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Curso de Operador de

Caldeira e vasos de
pressão
Engenheiro Mecânico Fernando Kleine
CREA-SC 156606-0
Pra que serve esse curso?

 O curso de operado de caldeiras tem com finalidade qualificar o operador de


caldeira a operar de forma correta e segura o equipamento.
 De acordo com a NR-13 CALDEIRAS, VASOS DE PRESSÃO, TUBULAÇÕES E
TANQUES METÁLICOS DE ARMAZENAMENTO, constitui risco grava e iminente a
operação de caldeira por trabalhador que não atenda ao requisitos
estabelecidos no Anexo I da NR, ou que não esteja sob supervisão,
acompanhamento ou assistência específica de operador qualificado
O que pode acontecer se o operador não
for qualificado?
 Caldeiras são equipamentos de pequeno a grande porte que operam com
fluido (geralmente água) com alta pressão e alta temperatura, sendo que em
caso de acidentes, os danos podem ser catastróficos. A maioria dos acidentes
que acontecem com caldeiras são de causas operacionais, onde o operador de
forma imprudente ou negligente expões em risco a própria vida e a das
demais pessoas ao entorno.
 Por isso a importância da qualificação do operador, para que a operação seja
realizada de forma segura, e que em caso de qualquer emergência, tenha a
clareza de tomar as decisões adequadas afim de proteger o equipamento e a
vida das pessoas que trabalham ao entorno.
Caldeiras, o que são?
 Caldeiras são equipamentos destinados a produzir a acumular vapor em
pressões acima da pressão atmosférica.
Tá, mas o que é pressão?

 Pressão é a força que o objeto está sofrendo dividida pela sua área. Ficou claro?

Não?

P=F/A

 Em um ambiente fechado, a pressão é igual em todos os pontos.


Pressão (p).

 No sistema internacional (SI), pressão é equivalente a força de 1 Newton em uma


área de 1 metro quadrado. A essa grandeza se da o nome de Pascal. Porém é
comum utilizar outras unidade de medida de pressão, como por exemplo: bar,
Kgf/cm², lbs/pol² entre outras.
 Pressão Atmosférica: Como o próprio nome já diz, e a pressão que a atmosfera
exerce sobre tudo que está na terra. Essa pressão equivale a 1 atm e representa
101.325 Pa ou 1,01325 bar (a nível do mar).
 Pressão manométrica: É a pressão de trabalho, ou seja a pressão medida pelo
manômetro, e essa pode ser variável de acordo com processo a qual se deseja
utilizar. Essa pressão não leva em conta a pressão atmosférica para sua leitura no
instrumento de medição.
 Pressão Absoluta: Que nada mais é do que a soma da pressão manométrica com a
pressão absoluta,
Tabela de Pressão
E por que isso é importante para
Caldeiras?
 Alguém sabe por que a caldeira trabalha aquecendo água até virar vapor?
 O princípio de funcionamento da caldeira é basicamente utilizar a energia
recebida e transferir para a água até chegar ao ponto de vapor.
 Ok, mas se a água evapora a pressão atmosférica, por que eu preciso
pressurizar a caldeira? Não seria mais fácil operar com ela sem pressão?
 Simples, propriedades físicas do vapor, e pelo volume que esse vapor
utilizaria.
Tabela de Pressão
 Quanto menor a pressão utilizada, maior o volume que o vapor irá utilizar.
Isso por que a pressão é a força que está sendo exercido sobre o vapor.
Quanto mais pressão o sistema ter, menos espaço a mesma quantidade vapor
irá utilizar. É como se fosse comprimir o vapor

 100 kg de vapor a
pressão atmosférica
utilizam 172m³
 100 kg de vapor a 10
bar utiliza 18 m³
Pressão
 Além do fato de ter um volume específico menor, a pressão do vapor
altera suas características físicas. A pressão está diretamente ligada a
temperatura do vapor, quanto maior a pressão, maior é a temperatura de
saturação, ou seja , maior é a temperatura que a água precisa chegar
para se transformar em vapor. Por exemplo, se a caldeira operar com
10bar, a água precisa chegar a temperatura de 180°C para se transformar
em vapor.

 O vapor é muito utilizado nas indústrias devido a sua facilidade de


aquisição, e a sua grande capacidade de transferir energia. 1 kg de água a
pressão de 10 bar em estado líquido consegue armazenar em torno de 180
kcal, enquanto esse mesmo 1 kg de água em estado de vapor nos mesmos
10 bar, conseguem armazenar mais de 660 kcal.
Voltando para as caldeiras...

