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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE

SOMMELIERS
Formação de Sommelier e Profissionais do Vinho
Ciclo II – Leste Europeu, Países Asiáticos, Oriente Médio, Norte da África e Antiga
URSS
31/05/22
Professor: Luiz Márcio Malzone / Fernando Lima / Míriam Aguiar

ABS – RIO DE JANEIRO


PARALELOS 30º A 50º N e S
LESTE EUROPEU, PAÍSES ASIÁTICOS, ORIENTE MÉDIO,
NORTE DA ÁFRICA E ANTIGA URSS
PAÍSES RESULTANTES DA ANTIGA IUGOSLÁVIA
PAÍSES RESULTANTES DA ANTIGA IUGOSLÁVIA
ESLOVÊNIA • Produz Vinhos há 2.500
anos (tribos celtas e ilírias);

• Desde a queda do Império Romano


(600 d.C.), até o final do Império
Austro-húngaro (1918), vinhedos
cultivados por monges;

• Em 1918 tornou-se parte da antiga


Iugoslávia;

• Em 1963, foi renomeada República


• Independência em 25 de Junho de 1991 Federal Socialista da Iugoslávia, chefiada
• O exército iugoslavo saiu do território e pelo Presidente Josip Broz Tito;
a União Europeia reconheceu a • Produção massificada com a integração
Eslovênia como Estado soberano em ao Bloco Soviético
Janeiro de 1992
ESLOVÊNIA
• Embora pequeno, o país conta com consumo alto per capita e forte
cultura de vinhos, com características geográficas e históricas
semelhantes a seus vizinhos: Áustria, Hungria, Croácia, Friuli (Itália);
• Latitude: 40 a 46º N - Mesma de importantes regiões europeias, com
mistura de climas (mais alpino a norte e mediterrâneo a sul). Enfrenta
geadas de primavera, seca de verão e granizo no outono;
• Complexa rede de rios atravessa as
• planícies e vales do país – videiras crescem
melhor em encostas íngremes.
• Destaque para Planalto Calcário de Kras
Sudoeste a Nordeste do país.
ESLOVÊNIA
• Produz PRINCIPALMENTE BRANCOS (70%) – Total (2021): 0,7 mhl; dezenas de
variedades cultivadas em cerca de 16200has;

• Mais de 2500 produtores cultivam menos de 1 ha;

• Adotam uma regulamentação similar ao modelo europeu das Indicações


Geográficas: o DOC corresponde ao ZGP (Zasciteno Geografsko Poreklo: ”
Origem Geográfica Protegida”);

• 70% de todo o vinho é classificado como Kakovostno ZGP (Vinho de


Qualidade ZGP) ou Vrhunsko ZGP (Qualidade Premium ZGP);

• Estilos tradicionais únicos se desenvolveram nas comunidades e são


classificados por PTP (Posebno Tradicionalno Poimenovanje – Denominação
Tradicional Especial), como um tinto da cepa Teran ou um tinto claro,
chamado Cvicek, de uvas tintas e brancas (Zametovka, Blaufrankisch e
Riesling);
REGIÕES PRODUTORAS ESLOVÊNIA
• PRIMORSKA – Ou Primorje: “ao
lado do mar”. Nela está
concentrado o maior número de
grandes produtores e os tintos e
brancos têm igual importância.
Área de destaque: Goriska Brda, ao
lado da Itália.

• Tintas: Merlot, Refošk (Refosco),


Modri Pinot (Pinot Noir) e
Cabernet;

• Brancas: Rebula Opoka (Ribolla


Giala), Malvazija (Malvasia), Sivi
Pinot (Pinot Gris), Chardonnay e
Furlanski Tokaj / Sauvignonasse
(Sauvignon Vert / Tocai Friulano).
1. PRIMORSKA
REGIÕES PRODUTORAS ESLOVÊNIA

• PODRAVJE - Situada no nordeste


do país, é a maior região. Significa:
"ao lado do rio Drava". Localizada
no sopé dos Alpes, ao lado da
Áustria, seu clima frio beneficia
sobretudo os brancos aromáticos
de acidez viva

