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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE

SOMMELIERS
Curso de Formação de Sommeliers – Ciclo II

Professor Francisco Brossard

2023 ABS – RIO DE JANEIRO Alemanha, Áustria, Suíça e outros


ALEMANHA,
ÁUSTRIA,
SUIÇA,
GRÉCIA,
HUNGRIA,
TURQUIA
Paralelos do vinho: as videiras cultivadas entre os paralelos 30º e 50º N
ainda são as melhores matérias-primas para a arte de vinificar.
ALEMANHA
ALEMANHA

Primeiras videiras no Reno e Mosel plantadas pelos romanos


Vinhos agradáveis e produzidos nos próprios locais de plantio
Ostracismo com as invasões bárbaras e mouras (entre os séc. VI a
X ).
Ressurge no Renascimento sob os auspícios da igreja (séc. XIV a
XVII).
Por volta de 1803 Napoleão chega à região e privatiza todos os
vinhedos das margens do Reno.
Expandem-se pelos rios Reno e Mosel juntamente com seus
afluentes;
Final do século XIX – filoxera
ALEMANHA
Retomada. Vinhos leves, elegantes e delicados. Inconfundíveis e
incomparáveis
Vinhos prejudicados, anos atrás, pela enxurrada de vinhos doces
de baixa qualidade
Região vitivinícola situada na latitude de 50º N, mesmo paralelo da
Champagne. Região mais ao norte na Europa. Cerca de 100 mil
hectares plantados.
Solos – muito variados de acordo com as regiões, destacando-se
os argilosos, arenosos, calcários, xistosos, vulcânicos, graníticos.
Clima frio do norte da Europa necessita busca cuidadosa das terras
para plantio, sendo escolhidas as regiões mais ensolaradas e nas
margens dos rios.
ALEMANHA
Frio amenizado por correntes
quentes do Atlântico.
A maioria das vinhas fica no oeste e
sul do país, seguindo os vales fluviais.
Plantio nas encostas para melhor
insolação e captação dos reflexos do
sol.
Condições favoráveis para vinhos
brancos, que tem boa acidez e podem
conservar frescor e elegância durante
vários anos.
ALEMANHA
Castas brancas (uns 65/70% da produção total):
Riesling (a melhor – característico aroma mineral), Gewürztraminer, Müller-
Thurgau, Scheurebe, Rieslaner, Silvaner, Kerner, Bacchus, Ruländer – em quase
todas as regiões

Castas tintas (uns 30/35% da produção total):


Spätburgunder (Pinot Noir), Portugieser, Trollinger, Schwarzriesling (Pinot
Meunier) – principalmente nas regiões Ahr, Baden e Württemberg

Situa-se normalmente em 9º ou 10º na produção mundial, com 6,2 milhões de


hectolitros anuais

Igual posição no consumo per capita, com uns 28 litros por habitante, por ano
ALEMANHA Ahr

Regiões Média Renania


Nahe
Mosel-Sarre-Ruwer
Rheingau
Hesse Renana
Palatinado (Pfalz)
Hesse Bergstrasse
Francônia
Württemberg
Baden
Saale-Unstrut
Saxônia
ALEMANHA – classificação