 Hoje no mercado existem vários modelos e tamanhos de caldeiras, mas


podemos classificar em 3 principais modelos.

 Flamutubulares
 Aquatubulares
 Mistas
Caldeira Flamutubular.
 Essas caldeiras são geralmente de pequeno porte, também são conhecidas
com fumutubular. Elas são utilizadas geralmente para capacidades de até
1000 kg/h e pressão de até 10bar.
 Consistem em realizar a transferência da energia com a passagem dos gases
de combustão por dentro dos tubos, e a água por fora.
Caldeira Flamutubular.
Caldeira Aquatubular
 Ao contrario da Flamo, na caldeira aquatubular quem passa por dentro dos
tubos é a água, e o gás por fora.
 Amplamente utilizada em plantas onde há a necessidade de uma grande
quantidade de vapor e altas pressões de operação, onde não viabiliza a
instalação dos outros modelos, geralmente encontrada para capacidades
acima de 30.000 kg/h e pressões acima de 20 bar.
Caldeira Mista
 As caldeiras mais comuns encontradas nas diversas industrias, consiste em
mesclas a característica das anteriores, em que a fornalha é de construção
aquatubolar, e o corpo gerador de vapor é flamotubular.
 Os modelos mais comuns vão de 1000 kg/h até 40.000 kg/h com pressões
médias de até 30 bar.
Tipos de Vapor

 Existe dois tipos de vapor, o Vapor Saturado e o Vapor Superaquecido.


 Vapor saturado é gerado quando a água encontra o seu ponto de ebulição de
acordo com a pressão a qual está submetida. É utilizado para realizar a
transferência de energia de um meio para outro, como por exemplo em
trocadores de calor.
 Aplicações do vapor saturado:
 Trocadores de calor para secagem de grãos;
 Cozimento de toras para processo de laminação;
 Esterilização industrial, entre outros
Tipos de Vapor

 Já o vapor Superaquecido é o vapor Saturado que passa por um processo de


aquecimento dentro da caldeira, onde recebe uma quantidade a mais de
energia para ter a sua temperatura elevada. E isso possibilita a utilização em
processos onde o vapor é responsável pela movimentação mecânica de um
equipamento.
 A aplicação mais conhecida para o vapor Superaquecido é na geração de
energia, onde esse vapor movimenta a turbina.
 O vapor saturado não pode ser utilizado nessa aplicação pelo fato de que o
impacto das gotículas de água presentes poderiam danificar os seus
componentes
Chega de Enrolação, vamos pro que
interessa...
 Caldeiras são um conjunto de equipamento que interligados formam uma
estação geradora de vapor.
 Os principais componentes das caldeiras são:
 Corpo
 Fornalha
 Recuperadores de calor
 Grelha
 Dutos
 Exaustão
 Sistema de alimentação de água
Caldeira Vertical
Válvula de Segurança

Garrafa de Nível

Injetor Manual

Porta de Alimentação de lenha


Motobomba de alimentação

Cinzeiro
Caldeira Vertical
Fornalha
 Fornalha é uma câmara de combustão, onde ocorre as reações químicas entre
o combustível e o comburente. Pode ter diversas formas e tamanhos
dependendo da característica da caldeira e do combustível a ser utilizado. O
correto dimensionamento e a manutenção em dia irão garantir a eficiência da
queima e da produção de vapor de acordo com o que é esperado.
Fornalha
 É dever do operador executar a limpeza constante da fornalha e a verificação
do estado de conservação da mesma, pois se trata de uma parte vital do
equipamento
Corpo Gerador de vapor
 O Corpo do gerador de vapor é a parte da caldeira onde se localizam os tubos
de troca de calor. É nessa parte da caldeira também em que fica acumulado o
vapor produzido. Os gases gerados na fornalha, passam por dentro desses
tubos e em contato com a água transferem o calor e formam o vapor.
Curiosidade
 Como calcular a quantidade de lenha que a caldeira consome?

