhas. Vinificado com fermentação em lagares de aço inoxidável, amadureceu em
barricas de carvalho francês novo por um período de 24 meses antes do afinamento
em garrafa por cinco anos.
PROVAS REGULARES
COPOS
80-84 75-79 50-74 Nas provas da Revista de Vinhos, são utilizados os copos
Riedel Wine Cabernet / Merlot.
Boas Compras
Vinhos de melhor relação qualidade/preço, vinhos classifi-
cados a partir de 80 pontos.
painel de provadores
da revista de vinhos
Nuno Guedes Vaz Pires Alexandre Lalas António Lopes Bento Amaral
DIRETOR REVISTA DE VINHOS JORNALISTA E CRÍTICO SOMMELIER ENÓLOGO
DE VINHOS E WINE EDUCATOR E WINE EDUCATOR
ALENTEJO
91 90
92 Herdade Grande Tinta Bojador Vinho de Talha
Miúda 2021 2022
Cartuxa Reserva 2017
Regional Alentejano / Tinto / Alentejo / Branco / Espaço Rural
Alentejo / Tinto / Fundação Herdade Grande -António Manuel
Eugénio de Almeida Dourado, reflexos esverdeados.
Baião Lança
Notas de restolho e nectarina,
Tonalidade rubi. Complexidade Rubi profundo. Belíssima cera de abelha e um ligeiro
aromática com elegantes dimensão aromática, com notas oxidativo. Firme e de boa
notas de estágio em barrica gulosas de fruta vermelha, acidez, salgado e tenso, termina
a envolver apontamentos bagas pretas, damasco seco e repleto de firmeza. Um
de amora preta, ameixa cristalizado. Herbáceo seco. talha de personalidade e com
desidratada, figo seco, cacau, Aromas de estágio em madeira, margem de evolução. JJS
grãos de pimenta e cravinho. como chocolate e especiarias. Consumo: 2023-2033
Na boca revela amplitude, Conjunto elegante e de boa
tanino de grande nível, acidez 39,99€ / 11ºC
complexidade. Na boca é seco,
irrepreensível, textura com corpo médio e tanino suave,
diferentes camadas. LC com especiaria picante no fim
Consumo: 2023-2032 de prova, amparada na acidez 90
44,99€ / 16ºC firme. Saboroso e suculento. Mamoré de Borba
MB Consumo: 2023-2033 Touriga Nacional 2019
23,00€ / 16ºC Alentejo / Tinto / SOVIBOR
92 Aroma de belo porte, onde se
Cartuxa Vinho de Talha percebe a riqueza do estágio.
Bio 2019 91 Notas a frutas maduras,
Alentejo / Tinto / Fundação tostados, earl grey e nuances
Quinta dos Cardeais
Eugénio de Almeida balsâmicas. Prova de boca
Grande Reserva 2021
Rubi. Fruta preta e cheia, bem estruturada, taninos
Regional Alentejano / Branco /
azulada, bergamota, cacau, suculentos, vivacidade e
Costa Boal Family Estates
apontamento de argila, notas persistência. Bebe-se já, mas
Dourado, reflexos esverdeados.
especiadas. Na boca mostra-se crescerá com o tempo. MM
Nariz de lima, nêspera, toranja
irrepreensível, com franca Consumo: 2023-2035
e um toque abaunilhado.