TAFELWEIN – vinho de mesa - categoria dos vinhos mais comuns. Se o rótulo


especifica Deutscher, significa que o vinho é de um vinhedo alemão. Se não,
trata-se de um vinho de algum outro lugar da UE engarrafado por um negociante
alemão.
LANDWEIN – vinho da terra – denominação dos melhores vinhos Tafelwein.
QUALITÄTSWEIN BESTIMMTER ANBAUGEBIETE (QbA) – (vinhos de qualidade
de determinada região) - escala de base dos vinhos de qualidade, especificando
os vinhos produzidos numa região delimitada (são 13).
PRÄDIKATSWEIN – literalmente “com distinção” – escala superior dos vinhos
de qualidade. Os vinhos são produzidos a partir de uvas com teor de açúcar
suficiente para que não haja necessidade de chaptalização.
ALEMANHA - classificação
PRÄDIKATSWEIN - Estão subdivididos em seis categorias, segundo a densidade do mosto
(Escala Oechsle):
Kabinett – nível base (+50º)
Spätlese – colheita tardia. Uvas colhidas pelo menos uma semana depois, mais maduras,
podendo ser doce ou seco (+76º)
Auslese – vinho elaborado com uvas de colheita tardia e cachos selecionados. Em alguns
anos as uvas podem estar atacadas pelo botrytis. Também são elaborados Auslese secos (+83º)
Beerenauslese – uvas supermaturadas, selecionadas uma a uma. Também podem ter sido
atacadas pelo botrytis (+110º)
Trockenbeerenauslese (TBA) – vinho elaborado como os beerenauslese, mas com a uva
passa (trocken) sob efeito do botrytis. Os melhores alemães (+150º).
Eiswein – vinho do gelo – uvas colhidas congeladas a baixíssimas temperaturas. A água é
eliminada por congelamento o que propicia um mosto altamente concentrado. São vinhos mais
raros e caros (+110º).
ALEMANHA – outras expressões nos rótulos
GUTSABFÜLLUNG – uvas da propriedade e o produtor as colheu, vinificou e engarrafou (mis em
bouteille au château)

ERZEUGERABFÜLLUNG – empregada para vinhos de cooperativas

ABFÜLLER – vinho engarrafado por negociantes de uvas ou engarrafadores

BRAUNEBERGER JUFFER-SONNENUHR – quando há dois nomes, o primeiro se refere ao vilarejo –


Brauneberg – que acrescido de “er” indica a procedência e o segundo ao vinhedo (Juffer-Sonnenuhr)

TROCKEN: seco, até 9 g/l de açúcar residual.

HALBTROCKEN: semi-seco, até 18 g/l de açúcar o que os torna suaves

CLASSIC: vinhos secos varietais de qualidade média.

SELECTION: os melhores vinhos secos alemães. Ex.: Rheingau Riesling Selection


Kiedricher Gräfenberg 2000.

SEKT (pronuncia-se Zekt) ou SCHAUMWEIN (Schaum = espuma). O mais comum


tem características do Tafelwein, geralmente charmat;
ALEMANHA – nova regulamentação
Regulamentação adicional aprovada pelo Governo Federal em agosto de 2020 sobre
valorização da origem (“quanto menor a origem, maior a qualidade”). Incentivada para
introdução já no início de 2021

Valorização da origem, crescendo pela ordem de importância:


- Origem não Protegida (Vinho Alemão)
- Indicação Geográfica Protegida (por exemplo: Vinho da Terra do Mosel)
- Indicação de Origem Protegida (por exemplo: Mosel)

E, ainda, da mesma forma, traçando até a origem, como:


- Área de Produção (Mosel)
- Região (Michelsberg)
- Cidade/Village (Trittenheim)
- Vinhedo (Trittenheimer Apotheke – um dos melhores do Mosel)

Ocorrerá uma maior semelhança aos principais países produtores europeus


ALEMANHA – os vinhos VDP

VDP – símbolo de qualidade

VDP (Verband Deutscher Prädikats) – algo


como federação alemã de predicados

Associação de cerca de 200 produtores que


impõem regras rígidas a respeito da
qualidade dos vinhos. Símbolo vem afixado
na cápsula com uma águia com as iniciais
VDP
ALEMANHA – classificação VDP