Como vimos anteriormente a utilização do vapor de da pela capacidade de


armazenar energia. E é através dessa informação que se inicia o
dimensionamento da caldeira, inclusive do consumo de lenha.
Vamos pegar como exemplo uma caldeira que produz 1000 kg de vapor por hora,
a uma pressão de 10bar.
Sabemos que a energia que o vapor tem nessa condição é de 669 kcal/kg de
vapor.
Curiosidade
Então multiplicamos a quantidade de vapor produzida pela energia de 1kg de
vapor.
Energia total = 1000kg de vapor x 664 kcal/kg = 664.000 kcal
Se utilizarmos como fonte de combustível a lenha, a quantidade de energia que
cada kg de lenha seca fornece é em torno de 2800kcal.
Então ao pegarmos a energia do vapor e dividir pela energia que a lenha fornece,
temos a quantidade de combustível que a caldeira irá consumir.
Quantidade de lenha = 664.000/2800 = 237 kg de combustível.
Considerando que as caldeiras tem em média 85% de eficiência, o total de lenha
que será necessário para a produção de 1000 kg de vapor é de:
237kg /0,85 = 279 kg de combustível.
Válvula de Segurança

 Válvulas de segurança são dispositivos de proteção para impedir que a pressão


ultrapasse a pressão máxima admissível a qual o equipamento foi projetado
(PMTA).
Válvula de Segurança
 Em condições normais de operação, a pressão exercida pelo fluido sobre o
disco, é menor do que a força da mola atuando no mesmo, estando o disco
pressionado sobre o bocal e mantendo a válvula fechada. A partir do
momento que a pressão interna seja maior que a pressão a qual a mola foi
calibrada, a mesma retrai e da passagem para que o fluido seja liberado,
fazendo então a despressurização do equipamento.
Válvula de Segurança
 Existe diferentes classificações para as pressões envolvidas no funcionamento
das válvulas de segurança, que são:

 Pressão de Projeto: É a pressão para qual a válvula deve ser projetada a fim
de atender as condições de pressão e temperatura mais severas, previstas em
operação normal;
 Pressão de operação: é a pressão a qual o sistema irá operar;
 Pressão máxima de trabalho admissível (PMTA): É a pressão máxima que o
equipamento pode operar pela norma de projeto, levando em consideração a
resistência dos materiais que forma utilizados na construção da caldeira;
 Pressão de Abertura: é a pressão na qual a válvula de segurança abre.
Sistema de alimentação de água

 O sistema de alimentação de água em uma caldeira é composto por


dispositivos de alimentação e de controle de nível.
 A alimentação geralmente é realizada através de motobombas, que recebem
água de um tanque específico da caldeira e inserem no interior da caldeira.
 Essa alimentação pode ser realizada de forma On/Off (Liga/desliga) ou de
forma proporcional, através de válvula modulante.
Sistema On/Off
 No sistema On/off, a motobomba é controlada através dos eletrodos que
ficam dentro da garrafa de nível. Quando o nível da água fecha contato o
eletrodo de nível baixo, esse eletrodo manda um sinal para que a bomba seja
ligada. A bomba fica ligada até que o nível atinja o eletrodo de nível máximo,
onde esse ao fechar o contato, manda um sinal para que a motobomba seja
desligada, voltando a ligar somente quando o eletrodo de nível mínimo
acionar. E repete esse ciclo durante toda a operação
Sistema modulante
 Já no sistema de controle de nível modulante, a bomba fica o tempo todo
ligado, e o que faz o controle do nível é uma válvula, que ao ler o nível da
água na caldeira, manda um sinal para abrir ou fechar a válvula.
 A leitura do nível é realizada através da medição de pressão interna da
caldeira.
 Esse sistema garante uma maior estabilidade na geração de vapor, pois evita
que entre grande quantidade de água fria em uma única vez dentro da
caldeira.
Garrafa de nível
 A garrafa de nível é o componente onde é possível fazer a leitura do nível de
água que tem no interior da caldeira. É nela também onde estão inseridos os
eletrodos que como visto, fazem o controle da caldeira.
Injetor Manual
 Toda caldeira deve possuir um sistema alternativo para alimentação de água
em caso de falha do sistema principal. Os mais comuns são motobombas a
combustão e injetores manuais, que utilizam o próprio vapor para fazer o
transporte da água para dentro da caldeira.
 O vapor ao passar pela válvula de regulagem cria uma pressão negativa na
entrada de água (vácuo) e “puxa” a água para dentro da caldeira
Pré Aquecedor de Ar
 Esse componente da caldeira é responsável por utilizar a energia residual da
combustão, para fazer o aquecimento do ar a ser utilizado como ar de
combustão. Com isso é possível realizar a queima de combustível com um
percentual de umidade maior, aumentando assim a eficiência da caldeira.
Economizador de água
 Busca utilizar uma parcela da energia contida nos gases da combustão, e
aquecer a água antes de ser inserida na caldeira, com isso a quantidade de
combustível necessário para a que essa água se transforme em vapor é
menor.
 Esse sistema pode também ser utilizado para gerar uma quantidade a mais
de vapor para a mesma caldeira, sendo que se bem dimensionado, pode
chegar a ter um aumento de até 10% na produção.
Filtro Ciclones
 Trata-se de um conjunto composto por uma determinada quantidade de
elementos filtrantes, que recebem os gases vindo da caldeira e fazem a
separação mecânica das partículas presentes nos gases, através do
movimento centrífugo, onde as partículas com maior peso são lançadas para a
extremidade do elemento e são separadas dos gases.
Sistema de Exaustão
 As caldeiras podem contemplar sistemas de exaustão por tiragem natural, ou
por tiragem forçada (Ventiladores)
 Na tiragem natural os gases são extraídos pela sução causada pela chaminé,
como é o caso das chaminés residenciais. Esse modelo de exaustão é
geralmente utilizado em caldeiras de pequeno porte.
 Já a exaustão forçada, é realizada através de um exaustor que succiona os
gases e os direcionam para fora da caldeira.
Critérios para operação de caldeiras

