Você está na página 1de 10

ASSOCIAÇÃO DE ENSINO E CULTURA PIO DÉCIMO

FACULDADE PIO DÉCIMO


CURSO DE PSICOLOGIA

ERIC KALED CONCEIÇÃO SILVA


HUDSON MATOS MAUAD
IGOR
LIVYA IZABEL DE GÓIS
VANILSON
WILLIAM CRUZ DO NASCIMENTO

CENTROS DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL - CAPS

ARACAJU
2023
ERIC KALED CONCEIÇÃO SILVA
HUDSON MATOS MAUAD
IGOR
LIVYA IZABEL DE GÓIS
VANILSON
WILLIAM CRUZ DO NASCIMENTO

CENTROS DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL - CAPS

Projeto apresentado à disciplina Saúde Mental, do


quinto período do Curso de Psicologia da
Faculdade Pio Décimo, como requisito para
obtenção da nota parcial da avaliação
correspondente à segunda unidade, ministrada pela
Profa. Ma. Aline Andrade Rabelo.

ARACAJU
2023
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................3
2. REVISÃO TEÓRICA.......................................................................................................8
2.1 História da saúde pública no Brasil...............................................................................8

2.2 Políticas de atenção à (colocar a do seu grupo)...........................................................9

2.3 Atuação dos psicólogos no CAPS..................................................................................11

2.3.1 Síntese da entrevista com comentários........................................................................13

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS..........................................................................................15
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................................21
1 INTRODUÇÃO