GUTSWEINE: são a entrada no nível VDP. Boas propriedades e os vinhos vêm de vinhedos próprios e
atendem aos rigorosos padrões de VDP.
ORTSWEINE: os melhores vinhedos dentro de uma cidade e com variedades típicas de uvas. O seco
ORTSWEIN é rotulado de "Qualitätswein trocken". O suavemente doce ORTSWEINE carrega os níveis
clássicos de Prädikat, ou seja Kabinett, Spätlese, Auslese, Bererenauslese, Trockenbeerenauslese ou
Eiswein.
ERSTE LAGE: vinhedos de 1a classe com caráter próprio, uvas em condições de crescimento ideais e
produção há um bom período com alta qualidade sustentável. São plantados com variedades de uvas
definidas regionalmente. O vinho seco da ERSTE LAGE é rotulado como "Qualitätswein trocken". Vinhos
doces naturais e suaves carregam os níveis clássicos de Prädikat.
GROSSE LAGE: designa os vinhedos alemães de alta qualidade. Os locais são demarcados para parcelas
finas, que produzem os melhores vinhos, expressando terroir e com potencial especial de
envelhecimento. São plantados com variedades de uvas regionalmente definidas, que correspondem ao
respectivo vinhedo. O vinho seco da GROSSE LAGE se chama GROSSES GEWÄCHS (GG) e rotulado como "
Qualitätswein trocken ". Os doces ostentam o nome Prädikat.
ALEMANHA - AP: Número de Aprovação
• AP (Amtliche Prüfungsnummer = número de teste oficial)
Incluído obrigatoriamente nos rótulos dos QbA e Qmp
Fornecido após aprovação em exames de controle de qualidade em três fases (teste
colheita, teste laboratorial, análise sensorial).
Tendo atingido o mínimo de pontos merecerá o AP.
O AP se compõe usualmente de cinco conjuntos de dígitos. Ex: A.P. Nº 4 435 133 10 99

• 4 = estação de testes (laboratório)


• 435 = número da localização do
• produtor
• 133 = número de identificação do
• produtor
• 10 = número do lote testado daquela
• vinícola
• 99 = ano da inspeção e aprovação
ALEMANHA – alguns rótulos
KÜNSLER ESTATE RIESLING 2020

País: Alemanha
Região: Rheingau
Localidade: Hochheim am Main
Produtor: Weingut Künsler (Fritz Künsler)
Casta: Riesling
Classificação: Deutscher Qualitätswein Rheingau – Gutsabfüllung
Teor alcoólico: 12,5%
Clima influenciado pela proximidade com os rios Reno e Main, bom para as uvas. Solo misto, de
baixa fertilidade
Vinificação tradicional, com maturação de dois meses sobre as borras nas cubas de inox.
Aromas cítricos, de maçã verde, floral e ervas frescas. De corpo leve, elegante, com acidez fresca,
equilibrado e persistente.
ÁUSTRIA
ÁUSTRIA
As vinhas já cresciam na Áustria antes mesmo da ocupação pelo Império
Romano

Anos 70 e 80: produtores da Burgenlândia → dietilenoglicol. Descoberta a fraude


→ catástrofe na produção austríaca

Retomada da elaboração dos grandes vinhos. Vinhos com similaridade com os


alemães, porém sem a mesma reputação

Clima – é o grande diferencial com a Alemanha, pois a posição geográfica da


Áustria permite considerar um clima mais continental, com verões mais
quentes e primaveras mais frescas

A maioria das vinhas fica na parte leste do país - regiões mais ensolaradas
ÁUSTRIA - castas

Principais uvas brancas –


Grüner-Veltliner, Riesling, Weissburgunder (Pinot Blanc),
Grauburgunder (Pinot Gris), Muller-Thurgau, Morillon (Chardonnay),
Sauvignon Blanc …..

Principais uvas tintas –


Blauer Spätburgunder (Pinot Noir), Blaufränkisch, Cabernet
Sauvignon

O nome da uva no rótulo indica que o vinho foi elaborado com pelo
menos 85% desta uva.
ÁUSTRIA - classificação
Legislação muito similar à da Alemanha:

• TAFELWEIN – vinho de mesa - categoria dos vinhos mais comuns.

• LANDWEIN – vinho da terra – denominação dos melhores vinhos Tafelwein

• QUALITÄTSWEIN BESTIMMTER ANBAUGEBIETE (QbA) – escala inferior dos vinhos


de qualidade, especificando os vinhos produzidos numa região delimitada.