• POSAVJE – Ou Posavska, fica na


zona leste/sudeste. Seu nome
significa "ao lado do rio Sava". É a
região mais a sudeste e a menos
conhecida fora da Eslovênia

3. POSAVJE
2. PRODRAVJE
VINHO LARANJA
• O vinho laranja é um vinho feito em estilo
ancestral de produção.

• Feito com uvas brancas onde o sumo


prensado das uvas permanece em contato
com as cascas durante o processo de
maceração

• Os vinhos laranjas mostram ótima


complexidade aromática

• O Friuli na Itália é a região que mais se


destaca usando a Ribolla Gialla e a
Trebbiano, mas outros países vem
produzindo, dentre eles, a Eslovênia
(Rebulla Opoka), principalmente na região
de Goriska Brda.
CROÁCIA (HRVATSKA)
• Vinicultura desde os tempos dos
Gregos e Fenícios, via Mar
Adriático
• É hoje a Sensação Européia
• Croácia e Eslovênia: destaque da
Região
• Milijenko “Mike” Grgich: Enólogo
responsável Chateau Montelena
1973
• Clima Mediterrâneo, Oceânico e
Continental
• Brancos com bom frescor e
tintos de médio
corpo/encorpados
• Historicamente, uma
encruzilhada de culturas, com
heranças orientais e ocidentais
CROÁCIA
Durante muito tempo a produção foi dividida em dois grupos:
Vinhos de Produção Continental e Vinhos de Produção Costeira;

4 Regiões Vitivinícolas e 12 sub-regiões


3
1. ISTRIA E KVARNER (Mar Adriático)
1 4
2. DALMATIA (clima mediterrâneo –
predominam tintos)

3. CROATIAN UPLAND (Planalto Croata)


2
4. SLOVNANIA E CROATIAN DANUBE
(Eslavônia e Danúbio Croata);
CROÁCIA

• Clima ideal para produção de vinhos e azeites (do outro lado do Mar
Adriático em relação a Itália);
• Mais de 130 variedades de cepas nativas, mais de 800 vinícolas e
20.000 vinicultores registrados;
• Produção: 0,8 mha
• Consumo per capita (2019): 28,9 l/a
• Exportação reduzida tem aumentado nas últimas duas décadas;
• Para cada 3 gfs produzidas, 2 são de brancos
Classificação: Vrhunsko Vino (Vinho de Qualidade Premium);
Kvalitetno Vino (Vinho de Qualidade); Stolno Vino (Vinho de Mesa)
CROÁCIA
- BRANCAS:

Grasevina (Welchriesling / Riesling Itálico): 1ª casta mais cultivada, Pošip,


Bogdanusa, Grk, Vulgava, Traminac (Gewurztraminer), Malvazija Istarska,
Sauvignon Blanc, Chardonnay, Pinot Gris e Riesling

- TINTAS:

Tribidrag ou Crljenak Kastelanski


(mesma e origem da
Primitivo/Zinfandel) cepa principal
do tinto mais popular do país: Plavac
Mali

Teran (família do Refosco); Refosk,


Dinjac
MACEDÔNIA, SÉRVIA E OUTROS

• Sérvia:
Boa no passado - Guerras
afetaram – Bom clima e solo
Uva: Vranac
• Macedônia:
- Terceira na Qualidade
- 3 Regiões: Provardarie, que
representa 85% do total
- Uvas: Vranec (T) e Zilavka (B)

• Outros países:
Pouca relevância e forte influência
Muçulmana.
PUKLAVEC SEVEN NUMBERS FURMINT 2019

