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Viana do
Castelo
Vila Real
Braga
Bragança
Porto
Aveiro
Viseu
Guarda
Coimbra
Castelo
Leiria Branco
Santarém
Portalegre
Lisboa
Évora
Setúbal
Beja
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Madeira
Alfa – 4.° ano – Roteiro Histórico de Portugal
Faro
Oo
Sites a consultar:
www.infopedia.pt
www.monumentos.pt
Viana do Castelo
Lenda de Viana
Há muitos anos, existia uma pequena povoação situa-
da na margem direita do rio Lima, junto à foz. Chamava-
-se Átrio e situava-se no cume de uma montanha. A dada
altura, os habitantes daquela povoação desceram a mon-
tanha e fixaram-se junto ao rio, para obterem alimentos
mais facilmente, através da prática da pesca, e para se
dedicarem ao comércio.
Morava no Átrio uma linda rapariga chamada Ana. Era
filha de pescadores e tinha muita habilidade na venda do
peixe. Era uma rapariga muito alegre e andava sempre a
cantar, animando os serões nos paços e os terreiros das
romarias.
Um jovem barqueiro ouvia estas melodias enquanto
conduzia o barco que transportava até ao Átrio, várias ve-
zes por semana, e ficava deliciado com aquela
linda voz.
De tanto ouvir a voz harmoniosa de Ana e de
lhe admirar a beleza, o rapaz começou a sentir
por ela um amor que ia crescendo dia após dia.
O rapaz contou aos seus amigos o amor que
sentia por Ana e, sempre que regressava do Átrio,
entusiasmado, dizia-lhes:
– Vi Ana! Vi Ana!
Um dia, porém, o rapaz confessou o seu amor a
Ana, ficando a saber que ela sentia algo semelhante
por ele. O casamento não tardou em realizar-se e, du-
rante a cerimónia, os amigos do rapaz recordaram-lhe o
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grito de entusiasmo:
– Vi Ana! Vi Ana!
Alfa – 4.° ano – Roteiro Histórico de Portugal
Praça-forte de Valença
Castelo-fortaleza de Monção
Espigueiros do Soajo
Nasceu em Melgaço, em 1748. Foi um militar que ocupou vários cargos em diversos locais do Im-
pério Português, nomeadamente em Moçambique e no Brasil, onde morreu em 1809. Foi, ainda, um
inventor, sendo da sua autoria o foguete incendiário e tendo elaborado o projeto da construção de
uma arma.
Norton de Matos
António Feijó
Curiosidade
Alfa – 4.° ano – Roteiro Histórico de Portugal
pois, na Conferência de Zamora, quando Afonso VII reconheceu D. Afonso Henriques como rei de Portugal.
Braga
Egas Moniz, o Aio
O exército de D. Afonso Henriques e o de Afonso VII,
seu primo, combateram fortemente em Valdevez. No
entanto, nenhum deles saiu vencedor e D. Afonso
Henriques regressou a Guimarães, onde foi cercado
pelos soldados de seu primo. No entanto, D. Afonso
Henriques recusou-se a negociar com ele. Foi Egas
Moniz quem decidiu negociar a paz com Afonso VII,
garantindo-lhe a obediência de D. Afonso Henriques
e dos nobres portucalenses.
Afonso VII aceitou a palavra de Egas Moniz. No
entanto, exigiu que ficasse como fiador da promes-
sa de D. Afonso Henriques.
Certo dia, porém, D. Afonso Henriques decidiu in-
vadir a Galiza, quebrando o que o velho aio ti-
nha prometido. Foi então que Egas Moniz
partiu com os seus familiares para junto de
Afonso VII. Furioso, este quis matar o chefe
da revolta portucalense. Porém, deu-se con-
ta da humildade e lealdade daquela família e
decidiu perdoá-los.
Egas Moniz foi libertado da promessa que
tinha feito e regressou a Portucale. D. Afonso
Henriques, agradecido e cheio de admiração pelo
gesto do velho aio, deu-lhe várias terras.
