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Toxoplasmose

A toxoplasmose é uma doença causada por um protozoário parasita intracelular obrigatório


chamado Toxoplasma gondii. É uma infecção observada em todo o mundo, apesar de ser mais
encontrada em regiões de clima tropical. Essa doença destaca-se, na maioria dos casos, por não
desencadear sintomas. Devido a esse motivo e a outros, é perigosa em gestantes, por poder
causar a morte fetal, e em pacientes imunocomprometidos.

Transmissão
A principal forma de adquirir a toxoplasmose é ingerindo os oocistos liberados pelos felinos.
Esses oocistos podem contaminar a água e o alimento, por exemplo, desenvolvendo a doença
quando ingeridos. Pode-se adquirir a toxoplasmose também ingerindo carne com os cistos
teciduais.

Não podemos esquecermo-nos de citar ainda a transmissão da doença de forma congênita.


Nesse caso, a mãe passa a toxoplasmose para o bebê durante a gravidez. Transfusão de sangue
e transplantes de órgãos são formas raras de transmissão, mas podem ocorrer.

Transmissão

As principais vias de transmissão da toxoplasmose são:

 Via oral (ingestão de alimentos e água contaminados)


 Congênita (transmitido de mãe para filho durante gestação), sendo raros os casos de
transmissão por inalação de aerossóis contaminados, inoculação acidental, transfusão
sanguínea e transplante de órgãos.
 Nota Técnica sobre Toxoplasmose e Amamentação
 Nota Informativa Nº 164/2018-CGDT/DEVIT/SVS/MS

 
É importante saber que o contato com gatos não causa a doença. O perigo está no contato
com as fezes contaminadas do felino e no consumo de água contaminada e alimentos mal
lavados ou mal cozido.

Tratamento

A toxoplasmose normalmente evolui sem sequelas em pessoas com boa imunidade, desta forma
não se recomenda tratamento específico, apenas tratamento para combater os sintomas. Pacientes
com imunidade comprometida ou que já tenham desenvolvido complicações da doença
(cegueira, diminuição auditiva) são encaminhados para acompanhamento médico especializado.

O tratamento e acompanhamento da doença estão disponíveis, de forma integral e gratuita, pelo


Sistema Único de Saúde. Em caso de toxoplasmose na gravidez, é importante o
acompanhamento no pré-natal e a pratica das orientações que forem repassadas pelas equipes de
saúde.

Para gestantes e crianças, o Ministério da Saúde publicou protocolos com recomendações a


serem seguidas, caso a caso.

 Atualização no manejo da gestante com toxoplasmose gestacional e congênita


 Protocolos da Atenção Básica: Saúde das Mulheres
 Atenção à saúde do recém-nascido: guia para os profissionais de saúde, volume 2.
 Gestação de alto risco: manual técnico.
 Protocolo clínico e diretrizes terapêuticas para prevenção da transmissão vertical de HIV, sífilis e
hepatites virais.

 
 

Vigilância da toxoplasmose?

O Ministério da Saúde vem articulando, desde 2015, uma vigilância integrada a secretarias e
outras instituições, da toxoplasmose gestacional, congênita e adquirida em surtos. O objetivo é
padronizar conceitos, métodos e atendimentos já adotados por estados e Governo Federal.

A notificação, investigação e o diagnóstico oportuno dos casos agudos em gestantes viabilizam a


identificação de surtos, o bloqueio rápido da fonte de transmissão e a tomada de medidas de
prevenção e controle em tempo, além da intervenção terapêutica adequada e consequente
redução de complicações, sequelas e óbitos. Já a investigação em recém-nascidos permite a
intervenção precoce em casos em que a doença seja confirmada.

Os casos isolados da doença não são de notificação compulsória (obrigatória).

 Protocolo de notificação e investigação: Toxoplasmose gestacional e congênita.


 IV Simpósio Brasileiro de Toxoplasmose: Resumos dos trabalhos

Diagnóstico

O diagnóstico da toxoplasmose é baseado, principalmente, em exames de sangue. Em alguns


casos, pode ser necessário combinar outros tipos de exames laboratoriais para uma avaliação
mais detalhada.
Contaminação por água e alimentos: a confirmação de casos de toxoplasmose decorrentes de
surtos de transmissão por água ou alimentos deve ser feita, necessariamente, por critério
laboratorial específico a partir dos resultados dos exames de sangue, uma vez que a doença é
comum em diversas regiões.

Adquirida ou congênita: é diagnosticada principalmente pela identificação de anticorpos


específicos contra o parasito. A sorologia é sensível, específica e possível de ser realizada em
laboratórios de menor complexidade. Em situações de surto, a identificação do vínculo de casos
à fonte de transmissão deve ser feita criteriosamente, considerando sempre os achados
laboratoriais que indicam o tempo provável da infecção.

Durante a investigação de surtos, o diagnóstico laboratorial deve ser feito por exames realizados
nos Laboratórios Centrais de Saúde Pública, Laboratórios de Referência Regional ou Nacional
ou Centros Colaboradores do Ministério da Saúde. Na ausência de surtos, a confirmação dos
casos de toxoplasmose deve ocorrer por meio de avaliação clínica em conjunto com exames
laboratoriais realizados de acordo com avaliação e recomendações médicas. 

Prevenção 

A principal medida de prevenção da toxoplasmose é a promoção de ações de educação em saúde,


principalmente em mulheres que estão em idade fértil e pessoas com imunidade comprometida.
É fundamental manter uma higiene alimentar. Saiba mais sobre as medidas de prevenção e
controle que devem ser adotados para evitar a infecção por toxoplasmose.

Alimentos de origem animal

 Cortes inteiros de carne de porco, cordeiro, vitela ou vaca a pelo menos 65,6 °C, com 3
minutos de repouso após o cozimento; carne moída e carne de caça selvagem a 71,1º C e
aves a 73,9º C.
 O cozimento de microondas não é confiável para matar o protozoário.
 Congelamento de carne a uma temperatura interna de -12º C;
 Evite a contaminação cruzada para outros alimentos, lavando as mãos completamente
após o manuseio de carnes cruas ou frutos do mar, assim como as tábuas de corte, pratos,
bancadas e utensílios;
 Frutos do mar, incluindo mariscos, devem ser bem cozidos;
 Evite comer qualquer carne crua ou malpassada e carne crua curada;
 Evite beber leite não pasteurizado e produtos lácteos feitos com leite não pasteurizado.

 
Referências

Baquero-Artigao, F et al. Guía de la Sociedad Española de Infectologia para el diagnóstico y


tratamento de la toxoplasmosis congênita. An Pediatr, vol 7 9:116. e 1-116. e16, Num. 2. 2013.
Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S1695403312005413.

5. BRASIL. Ministério da Saúde. Atenção ao pré-natal de baixo risco. Cadernos de Atenção


Básica, n° 32. Brasília: Editora do Ministério da Saúde. 2013.

6. https://www.cdc.gov/parasites/toxoplasmosis/diagnosis.html. Acessado em 09/08/2022.

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