Na operação de qualquer caldeira devem ser seguidos os seguintes critérios:


 Regulagem e controle
 Regulagem da temperatura
 Regulagem da pressão
 Regulagem de fornecimento de energia
 Regulagem do nível da água
 Falhas de Operação, causas e providencias
 Roteiro de vistorias diárias
 Procedimentos em situação de emergência
Regulagem e Controle

 A partida é a terminologia atribuída ao início da operação da caldeira.


 Enchimento: procedimento de aplicação de água no tubulão da caldeira, e
deve seguir os seguintes passos:
 Fechar a válvula principal de vapor;
 Fechar as válvulas de descarga de fundos;
 Abrir a válvula de escape de ar;
 Abrir lentamente a válvula de água para não sobrecarregar a bomba;
 Encher a caldeira até o nível de indicado (verificar se não há aparecimento de
vazamentos).
Regulagem e Controle
 Antes de partir a caldeira deve ser realizada uma inspeção inicial e verificado os seguintes itens:
 Verificar se há água no reservatório;
 Testar o funcionamento da bomba;
 Verificar se o nível da água no corpo está correta;
 Verificar se as válvulas de segurança estão destravadas;
 Válvula principal de vapor fechada;
 Válvula de escape de ar aberta;
 Válvula de descarga de fundos fechadas;
 Portas de inspeção fechadas;
 Verificar a pressão da água de alimentação;
 Verificar se a linha de vapor está normal;
 Verificar se os ventiladores giram facilmente (quando existirem)
Aquecimento

 Depois de realizar a inspeção inicial, pode ser iniciado o aquecimento da


caldeira, seguindo os procedimentos indicados:
 Fazer o acendimento do combustível e manter um fogo brando;
 Deixar os instrumentos de controle em modo manual;
 Diminuir o nível da água em 30mm abaixo do nível normal;
 Ligar o ventilador com o registro de ar quase fechado (quando existir);
 O fogo lento deve ser mantido até notar o escape de vapor pela válvula de
ecape;
Aumento da pressão

 A pressão deverá ser aumentada de forma gradativa, de acordo com as


informações do fabricante do equipamento;
 Purgar a coluna de nível do indicadores durante 15 segundos;
 Abrir a válvula de água, mantendo no nível normal;
 Verificar o manômetro;
Operação e colocação em
funcionamento
 Abrir as purgas da linha de vapor (Quando existir);
 Abrir lentamente a válvula de vapor;
 Fechar a válvula de escape de ar;
 Abrir a alimentação de combustível (quando o sistema for automático)
 Abrir o Exaustor;
 Abrir o ventilador de ar de combustão, ou os suspiros em caso de caldeiras
manuais;
 Manter o nível da água normal;
Operação e colocação em
funcionamento
 O tempo para levar uma caldeira até a temperatura e pressão de operação
depende do tamanho da mesma, sendo que em caldeiras de pequeno porte e
baixa pressão, poderão ser postas em trabalho dentro de uma ou duas horas.
Já nas grandes unidades com vários componentes de esse tempo é maior e
deverá respeitar as indicações dos fabricantes.
Parada da caldeira