• Variedade de Uva: Furmint

• Produtor: Puklavec & Friends

• Região: Jeruzalém Ormoz

• Branco Frutado e Fresco

• Leve Maceração – fermentação em grandes barris +


contato com as borras finas por alguns meses

• Vinho frutado, com aromas de frutas cítricas e tropicais,


notas florais e levemente herbáceas, com acidez fresca e
bom volume

• Serviço 10-12oC

• 13% Álcool
BULGÁRIA, ROMÊNIA, REPÚBLICA TCHECA, ESLOVÁQUIA
REPÚBLICA TCHECA, ESLOVÁQUIA, BULGÁRIA, ROMÊNIA
REPÚBLICA TCHECA
Produção introduzida pelos romanos por volta do ano 278.
A viticultura foi praticada durante o Grande Império Morávio (833-906), introduzindo
cepas Gruner Vertliner e Riesling Italico.
Durante o séc. XIII, os mosteiros ajudaram a estabelecer grandes áreas de vinhas,
plantadas com variedades de uvas importadas da França e Alemanha.
Boa parte desses vinhedos estavam no sul da Moravia e um pouco na Boemia.
Depois que a Revolução do Veludo (1989) restaurou a democracia, em 1993, a
Tchecoslováquia se tornou República Tcheca e República Eslovaca.
A Lei do Vinho, criada em 2004, define duas regiões vitícolas: Sul da Moravia e Boemia.
SUL DA MORAVIA: ao redor do Rio Dyle – Quatro sub-regiões: Mkulovska, Znojemská,
Velkopavlovick e Slovacka.
BOEMIA: 50º N - Algumas das vinhas mais setentrionais da Europa – dividida em 2 sub-
regiões: Melnicka e Litomericka, além de pequenos vinhedos ao redor de Praga.
REPÚBLICA TCHECA • Clima continental seco
• A produção é de 2/3 de
• vinho branco e 1/3 de vinho tinto,
principalmente de cepas alemãs e
austríacas
• Boêmia: Vinhos leves de estilo
alemão
• Morávia: (85% produção)

• Brancos: Grüner Veltliner (veltlínské


zelené), Sauvignon Blanc, Riesling
(ryzlink rýnský) , Chardonnay e
Pinot Blanc (rulandské bílé ).

• Tintos: Dornfelder, svatovavřinecké


(saint laurent), frankovka
(blaufrankisch), rulandské modré
(pinot noir) e cabernet sauvignon.
ESLOVÁQUIA

Os primeiros produtores de vinho em foram provavelmente celtas, seguidos pelos


romanos. A produção de vinho e o cultivo de continuou após a chegada dos eslavos na
bacia dos Cárpatos.
• No século 19, a produção estava concentrada especialmente em Bratislava. Em 1825, o
soldado napoleônico J. E. Hubert construiu o primeiro local de produção de espumantes
fora da França.
• Décadas de 1950 e 1960, coletivização e grandes instalações empresas estatais
• Após 1989: ressurgimento das tradições vitivinícolas e foco na produção de vinhos de
qualidade. Os produtores tiveram de enfrentar rapidamente uma grande concorrência
internacional com a adesão da Eslováquia à UE (1 de Maio de 2004).
ESLOVÁQUIA
GEOGRAFIA
• A Eslováquia está localizada na parte oriental da Europa Central. Faz fronteira com a
Polônia a norte, a Ucrânia a leste, a Hungria a sul, a Áustria a sudoeste e a República
Checa a noroeste.
• Possui a maior região vitícola do território que formava a antiga Tchecoslováquia,
com cerca de 2/3 da área de produção;
CLIMA
• O clima na Eslováquia é continental com verões relativamente quentes e invernos
frios, nublados e úmidos. O norte é montanhoso e o sul é plano.
• Vinhedos em 390 municípios em 6 principais regiões vinícolas.
• Cerca de 400 vinicultores ativos que produzem vinhos com indicação geográfica
protegida e vinhos de atributo (modelo alemão) com Denominação de Origem
Protegida
ESLOVÁQUIA
Vinhedos concentrados ao redor da Bratislava e dispersos a leste, ao longo da fronteira com a
Hungria, adicionando variedades húngaras ao seu repertório.

• MALOKARPATSKÁ (Sudoeste)
Vinhos Brancos frescos
• JUŽNOSLOVENSKÁ (Sul)
Vinhos Tintos Ricos
• STREDOSLOVENSKÁ (Central)
Concentração aromática elevada
• VÝCHODOSLOVENSKÁ (Oriental)
• NITRIANSKA: Vinho do gelo
• TOKAJ: Na fronteira com a Hungria, pequeno enclave que produz Tokaji –
(Eslovaquia está autorizada a produzir até 10% do volume total de Tokaji.
BULGÁRIA
• 6.000 anos de vinhos
• Vocação para a viticultura e histórico de produção
ligado às origens trácias e culto a Dionísio.
Período Medieval com produção em mosteiros.
• Longa interrupção em função da integração
ao Império Otomano.

