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NA FRANÇA DE PATRAS
VINÍCOLAS QUE VOCÊ PRECISA A HISTÓRIA DO
CONHECER EM OITO REGIÕES CLÁSSICO
GREGO DE
ORIGEM ALEMÃ
ALGO
ESTRANHO?
SAIBA COMO TERROIR
RECONHECER OS BRASIL
PRINCIPAIS DEFEITOS O QUE
DOS VINHOS ESPERAR
DA SAFRA
2019
CHABLIS
AS MELHORES
HARMONIZAÇÕES
PARA CADA ESTILO
TRADIÇÃO
PORTUGUESA
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VINHO DE TALHA
SUPERTOSCANOS
ANO XIV - NO 162 - R$ 18,00 – € 4,00
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DIREÇÃO
PUBLISHER
Christian Burgos - christian@innereditora.com.br
DIRETORA DE OPERAÇÕES
Christiane Burgos - christiane@innereditora.com.br
REDAÇÃO
EDITOR
U
Arnaldo Grizzo - a.grizzo@revistaadega.com.br
ma das definições de estupidez é fazer algo sempre igual e
DIRETOR DE ARTE
esperar por resultados diferentes. Nos anos 1960 e 70, na Ricardo Torquetto - ricardo@innereditora.com.br
Itália, uma parte dos produtores toscanos estava descontente ASSISTENTE DE ARTE
com os rumos que a vitivinicultura local havia tomado e quis pôr Aldeniei Gomes - arte@innereditora.com.br
Joshua Kerry - arte2@innereditora.com.br
fim à ideia dos vinhos massivos com que os consumidores estavam
identificando a região. Ou algo mudava, ou poucos sobreviveriam EDITOR DE VINHO
nesse meio. Assim, uma pequena “revolta” trouxe à tona os Eduardo Milan - eduardo.milan@revistaadega.com.br
conhecer lugares incríveis ligados ao vinho (e que enófilo não REPRESENTANTES COMERCIAIS - BRASIL
Renato Scolamieri - renato@rscola.com.br
gosta?), fizemos uma lista com dicas de vinícolas que você vai Carminha Aoki - carminhaaoki.adegasabor@gmail.com
adorar conhecer caso esteja de passagem por oito das mais famosas RIO GRANDE DO SUL/SANTA CATARINA
regiões vitivinícolas francesas, como Alsácia, Borgonha, Bordeaux, Sônia Machado - sonia@vistamontes.com.br
mais famosos vinhos gregos? Pois conheça sua história e se surpreenda ASSESSORIA JURÍDICA
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PARTE DA IDENTIDADE CULTURAL ISTOÉESPORÃO
#ISTOÉESPORÃO
38
50 34
34 HARMONIZAÇÃO
Dicas de combinações certeiras
para os diferentes estilos de
56 ESCOLA DO VINHO
Bouchonné, oxidado? Como
reconhecer os principais
Chablis defeitos dos vinhos?
38 ESCOLA DO VINHO
Descubra como surgiram os
Supertoscanos e confira uma
64 CURIOSIDADES
Conheça a história “alemã”
de um dos mais famosos vinhos
seleção de rótulos da Grécia
50 ESCOLA DO VINHO
Saiba o que é e como é feito
o vinho de talha, uma grande
68 ENOTURISMO
Vinícolas imperdíveis em oito
famosas regiões vitivinícolas
tradição portuguesa francesas
CONTEÚDO |
80
68
85
14 | MUNDOVINO
DROPS 85 | CAVE
Prowein 99
48 25 anos
| CLUBE ADEGA
ANSIOSO JOINT-VENTURES
Quero muito ver o que há de novo na Os vinhos do projeto Roquette e Cazes
América do Sul. Acompanho o trabalho são muito bons mesmo. Eu tenho alguns
do Patricio Tapia no Descorchados há na adega e, de tempos em tempos,
um bom tempo e sempre me encanto. compro outros. Gosto muito. Acho
Espero estar presente no evento de um trabalho interessante e essa ligação
lançamento novamente este ano e poder de Bordeaux com Douro deu muito
desfrutar dos melhores vinhos feitos na certo. Gostei de ver o artigo sobre eles e
Argentina, Chile, Uruguai e também entender melhor o projeto. Sugiro um
Brasil. É uma “feira de tendências” artigo sobre as diversas parcerias entre
muito legal e importante para quem produtores no mundo, como Almaviva,
quer entender o vinho sul-americano. Los Vascos e tantas outras que há por aí.
E ver como ele evolui. Parabéns pela Bernardo Lima
iniciativa.
Rui Matias
Rafael S. Fernandes @sf__rafael Pedro Luz @pedroluz_somm Thiago Fakury Sommelier Rodolfo Moura @
Sobrou um tempinho, vou parar Sábado à noite e tal, @thiagofakury rodolfomachadomoura
pra ler a edição da @revistaadega uma chuvinha bacana Um dos dias mais Experiências que
sobre a ótima @buenowines, que lá fora, então aproveitar gratificantes da minha só a Revista ADEGA
eu gosto tanto dos vinhos e já fiz para colocar em dia as carreira! Obrigado proporciona! #adega_do_
apresentação sobre as vinícolas leituras... Degustando aqui a #revistaadega rodolfo #revistaadega
e espero continuar apresentando #revistaadega acompanhado
para cada vez mais pessoas. de um belíssimo vinho.
#revistaadega
By MAURÍCIO FERREIRA
SOMMELIER @tempodevinho
A última edição da Revista
Da Água para o Vinho, Marcelo Morais de Paula @ Horácio Fernandes @ ADEGA está imperdível, além de
AnaBorba @daaguaparaovinho marcelomdepaula horacio_fernandes trazer uma matéria com Galvão
Verdades verdadeiras ditas Uma boa leitura e um belo É vinho, é Libertadores, é Bueno, nos brinda com o útil
por aí... #revistaadega jogo de basquete. Quem disse Grêmio! #revistaadega texto sobre “tintos com alma de
que não dá? #revistaadega brancos”. #revistaadega
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Siga @revistaadega e marque as imagens com #revistaadega
Frisante
ou espumante
“O Lambrusco pode ser um espumante ou é sempre um frisante? Pergunto isso
porque numa matéria sobre Modena vocês falam do método Charmat para um
tipo de Lambrusco. Se ele passa pela segunda fermentação, entendo que é um
espumante, correto?”, questiona o leitor Marcelo Sousa
Q
ual a diferença entre frisante e espu- de anidrido carbônico de 1,1 até 2 atmosferas de
mante? Basicamente a quantidade de pressão a 20ºC, natural ou gaseificado.
pressão interna na garrafa. Segundo a
legislação brasileira, os frisantes con- Vinho Gaseificado - É o vinho resultante da in-
têm “anidrido carbônico de 1,1 até 2 atmosferas trodução de anidrido carbônico puro por qualquer
de pressão a 20ºC”. Já os espumantes preci- processo, devendo apresentar uma graduação
sam ter “uma pressão mínima de 4 atmosferas a alcoólica de 7 a 14% em volume e uma pressão
20ºC”. Ou seja, a diferença não está no método compreendida entre 2,1 e 3,9 atmosferas a 20ºC.
de produção, mas “na quantidade de borbulhas”.
No caso dos frisantes, o gás carbônico, Vinhos Espumantes Naturais - São os vinhos
responsável pelas borbulhas, pode ser natural nos quais o anidrido carbônico é resultante da
ou adicionado. No caso específico do Lam- fermentação em recipientes fechados e com
brusco – sobre o qual a matéria mencionada pressão mínima de 4 atmosferas a 20ºC.
trata (os regulados pelo Consorzio Tutela del
Lambrusco di Modena) –, as borbulhas obri- Espumante ou Espumoso Natural (Champanha) -
gatoriamente têm que vir de uma segunda É o vinho espumante no qual o anidrido carbônico é
fermentação natural. resultante de uma segunda fermentação alcoólica do
Quando visitamos a região de Modena e vinho na garrafa (método champenoise/tradicional)
redigimos a matéria comentada, algumas viní- ou em grandes recipientes (método Charmat) com
colas começavam a utilizar o método tradicio- uma pressão mínima de 4 atmosferas a 20ºC e uma
nal em um ou outro rótulo de gama mais alta, graduação alcoólica de 10 a 13% em volume a 20ºC.
buscando obter novas características, como
maior longevidade, para seus produtos. Ainda Moscato Espumante ou Moscatel Espumante - É
assim, não se referem a eles como espumantes. o vinho espumante no qual o anidrido carbônico é
resultante da fermentação em recipiente fechado
Confira a legislação que regula os diferentes vi- do mosto ou mosto conservado de uva Moscatel ou
nhos espumantes no Brasil: Moscato, com uma pressão mínima de 4 atmosferas
a 20ºC com graduação alcoólica de 7 a 10% em vo-
Vinho Frisante - É o vinho com graduação al- lume e um remanescente mínimo de açúcar natural
coólica de 7 a 14% em volume, com conteúdo de 20 gramas por litro.
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MUNDOVINO | EVENTOS DO MUNDO DO VINHO
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Empresa lança garrafa de espumante
que muda de cor quando atinge a
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MUNDOVINO | EVENTOS DO MUNDO DO VINHO
Menos álcool,
mesmo sabor
Pesquisadora espanhola consegue reduzir
o grau de álcool do vinho sem afetar
suas propriedades sensoriais
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O alemão Marc Almert foi consagrado
o melhor sommelier do mundo em 2019
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Mais China
em Bordeaux
Investidor chinês comprou
propriedade histórica
Um empresário do setor de mídia lançaram
asiático, conhecido apenas como seus próprios
“Sr. Chen”, comprou o Château vinhos em
de Cadillac-en-Fronsadais. O valor 2011.
investido na compra da propriedade Os vinhos
que remonta ao século XIV não foi produzidos
revelado. incluem o
A propriedade está localizada em “Le Bout du
Cadillac-en-Fronsadais, a noroeste de Monde”, que
Libourne, e tem sido trabalhada pela é um Merlot
família australiana Serisier desde que a 100% de um vinhedo com o mesmo acordo é o mais recente de uma
eles adquiriram uma casa histórica nome, e o Château Montrevel. “É longa série de compras de vinícolas
conhecida como Château Cadillac um sonho tornar-se parte de uma de Bordeaux feitas por investidores
em 2004. Tendo começado com três história tão privilegiada e partilhar da asiáticos. Estima-se que investidores
hectares, os Serisiers passaram vários minha paixão pelo vinho em terroirs chineses já sejam proprietários de
anos comprando terrenos vizinhos e de alta qualidade”, disse Chen. O mais de 140 châteaux na região.