 A parada da caldeira deve ocorrer da seguinte forma:


 Fechamento da alimentação de combustível;
 Abrir a válvula de escape de ar;
 Fechar a válvula principal de vapor;
 Parar o ventilador, ou fechar as portas de entrada de ar;
 Parar o exaustor, ou bloquear o damper do duto de saída;
 Manter o nível no centro do visor (manualmente);
 Deixar a caldeira esfriar lentamente;
Defeitos na operação de caldeiras
 Quando é percebido corrosão na parte interna dos tubos (caldeiras
flamutubulares) o principal motivo é o acumulo de cinzas, que em longos
períodos de parada, podem umedecer tornando a cinza ácida, agredindo os
tubos. É muito importante que o operador mantenha os tubos sempre limpos
para evitar esse tipo de problemas.
 Já quando a corrosão é observada na parte externa dos tubos, o principal
motivo é com relação ao tratamento ineficiente da água da caldeira. Sendo
que essa deve respeitar os limites estabelecidos pelo fabricante do
equipamento
Defeitos na operação de caldeiras
 Flutuação do nível alto é causado aumento repentino no consumo de vapor,
pelo aquecimento muito rápido da caldeira, ou problemas de espuma na
água. Essa espuma é resultado pela contaminação da água e elevada
alcalinidade.

 Já a flutuação do nível baixo é causada também pela presença de espuma,


pela queda repentina de fluxo de vapor que geralmente é atrelado ao grande
consumo de vapor, oscilação da pressão da bomba, pelo excesso de vazão de
água e também por descargas de fundos na caldeira.
Situações de emergência

 Rompimento de Tubos: Assim que percebido o rompimento de um tubo de qualquer


parte da caldeira, deverá ser seguida as orientação abaixo:
 Cortar o combustível;
 Apagar o fogo;
 Manter o nível de água normal;
 Fechar os exaustores, portas de entrada de ar;
 Fechar a válvula de vapor principal;
 Esfriar a caldeira lentamente

Se a caldeira estiver trabalhando com a alimentação de água em automático, deverá


ser passado para manual, para melhor controle no nível e pressão.
Situações de emergência

 Válvula de segurança com vibração:


Isso pode ocorrer pela má calibração das válvulas, por erro de montagem na
instalação, arraste de água no vapor ou por desalinhamento.

 Válvula de segurança abrindo constantemente:


Ocorre principalmente por ter um baixo consumo de vapor e uma alta carga
térmica na caldeira. Deve ser controlada a quantidade de combustível para
evitar essas situaçãoes.
Situações de emergência
 Problemas com alimentação de água: Operar a válvula do by-pass para
manter o nível da água nos visores. Caso ocorra falta de energia deverá ser
mantido o nível através do injetor manual. Lembrando que o injetor deverá
ser utilizado apenas para situações de emergências, possibilitando uma
parada segura da caldeira. Em hipótese alguma a caldeira poderá operar
com injetor como sendo um sistema de alimentação de água principal

