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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA

$[PROCESSO_VARA] VARA DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DE


$[PROCESSO_COMARCA] $[PROCESSO_UF]

$[parte_autor_nome_completo],$[parte_autor_nacio
nalidade], $[parte_autor_estado_civil],
$[parte_autor_profissao], portador do
$[parte_autor_rg] e inscrito no $[parte_autor_cpf],
residente e domiciliado na
$[parte_autor_endereco_completo], vem, mui
respeitosamente perante V. Exa. através dos
procuradores in fine assinados, propor a presente

AÇÃO INDENIZATÓRIA DE
DANOS MATERIAIS E MORAIS
COM PEDIDO DE TUTELA
PROVISÓRIA DE URGÊNCIA

em face de $[parte_reu_nome_completo],
$[parte_reu_nacionalidade],
$[parte_reu_estado_civil], $[parte_reu_profissao],
inscrito no $[parte_reu_cpf] e $[parte_reu_rg],
residente e domiciliado na
$[parte_reu_endereco_completo];$[parte_reu_razao_
social], pessoa jurídica de direito privado, inscrita no
$[parte_reu_cnpj], com sede na
$[parte_reu_endereco_completo];
e $[parte_reu_razao_social], pessoa jurídica de direito
privado, inscrita no $[parte_reu_cnpj], com sede na
$[parte_reu_endereco_completo],pelas razões de fato
e de direito doravante aduzidas:

I. DOS FATOS

Há meses, o requerente almejava, com as economias de uma vida inteira,


adquirir um carro e passou a olhar os veículos anunciados na plataforma da OLX,
gerida pelo corréu $[geral_informacao_generica].

Interessou-se por um VW CrossFox lá anunciado pelo preço de R$


15.000,00, e entrou em contato com o suposto vendedor, identificado pelo nome
de $[geral_informacao_generica] (prints anexos).

Danilo se dizia um parente do proprietário do veículo e afirmava estar


incumbido de vende-lo. Após as tratativas iniciais, logrou arranjar uma visita do
requerente ao automóvel, que estava na casa do proprietário
$[geral_informacao_generica].

Satisfeito com o carro, e a fim de concluir o negócio, o autor transferiu R$


12.000,00 para $[geral_informacao_generica], em nome de
$[geral_informacao_generica]; horas mais tarde, depositou outros R$ 3.000,00, na
mesma conta, integralizando o preço do bem.

Para sua surpresa, porém, quando se deslocou para pegar o veículo, foi
informado pelo proprietário de que, em verdade, este não havia recebido
qualquer pagamento, constatando ter sido vítima de uma fraude.

Para tanto, e pelo que se sabe, o golpista se passou também por um


comprador junto a $[geral_informacao_generica], a fim de arranjar a visita do
autor.

Diante disso, o autor imediatamente dirigiu-se ao Banco


$[geral_informacao_generica], a fim de contestar o pagamento, que ainda não
havia sido concluído. O funcionário da agência, porém, informou-lhe que
referido procedimento somente podia ser encetado por atendimento telefônico.

Assim, no dia 31/05, o requerente entrou em contato com o corréu Banco


$[geral_informacao_generica] não menos do que 23 (vinte e três) vezes – registros
anexos, por meio de três números diferentes que lhe foram informados à ocasião.

Apesar dos esforços, porém, o corréu não tomou qualquer procedimento


para suspender a operação, em que pese os veementes indícios de golpe,
inclusive substanciados no Boletim de Ocorrência (cópia anexa) levado ao banco.

Por não divisar solução diversa, vem perante este D. Juízo reclamar o que
lhe compete.

DO DIREITO

DA TUTELA CAUTELAR DE URGÊNCIA


Nos termos do art. 300, § 3º, do CPC:

“Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que
evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do
processo.”

No caso em apreço, a verossimilhança do direito se consubstancia nos


documentos acostados e se colhe dos próprios fatos narrados, onde se nota que o
requerente foi vítima de um golpe.

Como se vê dos documentos anexos, o estelionatário se passou pelo


proprietário de veículo anunciado na OLX, a fim de induzir o autor a depositar,
em sua conta bancária, o montante de R$ 15.000,00.

Após, nunca mais foi localizado pelo autor ou pelo proprietário do


automóvel.

À evidência, considerando que o proprietário do veículo nunca recebeu o


valor, a fraude é incontroversa e, inclusive, encontra-se consubstanciada no
Boletim de Ocorrência anexo.

O perigo na demora consiste na necessidade de se agir o quanto antes para


evitar que o golpista movimente os valores depositados pelo autor ou apague
seus rastros, dificultando sua localização e responsabilização.