Fernanda Frazão, Lendas Portuguesas, Amigos do Livro Editores, s/d (adaptado)
Tradições Sé de Braga
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As procissões da Semana Santa passaram a realizar-se no arciprestado de Braga, entre 1500 e 1510. Na
Quinta-Feira Santa tem lugar a procissão do Senhor Ecce Homo, ou procissão de Endoenças, conhecida
por procissão do Senhor da Cana Verde. A procissão é encabeçada pelos farricocos, descalços e encapu-
zados, com túnicas negras, chamados, também, homens dos fogaréus, pois transportam um cabo de ma-
deira, na ponta do qual equilibram uma bacia de cobre que contém pinhas a arder. Na Sexta-Feira Santa
destaca-se a procissão do Enterro do Senhor, que foi instituída em Portugal nos finais do século XV, sendo
Oo
Mumadona Dias
André Soares
Curiosidade
Batalha de S. Mamede
Combate travado a 24 de junho de 1128, perto de Guimarães, entre D. Afonso Henriques e os barões por-
tucalenses, de um lado, e Fernão Peres de Trava e os fidalgos galegos, de outro, terminando com a vitória dos
primeiros. A influência que os galegos exerciam junto de D. Teresa, que governava o Condado Portucalense
desde a morte de D. Henrique, seu marido, desagradava aos nobres portucalenses, que, juntamente com
D. Afonso Henriques, procuraram expulsar. Esta batalha marca o início do governo do condado por D. Afonso
Henriques, tendo permitido, mais tarde, que Portugal se afirmasse como reino independente.
Vila Real
Lenda da moura da Ponte de Chaves
Castelo de Montalegre
Sé de Vila Real
Tradições
palavras, juntando-se então às tropas do marquês de Chaves na luta pela causa absolutista.
Bragança
Lenda do Castelo de Bragança
No tempo da formação de Portugal, vivia no castelo
de Bragança o seu senhor, juntamente com a sua sobri-
nha, pois não tinha filhos.
Certo dia, chegou um jovem ao castelo à procura de
um senhor a quem servir, de modo a alcançar a honra
tão desejada pelos cavaleiros da época.
O cavaleiro e a sobrinha do senhor do castelo apaixo-
naram-se. No entanto, ela era rica e herdeira de todos os
bens de seu tio e ele era um jovem que ainda não tinha
demonstrado a sua valentia através de feitos heroicos.
Por isso, o jovem decidiu partir, em busca de honra e
prestígio, para mais tarde voltar e casar com a castelã.
Passaram alguns anos sem que o seu amado apare-
cesse no castelo. Entretanto, muitos pretendentes ti-
nham pedido a sua mão em casamento, mas a
todos recusara.
O senhor de Bragança, admirado com a atitude
da sobrinha, decidiu interrogá-la sobre as causas
do seu comportamento, tendo esta contado ao
tio que aguardava a vinda de um cavaleiro por
quem se apaixonara havia alguns anos.
O tio ficou furioso e procurou arranjar uma
maneira de libertar a sua sobrinha da promes-
sa que tinha feito. Certa noite, já tarde, entrou
no quarto da sobrinha com um pano branco a cobri-lo,
como se fosse um fantasma. O tio fez-se passar pelo
dito cavaleiro, dizendo-lhe que já tinha morrido e, por
isso, ela estava livre da promessa que lhe tinha feito.
A rapariga, assustada, lembrou-se de Deus, a quem pe-
diu proteção, e, num instante, abriu-se uma porta por
onde entrou uma luz muito forte que surpreendeu o fan-
tasma. Assustado, este fugiu do quarto da sobrinha,
para não ser descoberto.
Fernanda Frazão, Lendas Portuguesas, Amigos do Livro Editores, s/d (adaptado)
Pala da Moura
Tradições
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Alfa – 4.° ano – Roteiro Histórico de Portugal
Abade de Baçal
Curiosidade
Incursão de Vinhais
Em 1911, alguns dirigentes monárquicos, convencidos de que o novo regime republicano não teria força
para se manter, empenharam-se em levantar algumas dificuldades à República. Foi Paiva Couceiro quem
primeiro lançou o grito de guerra, proclamando a vontade de restaurar a Monarquia. Refugiou-se na Galiza,
onde preparou um pequeno exército que invadiria Portugal. Na noite de 29 para 30 de setembro de 1911
deu-se a primeira tentativa de restaurar a Monarquia, no Porto, seguindo-se outra em Santo Tirso. Na ma-
nhã do dia 5 de outubro de 1911, Paiva Couceiro, à frente das suas tropas, alcançou Vinhais. A Monarquia
foi restaurada nesse dia, nessa vila, tendo sido içada a bandeira azul e branca na sua câmara municipal.
Retiraram-se, no entanto, nessa mesma noite, depois de circularem notícias de que a resistência republica-
na se estava a organizar em Bragança e em Chaves.
Por to
A lenda de Pedro Cem
Tradições
S. João – Porto
O santo é festejado desde há vários séculos, tendo sido a sua celebração interrompida algumas vezes e
retomada em 1924. Os festejos decorrem em vários pontos da cidade, com enfeites e iluminações alusivas à
quadra, com comes e bebes e bailes ao ar livre, sendo um momento de grande convívio e alegria. Por toda
a parte são erguidas pequenas cascatas e a cidade é invadida pelo cheiro da sardinha assada, prato mais
popular da noite da festa que se prolonga pela madrugada.
cidade, recusou as propostas de rendição apresentadas, pelo que as tropas tomaram a cidade. Os populares
fugiam à violência do exército, atravessando a ponte que então existia sobre o Douro. Essa ponte era formada
Oo
por barcas que não aguentaram o peso de tanta gente. Morreram centenas ou milhares de pessoas.
