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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 3 ª 

UNIDADE
DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL E CRIMINAL DA COMARCA DE
FORTALEZA, ESTADO DO CEARÁ.

REQUERENTE EDER LOPES DE MAGALHAES, IDT


010059965-3, CPF 01461983606, MILITAR, RESIDENTE Ã RUA JOSÉ
CARLOS GURGEL NOGUEIRA, 211, PAPICU, FORTALEZA-CE, vem,
respeitosamente perante Vossa Excelência, propor a presente 

AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS MATERIAIS E MORAIS 

  

em face de REQUERIDO JADLOG LOGÍSTICA LTDA CNPJ


04884082001298, TRANSPORTADORA, LOCALIZADA NA AV. DEPUTADO
PAULINO ROCHA, 1840, CAJAZEIRA, FORTALEZA –CE, pelos motivos de
fato e de direito que passa a expor:

I - DOS FATOS

O Requerente solicitou o transporte de 06 volumes com peso


total de peso de 178,80kg (cento e setenta e oito kilos e oitocentos gramas)
contendo: 20kg de milho de pipoca especial salgada (marca mais pipoca) (valor
R$120,00), 600 (seiscentos) pacotes de pipocas da marca mais pipoca(valor
R$100,00), (um) suporte de televisão para a vending machine mais pipoca
(valor R$ 500,00), 3 (três) maquinas vending machine da marca mais
pipoca(valor total: R$14.000,00), na data de 26/04/18, tendo como valor total
dos volumes R$25.020,00 (vinte e cinco mil e vinte reais) , pagando pelo
transporte o valor de R$1.558,85 (hum mil quinhentos e cinquenta e oito reais e
oitenta e cinco centavos) através do sistema de pagamento de depósito em
conta. 
O prazo estipulado unilateralmente pela Requerida, para
entrega do mencionado produto, foi de 15 (quinze) dias úteis. Portanto, a
obrigação da Requerida era entregar o produto até o dia 18/05/18. 

Contudo, após o prazo estipulado para entrega do produto, a


Requerida não entregou os volumes. Insatisfeito com o fato, o Requerente
entrou em contato com a Requerida por diversas vezes, cobrando uma posição
e a urgente entrega do produto adquirido, posto que o pagamento pelo produto
estava em ordem. Entretanto, e de se pasmar que a requerida informou ao
Requerendo que sua mercadoria estava extraviada, perdida e que não sabia
onde se encontrava os bens do Requerente.

Este fato trouxe enorme desconforto e prejuízo ao Requerente,


que pagou o transporte por um bem e que o mesmo teria sido perdido,
causando-lhe graves perturbações.

É de se ressaltar que o Requerente é pessoa honrada,


honesta, de conduta ilibada, e que cumpre com suas responsabilidades. Este
fato atingiu muito a moral do Requerente.

II - DANO MATERIAL

O Requerente como já descrito anteriormente, após pagar o


transporte da mercadoria, confiar seus bens à Requerida e efetuar o
pagamento, e mesmo após manter diversos contatos não conseguiu
transportar seus bens e nem mesmo obter sua localização. O valor total de
seus bens foi R$15.020,00 (dezesseis mil e vinte reais) , pagando pelo
transporte o valor de R$1558,85 (hum mil quinhentos e cinquenta e oito reais e
oitenta e cinco centavos)). Aplica-se ao fato em espécie, a previsão legal
contida no artigo 42, parágrafo único do CDC, que assim reza: 

Parágrafo único. O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à


repetição do indébito, por valor igual ao dobro do que pagou em excesso,
acrescido de correção monetária e juros legais, salvo hipótese de engano
justificável. Sendo a jurisprudência pacífica neste sentido.

  
Cabe ressaltar, que o Requerente poderia estar obtendo lucros
com a comercialização e venda de pipoca, causando-lhe grandes prejuízos por
lucros vincendos.

Os fatos narrados, impingem à Requerida a culpa por este


dissabor experimentado pelo Requerente, cabendo-lhe por conseguinte, a
responsabilidade pelo ressarcimento em dobro dos valores pagos e pagar os
valores dos bens confiados, de boa fé, à Requerida. O ressarcimento destes
valores deve ser por óbvio realizado em dobro, acrescido de atualização
monetária, que visa manter o capital hígido, e de juros moratórios no percentual
previsto em lei. 