• Fim do século XIX: recuperação da


identidade própria, emergência da classe
média provoca retomada, novamente
interrompida pela Filoxera e Guerras.

BULGÁRIA
• A indústria do vinho búlgara teve papel
econômico importante no Bloco Soviético, que investiu
no país como fonte de abastecimento vinícola;
• 1950: Programa de modernização e desenvolvimento
para plantação de cepas internacionais (Rkatsiteli, Muscat,
Cab. Sauvignon, Merlot, Chardonnay, Sauvignon Blanc);
• Vinhedos mudaram das encostas para planícies férteis para mecanização de
produção em escala;
• Já em 1956, Rússia importava 56 milhões de litros de vinhos búlgaros,
gerando muita receita para produtores e exportadores.
• Ato Vinícola em 1979: 23 DOCs foram aprovadas entre 1982 e 1989, incluindo o
nome CONTROLIRAN, frequentemente usado para essas categorias de vinhos.
Esse foi o ponto crucial para marcar a mudança da indústria vitivinícola búlgara
de um perfil quantitativo para qualitativo.
BULGÁRIA
• 1989: Reforma Agrícola - Ocidentalização
• Privatização Difícil
• Ajuda dos Investimentos estrangeiros,
enorme dependência da importação russa

Reforma Vinhedos: 153.000 ha em 2006


// 46.145 ha em 2011 // 36551 ha em 2016.

• Legislação: inspirada no modelo francês


• Apenas 2 Ind. Geográficas Regionais (PGI)
e 52 regiões com D. Origem Protegidas (PDO),
reconhecidas pela União Europeia.

• As PGIs são muito genéricas (lobby de grandes grupos) e as PDOs sugerem grande
avanço que não existe (5 ou 6 de fato utilizadas).
BULGÁRIA HOJE
• Concentração na produção: 10 produtores com 55% do mercado e
+ de 250 vinícolas disputam com dificuldade o reconhecimento
• 65% Exportados
• Criação de produtos Premium de bom C/B
• Garrafas grossas com formatos diferentes
• Vinhos concentrados, c/ madeira nova
• Cepas Francesas predominam, mas
crescente valorização das autóctones
• Vinhos Orgânicos
• Vinhos Laranjas
• Mavrud: Bandeira Nacional

• Tintos: 63% - Mavrud, Melnik,


Pamid, Rubin (Nebbiolo+Syrah)
e Gamza, CS, CF e Merlot • Regiões: Trácia (maior), Planícies do Danúbio
• Brancas: Dimiat (mais comum)
(bons tintos), Vale de Struma (tintos longevos),
e Misket
Rousse e Svishtov (Brancos Frutados), Mar Negro
(Brancos Secos)
ROMÊNIA
• Gregos antigos se estabeleceram na região costeira de Dobrogea
no sec. VII A.C. e deram passo inicial. Posteriormente foram
colonizados pelos romanos que firmaram as bases da
vitivinicultura.
• Constantes invasões (eslavos, turcos): Império Otomano
• Sucesso: vinho doce COTNARI (vinho mais famoso da Romênia),
a partir de meados do séc. XV.
• séc. XIX-XX: independência do Império Otomano e sucessivas
alterações nas grandes Guerras;
• Era Comunista (a partir de 1950): Perfil industrial da produção
(quantidade, mecanização e uso pesado de fertilizantes);
• Camponeses: viticultura de subsistência limitada a cepas
híbridas;
ROMÊNIA - Revolução
• 1991 – Devolução das terras (máximo 10 ha por família);
• Quebra do monopólio estatal de comércio exterior e
estabelecimento de grandes vinícolas em Murfatlar, Jidvei,
Cotnari, Valea Călugărească;
• SALTO QUALITATIVO: Melhora contínua – aumento
propriedades privadas pequenas; Investimentos manejo
vinhedo; Reconstrução das castas internacionais com
critérios de adaptação ao terroir; Recente interesse pelo
resgate de cepas nativas; Equipamentos modernizados e
melhor padrão de uso do carvalho; 8 zonas vitivinícolas, 33
DOPs e 12 IGP’s
• 190 Mil Ha (10º país superfície vinhedos plantados /OIV
Maior número representa
2020)
+ extensão e diversidade
climática e regional, +
cepas autóctones
ROMÊNIA