acidez, equilíbrio, belo tanino e 15,99€ / 16ºC
Ainda em fase de integração,
final prolongado. LC Consumo: sabe equilibrar corpo e acidez,
2023-2035 apresenta volume no ponto
44,99€ / 16ºC exato e termina com um final 88
longevo. É daqueles que
Cartuxa Colheita 2019
merece garrafeira. JJS/LC/
Alentejo / Tinto / Fundação
92 NGVP Consumo: 2023-2033
Eugénio de Almeida
30,00€ / 11ºC
Quinta dos Cardeais Rubi. Aromas de bosque
Grande Reserva 2019 a envolver notas de fruta
silvestre, bergamota e
Regional Alentejano / Tinto /
Costa Boal Family Estates 90 especiaria branca. Na boca é
Rubi escuro. Nariz de cacau redondo, maduro e acetinado,
Barão Rodrigues Tinto
e grão de café, cereja negra com média acidez e taninos
Cão 2021
e pimento. O tanino é muito domados. LC Consumo: 2023-
Regional Alentejano / Tinto /
assertivo, expõe boa acidez, 2027
Menir BR Sociedade Agrícola
tem volume no ponto e 19,10€ / 16ºC
Aroma perfumado e apelativo
projeta-se para um final repleto pela elegância genuína
de garra, com nuances de folha presente na feição floral,
de tabaco. Continuará a evoluir
de forma segura. JJS/LC/NGVP
da fruta vermelha e das 88
especiarias. Boca, igualmente
Consumo: 2023-2035 Herdade Fonte Paredes
graciosa, corpo médio, de
Chardonnay Grande
35,00€ / 16ºC frescura intuitiva e taninos
Escolha 2022
polidos. Tudo em proporção.
Regional Alentejano / Branco /
Persistência encantadora e
Herdade Fonte Paredes
irresistível! MM Consumo:
Amarelo esverdeado. Aromas
2023-2030
exóticos a pera Williams,
16,00€ / 16ºC
laranja sanguínea, melão
apimentado e manjericão. Na
boca tem volume, persistência,
untuosidade e potencial
gastronómico. LC Consumo:
2023-2025
13,30€ / 11ºC
87 86 84
Foral de Évora Colheita Monte dos Pegos EA 2021
2021 Reserva 2020 Regional Alentejano / Tinto /
Alentejo / Branco / Fundação Regional Alentejano / Tinto / H. Fundação Eugénio de Almeida
Eugénio de Almeida UVA Rubi. Nariz frutado, flores azuis,
Amarelo limão. Delicados Rubi. Notas frutadas de amora, pimenta branca, frescura de
aromas florais a envolver ameixa vermelha, grãos de bosque. Boca com grande
apontamentos de ameixa pimenta preta, leve rebuçado. equilíbrio amparada por
branca, maçã, laranja Na boca é acetinado, linear, boa acidez, tanino firme,
sanguínea, folhas de salva e com taninos redondos, mas final agradável com alguma
leve especiaria branca. Na boca tem boa acidez e equilíbrio. LC persistência. LC Consumo:
mostra textura firme, equilíbrio, Consumo: 2023-2026 2023-2024
amplitude, boa acidez e 7,99€ / 16ºC 5,99€ / 16ºC
persistência. LC Consumo:
2023-2026
12,98€ / 11ºC 84 82
Dom Gabriel 2022 Monte de Pinheiros
87 Regional Alentejano / Branco /
Menir BR Sociedade Agrícola
2020
Regional Alentejano / Tinto /
Rovisco Garcia 2022 Aromático, mostra-se pelo Fundação Eugénio de Almeida
Regional Alentejano / Rosé lado herbal com lúcia lima, Rubi. Perfil aromático em que
/ Herdade do Monte Novo e raspa de cítricos, tangerina e a fruta predomina, com notas
Conqueiro algum tropical. Na boca prima de mirtilo maduro, amora e
Salmão brilhante. Hortelã e pela vivacidade, pelo paladar groselha preta. Na boca é
flores frescas no ataque. Fruto frutado, muito afinado com suave, redondo, fácil de beber,
vermelho e notas de pão. Seco, toque salino que lhe assenta com acidez média e equilíbrio.
