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Observações:
Pneumonia -> doença restritiva
HD:
Pneumonia
H1N1
Derrame pleural
Quadro agudo
Apagamento do seio costofrenico só aparece no RX quando a quantidade é maior
que 500 ml
OBJETIVOS:
Problema 3:
OBJETIVO 1. COMPREENDER OS ASPECTOS FISIOPATOLÓGICO RELACIONADOS A
PNEUMONIAS COMUNITÁRIAS (DIFERENCIAR COMUNITÁRIA DE HOSPITALAR)
OBJETIVO 2. CONHECER OS AGENTES ETIOLÓGICOS MAIS FREQUENTES CAUSADORES
E AS DIFERENTES APRESENTAÇÕES DA PNEUMONIA (INTERSTICIAL E ALVEOLAR) OS
1 DIFERENTES PADRÕES RADIOLÓGICOS EDORA TORÁCICA
AVALIAÇÃO7.1 problema 3 –PNEUMONIA
CLÍNICA COMUNITÁRIA
DO PACIENTE COM
PNEUMONIA
OBJETIVO 3. DISCUTIR OS CRITÉRIOS DE INTERNAÇÃO, TRATAMENTO
AMBULATORIAL, BEM COMO A AVALIAÇÃO EVOLUTIVA DA PNEUMONIA
COMUNITARIA
OBJETIVO 4. ANALISAR AS EVOLUÇÕES POSSIVEIS DA PNEUMONIA (VIRAL E
COMUNITARIA) E SUAS COMPLICAÇÕES
OBJETIVO 5. ENTENDER E CONHECER O DERRAME PARAPNEUMONICO E SEUS
DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS, BEM COMO SUAS CONDUTAS (QUANDO DRENA E
QUANDO NÃO DRENA. INDICAÇÕES DE CONDUTA EXPECTANTE E CRITÉRIOS DE
LIGHT PARA CLASSIFICAÇÃO DOS DERRAMES PLEURAIS E CONDUTAS)
Pneumonia hospitalar
A pneumonia adquirida no hospital (PAH) ou nosocomial é definida como aquela que ocorre
após 48 horas da internação, portanto provavelmente não estava incubando no momento da
admissão hospitalar
Particularidades etiológicas
Algumas características epidemiológicas dos
pacientes podem aumentar a chance da PAC
ser causada por um germe específico3
(Tabela III).
O Haemophilus influenzae não-tipável e a
Moraxella catharralis acometem geralmente
pacientes com doenças broncopulmonares
prévias
A PAC causada por Staphylococcus aureus é
geralmente vista em pacientes que estão se
recuperando de uma infecção pelo vírus
Influenza.
Recentemente, tem-se visto, em vários
países, S. aureus adquiridos na comunidade
resistentes à oxacilina, e estes são distintos
do S. aureus resistente isolado no hospital
No Brasil, o S. aureus resistente à oxacilina
adquirido na comunidade ainda não é
significativo.
A Pseudomonas sp é causadora de PAC
principalmente em pacientes
imunocomprometidos, naqueles com uso
prévio de antibiótico de amplo espectro, com
doença pulmonar estrutural, com repetidas
6 DOR TORÁCICA 7.1 problema 3 –PNEUMONIA COMUNITÁRIA
exacerbações de DPOC e uso freqüente de
glicocorticóides ou antibióticos3 .
Os bacilos Gram-negativos (BGN) entéricos
são causa incomum de PAC, exceto em
pacientes com risco de aspiração, PAC grave
ou etilistas
A necessidade de antibioticoterapia para
anaeróbios é geralmente superestimada.
O tratamento específico para anaeróbios é
indicado em pacientes com história clara de
broncoaspiração e concomitante doença
periodontal ou doença que afete a motilidade
esofágica, no abscesso pulmonar e na presença de escarro pútrido
A resistência do Streptococcus pneumoniae à penicilina é um fenômeno mundial, mas
variável entre diferentes regiões e países
A resistência in vitro do Streptococcus pneumoniae é classificada em: sensível, resistência
intermediária e alta resistência (concentração inibitória mínima, MIC > 2 µg/mL
Os fatores de risco para PAC por pneumococo resistente são3 :
■ idade > 65 anos ou < 5 anos;
■ uso de betalactâmico nos últimos 3 meses;
7 ■ alcoolismo; DOR TORÁCICA 7.1 problema 3 –PNEUMONIA COMUNITÁRIA
■ múltiplas comorbidades;
■ imunossupressão.
Função pulmonar
2. Microbiologia da pneumonia -> A detecção do agente causal da pneumonia pode ser feita
através de exame das secreções ou do próprio tecido pulmonar (Tabela IX).
O exame do escarro é útil na avaliação inicial
No escarro, realiza-se exame direto e com colorações, como o Gram, para bactérias
inespecíficas, o Ziehl-Nielsen, para bacilos alcoolacidorresistentes (baar), a tinta da China ou
a prata para detecção de fungos e outros mais específicos.