 Explosão de Fornalha: Isso ocorre quando tem falta de ar de combustão e


uma acúmulo de gases combustível na fornalha. A ignição produz uma
combustão momentânea e pressão na fornalha. Quando é utilizado
combustível sólido é mais difícil ocorrer danos, diferente de quando se
trabalha com gases ou óleos
Situações de emergência
 Rompimento do visor de nível: fechar as válvula
do visor e providenciar a troca do visor.
 Bloqueio de registro de ar de tiragem: caso
ocorra o impedimento mecânico na operação,
ou problemas com os ventiladores que impeçam
a operação normal da caldeira, a mesma deverá
ser parada para realizar a manutenção.
Situações de emergência
 Nível baixo de água:
 Deve-se fechar a alimentação de ar, combustível, e fechar os registros e portas de
limpezas da fornalha para apagar o fogo completamente;
 Simultaneamente o fluxo de água deve ser reduzida, nunca aumentado e manualmente
regulado;
 Na falta de água, apagar a caldeira e fechar a linha de água e vapor. Essa operação evita
choques térmicos e súbito aumento de pressão, o que pode ocasionar explosão;
 Após essas operações esfria-se a fornalha, passando um grande fluxo de ar pela
aberturas;
 Todas as válvula de saída de vapor devem permanecer fechadas enquanto o regime de
operação não chegar a zero;
 Diminuir a pressão de vapor gradualmente;
 Não esvaziar a caldeira antes que a fornalha esteja suficientemente fria para que possa
permitir a intervenção operacional;
 Determinar a causa da falha do nível, e examinando cuidadosamente verificar se a
caldeira sofreu superaquecimento ou distorção nas partes de pressão antes de reiniciar a
operação.
Situações de emergência
 Nível alto de água:
 Diminuir ligeiramente o fluxo de alimentação de água abaixando o regime de
vaporização.
 Descarregar a caldeira até baixar o nível a uma altura e segurança de operação;
 Verificar o regulador automático para ter certeza de sua adequada operação,
antes de reincorporar no serviço.
 No caso de ocorrer dificuldade de manter o nível de água na caldeira por falta de
bomba de alimentação ou bloqueio de válvulas, o operador deve fechar
imediatamente a admissão de ar e controlar a tiragem manualmente, manter a
pressão de vapor, fechando a válvula principal de vapor, pois a queda de pressão,
ocasiona vaporização, pela queda de vapor latente da água da caldeira
 Em seguida, localizar o defeito
Manutenção Diária
 Descarga de Fundos: Destina-se a remoção do lodo da
sedimentação dos sais presentes na água. O controle e
concentração de sólidos e sais em dissolução na água da
caldeira é um fator de suma importância para a
preservação da mesma, e deve ser orientada pelo
laboratório, mediante análises periódicas de amostra
tiradas da caldeira em operação.
A frequência e duração de cada descarga deve ser
estipulada pelo técnico responsável pelo tratamento, não
devendo passar de 5 segundos por descarga.
Roteiro de Vistoria Diária

 Casa de Caldeira
Deve-se manter sempre limpa a casa da caldeira, evitando
acumulo de pó, areia, resto de estopas, detritos, etc., que
são causadores de mau funcionamento dos controles,
principalmente quando existe instrumentação para o
controle automático dos equipamentos
Roteiro de Vistoria Diária

 Bomba de Alimentação:
As gaxetas das bombas devem ser verificadas a cada 8 horas,
ou uma vez por turno.

 Motores elétricos
Uma vez por dia, deve ser observado todos os motores
elétricos existentes na hipótese de apresentar um
aquecimento anormal, por qualquer deficiência de
funcionamento ou sobrecarga
Roteiro de Vistoria Semanal

 Válvula de segurança:
Uma vez por semana devem ser operadas manualmente as válvula de
segurança da caldeira. O funcionamento regular das válvulas evitam
problemas de falha desses equipamentos.