acidez direta, linear, em corpo bem no final. Ótimo aperitivo ou LC Consumo: 2023-2025
leve e frutado no aroma de com pratos frios. MM Consumo: 3,68€ / 16ºC
boca. Bom prolongamento 2023-2025
final, saboroso. MB Consumo: 3,50€ / 11ºC
2023-2025
6,79€ / 11ºC
82
84 Monte de Pinheiros 2022
Regional Alentejano / Branco /
86 EA 2022
Regional Alentejano / Rosé /
Fundação Eugénio de Almeida
Amarelo intenso. Aromas
Cartuxa Colheita 2022 Fundação Eugénio de Almeida frutados (ameixa, maçã,
Alentejo / Rosé / Fundação Salmão. Nariz com notas de abacaxi) e florais em alegre
Eugénio de Almeida morango, alguma framboesa, combinação. Na boca é fresco
Tonalidade salmão. Aromas a mirtilo e bagas de romã. Na e jovial, com acidez viva e
fruta silvestre, bagas de romã, boca é suave, seco, sem agradável travo herbáceo. LC
bergamota e folhas de tomilho. arestas, fresco, com leve Consumo: 2023-2024
Na boca é elegante, cítrico, de adistringência herbácea no fim 3,68€ / 11ºC
travo seco, com nota herbácea de boca. LC Consumo: 2023-
no final. LC Consumo: 2023- 2024
2025 5,99€ / 11ºC
19,00€ / 11ºC
86 84
EA 2022
EA Reserva 2020 Regional Alentejano / Branco /
Regional Alentejano / Tinto / Fundação Eugénio de Almeida
Fundação Eugénio de Almeida Amarelo intenso. Nariz marcado
Rubi. Notas aromáticas de pelas ervas frescas, limão,
ameixa preta, figos, chocolate raspa de lima, melão verde e
mentolado, mirtilos e alguma kiwi. Na boca é cítrico, linear,
liquorice. Na boca é redondo, com acidez correta e perfil de
sedoso, mas sem ser enjoativo, frescura. LC Consumo: 2023-
suportado por boa acidez. LC 2024
Consumo: 2023-2025 5,99€ / 11ºC
9,49€ / 16ºC
23 25 NOV
ESSÊNCIA
DO VINHO
MADEIRA 2023
SAVOY PALACE
COMPRE O SEU
BILHETE ONLINE EM:
INICIATIVAS.DNOTICIAS.PT
REVISTA OFICIAL
CLUBE DE REVISTAS
G U I A R E V I S TA D E V I N H O S
IVV
88 85
Quinta da Soalheira Crasto 2022 91
2020 Douro / Branco / Quinta do Crasto
3 Flores 2020
Douro / Tinto / Sociedade dos Amarelo limão. Notas de flor de
Vinhos Borges IVV / Tinto / Costa Boal Family
laranjeira, gramíneas, líchia e Estates
Cor vermelha, aromas frutados, pedra. Detentor de boa acidez,
Rubi escuro. Expressões de
frutos pretos, especiado. tem volume harmonioso e
pimento e folha de tomate,
Sabor seco, taninos elegantes, camadas de sabor na projeção
nota de cacau e um toque
frutado, fácil de degustar, final. Parceiro versátil na mesa.
de fumo. O tanino surge
com final persistente. Escolha JJS Consumo: 2023-2028
afirmativo e fresco, o volume
acertada para a mesa! RT 10,60€ / 11ºC está contextualizado, o final
Consumo: 2023-2027
surpreende pelo músculo e
8,79€ / 16ºC
persistência, mas sempre bem
85 definido. Uma estreia pela porta
principal, a lembrar um certo
87 Lavradores de Feitoria
2022
estilo novo-mundista. JJS/LC/
Quinta da Soalheira 2022
NGVP Consumo: 2023-2033
Douro / Rosé / Lavradores de
Douro / Branco / Sociedade dos Feitoria Vinhos
30,00€ / 16ºC
Vinhos Borges Todo ele é jovialidade e
Aromas citrinos, frescos, toque frescura. Bons detalhes. Fruta
herbal. Elegante. Na boca seco, vermelha bem calibrada e 89
boa acidez, citrino e fresco, muito vivaz, no aroma e na Wanted - The Gunner
bom corpo. Final refrescante. boca, assim como requintado 2021
Ideal para finais de tarde! floral. O corpo leve tem textura,
IVV / Branco / Tiago António
Escolha acertada para marisco. sabor e um toque vibrante que Marinho Soares
RT Consumo: 2023-2026 o torna irresistível. Convivial
Dourado. Muito aromático,
8,79€ / 11ºC e petisqueiro. MM Consumo:
exibe maracujá, lima, toranja
2023-2025
e tangerina. A seguir revela
5,99€ / 11ºC tensão, boa acidez e alguma
87 salinidade. O final é fresco e a
Três Bagos Reserva 2022
querer ligar-se à eletricidade.