A) DO SEQUESTRO
De início, faz-se forçoso o sequestro de eventuais quantias existentes na
conta bancária onde depositado o valor do negócio, a seguir qualificada:

Banco $[geral_informacao_generica]
Agência: $[geral_informacao_generica]
CC: $[geral_informacao_generica]
Titular: $[geral_informacao_generica]
CPF: $[geral_informacao_generica]

Com efeito, a possibilidade de sequestro encontra-se prevista no art. 301


do Código de Processo Civil e é a medida assecuratória adequada para impedir
movimentação da quantia depositada na conta bancária utilizada pelo golpista.

Considerando a gravidade dos fatos narrados e a proporção dos danos


causados ao autor, dúvida não há de que a medida é imprescindível e inadiável,
já que possibilitará, se bem sucedida, recompor os prejuízos causados, auxiliando
significativamente no deslinde da causa.

Por outro lado, considerando que a conta foi indicada pelo próprio
estelionatário e lá, comprovadamente, foi depositado o provento da fraude,
também nítido é que a constrição há de tê-la por objeto, a fim assegurar a
recuperação dos valores espoliados do autor.

B) DA OBRIGAÇÃO DE FAZER E DADOS CADASTRAIS

Ainda, de rigor sejam relevados os dados cadastrais (registros de email,


telefone, endereços, nomes e registros de IP) de três contas diversas:
1. Da conta de $[geral_informacao_generica], responsável pela publicação
fraudulenta no site da OLX, que manteve contato com o autor para viabilizar a
fraude.

2. Da conta bancária, gerenciada pelo corréu Banco do Brasil, identificada


no tópico anterior, titularizada por $[geral_informacao_generica], utilizada pelo
golpista para receber o provento do crime.

3. Dados cadastrais do número $[geral_informacao_generica], mantidos


pela operadora Vivo, utilizado pelo estelionatário para manter contato com o
autor.

Referidos dados são necessários para responsabilização civil do autor da


fraude, que somente por esses meios pode ser identificado e incluído nesta ação.

Quanto à conta mantida na OLX, ressalta o autor que não tem mais acesso
ao anúncio, mas apenas à seguinte tela, referente ao chat aberto com o golpista:

$[geral_informacao_generica]

Assim, basta ao réu OLX acessar a atividade do autor e localizar a conta


com que manteve o contato, em nome de $[geral_informacao_generica].

II. DA APLICAÇÃO DO CÓDIGO DE DEFESA DO


CONSUMIDOR E DA INVERSÃO DO ÔNUS DA
PROVA

Dispõem os artigos 2° e 3° do Código de Defesa do Consumidor que é


consumidor a pessoa física que utilize produto ou serviço como destinatário final,
e fornecedor, pessoa jurídica, nacional ou estrangeira, que desenvolva, entre
outras, atividade de comercialização de produtos e prestação de serviços.

E, de fato, in casu, dúvida não há de que devidamente caracterizados o


consumidor e o fornecedor, bem como a relação consumerista, fundada na
vulnerabilidade, que atrai o microssistema protetivo.

Primeiro, porque o requerente, na condição de pessoa física e de


consumidor final, contratou o serviço de intermediação prestado pelo corréu
OLX e o serviço bancário prestado pelo corréu Banco
$[geral_informacao_generica], ambos, ao final, utilizados como instrumentos da
fraude.

Segundo, porque, a teor do art. 4°, I, do CDC, a vulnerabilidade é evidente.

Com efeito, a vulnerabilidade é conceito que, a um só tempo, caracteriza


e justifica a relação de consumo, legitimando a aplicação do CDC.

No caso em apreço, nítido é que a relação mantida entre o autor, pessoa


física, e os réus não é paritária.

Isso porque é o autor técnica, econômica e juridicamente vulnerável, e


disso faz prova os contratos de adesão a que está sujeito, sua reduzida autonomia
de vontade na consolidação dos termos contratuais e sua sujeição econômica aos
réus, que dispõem de poderio econômico para impor à relação os termos que lhe
convêm, em detrimento do consumidor.

Assim, de rigor o reconhecimento da relação de consumo.


Além disso, em atenção à regra do art. 6°, VIII, do CDC, forçoso o
reconhecimento da hipossuficiência do requerente e da verossimilhança de suas
alegações para efeito de inversão do ônus da prova.

Afinal, não bastasse a vulnerabilidade que caracteriza a própria relação,


certo é que a distribuição estática do ônus da prova acarretaria grave prejuízo à
defesa dos direitos do requerente.

Isso porque os réus mantêm registros de seus serviços e atividade,


inclusive os relativos ao requerente, de sorte que lhes é muito mais fácil fazer
prova contra o autor, justamente com uso desses dados, do que esse, que não tem
acesso a tais registros ou aos meandros da prestação do serviço, provar os fatos
constitutivos de sua pretensão.

E, como cediço, não é outra a mens legis do art. 6, VIII, do CDC: garantir
a defesa dos direitos do consumidor, reequilibrando a relação processual por
meio da inversão do ônus da prova, se, no caso concreto, não tem condições de
produzir as provas deles constitutivas.