Novo nome
O Château Haut-Bailly renomeou
seus segundo e terceiro vinhos
Ano Salvando as
borbulhante tradições
Vendas de Champagne Uma das cooperativas mais antigas da
alcançaram novo recorde em Toscana foi comprada e será “resgatada”
2018 pelo grupo Piccini
93
WINE GUIDE
ALISTAIR
COOPER MW
& CATAD’OR
PTS.
MUNDOVINO | EVENTOS DO MUNDO DO VINHO
União
ambiental
Famílias Torres e Jackson criam
grupo de trabalho sobre mudança
climática
Duas das vinícolas mais engajadas nas
questões ambientais do mundo, a Bodegas
Torres, da Espanha, e a e Jackson Family
Wines, dos Estados Unidos, criaram
um grupo de trabalho de vinícolas com
o objetivo de reduzir drasticamente as
emissões de carbono em todo o setor.
O objetivo da “International Wineries
for Climate Action” é “galvanizar a ação
na comunidade global para mitigar
Indústria do vinho contra e reverter os impactos da mudança
climática pela descarbonização da
“emergência global” indústria”, com compromisso de reduzir
as emissões de carbono em 80% até 2045.
Conferência climática no Porto reuniu especialistas do mundo todo
Em um comunicado conjunto,
Alguns dos principais representantes Por fim, pediu aos líderes da as duas empresas familiares afirmam
da indústria do vinho participaram indústria do vinho que mostrem à que querem “criar um espaço
de uma conferência sobre mudanças nova geração de consumidores que para colaboração que encoraje o
climáticas na cidade do Porto, evento estão comprometidos com a saúde do compartilhamento de melhores práticas
que deu continuidade ao “Protocolo planeta. “Temos a responsabilidade que reduzam o impacto climático
do Porto”, lançado no ano passado moral de agir”, disse Adrian Bridge, nas operações vinícolas”. “A filiação
com a presença do ex-presidente dos diretor executivo da Fladgate se concentrará em vinícolas que
Estados Unidos, Barack Obama. Partnership, organizadora do evento. reconhecem que a mudança climática
A conferência, realizada de 5 A conferência foi pensada é a ameaça mais significativa enfrentada
a 7 de março de 2019, desta vez como uma maneira de estimular os pela indústria do vinho e que é guiada
trouxe Al Gore, ex-vice-presidente produtores a colaborar e compartilhar pela urgência de ações estratégicas que
norte-americano e um dos principais informações. Embora reconheça uma aceleram a implementação de soluções
ativistas do mundo na temática tendência crescente para práticas inovadoras para enfrentar a mudança
ambiental. Em seu discurso de mais sustentáveis, Bridge acredita que climática”.
encerramento, Gore afirmou que o a indústria do vinho como um todo “Nosso objetivo comum é ir além das
planeta vive uma “emergência global”. ainda não acordou para essa questão. conversas sobre a urgência das mudanças
Segundo ele, a energia aprisionada A conferência reuniu produtores climáticas, colaborando em soluções
na atmosfera pelo aquecimento global como Miguel Torres da Bodegas escalonáveis para reduzir a pegada de
provocado pelo homem equivale a Torres, Margareth Henriquez da carbono de nossa indústria”, disse Katie
explodir 500.000 bombas atômicas de Krug, Katie Jackson da Jackson Jackson. “Estamos apenas no começo da
Hiroshima por dia, 365 dias por ano. A Family Wines, Cristina Mariani-May iniciativa, mas esperamos que seja um
humanidade está tratando a atmosfera da Banfi Wines e Gilles Descôtes gatilho, um impulso para outras vinícolas
do planeta como um “esgoto a céu da Bollinger, junto com o principal se unirem para iniciar a implementação
aberto”. Ele ainda chegou a falar sobre climatologista de vinhos Greg Jones de programas de redução de emissões de
“apocalipse”, lembrando os eventos e outros pesquisadores, cientistas e carbono”, afirmou Miguel Torres.
climáticos extremos dos últimos anos. comunicadores.
Interferência na
paisagem
Produtor de Chablis protesta contra instalação
de turbinas eólicas em vinhedos
Um projeto para instalar turbinas eólicas em vinhedos
de Chablis “estragará completamente” a paisagem, de
acordo com um dos viticultores mais emblemáticos da
região, Jean-Marc Brocard. Ele acredita que as turbinas,
planejadas para ficarem na vila de Préhy, a 6 km de Chablis,
poderiam colocar em risco a economia de toda a região, que
atualmente está vendo um aumento no turismo.
“Essas turbinas eólicas estragarão completamente o
campo... O tamanho monstruoso dessas máquinas irá 150 metros?”, questionou.
desfigurar tudo. Uma série de máquinas colossais, visíveis De acordo com Brocard, a maioria das pessoas que
de todos os diferentes locais que compõem nossa herança participaram de uma pesquisa pública manifestou
cultural, exige oposição radical à sua escala gigantesca oposição ao projeto. Embora atualmente existam 24
e à sua incongruência. Deve o panorama magnífico dos turbinas eólicas nas colinas que cercam os vinhedos
vinhedos Grand Cru ser reduzido à visão de turbinas de Chablis, esta é a primeira vez que as turbinas serão
eólicas circundando as colinas com mastros que sobem a colocadas nos próprios vinhedos.
Bye John
John Shafer, dono da Shafer Vineyards, faleceu aos 94 anos
No início de março, John Shafer, presidente da Shafer Vineyards.
proprietário da vinícola Shafer Shafer decidiu mudar sua família
Vineyards, no Napa Valley, faleceu. para Napa em 1973, após comprar
Ele tinha 94 anos e foi um dos uma vinícola em Stag's Leap. As
pioneiros na região, quando ela vinhas haviam sido plantadas na
passou a se desenvolver nos anos década de 1920 e Shafer passou
1970. a década de 1970 replantando
“O mundo do vinho sempre videiras de Cabernet Sauvignon.
inspirou meu pai e ele amava Seu primeiro vinho foi o Shafer
trabalhar com a equipe da Shafer Vineyards Cabernet Sauvignon 1978,
para melhorar a qualidade, aprimorar lançado em 1981. Em 1985, Shafer
tudo o que fazíamos, discutir mobilizou vinicultores vizinhos,
projetos futuros. Ele amava o Napa incluindo Nathan Fay, Warren
Valley, trabalhou para torná-lo um Winiarski, Dick Steltzner e Joseph
lugar melhor para todos e estamos Phelps, para solicitar que o Stag's
recebendo mensagens incríveis de Leap District fosse reconhecido
um grande número de pessoas cujas como uma área vitivinícola
vidas ele tocou com seu espírito americana. Ele se tornou o terceiro
generoso”, disse Doug Shafer, filho e AVA de Napa Valley.
DIFERENTES OPINIÕES,
DIVERSOS VINHOS,
UMA CONCLUSÃO
MUNDOVINO | E VENTO S D O MUN DO DO VINHO
Vinho é luxo
Investimento em vinho supera relógios, carros e joias em 2018
Mulher do ano
Becky Wasserman-Hone entra para o Hall da Fama da revista Decanter
Até o ano passado, o principal Wasserman & Co. Sabendo pouco
prêmio da revista inglesa Decanter se sobre o negócio de exportação
denominava “Homem do ano”. A partir de vinho, ela começou do zero,
deste, porém, a publicação decidiu aprendendo tudo ao longo do tempo.
mudar a nomeação para “Hall da Nos últimos 40 anos, ela estabeleceu
Fama”. E, sua mais nova integrante é um relacionamento firme com seus
Becky Wasserman-Hone, negociante de produtores, chamando-os de membros
vinhos da Borgonha. da “Família Becky Wasserman”. Em
Becky estudou harmonia e 1997, foi premiada com o Chevalier de
composição e se tornou uma cravista. Ordre du Mérite Agricole pelos serviços
Só mais tarde, vivendo na Borgonha, prestados à Borgonha.
ela começou a vender barris de “Na opinião de muitas pessoas,
carvalho francês e depois exportar um nome se destaca acima de todos
vinhos para os Estados Unidos. Entre os outros como o principal catalisador prêmio”, afirmou John Stimpfig, diretor
suas inovações está uma forma de das notáveis melhorias na qualidade, de conteúdo da Decanter “Ninguém
enviar vinhos de pequenos produtores, fama e fortuna da Borgonha. Ela sabe falar sobre a Borgonha com tanto
permitindo que os importadores tem sido uma incansável e brilhante talento e ninguém gosta de seus vinhos
selecionem um pequeno número de embaixadora, pioneira, campeã, guardiã com tanta sinceridade e profundo
caixas para experimentar no mercado. e promotora evangélica dos melhores conhecimento quanto Becky”, disse
Em 1979, Becky começou Le vinhos da Borgonha. Não poderia Aubert de Villaine, coproprietário do
Serbet, conhecida hoje como Becky haver vencedor mais merecedor do Domaine de la Romanée-Conti.
ORCHAD
SC
95
OS
DE
AD RP
92
pts
pts 92
pts
AD AD
D
92
pts
92
pts
Abajur de taças
Museu britânico “salva” peça
singular de Dalí, feita com moldes
de antigas taças de Champagne
C
hablis certamente é uma das mais
famosas regiões produtoras de vi-
nhos brancos do mundo. Baseados
essencialmente em Chardonnay, os
Chablis ficaram conhecidos por sua
elegância, frescor e toques minerais. Não à toa, o
nome Chablis se alastrou pelo planeta e levou quase
todo vinho feito com Chardonnay a ser assim bati-
zado. Hoje, graças a leis de proteção internacionais,
somente os vinhos da região podem ostentar a deno-
minação no rótulo.
Apesar de os vinhos de Chablis terem um de-
nominador comum que é a Chardonnay, exis-
tem algumas sutis variações entre eles, devido ao
modo de produção particular de cada vinícola,
assim como também aos diferentes terroirs locais.
Os vinhos de Chablis ficaram genericamente co-
nhecidos mundo afora por seu frescor e minera-
lidade, mas há distinções importantes quando se
vai dos “básicos” Petit Chablis (a denominação
mais genérica) até os Grand Cru. E essas diferen-
ças podem abrir novos leques para harmonizações,
como você verá aqui.
