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Doença

De
Chagas

Trabalho 3

Nome: Jordânia Queiroz


Curso: Farmácia 6° Período
Introdução
Doenças de chagas

É uma doença transmissível causada por um parasito e transmitida


principalmente através do inseto “barbeiro”. O agente causador é um
protozoário denominado Trypanosoma cruzi. No homem e nos animais, vive no
sangue periférico e nas fibras musculares, especialmente as cardíacas e
digestivas. Os barbeiros abrigam-se em locais muito próximos à fonte de
alimento e podem ser encontrados na mata, escondidos em ninhos de
pássaros, toca de animais, casca de tronco de árvore, montes de lenha e
embaixo de pedras. Nas casas escondem-se nas frestas, buracos das paredes,
nas camas, colchões e baús, além de serem encontrados em galinheiro,
chiqueiro, paiol, curral e depósitos.
Prevalência de casos no país
Uma análise ecológica de base populacional utilizando dados obtidos no
Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da
Saúde, foi realizada com o objetivo de identificar um perfil epidemiológico da
transmissão da doença de Chagas aguda, no Brasil. A doença de Chagas é
causada pelo parasito Trypanosoma cruzi, transmitido por um inseto conhecido
como barbeiro e está presente em 21 países da América Latina. A
enfermidade, que atinge coração e órgãos do sistema digestivo, tem duas
fases: aguda, que é logo após a infecção e pode durar até quatro meses; e
crônica, fase após a aguda e de longa duração. No Brasil, apenas os casos
agudos são obrigatoriamente notificados ao Sinan.
O estudo analisou as características epidemiológicas e tendências espaço-
temporais das notificações, incluindo todos os casos de doença de Chagas
aguda notificados entre 2001 e 2018 (5.184 casos). O trabalho coordenado
pelo pesquisador da Fiocruz Bahia, Fred Luciano Neves Santos, foi descrito em
artigo publicado no periódico. Os achados podem contribuir para ações de
vigilância voltadas à prevenção de novos casos da enfermidade.
Os autores da pesquisa afirmaram que a distribuição espaço-temporal da
doença nesse período foi heterogênea no país. Também relataram que a taxa
de incidência anual foi de 0,16 por 100 mil habitantes e identificaram um rápido
aumento de notificações antes de 2005, uma queda estável de 2005 a 2009,
seguida por aumento após 2009. As frequências mais altas de infecção foram
observadas em crianças, adolescentes e idosos na região Norte, em todo
período observado, e nas mulheres e em indivíduos de 20 a 64 anos no
Nordeste, entre 2001 e 2009.
A transmissão vetorial foi a principal via relatada até 2005, enquanto a
transmissão oral aumentou significativamente no Norte durante os outros
períodos. O estudo também apontou que o estado do Pará é responsável por
81% dos casos decorrentes de transmissão oral na região Norte, com maiores
proporções de casos ocorrendo após a safra de açaí e bacaba, com o consumo
de alimentos derivados dessas frutas contaminadas pelas fezes do inseto.
Com esses resultados, os autores concluíram que, embora tenha diminuído a
ocorrência da doença de Chagas em todo Brasil, a enfermidade continua sendo
uma ameaça à saúde pública, evidenciada pela ocorrência de casos agudos
em mais de 50% das microrregiões brasileiras. Também ressaltaram a
necessidade de ações entomológicas e a adoção de medidas higiênico-
sanitárias para reduzir a transmissão oral. Notificar casos crônicos no Brasil,
inclusive em bancos de sangue, deve ser uma medida a ser fortemente
considerada, de acordo com os cientistas.
Definição dos tipos
A doença de Chagas (ou Tripanossomíase americana) é a infecção causada
pelo protozoário Trypanosoma cruzi.
Apresenta uma fase aguda (doença de Chagas aguda – DCA) que pode ser
sintomática ou não, e uma fase crônica, que pode se manifestar nas formas
indeterminada, cardíaca, digestiva ou cardiodigestiva.
Formas de contágio
As principais formas de contagio da doença de chagas são:
 Vetorial: contato com fezes de triatomíneos infectados, após
picada/repasto (os triatomíneos são insetos popularmente conhecidos
como barbeiro, chupão, procotó ou bicudo).
 Oral: ingestão de alimentos contaminados com parasitos provenientes
de triatomíneos infectados.
 Vertical: ocorre pela passagem de parasitos de mulheres infectadas por
T. cruzi para seus bebês durante a gravidez ou o parto.
 Transfusão de sangue ou transplante de órgãos de doadores infectados
a receptores sadios.
 Acidental: pelo contato da pele ferida ou de mucosas com material
contaminado durante manipulação em laboratório ou na manipulação de
caça.
Sinais e sintomas
Fase aguda: febre, mal estar, falta de apetite, edemas (inchaço) localizados na
pálpebra ou em outras partes do corpo, aumento do baço e do fígado e
distúrbios cardíacos. Em crianças, o quadro pode se agravar e levar à morte.
Freqüentemente, nesta fase, não há qualquer manifestação da doença,
podendo passar desapercebida.
Fase crônica: nessa fase muitos pacientes podem passar um longo período, ou