Avei ro
Lenda de Santa Joana Princesa
Desde muito cedo, a princesa D. Joana, filha de
D. Afonso V, desejou ser freira.
Em 1471, quando seu pai partiu para o Norte de
África, a princesa assumiu o governo do reino em
nome de seu pai. Quando este voltou, vitorioso,
D. Joana pediu-lhe que a deixasse entrar num con-
vento, como forma de agradecer a Deus pela vitó-
ria conseguida.
Embora D. Afonso V não desejasse que a sua filha
fosse freira, acabou por aceitar o pedido e D. Joana
entrou no convento de Odivelas. Mais tarde, trocou-
-o pelo convento de Santa Clara de Coimbra e, por
último, pelo convento de Jesus, em Aveiro.
Este último convento era muito pobre, pelo
que a sua família não queria que a princesa
permanecesse ali. Quando seu irmão, D. João,
subiu ao trono, deu-lhe a posse de Aveiro, pa-
ra que pudesse sustentar-se. Contudo, a prin-
cesa não quis nada para si e continuou a
viver pobremente, usando esses rendimen-
tos para ajudar os pobres.
Certo dia, a princesa adoeceu. Tinha en-
tão trinta e oito anos e diz-se que morreu de
peste. No entanto, as pessoas de Aveiro acreditam
que a sua Santa morreu envenenada por um malan-
dro que ela mandara castigar por ter praticado atos
reprováveis.
Quando o seu enterro passou nos jardins do con-
vento, deu-se um facto milagroso: todas as flores caí-
ram sobre o seu caixão como que prestando a sua
última homenagem à senhora que delas tinha tratado.
Fernanda Frazão, Lendas Portuguesas, Amigos do Livro Editores, s/d (adaptado)
Tradições
Alfa – 4.° ano – Roteiro Histórico de Portugal
dos os lugares da freguesia. O dinheiro conseguido é aplicado nos melhoramentos a efetuar na igreja.
Curiosidade
Batalha do Buçaco
Combate travado na serra do Buçaco, a 27 de setembro de 1810, entre as forças luso-britânicas, co-
mandadas pelo duque de Wellington, e o exército francês, dirigido por Massena. O exército francês pre-
tendia conquistar Portugal, tendo organizado a sua base na fronteira luso-espanhola, pelo que teve de
conquistar Cidade Rodrigo e Almeida. Partindo daqui, o exército francês caminhou rumo ao litoral, dividi-
do em três colunas, que se viriam a encontrar com o exército luso-britânico, em setembro de 1810, no
Buçaco, sendo aí derrotado.
Viseu
A lenda do Távora
Paredes da Beira, em 1037, estava sob o domí-
nio muçulmano.
Os irmãos D. Tedo e D. Rausendo decidiram
tentar a conquista de Paredes. Sabendo que em
manhã de S. João os mouros saíam do castelo
para festejar o final da primavera, banhando-se
nas águas do Távora, D. Tedo e D. Rausendo co-
briram-se com vestes mouras e foram esconder-
-se com os seus guerreiros perto do castelo.
De madrugada, quando os mouros começaram
a sair do castelo, os cristãos esconderam-se atrás
de umas rochas. Algum tempo depois,
entraram pelas portas do castelo, sem
resistência dos poucos muçulmanos que
tinham ficado no castelo.
Enquanto D. Tedo tomou conta do cas-
telo, D. Rausendo, na companhia de al-
guns soldados, desceu até ao rio. Aí, os
mouros defenderam-se valentemente e,
não fosse a ajuda de D. Tedo que entretan-
to ali tinha chegado, D. Rausendo teria sido
derrotado.
Diz-se que nesse dia as águas do Távora cor-
reram vermelhas, pois mais de metade dos mou-
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Tradições
As Cavalhadas – Viseu
Realizam-se a 24 de junho e pretendem honrar S. João. Nesse dia realiza-se um cortejo com carros ale-
góricos, fanfarras, cabeçudos e gigantones, onde participam os cavaleiros a abrir o desfile. Parte de Vilde-
moinhos e percorre a cidade de Viseu pela manhã. De tarde, celebra-se a missa e a procissão de S. João.