Petit Chablis e
Chablis “genérico”
As denominações mais simples de Chablis (Petit
Chablis e Chablis AOC) costumam oferecer vi-
CHABLIS CHABLIS nhos de grande frescor e leveza, fáceis de beber,
“ANTIGOS” “AMADEIRADOS” sem a complexidade dos pertencentes às catego-
As notas mais complexas Para os Chablis com passagens
do amadurecimento do importantes por barricas de carvalho rias mais elevadas. Para esses estilos de rótulos,
Chardonnay, geralmente com e estilo mais encorpado, vale a pena uma boa combinação ocorre com alguns petiscos
notas de nozes, mel, e sabores investir em combinações com peixes fritos, como croquetes de queijo, ou, que tal, mou-
mais cremosos, vão solicitar e frutos do mar em preparações com
harmonizações com sabores manteiga, por exemplo. Vieiras, les frites (mexilhões com batata frita)? E não se
umami, como pratos com caranguejos, linguado ou salmão na esqueça da famosa harmonização de Chablis com
cogumelos, trufas brancas, manteiga são grandes opções. Aqui ostras (outros frutos do mar – especialmente crus-
mariscos fritos, lagosta também podemos incluir frango
ou vitela em
táceos – também fazem ótimos pares). Vale a pena
etc.
preparações simples. experimentar com camarões, tanto grelhados, em
preparações simples, quanto cozidos em saladas.
Espaguete ao vôngole é outra boa pedida.
A
filhas Albiera, Allegra
e Alessia. Os Antinori,
té hoje, há uma certa disputa entre ser feitos majoritariamente com Sangiovese e juntamente com os
Incisa della Rocchetta,
as famílias Antinori e Incisa della completados com Canaiolo e Malvasia. foram os precursores dos
Rochetta quando se trata de quem Já desde muito antes, contudo, as famílias Supertoscanos
produziu o primeiro vinho Super- Antinori e Incisa della Rochetta vinham “con-
toscano da história. Se um lado diz trariando” as regras. No começo do século XX,
que o pioneiro foi o Sassicaia 1968, o outro reba- Niccolò Antinori estava testando algumas ce-
te que o Tignanello 1970 foi o primeiro a sair no pas francesas na Toscana. Mais tarde, o jovem
mercado. Disputas à parte, o que permanece até Mario Incisa della Rocchetta também resolveu
hoje é a revolução causada por esses vinhos, em testar variedades, especialmente a Cabernet Sau-
uma época turbulenta da vitivinicultura italiana, vignon, na propriedade que sua esposa, Clarice
que proporcionou grande incremento qualitativo della Gherardesca, havia herdado na região de
nos anos seguintes. Bolgheri, a Tenuta San Guido. Diz-se, aliás, que
Supertoscanos foi o nome dado aos vinhos a primeira safra do Sassicaia seria de 1945, mas
que não obedecem, ou não obedeciam, às nor- apenas para consumo interno.
mas de produção da principal denominação de A década de 1960 marcou um período de
origem toscana na época, Chianti. No fim da profunda crise na vitivinicultura toscana. Desde
década de 1960, mais precisamente em 1967, a o fim da II Guerra Mundial, a Itália passou por
DOC foi oficialmente criada, estabelecendo não dificuldades, especialmente no campo. Os donos
somente os limites do território, mas retomando de terras viam suas propriedades serem abando-
a “receita” postulada pelo barão Bettino Ricasoli nadas pelos poucos agricultores que ainda per-
em 1872, que estipulava que os vinhos deviam sistiam. A sociedade evoluía e o antigo sistema
Só variedades francesas?
Vale lembrar que os vinhos considerados
Supertoscanos não são somente aqueles que
levam castas “proibidas” pelas denominações
de origem tradicionais da Toscana, especial-
mente Chianti. Muitos são Sangiovese puros
e, ainda assim, considerados Supertoscanos,
pois desobedecem a outras regras que englo-
bam não somente as variedades, mas os méto-
dos de produção. Rótulos como o Fontalloro,
da Fèlsina, ou o Flaccianello, da Fontodi, por
exemplo, são 100% Sangiovese. O primeiro
Tignanello, por sinal, era só Sangiovese, mas,
na época, as regras obrigavam um Chianti a
mesclar Canaiolo e Malvasia. Somente de-
pois é que Tignanello passou a mesclar ou-
tras cepas.
Atualmente, aliás, alguns Supertosca-
nos até poderiam pertencer à denominação
Chianti, pois, depois de algumas atualizações,
ela já não obriga, por exemplo, o uso de va-
riedades brancas no blend, e também não im-
pede que um vinho seja 100% varietal. Ainda
assim, a revolução e a fama dos Supertoscanos
abriu novas possibilidades aos produtores da
região, que criaram uma saída para a crise e
hoje colhem os frutos de sua ousadia.
Giacomo Tachis foi o enólogo
por trás dos dois primeiros
Supertoscanos, Sassicaia e
Tignanello
AD 94 pontos
FLACCIANELLO DE LA PIEVE 2001
Fontodi, Toscana, Itália (Vinci US$ 343 a safra
2015). Tinto elaborado exclusivamente a partir de
Sangiovese, com estágio de 24 meses em barricas
de carvalho francês. Muito equilibrado, chama
atenção pela fruta vermelha lembrando cerejas,
que aparecem tanto no nariz quanto na boca.
AD 93 pontos Depois surgem notas terrosas, de ervas secas e de
CA’MARCANDA PROMIS 2013 especiarias, tudo escoltado por refrescante acidez
Gaja, Toscana, Itália (Mistral US$ 90). Ca’Marcanda e taninos de excelente textura, que conferem
é o projeto de Gaja, mítico produtor do Piemonte, profundidade e complexidade ao conjunto. EM
em Bolgheri, na Toscana. Blend de 55% Cabernet
Sauvignon, 35% Syrah e 10% Sangiovese, com AD 93 pontos
estágio de 18 meses em barricas usadas de carvalho FONTALLORO 2008
francês. Desde o início, mostra exuberantes aromas Fattoria di Fèlsina, Toscana, Itália (Mistral US$ 179 a
de frutas vermelhas e negras acompanhadas de safra 2012). Tinto elaborado exclusivamente a partir
notas florais, de ervas e de especiarias doces. de Sangiovese, com estágio entre 18 e 20 meses
Estruturado e balanceado, tem acidez refrescante, em barricas de carvalho francês. Complexo nos
taninos de ótima textura e final persistente, com aromas e nos sabores, esbanja notas terrosas, de
toques terrosos e de ameixas. Definitivamente, um especiarias, de tabaco e de ervas, impressionando
ótimo exemplar da região, com a mão elegante e pelos taninos de fina textura. Austero, muito bem
precisa presente em todos os vinhos de Angelo Gaja. feito nesse estilo mais concentrado e exuberante. EM
Álcool 13,5%. EM
AD 92 pontos
AD 97 pontos GHIAIE DELLA FURBA 2015
CASTELLO DI AMA L’APPARITA 2013 Tenuta di Capezzana, Toscana, Itália (Mistral US$ 99
Castello di Ama, Toscana, Itália (Mistral US$ 459). a safra 2010). Blend de Cabernet Sauvignon, Merlot
Tinto elaborado exclusivamente a partir de Merlot, e Syrah, com estágio de 15 meses em barricas de
com estágio de 18 meses em barricas de carvalho carvalho francês. Muito bem feito em seu estilo mais
francês, sendo 50% novas. Mostra sedutoras notas maduro e opulento, é macio e muito refinado, tudo
florais envolvendo os aromas de frutas negras e envolto e equilibrado por taninos de grãos finos,
vermelhas de perfil mais fresco. Preciso, compacto vibrante acidez e final com toques especiados e de
e refinado, tem acidez vibrante, taninos de excelente grafite. EM
textura e final muito longo, com toques minerais e
de couro. Consegue de modo sutil, quase delicado, AD 93 pontos
mostrar a exuberância e o lado frutado da Merlot GRATTAMACCO 2012
sem comprometer sua força e sua intensidade. Colle Massari, Toscana, Itália (Mistral - não
Álcool 13,5%. EM disponível). Tinto composto de 65% Cabernet
Sauvignon, 20% Merlot e 15% Sangiovese, com
AD 92 pontos estágio de 18 meses em barricas novas e de
DULCAMARA 2011 segundo uso. Num estilo mais exuberante nos
I Giusti & Zanza, Toscana, Itália (Cantu R$ 385). I aromas, mostra fruta mais maduras seguidas
Giusti & Zanza é uma pequena vinícola localizada por notas florais e de especiarias doces, além de
no noroeste da Toscana e elabora este tinto a partir toques terrosos e de tabaco. Redondo, suculento
de 70% Cabernet Sauvignon, 25% Merlot e 5% e estruturado, tem acidez vibrante e taninos
Petit Verdot, com estágio de 18 meses em barris de excelente textura, que trazem harmonia e
de carvalho. Apresenta aromas de ameixas, cassis sustentação ao conjunto, terminando de forma
e amoras escoltados por notas florais, tostadas e persistente, com toques de alcaçuz e de grafite.
de especiarias doces, além de toques terrosos, de Álcool 14%. EM
AD 93 pontos
PHILIP 2014
Mazzei, Toscana, Itália (Grand Cru R$ 430). Tinto
elaborado exclusivamente a partir de uvas Cabernet
Sauvignon cultivadas nas regiões de Maremma
e Chianti Classico, com estágio de 18 meses em
barricas de carvalho francês e americano, sendo
30% novas. Refinado e macio, mostra perfil
elegante, com notas especiadas, terrosas, de ervas
secas e de flores, que envolvem sua fruta vermelha
e negra madura. Chama atenção pelos taninos de
fina textura e pela acidez refrescante, que trazem
tensão ao conjunto. Tem final longo e persistente,
com toques de grafite. Está ótimo agora, mas tem
tudo para ficar ainda melhor nos próximos 10 anos.
Álcool 14,4%. EM
AD 94 pontos
PRIMA PIETRA 2012
Castiglion del Bosco, Toscana, Itália (Via Vini R$ 550
a safra 2015). Apresenta frutas vermelhas e negras
de perfil mais fresco, com mais tensão e vibração,
mas mantendo a finesse e o equilíbrio do 2012. As
notas de ervas, de alcaçuz e de especiarias doces
conferem complexidade, tudo sustentado por ótima
AD 95 pontos acidez, taninos finíssimos e final persistente, com
ORENO 2010 toques minerais e de amoras. EM
Tenuta Sette Ponti, Toscana, Itália (World Wine R$
780 a safra 2015). Blend de 45% Merlot, 40% AD 95 pontos
Cabernet Sauvignon e 15% Petit Verdot, com estágio SASSICAIA 2012
em carvalho francês. Mostra acidez refrescante e Tenuta San Guido, Toscana, Itália (Ravin R$ 3.811 a
taninos finos e de ótima textura, que trazem vibração safra 2014). Tinto composto de uvas 85% Cabernet
e tensão a todo o conjunto. As ameixas estão Sauvignon e 15% Cabernet Franc cultivadas em
torneadas por notas de menta e de chocolate, que Bolgheri, com estágio de 24 meses em barricas de
vão se tornando mais pronunciadas com o tempo carvalho francês. Notas sedutoras de tabaco e de
na taça. Tem final longo e persistente, lembrando couro envolvem os aromas de ameixas, amoras e
grafite. Álcool 14,5%. EM cerejas de perfil mais fresco. Depois aparecem notas
florais, de especiarias doces, de ervas e de alcaçuz.