Douro / Branco / Lavradores de
85 Um bom fora da caixa. JJS
Feitoria Vinhos
Consumo: 2023-2028
Lavradores de Feitoria
22,00€ / 11ºC
No nariz, sente-se já uma certa 2022
riqueza e sofisticação pelo Douro / Branco / Lavradores de
frutado delicado e a ligeira Feitoria Vinhos
sugestão de barrica. Impressão Sugere vivacidade ao primeiro LISBOA
mineral. Em boca, exibe uma olhar. Afinado no toque
boa estrutura, frescura no
ponto certo e o final de boca
aromático das ervas aromáticas 90
a complementar o frutado. Na
é persistente e elegante, a Bartolo Sauvignon Blanc
boca, a fruta cítrica e de caroço
afirmar apego à mesa. MM 2021
harmonizam-se no corpo
Consumo: 2023-2028 leve, saboroso e refrescante Regional Lisboa / Branco /
Sociedade Agrícola Cunha Folque
8,99€ / 11ºC que convida a mais um gole
junto de petiscos do mar. MM Amarelo limão. Notas de
Consumo: 2023-2025 espargos, maçã verde e toranja.
85 5,99€ / 11ºC
A acidez está muito presente
mas o que mais surpreende é
Crasto 2020 a dimensão. Tem bom volume,
Douro / Tinto / Quinta do Crasto desdobramento de texturas,
algum salino e final saboroso.
Rubi escuro. Inicia nos florais,
Bom exemplar da casta no
seguem-se a groselha e a
nosso país. JJS Consumo:
cereja negras, especiaria e
2023-2030
algum fumo. Tanino vincado,
perfil quente, grande volume e 11,50€ / 11ºC
final de teimosia. Para mesas a
preceito. JJS Consumo: 2023-
2028
10,60€ / 16ºC
90 88 88
QSB Arinto Reserva Chocapalha Reserva Valmaduro Premium
2020 2022 Sauvignon Blanc 2022
Regional Lisboa / Branco / Regional Lisboa / Rosé / Quinta de Regional Lisboa / Branco / Casa
Sociedade Agrícola Cunha Folque Chocapalha - Casa Agrícola das Santos Lima
Dourado, reflexos alaranjados. Mimosas Bastante frescura de aroma,
Exuberante nos aromas de O nariz é uma deflagração de tropical verde, folha de tomate,
tangerina, pêssego e especiaria frescura e carácter atiçado acácia e groselha. Tom certeiro
de barrica. A dimensão é pelas notas de hibisco, e apelativo. Boca sumarenta,
amparada pela grande acidez, groselha e sugestão de casca mas leve, acidez salivante,
tem camadas de sabor, nervo de toranja. Leve no paladar, sabor frutado, tropical e
e final alongado. De perfil muita firmeza e secura na vegetal sempre em mira. Bem
oxidativo, mostra potencial boca, acidez estaladiça e com agradável de beber a sós
longevo. JJS Consumo: 2023- notória estrutura. Sempre em ou com petisco fresco. MM
2033 crescendo. Para o ano inteiro. Consumo: 2023-2026
14,50€ / 11ºC MM Consumo: 2023-2028 9,99€ / 11ºC
14,50€ / 11ºC
90 88 82
Saltimbancos Malbec Conde de Castro Marim
2022 QSB Colheita Tardia 2020
Regional Lisboa / Rosé / Quinta 2019 Regional Lisboa / Branco /
do Gradil Regional Lisboa / Colheita Tardia Sociedade Agrícola Cunha Folque
Rosa brilhante. Expressão floral / Sociedade Agrícola Cunha Folque Dourado. O fruto de caroço
no ataque, flores frescas. Abre Amarelo, reflexos alaranjados. domina, o damasco em
para notas de fruto vermelho, Notas de casca de laranja, destaque. Amplo e de grande
groselha, alperce, toque tangerina, algum melaço volume, tem o perfil de fruto
de padaria. Bom volume e de fruta. Glicerino, tem os maduro amparado pela acidez.
