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$[parte_autor_nome_completo],$[parte_autor_nacio
nalidade], $[parte_autor_estado_civil],
$[parte_autor_profissao], portador do
$[parte_autor_rg] e inscrito no $[parte_autor_cpf],
residente e domiciliado na
$[parte_autor_endereco_completo], vem, mui
respeitosamente perante V. Exa. através dos
procuradores in fine assinados, propor a presente
AÇÃO INDENIZATÓRIA DE
DANOS MATERIAIS E MORAIS
COM PEDIDO DE TUTELA
PROVISÓRIA DE URGÊNCIA
em face de $[parte_reu_nome_completo],
$[parte_reu_nacionalidade],
$[parte_reu_estado_civil], $[parte_reu_profissao],
inscrito no $[parte_reu_cpf] e $[parte_reu_rg],
residente e domiciliado na
$[parte_reu_endereco_completo];$[parte_reu_razao_
social], pessoa jurídica de direito privado, inscrita no
$[parte_reu_cnpj], com sede na
$[parte_reu_endereco_completo];
e $[parte_reu_razao_social], pessoa jurídica de direito
privado, inscrita no $[parte_reu_cnpj], com sede na
$[parte_reu_endereco_completo],pelas razões de fato
e de direito doravante aduzidas:
I. DOS FATOS
Para sua surpresa, porém, quando se deslocou para pegar o veículo, foi
informado pelo proprietário de que, em verdade, este não havia recebido
qualquer pagamento, constatando ter sido vítima de uma fraude.
Por não divisar solução diversa, vem perante este D. Juízo reclamar o que
lhe compete.
DO DIREITO
“Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que
evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do
processo.”
A) DO SEQUESTRO
De início, faz-se forçoso o sequestro de eventuais quantias existentes na
conta bancária onde depositado o valor do negócio, a seguir qualificada:
Banco $[geral_informacao_generica]
Agência: $[geral_informacao_generica]
CC: $[geral_informacao_generica]
Titular: $[geral_informacao_generica]
CPF: $[geral_informacao_generica]
Por outro lado, considerando que a conta foi indicada pelo próprio
estelionatário e lá, comprovadamente, foi depositado o provento da fraude,
também nítido é que a constrição há de tê-la por objeto, a fim assegurar a
recuperação dos valores espoliados do autor.
Quanto à conta mantida na OLX, ressalta o autor que não tem mais acesso
ao anúncio, mas apenas à seguinte tela, referente ao chat aberto com o golpista:
$[geral_informacao_generica]
E, como cediço, não é outra a mens legis do art. 6, VIII, do CDC: garantir
a defesa dos direitos do consumidor, reequilibrando a relação processual por
meio da inversão do ônus da prova, se, no caso concreto, não tem condições de
produzir as provas deles constitutivas.
E o serviço prestado pelo réu Banco do Brasil, tanto quanto o do réu OLX,
estão indissociavelmente atrelados a riscos de fraude, em cuja consecução
recorrentemente são utilizadas tanto da plataforma deste último quanto as
ferramentas do primeiro.
Isso porque, tão logo se viu vítima da fraude, o autor dirigiu-se à agência
bancária, a fim de impedir a conclusão do pagamento, onde foi, por um gerente,
instruído a requerê-lo por atendimento telefônico.
Não há, portanto, exagero em cogitar que a omissão dos corréus OLX e
Banco $[parte_reu_razao_social], porque indispensável à produção do resultado,
dele é causa suficiente.
VI. DO RISCO-PROVEITO
Daí porque não ser justo, do ponto de vista da justiça distributiva, que
tenha o consumidor de arcar com riscos da atividade da qual é mero adquirente.
Do ponto de vista econômico, essa alocação de riscos é de todo ineficiente,
porque, não assumindo os riscos de fraude, não terá o empresário estímulos para
incrementar a segurança e qualidade de seus serviços. Isso, por força da seleção
adversa , terá impacto em todo o mercado da intermediação, fazendo com que
nele prevaleçam empresas cada vez mais “inseguras” e não confiáveis.
Nesse sentido, inclusive, já se posicionou o E. Tribunal de Justiça, como na
Apelação Cível n° 1000307-56.2014.8.26.0224, ocasião em que assentou que o
intermediário “assume o risco do negócio e tem o dever de garantir a segurança
do procedimento de compra realizado em seu sistema”.
a) Dano material
E, por tudo que já se expôs nos tópicos anteriores, dúvida não há de que
devidamente configuradas a conduta e o nexo de causalidade.
Afinal, sem a omissão dos réus, o golpe não teria sido praticado; e, se o
fosse, não lograria êxito.
b) Dano moral
"Na reparação do dano moral, o juiz determina, por equidade, levando em conta as
circunstâncias de cada caso, o 'quantum' da indenização devida, que deverá
corresponder à lesão, e não ser equivalente, por ser impossível tal equivalência. A
reparação pecuniária do dano moral é um misto de pena e satisfação compensatória.
Não se pode negar sua função penal, constituindo uma sanção imposta ao ofensor; e
compensatória, sendo uma satisfação que atenue a ofensa causada, proporcionando
uma vantagem ao ofendido, que poderá, com a soma de dinheiro recebida, procurar
atender a necessidades materiais ou ideais que repute convenientes, diminuindo,
assim, seu sofrimento" ("A Responsabilidade Civil por Dano Moral", in Revista
Literária de Direito, ano II, n. 9, jan./fev. De 1996,p. 9).
“Nos danos morais, a esfera ética da pessoa é que é ofendida; o dano não patrimonial
é oque, só atingindo o devedor como ser humano, não lhe atinge o patrimônio. [...] Se
há de reagir contra a ofensa à honra, à integridade física e moral, à reputação e à
tranquilidade psíquica. [...]A sensibilidade humana, sociopsicológica, não sofre
somente o ‘lucrumcessans’ e o‘damnumemergens’, em que prepondera o caráter
material, mensurável e suscetível de avaliação mais ou menos exata. No cômputo das
suas substâncias positivas, é dúplice a felicidade humana: bens materiail se bens
espirituais (tranquilidade, honra, consideração social, renome). Daí surgir o princípio
da reparabilidade do dano não patrimonial”(“Tratado de Direito Privado”, Borsói,
1972, T. LIII, §§ 5.509 e 5.510, eT.XXVI, §3.108).
Tal tempo jamais lhe será restituído. Seu esforço também nunca o será.
Todo o desgaste físico e emocional na condução dos negócios fraudulentos é
impassível de recomposição.
Não bastasse, há que convir, ser vítima de um golpe (no caso, dezenas) é
evento que, por si só, gera transtornos e sofrimento psicológico, incutido,
sobretudo, pelo sentimento de ter sido ludibriado e de se sentir exposto a
criminosos.
$[advogado_cidade], $[geral_data_extenso].
$[advogado_assinatura]