 Válvulas em geral
Uma revisão no funcionamento de todas as válvulas deve ser
realizado uma vez por semana, corrigindo as que apresentarem
vazamento.
Norma Regulamentadora – Caldeira e
vasos de pressão NR-13
 Caldeira: Definem-se caldeira a vapor como sendo equipamentos destinado a
produzir e acumular vapor sob pressão superior a atmosférica, utilizando
qualquer fonte de energia.
 Para efeito desta NR, considera-se “Profissional Habilitado” aquele que tem
competência legal para exercício da profissão de Engenheiro nas atividades
referentes a projeto de construção, acompanhamento, operação e
manutenção, Inspeção e supervisão da inspeção de caldeiras e vasos de
pressão em conformidade com a regulamentação profissional vigente no país.
 Pressão máxima de trabalho permitida – PMTA é a maior valor de pressão
compatível com o código de projeto, a resistência dos materiais utilizados, as
dimensões do equipamento e seus parâmetros operacionais.
Norma Regulamentadora – Caldeira e
vasos de pressão NR-13
Constitui condição de Risco Grave e Iminente a falta de qualquer um dos itens:
 válvula de segurança com pressão de abertura ajustada em valor igual ou
inferior a Pressão Máxima de Trabalho Admissível - PMTA, considerados os
requisitos do código de projeto relativos a aberturas escalonadas e tolerâncias
de calibração;
 instrumento que indique a pressão do vapor acumulado;
 injetor ou sistema de alimentação de água independente do principal que
evite o superaquecimento por alimentação deficiente, acima das temperaturas
de projeto, de caldeiras de combustível sólido não atomizado ou com queima
em suspensão;
 sistema automático de controle do nível de água com intertravamento que
evite o superaquecimento por alimentação deficiente.
Norma Regulamentadora – Caldeira e
vasos de pressão NR-13
Toda caldeira deve ter afixada em seu corpo, em local de fácil acesso e bem
visível, placa de identificação indelével com, no mínimo, as seguintes informações:
 nome do fabricante;
 número de ordem dado pelo fabricante da caldeira;
 ano de fabricação;
 pressão máxima de trabalho admissível;
 pressão de teste hidrostático de fabricação;
 capacidade de produção de vapor;
 área de superfície de aquecimento;
 código de projeto e ano de edição.
Norma Regulamentadora – Caldeira e
vasos de pressão NR-13
13.4.1.2 Para os propósitos desta NR, as caldeiras são classificadas em 2 (duas)
categorias, conforme segue:
 caldeiras da categoria A são aquelas cuja pressão de operação é igual ou
superior a 1.960 kPa (19,98 kgf/cm²), com volume superior a 100 L (cem
litros);
 caldeiras da categoria B são aquelas cuja a pressão de operação seja superior
a 60 kPa (0,61 kgf/cm²) e inferior a 1 960 kPa (19,98 kgf/cm2), volume
interno superior a 100 L (cem litros) e o produto entre a pressão de operação
em kPa e o volume interno em m³ seja superior a 6 (seis).
Norma Regulamentadora – Caldeira e vasos de
pressão NR-13
13.4.2 Instalação de caldeiras a vapor
 13.4.2.1 A autoria do projeto de instalação de caldeiras a vapor, no que concerne ao atendimento
desta NR, é de responsabilidade de PH, e deve obedecer aos aspectos de segurança, saúde e meio
ambiente previstos nas Normas Regulamentadoras, convenções e disposições legais aplicáveis.
 13.4.2.2 As caldeiras de qualquer estabelecimento devem ser instaladas em casa de caldeiras ou em
local específico para tal fim, denominado área de caldeiras.
 13.4.2.3 Quando a caldeira for instalada em ambiente aberto, a área de caldeiras deve satisfazer
aos seguintes requisitos:
 a) estar afastada de, no mínimo, 3,0 m (três metros) de: - outras instalações do estabelecimento; -
de depósitos de combustíveis, excetuando-se reservatórios para partida com até 2 000 L (dois mil
litros) de capacidade; - do limite de propriedade de terceiros; - do limite com as vias públicas;
 b) dispor de pelo menos 2 (duas) saídas amplas, permanentemente desobstruídas, sinalizadas e
dispostas em direções distintas;
 c) dispor de acesso fácil e seguro, necessário à operação e à manutenção da caldeira, sendo que,
para guarda-corpos vazados, os vãos devem ter dimensões que impeçam a queda de pessoas;
 d) ter sistema de captação e lançamento dos gases e material particulado, provenientes da
combustão, para fora da área de operação atendendo às normas ambientais vigentes;
 e) dispor de iluminação conforme normas oficiais vigentes;
 f) ter sistema de iluminação de emergência caso opere à noite.
Norma Regulamentadora – Caldeira e
vasos de pressão NR-13
13.4.3.1 Toda caldeira deve possuir manual de operação atualizado, em língua
portuguesa, em local de fácil acesso aos operadores, contendo no mínimo:

 procedimentos de partidas e paradas;


 procedimentos e parâmetros operacionais de rotina;
 procedimentos para situações de emergência;
 procedimentos gerais de segurança, saúde e de preservação do meio ambiente.

13.4.3.2 Os instrumentos e controles de caldeiras devem ser mantidos calibrados e


em boas condições operacionais.
Norma Regulamentadora – Caldeira e
vasos de pressão NR-13

13.4.3.4 Toda caldeira a vapor deve estar


obrigatoriamente sob operação e controle de
operador de caldeira, sendo o não cumprimento
dessa exigência caracteriza condição de risco
grave e iminente
Norma Regulamentadora – Caldeira e
vasos de pressão NR-13
13.3.3 Todos os reparos ou alterações em equipamentos abrangidos por esta NR
devem respeitar os respectivos códigos de projeto e pós-construção e as
prescrições do fabricante no que se refere a:
 materiais;
 procedimentos de execução;
 procedimentos de controle de qualidade;
 qualificação e certificação de pessoal.
Norma Regulamentadora – Caldeira e
vasos de pressão NR-13
13.3.3.3 Projetos de alteração ou reparo devem ser concebidos previamente nas
seguintes situações:
 sempre que as condições de projeto forem modificadas;
 sempre que forem realizados reparos que possam comprometer a segurança.