• QUALITÄTSWEIN MIT PRÄDIKAT (QmP) – literalmente “com distinção” – escala


superior dos vinhos de qualidade. Os vinhos QmP são produzidos a partir de uvas
com teor de açúcar suficiente para que não haja necessidade de chaptalização.
ÁUSTRIA – classificação (QmP)
QUALITÄTSWEIN MIT PRÄDIKAT (QmP)
Kabinett – nível base dos QmP
Spätlese – vindima tardia. Uvas colhidas pelo menos uma semana depois, mais maduras,
podendo ser doce ou seco
Auslese – vinho elaborado com uvas de vindima tardia e cachos selecionados. Em alguns anos
as uvas podem estar atacadas pelo botrytis. Também são elaborados Auslese secos
Beerenauslese – uvas supermaturadas, selecionadas uma a uma. Também podem ter sido
atacadas pelo botrytis
Strohwein – vinhos elaborados com uvas que secaram sobre palhas
Ausbruch – vinhos doces de uvas botrytizadas,ligeiramente secas no pé
Trockenbeerenauslese (TBA) – vinho elaborado como os beerenauslese, mas com a uva passa
(trocken) sob efeito do botrytis.
Eiswein – vinho do gelo – uvas colhidas congeladas a baixíssimas temperaturas. A água é
eliminada por congelamento o que propicia um mosto altamente concentrado. São vinhos mais
raros e caros.
ÁUSTRIA - regiões
BAIXA-ÁUSTRIA (NIEDERÖSTERREICH)
Wachau
Kamptal-Kremstal
Weinviertel
Thermenregion

VIENA

ESTÍRIA (STEIERMARK)

Estíria do Sul (Südsteiermark)


Estíria do Sudeste
(Südeststeiermark)

BURGENLÂNDIA (BURGENLAND)

Neusielersee- Hügelland
Neusiedlersee
Mittelburgenland
WEINRIEDER RIED SCHNEIDERBERG GRÜNER VELTLINER 2020
País: Áustria
Região: Baixa-Áustria (Niederösterreich) - Weinviertel
Produtor: Weinrieder
Casta: Grüner Veltliner
Álcool: 12,5%
Características de clima e solo: uvas provenientes do vinhedo Ried
Schneiderberg, com solos ricos em pedras e loess, mescla de quartz, calcário e
calcita. Clima temperado, com boa insolação.
Elaboração: rigorosa seleção manual na vinha, cuidadoso desengace, prensa
suave, fermentação em tanques de inox resfriados e alguma permanecência
nos tanques antes do engarrafamento.
Degustação: Revela ótima equilíbrio entre as frutas típicas da casta e o caráter
mineral. Frutas cítricas e verdes, como limão, casca de laranja e maçãs verdes,
notas de pêssegos brancos, de flores brancas e de especiarias, como camomila
e erva-cidreira, além de toques minerais.
Temperatura de serviço recomendada: em torno de 8º C

Importador: World Wine


SUÍÇA
SUÍÇA
Localizada em plena cadeia montanhosa dos Alpes,
com terrenos extremamente acidentados
Dividida em três grandes áreas com história, cultura
e hábitos diferentes, relacionados intimamente com
três grandes países: França, Itália e Alemanha
Formada por 26 cantões (sub-regiões)
Qualidade crescente com grande controle
A produção não suporta a demanda interna. Consumo per capita sempre entre os
5 maiores do mundo (em torno de 30 a 40 l/hab/ano)
Área cultivada – cerca de 15.000 hectares - Produção – 1.300.000 hl
Legislação recente expressando as regiões demarcadas desde 1993, à
semelhança do sistema francês
SUÍÇA – regiões de vinhos
SUÍÇA FRANCESA (ou romana, ou romanda)
Constituída por cerca de seis cantões
11.000 ha, ocupa o oeste suíço fazendo divisa com a França
Uvas principais:
Brancas – Chasselas, Arvine, Savagnin Blanc
Tintas – Pinot Noir, Gamay, Diolinot (cruzamento de Diolly com Pinot Noir),
Gamaret,

Sub-regiões ou cantões
Valais – no sopé das montanhas, esta região se estende por 5.000 ha, a
uma altitude de 1.200 m, 60% tintos. A necessidade de espaço obriga um
aumento da densidade no plantio, de até 15.000 pés por hectare. Pouca
chuva. Destacam-se os brancos com a uva Fendant (nome local da
Chasselas) e os tintos com a Pinot Noir e Gamay. É a maior área plantada.
SUÍÇA FRANCESA

