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INSTITUTO BRASILEIRO DE ESTUDOS TRIBUTÁRIOS

CURSO DIREITO TRIBUTÁRIO

EXTINÇÃO DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA, COMPENSAÇÃO


E REPETIÇÃO DO INDÉBITO

Seminário IV - Módulo Incidência e Crédito Tributário

Relator(a): Valquíria Rodrigues da Silva

São José dos Campos – SP

2019
Grupos:

Especificação dos grupos


Grupo Integrantes
1 Sheila/Andrey/Diego/Tatiana
2 Vanessa/Rodrigo/Gilmar/Nicholle
3 Enoque/Valquíria/Romir/Luciana
4 Lear/Paloma/Bruna/Giovana

Questões:

1. (i)Quem tem legitimidade ativa para pleitear a repetição do indébito tributário? (ii)E
na hipótese de substituição tributária? (iii)A hipótese prevista no art. 166 do CTN,
prescreve alguma alteração do sujeito legitimado?
Respostas:

(i) Neste primeiro questionamento todos os grupos concordaram que terá legitimidade
para pleitear a repetição de indébito tributário o sujeito passivo da relação jurídica.

(ii) No segundo questionamento houve divergência de entendimento entre os grupos.


Os grupos 1 e 4 entenderam que no caso de substituição tributária quem terá legitimidade será
o contribuinte de direito, aquele que efetivamente arcou com o encargo financeiro e que foi
escolhido para recolhe-lo. Já os grupos 2 e 3, entenderam que dependerá da situação, e que
tanto o contribuinte substituído quanto o substituto poderão pleitear, sendo que será aquele
que assumiu o ônus de fato.

(iii) No terceiro questionamento houve divergência entre os grupos. Os grupos 1, 2 e 4


concordaram que a hipótese prevista no Art. 166 do CTN não altera o sujeito legitimado,
sendo que o grupo 1 não justificou tal posicionamento; o grupo 2 entendeu que por se tratar
de uma norma de direito privado que possibilita ao terceiro que obteve ônus financeiro de
requerer o regresso do valor pago indevidamente ou a maior junto ao contribuinte e o grupo 4
entendeu que o sujeito não é alterado pois, permanece sendo o contribuinte de direito. Já o
grupo 3 entendeu que altera pois, prescreve que o sujeito de legitimidade é aquele que assume
o ônus final do imposto, o que ao ver do grupo está incorreto já que o consumidor final arca
com o ônus financeiro referente a carga tributária do produto no valor final deste, não se
encaixando como contribuinte de direito.
2. Considerando a ADI 2675 (Anexo I) e ADI 2777 (Anexo II) julgadas pelo Supremo
Tribunal Federal em 2016 responda em relação aos casos abaixo descritos, o seguinte:

Evento 1. Considerando que: (i) A distribuidora de combustível vendeu 10.000 litros de


gasolina para o posto pelo valor de R$ 2,50 o litro;(ii) o valor de pauta estabelecido pelo
Estado para a base de cálculo ICMS-ST MG (PMPF) foi fixado em R$ 4,00 o litro;(iii) os
10.000 litros de gasolina foram vendidos a R$ 3,60 o litro pelo posto ao consumidor final
e (iv) a alíquota do ICMS incidente sobre a venda de gasolina é 25%, responda:

Evento 2. Considerando que: (i) A indústria fabricante de aparelho celular vendeu 1


aparelho pelo valor de R$ 500,00 ao distribuidor X; (ii) para cálculo do ICMS-ST
incidente sobre o produto, recolhido pela indústria, utilizou-se a margem de valor
agregado (MVA) correspondente a 70% e a alíquota de 25% para o referido
produto;(iii) o revendedor Y comprou do distribuidor X por R$ 750,00 e revendeu para
o lojista Z o aparelho celular pelo valor de R$ 780,00;(iv) o lojista Z vendeu o aparelho
celular para o consumidor final no valor de R$ 800,00.

a) Há indébito a ser repetido nos eventos 1 e 2?

Não houve divergência no entendimento dos grupos. Todos entenderam que nos dois
eventos haverá direito na repetição de indébito, pois, nos dois casos o valor presumido para
fins de base de cálculo é maior que o valor real praticado.

b) Em havendo indébito, qual o valor a ser pleiteado? Quem terá legitimidade para
pleiteá-lo? Justifique considerando a disposição do Art. 166 do CTN.

Houve divergência entre os grupos. Os grupos 1, 2, 3 e 4 entenderam que no evento 1


o valor para repetição será de R$ 1.000,00, já no evento 2, os grupos 1, 2 e 3 entenderam que
o valor para repetição será de R$ 25,00 e o grupo 4 entendeu que será de R$ 12,50.

Quanto a legitimidade, para o evento 1 os grupos 1 e 4 entenderam que quem poderá


pleitear a repetição será o sujeito de direito, ou seja, a indústria ou substituto e os grupos 2 e 3
entenderam que poderá pleitear o sujeito de fato, ou seja, o posto ou substituído. Para o evento
2, o grupo 1 entendeu que todos os sujeitos do evento terão direito de pleitear, os grupos 2 e 3
entenderam que o Distribuidor X (substituído) terá direito de pleitear, já o grupo 4 entendeu
que somente a indústria(substituto) poderá pleitear.
c) Quais meios de prova devem ser apresentados, pelo legitimado a repetir o indébito,
para comprovar que a base de cálculo do ICMS-ST presumida foi superior ao valor
efetivamente praticado na venda ao consumidor final?

Todos os grupos concordaram que os documentos necessários serão os documentos


fiscais de entrada e saída de tal operação.

3. Diante das sistemática implementada pelo CPC/15 relativamente aos julgamentos de


casos repetitivos, pergunta-se: é possível falar em direito subjetivo à
repetição/compensação do indébito a partir do momento em que proferida decisão em
recurso especial e/ou recurso extraordinário repetitivos (vide art. 928 do CPC/15), ainda
que o contribuinte não tenha ajuizado ação de repetição/compensação do indébito cujo
fundamento seja objeto do recurso repetitivo?

Os grupos em maioria de seus integrantes concordaram que sim, pois, as decisões do


STF/STJ pelo regramento dos recursos repetitivos produzem efeitos extra partes, servindo de
paradigma para todas as instâncias, judicial e administrativa. Sendo assim, as instancias
administrativas deverão e estão autorizadas a acolher tal pedido de repetição e/ou
compensação do indébito, observando, no entanto, eventual ocorrência do instituto da
prescrição. Lembrando ainda, que o contribuinte poderá fazer o lançamento diretamente e este
estará condicionada a posterior homologação do fisco. No grupo 2, houve divergência no
entendimento, entretanto não há justificativa.

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