Deste modo, requer-se o reconhecimento da relação de consumo e a


aplicação da regra da inversão do ônus da prova, forte no art. 6°, VIII, do CDC.

III. DA VIOLAÇÃO AO DIREITO À SEGURANÇA


DO CONSUMIDOR

Dispõe o art. 6°, I, do Código de Defesa do Consumidor o seguinte:

Art. 6º São direitos básicos do consumidor:


I - a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por práticas no
fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos;

Como se vê, a segurança é elemento basilar na estrutura do mercado de


consumo e, historicamente, motivou a construção epistêmica do direito
consumerista.

Tanto o é que a ideia de segurança também elemento do direito à


informação (art. 6°, III, CDC), preceito pelo qual se assegura ao consumidor a
prestação de informação adequada e clara sobre o serviço, sobretudo sobre os
riscos que apresentem.

A proteção do patrimônio do consumidor, por outro lado, é objeto do art.


6°, VI, do CDC, que assegura a efetiva prevenção e reparação dos danos
patrimoniais e morais.

Muito embora seja de praxe associar tal dispositivo com a própria


atividade jurisdicional, certo é que o grau de abstração do preceito permite
estendê-lo aos fornecedores, a quem compete prevenir danos de tais naturezas.

E o serviço prestado pelo réu Banco do Brasil, tanto quanto o do réu OLX,
estão indissociavelmente atrelados a riscos de fraude, em cuja consecução
recorrentemente são utilizadas tanto da plataforma deste último quanto as
ferramentas do primeiro.

Daí porque, se se dedicam a prestar os serviços, exigível lhes é que zelem


pela segurança de suas plataformas e, quando possível e necessário, atuem para
coibir as fraudes.
Dos fatos colhe-se, porém, que os réus não zelaram pela segurança
patrimonial dos consumidores e colocaram suas ferramentas, embora não
intencionalmente, à disposição de uma horda de estelionatários.

O réu OLX porque não estabeleceu, em sua plataforma, suficientes


ferramentas para verificação dos anunciantes e seus anúncios. Por evidente, se
por um lado não se poderá evitar todas as fraudes, certo é que critérios mais
rigorosos de cadastro e publicação do anúncio conteriam grande parte dos
estelionatários.

O que se denota, porém, é que a quantidade de golpes praticados com uso


da plataforma da OLX tem tomado proporções escandalosas, escancarado
verdadeira OMISSÃO da empresa no dever de zelar pela segurança do
consumidor.

E se, por um lado, a responsabilidade do corréu OLX decorre de omissão


na prevenção da fraude, a do Banco do Brasil advém de omissão na sua
repreensão.

Isso porque, tão logo se viu vítima da fraude, o autor dirigiu-se à agência
bancária, a fim de impedir a conclusão do pagamento, onde foi, por um gerente,
instruído a requerê-lo por atendimento telefônico.

De pronto, o requerente passou a telefonar para os números indicados. Fê-


lo dezenas de vezes, sem que o corréu tomasse qualquer providência para,
minimamente, conter a consumação da fraude, cujas evidências eram notórias.

Naturalmente, a urgência da matéria exigia uma reação ágil e eficaz do


corréu, mas não impedia, dentro de suas regulares condições de trabalho, que o
banco, pelo menos, suspendesse o pagamento enquanto não apreciada a
contestação.
Nem a um ou a outro se prestou. O consumidor, em verdade, acabou
largado à deriva, sem qualquer meio para fazer cessar a fraude e obrigado a ver
as economias de uma vida toda destinadas ao estelionatário.

Assim, se, quando podia – e deveria - agir, o corréu omitiu-se na contenção


da fraude, violou o direito de segurança do consumidor e o dever de impedir
danos ao seu patrimônio, infligidos COM USO das próprias ferramentas do
serviço bancário.

Não há, portanto, exagero em cogitar que a omissão dos corréus OLX e
Banco $[parte_reu_razao_social], porque indispensável à produção do resultado,
dele é causa suficiente.

E se o é, a omissão é violador de direitos básicos do consumidor,


assegurados no art. 6° do CDC.

V. DA RESPONSABILIDADE PELO FATO DO


SERVIÇO

De outra ponta, prescreve o art. 14, caput, do CDC que

“o fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela


reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos
serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre suas fruição e
riscos.”

Ainda, de acordo com o § 1° do mesmo artigo, “o serviço é defeituoso


quando não fornece a segurança que o consumidor dele pode esperar”,
considerando o modo de seu fornecimento (inciso I), resultado e riscos que
razoavelmente dele se esperam (inciso II), e época em que foi fornecido (inciso
III).

In casu, de início, à vista da oferta procedida pelos réus, é razoável


assentar que o consumidor pode esperar do serviço, no mínimo, que seja seguro.