Sub-regiões ou cantões (continuação)


Vaud – 10 AOC regionais: Chablais, Lavaux, La Côte, Côtes de L’Orbe,
Bouvillars, Vully, Dézaley, Dézaley-Marsans, Calamin. Quase 4mil ha ao longo
do Rhône, com vilarejos famosos que emprestam seus nomes aos vinhos,
Dézaley, Yvorne, Mont-su-Rolle, etc. A terra da Chasselais (60% das brancas).
60% de brancos e 40% tintos (Pinot Noir e Gamay). A 2ª maior área plantada.

Genebra – ao norte do Lago Léman, produz brancos e tintos quase


igualmente, com a uva Chasselas, também chamada Fendant por tradição,
Chardonnay e outras. Os tintos usam a casta Gamay e Pinot Noir. São 23
denominações locais.

Neuchâtel ou Three Lakes – quase mil hectares, com produção semelhante


às demais regiões, com Chasselas, Pinot Noir, etc. A menor região da Suíça.
SUÍÇA ALEMÃ
A Suíça Oriental é um conjunto de 17
cantões, sendo Zurich, Schaffausen e
Graübunden os maiores.

Tem 2600 ha, na divisa com a Alemanha,


Áustria e Liechteinstein.

Produz vinhos leves e frescos, bebidos


jovens, sendo 2/3 de tintos.

--- Brancas – Sauvignon Blanc, Chardonnay, Müller-Thurgau (cruzamento


Riesling e Sylvaner)
--- Tintas – Pinot Noir (Blauburgunder ou Beerli ou Klevner) e Acolon (local)
SUÍÇA ITALIANA

Chamada de Ticino, esta região, apesar de estar distante do mar,


beneficia-se da influência do Mediterrâneo.
Está situada na parte sul do país, em zona acidentada, que
intercala vales e montanhas. A produção está mais voltada para
os tintos, com mais de 90%.
Com clima ensolarado e boa pluviosidade, tem uns
1100 ha e é dividida em duas parte pelo Monte
Ceneri: Sopraceneri e Sottoceneri (acima e abaixo
do Ceneri).
É considerada a Terra do Merlot, que foi introduzida
no século XIX, trazida de Bordeaux. Os poucos
brancos são de Chardonnay e Sauvignon Blanc.
HUNGRIA
HUNGRIA
Um dos principais fornecedores de vinhos finos do Império Austro-Húngaro
O famoso Tokaji (Tokay) agraciava as mesas nobres do Império e exterior
Após 1945 entra em declínio com imposição de cooperativas e fazendas estatais
Retomada após 1990 com estilo mais ocidental do que de outros países do bloco oriental,
com a diminuição do sistema de cooperativas estatais
Hoje existe a combinação de ex-cooperativas estatais e produtores particulares que
cultivam terrenos de menos de 10 hectares
Sua área cultivada tem decrescido de 10% a 15% nas últimas décadas. Maior parte são
brancos (70%). Exportação de 1/3 da produção.
Clima temperado com invernos com frio rigoroso e verões tórridos, mas não muito
longos
Outono com condições especiais pela presença da bruma constante em boa parte do dia
oferecendo as condições para o ataque do botrytis cinerea
Solo com boa drenagem, perfil pedregoso, aluvial, arenoso e mesmo vulcânico, além de
rochas xistosas e graníticas
HUNGRIA - castas

Brancas:
Furmint, Olasz Riesling (Welschriesling), Irsai Oliver (similar à Muscat),
Leányka, Szürkebarát, Kéknyelű, Muskotályos, Ezerjó e Hárslevelű. Entre
as internacionais Chardonnay, Sauvignon Blanc, Gewürztraminer e Pinot
Gris