Regiões:
• Moldávia / Moldova
Transilvânia
• Muntenia e Oltenia
• Dobrogea
• Banat
• Crisana
• Maramures

• Tintas: FETEASCA NEAGRA (TINTA EMBLEMÁTICA), Barbeasca Neagra,


Cadarca e Burgund Mare (Kékfrankos /Blaufrankisch)
• Brancas: Feteasca Alba, Feteasca Regala, Riesling Itálico (Welschriesling)
• Doces: GRASA (mais importante COTNARI) e Tamaoiasa Romaneasca (Clone Muscat)
PAÍSES DA UNIÃO SOVIÉTICA
PAÍSES DA UNIÃO SOVIÉTICA
PAÍSES DA UNIÃO SOVIÉTICA
URSS: toma forma em 1917 – fim do império (Czar)

Controle da economia, incentivo à agricultura, estado


intervencionista. Dissolução – Estados independentes

Desertos – áreas muito frias,, gelo, sem saída para o mar

Vinho – ao redor do Mar Negro: Moldávia, Ucrânia,


Geórgia

Ucrânia : Castas saperavi (tinta) e rkatsiteli (branca) e


européias (Criméia – bom vinho de sobremesa)

Geórgia: Berço da vinificação – 6000 anos AC (ânforas de


barro – Kvevri) – castas saperavi (T), rkatsiteli e mtsvane
(B)

Moldávia (Moldova): desmembrada da Romênia


PAÍSES DA UNIÃO SOVIÉTICA: Geórgia
PAÍSES DA UNIÃO SOVIÉTICA: Moldávia
Grande aptidão para produção de vinhos, especialmente com cepas resistentes
ao frio. Histórico de muita pobreza, conflitos e dependência.

Latitude: entre 46 e 48 °N (próxima de Bordeaux), climaticamente - próximo da


Borgonha, pois é muito mais CONTINENTAL. É uma nação sem litoral. Pequena
‘linha costeira’ no extremo sul – Rio Danúbio dá acesso ao Mar Negro.

A ocidentalização é custosa, pois o país precisa do apoio de investimentos para


atingir os padrões internacionais. Como era parte da URSS, o apoio internacional
foi mais difícil do que nos países vizinhos. Fragmentação de terras para uma
agricultura pobre e profissional.

Período URSS : 75% da produção vinhos meio doces, 10% vinhos secos, 10%
espumantes 10% e 5% fortificados. Rússia respondia por mais de 80% das
exportações.
PAÍSES DA UNIÃO SOVIÉTICA: Moldávia
2007: projeto CEED financiou uma equipe de especialistas internacionais para
escrever uma análise abrangente do setor do vinho. Objetivos
✓ Renovação dos vinhedos antigos
✓ Adequação das variedades
✓ Redução do Rendimento 4 IGP’s
✓ Benchmarking Produções Internacionais
✓ Melhoria das instalações e Métodos Vitivinícolas

2013: Nova Lei do Vinho e financiamento


75 milhões euros para apoiar a indústria
do vinho na criação IG’s, no melhoramento
vitícola e enologia.

Com 112.000ha de vinhas, tem a maior densidade de vinhas do mundo


50 variedades de uvas (10% nativas); 70% uvas brancas; 30% uvas tintas; 86% de
vinhos tranquilos; 14% de vinhos espumantes.
PAÍSES DA UNIÃO SOVIÉTICA: Moldávia
Conhecida mais pelos brancos (30% IGP). A sul, clima mais mediterrâneo, com
moderação do Mar Negro auxilia na produção de bons tintos.