A bem se pensar a questão, mais lógico é que o consumidor contrate os


réus Banco d$[geral_informacao_generica] e OLX mais crente na segurança da
intermediação, do que no próprio sucesso do negócio.

E, de fato, não necessariamente se espera, de um serviço de intermediação,


o sucesso do negócio; mas o que, absolutamente, não se espera, é a facilitação de
uma fraude com os dados fornecidos ao intermediário.

O cotejo dos incisos do § 1° do art. 14 do CDC, outrossim, corrobora essa


conclusão.

Afinal, o modo de fornecimento do serviço é digital e o consumidor


espera, em casos tais, ciente das fraudes que o permeiam, que o fornecedor se
proteja da atuação fraudulenta dos golpistas virtuais, protegendo não somente
sua atividade, mas, sobretudo, o patrimônio dos contratantes.

Noutro giro, o serviço da OLX é de intermediação, isto é, pavimenta o


caminho entre o comprador e um vendedor“confiável e seguro”, daí porque
também é de se esperar que haja o mínimo de responsabilidade na escolha desses
parceiros.

Quanto ao serviço bancário, certo é que suas ferramentas eletrônicas


devem dispor de procedimentos de segurança, afinal, para o correntista, a razão
da contratação do serviço financeira está amplamente fundada na ideia de
segurança do seu dinheiro. Do contrário, mantê-lo-ia sob seu leito.

Raciocínio similar se há de aplicar aos resultados e riscos esperados do


serviço, afinal, como já se disse, o que se espera, no mínimo, é que os anúncios
publicados pelo corréu $[geral_informacao_generica] não sejam iscas para
estelionatários, que com tanta facilidade lá se cadastram e ocultam seus rastros.

De outra banda, do serviço bancário se espera, sobretudo, que o próprio


titular do dinheiro lá mantido em depósito tenha meios para protege-lo de
golpistas e possa contar com uma resposta minimamente eficaz do banco para
cessar operação FLAGRANTEMENTE fraudulenta.

E se, por um lado, não se desconhece o risco próprio a negócios virtuais,


por outro, certo é que, justamente por serem tão notórios, devem os
intermediários tomarem as precauções necessárias para evitar parcerias nocivas
aos consumidores e operações que lhes sejam prejudiciais.

Quanto à “época em que foi fornecido”, embora despiciendo seja dizê-lo,


forçoso reconhecer que o atual estado de evolução da tecnologia da informação
permite não só identificar os riscos de fraude, como bem preveni-los, evita-los e
reprimi-los – cuidados que foram escancaradamente preteridos pelos réus.

E nem se ventile, outrossim, a vetusta tese da culpa exclusiva de terceiro,


uma vez que a fraude somente se fez possível em razão da intermediação
realizada pelos réus.

Logicamente, se o autor fosse procurado pelos golpistas em outro


contexto, teria, de plano, desconfiado de seus propósitos.
Todavia, uma vez que a eles foi direcionado pela intermediação do réu
OLX e contava com um postura eficiente do banco para cessar qualquer operação
que lhe fosse prejudicial, já que tanto acenam, ambos, ao consumidor com
promessas de “segurança e confiabilidade”, menores são as cuidados que se
podiam exigir do autor – aliás, já limitados pelo seu baixo grau de conhecimento
técnico e significativa vulnerabilidade.

Neste sentido, inclusive, já se decidiu o E. Tribunal de Justiça:

EMENTA: BEM MÓVEL CONSUMIDOR COMPRA E VENDA AÇÃO DE


REPARAÇÃO DE DANOS IMPROCEDÊNCIA REFORMA AUTOR QUE FOI
VÍTIMA DE FRAUDE ELETRÔNICA IMPOSSIBILIDADE DE O
CONSUMIDOR AFERIR A FALSIDADE DA PÁGINA ELETRÔNICA NA
QUAL O PRODUTO ESTAVA ANUNCIADO POR LHE FALTAR
CONHECIMENTO TÉCNICO ESPECÍFICO RESPONSABILIDADE OBJETIVA
DAS REQUERIDAS AÇÃO JULGADA PROCEDENTE. Apelação provida (Ap
1006800-86.2018.8.26.0037, 36ª Câmara de Direito Privado, Rel. Jayme Queiroz
Lopes).

Assim, a atuação dos golpistas está indissociavelmente atrelada à omissão


dos réus na implementação de meios suficientes à garantia da segurança do
consumidor e proteção de seus dados.

Omissão esta que se caracteriza porque era de todo possível e factível


identificar e prevenir a fraude, instituindo parâmetros mais rigorosos e confiáveis
para as “parcerias” da intermediação, bem como dedicando uma operação de
reversão da operação bancária declaradamente espúria.