Tintas:
Kékfrankos, Kadarka, Kékoportó. Entre as internacionais,
Cabernet Sauvignon, Pinot Noir e Merlot
1. Csongrád
2. Hajós-Baja
3. Kunság
4. Ászár-Neszmély
5. Badacsony
6. Balatonfüred-Csopak
7. Balatonfelvidék
8. Etyek-Buda
9. Mór
10. Pannonhalma
11. Somló
12. Sopron
13. Balatonboglár
14. Pécs
15. Szekszárd
16. Villány
17. Bükkalja
18. Eger
19. Mátra
20. Tokaj
21. Balatonmelléke
22. Tolna

Mais consagradas
HUNGRIA – regiões de produção
CENTRO
Ao sul de Budapeste e a leste do rio Danúbio. Zona plana sub-dividida em Hajós-Baja, Csongrad e Kunsag
SUDOESTE
A oeste da região Centro, na outra margem do rio Danúbio. Dividida em: Mecsek, Szeekzárd, Vilany-Siklós
e Del-Balaton
EM TORNO DO LAGO BALATON
Grande lago, com clima bem temperado e frescor, favorável a brancos e tintos leves. Principais áreas:
Badaczony, Balatonmellék, Somló, Balatonfürede-Csopak Mor e Sopron
NORTE
Zona nobre de produção, pelas condições climáticas e pelos vinhos produzidos. Benefício da névoa
provocada pela evaporação do rio Bodrog. Dividida em quatro áreas (Eger, Bükkalya, Mátraalya e Tokaji
(Tokai).

Tokaji (Tokay) – zona de produção deste emblemático vinho doce, no vale do Bodrog, apresentando
como centro estratégico a cidade Tokay-Hegyalja. São 7.000 hectares
HUNGRIA – O TOKAJI
Em 1631, o responsável pela produção local de vinhos, o padre Szépt Laczkó Mate, ou
Mate Szépy, suspendeu a colheita das uvas diante de um iminente ataque turco. Pela demora
da colheita, uma parte das uvas “apodreceu” mas, por ordem de Mate Szépy, o vinho foi
vinificado assim mesmo. O resultado foi o nascimento do vinho doce “botrytizado”. Os
franceses e alemães contestam esta versão.

Uvas – a principal é a Furmint, mas outras participam em percentuais mais reduzidos,


Hárslevelü, Kabar, Ezerjó, Kövérszölö, Zéta e Sárgamuskjotály

“Vinus regum, rex vinorum”


(vinhos dos reis e rei dos vinhos)
(Louis XIV)
HUNGRIA – O TOKAJI
O vinho produzido com as uvas botrytizadas recebe o nome de Aszú, como também é conhecida a uva neste
estado de podridão
Um exame prévio do vinhedo vai determinar a elaboração ou não do Tokaji. Se houver menos de 50% de
uvas botrytizadas, não é produzido e as uvas são vinificadas juntas, apodrecidas e não apodrecidas,
originando um vinho conhecido como Szamorodni
Na produção do Tokaji, as uvas Aszú são colhidas separadamente e armazenadas em recipientes especiais.
Com as uvas não atacadas produz-se o vinho base que é recolhido em tonéis chamados Gonci, com
capacidade para 136 litros.
São então incorporados ao vinho base, sob a forma de pasta, unidades correspondentes a 25 kg, medidos
com um tradicional recipiente denominado “putton”. Acontece uma fermentação adicional deixando um alto
teor de açúcar residual variável de acordo com a quantidade de puttonyos adicionados (múltiplos de 25 kg)
Desta forma, os vinhos produzidos serão classificados de acordo com a quantidade adicionada, gerando os
Tokaji Aszú 5 (mínimo de 120 g/l) ou 6 (150 g/l) puttonyos e o Eszencia, o grau mais alto de qualidade deste
tipo de vinho (até 900 g/l)
Cerca de 50 k de uva para 1 l de vinho (estimativa)
Todos os vinhos vão para o estágio em madeira, variando o tempo de acordo com o tipo de vinho.
GRÉCIA
GRÉCIA
Mais de 4 séculos. Exportação desde 1.000 a. C.
Patrono especial: Dioniso, filho de Zeus
Considerados os primeiros em: ânforas já indicavam a cidade ou região de produção, o ano
de produção em cada alça e o selo do vinicultor e do governante local
Começam a expandir vinhas e técnicas para a Europa por volta de 730 a.C.
Produção estagnada por séculos. Englobada pelo Império Bizantino na Idade Média.
Século XIX há o início da retomada. Anos 1970 – afluxo de técnicos, busca da qualidade
Área cultivada – 105 mil ha (após decréscimo de uns 20% a 30%
Produção – 2.100.000 hl
Clima – a Grécia é composta por uma parte continental e numerosas ilhas, entre os
paralelos 33º e 42º norte, onde prevalece o clima temperado
Solo – muito acidentado, marcado pela presença de montanhas, vales e rios que se
estabelecem sobre um solo variado, muitas vezes rochoso, vulcânico e áreas planas com
perfil calcário sobre pedras, areia e argila
GRÉCIA
Grande número de cepas autóctones (mais de 200) e uma variedade de tipos
de vinhos (brancos, tintos, secos, doces, rosados, fortificados)
Tintas: Agiorgitico, Xinomavro, Mandilaria, Mavrodaphne, Limnio
Brancas: Assyrtico, Savatiano, Malagousia, Roditis, Athiri…
Também usam francesas, com destaque para a Chardonnay de Santorini e seu
Vin Santo, muito apreciado

