A doença de Chagas é causada pelo parasita Trypanosoma cruzi e transmitida principalmente pelo inseto barbeiro. O documento descreve os sinais e sintomas, formas de transmissão, prevenção e tratamento da doença, bem como dados epidemiológicos sobre sua ocorrência no Brasil.
A doença de Chagas é causada pelo parasita Trypanosoma cruzi e transmitida principalmente pelo inseto barbeiro. O documento descreve os sinais e sintomas, formas de transmissão, prevenção e tratamento da doença, bem como dados epidemiológicos sobre sua ocorrência no Brasil.
A doença de Chagas é causada pelo parasita Trypanosoma cruzi e transmitida principalmente pelo inseto barbeiro. O documento descreve os sinais e sintomas, formas de transmissão, prevenção e tratamento da doença, bem como dados epidemiológicos sobre sua ocorrência no Brasil.
Curso: Farmácia 6° Período Introdução Doenças de chagas
É uma doença transmissível causada por um parasito e transmitida
principalmente através do inseto “barbeiro”. O agente causador é um protozoário denominado Trypanosoma cruzi. No homem e nos animais, vive no sangue periférico e nas fibras musculares, especialmente as cardíacas e digestivas. Os barbeiros abrigam-se em locais muito próximos à fonte de alimento e podem ser encontrados na mata, escondidos em ninhos de pássaros, toca de animais, casca de tronco de árvore, montes de lenha e embaixo de pedras. Nas casas escondem-se nas frestas, buracos das paredes, nas camas, colchões e baús, além de serem encontrados em galinheiro, chiqueiro, paiol, curral e depósitos. Prevalência de casos no país Uma análise ecológica de base populacional utilizando dados obtidos no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde, foi realizada com o objetivo de identificar um perfil epidemiológico da transmissão da doença de Chagas aguda, no Brasil. A doença de Chagas é causada pelo parasito Trypanosoma cruzi, transmitido por um inseto conhecido como barbeiro e está presente em 21 países da América Latina. A enfermidade, que atinge coração e órgãos do sistema digestivo, tem duas fases: aguda, que é logo após a infecção e pode durar até quatro meses; e crônica, fase após a aguda e de longa duração. No Brasil, apenas os casos agudos são obrigatoriamente notificados ao Sinan. O estudo analisou as características epidemiológicas e tendências espaço- temporais das notificações, incluindo todos os casos de doença de Chagas aguda notificados entre 2001 e 2018 (5.184 casos). O trabalho coordenado pelo pesquisador da Fiocruz Bahia, Fred Luciano Neves Santos, foi descrito em artigo publicado no periódico. Os achados podem contribuir para ações de vigilância voltadas à prevenção de novos casos da enfermidade. Os autores da pesquisa afirmaram que a distribuição espaço-temporal da doença nesse período foi heterogênea no país. Também relataram que a taxa de incidência anual foi de 0,16 por 100 mil habitantes e identificaram um rápido aumento de notificações antes de 2005, uma queda estável de 2005 a 2009, seguida por aumento após 2009. As frequências mais altas de infecção foram observadas em crianças, adolescentes e idosos na região Norte, em todo período observado, e nas mulheres e em indivíduos de 20 a 64 anos no Nordeste, entre 2001 e 2009. A transmissão vetorial foi a principal via relatada até 2005, enquanto a transmissão oral aumentou significativamente no Norte durante os outros períodos. O estudo também apontou que o estado do Pará é responsável por 81% dos casos decorrentes de transmissão oral na região Norte, com maiores proporções de casos ocorrendo após a safra de açaí e bacaba, com o consumo de alimentos derivados dessas frutas contaminadas pelas fezes do inseto. Com esses resultados, os autores concluíram que, embora tenha diminuído a ocorrência da doença de Chagas em todo Brasil, a enfermidade continua sendo uma ameaça à saúde pública, evidenciada pela ocorrência de casos agudos em mais de 50% das microrregiões brasileiras. Também ressaltaram a necessidade de ações entomológicas e a adoção de medidas higiênico- sanitárias para reduzir a transmissão oral. Notificar casos crônicos no Brasil, inclusive em bancos de sangue, deve ser uma medida a ser fortemente considerada, de acordo com os cientistas. Definição dos tipos A doença de Chagas (ou Tripanossomíase americana) é a infecção causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi. Apresenta uma fase aguda (doença de Chagas aguda – DCA) que pode ser sintomática ou não, e uma fase crônica, que pode se manifestar nas formas indeterminada, cardíaca, digestiva ou cardiodigestiva. Formas de contágio As principais formas de contagio da doença de chagas são: Vetorial: contato com fezes de triatomíneos infectados, após picada/repasto (os triatomíneos são insetos popularmente conhecidos como barbeiro, chupão, procotó ou bicudo). Oral: ingestão de alimentos contaminados com parasitos provenientes de triatomíneos infectados. Vertical: ocorre pela passagem de parasitos de mulheres infectadas por T. cruzi para seus bebês durante a gravidez ou o parto. Transfusão de sangue ou transplante de órgãos de doadores infectados a receptores sadios. Acidental: pelo contato da pele ferida ou de mucosas com material contaminado durante manipulação em laboratório ou na manipulação de caça. Sinais e sintomas Fase