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DIREITO
BANCA EXAMINADORA
Orientador:__________________________________________
Prof. Ms. Erika Bernardes Palazzo Ribeiro Cruvinel
IESRIVER
Membro:__________________________________________
Profa. Ms.
Membro:_________________________________________
Prof. Ms.
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RESUMO
O presente trabalho tem como objetivo analisar a influência da mídia, através dos
meios de comunicação, com a exposição de suas opiniões, influindo positivamente
ou negativamente sobre a sociedade, fazendo com que o acusado seja condenado
previamente formando assim, um pré-conceito, desrespeitando desta forma, a sua
presunção de inocência. Também falará das influências da mídia na sociedade
dentro do processo penal, com ênfase no Tribunal do Júri, onde a sociedade que já
obtêm uma opinião formada seja pela a mídia ou por sua própria consciência, julgará
o acusado, o qual não teve ainda seu direito de defesa, ferindo a sua inocência.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ................................................................................................... 5
1 PRINCÍPIOS.................................................................................................... 6
1.1 Princípios da presunção de inocência .......................................................... 6
1.1.1 Histórico .................................................................................................... 6
1.1.2 Conceito .................................................................................................... 7
1.1.3 Objetivo ..................................................................................................... 8
1.2 Princípio da liberdade de expressão exercida pela imprensa .................... 10
1.2.1 Histórico .................................................................................................. 10
1.2.2 Conceito .................................................................................................. 14
1.2.3 Responsabilidades .................................................................................. 14
2 A INTERFERÊNCIA DO PRINCÍPIO DA LIBERDADE DE
EXPRESSÃO EXERCIDA PELA IMPRENSA NO PRINCÍPIO DA
PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA .................................................................... 16
2.1 Por meio da mídia ...................................................................................... 16
2.2 Comunicação de massa ............................................................................. 17
2.3 As influências da mídia nos tribunais do júri............................................... 18
3 A PUBLICAÇÃO DE CASOS AINDA NÃO JULGADOS ............................. 20
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................... 23
REFERÊNCIAS ................................................................................................ 25
5
INTRODUÇÃO
1 PRINCÍPIOS
1.1.1 Histórico
Artigo 9º: Todo acusado é considerado inocente até ser declarado culpado
e, se julgar indispensável prendê-lo, todo o rigor desnecessário à guarda da
sua pessoa deverá ser severamente reprimido pela lei. (MORAES, 2002, p.
385).
(...)
1.1.2 Conceito
(...)
Princípio este, que visa tão somente tutela da liberdade pessoal, como
Moraes (2004):
1
Juris tantum – (latim): Presunção relativa ou condicionada, que se admite até prova em contrário;
que resulta do próprio direito ou só a ele pertence. Guimarães (2006, p. 382).
8
Moraes (2004), ressalta que o direito de ser presumido inocente tem como função
básica 4 (quatro) itens, a saber:
1 - limitação à atividade legislativa;
2 - critério condicionador das interpretações das normas vigentes;
3- critério de tratamento extraprocessual em todos os seus aspectos
(inocente);
4- obrigatoriedade de o ônus da prova da prática de um fato delituoso ser
sempre do acusador.
Isto quer dizer, que o acusado tem direito de ser presumido inocente pelo
Poder legislativo na hora da criação das leis e judiciário durante o processo e até
mesmo pela polícia antes mesmo de prender o acusado e assim consecutivamente
até o Ministério Público, quando terá que provar a culpa do agente, garantindo assim
a presunção de inocência do acusado.
Como mostra ainda, Tavares (2007, p. 629-630),
1.1.3 Objetivo
Este princípio tem como maior objetivo a garantia de que ninguém poderá ser
considerado culpado pela prática de qualquer ato ilícito sem antes ter sido julgado
pelo o juiz natural devidamente togado, ou em caso de júri popular que deverá ser
julgado por representantes da sociedade e com uma ampla oportunidade de defesa.
(TAVARES, 2007).
Segundo Tavares (2007), o Estado, deve proceder a sua acusação formal,
com o devido processo legal, para provar a autoria do crime. Por isso que os
doutrinadores dizem que este princípio está relacionado com o Estado Democrático
de Direito, se não fosse assim, o Estado estaria regredindo ao mais puro e total
arbítrio estatal.