Uma das principais figuras da pintura portuguesa do século XVI, Grão Vasco, como ficou conhe-
cido, terá nascido em Viseu por volta de 1480. A sua influência espalhou-se pela Beira, através de
colaboradores e continuadores, como Gaspar Vaz e António Vaz. Das obras mais conhecidas desta-
cam-se o retábulo da Sé de Lamego, os quadros da Sé de Viseu e o políptico da Igreja Matriz de
Freixo de Espada à Cinta. Terá falecido por volta de 1541.
Serpa Pinto
Cortes de Viseu
Decorreram entre o mês de dezembro de 1391 e os princípios do ano seguinte. Foram convocadas
para D. João I solicitar apoio financeiro para fazer face às despesas cada vez mais avultadas da guerra
com Castela. Entre outras queixas, o monarca foi informado do descontentamento da população, devido
ao aumento dos preços dos produtos, pelo que se decidiu tabelar novamente os preços, à exceção da
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cidade de Lisboa.
Guar da
Lenda da serra da Estrela
Esta é a história de um pastor pobre que vivia numa aldeia
triste e tinha por única companhia um cão. Este pastor so-
nhava viajar, um dia, para além das montanhas que rodea-
vam a sua aldeia.
Numa noite de luar, o pastor olhava para o céu estrelado
quando desceu até ele uma estrela pequenina, com um rosto
de criança, e lhe falou do seu desejo. Estava ali por vontade
de Deus para guiar o pastor até onde desejasse ir. A partir de
então, a estrela nunca mais abandonou o pastor, sorrindo-lhe
do céu noite após noite. A certa altura, o pastor tomou a de-
cisão de partir e chamou a estrela para lhe fazer compa-
nhia. Caminhou durante anos, sempre em busca do seu
destino. Um dia, o pastor chegou à serra mais alta que
conseguiu encontrar. Como ficava mais perto do céu,
e por isso da sua estrela, resolveu ficar ali a viver.
A lenda diz que ainda hoje é possível ver da serra da
Estrela uma estrela que brilha mais do que as outras,
de saudade e de amor por um pastor.
Infopédia, Porto Editora
Monumentos
Castelo de Marialva
Tradições
Alfa – 4.° ano – Roteiro Histórico de Portugal
As Capeiras – Sabugal
As Capeiras, corridas de forcão, realizam-se no mês de agosto. O principal momento da festa consiste no
encerro, ou seja, a condução dos touros até ao curro, e o pegar do forcão, uma espécie de grade triangular
de troncos grossos e compridos manejado por mais de trinta homens. Esta estrutura serve para a defesa
daqueles que a transportam. Terminado o encerro, lançam-se foguetes a anunciar à população que os tou-
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Coim bra
Martim de Freitas
Universidade de Coimbra
Tradições
Nasceu no século XI e foi governador do território de Coimbra. Em 1062 foi aprisionado pelos Mu-
çulmanos, sendo levado para Sevilha. Destacou-se na corte do chefe muçulmano pelos seus talentos
e bons serviços prestados, sendo escolhido para vizir. No entanto, abandonou Sevilha e ofereceu os
seus serviços a Fernando Magno, rei de Leão, a quem aconselhou a conquista de Coimbra. Após a
sua conquista, Sesnando foi nomeado governador da cidade e de todo o território entre o Douro e a
fronteira com as terras ocupadas pelos Muçulmanos, vindo a falecer a 25 de agosto 1091.
Curiosidade
Paz de Coimbra
Paz imposta por volta de 1212 por Afonso VIII, rei de Castela, a Afonso IX, rei de Leão. Uma das imposi-
ções foi a restituição dos castelos tomados no Norte de Portugal, na sequência do apoio que prestou na
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Castelo Branco
Lenda do cativo de Belmonte
Esta é a história de Manuel, um corajoso soldado nascido
em Belmonte que combateu os Muçulmanos com vigor. Um
dia foi capturado por estes e levado para Argel. Aí ficou mui-
tos anos como escravo. Encarava o seu destino como um
castigo e satisfazia as saudades da terra e da família com as
tarefas mais pesadas. Após muitos anos, um muçulmano
perguntou-lhe qual o significado da palavra que Manuel re-
petia vezes sem conta: esperança. Manuel disse-lhe que sig-
nificava o desejo de voltar à sua terra e a sua fé na Virgem da
Esperança. O muçulmano respondeu-lhe que tal fé era im-
possível e tornou-lhe a vida ainda mais dura.
Conta a lenda que a Virgem se impressionou com Manuel.
Apareceu-lhe na véspera do dia de Páscoa e anunciou-lhe a
sua libertação. Perante o espanto dos Muçulmanos, a arca
onde Manuel costumava dormir levantou-se no ar e de-
sapareceu em direção ao mar. No Sábado de Aleluia,
os habitantes de Belmonte que se dirigiam à missa
viram, espantados, uma arca aterrar junto à capela.