AD 94 pontos Estruturado, equilibrado e refinado, tem taninos de
ORNELLAIA 1997 excelente textura, vibrante acidez e final longo e
Tenuta dell’Ornellaia, Toscana, Itália (Grand Cru profundo, com toques de grafite e de cerejas ácidas.
R$ 2.464 a safra 2014). Tinto composto de 65% Álcool 13,5%. EM
Cabernet Sauvignon, 30% Merlot e 5% Cabernet
Franc, com cada variedade fazendo estágio AD 95 pontos
separadamente em barricas de carvalho francês SIEPI 2013
50% novas durante 18 meses e só depois realizado Mazzei, Toscana, Itália (Grand Cru R$ 1.299). Tinto
o blend. Perfeito exemplo daquele ano mais quente composto de Sangiovese e Merlot, com estágio de 12
na Toscana, mostra fruta de perfil mais maduro e meses em barricas de carvalho francês. Complexo
bastante potência, mesmo com mais de dez anos nos aromas mostra notas florais, de cânfora, de
de garrafa. Os taninos de grãos finos e de excelente especiarias doces e de frutas vermelhas ao licor,
textura trazem equilíbrio a toda sua opulência, que se confirmam no palato. Profundo, refinado e
conferindo finesse e elegância ao conjunto. Tem final muito preciso, tem excelente textura de taninos,
longo e cheio, com toques de mocha e de grafite. refrescante acidez e final longo e persistente, com
Álcool 14%. EM toques de grafite. Álcool 14%. EM
AD 93 pontos AD 95 pontos
TASSINAIA 2014 TIGNANELLO 2015
Castello del Terriccio, Toscana, Itália (Mistral US$ Antinori, Toscana, Itália (Winebrands R$ 1.319).
110). Tinto elaborado a partir de uvas Cabernet Este ícone é um blend de Sangiovese, Cabernet
Sauvignon (50%) e Merlot (50%) cultivadas em Sauvignon e Cabernet Franc. É o Supertoscano
Maremma, com estágio em barricas de carvalho em essência. Hoje um clássico, em seu
francês. Impressiona pelo equilíbrio do conjunto lançamento na safra de 1971 era um inovador,
e pelos taninos de grãos finos e de ótima textura, quase rebelde, que passou por barricas de
que envolvem suas frutas vermelhas e negras carvalho e usou uvas francesas. Um verdadeiro
que aparecem acompanhadas de notas florais, subversivo, desafiou as regras da região e só pôde
terrosas, de couro e de especiarias doces. Elegante ser engarrafado como IGT. Esta safra está muito
e refinado, tem final longo e persistente, com toques especial, com camadas ou ondas de aromas,
de ervas secas e de grafite. Álcool 13,5%. EM fruta vermelha precisa, acompanhada de aromas
terrosos e estrebaria, depois pimenta e um frescor
AD 95 pontos mentolado. Por fim, um floral intenso, quase
TIGNANELLO 2010 gentil. Em boca, marca por sua austeridade
Antinori, Toscana, Itália (Winebrands R$ 1.319 a e vibração, que são os reflexos da estrutura e
safra 2015). Tinto composto de 80% Sangiovese, acidez, combinando força e elegância. Delicioso
15% Cabernet Sauvignon e 5% Merlot, com hoje e vai lindamente até 2033. Álcool 13,5%. CB
E x pa n s ã o
ProWein celebra
25 anos e continua
crescendo
À
s 8:30 da manhã do domingo, 17 de a “delegação brasileira” na sala vip da Latam, no
março, o saguão da entrada da feira aeroporto de Dusseldorf e depois pelos corredores
já estava lotado. As escadas rolantes da feira. Ali estavam os donos das maiores impor-
foram paradas e serviam de arqui- tadoras do Brasil e suas equipes cumprindo uma
bancada para centenas de pessoas agenda intensa de reuniões pré-programadas.
que se reuniam para a abertura oficial da Pro- Com um único aparte sendo o odor químico
wein. A presença da ministra da agricultura da nas áreas do Uruguai, Argentina e parte do Chi-
Alemanha e dos primeiros ministros de Portugal le que não conseguiu ser remediado durante o
e Croácia mostravam a importância do evento evento, tudo é muito organizado (muito alemão)
deste ano. A Prowein completou 25 anos. e, por sorte, nesta feira, falamos menos de degus-
O diretor geral da Messe Dusseldorf, Hans tações e mais de negócios e discussões iniciadas
Werner Reinhard resumiu bem: “Quando lan- numa manhã de domingo...
çamos a ProWein 25 anos atrás, nenhum de nós Nada se compara à festividade da Vinitaly
O
sistema romano, assim definiu João nos em diversas regiões do Alentejo e também há
Ignacio Ferreira Lapa, em seu “Re- vestígios de produção significativa de vinho de ta-
latório sobre os processos de vinifi- lha em São Cucufate, Torre de Palma e Quinta
cação dos principais centros vinha- das Longas, por exemplo.
teiros do sul do reino”, a maneira Diferentemente das ânforas tradicionais, a
de fazer o “Vinho de Talha”. Sim, esse tradicional maioria das talhas portuguesas possui um peque-
vinho português, típico do sul de Portugal, especial- no orifício perto do fundo, por onde se introduz
mente nas regiões que circundam o Tejo, sobrevive uma pequena torneira para que o vinho possa sair.
desde quando os romanos introduziram as vinhas Mas não se sabe quando nem quem introduziu
e os processos de vinificação na Península Ibérica. essa “novidade”. Os mais conhecidos centros de
Basicamente, o vinho de talha nada mais é do produção de talhas no Alentejo foram Aldeia do
que um vinho feito em ânfora de barro – porém Mato, rebatizada no século XX como S. Pedro do
de grandes proporções e com algumas peculiari- Corval, Campo Maior e Reguengos de Monsaraz.
dades no processo. Crê-se que o nome talha seja Nos anos 1950, porém, com o surgimento das
uma derivação do latim “tinalia”, ou seja, vaso de cooperativas no Alentejo, a produção de vinho de
grandes dimensões. Há vestígios de fornos roma- talha com fins comerciais foi definhando gradati-
Resina e estilo
Diferentemente de uma ânfora, a talha é um re-
cipiente grande (algumas têm perto de 2 metros
de altura) que pode conter cerca de 2 mil litros.
Por ser feito de um material poroso, é preciso
impermeabilizar seu interior, o que antigamente
era feito geralmente com uma resina de pinheiro
– chamada de pez louro – ou ainda cera de abe-
lha. Essa resina, aliás, deixava seus traços no vi-
nho, e acredita-se que essa característica resinosa
era bastante apreciada séculos atrás. Hoje, usa-se
epóxi e outros materiais que não interferem tanto
no vinho.
O formato das talhas também não é totalmen-
te uniforme. As talhas do centro oleiro de Cuba
tendem a ter forma de um nabo, com maior ca-
pacidade, e são mais bojudas que as produzidas
nas demais localidades. Já as de Vila Alva são
conhecidas pela sua configuração tipo pião. As
de Serpa têm forma mais delgada, como uma
cenoura. A talha da Vidigueira é, para muitos,
Nesse dia, algumas tabernas e vinícolas cos- a mais elegante por ter maior curvatura, assim
tumam fazer uma grande festa em que o vinho é como as de São Pedro do Corval. Hoje, restam
consumido juntamente com castanhas e outros poucos oleiros que ainda produzem talhas.
petiscos da gastronomia alentejana, Os vinhos de talha, assim como outros esti-
principalmente carne de porco. Ge- los de vinho produzidos de forma quase ances-
TALHAS ARREBENTADAS ralmente, no começo, o vinho do tral, vivem um renascimento nos últimos anos.
Durante a fermentação, as
massas vínicas são mexidas para fundo da talha é muito turvo. En- A pouca intervenção faz com que sejam vinhos
evitar que obstruam a boca da tão, tende-se a fazer alguns trasfegos muito francos, de fruta muito presente e direta, e,
talha e, devido à pressão do gás para “clarear” o vinho de modo a devido à talha e ao processo de produção, geral-
carbônico, arrebentem-nas, algo
que não era raro de ocorrer no que ele passe pelas partes sólidas mente apresentam toques ligeiramente minerais
passado. que servem como filtro. e oxidativos. São vinhos que fazem parte da his-
O vinho de talha feito de forma tória de Portugal.
AD 91 pontos
JOSÉ DE SOUSA TINTO 2012
José Maria da Fonseca, Alentejo, Portugal
(Decanter R$ 137). Tinto elaborado a partir de
uvas Grand Noir, Trincadeira e Aragonês advindas
predominantemente de solos graníticos, com parte
fermentada em ânforas de barro e estágio de nove
meses em barricas de carvalho francês e americano.