Ainda, ressalte-se que há solidariedade entre o intermediário e demais


fornecedores que integram cadeia de consumo, como já decidido pelo E. Tribunal
de Justiça bandeirante:
“AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS. Compra e
venda realizada por meio do site da vendedora. Produto não entregue. Reconhecimento
da legitimidade passiva da intermediadora responsável pelo gerenciamento do
pagamento. Responsabilidade solidária dos fornecedores da cadeia de consumo.
Precedentes. Danos morais. Descabimento. Ausência de prova que demonstre
excepcional frustação psicológica em proporção a ensejar reparação. Hipótese de
sucumbência recíproca. Recurso parcialmente provido.”(TJSP; Apelação Cível
4000848-75.2013.8.26.0223; Relator (a): Milton Carvalho; Órgão Julgador: 36ª
Câmara de Direito Privado; Foro de Guarujá - 1ª Vara Cível; Data do Julgamento:
04/06/2019; Data de Registro: 04/06/2019).

Vejam-se, ainda, os seguintes julgados, que trilham a mesma senda quanto


à responsabilidade do intermediário:

APELAÇÃO AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E


MORAIS SENTENÇA DE PARCIAL PROCEDÊNCIA APELO DO AUTOR
BUSCANDO A CONDENAÇÃO DO RÉU AO PAGAMENTO DE
INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. Argumentos do autor que, em parte,
convencem Ocorrência de fraude - Responsabilidade objetiva do fornecedor, que se
intitula a forma mais rápida e segura de comprar pelo Mercado Livre - Pagamento
efetuado sem entrega do produto - Dissabor extrapatrimonial relevante, que comporta
indenização Autor que buscou resolver a questão administrativamente, mas não foi
atendido Tempo perdido que jamais será restituído ao consumidor Indenização por
danos morais fixada em R$ 2.500,00 (dois mil e quinhentos reais), considerando-se a
extensão dos danos, grau de culpa do ofensor e necessidade, ainda que indireta, de que
a indenização também surta efeito pedagógico Verba ora fixada em importe inferior ao
pleiteado, mas que bem atende aos fins a que se destina. RECURSO PROVIDO EM
PARTE (APELAÇÃO 1011422-44.2017.8.26.0006, 37ª Câmara de Direito Privado,
Rel. Sergio Gomes).

AÇÃO DE INDENIZAÇÃO Danos materiais e morais Contrato de prestação de


serviços Intermediação pela Internet Mercado Livre Sistema de pagamentos Mercado
Pago Anúncio de produto por parte do autor Compra efetuada por terceira pessoa E-
mail fraudulento noticiando o recebimento do pagamento Envio do produto por correio
Responsabilidade objetiva do fornecedor, que se intitula a forma mais rápida e segura
de comprar pelo Mercado Livre Hipótese em que o prestador de serviços não verifica a
correção dos danos fornecidos pelos usuários e permite que, com o simples ato da
compra (independentemente do efetivo pagamento), o vendedor tenha acesso ao
endereço de correio eletrônico e telefone do adquirente, dando, com isso, margem à
ocorrência de fraudes Dever de indenizar reconhecido Danos materiais fixados em R$
1.600,00 Danos morais arbitrados em R$ 2.000,00 Sentença reformada para se julgar
parcialmente procedente o pedido inicial Recurso parcialmente provido”. (Apelação nº
9000749- 64.2011.8.26.0037, rel. Des. Spencer Almeida Ferreira, j. em 06/02/2013,
g.n.).

Quanto ao corréu Banco $[geral_informacao_generica], o Superior


Tribunal de Justiça já abriu a senda para responsabilização da instituição
financeira em razão de fraudes e delitos praticados por terceiros por meio de
operações bancárias. Eis, a esse respeito, a Súmula 470 da Corte:

“As instituições financeiras respondem objetivamente pelos danos gerados por


fortuito interno relativo a fraudes e delitos praticados por terceiros no âmbito de
operações bancárias.”

De fato, tratando-se de risco inerente à atividade, cabe ao banco agir para


coibir a fraude, por ela respondendo objetivamente.

O E. Tribunal de Justiça também se tem decidido de forma análoga em


casos similares:

AÇÃO INDENIZATÓRIA – Danos materiais – Transações não reconhecidas pela


correntista – Operações realizadas por meio de TED e confirmadas mesmo após
negativa de sua efetivação pela correntista quando indagada a esse respeito pelo setor
de prevenção de fraudes do banco – Responsabilidade objetiva da instituição
financeira, que diante da Teoria do risco profissional, deve responder por falha,
omissão ou mau funcionamento do serviço que oferece, não podendo transferir para o
consumidor o ônus de sua atividade – Danos materiais que devem ser ressarcidos à
autora – Sentença de procedência mantida – Recurso não provido, com majoração dos
honorários de sucumbência. (TJSP; Apelação Cível 1009858-05.2018.8.26.0100;
Relator (a): Paulo Pastore Filho; Órgão Julgador: 17ª Câmara de Direito Privado; Foro
Central Cível - 25ª Vara Cível; Data do Julgamento: 10/05/2012; Data de Registro:
07/11/2019)