A alegria foi indescritível e o povo decidiu erguer
nesse sítio uma outra capela dedicada a Nossa Se-
nhora da Esperança.
Infopédia, Porto Editora
Monumentos
Tradições
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Alfa – 4.° ano – Roteiro Histórico de Portugal
Nasceu em Castelo Branco, em ano desconhecido do século XV. Foi encarregado, juntamente
com Pêro da Covilhã, de recolher informações sobre os povos e o comércio orientais, por D. João II,
na fase final da preparação da viagem de Vasco da Gama. Partiu de Portugal em 1487 e tinha como
principal missão chegar junto de Preste João. No entanto, adoeceu, ao que parece atacado pela pes-
te, e acabou por morrer sem ter ido além do Cairo.
Egitânia
Foi uma cidade, provavelmente fundada pelos Romanos no último quartel do século I a. C., implantada
onde atualmente se encontra a aldeia de Idanha-a-Velha. No tempo dos Suevos, o rei Teodomiro criou uma
diocese, com quase os mesmos limites do atual distrito de Castelo Branco, cuja sede foi a cidade de Egi-
tânia, tendo sido transferida para a Guarda, em 1199. Em 713, a cidade foi arrasada pelos Muçulmanos,
iniciando a sua decadência a partir de então.
Leiria
A padeira de Aljubarrota
Brites de Almeida terá nascido em Faro com um
aspeto de rapariga muito forte, pois trazia seis de-
dos em cada mão. Era filha de gente muito pobre e,
aos 26 anos, ficou órfã.
Um soldado alentejano, atraído pela sua fama,
propôs-lhe casamento. Ela acabou por aceitar com
uma condição: lutarem os dois antes do casamento.
A briga foi tão violenta que o soldado acabou por
morrer. Com medo de ser presa, Brites fugiu para
Castela. No entanto, o barco em que seguiu foi abor-
dado por piratas mouros que a levaram para o Norte
de África, onde foi vendida como escrava.
Brites logo tratou de fugir dali e acabou por dar à
costa portuguesa, junto a Ericeira. Depois
de algum tempo foi para Aljubarrota, onde
se encarregou de ajudar uma padeira. Após
a morte desta, foi Brites quem passou a di-
rigir o negócio.
Quando se travou a Batalha de Aljubarrota
não hesitou e juntou-se aos soldados Portu-
gueses. Acabada a batalha, regressou a casa.
Foi então que sentiu que algo de estranho se
passava, pois a porta do forno estava fechada.
Correu a abri-la e, lá dentro, descobriu sete caste-
lhanos. Ordenou-lhes que saíssem, mas como fin-
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escondidos na região.
Oo
Tradições
Festas do Bodo – Pombal
As festas do Bodo realizam-se no último domingo de julho, remontando a sua origem à Idade Média.
Diz-se que terão tido o seu início em 1100 ou 1200, quando uma senhora nobre mandou construir perto
do seu solar uma capela para venerar a imagem de Nossa Senhora de Jerusalém. Alguns anos depois,
Pombal foi afetada por uma praga de gafanhotos. O povo resolveu pedir a proteção de Nossa Senhora
de Jerusalém, organizando uma procissão. Cumpriu-se a promessa, e, para comemorar a graça obtida,
a senhora nobre, chamada D. Maria Fogaça, mandou fazer um enorme bolo em louvor da Senhora. Des-
de então, a festa tem-se realizado quase todos os anos.
José Gregório
Raul Proença
Curiosidade
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Alfa – 4.° ano – Roteiro Histórico de Portugal
Batalha de Aljubarrota
Batalha travada entre Portugueses e Castelhanos, a 14 de agosto de 1385, no contexto da crise de su-
cessão vivida após a morte de D. Fernando, cuja única filha estava casada com o rei castelhano. D. João,
Mestre de Avis, surgiu, então, como um dos candidatos ao trono. Após a sua aclamação como rei de Por-
tugal, nas Cortes de Coimbra, em 1385, o exército castelhano invadiu Portugal para reclamar o trono para
D. Beatriz. Travou-se então esta batalha, comandada pelo próprio D. João I e por D. Nuno Álvares Pereira,
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Santarém
Mem Ramires e a conquista de Santarém
Muralhas de Santarém
Tradições
Alfa – 4.° ano – Roteiro Histórico de Portugal
são transportados por raparigas, durante o cortejo, sendo a carne e o vinho igualmente distribuídos.
Curiosidade
Lisboa
Martim Moniz
Lisboa.