estrutura, cremoso e texturado, açúcares equilibrados com a O final é simples. Para mesas
acidez límpida, elétrica. Um acidez, é guloso e dá prazer diárias. JJS Consumo: 2023-
rosé de boa memória. MB geral. O final expõe várias 2024
Consumo: 2023-2025 camadas de sabor. JJS 6,50€ / 11ºC
18,88€ / 11ºC Consumo: 2023-2028
28,50€ / 6ºC
CLUBE DE REVISTAS
CLUBE DE REVISTAS
G U I A R E V I S TA D E V I N H O S
PENÍNSUL A DE
SE TÚBAL 90 79
Encosta do Sobral Adega da Arriça Reserva
86 Reserva 2022 Coruja do Montado 2022
Regional Tejo / Rosé / Encosta do Regional Tejo / Branco / Arlindo
Herdade da Comporta Sobral (Santos & Seixo) Marques Botas
2020
Coral. Nariz refinado com Amarelo acobreado. Aromas
Península de Setúbal / Tinto / alusão a barrica e frescura de marmelo, clementina, limão
Herdade da Comporta
distinta. Bagas silvestres maduro e raspa de laranja.
Rubi profundo. Os aromas de alternadas com laivos de Na boca tem adstringência e
fruta fresca surgem a par de pêssego e flores. Boca acidez acentuada. Final com
notas de chocolate, especiarias elegante, acidez intensa, travo amargo. LC Consumo:
como pimenta branca e leve ligeiros amargos de toranja, 2023-2024 / 4,25€ / 11ºC
apontamento químico - iodo. untuosidade e uma vivacidade
Seco, corpo médio, com alguma estimulante. Final longo e
adstringência no final de prova,
com nuance de cereja verde.
promissor. MM Consumo: 2023-
2028
78
MB Consumo: 2023-2029 Chapim 2022
19,99€ / 11ºC
8,50€ / 16ºC Tejo / Rosé / Herdeiro de João dos
Anjos Dias
T E JO
87 Tonalidade salmão. Aromas de
morango e xarope de groselha.
Quinta de Santo André Na boca mostra fruta madura,
90 2022
Regional Tejo / Branco / M. Veiga
simplicidade e baixa acidez. LC
Consumo: 2023-2023
Casal das Aires Teixeira - Quinta de Santo André 4,75€ / 11ºC
Chardonnay 2021 Boa amplitude na fruta madura,
Regional Tejo / Branco / Pine Nuts tropical, alperce e tangerina,
Vines & Wines
Amarelo dourado.
resultando fino e cativante. V INHO DO PORTO
O pólen e o floral doce
Complexidade aromática com
notas de pêssego de roer,
juntam camadas. Bom porte,
suculento e macio no paladar
87
maçã reineta, raspa de laranja, de sensação sumptuosa e, Calém Velhotes Tawny
tomilho, manjericão. Na boca ao mesmo tempo, elegante. 10 Anos
é cítrico, mostra volume e Afinadíssimo. Brilhará com Vinho do Porto / Fortificado /
untuosidade, tem frescura queijo! MM Consumo: 2023- Sogevinus Fine Wines
salina e acidez com grande 2026 Cor granada densa, há riqueza
equilíbrio. LC Consumo: 2023- 4,25€ / 11ºC e alguma complexidade no
2027 aroma. Tostados, compotas,
20,90€ / 11ºC avelãs, figos e caramelo
84 salgado. Textura suave, avelãs
torradas, praliné e cereja.
