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PREPARATÓRIO CAP ENFERMAGEM

SAÚDE PÚBLICA

Professora Amanda Moreira


Nosso Edital
◦ O papel da Enfermagem na assistência à saúde: da mulher, do homem, da criança,
do idoso, do hipertenso, do diabético, na Hanseníase, na Tuberculose, nas Doenças
Sexualmente Transmissíveis e HIV;
◦ Imunizações (Calendário vacinal da criança, adolescente, adulto e idoso e gestante);
◦ Instruções Normativas Referentes ao Calendário Nacional de Vacinação).

Bibliografia Indicada:
Doenças infecciosas e parasitárias: guia de bolso / Ministério da Saúde, Secretaria de
Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância Epidemiológica. – 8ª ed. rev. –
Brasília: Ministério da Saúde, 2010.
O papel da Enfermagem na
assistência à saúde na Tuberculose
Definição
A Tuberculose é um problema de saúde prioritário no Brasil.
O agravo atinge a todos os grupos etários, com maior predomínio
nos indivíduos economicamente ativos (15 - 54 anos) e do sexo
masculino. Doença infecciosa, atinge, principalmente, o pulmão.
O papel da Enfermagem na
assistência à saúde na Tuberculose
Agente etiológico
M. tuberculosis, também conhecido como bacilo de Koch
(BK). O complexo M. tuberculosis é constituído de várias espécies:
M. tuberculosis, M. bovis, M. africanum e M. microti.
Mycobacterium tuberculosis
O papel da Enfermagem na
assistência à saúde na Tuberculose
Reservatório
O reservatório principal é o homem. Em algumas regiões, o
gado bovino doente. Em raras ocasiões, os primatas, aves e
outros mamíferos O homem (principal) e o gado bovino doente
(em algumas regiões específicas).
O papel da Enfermagem na
assistência à saúde na Tuberculose
Modo de transmissão
A Tuberculose é transmitida de pessoa a pessoa,
principalmente, através do ar. A fala, o espirro e, principalmente,
a tosse de um doente de Tuberculose pulmonar bacilífera lança
no ar gotículas, de tamanhos variados, contendo no seu interior o
bacilo.
O papel da Enfermagem na
assistência à saúde na Tuberculose
Período de transmissibilidade
Enquanto o doente estiver eliminando bacilos e não houver
iniciado o tratamento. Com o início do esquema terapêutico
recomendado, a transmissão é reduzida, gradativamente, a níveis
insignificantes, ao fim de poucos dias ou semanas. As crianças,
com Tuberculose pulmonar, geralmente não são infectantes.
O papel da Enfermagem na
assistência à saúde na Tuberculose
Diagnóstico
- Clínico

- Laboratorial
Baciloscopia direta do escarro
Cultura de escarro ou outras secreções
Exame radiológico
Tomografia computadorizada do tórax
Broncoscopia
Prova tuberculínica
O papel da Enfermagem na
assistência à saúde na Tuberculose
Tratamento
Principal estratégia do novo modelo de atenção ao
paciente com Tuberculose, o DOTS, Estratégia de Tratamento
Diretamente Observado, é fator essencial para se promover o real
e efetivo controle da Tuberculose. A estratégia DOTS visa o
aumento da adesão dos pacientes, maior descoberta das fontes
de infecção (pacientes pulmonares bacilíferos), e o aumento da
cura, reduzindo-se o risco de transmissão da doença na
comunidade.
O papel da Enfermagem na
assistência à saúde na Tuberculose
Tratamento
As drogas usadas, nos esquemas padronizados, são as seguintes:
- Isoniazida - H
- Rifampicina - R
- Pirazinamida - Z
- Etambutol - E
Em crianças menores de cinco anos, que apresentem dificuldade
para ingerir os comprimidos, recomenda-se o uso das drogas, na
forma de xarope ou suspensão.
O papel da Enfermagem na
assistência à saúde na Tuberculose
> 10 anos
1º fase (ou de ataque)
- As 4 drogas preconizadas serão administradas em comprimidos
compostos por dosagens fixas de Rifampicina – 150mg, Isoniazida
– 75mg, Pirazinamida – 400mg e Etambutol – 275mg.

2º fase (ou de manutenção)


- As 2 drogas preconizadas serão administradas em comprimidos
com dosagens fixas de Rifampicina – 150mg e Isoniazida – 75mg.
O papel da Enfermagem na
assistência à saúde na Tuberculose
Vacina BCG

Composição: Uma cepa derivada do M. bovis, atenuada.