aguda: febre, mal estar, falta de apetite, edemas (inchaço) localizados na pálpebra ou em outras partes do corpo, aumento do baço e do fígado e distúrbios cardíacos. Em crianças, o quadro pode se agravar e levar à morte. Freqüentemente, nesta fase, não há qualquer manifestação da doença, podendo passar desapercebida. Fase crônica: nessa fase muitos pacientes podem passar um longo período, ou mesmo toda a sua vida, sem apresentar nenhuma manifestação da doença, embora sejam portadores do T.cruzi. Em outros casos, a doença prossegue ativamente, passada a fase inicial, podendo comprometer muitos setores do organismo, salientando-se o coração e o aparelho digestivo. Prevenção A prevenção da doença de Chagas está intimamente relacionada à forma de transmissão. Uma das formas de controle é evitar que o inseto “barbeiro” forme colônias dentro das residências, por meio da utilização de inseticidas residuais por equipe técnica habilitada. Em áreas onde os insetos possam entrar nas casas voando pelas aberturas ou frestas, podem-se usar mosquiteiros ou telas metálicas. Recomenda-se usar medidas de proteção individual (repelentes, roupas de mangas longas, etc.) durante a realização de atividades noturnas (caçadas, pesca ou pernoite) em áreas de mata. Quando o morador encontrar triatomíneos no domicílio: Não esmagar, apertar, bater ou danificar o inseto; Proteger a mão com luva ou saco plástico; Os insetos deverão ser acondicionados em recipientes plásticos, com tampa de rosca para evitar a fuga, preferencialmente vivos; Amostras coletadas em diferentes ambientes (quarto, sala, cozinha, anexo ou silvestre) deverão ser acondicionadas, separadamente, em frascos rotulados, com as seguintes informações: data e nome do responsável pela coleta, local de captura e endereço. Em relação à transmissão oral, as principais medidas de prevenção são: Intensificar ações de vigilância sanitária e inspeção, em todas as etapas da cadeia de produção de alimentos suscetíveis à contaminação, com especial atenção ao local de manipulação de alimentos. Instalar a fonte de iluminação distante dos equipamentos de processamento do alimento para evitar a contaminação acidental por vetores atraídos pela luz. Realizar ações de capacitação para manipuladores de alimentos e de profissionais de informação, educação e comunicação. Resfriamento ou congelamento de alimentos não previne a transmissão oral por T. cruzi, mas sim o cozimento acima de 45°C, a pasteurização e a liofilização. Tratamento O tratamento para a doença de Chagas deve ser iniciado assim que for feito o diagnóstico, sendo normalmente realizado com o uso de Benznidazol, que é um medicamento antiparasitário oferecido pelo SUS e que atua diretamente no T. cruzi. De forma geral, o tratamento é feito com 2 a 3 doses do medicamento por dia, durante 60 dias seguidos. A dose deve ser orientada pelo clínico geral ou infectologista e, geralmente, varia de acordo com a idade e peso, seguindo estes critérios: Adultos: 5 a 7 mg/kg/dia, dividido em duas vezes ao dia, sendo recomendada uma dose após o café da manhã e outra após o jantar; Crianças e adolescentes acima de 12 anos: 5 a 7 mg/kg/dia, divididos em duas vezes ao dia; Crianças com menos de 12 anos: até 10 mg/kg/dia por até 20 dias, sendo recomendado diminuir a dosagem após esse período de acordo com a orientação do pediatra. É importante que o tratamento seja feito conforme a orientação do médico e que seja continuado mesmo que não existam mais sintomas aparentes, pois dessa forma é possível garantir que a ação contra o parasita foi eficaz, de forma a diminuir a sua taxa de multiplicação e espalhamento. Em casos raros, pode existir intolerância ao Benznidazol, que pode ser percebida através de sinais como alterações das características da pele, náuseas, vômitos e diarreia. Se isso acontecer, é importante voltar ao médico para parar o uso do Benznidazol e iniciar o tratamento com outro medicamento, que normalmente é o Nifurtimox. Tratamento durante a gravidez Por existir risco de toxicidade para a gestação, o tratamento da doença de Chagas não está recomendado durante a gravidez, sendo apenas feito após o parto. No entanto, nos casos mais graves em que há risco para a mulher ou para o bebê, pode ser recomendado o tratamento na gestação. Quando o tratamento não é feito, existe risco de a infecção passar da mãe para o bebê durante a gestação ou até durante o parto.
Medicamentos padronizados na RENAME
Benznidazol faz parte da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME), integrando o componente estratégico da assistência farmacêutica, no qual a aquisição é centralizada pelo Ministério da Saúde. A distribuição do Benznidazol é feita pelo Ministério da Saúde, mediante solicitação das Secretarias Estaduais de Saúde (SES) no Sistema de Informação de Insumos Estratégicos (SIES). Por sua vez, o nifurtimox é dispensado pelo Grupo Técnico de Doença de Chagas da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde. Bibliografia https://antigo.saude.gov.br/saude-de-a-z/doenca-de-chagas. https://www.sanarmed.com/resumo-sobre-doenca-de-chagas. https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/ relacao_medicamentos_rename_2020.pdf. content/uploads/sites/9/2018/06/ Nota_tecnica_liberacao_benznidazol_Chagas_RevKKSC_KMOB.pdf.