Legislação – obedece basicamente aos critérios da Comunidade Européia.

Retsina – Trata-se de um vinho vinificado normalmente, ao qual se adicionam


fragmentos de resina de eucalipto, dando paladar e aromas exóticos. Trata-se
de uma tradição do tempo em que as ânforas eram besuntadas com o
produto para proteção do vinho
GRÉCIA - regiões
Norte
Macedonia e Trácia – tintos com
Xinomavro
Encostas do Monte Meliton (Sítone) –
brancos com Assyrtico, Roditis, Athiri e
tintos com Limnio e Cabernet Sauvignon
Centro
Epiro e Tessalia
Zitsa – dedicada a espumantes leve
com a cepa local Debina
Rapsani – especial para tintos com
Xynomavro
Anchialos – brancos secos
GRÉCIA - regiões
CONTINENTE
Peloponeso – produção variada de brancos e tintos.
Maior número de regiões demarcadas. Destaques:
Nemea, Mantinia, Muscat de Patras, Mavrodaphne de
Patras (tipo Porto)
ILHAS

Lemnos – vinhos doces com Muscat d’Alessandria


Cefalônia – vinho Rebola branco seco
Samos – mistela famoso, além de um célebre
Muscat de Samos
Paros – tintos e brancos secos
Santorini – predomina a cepa Assyrtico (ótimos
Chardonnay e um Vinsanto excelente)
Rhodes – cepas Athir e Mandilaria
Creta – tintos secos ou doces.
GRÉCIA – alguns rótulos

gG
TURQUIA
TURQUIA
• SEMPRE COLOCADA ENTRE OS MAIORES PRODUTORES DO MUNDO –
600 MIL HEC
• MAS SÓ 2% GERAM VINHOS
• KEMAL ATATURK (fundador e 1º presidente da República da Turquia) >
GRANDE IMPULSIONADOR
• GRANDE CONCORRENTE DO VINHO: RAKI (DESTILADO)

• TINTAS: PAPAZKARASI, BOZAGKERE, ÖKÜZGÖZÜ, KALECIC KARASI


• BRANCAS: NARINCE, EMIR, KABARCIK, DOKULGEN
TURQUIA - regiões
REGIÕES:TRÁCIA/
MÁRMARA, MAR EGEU, MAR
MEDITERRÂNEO, ANATÓLIA
CENTRAL, MAR NEGRO,
ANATÓLIA ORIENTAL,
ANATÓLIA DO SUL

TRÁCIA E MÁRMARA:
PRINCIPAIS LOCAIS, NA
DIVISA COM GRÉCIA E
BULGÁRIA > 40% DA
PRODUÇÃO

COSTA DO MAR NEGRO:


VINHOS DE CEPAS LOCAIS

ANATÓLIA ORIENTAL:
TINTOS DE BOA GUARDA E
“PORTO”
Muito obrigado por escolher a ABS-Rio

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