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FACULDADE DO LITORAL PARANAENSE – ISEPE GUARATUBA

A PSICOPATIA À LUZ DA LEI DE EXECUÇÃO PENAL BRASILEIRA

DAIANE CABRERA

GUARATUBA
2021
DAIANE CABRERA

A PSICOPATIA À LUZ DA LEI DE EXECUÇÃO PENAL BRASILEIRA

Projeto de Pesquisa apresentado como


atividade final e requisito parcial para
obtenção da aprovação nas disciplinas TCC
I e seminários de Dissertação.

Orientador: Professor Msc. Luciano Raiter

GUARATUBA
2021
1. TEMA

A psicopatia à luz da lei de execução penal brasileira.

2. TÍTULO

A psicopatia à luz da lei de execução penal brasileira.

3. PROBLEMA DE PESQUISA

Qual é a necessidade da realização de exame criminológico para progressão de


regime e livramento condicional, em crimes que envolvam transtorno de personalidade
psicopata no âmbito da lei de execução penal?

4. OBJETIVOS

4.1 OBJETIVO GERAL

Delimitar as hipóteses em que o juiz da execução penal poderá deferir a realização


do exame criminológico para condenados com transtorno de personalidade, para fins de
progressão de regime e Livramento condicional.

4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

1) Investigar o conceito de psicopatia e suas principais características.


2) Definir o conceito de culpabilidade.
3) Analisar se os condenados com o transtorno de psicopatia podem ser submetidos
ao exame criminológico para fins de progressão de regime e livramento condicional.
5. JUSTIFICATIVA

Verifica-se que devido ao advento da lei nº 10.792/2003 que fez com que o exame
criminológico que antes era obrigatório passasse a ser facultativo tem dificultado a
identificação de presos com transtorno de personalidade psicopata, fazendo com que presos
que não estão preparados para voltar a conviver em sociedade sejam soltos e voltem a
reincidir, devido ao fato de que com a nova lei seja necessário apenas o preso ostentar bom
comportamento comprovado pelo diretor do estabelecimento para fins de progressão de
regime e livramento condicional.
Diante desta introdução, a função deste projeto será demonstrar a imprudência da
concessão de liberdade sem a realização do exame criminológico para os presos que possuem
transtorno de psicopatia.
O público alvo deste artigo serão os estudantes de Direito, os pesquisadores em geral,
operadores do Direito em todas as esferas, em especial o legislativo que irá criar e/ou alterar
as leis para atender melhor a sociedade e os próprios indivíduos com o transtorno mencionado,
o judiciário que irá aplicar as leis no caso em concreto, e demais interessados.
A metodologia utilizada será de pesquisas em livros, artigos científicos, trabalhos
acadêmicos, jurisprudências, doutrinas, súmula vinculante nº 26 do STF, leis, em especial a
lei de execução penal.

6. REFERENCIAL TEÓRICO

Ao longo dos anos o termo "psicopatia" vem sofrendo diversas influências, pois
trata-se de um tema bastante complexo. Um importante médico Francês chamado Philippe
Pinel foi responsável por defender a cura da loucura por meio do chamado "tratamento
moral", que consistia em uma ampla pedagogia normalizadora com horários e rotina
rigidamente estabelecidos, medicamentos receitados somente pelo médico e atividades de
trabalho e lazer, também foi responsável por solicitar autorização à Assembléia Nacional
para retirar as correntes dos pacientes, tratamento usual para os doentes mentais
(CCMS,2021).
É comum vincular indivíduos com psicopatia a brutalidade, crueldade e barbaridade.
Porém é importante salientar que nem todos os indivíduos que possuem o transtorno de
psicopatia cometem crimes, e nem todo criminoso é psicopata. O senso comum nos leva a
crer que esses indivíduos não possuem emoções, sendo essas afirmações inverídicas, visto
serem capazes de sentir o mais intenso dos sentimentos, apenas não possuem a capacidade
de sentir remorso e empatia.
Para a Organização Mundial da saúde (OMS), a terminologia correta para a
psicopatia é Transtorno de Personalidade Dissocial, conforme classificado na Estatística
Internacional de Doenças e problemas relacionadas á saúde (CID) sob o código F60.2.
Salienta-se que a Psicopatia não é uma doença mental, pois os indivíduos que o possuem não
padecem de delírios, tampouco sofrimento mental assim como os indivíduos depressivos ou
ansiosos (PARMANHANI, 2020).
Apesar dos vários estudos referente ao tema, ainda nos tempos atuais não é possível
descobrir com exatidão o que leva uma pessoa a desenvolver o TPD, porém, existem fatores
que influenciam na desenvolução dessa condição, tais como; genética, crianças que sofrem
abusos sexuais, indivíduos que convivem com pessoas alcoólatras ou violentos.
Algumas características dos indivíduos que possuem o transtorno de psicopatia, são a
incapacidade de seguir normas sociais, impulsividade, agressividade, enganar as pessoas
para obter vantagens pessoais, inexistência da capacidade de sentir remorso/culpa e
incapacidade de sentir empatia.
Uma característica bastante gritante nesses pacientes é o descaso. São capazes de
mentir, enganar e explorar para conseguir atingir seus objetivos. Não dão importância as
normas e leis impostas a eles. Os psicopatas são pessoas que sabem distinguir o moral do
imoral, o ilegal do legal e o aceitável do inaceitável, apenas não consegue agir de acordo
com padrão imposto pela sociedade, e neste caso não é um ponto positivo, levando em
consideração que essa linha entre o certo e o errado é imprescindível para conviver em
harmonia. Sendo assim, ajudá-los não é algo possível.
Salter (2009, p.115), enquanto os agressores sexuais, mesmo os mais violentos, têm
medo de serem pegos e usam a enganação de maneira pragmática como meio de manter a
liberdade, os psicopatas, agressores sem consciência, enganam as pessoas por diversão. A
enganação não é subproduto de atividades atípicas para os psicopatas; frequentemente ela é o
evento principal.
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BIOGRAFIAS: Philippe Pinel. Centro Cultural do Ministério da Saúde, 2021. Disponível


em: http://www.ccms.saude.gov.br/hospicio/text/bio-pinel.php. Acesso em: 28 abr. 2021.

PARMANHANI, André. A psicopatia no Direito Penal. Canal Ciência Criminais, 2020.


Disponível em: https://canalcienciascriminais.com.br/a-psicopatia-no-direito-penal/. Acesso
em: 26 abr. 2021.

SALTER, Anna C. Predadores: Pedófilos, Estupradores e outros agressores sexuais. São


Paulo: M. Books do Brasil, 2009.

SKODOL, Andrew. Transtorno de Personalidade antissocial (TPAS). Manual MSD, 2018.


Disponível em: https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/transtornos-
psiqui%C3%A1tricos/transtornos-de-personalidade/transtorno-de-personalidade-antissocial-
tpas. Acesso em: 28 abr. 2021.

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