Dose: 0,1ml*
Via de administração: Intradérmica
O papel da Enfermagem na
assistência à saúde na Tuberculose
Vacina BCG

Adiamento da aplicação da vacina, nos seguintes casos:


- peso ao nascer inferior a 2kg;
- reações dermatológicas na área de aplicação;
- doenças graves;
- uso de drogas imunossupressoras.
O papel da Enfermagem na
assistência à saúde na Tuberculose
Vacina BCG

Há contraindicação absoluta para aplicar a vacina BCG


nosportadores de imunodeficiências congênitas ou adquiridas,
exceto recém-nascidos e crianças soropositivas para HIV, ou filhos
de mães com aids, que não apresentem os sintomas da doença.
Os adultos infectados pelo HIV (sintomáticos ou assintomáticos),
não deverão ser vacinados se apresentarem contagem de
linfócitos T (CD4+) abaixo de 200 células/mm3.
O papel da Enfermagem na
assistência à saúde na Tuberculose
Vigilância Epidemiológica
NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA SEMANAL
O papel da Enfermagem na
assistência à saúde na Hanseníase
Definição
Doença crônica granulomatosa, proveniente de infecção causada
pelo Mycobacterium leprae. Esse bacilo tem a capacidade de infectar grande
número de indivíduos (alta infectividade), no entanto poucos adoecem (baixa
patogenicidade); essas propriedades dependem de, além das características
intrínsecas do bacilo, de sua relação com o hospedeiro e o grau de
endemicidade do meio. O alto potencial incapacitante da Hanseníase está
diretamente relacionado ao poder imunogênico do M. leprae.
O papel da Enfermagem na
assistência à saúde na Hanseníase
Agente etiológico
Mycobacterium leprae, bacilo álcool-ácido resistente, intracelular
obrigatório, sendo a única espécie de micobactéria que infecta nervos
periféricos, especificamente células de Schwann.
O papel da Enfermagem na
assistência à saúde na Hanseníase
Reservatório
O homem, reconhecido como única fonte de infecção, embora
tenham sido identificados animais naturalmente infectados.
O papel da Enfermagem na
assistência à saúde na Hanseníase
Modo de transmissão
A principal via de eliminação dos bacilos dos pacientes multibacilares
(virchowianos e dimorfos) é a aérea superior, sendo, também, o trato
respiratório a mais provável via de entrada do M. leprae no corpo.
O papel da Enfermagem na
assistência à saúde na Hanseníase
Período de incubação
Em média, 2 a 7 anos. Há referências a períodos mais curtos, de 7
meses, como também mais longos, de 10 anos.
O papel da Enfermagem na
assistência à saúde na Hanseníase
Período de transmissibilidade
Os pacientes multibacilares (MB) podem transmitir a infecção enquanto
o tratamento específico não for iniciado.
O papel da Enfermagem na
assistência à saúde na Hanseníase
Diagnóstico
A classificação operacional do caso de Hanseníase, visando o
tratamento com poliquimioterapia é baseada no número de lesões cutâneas
de acordo com os seguintes critérios:
- Paucibacilar: Casos com até 5 lesões de pele;
- Multibacilar: Casos com mais de 5 lesões de pele.
O papel da Enfermagem na
assistência à saúde na Hanseníase
Tratamento
Poliquimioterápico (PQT)

Hanseníase Paucibacilar (indeterminada e Tuberculóide)


6 meses com Rifampicina e Dapsona
- 1 dose supervisionada por mês de Rifampicina (300mg) e Dapsona(100 mg)
- 28 doses de Dapsona (100mg) autoadministradas
Em até 9 meses.
O papel da Enfermagem na
assistência à saúde na Hanseníase
Tratamento
Poliquimioterápico (PQT)

Hanseníase Multibacilar (Dimorfa e Virchoviana)


12 meses com Rifampicina, Dapsona e Clofazimina
- 1 dose supervisionada por mês de Rifampicina(300mg) Dapsona(100mg) e
Clofazimina(300mg)
- 28 doses de Dapsona (100mg) e Clofazimina autoadministradas(50mg)