90 Cardeal Dom Guilherme
Reserva 2021
Boa impressão de frescura, o
final é marcado por cacau e
Encosta do Sobral Tejo / Tinto / Condado chocolate. MM Consumo: 2023-
Colheita Tardia 2020 Portucalense - Sociedade de 2030 / 18,00€ / 14ºC
Regional Tejo / Colheita Tardia Vinhos
/ Encosta do Sobral (Santos & Rubi. Nariz com imensa fruta
Seixo) (mirtilo, amora e cássis) e
Amarelo-claro. Belo aroma. apontamentos de casca de V I NHO V E RDE
Limão e abacaxi. Noção de pinheiro, caruma e vapor de
vivacidade. Casca de laranja café. Fresco e sedoso, na boca 92
cristalizada. Um ligeiro volátil e corresponde ao perfil aromático Soalheiro Bruto Barrica
especiaria. Na boca, atrai pela com imensa fruta, boa acidez e 2019
vivacidade, doçura equilibrada taninos burilados. LC Consumo:
Regional Minho / Espumante /
pela acidez deliciosa, afinado 2023-2027 Vinusoalleirus
e ligeiro, pode até servir como 3,99€ / 16ºC Palha dourado, mousse
aperitivo. MM Consumo: 2023-
generosa, bolha fina e regular.
2030
Notas amanteigadas, fruto
24,90€ / 6ºC cristalizado, alperce, flores
secas. Ligeiro abaunilhado.
Bom volume, acidez média,
ampla, pastelaria no aroma
de boca. A mousse cremosa
desfaz-se na boca e prolonga
a prova. Termina com volume,
longo e saboroso, limonado. MB
Consumo: 2023-2026 / 20,00€
/ 8ºC
CM
MY
CY
CMY
91 87 81
João Portugal Ramos Quinta da Ôro 2022 80's (lata)
Alvarinho 2022 Vinho Verde / Branco / Sociedade Vinho Verde / Branco / Adega
Vinho Verde (Monção e Melgaço) dos Vinhos Borges Coop. Ponte da Barca e Arcos de
/ Branco / J. Portugal Ramos Cor esverdeada, aromas frescos Valdevez
Vinhos onde imperam as notas citrinas. Amarelo limão, efervescência
Amarelo limão. Perfume de Toque herbal a envolver; Sabor bondosa. Notas de lima, laranja
flor de laranjeira, líchia, lima seco, acidez presente, citrino, e algum tropical. Fresco,
e manto granítico. O trabalho fresco, bom corpo e final leve, descontraído e fácil de
de borras está muito bem apetecível. Ideal para começar convencer. Dos que se bebem
conseguido. Combina volume, a refeição. RT Consumo: 2023- sem pensarmos. JJS Consumo:
acidez, acerto geral e tremenda 2026 2023-2023
afinação no fecho. Dará gozo 8,79€ / 11ºC 1,88€ / 8ºC
na mesa e será certeza na
garrafeira. JJS Consumo: 2023-
2033
12,99€ / 11ºC
87 80
Sapateiro Alvarinho e Quinta dos Encados
Avesso Escolha 2018 Grande Escolha 2022
90 Vinho Verde / Branco / Tiago
António Marinho Soares
Vinho Verde / Branco / Azevedo
& Areias
Soalheiro Alvarinho Amarelo limão. Notas de Amarelo, laivos esverdeados.