mesmo toda a sua vida, sem apresentar nenhuma manifestação da doença,
embora sejam portadores do T.cruzi. Em outros casos, a doença prossegue
ativamente, passada a fase inicial, podendo comprometer muitos setores do
organismo, salientando-se o coração e o aparelho digestivo.
Prevenção
A prevenção da doença de Chagas está intimamente relacionada à forma de
transmissão.
Uma das formas de controle é evitar que o inseto “barbeiro” forme colônias
dentro das residências, por meio da utilização de inseticidas residuais por
equipe técnica habilitada.
Em áreas onde os insetos possam entrar nas casas voando pelas aberturas ou
frestas, podem-se usar mosquiteiros ou telas metálicas.
Recomenda-se usar medidas de proteção individual (repelentes, roupas de
mangas longas, etc.) durante a realização de atividades noturnas (caçadas,
pesca ou pernoite) em áreas de mata.
Quando o morador encontrar triatomíneos no domicílio:
 Não esmagar, apertar, bater ou danificar o inseto;
 Proteger a mão com luva ou saco plástico;
 Os insetos deverão ser acondicionados em recipientes plásticos, com
tampa de rosca para evitar a fuga, preferencialmente vivos;
 Amostras coletadas em diferentes ambientes (quarto, sala, cozinha,
anexo ou silvestre) deverão ser acondicionadas, separadamente, em
frascos rotulados, com as seguintes informações: data e nome do
responsável pela coleta, local de captura e endereço.
Em relação à transmissão oral, as principais medidas de prevenção são:
 Intensificar ações de vigilância sanitária e inspeção, em todas as etapas
da cadeia de produção de alimentos suscetíveis à contaminação, com
especial atenção ao local de manipulação de alimentos.
 Instalar a fonte de iluminação distante dos equipamentos de
processamento do alimento para evitar a contaminação acidental por
vetores atraídos pela luz.
 Realizar ações de capacitação para manipuladores de alimentos e de
profissionais de informação, educação e comunicação.
 Resfriamento ou congelamento de alimentos não previne a transmissão
oral por T. cruzi, mas sim o cozimento acima de 45°C, a pasteurização e
a liofilização.
Tratamento
O tratamento para a doença de Chagas deve ser iniciado assim que for feito o
diagnóstico, sendo normalmente realizado com o uso de Benznidazol, que é
um medicamento antiparasitário oferecido pelo SUS e que atua diretamente no
T. cruzi. De forma geral, o tratamento é feito com 2 a 3 doses do medicamento
por dia, durante 60 dias seguidos. A dose deve ser orientada pelo clínico geral
ou infectologista e, geralmente, varia de acordo com a idade e peso, seguindo
estes critérios:
 Adultos: 5 a 7 mg/kg/dia, dividido em duas vezes ao dia, sendo
recomendada uma dose após o café da manhã e outra após o jantar;
 Crianças e adolescentes acima de 12 anos: 5 a 7 mg/kg/dia, divididos
em duas vezes ao dia;
 Crianças com menos de 12 anos: até 10 mg/kg/dia por até 20 dias,
sendo recomendado diminuir a dosagem após esse período de acordo
com a orientação do pediatra.
É importante que o tratamento seja feito conforme a orientação do médico e
que seja continuado mesmo que não existam mais sintomas aparentes, pois
dessa forma é possível garantir que a ação contra o parasita foi eficaz, de
forma a diminuir a sua taxa de multiplicação e espalhamento.
Em casos raros, pode existir intolerância ao Benznidazol, que pode ser
percebida através de sinais como alterações das características da pele,
náuseas, vômitos e diarreia. Se isso acontecer, é importante voltar ao médico
para parar o uso do Benznidazol e iniciar o tratamento com outro medicamento,
que normalmente é o Nifurtimox.
Tratamento durante a gravidez
Por existir risco de toxicidade para a gestação, o tratamento da doença de
Chagas não está recomendado durante a gravidez, sendo apenas feito após o
parto. No entanto, nos casos mais graves em que há risco para a mulher ou
para o bebê, pode ser recomendado o tratamento na gestação. Quando o
tratamento não é feito, existe risco de a infecção passar da mãe para o bebê
durante a gestação ou até durante o parto.

Medicamentos padronizados na RENAME


Benznidazol faz parte da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais
(RENAME),
integrando o componente estratégico da assistência farmacêutica, no qual a
aquisição
é centralizada pelo Ministério da Saúde.
A distribuição do Benznidazol é feita pelo Ministério da Saúde, mediante
solicitação
das Secretarias Estaduais de Saúde (SES) no Sistema de Informação de
Insumos
Estratégicos (SIES).
Por sua vez, o nifurtimox é dispensado pelo Grupo Técnico de Doença de
Chagas da
Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde.
Bibliografia
https://antigo.saude.gov.br/saude-de-a-z/doenca-de-chagas.
https://www.sanarmed.com/resumo-sobre-doenca-de-chagas.
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/
relacao_medicamentos_rename_2020.pdf.
content/uploads/sites/9/2018/06/
Nota_tecnica_liberacao_benznidazol_Chagas_RevKKSC_KMOB.pdf.

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