AÇÃO DECLARATÓRIA C.C. REPARAÇÃO DE DANOS MATERIAIS E


MORAIS. Empréstimo e transferência de valores a terceiro via internet banking.
Ausência de demonstração da regularidade das operações financeiras impugnadas.
Fraude bancária. Responsabilidade civil objetiva. Dever de segurança não observado
pela instituição financeira (artigos 8º e 14 do CDC). Súmula nº 479 do C. STJ. Danos
materiais configurados. Devolução dos valores debitados da conta corrente do
Apelado. Negativação indevida e transtornos oriundos da fraude. Dano moral in re
ipsa. Quantum reparatório fixado em R$ 10.000,00. Razoabilidade no caso concreto.
Sentença mantida na íntegra, nos termos do art. 252 do RITJSP. Recurso não provido.
(TJSP; Apelação Cível 1083954-88.2018.8.26.0100; Relator (a): Tasso Duarte de
Melo; Órgão Julgador: 12ª Câmara de Direito Privado; Foro Central Cível - 14ª Vara
Cível; Data do Julgamento: 14/01/2013; Data de Registro: 30/03/2020)

Disso exsurge a responsabilidade dos fornecedores – no caso, os réus –


pelas fraudes a que sujeitaram o autor, ainda que não intencionalmente, e os
danos que lhe foram causados.

VI. DO RISCO-PROVEITO

Ainda, convém salientar que, tratando-se de negócio virtual, o risco é


inerente é atividade.

E se dela se enriquecem, os réus assumem os riscos que lhe são próprios.

Do contrário, ter-se-á grave prejuízo ao equilíbrio das relações comerciais


e de consumo, que são alicerce do próprio capitalismo.
O risco é elemento de qualquer atividade empreendedora. E o brocardo
do mercado financeiro é aqui igualmente válido: quanto maior o risco, maior o
retorno.

Se, portanto, o empresário exerce a atividade e dela se aproveita, tem-se


por assumidos todos os riscos que lhe são inerentes.

Por óbvio, imputar o risco ao consumidor implicaria no desequilíbrio


desse sistema e, mais do que isso, num atentado à defesa do consumidor, que é
princípio da ordem econômica (art. 170, V, da CF/88).

Considerando, portanto, que, num sistema de livre iniciativa, ninguém é


obrigado a empreender, a alocação dos riscos há de observar alocação das
vantagens da atividade – que são muito maiores ao empresário do que ao
consumidor, mesmo porque, a este, a contratação é uma necessidade vital e não
dispõe ele de poder de barganha (vulnerabilidade econômica) ou liberdade
(vulnerabilidade jurídica) para instituir meios que o blindem dos riscos do
negócio.

O empresário, por sua vez, goza de uma condição econômica, técnica e


juridicamente privilegiada na contratação e pode imputar o risco ao polo mais
fraco da relação.

Daí porque não ser justo, do ponto de vista da justiça distributiva, que
tenha o consumidor de arcar com riscos da atividade da qual é mero adquirente.
Do ponto de vista econômico, essa alocação de riscos é de todo ineficiente,
porque, não assumindo os riscos de fraude, não terá o empresário estímulos para
incrementar a segurança e qualidade de seus serviços. Isso, por força da seleção
adversa , terá impacto em todo o mercado da intermediação, fazendo com que
nele prevaleçam empresas cada vez mais “inseguras” e não confiáveis.
Nesse sentido, inclusive, já se posicionou o E. Tribunal de Justiça, como na
Apelação Cível n° 1000307-56.2014.8.26.0224, ocasião em que assentou que o
intermediário “assume o risco do negócio e tem o dever de garantir a segurança
do procedimento de compra realizado em seu sistema”.

VII. DOS DANOS

a) Dano material

O dano material emergente é deveras evidente.

Em razão da omissão dos fornecedores na proteção do consumidor e do


defeito do serviço que prestam, o autor foi vítima de estelionato, narrado no
tópico inaugural deste petitório.

O total do prejuízo econômico imediatamente aferível é de R$ 15.000,00.

E, por tudo que já se expôs nos tópicos anteriores, dúvida não há de que
devidamente configuradas a conduta e o nexo de causalidade.