Delicados aromas de framboesas e cerejas envoltos
por notas florais e de especiarias doces, além de
toques terrosos e de ervas secas. No palato, esbanja
Atualmente, há uma fruta fresca, tem acidez vibrante, boa textura de
denominação de origem taninos e final persistente, com toques de ameixas e
específica para os “Vinhos de couro. Álcool 14%. EM
Talha” no Alentejo
AD 91 pontos
PITEIRA TINTO DE TALHA 2015
Encostas do Alqueva, Alentejo, Portugal (Sem
AD 93 pontos importador). Tinto elaborado a partir de Moreto
ART.TERRA AMPHORA 2017 Preto e Castelão, com todo o processo de vinificação
Casa Agrícola Alexandre Relvas, Alentejo, Portugal executado em talhas de barro (ânforas), desde a
(Cantu R$ 180). Tinto composto de Aragonês, fermentação, sempre com leveduras indígenas, até o
Moreto e Trincadeira, elaborado com a mínima engarrafamento, respeitando as normas da Comissão
intervenção e inspirado nos métodos ancestrais de Vitivinícola da Região - CVR - do Alentejo para poder
vinificação em ânforas de barro, muito comum no ser certificado como “Tinto de Talha”. O resultado é
passado do Alentejo. Mais de boca que de nariz, um vinho cheio de fruta, vivacidade e frescor, com
é tenso e suculento, tudo em meio a muita fruta uma rusticidade gostosa, que passa uma sensação
negra e vermelha fresca, taninos cheios de textura e agradável de leveza, convidando a mais uma taça.
vibrante acidez. As notas florais, terrosas, de ervas Álcool 12%. EM
aportam certa complexidade ao conjunto, pedindo
um segundo gole. Fluido e vertical, esconde atrás da AD 95 pontos
facilidade com que se bebe, a força e a persistência SIDECAR TINTO 2015
de um grande vinho. Álcool 13,5%. EM Susana Esteban, Alentejo e Bairrada, Portugal
(Adega Alentejana R$ 715). Nesta versão, foram
AD 92 pontos convidados o casal Filipa Pato e William Wouters
HERDADE DO ROCIM AMPHORA TINTO 2017 para elaborar este tinto a partir de uvas 50% Baga
Herdade do Rocim, Alentejo, Portugal (World advindas de um vinhedo de mais de 100 anos na
Wine R$ 238). Tinto composto de Moreto, Tinta Bairrada e o restante vindo de um vinhedo de castas
Grossa, Trincadeira e Aragonez, com fermentação variadas em São Mamede, no Alentejo. Ambos os
espontânea em talhas de barro, com os engaços. O vinhos fermentaram e estagiaram em ânfora e o
resultado da utilização desse método de vinificação resultado é surpreendente, pois consegue unir a
ancestral no Alentejo é um vinho fresco, vertical, estrutura, a força e a textura de taninos da Baga com
gostoso de beber, impressionando pela textura o lado frutado, floral e de volume de boca trazidos
de taninos e pela refrescante acidez. Tem final pelas castas do Alentejo. Fresco e profundo, tem
persistente, com toques salinos, de ervas e de acidez vibrante e final longo, com toques salinos.
ameixas. Álcool 12%. EM Álcool 12,5%. EM
ISSO NÃO
me parece bom...
Dicas para identificar os principais defeitos do vinho
E
m nossas andanças pelo mundo trabalham com um controle rigoroso de quali-
provando vinhos para a revista, en- dade em toda a linha, da vinha até a garrafa, da
contramos de tudo, desde vinhos fermentação até as caves, o que torna possíveis
excepcionais, até alguns que não contaminações em eventos raríssimos. Como
merecem ser mencionados. Nível vários problemas costumam estar relacionados à
qualitativo à parte, com tantas amostras prova- higiene do ambiente do vinho, as vinícolas inves-
das, obviamente, às vezes, nossa equipe se depara tem pesado nesse quesito para evitar riscos des-
com vinhos que estão verdadeiramente estraga- necessários.
dos (nota: é bastante raro). Sim, apesar de toda a Em segundo lugar, devemos lembrar que de-
tecnologia atual, os vinhos ainda não estão 100% feito é diferente de “gosto”. Ou seja, aquele vinho
livres de apresentarem algum defeito. que você abriu e não curtiu muito o aroma ou
É matemático: quanto mais garrafas são aber- sabor, por não estar acostumado a eles, pode não
tas, maior a chance de encontrar alguma com estar defeituoso. Se você gosta de vinhos bem fru-
defeito. E assim como quanto mais você prova tados, não peça um de safra antiga. Se não gos-
vinhos bons, mais seu paladar se apura, quanto ta dos tons da madeira, não peça um que passe
mais você se depara com vinhos defeituosos, me- por barricas novas. O seu gosto não casar com as
lhor você consegue identificar os possíveis pro- características que o vinho apresenta definitiva-
blemas. Alguns, às vezes, podem ser bastante su- mente não é um defeito.
tis e, outros, podem até mesmo ser “confundidos” Assim sendo, ADEGA decidiu enumerar al-
com qualidades. guns dos principais defeitos dos vinhos e dar di-
Então, primeiramente, antes de falar sobre cas de como você poderá identificá-los. Também
defeitos, é preciso lembrar que, atualmente, a vamos apontar características que alguns vinhos
chance de um vinho apresentar algum problema podem apresentar, mas que não são necessaria-
é muito baixa. Grandes produtores geralmente mente defeitos. Confira.
Borras
Alguns vinhos jovens,
especialmente os
que não passam por
processo de filtragem,
apresentam borras, mas
elas geralmente são
um fenômeno normal
em vinhos mais antigos.
Esses sedimentos são
compostos moleculares
que se agrupam e se
acomodam no fundo da
garrafa. São inócuos e
também não alteram a
bebida. Se incomodarem,
basta decantar.
Bouchonné
Este provavelmente é o mais famoso barricas de carvalho ou ainda em ou- cloro, geralmente usado em processos
defeito do vinho. E curiosamente cos- tros locais menos prováveis de armaze- de esterilização. Apesar de o TCA ser
tuma decorrer de fatores sobre os quais nagem em uma vinícola. Ou seja, um inofensivo à saúde, ele torna o vinho
o produtor tem quase nenhum contro- vinho com tampa de rosca pode sim intragável.
le. O mais clássico é a rolha de cortiça, apresentar-se bouchonné. O dilema
daí o nome “bouchonné”, que numa da contaminação por TCA é que uma Como reconhecer?
tradução direta significaria “rolhado”, quantidade ínfima é capaz de arruinar Fique atento a aromas de papelão mo-
ou seja, com gosto de rolha. No en- o vinho e, até hoje, não há técnica para lhado, porão úmido, poeira, mofo e bo-
tanto, o temido 2,4,6-tricloroanisol, eliminá-lo após o contágio. O TCA se lor. Se os aromas do vinho forem assim
ou TCA, não está restrito às rolhas de desenvolve quando os fenóis vegetais e não se sentir frutas, pode acreditar,
cortiça. Ele pode ser encontrado em da casca da cortiça são expostos ao seu vinho está bouchonné.
Como reconhecer?
O vinho é jovem, mas já apresenta cor de um de
safra mais antiga (tintos atijolados e brancos acas-
tanhados, por exemplo)? Entre os aromas, há al-
guns toques acéticos, ligeiramente avinagrados?
Os sabores também não se apresentam exuberan-
tes? Há boas chances de seu vinho estar oxidado.
Lembrando que há diferentes graus de oxidação,
e alguns podem até ser tolerados.
DOENÇAS “EXTINTAS”
Em um mundo já repleto de conhecimento sobre
os processos do vinho além de tecnologias avan- “A volta” Gordura
Em italiano usa-se o termo Os espanhóis chamam de
çadas, alguns defeitos da produção de vinho se “girato” e, em francês, “tourné”. “enfermidade de la grasa”. O vinho
tornaram extremamente raros, mas, ainda assim, Isso caracteriza um vinho turvo, se torna viscoso graças ao ataque de
podem aparecer, especialmente em vinhos feitos escurecido com produção de dióxido bactérias que transformam o açúcar
de forma muito artesanal, quase caseiros. Segundo de carbono, com odor acético em substâncias acéticas ou láticas,
intenso e um sabor extremamente dando ao vinho uma viscosidade como
enólogos, são defeitos que eles estudam na univer- desagradável. Isso se deve a se fosse um azeite. Os vinhos mais
sidade, mas depois nunca mais têm contato com microrganismos que atacam o ácido susceptíveis a esse tipo de problema
eles. Como se fosse uma doença rara estudada tartárico, o tártaro e o ácido málico, geralmente são brancos doces de baixa
decompondo-os, com produção de acidez, no entanto, tintos também
apenas nas aulas teóricas de medicina, como a grandes doses notáveis de ácidos podem apresentar o problema.
peste bubônica ou algo do gênero. Confira duas. voláteis.
Como reconhecer?
Um vinho dito reduzido pode apresentar aromas
de fósforo queimado, alho, borracha queimada,
repolho cozido e, provavelmente os mais caracte-
rísticos, ovos podres. Acidez volátil
Aqui estamos falando literalmente da transformação
do vinho em vinagre, ou seja, da atuação das bactérias
acéticas que degradam o álcool produzindo ácido acé-
tico. Esse tipo de problema costuma ser raro e muitas
vezes denota falta de cuidado do produtor com pro-
cessos de higienização. Essas bactérias tendem a ser
eliminadas com a adição de anidrido sulfuroso, agente
comumente usado pelas vinícolas para esterilizar re-
cipientes, especialmente antes de estagiar os vinhos.
Atualmente, com a onda dos vinhos naturais e de mí-
nima intervenção, tem-se notado uma maior presença
de notas de acidez volátil em alguns desses vinhos.
Quando isso ocorre em níveis baixos, ela pode ser vista
como “complexidade” da bebida. No entanto, aromas
pungentes que pendem para o vinagre são um defeito
mesmo e não qualidade.
Como reconhecer?
O principal aroma que denuncia a acidez volátil, ob-
viamente, é o do vinagre. No entanto, os odores po-
dem variar com tons de acetona, thinner, ou verniz
para unhas, por exemplo, que provêm do acetado de
etila. Confira também se o líquido não apresenta uma
viscosidade incomum.
Como reconhecer?
Se os aroomas do vinho lembrarem couro, pelo de cavalo, está-
bulo, cu
urral, suor animal ou similares, isso denota que prova-
velment
velmente há presença de Brett.
Vinho cozido
Este é um dos defeitos de certa forma mais comuns.
E aqui, até mais do que no caso do bouchonné, o pro-
dutor é quase sempre “livre de culpa”. O vinho pode
ficar cozido, ou madeirizado (como já apontamos an-
tes, o termo faz referência ao estilo oxidado dos vinhos
da ilha da Madeira), devido a picos de temperatura
no transporte ou mesmo na armazenagem. A exposi-
ção prolongada ao calor (como alguns vinhos da ilha
da Madeira são propositalmente feitos) “cozinha” o
vinho, quase que literalmente. Vinhos guardados em
locais inadequados, sem controle de temperatura, ex-
postos ao sol etc., invariavelmente vão ficar “cozidos”.
E esse processo de cozimento torna a bebida sonsa ou
precocemente oxidada.
Como reconhecer?
O vinho é novo, mas não mostra frescor? Parece “can-
sado”? No paladar as frutas parecem que foram cozidas
ou assadas? Há notas de oxidação? A rolha estava des-
locada para dentro? Tudo isso pode ser um indicativo
de vinho cozido.
SABOR METALIZADO
O sabor metalizado pode ter
algumas razões, entre elas a
combinação de vinho tinto e peixe,
o que apesar de não se tratar de
um defeito do vinho, não é uma
harmonização recomendada. Em
alguns casos, esse sabor pode vir
da Brett ou de outras leveduras
deterioradas e, nesse caso,
dependendo do nível, o vinho se
torna pouco agradável. Ele pode
ainda ser resultado da redução
e, aqui, aeração pode ajudar a
minimizar.