Alfa – 4.° ano – Roteiro Histórico de Portugal
Tradições
Curiosidade
Convenção de Sintra
Acordo assinado perto de Sintra, a 22 de agosto de 1808, entre o exército anglo-luso e o general francês
Junot, depois das derrotas sofridas pelo exército francês, nomeadamente em Roliça e no Vimeiro. Esta con-
Oo
venção marca a rendição do exército francês, que, ao partir do reino, levou consigo muitas preciosidades.
Portalegre
Lenda de Maia
Ammaya foi fundada mil e trezentos anos antes
de Cristo, em honra de Maia, filha de Lísias.
Lísias andava à procura de um local onde pu-
desse viver em paz. Ao chegar a este local, decidiu
instalar-se ali com toda a sua família.
Maia, sua filha, ocupava os seus dias na mar-
gem do ribeiro, cuidando do seu rebanho. Diz-se
que era bonita. Talvez por isso Tobias, guardador
de rebanhos, se sentava a seu lado, dias e dias,
tocando flauta.
Certo dia apareceu um vagabundo, chamado
Dolme, entre os pastores, assustando-os. Tobias
correu a esconder-se atrás de um rochedo.
Maia, contudo, encheu a sua cabaça de
água e ofereceu-a ao vagabundo que a dei-
xou cair propositadamente. De seguida
agarrou Maia, que, assustada, chamou To-
bias. O pastor veio em seu auxílio e aca-
bou por morrer durante a luta que travou
com o vagabundo. Maia procurou fugir,
mas Dolme agarrou-a novamente e ten-
tou silenciá-la, acabando por a matar.
Quando anoiteceu, Lísias ficou preocupado,
pois a sua filha ainda não tinha chegado. Depois
de muito a procurar, acabou por a encontrar sem
vida no local onde Dolme a tinha deixado.
Cheio de saudades de sua filha, certo dia pare-
ceu ao velho Lísias que a filha lhe aparecia, viva e
nítida. Levantou-se, estendeu-lhe os braços para a
abraçar e acabou por morrer feliz com aquela visão.
Fernanda Frazão, Lendas Portuguesas, Amigos do Livro Editores, s/d (adaptado)
Tradições
Pedro Margalho
Nasceu em Elvas, por volta de 1474. Foi filósofo, cosmógrafo, teólogo e jurista. Estudou em Paris,
entre 1490 e 1510, cidade onde obteve os títulos de mestre em Artes e de doutor em Teologia. De
1510 a 1517 permaneceu em Valhadolid, onde lecionou, partindo depois para Salamanca, onde fi-
cou até 1529. A convite de D. João III, regressou definitivamente a Portugal em 1529, tornando-se o
percetor do cardeal D. Afonso. Exerceu, ainda, o cargo de vice-reitor da Universidade de Lisboa,
em 1530, instalando-se em Évora três anos depois, onde se tornou cónego da Sé. Faleceu nessa
cidade, em 1556.
Curiosidade
Batalha de Atoleiros
Combate travado entre Portugueses e Castelhanos, próximo da vila de Fronteira, a 6 de abril de 1384.
D. João I de Castela preparava o cerco de Lisboa, onde o Mestre de Avis organizava a resistência da ci-
dade e do reino, tendo nomeado D. Nuno Álvares Pereira para fronteiro do Alentejo. Este saiu de Lisboa
e, pelo caminho, viu a sua hoste crescer. O exército castelhano, que se encontrava no Crato e pretendia
cercar Fronteira, encontrou-se com o exército português em Atoleiros, onde se deu o combate que aca-
bou com a vitória dos Portugueses.
Setúbal
Grândola
D. Jorge de Lencastre, filho de D. João II, tinha especial gos-
to pelos matos que rodeavam a sua pequena aldeia. D. Jorge
mandou construir um palácio onde pudesse repousar durante
as suas visitas à aldeia. Pouco a pouco, foi ficando cada vez
mais tempo em Grândola, de tal modo que a maior parte da sua
vida foi vivida naquele palácio.
Certo dia, estava D. Jorge à janela do seu palácio, viu sair do
mato um enorme javali que passou quase por debaixo da varan-
da. À pressa, mandou ajuntar todos os seus caçadores, subiram
para os cavalos e partiram em perseguição do animal. Mas o
bicho conseguiu escapar. Segundo D. Jorge, isso ocorreu por-
que nesse dia faltou à caçada o seu caçador mais habilidoso.
Este, porém, faltara por ter de comparecer a uma audiência
em Alcácer do Sal e não por descuido. A sua ausência forçada
deveu-se ao facto de Grândola ser tão insignificante que nem
serviço de justiça tinha.