Bruto 2022 restolho, baunilha, pimenta Aromas a fruta tropical, raspa
Regional Minho / Espumante / branca, lichia e pêssego. de lima, ervas frecas, folha de
Vinusoalleirus Amplo e salgado, generoso na louro. Na boca é ligeiramente
Dourado, brilhante. Menta, dimensão, sempre com a boa efervescente, com rasto de
eucalipto. Flores secas, citrinos acidez a garantir-lhe os carris. doçura e acidez média. LC
gordos. Notas melíferas. Aromas O final é persistente. Precisa Consumo: 2023-2023
de pastelaria e fruto seco. Boa de tempo. JJS Consumo: 2023- 8,00€ / 11ºC
mousse, cremosa e texturada. 2030
Acidez alta, mineral. Salino e 17,00€ / 11ºC
saboroso, com leve sucrosidade
limonada no fim de boca. MB
80
Quinta dos Encados
Consumo: 2023-2025
15,00€ / 8ºC
85 Loureiro 2022
João Portugal Ramos Vinho Verde / Branco / Azevedo
Loureiro 2022 & Areias
gift4wine.com
PUBS Revista Vinhos 339.pdf 3 30/01/2018 09:49 CLUBE DE REVISTAS
Autoria e produção
DÃo Portas
Abertas
A região Viseu Dão Lafões abriu as portas das suas adegas e quintas, para a primeira
edição de um evento que se pretende anual, capaz de posicionar o território como destino
de eleição para o turismo enogastronómico.
Trata-se de um convite à vivência de experiências diversificadas, que inclui um roteiro de
visitas, provas, passeios, atividades sensoriais e desafios proporcionados pelos produtores
locais, tendo como ponto de partida o vinho, a cultura, a gastronomia e os produtos autóc-
tones das várias sub-regiões do Dão.
Nesta primeira versão, estiveram de portas abertas a Casa da Ínsua (Penalva do Castelo),
Magnum Wines (Carregal do Sal), Quinta de Lemos (Silgueiros – Viseu), Quinta da
Taboadella (Silvã de Cima – Sátão), Paço dos Cunhas de Santar (Santar – Nelas) e Soito
Wines (Mangualde). Nestas, os visitantes puderam provar vinhos únicos das famosas castas
do Dão, como Touriga Nacional, Jaen, Alfrocheiro e Tinta Roriz, mas também Encruzado,
Malvasia Fina ou Uva Cão. A acompanhar, sessões de show cooking com harmonizações,
almoços e jantares temáticos, preparados por chefes de nomeada, como os estrelados
Diogo Rocha, Vítor Matos, António Loureiro, bem como a cozinha de potes de Renato
Cunha, acompanhados pelos especialistas sommeliers António Lopes e Manuel Moreira.
A animação musical, entre os sons do jazz e da bossa nova, foram também uma constante.
O Dão Portas Abertas é um evento promovido pela Comunidade Intermunicipal Viseu
Dão Lafões, tendo por parceiros a Comissão Vitivinícola Regional do Dão, financiado pelo
Turismo de Portugal e com produção Essência Company.
Muriel Porfiro
Renato Cunha
Zurique recebeu
vinhos de Portugal A ação promocional,
que decorreu no
emblemático Zunfthause
A ViniPortugal esteve de regresso à Suíça para a organização da prova anual em Zurique. zur Meisen, em Zurique,
Esta presença internacional está inserida no Plano de Promoção de 2023 da associação, em
que se pretende identificar novas oportunidades de negócio para a produção nacional, com e
Suíça, teve uma
sem distribuição na Suíça. masterclass reservada a
A ação promocional, que decorreu no emblemático Zunfthause zur Meisen, em Zurique,
Suíça, teve uma masterclass reservada a jornalistas e sommeliers, seguida de uma grande
jornalistas e sommeliers,
prova, dirigida quer a profissionais do on e do off trade, quer a consumidores, que contou com seguida de uma
250 participantes.
Thomas Vaterlaus, editor da revista Vinum, conduziu a masterclass sob o tema “Os Melhores
grande prova, dirigida
Vinhos de Portugal – do Norte ao Sul do país”, incluindo harmonizações com o intuito de quer a profissionais
explorar a versatilidade gastronómica dos vinhos portugueses.