Variedades internacionais mais plantadas (2017):


Merlot, Cabernet Sauvignon, Chardonnay, Sauvignon Blanc, Muscat Ottonel, Pinot
Gris e Blanc, Aligoté Pinot Noir, Riesling e Saperavi;

Variedades locais mais plantadas (2017)


Rară Neagră, Fetească Neagră,
Fetească Albă e Fetească Regală.
Outras: Alb de Onițcani, Viorica, Rkatsiteli

Negro de Purcari: É o vinho mais conhecido da


Moldávia, apreciado pelas Rainha Vitória e Elizabeth II.
Acaba designando vinhos tintos blends estilo Bordalês, podendo incluir autóctone.
ORIENTE MÉDIO (ISRAEL, LÍBANO)
ISRAEL e LÍBANO
ISRAEL: HISTÓRIA DA VITIVINICULTURA
• Zona do Mediterrâneo Oriental: Berço da cultura do vinho
• 5.000 anos registro de produção de vinho
• 2.000 anos antes dos gregos e romanos difundirem a cultura da vinha na Europa
• 1880’s Barão Edmond Rothschild (Chateau Lafite) plantou vinhedos em Israel
(Carmel Wine)
• 1980’s Expertise do “Novo Mundo”. Golan Heights Winery “importou” consultoria
de Peter Stern
• 1990’s Boom de vinícolas de pequeno porte
• 2000’s Reconhecimento Internacional
• Vinícolas: +250
• Produção: +40 milhões de garrafas
• Consumo doméstico: 5 litros per capita
ISRAEL: Regiões Vitivinícolas

• CLIMA: Mediterrâneo com longos, quentes e secos verões;


invernos curtos e úmidos, com neve em partes mais altas;
Condições semiáridas e desérticas em Negev;

• SOLOS: vulcânicos (norte); vermelhos e arenosos (costa); calcário


de giz (montanhas)

• Principais Castas: Cabernet Sauvignon, Carignan, Merlot,


Shiraz/Syrah, Petit Verdot, Argaman, Colombard, Muscat de
Alexandria, Chardonnay, Petite Sirah, Sauvignon Blanc, Emerald
Riesling, Cabernet Franc, Malbec, Tempranillo, Gewürtztraminer,
Viognier, Baladi Asmar , Hamdani / Marawi, Jandali
ISRAEL: Regiões Vitivinícolas

• Distribuição dos vinhedos

1- Alta Galiléia 20% (Galilee)


2- Baixa Galiléia 5% (Galilee)
3- Colinas do Golan 18% (Galilee)
4- Planície Costeira 11% (Samson)
5- Pré-Colinas da Judéia 32% (Samson)
6 a 9- Montanhas Centrais 9%
(Shomron/Samaria e Judean Hills)
10- Negev 5% (Negev)
ISRAEL: Vinho Kosher
• Significados encontrados: “adequado” - “puro” - “digno de confiança”
• Elaborados de acordo com o permitido pela “dieta alimentar judaica”
• Videiras não podem ter idade inferior a 4 anos
• A cada 7 anos as vinhas precisam “descansar”
• Cepas devem crescer sem intervenção. Somente adubos orgânicos
• Colheita é manual e o transporte das uvas não pode ocorrer nos finais de
semana. Necessariamente feitos por judeus
• Uvas e todo o equipamento manuseado somente por judeus até o
engarrafamento. Não é permitido prensagem por pisoteamento (pisa)
• Leveduras Naturais
• Clarificantes não podem ser de origem animal ou láctea (caseína)
• 1% do lucro deve ser revertido em caridade
• Toda produção supervisionada por Rabino
• Vinhos Kosher podem ser produzidos em outros países e nem todos os vinhos
• Israelenses são kosher.
LÍBANO

• Um dos mais antigos produtores de vinhos:


Fenícia > Templo de Baco
• Passado: Administração Francesa > Cultura do Vinho
• Principal Região: Vale De Bekaa
• Alguns produtores estão experimentando novos ”terroirs”: Batroun
Jezzine, áreas do Bekaa oriental.
• Mais de 40 vinícolas: Chateau Ksara (o maior), Chateau Kefraya (2º
maior), Chateau Musar, Clos St Thomas, Coteaux du Liban, Domaine
des Tourelles, Domaine Wardy, Heritage Karan Winery, Ixsir
• OBAIDEH: branca autóctone (vinhos e ARAK)
LÍBANO

• Clima e chuvas propícios


principalmente a castas
francesas, como:

TINTAS: CS, CF, Merlot,


Grenache, Syrah, Cinsault;

BRANCAS: Chardonnay,
Viognier, Sauvignon Blanc,
Sémillon.
Les Bretèches Rouge Chateau Kefraya 2019

• Cinsaut, Tempranillo, Syrah, Cabernet


Sauvignon, Carignan, Mourvèdre e Marselan.
• Produtor: Château Kefraya

• Região: Vale do Beeka, Líbano.