D. Jorge, para evitar que os seus homens se ausentassem
dali e para evitar a repetição deste desagradável incidente, pe-
diu a D. João II que concedesse foral de vila e justiças a Grân-
dola, o que veio a acontecer em 22 de outubro de 1544. A partir
de então, a nova vila começou a desenvolver-se.
Fernanda Frazão, Lendas Portuguesas, Amigos do Livro Editores, s/d (adaptado)
Monumentos
Foi construído no século XI pelos Muçulmanos e abrigou
uma povoação, no seu interior, até ao século XVI, altura em
que se expandiu. No seu interior destacam-se a Igreja de
Santa Maria do Castelo e vestígios da estrutura da cidadela
outrora existente.
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Castelo de Sesimbra
Alfa – 4.° ano – Roteiro Histórico de Portugal
Santiago de Espada.
Castelo de Palmela
Tradições
Álvaro Velho
Bocage
Curiosidade
de guerra civil terminou com a intervenção da Inglaterra, que se ofereceu para uma mediação.
Évora
Lenda de
Geraldo Geraldes,
o Sem Pavor
Geraldo Geraldes era um homem de origem nobre
que vivia à margem da lei. Era chefe de um bando de
homens expulso das suas terras que habitavam num
pequeno castelo nos arredores de Yeborath (Évora).
Conhecido também por o Sem Pavor, Geraldo Geral-
des decidiu conquistar Évora para recuperar a sua hon-
ra e o perdão para os seus homens. Disfarçado de
trovador, vigiou a cidade e planeou a sua estratégia de
ataque à torre principal do castelo. Uma noite, Geraldo
subiu sozinho à torre e matou os dois guardas.
Com a chave das portas da cidade na sua posse,
reuniu os seus homens e atacou a cidade ador-
mecida. No dia seguinte, D. Afonso Henriques re-
cebeu a grande novidade. Satisfeito, devolveu a
Geraldo Geraldes as chaves da cidade, nomean-
do-o alcaide perpétuo de Évora.
Infopédia, Porto Editora
Monumentos
Tradições
Alfa – 4.° ano – Roteiro Histórico de Portugal
As Brincas – Évora
As suas origens deverão situar-se por volta do século XVI e decorrem durante o Carnaval. Consistem em
representações teatrais, feitas ao ar livre, de um drama popular em rimas. Estas representações podem ser
MC4ALFFP-ROT-04
Nasceu em Évora, em 1500, e foi um ilustre humanista português. Além de poeta e pedagogo, foi
ainda um memorialista. Deixou uma vasta produção literária em latim e português. Estudou nas uni-
versidades de Alcalá de Henares, Salamanca, Lovaina e Paris, onde conheceu as grandes correntes
culturais do tempo. Regressou definitivamente a Portugal em 1533. Graças ao seu labor, conseguiu
que alguns humanistas de renome, como Clenardo, viessem para Portugal, ora ensinando na univer-
sidade portuguesa ora desempenhando o cargo de percetores de membros destacados da nobreza.
Faleceu em 1573 na mesma cidade onde nasceu.
Beja
O Lidador
Tradições
Baile da Pinhata
Pinhata é o nome atribuído aos potes ou bilhas de barro presos pela asa sob o recinto onde se realiza o
baile. O pote é partido pelos pares de dançarinos que participam no jogo. Essa tarefa cabe ao homem, de
olhos vendados, usando uma vara ou bengala. Tem a ajuda do seu par, que o orienta até conseguir partir
aquela em que se encontra o verdadeiro prémio. Os outros potes costumam conter serradura, bombons,
rebuçados ou água. Tem lugar durante a Quaresma.
André de Gouveia
Nasceu em Beja, mas não se conhece a data do seu nascimento, embora tudo indique que tenha
ocorrido na última década do século XV. Foi um dos primeiros portugueses a estudarem no Colégio
de Santa Bárbara, em Paris, na altura dirigido por um tio seu. Fez o doutoramento em Teologia e, en-
tre 1529 e 1534, dirigiu o colégio onde anteriormente estudara. Em 1533 foi nomeado reitor da presti-
giada Universidade de Paris. Regressou a Portugal a pedido de D. João III, que o nomeou reitor do
Colégio das Artes, criado em Coimbra. Faleceu em fevereiro de 1548.