2. REVISÃO TEÓRICA

2.1 História da saúde pública no Brasil.


x

2.2 Política de atenção à saúde mental

A história da saúde mental é perpassada por anos de luta socias e políticas


em que alguns acontecimentos marcaram épocas e fases importantes para que se
tornasse, de fato, um cuidado humanizado, com intervenções cientificas, mas
também comunitárias. Nesse aspecto, destaca-se a participação social, sobretudo
no Brasil, mas que inspirado em acontecimentos de nível mundial, que durante esse
processo conceitua saúde e como promovê-la.
No cenário mundial, destaca-se alguns marcos históricos da saúde que
posteriormente serviram de inspiração para o desenvolvimento acerca da saúde
mental, como a Declaração de Alma-Ata (1978), no Cazaquistão, onde afirma que “é
direito e dever dos povos participar individual e coletivamente no planejamento e na
execução de seus cuidados de saúde.” Vale lembrar que a declaração de Alma-Ata
é documento histórico e significativo para a saúde, e consequentemente para a
saúde mental. Nessa declaração a Organização Mundial da Saúde (OMS),
estabelece os princípios fundamentos no que se refere a promoção da saúde e dos
cuidados de saúde de maneira universal. Destaca-se alguns pontos, são eles: 1-
Cuidados Primários de Saúde: A declaração afirma que os cuidados primários
devem ser acessíveis a todos e culturalmente aceitos; 2- Equidade: Renda, raça,
gênero ou localização geográfica não poderia ser um problema para o acesso a
saúde; 3- Participação comunitária: A declaração ainda destaca a necessidade de
envolver a comunidade para que as pessoas tenham participação ativa nos cuidados
com a saúde; 4- Prevenção e Promoção da saúde: A educação em saúde aparece
como algo essencial para a prevenção de doenças, destaca também a necessidade
das vacinas para o a prevenção e promoção da saúde; 5- Ação Inter setorial: A
Declaração reconhece a necessidade de envolvimento em vários outros setores,
além do setor de saúde, como educação, agricultura, habitação, entre outros. Esses
pontos destacados da Declaração de Alma-Ata são temas que são até hoje levados
em consideração no que se refere ao cuidado com a saúde mental. Embora seja um
marco para a saúde, a declaração aborda questões ainda atuais e necessários à
saúde mental e a pratica da psicologia em seus diversos setores e ambientes.
Ainda no cenário mundial, há um outro marco da história da saúde que teve a
sua contribuição bastante significativa e relevante para a saúde mental que é a
Carta de Ottawa, datada de 1986, no Canadá, onde aconteceu a Primeira
Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde. A OMS define saúde como:
“um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência
de doença ou enfermidade”. Ou seja, é possível perceber uma visão mais holística
sobre saúde. Nessa Conferencia foi abordado determinantes sociais como aspectos
fundamentais e significativos para melhorar o bem-estar geral, a participação da
comunidade que na perspectiva da Reforma Psiquiátrica funciona como uma clínica
ampliada, que incluem na analise as relações de poder quer perpassam a vida
social. Tendo uma perspectiva mais ampla sobre saúde, a Carta de Ottwa é um
marco importante para a promoção de saúde, com fortes contribuições,
posteriormente para o desenvolvimento da área da saúde mental.
No Brasil e Reforma Psiquiátrica é um fato marcante para a saúde mental,
tendo em vista a dimensão sociocultural, propondo um novo lugar para a loucura na
sociedade. Destaca-se nesse contexto a Lei nº 10.216/2001, que estabelece direitos
e proteções das pessoas com transtornos mentais, dando autonomia, capacidade de
escolha com maior participação da sociedade e da família no processo de
tratamento dos transtornos mentais. Ainda nesse contexto é notável a atuação do
Movimento dos Trabalhadores da Saúde Mental (MTSM), nas décadas de 1970 e
1980, do Movimento da Luta Antimanicomial (MLA) a partir de 1993 que tiveram
bastante participação no processo que desencadearia a Reforma Psiquiátrica. Em
uma época que prevalecia uma mercantilização da loucura, a indignação e a
mobilização que agregava os trabalhadores da saúde mental, familiares, faz com
que aconteça o surgimento do MTSM, que em 1987 organiza seu II Congresso
Nacional que é elaborado o Manifesto de Bauru, onde é criado o Dia Nacional da
Luta Antimanicomial (18 de maio), com o objetivo de discutir com a sociedade a
exclusão de pessoas com doença mental.
O MLA é um outro movimento social fundamental no processo da Reforma
Psiquiátrica. Em 1993, o MLA organiza o I encontro Nacional da Luta
Antimanicomial, e conquista representação Intersetorial de Saúde Mental. Desde
então, o movimento organiza eventos que contribuirão para a organização de
associações de usuários e familiares de saúde mental em âmbito nacional.
Em 1989, o Deputado Delgado dá entrada no Congresso Nacional com o
Projeto de Lei 10.216, que durante doze anos de tramitação e debates no
Congresso, é sancionada somente em 2001, pelo então presidente Fernando
Henrique Cardoso. Essa lei trata da proteção e dos direitos das pessoas com
transtornos de saúde mental e da organização dos serviços de saúde mental no
Brasil. Defendendo a desinstitucionalização dos pacientes com transtorno mentais,
para reintegrá-los na sociedade e evitar internações duradouras. A lei destaca ainda
um tratamento mais humanizado, respeitando a dignidade, autonomia e sempre que
possível, a realização do tratamento em liberdade. Isso possibilita o fim da
internação involuntária (quando o paciente não concorda com o tratamento) e
compulsória (decidida por terceiros), ou, ao menos, restringe esse modo de
intervenção, estabelecendo critérios rigorosos para esse tipo de internação. É a Lei
da Reforma Psiquiátrica que cria e Rede de Atenção psicossocial (RAPS), que
engloba serviços como o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), residências
terapêuticas, leitos em hospitais gerais, entre outros. Essa lei ficou conhecida como
Lei da Reforma Psiquiátrica ou Lei Antimanicomial, é um avanço bastante
significativo referente aos direitos de pessoas com transtornos mentais.
O cenário nacional ganha contornos ainda mais definidos a partir da
aprovação da Lei 10.216 de 2001. A portaria GM nº 336 de 2022, estabelece um
cenário ainda mais detalhado quando ao CAPS, dividindo-o em modalidades. Dessa
forma, determinadas modalidades de CAPS se instalam em localidades com maior
número de habitantes ou que ofereçam serviços 24 horas. Essa portaria promove e
contribui para a organização do CAPS no Brasil.
Nesse cenário, até os dias atuais, algumas melhorias foram acontecendo,
como a Lei nº 10.708 de 2003, que é implementado o serviço de Residência
Terapêutica (SRTs), é criado o programa “De Volta para Casa”, oferecendo auxílio-
reabilitação psicossocial, para dar suporte para as pessoas que passaram por
longas internações; a Portaria GM nº 1.608/2004, que consolida o CAPS i (Centro de
Atenção Psicossocial Infanto-Juvenil), dando assistência à infância e adolescência; a
Portaria GM nº 3.088/2011, que define a Rede de Atenção Psicossocial sendo
constituída por vários setores da saúde, como SAMU, Unidade Básica de Saúde,
Enfermaria especializada em Hospital Geral, Upas 24 Horas, entres outros.
Todos esses passos foram avanços para a saúde mental no Brasil,
contribuindo de maneira direta ou indireta para maior autonomia da pessoa com
transtorno mental, sobre tudo, dando dignidade e uma maior autonomia,
possibilitando um tratamento mais humanizado, inserido na sua família e na
sociedade.