Zona
Franca
Projeto pleiteia a isenção de
impostos para venda de vinhos
em algumas cidades gaúchas
N
a década de 1850, um bávaro, amada grega, Daphne, uma jovem de olhos ne-
represente de uma empresa que gros (mavro) que faleceu precocemente. Ou en-
comercializava frutas, encantou- tão, com bem menos romance – Clauss foi ca-
-se por uma região montanhosa sado com Thomaida Karpouni, com quem teve
nos arredores da Patras, na Grécia. uma filha em 1860 –, ele teria apenas usado uma
Gustav Clauss decidiu então fixar-se na colina de uva já conhecida, que havia sido transplantada
Achaia, próxima à cidade, em 1854, onde cons- das ilhas jônicas para a sua região, que tinha o
truiu um complexo residencial, que mais tarde nome de Mavrodafni, cujo significado é “louro
se tornaria uma vinícola, que recebeu o nome da negro”. O “louro” estaria relacionado ao formato
colina acrescido ao seu sobrenome Achaia Clauss. dos cachos que, de certa forma, lembrariam uma
Há quem suporte que seu primeiro interesse coroa de louros.
na região era a produção de groselha. Mas em Nascia assim o Mavrodaphne de Patras, o vi-
1861, ele plantou os primeiros vinhedos, cerca de nho doce mais popular da Grécia. Mais tarde, em
6 hectares de terra, e também construiu seu “châ- 1899, Clauss teria criado o primeiro vinho bran-
teau”, um prédio com estilo de castelo medieval co seco da Grécia, o Demestica, com uvas da vila
preservado até hoje. Clauss foi um empreende- de Demestiha também em Achaia. Acredita-se
dor e um inovador na enologia grega. Nos anos ainda que Gustav Clauss é considerado o inven-
seguintes, ele criaria vinhos que marcariam a his- tor do conceito de enoturismo na Grécia, quando
tória da vitivinicultura da Grécia. recebeu a visita da imperatriz austro-húngara Isa-
O primeiro, feito em 1873, foi um tinto doce bel, em 1885, em cuja homenagem ele nomeou
que teria sido batizado em homenagem à sua uma de suas caves: “adega imperial”.
Bordeaux
No sudeste da França está
essa região vitivinícola
mundialmente vinculada a
seus históricos châteaux. O
estuário de Bordeaux, nas
margens do rio Garonne,
é uma das mecas de todo
enófilo. Lá estão incon-
Cos d’Estournel táveis vinícolas, diversas
Não muito longe de Lafite e Mouton-Rothschild históricas. Obviamente, as
(outras duas vinícolas que certamente valem mais visadas são as que fa-
a visita) fica o château de Cos d’Estournel, há
zem parte da classificação
pouco mais de uma hora de Bordeaux. Já é
possível ver de longe os pagodes inspirados na de 1855. Algumas, porém,
arquitetura dos palácios orientais feitos a pedido não são abertas ao público
de Louis-Gaspard d’Estournel, o “Marajá de e, entre as que recebem
Saint-Estèphe”. O interior é tão deslumbrante
quanto e ainda há jardins decorados visitantes, a maioria exige
impressionantes, que dão vista para os vinhedos reserva prévia de horá-
ao redor. A visita, não é preciso dizer, contempla rio – sendo que as mais
todos esses encantamentos em cada detalhe.
www.estournel.com requisitadas costumam
ter seus horários lotados
meses antes. Portanto, se
há algum château que você
queira muito conhecer,
entre em contato primeiro
para verificar a disponibili-
dade. Seguem duas dicas.
Provence
No sudeste do país fica essa região
consagrada pelos seus vinhos rosés e
também por estar perto dos princi-
pais balneários franceses, a belíssima
Côte d’Azur, que abarca territórios
entre Marselha e Nice. É ao redor
desse ambiente idílico que nascem
alguns dos vinhos mais delicados da
França e aí também se encontram
algumas propriedades fascinantes, de
beleza ímpar. Destacamos aqui duas
verdadeiramente impressionantes.
Château La Coste
Onde você pode caminhar e se deparar com uma obra de
Louise Bourgeois, uma intervenção de Frank Owen Gehry,
design de Tadao Ando, entre outros, e isso acompanhado
de uma maravilhosa vista de vinhedos, com restaurantes
de alto padrão, biblioteca etc. Pois é, o Château La
Coste é uma vinícola que fica na comuna de Le Puy-
Sainte-Réparad, não muito distante de Aix-en-Provence.
Definitivamente, é uma visita fascinante, em todos os
aspectos.
https://chateau-la-coste.com
Loire
Vinhos e castelos, quer com-
binação melhor? No vale do
Loire, a pouco mais de uma
hora de Paris, estão alguns
dos mais famosos castelos da
França, em uma sequência
de monumentos históricos
que deixam qualquer visitante
estonteado. Na mesma região,
encontram-se também vinhe-
dos e vinícolas de denomina-
ções como Sancerre, Anjou,
Touraine, Poully-Fumé, até a
mítica Savennières Coulée de
Château des Vaults Serrant, por exemplo. É uma
Parte do Domaine du Closel, si, com sua grandiosa arquitetura e ótima pedida fazer um passeio
o Château de Vaults fica em decoração, ao redor há um jardim
Savennières, não muito distante de arborizado bem no estilo dos grandes ao longo do rio Loire e seus
Angers. Repleto de história, ele foi castelos da região. Vale a pena passar afluentes, mesclando visitas
construído no século XVII e hoje uma tarde de sol saboreando um aos castelos com paradas em
pertence aos descendentes da família belo branco apreciando os sons da
vinícolas. Confira duas exce-
do biógrafo de Napoleão, Emmanuel natureza.
de Las Cases. Além do château em www.savennieres-closel.com lentes opções.
Borgonha
Assim como Bordeaux, a Bor-
gonha está no subconsciente
de quase todos os enófilos.
Suas tradições, seu ema-
ranhado de vinhedos, sua
história, fascinam todos os
que se aventuram pela ines-
quecível Côte d’Or. Dijon,
Beaune e as diversas vilas que
abarcam alguns dos vinhedos
Caves mais famosos do mundo
Patriarche como Romanée-Conti,
Quando se fala em caves Musigny, Montrachet etc.,
subterrâneas na França,
geralmente lembramos
atraem enófilos de todas as
de Champagne, partes que fazem questão de
mas no coração da ver de perto o local de onde
Borgonha, no centro surgem vinhos míticos. De
de Beaune, também
há um grande labirinto certa forma, na Borgonha, é
de 5 quilômetros mais fácil conhecer vinhedos
de caves, as Caves do que produtores, pois nem
Patriarche. São túneis
históricos, localizados sempre a vinícola de um pro-
no antigo Convento dos dutor estará ao lado de um
Visitandinos, alguns determinado vinhedo com
dos quais remontam ao
século XIII. A vinícola
o qual ele produz alguns de
Patriarche foi fundada seus vinhos. Apontamos aqui
em 1780 e essas caves dois locais interessantes para
guardam mais de três visitar.
milhões de garrafas.
www.patriarche.com
Alsácia
Uma das regiões
mais “disputa-
das” da França, a
Alsácia já trocou
de mãos algumas
vezes na história,
sendo anexada
pela Alemanha em
algumas ocasiões.
Não à toa, a região
Hugel tem forte influên-
No centro da cidadezinha de Riquewihr (que ostenta arquitetura
medieval considerada uma das mais belas da Alsácia) está a cia alemã, desde a
vinícola Hugel, uma das mais tradicionais da região. A empresa arquitetura até os
familiar remonta a 1639 e até hoje guarda foudres seculares, costumes e gastro-
alguns entalhados ou trabalhados, como o mais antigo do mundo
ainda em uso, batizado como Sainte Caterine, que data de 1715.
nomia. O clima
http://hugel.vin.co também favorece,
assim como na
vizinha Alemanha,
as uvas brancas,
especialmente a
Riesling, que flo-
resce ao longo das
margens do Reno.
Cidades como Es-
trasburgo, Colmar,
Riquewir, entre
outras, têm grande
apelo histórico.
Muitos dos produ-
tores consagrados
não possuem
vinícolas portento-
sas, deixando seus
principais atrativos
para o vinho.
Rhône
As regiões vitiviní-
colas às margens
do Rhône (Ró-
dano) também
estão entre as mais
cultuadas da Fran-
ça, com denomi-
nações de origem
como Hermitage,
Châteauneuf-du-
-Pape ou Côte-Ro-
tie, por exemplo.
Vale lembrar que a
filoxera, praga que
Château d’Ampuis
Pouco ao sul de Vienne, não muito distante de Lyon, está um devastou as vinhas
dos mais belos châteaux da Côte-Rotie, o Château d’Ampuis, no Velho Mun-
antiga fortaleza construída nos séculos XII e XVI, às margens do do em meados
rio Ródano. Em 1995, ele foi adquirido pela família Guigal, um
dos mais conhecidos produtores da região, e então considerado do século XIX,
monumento histórico nacional. O lugar é maravilhoso com sua alastrou-se a partir
arquitetura renascentista e amplo jardim. de vinhedos pró-
www.guigal.com
ximos a Avignon.
A região é repleta
de encantos, com
lindas paisagens,
muita história,
além de excelentes
produtores de vi-
nho, como os que
citamos a seguir.
VINHO TINTO
SÓ COM BIN A C OM
C AR NE V ER M ELH A?