Ora Excelência, o Requerente pagou pelo transporte de seus


bens, confiou de todo seu interior a responsabilidade por seus bens e o mesmo
não teve o cuidado necessário para que no mínimo seus bens não fossem
extraviados, ficando evidente a má-fé da Requerida, que ficou de posse de
seus bens e não os transportou de forma adequada, permitindo que os
mesmos fossem perdidos. Isto é inadmissível.

  

III - DO DANO MORAL

Diante de tudo acima exposto, mostra-se patente à


configuração dos “danos morais” sofrido pelo requerente. A moral é
reconhecida como bem jurídico, recebendo dos mais diversos diplomas legais
a devida proteção, inclusive amparada pelo art. 5º, inc. V, da Carta
Magna/1988:

“Art. 5º (omissis): V – é assegurado o direito de resposta, proporcional ao


agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem;”

Também, o Código de Defesa do Consumidor, no seu art. 6º,


protege a integridade moral dos consumidores:

“Art. 6º - São direitos básicos do consumidor:

(. . .)

VI – a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais,


individuais, coletivos e difusos.”

  
O consumidor se sentiu inútil, enganado, impotente perante a
arbitrariedade e abusividade da requerida que ficou de posse de seus bens e o
compeliu a pagar por um transporte que nunca ocorreu, resultando, sem
dúvida, no abalo psicológico, impondo assim o dever de indenizar pelo dano
moral causado ao requerente. 

E não se trata apenas disso, foram diversas as tentativas de


uma resolução administrativa e amigável ao caso, porém o descaso da
Requerida serviu para ultrapassar o mero dissabor, desconforto. 

Assim, evidenciados pressupostos para a responsabilidade civil


da empresa reclamada, o dano moral dispensa prova concreta para a sua
caracterização, que origina o dever de indenizar, eis que suficiente a prova da
existência do ato ilícito, pois o dano moral existe in re ipsa.

A condenação em danos morais, não deve ser apenas


suficiente para amenizar o sofrimento das vítimas, mas principalmente para
dissuadir a Requerida a praticar novo ilícito perante os reclamantes ou a
outros consumidores.

IV - DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS

Ante todo o exposto, pede-se, digne Vossa Excelência:

a)- condenar a requerida, nos termos do art. 42, P. único do


CDC, a restituir em dobro a quantia paga pelo requerente, no pagamento pelo
transporte que nunca ocorreu, corrigidos monetariamente à data do envio;
b)- condenar a requerida, ao pagamento dos bens que lhe
foram confiados para transporte, corrigidos monetariamente à data de envio;

c)- condenar a requerida, ao pagamento de uma indenização,


de cunho compensatório e punitivo, pelos danos morais causado ao
requerente, tudo conforme fundamentado, em valor pecuniário justo e
condizente com o caso apresentado em tela;
Para tanto, requer, digne Vossa Excelência:

d)- ordenar a citação da requerida, via postal, no endereço


inicialmente indicado, quanto à presente ação, para que, querendo, apresente
a defesa, sob pena de confissão e revelia.

e)- conceder a inversão do ônus da prova, ante a


hipossuficiência dos requerentes perante a requerida, nos termos do artigo 6º,
VIII, do Código de Defesa do Consumidor.

f)- incluir nas esperadas condenações da requerida, a


incidência juros e correção monetária na forma da lei em vigor, desde sua
citação;

g)- deferir a produção de provas por todos os meios admitidos


em lei, principalmente, oitiva de testemunhas, depoimento pessoal do preposto
da requerida, juntada de documentos, dentre outras que se fizerem
necessárias ao deslinde da causa.

Dá-se à presente causa, o valor total de R$18.000,00 ( dezoito


mil, cento e trinta e sete reais e setenta centavos), sendo à título de danos
materiais o valor de R$17.578,85 e sendo à titulo de danos morais o valor
R$1.421,15 (mil quatrocentos e vinte um reais e quinze centavos) para todos
os efeitos de direito e alçada.

  

Termos em que,

Pede deferimento.

Fortaleza, 03 de agosto de 2018

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Éder Lopes de Magalhães – IDT 010059965-3

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