• Corpo leve, acidez fresca e taninos firmes

• Sem passagem por madeira

• Leve e frutado, Les Bretèches é um vinho elegante e


fresco. Seus sabores são de fruta fresca do bosque,
toques herbais e especiarias.

• Serviço 16 a 18º C

• 14% Álcool
CHINA, JAPÃO, ÍNDIA
Latitude Asia
CHINA

“Quando a China despertar, o


mundo tremerá”
Napoleão Bonaparte - 1816
CHINA
• Apesar de produção milenar (registro de castas euroasiáticas trazidas para a China
supostamente na dinastia Han há 2.200 anos) , foi a partir da década de 1980 que a
China começou a se dedicar à vitivinicultura moderna.

• A partir de 2012, a China já era, em volume, o quinto maior consumidor de vinho, de


acordo com a OIV. Isso não surpreende, pois a China, com 19% da população mundial,
é o país mais populoso do planeta. Mas o fato de que, em 2012, a China também era o
quinto na produção mundial de vinho realmente impressiona. Depois da pandemia
houve uma retração.

• O Império Chinês foi estabelecido por volta de 221 a.C. Inúmeras dinastias se seguiram
até 1911. A República da China passou a governar o continente até 1949, quando o
Partido Comunista fundou a República Popular da China.

• Em 1978, a RPC iniciou uma série de grandes reformas econômicas em velocidade


impressionante.
CHINA
CHINA Terceiro Mundial em Superfície de Vinhedos
CHINA
Dados 2022
12o Produtor Mundial de Vinhos
8o Importador Mundial de Vinhos
6o Consumidor Mundial de Vinhos
CHINA
• Nos anos 2000, o padrão de vida entre os 1,35 bilhão de habitantes do país
disparou (terceiro país do mundo com mais milionários).

• Fascínio dos consumidores chineses pelo estilo de vida ocidental e seus


produtos de luxo.

• Cerca de 22 províncias, 5 regiões autónomas e 2 regiões administrativas


especiais autónomas (Hong Kong e Macau). Coletivamente, eles possuem
praticamente todos os tipos de clima e geografia. Grande parte do país é
muito abafado e quente (as monções são um problema) ou muito frio para
sustentar a viticultura.

• Em várias regiões vinícolas existentes, as videiras devem ser “protegidas


contra intempéries” .
CHINA
• Não existe uma delimitação regulamentada para vinhos.

Por isso, a maioria das principais regiões vinícolas são, na verdade, províncias
administrativas.
• NORDESTE - regiões vinícolas de Shandong, Hebei, Pequim,

Tianjin, Liaoning, Jilin e Shanxi: clima mais adequado e concentração urbana – regiões
de maior destaque;

• CENTRO-LESTE - Ningxia Hui (Clima quente e árido, com irrigação) e Gansu

• CENTRO-NORTE - Inner Mongolia: tradição uvas passas e vinhos básicos

• OESTE DISTANTE - Xinjiang Uyghur: grande produção de uvas de mesa

• SUL - Yunnan e Sichuan: altitude 3000m compensa latitude e favorece viticultura.


GOLDEN ICE
CHINA VALLEY

INNER
MONGOLIA

OESTE
DISTANTE NORDESTE

SUL
CHINA
• Castas principais: Cab.
Sauvignon, Cabernet Gernischt
(Carménère), Merlot, Marselan,
Rkatsiteli, Muscat Hamburgo,

Riesling Itálico.