Curiosidade
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Batalha de Ourique
Alfa – 4.° ano – Roteiro Histórico de Portugal
Batalha travada entre D. Afonso Henriques e os Muçulmanos, a 25 de julho de 1130, que se saldou na
derrota destes. O local da batalha foi tradicionalmente apontado como sendo Ourique, no Alentejo. Embora
outros locais tenham sido avançados, este é o que reúne maior consenso. Tradicionalmente, esta batalha é
relatada como sendo o momento em que D. Afonso Henriques derrotou cinco reis mouros que comanda-
vam um enorme número de soldados, embora atualmente se pense que, por dificuldades vividas entre os
Muçulmanos, o contingente muçulmano era bem menor. No século XV surgiu uma lenda associada a esta
batalha, que relatava que antes do combate Jesus Cristo apareceu a D. Afonso Henriques, assegurando-lhe
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Faro
Lenda dos aloendros
Estava D. Afonso III ocupado com a conquista
de Faro, Harume para os Mouros, juntamente com
D. João Peres de Aboim, quando numa madruga-
da do fim de março de 1249 este ouviu um ruído
misterioso.
Cautelosamente, D. João foi investigar o que se
passava, até que saiu um indivíduo de uns arbustos.
Depois de conversarem um pouco, D. João tirou-lhe
o turbante e apercebeu-se que era Alandra, filha do
príncipe de Harume.
Alandra confessou a D. João que sabia do amor
que ele sentia por ela e, por essa razão, pedia-lhe aju-
da para poupar a vida das mulheres e das crianças
de Harume. D. João prometeu-lhe que o seu
desejo seria satisfeito.
Quando D. Afonso III se preparava para con-
quistar Harume, reuniu-se com os seus ho-
mens e deixou que D. João de Aboim fosse o
primeiro a falar. Este garantiu ao rei que a ci-
dade se entregaria se, em troca, as mulheres
e as crianças fossem respeitadas.
Assim aconteceu. O príncipe de Haru-
me entregou as chaves da fortaleza e, já no
regresso, D. João Peres de Aboim confessou ao rei
que a mulher que amava tinha desaparecido miste-
riosamente. No entanto, tinha-lhe deixado um ramo
de flores às quais, em memória da sua amada,
Alandra, passou a chamar alandras. Mais tarde o
seu nome transformou-se e passaram a chamar-se
aloandras e depois aloendros, ou apenas loendros,
seu nome atual.
Gentil Marques, Lendas de Portugal. Lendas de mouras e mouros,
âncora Editora, 1999 (adaptado)
Tradições
Alfa – 4.° ano – Roteiro Histórico de Portugal
Carnaval de Loulé
Remonta ao ano de 1906, chamado de “civilizado” por se opor às práticas carnavalescas anteriores, que
se caracterizavam por atitudes agressivas, sujas e desordeiras. Logo na primeira edição contou com um
bodo aos pobres, revertendo o lucro dos festejos em favor dos mais necessitados. Nesse ano trocou-se o
pó de carvão, verdete e cinza por serpentinas, confetes, bombons, rebuçados e chuvas de flores, trazendo
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Tratado de Alcoutim
Tratado celebrado entre D. Fernando e o rei de Castela, Henrique II, a 31 de março de 1371, pondo fim às
lutas travadas entre os dois monarcas. Nele juraram fazer a paz, manter a amizade e o auxílio e trocar os
prisioneiros e as terras conquistadas. Foi, ainda, acordado o casamento entre o rei português e a filha do rei
castelhano, D. Leonor, que não se viria a concretizar.
Tradições
Filho primogénito de João Gonçalves Zarco, nasceu em 1414 e foi o segundo capitão-donatário do
Funchal a partir de 1467. Como era comum entre a nobreza madeirense, participou nas guerras marro-
quinas, sobretudo na conquista de Arzila, em 1471, no cerco de Ceuta e na expedição a Larache. Foi
durante o seu governo da donataria do Funchal que esta se tornou num centro económico de relevo no
Império Português, graças ao desenvolvimento da indústria e do comércio do açúcar. Faleceu em 1501.
António de Abreu
Curiosidade
Alfa – 4.° ano – Roteiro Histórico de Portugal
A ilha da Madeira
Quando os Portugueses chegaram à ilha que hoje se chama Madeira, encontraram um território ocupado
por densas matas e por uma grande quantidade de árvores. Para ocupar a ilha, o que ocorreu a partir de
1425, foi necessário proceder ao abate dessas árvores e, em alguns casos, fizeram-se queimadas para mais
Oo
facilmente se desbravar o território. Por essa razão se atribuiu o nome Madeira a esta ilha.
Sé de Angra
Tradições
Alfa – 4.° ano – Roteiro Histórico de Portugal
Manuel de Arriaga
Roberto Ivens
Curiosidade
Monumentos
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Alfa – 4.° ano – Roteiro Histórico de Portugal
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Curiosidade ou tradição
Este Roteiro Histórico de Portugal faz parte integrante do Dossier de Recursos do Professor – 4.° ano.