Afinal, sem a omissão dos réus, o golpe não teria sido praticado; e, se o
fosse, não lograria êxito.

b) Dano moral

A legislação pátria, como é sabido, resguarda de diferentes formas os


direitos daqueles que são molestados em sua honra e incolumidade psicológica,
seja oralmente, seja por escrito.
Quanto à natureza do dano moral, bem ensina Maria Helena Diniz:

"Na reparação do dano moral, o juiz determina, por equidade, levando em conta as
circunstâncias de cada caso, o 'quantum' da indenização devida, que deverá
corresponder à lesão, e não ser equivalente, por ser impossível tal equivalência. A
reparação pecuniária do dano moral é um misto de pena e satisfação compensatória.
Não se pode negar sua função penal, constituindo uma sanção imposta ao ofensor; e
compensatória, sendo uma satisfação que atenue a ofensa causada, proporcionando
uma vantagem ao ofendido, que poderá, com a soma de dinheiro recebida, procurar
atender a necessidades materiais ou ideais que repute convenientes, diminuindo,
assim, seu sofrimento" ("A Responsabilidade Civil por Dano Moral", in Revista
Literária de Direito, ano II, n. 9, jan./fev. De 1996,p. 9).

No mesmo sentido, o insuperável Pontes de Miranda preleciona:

“Nos danos morais, a esfera ética da pessoa é que é ofendida; o dano não patrimonial
é oque, só atingindo o devedor como ser humano, não lhe atinge o patrimônio. [...] Se
há de reagir contra a ofensa à honra, à integridade física e moral, à reputação e à
tranquilidade psíquica. [...]A sensibilidade humana, sociopsicológica, não sofre
somente o ‘lucrumcessans’ e o‘damnumemergens’, em que prepondera o caráter
material, mensurável e suscetível de avaliação mais ou menos exata. No cômputo das
suas substâncias positivas, é dúplice a felicidade humana: bens materiail se bens
espirituais (tranquilidade, honra, consideração social, renome). Daí surgir o princípio
da reparabilidade do dano não patrimonial”(“Tratado de Direito Privado”, Borsói,
1972, T. LIII, §§ 5.509 e 5.510, eT.XXVI, §3.108).

Assim, tem-se por dano moral e psicológico não uma reposição


matemática de um desfalque patrimonial, mas apenas uma satisfação moral,
psicológica para a vítima, capaz de neutralizar ou “anestesiar” alguma parte do
sofrimento.
In casu, como já narrado, o autor que, não goza de situação econômica
opulenta, contratou o serviço do réu OLX para realizar o sonho de adquirir um
carro, no qual estava disposto a investir economias a duras penas mantidas.

Em razão da conduta dos réus, porém, acabou privado tanto do veículo,


que almejava adquirir, quanto da pecúnia economizada para compra-lo, o que
resulta num dissabor extremo, caracterizado pela ruptura da expectativa criada
em torno dos serviços prestados pelos réus e pelo rompimento com objetivos
mantidos ao longo de vários anos de trabalho e esforço.

Além disso, em razão da fraude, o autor se viu obrigado a dispender várias


horas e esforços em delegacias, em agências bancárias, na tentativa, em vão, de
reverter a fraude, o que por si só acarreta profunda agrura emocional.

Outro fator a se considerar é o tempo.

O E. Tribunal de Justiça já considerou o tempo como fator relevante à


configuração do dano moral:

APELAÇÃO AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E


MORAIS SENTENÇA DE PARCIAL PROCEDÊNCIA APELO DOAUTOR
BUSCANDO A CONDENAÇÃO DO RÉU AO PAGAMENTODE
INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS.Argumentos do autor que, em parte,
convencem Ocorrência de fraude - Responsabilidade objetiva do fornecedor, que se
intitula a forma maisrápida e segura de comprar pelo Mercado Livre - Pagamento
efetuado sementrega do produto - Dissabor extrapatrimonial relevante, que
comportaindenização Autor que buscou resolver a questão administrativamente,mas
não foi atendido Tempo perdido que jamais será restituído ao consumidor Indenização
por danos morais fixada em R$ 2.500,00 (doismil e quinhentos reais), considerando-
se a extensão dos danos, grau de culpa do ofensor e necessidade, ainda que indireta, de
que a indenizaçãotambém surta efeito pedagógico Verba ora fixada em importe inferior
ao pleiteado, mas que bem atende aos fins a que se destina.RECURSO PROVIDO
EM PARTE (Apelação Cível 1011422-44.2017.8.26.0006).
De fato, o tempo, que jamais será restituído ao consumidor, é elemento a
ser considerado na configuração do dano moral.

Afinal, um dos objetivos do microssistema protetivo é assegurar a


satisfação de suas demandas com agilidade.

No caso em apreço, o autor dispendeu incontáveis horas em contato com


golpistas, imprimiu documentos, pegou filas em lotéricas e lan houses, gastando
o tempo que podia ter empregado para auferir rendimentos em seu trabalho e do
qual foi privado porque acreditava na intermediação ofertada pelo réu OLX.

Tal tempo jamais lhe será restituído. Seu esforço também nunca o será.
Todo o desgaste físico e emocional na condução dos negócios fraudulentos é
impassível de recomposição.

Não bastasse, há que convir, ser vítima de um golpe (no caso, dezenas) é
evento que, por si só, gera transtornos e sofrimento psicológico, incutido,
sobretudo, pelo sentimento de ter sido ludibriado e de se sentir exposto a
criminosos.