13.3.3.5 Todas as intervenções que exijam mandrilamento ou soldagem em


partes que operem sob pressão devem ser objeto de exames ou testes para
controle da qualidade com parâmetros definidos pelo PH, de acordo com normas
ou códigos aplicáveis.
Norma Regulamentadora – Caldeira e
vasos de pressão NR-13
13.3.3.3 Projetos de alteração ou reparo devem ser concebidos previamente nas
seguintes situações:
 sempre que as condições de projeto forem modificadas;
 sempre que forem realizados reparos que possam comprometer a segurança.

13.3.3.5 Todas as intervenções que exijam mandrilamento ou soldagem em


partes que operem sob pressão devem ser objeto de exames ou testes para
controle da qualidade com parâmetros definidos pelo PH, de acordo com normas
ou códigos aplicáveis.
Norma Regulamentadora – Caldeira e
vasos de pressão NR-13
13.4.4.1 As caldeiras devem ser submetidas a inspeções de segurança inicial,
periódica e extraordinária.
13.4.4.2 A inspeção de segurança inicial deve ser feita em caldeiras novas, antes da
entrada em funcionamento, no local definitivo de instalação, devendo compreender
exame interno, seguido de teste de estanqueidade e exame externo.
13.4.4.4 A inspeção de segurança periódica, constituída por exames interno e
externo, deve ser executada nos seguintes prazos máximos:
a) 12 (doze) meses para caldeiras das categorias A e B;
b) b) 15 (quinze) meses para caldeiras de recuperação de álcalis de qualquer
categoria;
c) c) 24 (vinte e quatro) meses para caldeiras da categoria A, desde que aos 12
(doze) meses sejam testadas as pressões de abertura das válvulas de segurança.
Norma Regulamentadora – Caldeira e
vasos de pressão NR-13
13.4.4.8 No máximo, ao completar 25 (vinte e cinco) anos de uso, na sua
inspeção subsequente, as caldeiras devem ser submetidas a uma avaliação de
integridade com maior abrangência para determinar a sua vida remanescente e
novos prazos máximos para inspeção, caso ainda estejam em condições de uso.

13.4.4.9 As válvulas de segurança de caldeiras devem ser desmontadas,


inspecionadas e calibradas com prazo adequado a sua manutenção, porém, não
superior ao previsto para a inspeção de segurança periódica das caldeiras por
elas protegidos, de acordo com os subitens 13.4.4.4 e 13.4.4.5.
Norma Regulamentadora – Caldeira e
vasos de pressão NR-13
13.4.4.10 As válvulas de segurança instaladas em caldeiras de categoria B devem
ser testadas periodicamente conforme segue:
a) pelo menos 1 (uma) vez por mês, mediante acionamento manual da alavanca
durante a operação de caldeiras sem tratamento de água conforme o subitem
13.4.3.3, exceto para aquelas que vaporizem fluido térmico;
b) as caldeiras que operem com água tratada devem ter a alavanca acionada
manualmente quando condições anormais forem detectadas.
Norma Regulamentadora – Caldeira e
vasos de pressão NR-13
A1.1 Para efeito da NR-13, é considerado operador de caldeira aquele que
satisfizer uma das seguintes condições:
a) possuir certificado de Treinamento de Segurança na Operação de Caldeiras
expedido por instituição competente e comprovação de prática profissional
supervisionada conforme item A1.5 deste Anexo;
b) b) possuir certificado de Treinamento de Segurança na Operação de Caldeiras
previsto na NR-13 aprovada pela Portaria SSMT n.° 02, de 08 de maio de 1984
ou na Portaria SSST n.º 23, de 27 de dezembro de 1994.

A1.2 O pré-requisito mínimo para participação como aluno, no Treinamento de


Segurança na Operação de Caldeiras é o atestado de conclusão do ensino médio.
Norma Regulamentadora – Caldeira e
vasos de pressão NR-13
A1.3 O Treinamento de Segurança na Operação de Caldeiras deve,
obrigatoriamente:
a) ser supervisionado tecnicamente por PH;
b) b) ser ministrado por profissionais capacitados para esse fim;
c) c) obedecer, no mínimo, ao currículo proposto no item A2 deste Anexo;
d) d) ocorrer com o acompanhamento da prática profissional, conforme item
A1.5;
e) e) ser exclusivamente na modalidade presencial;
f) f) ter carga horária mínima de 40 (quarenta) horas.

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