A cultura do escarro tem baixa especificidade, a menos que sejam utilizados meios
específicos, como para baar, Legionella sp e fungos. O emprego de meios de cultura para
vírus não é utilizado rotineiramente
EXAMES COMPLEMENTARES
Radiologia -> As diretrizes brasileiras para pneumonia adquirida na comunidade em adultos
imunocompetentes da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia recomendam a
realização de radiografia de tórax em PA e perfil, especialmente, para avaliar
gravidade e facilitar diagnóstico diferencial de
complicações e/ou enfermidades associadas (Fig. 1 e
2).
Figura 1. Pneumonia em
lobo médio.
Figura 2: Pneumonia em
11 lobo DOR TORÁCICA
inferior 7.1 problema 3 –PNEUMONIA COMUNITÁRIA
(só
observada na incidência
em perfil).
Investigação etiológica
Devido ao baixo rendimento imediato, normalmente, só é indicada em pneumonias graves
ou em falha de tratamento empírico.
Bacteriologia
Exame de escarro: utilizado para diagnóstico etiológico, na prática clínica sua utilidade é
controversa. É realizado para pesquisa de tuberculose pulmonar ou fungos devido à alta
prevalência em nosso meio.
Hemocultura: Não é indicada para pacientes tratados ambulatorialmente. Utilizada em
pneumonias graves ou com falha de tratamento inicial, devendo ser colhida antes do início
do uso de antibióticos ou da mudança terapêutica
Outras técnicas: A coleta de material por aspirado traqueal, broncoscopia ou lavado
broncoalveolar é reservado para pacientes com pneumonias em tratamento em UTI, não
responsivas ao tratamento antibiótico prévio
Sorologia
Testes sorológicos: Não utilizados na prática clínica. Recomendados para levantamentos
de perfil epidemiológico para germes de difícil cultura (Mycoplasma, Legionella e outros)
Pesquisa de antígenos urinários: Usados para pneumococos e Legionella pneumophila.
Apresentam sensibilidade variável, mas alta especificidade.
Reação em cadeia da polimerase (PCR): Para identificação de Legionella pneumophila,
Mycoplasma e Chlamydophila, com disponibilidade limitada em nosso meio
OUTROS EXAMES
SpO2/ gasometria arterial
Se disponível, a saturação periférica de O2 deve ser realizada de rotina. Em casos de
pneumonia grave ou com SpO2 < 90%, a gasometria arterial é mandatória e deve orientar
quanto à oxigenoterapia e internação hospitalar
Proteína C Reativa e Procalcitonina
São marcadores de resposta inflamatória que podem ser utilizados para avaliação de
prognóstico, mas que ainda necessitam de estudos adicionais para uso na rotina médica
Quadro clínico
A dispnéia aos esforços progressiva costuma ser a queixa principal destes pacientes,
acompanhada ou não de tosse com pouca expectoração
Outros sintomas respiratórios, embora menos comuns, devem ser pesquisados, pois podem
fornecer informações úteis para o diagnóstico.
Dor pleurítica sugere presença de acometimento pleural, freqüente nas pneumopatias
causadas por fármacos ou relacionadas às doenças do tecido conjuntivo.
Desconforto subesternal é mais comum na sarcoidose.
Dor precordial, do tipo anginosa, relacionada aos esforços, pode estar presente na
hipertensão pulmonar, uma complicação das afecções intersticiais avançadas.
Hemoptise ou escarro hemoptóico ocorrem nas doenças que acometem a circulação
pulmonar distal e cursam com hemorragia alveolar.
O surgimento de sangramento deve chamar a atenção para a presença de neoplasia
Para pacientes com idade entre quinze (15) e cinquenta e cinco (55) anos, sorologia para HIV
(com consentimento do indivíduo).
b) Qual a intensidade do comprometimento clínico secundário a pneumonia?
Leve → Indivíduo sem co-morbidade, em regular estado geral, e com idade inferior a sessenta
(60) anos.
Moderada → Indivíduo de sessenta (60) anos ou mais, apresentando co-morbidade, com
envolvimento radiológico único e sem desaturação arterial.
15 DOR TORÁCICA 7.1 problema 3 –PNEUMONIA COMUNITÁRIA
Grave → Indivíduo de qualquer idade, com envolvimento pulmonar múltiplo e/ou extenso, com
hipoxemia.
Muito Grave → Indivíduo de qualquer idade, com ou sem co-morbidade e com, pelo menos,
um dos critérios apresentados na Tabela X
c) Este paciente pode ser tratado através do ambulatório ou necessita de internação hospitalar?
Critérios para sugerir internação:
o Idade > sessenta e cinco (65) anos
o Frequência respiratória > 35/minuto
o PA sistólica ≤ 90 mmHg ou PA diastólica ≤ 60
mmHg.
o Temperatura axilar ≥ 38°C, mantida por quarenta
e oito (48) horas ou mais; ou temperatura axilar ≤
34º C.
o Envolvimento pulmonar múltiplo, ou extenso na
radiografia de tórax.
o Hemograma: hematócrito < 30% ou hemoglobina
< 9 g%.
o Leucometria: ≥ 30.000 células mm3 ou < 4.000
células mm3 .
o Bioquímica: uréia > 40 mg% ou creatinina > 1,2
mg%.
o Gasometria arterial PaO2 < 60 mmHg e/ou PaCO2 ≥ 50 mmHg , em respiração de ar
ambiente.
o Existência de doença crônica associada (comorbidade).
o Hospitalização no intervalo de um ano, anterior ao quadro atual de pneumonia
o Paciente sem condições sociais para tratamento ambulatorial
A presença de três (3) desses critérios sugere que o paciente deva ser
internado.