Há, outrossim, um transtorno que decorre da própria violação da


privacidade do autor, com cessão de seus dados a golpistas. Afinal, pouco se sabe
acerca de suas intenções e de tudo o que podem fazer em poder dos dados
pessoais e bancários do requerente, o que lhe gera um temor permanente de
fraudes de outras naturezas com uso de seus dados.

Ainda, de se mencionar que a indenização por dano moral também tem


um escopo pedagógico, servindo à punição do infrator, num ideal de justiça
retributiva.
E nessa lógica a configuração dos danos extrapatrimoniais é ainda mais
evidente, afinal, se impunes, não terão os réus ou seus concorrentes qualquer
estímulo para aprimorarem suas plataformas, que vitimam os grupos mais
vulneráveis do país, a saber, desempregados, negativados e devedores, em geral.

Assim, a incúria dos réus é um fator que contribui para o aprofundamento


das crises que assolam esses grupos – e a sociedade, como um todo – razão por
que não pode ser agraciado com a complacência do Poder Público.

Sob outro ângulo, na medida em que forem compelidos a aprimorar suas


ferramentas, certo é que estarão, indiretamente, atuando contra a criminalidade
e defendendo os consumidores da ação desses malfeitores.

À vista do que se expôs, de rigor a condenação dos réus no pagamento de


indenização por danos morais à monta de R$ 10.000,00 (vinte mil reais).

VII. DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA

Por fim, declara-se o requerente pobre na acepção da Lei, não podendo


arcar com as custas e despesas do processo sem prejuízo do próprio sustento e
do de sua família, do que faz prova a inclusa foto da CTPS.

Como já narrado, o autor é motoboy e sobrevive do serviço, sem vínculo


empregatício, encontrando-se, atualmente, em situação de vulnerabilidade
econômica.

Destarte, requer-se, desde logo, os benefícios da gratuidade judiciária (art.


3° da Lei n° 1.060/50), à vista do implemento das condições prescritas para sua
concessão (art. 4° da Lei n° 1.060/50 e art. 98, caput e § 1°, § 5° do Código de
Processo Civil)
VIII. DOS PEDIDOS

Diante de todo o exposto, requer-se:

1. A concessão da gratuidade processual, nos termos dos artigos 3° e 4° da


Lei n° 1.060/50 e artigos 98 et seq, do Código de Processo Civil;

2. Seja deferida a tutela provisória, a fim de

a. determinar o sequestro de eventuais valores depositados na conta


corrente de n° CC:
$[geral_informacao_generica], Agência:$[geral_informacao_generica], Titular:
$[geral_informacao_generica], CPF: $[geral_informacao_generica], via sistema
Bacenjud;
b. oficiar o réu Banco $[geral_informacao_generica], para que forneça os
dados cadastrais da conta acima indicada, bem como suas movimentações;
c. oficiar o réu OLX, para que forneça os dados cadastrais, inclusive
registros de IP, da conta de “$[geral_informacao_generica]”, anunciante do
suposto veículo que serviu de instrumento para o golpe;
d. oficiar a operadora de telefonia Vivo (Telefônica Brasil SA), com sede
à$[geral_informacao_generica], para que forneça os dados cadastrais do n°
$[geral_informacao_generica].

3. O reconhecimento da relação de consumo, com a consequente a


aplicação do Código de Defesa do Consumidor e da inversão do ônus da prova,
à vista hipossuficiência do autor, ex vi do art. 6°, VIII, do Diploma

4. Após, a CITAÇÃO dos réus, para que, querendo, apresentem


Contestação dentro no prazo legal, sob pena de REVELIA, e, in fine,
confirmando a liminar concedida, sejam os pedidos julgados INTEGRALMENTE
PROCEDENTES,

a) condenando os réus no pagamento de indenização de danos materiais,


à monta de R$ 15.000,00, e de danos morais de R$ 10.000,00, acrescidos dos
encargos legais;
b) condenando os réus na obrigação de fazer de fornecer os dados
cadastrais, conforme esmiuçado no pedido liminar;

5. Requer-se a condenação dos requeridos às custas processuais,


honorários sucumbenciais e advocatícios a que eventualmente deu causa.

6. Requer e protesta provar o alegado por todos os meios de provas


permitidos pelo bom direito, notadamente depoimento pessoal dos requeridos,
SOB PENA DE CONFESSO, oitiva de testemunhas, cujo rol será apresentado
oportunamente, apresentação de documentos e tudo o mais, que, em direito
esclarecer possa, e necessário fizer-se.

7. Nos termos do artigo 334, § 5º do CPC/15, informam o requerente que


não possui interesse na autocomposição.

Dá-se a presente o valor de R$$[processo_valor_da_causa]

$[advogado_cidade], $[geral_data_extenso].

$[advogado_assinatura]

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