• Diversos cruzamentos:

Meichun, Meiyu Meiniong


Ao norte de Pequim, na
(Merlot x Petit Verdot), Quanbai
fronteira com a Coreia
(Riesling X Petit Verdot), Quanyu
do Norte, vinhos de
(Riesling x Muscat de Hamburgo),
gelo feitos com uvas
e Yan (Alicant Bouschet x Muscat
Vidal no Golden Ice
de Hamburgo).
Wine Valley.
JAPÃO
• Lenda: Monges no Século VIII (718) plantaram uvas no
Templo Daizenji para fins medicinais;
• Desenvolveu-se no Século XIX (1870), durante a chamada
Restauração Meiji, quando o estado foi centralizado sob
um imperador, e o Japão começou a buscar ideias e imitar
estilos de vida ocidentais.
• Investimento inicial uvas de mesa - variedades resistentes
a problemas climáticos: Moscatel Baley – vinhos populares
adocicados
• 1970 e 80: Técnicas mais sofisticadas permitiram
adaptação razoável de algumas viníferas, dentre elas, • País tem consumo de
destacou-se, na província de Yamanashi, uma uva branca bons vinhos e boa
de tom rosado e tolerante à umidade, chamada KOSHU. gastronomia, muitas
escolas, especialistas e
sommeliers.
JAPÃO
• Principais Regiões: Hokkaido; Yamagata, Nagano e Yamanashi
• Em YAMANASHI, sudeste de Tóquio : mais de
30 produtores modernos a a maioria dos vinhedos está plantada na Bacia de
Kofu, com vistas espetaculares do Monte Fuji.

• Em YAMAGATA: região montanhosa de frente para


o Mar do Japão, apesar dos verões úmidos, os outonos
são secos e produzem bons Merlot e Chardonnay.

• HOKKAIDO: a ilha mais setentrional e fria,


boa para uvas de clima frio: Kerner, Müller-Thurgau,
Riesling e Zweigelt.
• Principais castas: KOSHU, RYUGAN E KYOHO.
Muitas Castas Européias, a partir dos anos 60:
CS, CF, Merlot, Chardonnay, PV
ÍNDIA
Primeiras videiras entre 3300 e 1300 a.C no Vale do Indo (nordeste do
Afeganistão ao Paquistão e noroeste da Índia). A civilização do Vale do
Indo é considerada uma das três grandes civilizações iniciais do Velho
Mundo, junto com o Antigo Egito e a Mesopotâmia.

No séc. IV a.C., o vinho tornou-se a bebida das classes privilegiadas e


nobres, enquanto os pobres bebiam bebidas alcoólicas feitas de milho,
cevada e trigo.
ÍNDIA
Islamismo paralisou consumo até o RAJ Britânico na era vitoriana
(1858 – 1947), quando as opiniões sobre o álcool mudaram, mesmo
assim com resistências à ocidentalização.
A partir de 1980, estímulo à modernização e praticamente restrita à
região de Goa, que foi dominada por Portugal por 400 anos. Alguns
produtores plantaram cepas francesas e produzem vinhos de
qualidade (CH Indage, CH Dori).
Muitos desafios, em especial o clima. Metade sul da Índia fica nos
trópicos, com estação de verão extremamente quente, úmida e
propensa a monções.
As vinhas devem ser plantadas em áreas mais frias e de maior altitude,
ou devem contar com técnicas vitícolas para mitigar os efeitos do calor
e da umidade.
ÍNDIA
Regiões melhores:

CAXEMIRA E PUNJAB, ao norte, perto do


Himalaia;

SUL DE MAHARASHTRA (a área ao redor


de Nasik é considerada o coração da
região vinícola indiana), Andhra Pradesh,
Karnataka, Goa e no estado mais ao sul de
Tamil Nadu.

Vinhas em Pérgolas altas, com grande


copa para proteger as uvas das
queimaduras solares e fornecer a máxima
circulação de ar.
NORTE DA ÁFRICA
NORTE DA ÁFRICA
NORTE DA ÁFRICA

• Colonizado pelos franceses entre o final do século XIX e início do século


XX
• Levou para as colônias a tradição do cultivo e elaboração de vinhos
• Desenvolvimento limitado em função da rejeição da religião muçulmana
ao consumo de bebidas alcoólicas
• Demarcação recebe o título de AOG (Denominação de Origem Garantida)
• Uvas tintas: Grenache, Carignan, Cinsault, etc
• Uvas brancas: Clairette, Ugni Blanc, Muscat, etc.
• Cabernet Sauvignon, Merlot e Syrah ganham destaque internacional.
Muito obrigado por escolher a ABS-Rio

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