Em até 18 meses.
O papel da Enfermagem na
assistência à saúde na Hanseníase
Complicações
Reações hansênicas - Os estados reacionais ou reações hansênicas são
alterações do sistema imunológico, que se exteriorizam como manifestações
inflamatórias agudas e subagudas, que podem ocorrer mais frequentemente
nos casos MB`. Elas podem ocorrer antes (às vezes, levando à suspeição
diagnóstica de Hanseníase), durante ou depois do tratamento com
Poliquimioterapia (PQT).
O papel da Enfermagem na
assistência à saúde na Hanseníase
Complicações
Reação Tipo 1 ou reação reversa (RR) - Caracteriza-se pelo
aparecimento de novas lesões dermatológicas (manchas ou placas),
infiltração, alterações de cor e edema nas lesões antigas, com ou sem
espessamento e dor de nervos periféricos (neurite).

Reação Tipo 2 ou eritema nodoso hansênico (ENH) - Caracteriza-se por


apresentar nódulos subcutâneos dolorosos, acompanhados ou não de febre,
dores articulares e mal-estar generalizado, com ou sem espessamento e dor de
nervos periféricos (neurite).
O papel da Enfermagem na
assistência à saúde na Hanseníase
Tratamento das Reações Hansênicas
O acompanhamento dos casos com reação deverá ser realizado por
profissionais com maior experiência ou por unidades de maior complexidade.

Reação Tipo 1 ou reação reversa (RR) –


◦ Prednisona na dose de 1 a 2mg/kg/dia;
◦ Imobilizar o membro afetado com tala gessada, em caso de neurite
associada;
◦ Monitorar a função neural sensitiva e motora e realizar ações de
prevenção de incapacidades.
O papel da Enfermagem na
assistência à saúde na Hanseníase
Tratamento das Reações Hansênicas

Reação Tipo 2 ou eritema nodoso hansênico (ENH)


◦ Talidomida (ou Prednisona*)
◦ Imobilizar o membro afetado com tala gessada, em caso de neurite
associada;
◦ Monitorar a função neural sensitiva e motora e realizar ações de prevenção
de incapacidades.

A corticoterapia está indicada em mulheres grávidas e sob risco de engravidar: irite


