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Introdução....................................................................................................................................2
Potência e acto.............................................................................................................................3
Conclusão.....................................................................................................................................6
Bibliografia..................................................................................................................................7
Introdução
De acordo com Aristóteles, a filosofia (ou a metafísica) estuda o ser enquanto ser, em abstrato e
matéria e forma. A substância de algo é a primeira coisa que percebemos, porque ela está
presente em todos os entes e consiste naquilo que é comum em todos eles. Quando dizemos algo
de uma substância nos referimos aos atributos que ela possui. Estes podem ser essenciais, não
podendo faltar a substância, caso contrário, ela deixa de ser o que é (ex.: a laranja é essência para
um suco de laranja natural). Designamos os atributos de acidentais, caso a substância possa tê-lo
ou não, sem deixar de ser o que é (ex.: os frutos em uma árvore é um atributo acidental.
Potência e acto
Entende-se por potência a possibilidade que uma matéria tem de vir a ser algo em acto; é o
carácter dinâmico da matéria que lhe permite possuir um determinado modo de ser e que lhe
confere a capacidade do devir.
E assim que, por exempla, a farinha de trigo é, em potência, um pão ou um bolo, ou seja, possui
a capacidade de vir a ser algo que antes não era. Da mesma forma, o algodão que o camponês
produz ainda não é um tecido, contudo possui em si a potência, isto é, a possibilidade de vir a ser
um tecido, uns calções, umas calças, ou outra coisa. Se estou sentado a escrever, posso levantar-
me e esticar os braços. Se sou aprendiz de filosofia, posso ou não vir a ser um filósofo.
Potência e acto são dois conceitos correlativos, pois, enquanto a potência explica a
multiplicidade e a mudança, o acto explica a unidade do ser; enquanto a potência explica aquilo
que a matéria ainda não é, mas pode vir a ser, o acto explica a sua real existência, o que a matéria
já é efectivamente.
Acto e Potência na Metafísica
O estagirita, em Metafísica usa o termo acto como sendo enteléquia, cujo significado é algo
acabado, ou seja, realizado. Aristóteles procurou explicar o movimento, a mudança ou mesmo o
“devir” através dos conceitos de Acto e Potência. O movimento é a passagem da Potência para o
Acto, ou seja, a mudança ou o movimento equivalem à passagem de um estado de Potência a um
estado de Acto.
O conceito de Potência não deve ser confundido como força, mas sim, ausência de perfeição em
um Ser capaz de vir a possui-la, pois uma Potência é a capacidade de tornar-se alguma coisa e,
para tal, é preciso que sofra a acção de outro Ser já em acto. Entretanto, o conceito de Potência
tem dois significados, a saber:
Potência é o poder ou a capacidade que um Ser dispõe para agir sobre si ou sobre outro, ou
que uma coisa possui para provocar uma mudança noutra coisa; exemplo: o carpinteiro
transforma a madeira em carteiras, mesa, etc.
Potência é uma virtualidade, potencialidade ou capacidade que existe numa coisa para
passar a outro estado para sofrer uma mudança a qualquer tipo.
O primeiro significado corresponde aquilo a que podemos chamar de Potências activa que é a
própria do princípio de acção ou da causa eficiente; ao passo que o segundo significado
corresponde ao que podemos designar por potência passiva, que é própria da matéria a qual
funciona como substrato de mudança, isto é, para haver mudança deve existir algo que
permanece (Borges, et all, 2015: 155).
Dito de outra forma, entende-se por Potência a possibilidade que uma matéria tem de vir a ser
algo em acto; é o carácter dinâmico da matéria, ou seja, um Ser em Potência só pode-se tornar
um ser em acto mediante algum movimento.
Enquanto a potência é a capacidade que permite ao Ser mudar de actualidade, ou seja, o carácter
dinâmico do ser, o acto é “o que faz ser aquilo que é”, é o ser real, é o que determina. O acto
determina o ser, constituindo a sua realidade própria e o seu princípio, uma vez que, só pelo
actual pode-se entender o potencial e, o acto é anterior à potência (Biriate & Geque, 2012: 40).
A única coisa totalmente em acto é o Acto Puro, cujo Aristóteles identifica com o Bem. Esse
Acto não é nada em potência, nem é realização de potência alguma. Ele é sempre igual a si
mesmo e, não antecede a coisa nenhuma. A partir daí, S. Tomás de Aquino usou a noção de Deus
em que Deus seria o “acto puro” (Chambisse & Nhumaio, 2013: 123).
Desta forma, Potência é qualquer realidade que, como a matéria (entendida como indeterminada,
ou seja, é aquilo de que uma coisa é feito), tem como propriedades ser indeterminada, ser passiva
e ser capaz de assumir várias determinações. O Acto é toda realidade que, como a forma (forma
é aquilo que faz com que uma coisa seja o que é), tem como característica ser determinado,
finito, perfeito.
Conclusão
Percebe-se aí o recurso aos dois conceitos apresentados inicialmente, ato e potência. O conceito
de potência não deve ser confundido com força, mas sim com a ausência de perfeição em um ser
capaz de vir a possuí-la, pois uma potência é a capacidade de tornar-se alguma coisa ou a
resistência para isso e, para tal, é preciso que sofra a ação de si ou de outro ser já em ato. O
movimento é, pois, a passagem do ato de um ser para sua potência, que se tornando ato
carregando outras potências.
Bibliografia
https://www.escolamz.com/2020/07/metafisica-e-arte.html#gsc.tab=0