CRITÉRIOS DE
GRAVIDADE
CUR B-65
Confusão mental
Uremia (ureia sanguínea ≥ 19 mg/dL)
Frequência respiratória > 30 respirações/min
PA sistólica < 90 mmHg ou diastólica < 60 mmHg
Idade ≥ 65 anos
Os escores podem ser utilizados da seguinte maneira:
0 ou 1 pontos: o risco de morte é < 3%. O tratamento ambulatorial geralmente é
apropriado.
2 pontos: O risco de morte é de 9%. Deve-se considerar a hospitalização.
≥ 3 pontos: O risco de morte é 15 a 40%. Indica-se a hospitalização e, especialmente
em caso de 4 ou 5 pontos, considera-se a internação em uma UTI.
CRITÉRIOS DE EWIG
Nas pneumonias graves, são utilizados os critérios de
Ewig que orientam o médico quanto ao local de
tratamento.
Devem ser valorizados também fatores subjetivos
(como psicossociais e econômicos) e monitorados no
curso do tratamento (Quad. 3).
TRATAMENTO COM ANTIMICROBIANOS
Grupo II: indivíduos com co-morbidade e ou com mais de sessenta (60) anos. ->
DPOC, insuficiência cardíaca, doença renal, diabetes mellitus, alcoolismo, câncer,
asplenia, condições imunossupressoras, uso de antibiótico nos últimos 3 meses
Tratamento ambulatorial.
Taxa de mortalidade: 5%, porém 20% podem necessitar de internação durante a
evolução.
Formas: Leve → Moderada
1ª sugestão: cefalosporina de 2ª geração.
2ª sugestão: sulfametoxazol + trimetoprima (SMX/TMP).
3ª sugestão: betalactâmico + inibidor de β lactamase.
Podem-se associar macrolídeos.
18 DORgemifloxacino,
Fluoroquinolonas respiratórias (levofloxacino, TORÁCICA 7.1 problema 3 –PNEUMONIA COMUNITÁRIA
moxifloxacino)
betalactâmicos (amoxicilina, amoxicilina/clavulanato, cefuroxima) + macrolídeos
Se a criança permanece com febre ou clinicamente instável após 48-72 h da admissão por
pneumonia, deve-se pesquisar complicações, sendo a mais freqüente o derrame pleural
Do ponto de vista terapêutico, o derrame é considerado como não complicado (não necessita
drenagem) ou complicado (necessita procedimento cirúrgico complementar - toracostomia).
A resposta clínica deve ocorrer com 48-72 h; a redução da febre e da dispnéia deve ocorrer e
no caso da não resposta clínica devem ser procurados os motivos de falha, tais como
aescolha inadequada do antibiótico, a dose errada ou complicações da pneumonia adquirida
na comunidade.
Derrame pleural
21 DOR TORÁCICA 7.1 problema 3 –PNEUMONIA COMUNITÁRIA
Em crianças, o derrame pleural é a complicação mais freqüente da pneumonia bacteriana.
Ao exame físico podem-se observar murmúrio vesicular diminuído, macicez à percussão e
postura antálgica (pseudoescoliose).
Por não se ter um achado clínico patognomônico de derrame pleural, a presença de derrame
deve ser considerada em todo paciente com pneumonia e, principalmente, se houver falha de
resposta após 48-72h de tratamento adequado. (1)
O líquido deve ser enviado para exame bacterioscópico e cultura, incluindo a pesquisa de
bacilo álcool-ácido-resistente.
Se o líquido não for purulento, a análise bioquímica (pH, glicose) pode identificar
características de empiema e direcionar à necessidade de drenagem.
Líquidos fétidos indicam a presença de anaeróbios.
Nesse caso, o exame bioquímico pode ser dispensado, mas o líquido deverá ser encaminhado
para exame bacterioscópico e cultura, independente do uso prévio de antibióticos.
Tratamento
Pneumatocele
Abscesso pulmonar
A presença de qualquer um dos três critérios de exsudato é suficiente para sua caracterização e a presença dos três
critérios de transudato é necessária para sua caracterização.
Os critérios de Light são, sem dúvida, a melhor maneira de diferenciação entre transudato e exsudato. Existe a
possibilidade deles caracterizarem alguns transudatos como sendo exsudatos, na maioria das vezes em pacientes
que vêm em uso de diuréticos. Nesses pacientes, tipicamente, os critérios para exsudatos são alcançados por
pequenas margens e o gradiente entre albumina sérica e pleural é maior que 1,2 g/dl.
O quadro abaixo mostra as causas mais comuns de transudatos, bem como algumas causas mais raras.