Já na grande prova, contou-se com a presença de 32 produtores: A&D Wines, Abegoaria
do on e do off trade,
Wines, Adega de Portalegre, Adega Mayor, Aveleda, Campolargo, Casa Ermelinda Freitas, Casa quer a consumidores,
Relvas, Churchill's, Divai, Do-Joa, Dona Dorinda Organic Wines, Dona Maria - Júlio Bastos,
Falua - Wines from Portugal, Herdade da Rocha, Herdade dos Grous, J. Portugal Ramos Family
que contou com 250
Estates, Lua Cheia Saven, Menin Wine Company, Messias, Quinta da Pacheca, Quinta de S. participantes.
Sebastião, Quinta do Infantado, Quinta do Monte d'Oiro, Quinta do Sanguinhal, Real Cave do
Cedro, Rui Roboredo Madeira Vinhos, Vidigal Wines, Volteface, Wines of Tejo.
S TA D E V I N
VI H
O
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·
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N O
UN
O CA S T R
NUNO
CASTRO
Nuno Castro poderia bem ser o arquétipo do portuense (vá
1. Apesar de jovem, este natural experiência ‘plant based’, que fez
todos os olhares voltarem-se para
de Leça da Palmeira conta já
lá, leceiro…) de gema que cabe na imagem do trabalhador o chefe.
6.Sendo responsável pelas cartas
um impressionante percurso
incansável, com visão de mundo e veia empreendedora e profissional.
empresária. Depois de ter iniciado o seu percurso no Sheraton
Porto, oficiou nos restaurantes Terra, do grupo Cafeína, Capa
2.Completou formação no Newry do grupo, Nuno é também sócio do
Fava Tonka.
7.Neste, mesmo ao lado da
College da Ulster University, na
Verde, Paparico e BH Foz, tendo ainda completado a sua Irlanda do Norte, em “Food Cooking
formação, académica e profissional, no Reino Unido. and Preparation, Hospitality and Esquina do Avesso, prestes a come-
Desde 2012 é o chefe executivo do grupo do Avesso, fundado Catering”, para onde foi a conselho morar cinco anos, introduziu um
do chefe Jerónimo Ferreira, do conceito de desperdício zero, sem
pelo seu amigo e empresário Ricardo Rodrigues. Este abrange,
Sheraton Porto. dogmas nem falsas pretensões.
como o nome refere, o restaurante Esquina do Avesso, bem
como o Terminal 4450 (Matosinhos e Braga), Suhisaria e, mais 3.Este foi o seu primeiro posto de 8.O próprio nome do restaurante
trabalho, a que se seguiram outros remete para a semente dypterix
recentemente, o vegetariano Fava Tonka. Em comum a estes
restaurantes na Irlanda, como o odorata, nativa da Amazónia. Esta
espaços, o facto de estarem localizados em Leça da Palmeira, Soho Place. é empregue como aromatizante na
bem próximo do porto de Leixões e na zona histórica daquela
localidade.
4.No regresso a Portugal, quase cozinha, substituto da baunilha, ou
mesmo como produto cosmético
três anos depois, foi acumulando
A capacidade criativa, o respeito pelo produto e a inventividade natural.
9.Curiosamente, a maioria dos
experiências em vários restau-
técnica não são antagonistas de acessibilidade. Isso mesmo tem rantes, até chegar ao Esquina do
vindo a demonstrar este jovem chefe, desde logo no Esquina do Avesso e começar percurso em frequentadores do restaurante nem
Avesso mas, com mais ousadia, no Fava Tonka, um restaurante nome próprio. sequer é vegetariana…
vegetariano que consegue chegar a diversos tipos de público, e 5.Hoje, Nuno Castro é o chefe 10.Muito ainda se espera do gra-
não apenas aos adeptos da gastronomia orgânica. Destacamos executivo do grupo – mas foi, ffiter Ofer (perdão, do chefe Nuno
10 coisas que deve saber sobre ele… juntamente, no Fava Tonka e na sua Castro) nos próximos anos!