2.3 Atuação dos psicólogos no CAPS

2.3.1 Síntese da entrevista com comentários.

Roteiro de Entrevista com a Psicóloga Mônica Silva Silveira

Pergunta 01:

Mônica, de posse do conhecimento de que o antigo modelo antimanicomial, que se mostrou ineficaz,
abusivo e contribuiu para o encarceramento repleto de violência de milhares de usuários durante
décadas, sendo alvo de uma luta pela qual vários grupos e instituições levantaram a bandeira, a
exemplo do próprio Conselho Federal de Psicologia, na sua opinião quais foram as principais
conquistas na área de saúde mental com a implantação do atual modelo do qual o CAPS é um
importante equipamento na busca pela (re)inserção e pela autonomia do indivíduo cuidado na
sociedade?

Pergunta 02:

Você pode nos falar em linhas gerais sobre o passo a passo do trabalho do psicólogo no CAPS a partir
da chegada de um novo usuário, por favor?

Pergunta 03:

Como sabemos, no modelo atual de assistência psicossocial, a clínica ampliada e compartilhada


utilizada pelo Ministério da Saúde nas políticas de Atenção Básica e de Humanização, faz com que a
rede de profissionais dos CAPS compartilhe com a família, a sociedade, a igreja, e outros grupos
presentes na vida do sujeito cuidado, o dever de participar ativamente na construção de uma rede de
cuidados para que o projeto terapêutico “fora das grades” tenha êxito. Assim, conte-nos como se dá
o controle e a mensuração do trabalho exercido pelos psicólogos que atuam no CAPS nessa
perspectiva de cuidados com o indivíduo livre, respeitado como cidadão, e, mais importante, em
trânsito por diversos ambientes sociais?

Pergunta 04:

Mônica, ainda sobre a perspectiva de rede horizontalizada e conjunta de cuidados com o indivíduo
assistido pelo CAPS, na qual a família exerce ou deveria exercer papel preponderante, quais as
atitudes adotadas pelos profissionais da equipe interdisciplinar que atua no CAPS quando, não
raramente, a família não possui condições humanas e/ou estruturais, ou mesmo não aceita a
responsabilidade de cuidar do indivíduo?

Pergunta 05:

Mônica, conte-nos, por favor, quais os transtornos mais frequentes no CAPS no qual você atua e
como é a relação dos pacientes esquizofrênicos ou psicopatas graves com a equipe de profissionais
da qual você faz parte? Você já enfrentou alguma situação de violência por parte de algum paciente
ou mesmo sentiu medo?
Pergunta 06:

De acordo com o que sabemos, é de fundamental importância que os CAPS acolham os indivíduos
em crise, levando em consideração tanto a organização dos dispositivos de atendimento existentes
em determinado território assim como o momento histórico particular. É com base nessas duas
dimensões que os problemas emocionais, psicológicos, relacionais e sociais, enfim, os
acontecimentos da vida, podem ser considerados uma crise. Nesse contexto, descreva quais as
principais dificuldades enfrentadas pelos psicólogos e demais profissionais da rede de cuidados
psicossociais, no que tange estarmos falando de cuidados com a saúde mental no cenário de um
equipamento do SUS?

Pergunta 07:

Mônica, nos quesitos “valorização profissional”, bem como, “cuidados com a saúde mental dos
profissionais” por parte do SUS, qual a realidade vivida atualmente pela equipe do CAPS, por
exemplo?

Pergunta 08:

Como você se sente enquanto psicóloga do CAPS frente às atuais políticas públicas no âmbito da
saúde mental? Qual o conselho que você daria para os estudantes do curso de psicologia que
desejam atuar nas instituições públicas da rede de cuidados psicossociais, como o CAPS, por
exemplo?

Pergunta 09:

Mônica, a sociedade brasileira é caracterizada por questões como precariedade ou falta de moradia,
altos níveis de desemprego e consequentemente vulnerabilidade das famílias. Tais questões
expressam as necessidades dos usuários e são levadas às equipes do CAPS. Diante desse quadro,
quais as condutas do psicólogo do CAPS nas instâncias de acolhimento e escuta, ao se deparar com
uma situação de extrema vulnerabilidade? Qual o seu sentimento em uma situação como essa?

MUITO OBRIGADO PELA SUA DISPONIBILIDADE E ATENÇÃO NOS CONCEDENDO ESSA ENTREVISTA!

MUITO OBRIGADO!!!

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

x
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CONFERÊNCIA INTERNACIONAL SOBRE CUIDADOS PRIMÁRIOS DE SAÚDE, 1978, Alma-Ata.


Declaração de Alma-Ata. In: BRASIL. Ministério da Saúde.
Dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o
modelo assistencial em saúde mental. Planalto, Brasília, 6 de abril de 2001. Disponível em
<https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10216.htm>. Acesso em: 28 nov. 2023.

Você também pode gostar