Portanto a presunção de inocência não se circunscreve ao âmbito do
processo penal, mas também, no foro criminal e no âmbito extraprocessual. Por isso,
9
Artigo 594: O réu não poderá apelar sem recolher-se à prisão, ou prestar
fiança, salvo se for primário e de bons antecedentes, assim reconhecido na
sentença condenatória, ou condenado por crime de que se livre solto.
Entretanto, não foi revogada pela presunção de inocência do artigo 5º, LVII,
da Constituição Federal do Brasil. O mesmo entendimento teve o Superior Tribunal
de Justiça, em reunião no seu plenário, redigiu a Súmula 9:
Ou seja, a referida súmula em tela, nos diz que mesmo se o agente apelar,
caberá a prisão do mesmo e este aprisionamento não ofende o princípio da
presunção de inocência, como era alegado pelos os seus defensores.
2
In Dubio Pro Reo – (latim) Na dúvida, decida-se a favor do réu. Guimarães (2006, p. 363).
3
Favor Rei – (latim) Favorável ao réu. Guimarães (2006, p. 322).
4
Jus Puniendi - (latim) Direito de punir privado do Estado. Guimarães (2006, p. 383).
10
1.2.1 Histórico
Podemos concluir, com tudo isso, que hoje em dia, este princípio, não poderá
ser mais retirado da Constituição Federal, pois, é considerada como cláusula pétrea,
tendo em vista, que todos os Estados Democráticos de Direito possuem estes
princípios defendendo os direitos individuais e humanos dos homens.
1.2.2 Conceito
5
O princípio da liberdade de expressão exercida pela imprensa hoje em dia,
está tipificado no artigo 5º, IX, na Constituição da República Federativa do Brasil,
desde 1988, e nos diz:
Entretanto como ressalta Tavares (2007, apud SILVA, 2002, p. 240): “trata-se
de liberdade de conteúdo intelectual e supõe o contacto do individuo com seus
semelhantes”.
De acordo com Moraes (2002) o direito de liberdade de informação é um
direito essencial por estar dirigido à toda a sociedade, independentemente de
qualquer classe social, crença ou convicção, com o objetivo de levar informações.
O termo liberdade de expressão não se inclui sensações e sentimentos. Ele
abrange tanto a liberdade de pensamento que se limita aos juízos intelectivos,
(TAVARES, 2007).
5
Liberdade de expressão: é a liberdade que tem o indivíduo de exteriorizar os próprios sentimentos e
pensamentos. Guimarães (2006, p. 395).
14
1.2.3 Responsabilidades
o caso Nardoni, onde antes mesmo de serem julgados pela justiça, eles já
tinham sido julgados pela sociedade, pois o caso foi mostrado de tal
maneira pela mídia que era quase impossível achar alguém que não
dissesse que eles eram culpados pela morte de Isabela Nardoni, que foi
jogada do prédio, da onde seu pai e sua madrasta moravam.
reportagem esta obterá uma vasta audiência ou venda de jornal, elevando o seu
ganho econômico trazendo.
Assim, pode-se falar que esta interferência da mídia no poder judiciário,
narrando para a sociedade casos macabros e prejudicando o acusado, não tem
nenhuma intenção de acusá-los, mas tão somente de conseguir, ganho de capital.
Por isso, os legisladores, prevendo essa situação, no ano de 1969 tentaram
instituir no projeto do Código Penal brasileiro do referido ano, embora o motivo fosse
outro na época, a opressão da imprensa seria crime tipificado no artigo 215, que diz:
Legislação essa que não veio a entrar em vigor pelo motivo que não foi
aprovada, pelas duas casas legislativas.
20
para que a sociedade possa receber as informações de maneira mais clara possível,
evitando assim, um pré-julgamento errôneo da sociedade e uma possível injustiça
com o acusado.
23
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
Convenção americana sobre direitos humanos, de 1969 (pacto de san Jose da costa
rica). Adotada e aberta à assinatura na Conferência Especializada Interamericana
sobre Direitos Humanos, em San José de Costa Rica, em 22 de novembro de 1969.
Disponível em: <http://www.dhnet.org.br/direitos/sip/oea/oeasjose.htm> Acesso
em 22 out. 2010.
TAVARES, André Ramos, Curso de direito constitucional. 5. ed. ver. e atual. São
Paulo: Saraiva, 2007.