CLIMATOLOGIA
Os pesquisadores da Embrapa, O verão foi de muito calor. As normais da primavera, o ciclo da
Maria Emília Borges Alves e Mauro temperaturas estiveram acima da videira foi atrasado, fazendo com
Celso Zanus fizeram um resumo do média normal em boa parte das fases que a colheita iniciasse bem mais
comportamento da safra 2019 na de desenvolvimento e maturação do tarde. Da mesma forma, em quase
Serra Gaúcha: ciclo, tendo sido registrado um dos todo Rio Grande do Sul, as chuvas
O inverno de 2018 foi normal verões mais quentes desde que se de verão ficaram um pouco acima
e adequado para a brotação. O tem registros na Serra Gaúcha. do normal, dificultando o controle
acumulado de horas de frio (menor Apesar dos diversos eventos das doenças e diluindo os frutos.
que 7,2°C entre abril e setembro de granizo ocorridos na primavera Os níveis de maturação alcançados,
de 2018), ficou bem próximo do de 2018, que ocasionaram fortes por consequência, não foram
esperado e em valores que atendem perdas de produção em alguns muito elevados, particularmente
às demandas da maioria das vinhedos, o total do volume da safra em uvas de maturação precoce
variedades de uva. tem uma projeção de cerca de 650 e intermediária. Para as uvas de
A primavera de 2018 foi bastante a 690 milhões de toneladas. Isso se maturação tardia, as condições foram
chuvosa. As chuvas estiveram deve pela excelente brotação dos um pouco mais favoráveis, porém,
acima da média nas fases de ramos decorrente de um inverno ainda abaixo do desejado. Assim,
desenvolvimento e maturação. normal e do frio intenso em agosto, podemos descrever 2019 como uma
Durante a colheita, especialmente e pelas chuvas de verão acima do safra de médio potencial. Demandou-
em janeiro, os totais de chuva normal, que aumentaram o peso se muito dos enólogos, que tiveram
acumulados ficaram dentro do das bagas e dos frutos. Em função que eleger técnicas de fermentação e
esperado, porém o número de dias da época de brotação ter ocorrido maceração adaptadas à composição
de chuva foi superior ao normal. tardiamente e das temperaturas e à sanidade das uvas.
Hora do saca-rolha
ESPUMANTES
Vila Real
Porto
DOURO
Os nossos vinhos
representam o trabalho
de milhares de famílias
desta região.
Importado
Tel. +55 (11) 2308-8409
www.conceitoportugues.pt
conceitoportugues@conceitoportugues.pt
AD 94 pontos AD 90 pontos AD 89 pontos AD 92 pontos AD 90 pontos
CASA MARIN CHÂTEAU VIRCOULON DORY VIOSINHO ARINTO ESPORÃO RESERVA LEYDA RESERVA
CIPRESES VINEYARD BLANC 2017 ALVARINHO VIOGNIER 2017 BRANCO 2017 CHARDONNAY 2017
SAUVIGNON BLANC 2017 Château Vircoulon, Adega Mãe, Lisboa, Esporão, Alentejo, Viña Leyda, Leyda,
Casa Marin, San Bordeaux, França Portugal (Pão de Portugal (Qualimpor Chile (Grand Cru R$
Antonio, Chile (World Wine R$ 99). Açúcar R$ 56). Aroma R$ 173). O enólogo 75). Branco elaborado
(Vinci US$ 57). Resultado do blend maduro com traços David Baverstock exclusivamente a partir
Branco elaborado de uvas Sauvignon salinos e de ervas, e sua equipe são de Chardonnay, sem
exclusivamente a partir Blanc e Sémillon, que lembram orégano os responsáveis por passagem por madeira.
de uvas Sauvignon sem passagem por fresco em conjunto elaborar este branco De boa tipicidade,
Blanc plantadas em barricas, este branco com óleo resinoso. composto de Antão mostra frutas brancas e
solos de granito, apresenta corpo leve No paladar, apresenta Vaz, Arinto, Roupeiro tropicais acompanhadas
sem passagem por e coloração amarelo corpo médio, frescor e Sémillon, com de notas florais,
madeira. Sempre muito esverdeado. Traz ao agradável e boa fermentação e estágio minerais e de ervas,
consistente, nessa safra nariz notas herbáceas, duração. Um vinho parciais em barricas que também aparecem
mais quente, mostra- frutas brancas, cítricas branco seco e intenso novas de carvalho na boca. Tem acidez
se mais estruturado, e nuances florais. Em elaborado através de francês. Num estilo refrescante, textura
com perfil de frutas boca, é agradável e um corte interessante mais estruturado e de cremosa e final médio/
brancas e cítricas fácil de beber, tem de Viosinho, Alvarinho, frutas tropicais e de longo, com toques
mais maduras, mas boa acidez, baixa Arinto e Viognier. Tem caroço maduras, tem salinos e de abacaxi.
com acidez pulsante persistência e confirma bastante personalidade acidez vibrante e bom Álcool 14%. EM
e mineralidade, que suas notas herbáceas. e textura salgadinha, volume de boca, que
trazem sustentação Vai muito bem como que pede comida com trazem equilíbrio ao
ao conjunto. Tem “welcome drink” e gordura e chama por conjunto. Alia frescor
bom volume de boca, entradas leves. Álcool bacalhau e frutos do e densidade com
textura cremosa e final 12%. FGK mar na brasa. Álcool maestria. Tem final
longo e persistente, 13%. JPG persistente e cremoso,
com toques minerais, com toques salinos,
florais e cítricos. Álcool cítricos, de mel e de
14%. EM especiarias doces.
Álcool 14,5%. EM
Safra 2015
1 MILHÃO
and Spirits Fair
de leitores
>>
AD 93 pontos AD 92 pontos DEGUSTAÇÃO COM MATÍAS DEGUSTAÇÃO COM MATÍAS DEGUSTAÇÃO COM
VACHERON SANCERRE VALLE SECRETO FIRST CALLEJA - BERONIA - CALLEJA - BERONIA - EDOUARD DE BOISSIEU -
ROUGE 2016 EDITION SYRAH 2017 INOVINI INOVINI CANTU
Domaine Vacheron, Valle Secreto,
Loire, França Cachapoal, Chile AD 90 pontos AD 91 pontos AD 96 pontos
(Clarets R$ 330). (Optimus R$ 170). BERONIA ELABORACIÓN BERONIA RESERVA 2013 LANSON NOBLE CUVÉE
Tinto elaborado De coloração rubi ESPECIAL TEMPRANILLO Beronia, Rioja, BRUT 2002
exclusivamente a partir intenso, esse Syrah 2015 Espanha (Inovini R$ Lanson, Champagne,
de uvas Pinot Noir é extremamente Beronia, Rioja, 205). Tinto composto França (Cantu - não
advindas de vinhas encorpado, leia-se Espanha (Inovini R$ de 4% Graciano e disponível). O estilo
entre 30 e 50 anos de licoroso com lágrimas 170). Tinto elaborado 1% Mazuelo, com da casa Lanson é a
idade, com estágio grossas e lentas. Aroma exclusivamente a estágio de 20 meses vibrante e cristalina
em barricas usadas de frutas negras como partir de Tempranillo, em barricas mistas acidez. Mais do que
de carvalho francês. ameixas e mirtilos, com fermentação e de carvalho francês e a data de colheita, o
Verdadeiro lobo em além de notas animais, estágio de 8 meses em americano. De ótima que contribui para
pele de cordeiro, em especial couro barricas de carvalho tipicidade, mostra notas isto é que os grandes
mostra a força e a curtido. Na boca, seu americano. O resultado florais, especiadas, Champagnes da casa,
verticalidade típica corpo suculento toma é o esperado e muito terrosas e de couro como este Noble Cuvée
da cepa de um modo conta com acidez na bem feito nesse estilo, envolvendo as frutas não fazem fermentação
sutil e cheio de fruta. medida, leve picância, em que a madeira vermelhas e negras malolática. O nariz
Impressiona pelos taninos elegantes e tem papel importante. de perfil mais fresco, é floral, com um
taninos de fina textura, ótima persistência. Mostra notas lácteas, chamando atenção pela pequeno início de
pela acidez refrescante Boa pedida para tostadas e de baunilha vibrante acidez, pelos evolução. Incrível
e pelo final persistente, acompanhar um adornando suas frutas taninos de boa textura estrutura e vibração.
com toques terrosos, grelhado suculento de vermelhas e negras, e pelo final persistente, O fim de boca tem
especiados e de cerejas. carne vermelha. Álcool: tudo num contexto com toques terrosos, extrema mineralidade.
Não se engane com 14,5%. CM de vibrante acidez e de cerejas e de tabaco. A sensação do paladar
ele, por ser fluido e taninos macios e de Álcool 13%. EM é como um suco de
muito gostoso de beber, ótima textura. Álcool limão siciliano. Jamais
aparenta ser menos 14% . EM diria que tem 17 anos.
complexo do que E como os grandes
realmente é. Álcool vinhos vai abrindo e
12,5%. EM se revelando na taça.
Álcool 12%. CB
• Recebe gratuitamente a
edição da Revista ADEGA
BRASIL-INGLATERRA
A Quinta de Covela é fruto
da parceria entre o investidor
brasileiro Marcelo Faria de
Como sempre, seleção Black traz tintos Lima e do jornalista inglês Tony
de respeito, desta vez com dois repre- Smith.
sentantes do Velho Mundo. Na Itália,
selecionamos um grande Barolo, o Ser-
ralunga, da Rivetto, um dos melhores
produtores do Piemonte. Já do Minho,
em Portugal, trazemos o Covela Tinto,
um surpreendente corte de Touriga Na-
cional, Cabernet e Merlot, que esbanja
finesse e frescor, além de ter sido um
dos melhores colocados em nossa últi- NÉVOA
ma degustação para a revista ADEGA. Dizem que o nome Nebbiolo
vem da palavra nebbia, que
quer dizer névoa em italiano,
e é uma referência à profunda
neblina que costuma atingir a
região do Langue no período
da colheita.
AD
92
pts
AD
94
pts COVELA RESERVA TINTO 2012 | AD 92 pts
2QTVWICN9KPGDTCPFU
4
REGIÃO/PAÍS: Quinta de Covela, Minho
'UVGVKPVQ0GDDKQNQȌWOCEWXȌGFQUXKPJGFQUFCHCOȐNKCGO5GTTCNWPIC
5CP$GTPCTFQG/CPQEKPQEQOGUVȄIKQFGOGUGUGODCTTKUFGECTXCNJQFQ
leste europeu. Mostra complexos aromas de frutas vermelhas frescas envoltos
por notas florais, especiadas, terrosas e de ervas, além de toques de iodo, de
couro e de tabaco, que se confirmam no palato. Muito preciso, impressiona pelos
taninos de ótima textura, pela acidez vibrante e pelo final persistente e profundo,
com traços de cerejas. Está prazeroso agora, mas deve ficar ainda melhor nos
RTȕZKOQUCPQUǩNEQQN'/
COVELA RESERVA TINTO 2012 |
AD 92 pts
3WKPVCFG%QXGNC9KPGDTCPFU
4
REGIÃO/PAÍS: Minho, Portugal
AD
92
pts
tinto gastronômico e de produção limita-
da, que vai surpreender pela elegância.
IMAGINADOR 2017 | Terminamos nossa jornada em Itata, no
AD 92 pts | RP 93 pontos
Chile, onde elegemos o Imaginador, um
2GFTQ2CTTC[(COKNKC9QTNF9KPG
4
REGIÃO/PAÍS: Itata, Chile blend majoritário de Cinsault de vinhas
de mais de 60 anos, elaborado por Pedro
Tinto fruto da cofermentação de Cinsault RP Parra e sua família.