ou iridociclite; orquiepididimite; mãos e pés reacionais: glomerulonefrite; eritema
nodoso necrotizante; vasculites; artrite: contraindicações da Talidomida.
O papel da Enfermagem na
assistência à saúde na Hanseníase
Prevenção
Profilaxia dos contatos: Vacina BCG
Para menores de 01 ano
Ausência Cicatriz BCG = administrar uma dose
Uma Cicatriz BCG = não administrar
Criança vacinada que não produziu cicatriz = administrar uma dose após 6
meses
O papel da Enfermagem na
assistência à saúde na Hanseníase
Prevenção
Profilaxia dos contatos: Vacina BCG
Para maiores de 01 ano
Ausência Cicatriz BCG = administrar uma dose
Uma Cicatriz BCG = administrar uma dose
Duas Cicatrizes de BCG = não prescrever
O papel da Enfermagem na
assistência à saúde na Hanseníase
Vigilância Epidemiológica
NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA SEMANAL
O papel da Enfermagem na
assistência à saúde no HIV
Definição
Os infectados pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) evoluem
para uma grave disfunção do sistema imunológico, à medida que vão sendo
destruídos os linfócitos T CD4+, uma das principais células alvo do vírus.
O papel da Enfermagem na
assistência à saúde no HIV
Definição
Os infectados pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) evoluem
para uma grave disfunção do sistema imunológico, à medida que vão sendo
destruídos os linfócitos T CD4+, uma das principais células alvo do vírus.
O papel da Enfermagem na
assistência à saúde no HIV
Agente etiológico
HIV-1 e HIV-2, retrovírus da família Lentiviridae.
O papel da Enfermagem na
assistência à saúde no HIV
Período de incubação
Compreendido entre a infecção pelo HIV e o
aparecimento de sinais e sintomas da fase aguda, podendo
variar de 5 a 30 dias.
O papel da Enfermagem na
assistência à saúde no HIV
Período de latência
É o período após a fase de infecção aguda, até o
desenvolvimento da imunodeficiência). Esse período varia entre
5 e 10 anos, média de seis anos.
O papel da Enfermagem na
assistência à saúde no HIV
Período de transmissibilidade
O indivíduo infectado pelo HIV pode transmiti-lo em todas
as fases da infecção, risco esse proporcio nal à magnitude da
viremia.
O papel da Enfermagem na
assistência à saúde no HIV
Modo de transmissão
O HIV pode ser transmitido por via sexual (esperma e
secreção vaginal); pelo sangue (via parenteral e vertical); e
pelo leite materno.
O papel da Enfermagem na
assistência à saúde no HIV
Diagnóstico
É imprescindível reconhecer a diferença entre a janela
imunológica e a soroconversão. Enquanto a janela imunológica
é o período de tempo entre a exposição ao vírus até que a
detecção por marcadores virais ou antivirais se tornem
detectáveis, a soroconversão é o período que denota no
processo de desenvolvimento de anticorpos contra um
patógeno específico. Considera-se adequado considerar o
período médio de janela imunológica de 30 dias.
O papel da Enfermagem na
assistência à saúde no HIV
Infecção aguda
As manifestações clínicas variam desde quadro gripal até uma
síndrome que se assemelha à mononucleose (Mononucleose-like). Os
pacientes podem apresentar sintomas de infecção viral, como febre,
adenopatia, faringite, mialgia, artralgia, rash cutâneo maculopapular
eritematoso; ulcerações muco-cutâneas, envolvendo mucosa oral,
esôfago e genitália; hiporexia, adinamia, cefaleia, fotofobia,
hepatoesplenomegalia, perda de peso, náuseas e vômitos. Alguns
pacientes, ainda, podem apresentar Candidíase oral, neuropatia
periférica, meningoencefalite asséptica e síndrome de Guillain-Barré.
Os sintomas duram, em média, 14 dias, podendo o quadro clínico ser
autolimitado.
O papel da Enfermagem na
assistência à saúde no HIV
Fase assintomática
Pode durar de alguns meses a alguns anos, e os sintomas
clínicos são mínimos ou inexistentes. Os exames sorológicos para
o HIV são reagentes e a contagem de linfócitos T CD4+ pode
estar estável ou em declínio. Alguns pacientes podem
apresentar uma linfoadenopatia generalizada persistente,
“flutuante” e indolor.
O papel da Enfermagem na
assistência à saúde no HIV
Fase sintomática inicial
ARC - complexo relacionado à Aids:
Candidíase oral;
A presença de mais de um dos seguintes sinais e sintomas,
com duração superior a 1 mês, sem causa identificada:
linfadenopatia generalizada, diarreia, febre, astenia sudorese
noturna e perda de peso superior a 10%.
Há uma elevação da carga viral e a contagem de linfócitos T
CD4+ já pode se encontrar abaixo de 500cel/mm3.
O papel da Enfermagem na
assistência à saúde no HIV
Aids/doenças oportunistas
Uma vez agravada a imunodepressão, o portador da
infecção pelo HIV apresenta infecções oportunistas (IO). As
doenças oportunistas associadas à Aids são várias, podendo ser
causadas por vírus, bactérias, protozoários, fungos e certas
neoplasias
O papel da Enfermagem na
assistência à saúde no HIV
Aids/doenças oportunistas
Vírus - Citomegalovirose, Herpes Simples, leucoencefalopatia
multifocal progressiva;
Bactérias - Micobacterioses (Tuberculose e complexo Mycobacterium
avium-intracellulare), pneumonias (S. pneumoniae), salmonelose;
Fungos - Pneumocistose, candidíase, criptococose, histoplasmose;
Protozoários - Toxoplasmose, criptosporidiose, isosporíase.
Os tumores mais frequentemente associados são: sarcoma de Kaposi,
linfomas não Hodgkin, neoplasias intraepiteliais anal e cervical. É
importante assinalar que o câncer de colo do útero compõe o elenco
de doenças indicativas de Aids, no sexo feminino.
O papel da Enfermagem na
assistência à saúde no HIV
Tratamento
O início imediato da TARV (terapia Anti-retroviral) está
recomendado para todas as PVHIV, independentemente do seu
estágio clínico e/ou imunológico.

O esquema para o adulto que inicia o protocolo é de:


TDF(b)/3TC + DTG
TDF300= Tenofovir 300mg
3TC300= Lamivudina 300mg
DTG= Dolutegravir 50mg
O papel da Enfermagem na
assistência à saúde no HIV
Prevenção
Uso de preservativos;
Testagem;
Fiscalização de bancos de sangue;
Treinamento e EPIs para profissionais que se expõe ao risco.
O papel da Enfermagem na
assistência à saúde no HIV
Vigilância Epidemiológica
NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA SEMANAL

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