(maioria), Muscat, Sémillon, País e Carignan 93
pts
advindas de um vinhedo de mais 50 anos,
parte fermentada com cachos inteiros AD
e com estágio em foudres. No início,
estava fechado, mas depois foi abrindo e 92pts
mostrando a que veio, com notas florais,
terrosas e de especiarias doces envolvendo
sua fruta vermelha e negra de perfil mais
fresco, tudo permeado por uma sutil nota
de fumaça/tostada, em virtude das terríveis
queimadas que assolaram a região em
2017. Nada que tire seu brilho. Muito
fluido e gostoso de beber, tem taninos de
ótima textura, acidez na medida e final
RGTUKUVGPVGǩNEQQN'/ TERROIR HUNTER
O chileno Pedro Parra é atualmente
um dos mais requisitados consultores
LES LAUNES CROZES-HERMITAGE 2016 de solo em regiões vinícolas do mundo,
| AD 92 pts possuindo projetos no Chile, Argentina,
Delas Frères / Grand Cru (R$ 221) Itália e França, entre outros países.
REGIÃO/PAÍS: Rhône, França
AD
90
pts
90
ORCHAD
SC
na América do Sul. Do Tejo, em Portu-
92
OS
DE
pts
gal, vem o Touriga Nacional da Quinta pts
de Casal Branco, um dos produtores mais
afamados da região. Partindo para o Friu- AD
li, na Itália, escolhemos o Ca’Bolani, um
Cabernet Franc austero e cheio de tipici-
NA BOTA
A família Zonin foi 91pts
uma das primeiras a
dade, com a assinatura da família Zonin.
investir em distintas regiões
Dali, viajamos até Mendoza, na Argenti-
vitivinícolas italianas ainda
na, onde redescobrimos o Malbec Barrel na década de 1970,
Select 2018 da Norton, seguramente uma contando hoje com sete
das melhores relações entre preço e qua- propriedades.
lidade disponíveis no mercado brasileiro
atualmente.
NORTON BARREL SELECT MALBEC CA’BOLANI CABERNET FRANC QUINTA DO CASAL BRANCO TOURIGA
2018 | DES 92 / AD 91 pts 2016 | AD 90 pts NACIONAL 2016 | AD 90 pts
0QTVQP9KPGDTCPFU
4 6GPWVC%CŨ$QNCPK&GXKPWO
4 Quinta do Casal Branco / Conceito
REGIÃO/PAÍS: Mendoza, Argentina REGIÃO/PAÍS: Friuli, Itália Português (R$ 129)
REGIÃO/PAÍS: Dão, Portugal
Ares frescos e de pura fruta chegaram 6KPVQ%CDGTPGV(TCPEEQO
aqui também, nessa vinícola que nos passagem por barricas de carvalho. Vinícola tradicional da região, que
últimos anos tem direcionado seus vinhos Austero, fresco e gastronômico, recentemente reformulou sua adega e
RCTCWORGTƒNOCKURWTQGXKDTCPVG6KPVQ mostra as cativantes e típicas notas trouxe ainda mais qualidade aos seus
elaborado exclusivamente a partir de de folhas de tabaco e de ervas da vinhos. Este apresenta características
WXCU/CNDGEEQOGUVȄIKQFGFQ cepa, que envolvem sua fruta negra e bastante singulares, tornando-o intrigante
vinho, durante 12 meses, em barricas de vermelha vibrante. Frutado, tem acidez no nariz e na boca. Além das tradicionais e
carvalho francês de primeiro e segundo marcante, taninos tensos e de ótima esperadas notas de frutos vermelhos, ele
usos. Frutado, estruturado, fluido e nítido VGZVWTCGƒPCNRGTUKUVGPVGGXGTVKECN traz uma mistura de tabaco, de chocolate
GOHTWVCUXGTOGNJCUGPGITCUFGRGTƒN com toques terrosos e de especiarias. e de ervas. Na boca, mostra-se muito vivaz
mais fresco, que aportam mais vida, ǩNEQQN'/ e talvez ainda jovem, podendo ganhar
vibração e tensão ao vinho, tornando-o ainda mais complexidade com o tempo.
muito agradável de beber e fácil de 5GWƒPCNȌDCUVCPVGOCTECPVGUGPFQ
gostar. Um Malbec de dicionário, cheio de um bom acompanhante para algumas
ameixas e amoras, além de notas florais e comidas mais temperadas e apimentadas.
FGGURGEKCTKCUFQEGUǩNEQQN'/ ǩNEQQN&2
BE ADEG
LU A
C
Ares frescos e de pura fruta chegaram aqui também, nessa vinícola que
nos últimos anos tem direcionado seus vinhos para um perfil mais puro
e vibrante. Tinto elaborado exclusivamente a partir de uvas Malbec, com
GUVȄIKQFGFQXKPJQFWTCPVGOGUGUGODCTTKECUFGECTXCNJQHTCPEȍU
de primeiro e segundo usos. Frutado, estruturado, fluido e nítido em frutas
vermelhas e negras de perfil mais fresco, que aportam mais vida, vibração e Esse mês, no Gold, a seleção é consa-
tensão ao vinho, tornando-o muito agradável de beber e fácil de gostar. Um grada, elaborada por produtores muito
Malbec de dicionário, cheio de ameixas e amoras, além de notas florais e de respeitados em suas regiões. Começamos
GURGEKCTKCUFQEGUǩNEQQN'/ nosso trajeto na Itália, de onde trazemos
um Nero di Troia em pureza, o Infinitum,
NOVAS GRAN RESERVA CABERNET SAUVIGNON 2015 que mostra que a Puglia vai muito além
| DES 90 pts / AD 90 pts da Primitivo. Seguimos nossa jornada até
'OKNKCPC.C2CUVKPC
4 Mendoza, na Argentina e escolhemos o
REGIÃO/PAÍS: Maipo, Chile Norton Barrel Select 2018, um Malbec
de dicionário, que acabou de chegar ao
Tinto orgânico elaborado exclusivamente a partir de Cabernet Sauvignon, nosso mercado. Terminamos nosso pas-
EQOGUVȄIKQFGFQXKPJQGODCTTKECUFGECTXCNJQHTCPEȍUGCOGTKECPQ
seio no Maipo, onde elegemos o orgânico
durante 12 meses. Gostoso de beber, tem as notas típicas da cepa, com as
especiarias e as ervas acompanhando as ameixas maduras no ponto certo.
Novas Gran Reserva Cabernet Sauvig-
As notas mentoladas e de especiarias doces aportam complexidade, com os non, que faz jus à fama do Chile em pro-
taninos de boa textura e a refrescante acidez trazendo equilíbrio e tensão ao duzir grandes tintos dessa cepa.
EQPLWPVQǩNEQQN'/
90
OS
DE
madeira. Uma boa iniciação nessa cativante cepa, muitas vezes ofuscada
pts
pela Primitivo. Mostra aromas de frutas vermelhas e negras maduras, bem
como notas florais, terrosas e especiadas. Gostoso, suculento e fácil de
agradar e de gostar, tem boa acidez, taninos macios e final médio/longo, que AD
90
ORCHAD
SC
92
OS
RGFGCEQORCPJKCFGOCUUCUCQOQNJQVKRQUWIQǩNEQQN'/
pts DE
pts
AD
91pts
ORGÂNICO
(WPFCFC GO RQT
Rafael e José Guilisasti,
a Viña Emiliana é adepta da
cultura orgânica e biodinâmica
e conta com a consultoria do
enólogo Álvaro Espinoza, um
ALÉM DA PRIMITIVO dos maiores conhecedores
Ao contrário do que se possa dessas culturas no
imaginar, a Torrevento, um Chile.
dos melhores produtores da
Puglia, não ficou conhecida
pelos seus tintos de
Primitivo, mas sim pelos
elaborados com Nero di
Troia, casta emblemática do
norte da região.
BE ADEG
LU A
C
ARQUEOLOGIA
AD
Localizado numa das propriedades do
AD
88
89
pts
pts Esporão, na Herdade dos Perdigões, em
Reguengos de Monsaraz, o Complexo
Arqueológico dos Perdigões é um dos
mais importantes sítios arqueológicos
em Portugal
TRADIÇÃO
Os primeiros imigrantes da família
Valduga desembarcaram no Brasil
no final do século XIX, vindos da
cidade de Rovereto, no norte da Itália,
para se estabelecerem no que hoje
conhecemos como Vale dos Vinhedos
BE ADEG
LU A
C
AD
A
BRANCO
OS
DE
pts Neste mês, começamos nosso
'NCDQTCFQEQOWXCU5CWXKIPQP trajeto em Bordeaux, na França,
Blanc, provindas de vinhedos à 10 AD onde elegemos o versátil Château
quilômetros do Pacífico, sem passagem
por madeira. Branco de corpo leve e
90pts
Vircoulon, um blend de Sémillon
e Sauvignon Blanc, muito carac-
coloração amarelo esverdeada, traz
terístico daquelas bandas. De lá,
notas herbáceas envoltas por toques
de frutas cítricas. Equilibrado, é ligeiro
partimos para o Alentejo, em Por-
em boca, tem boa acidez e agradável tugal, para escolher o EA Bran-
sensação de frescor, com final mineral. co, um cativante corte de Antão
ǩNEQQN()- Vaz, Arinto e Roupeiro feito pela
Fundação Eugênio de Almeida.
Cruzamos o Atlântico e os Andes
rumo à Casablanca, no Chile, de
CHÂTEAU VIRCOULON BLANC 2017 onde trazemos o Anakena Tama,
| AD 90 pts um 100% Sauvignon Blanc, deli-
%JȅVGCW8KTEQWNQP
9QTNF9KPG
4 cioso e vibrante, que pede a com-
REGIÃO/PAÍS: Bordeaux, França
panhia de frutos do mar.
Resultado do blend de uvas Sauvignon
Blanc e Sémillon, sem passagem por
barricas, este branco apresenta corpo
leve e coloração amarelo esverdeado.
Traz ao nariz notas herbáceas, de
frutas brancas, de cítricas e de
nuances florais. Em boca, é agradável SOCIEDADE
e fácil de beber, tem boa acidez, baixa A Anakena, situada em
persistência e confirma suas notas Cachapoal, foi fundada
herbáceas. Vai muito bem como pelos amigos Felipe Ibáñez
“welcome drink” e entradas leves. e Jorge Gutiérrez no final da
ǩNEQQN()- década de 1990.