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Higiene Industrial

CURSO DE FORMAÇÃO DE OPERADORES DE REFINARIA


HIGIENE INDUSTRIAL

1
Higiene Industrial

2
Higiene Industrial

HIGIENE INDUSTRIAL
ANDRÉ LUIS DA SILVA KAZMIERSKI
ANTONIO GRAVENA

Equipe Petrobras
Petrobras / Abastecimento
UN´s: Repar, Regap, Replan, Refap, RPBC, Recap, SIX, Revap
3

CURITIBA
2002
Higiene Industrial
Módulo
Higiene Industrial

Ficha Técnica

Contatos com a Equipe da Repar: Maurício Dziedzic


Refinaria Presidente Getúlio Vargas – Repar (Coordenador do Curso de Engenharia Civil)
Rodovia do Xisto (BR 476) – Km16 Júlio César Nitsch
83700-970 Araucária – Paraná (Coordenador do Curso de Eletrônica)
Mario Newton Coelho Reis Marcos Roberto Rodacoscki
(Coordenador Geral) (Coordenador do Curso de Engenharia
Tel.: (41) 641 2846 – Fax: (41) 643 2717 Mecânica)
e-mail: marioreis@petrobras.com.br Carlos Alexandre Castro
Uzias Alves (Coordenador do Curso de Jornalismo)
(Coordenador Técnico) Andre Luis da Silva Kazmierski
Tel.: (41) 641 2301 Antonio Gravena
e-mail: uzias@petrobras.com.br
(Autor)
Décio Luiz Rogal Marcos Cordiolli
Tel.: (41) 641 2295 (Coordenador Geral do Projeto)
e-mail: rogal@petrobras.com.br
Iran Gaio Junior
Ledy Aparecida Carvalho Stegg da Silva
(Coordenação Ilustração, Fotografia e
Tel.: (41) 641 2433
e-mail: ledyc@petrobras.com.br Diagramação)
Adair Martins Carina Bárbara R. de Oliveira
Tel.: (41) 641 2433 (Coordenação de Elaboração dos Módulos
e-mail: adair@petrobras.com.br Instrucionais)
Juliana Claciane dos Santos
UnicenP – Centro Universitário Positivo
(Coordenação dos Planos de Aula)
Oriovisto Guimarães
Luana Priscila Wünsch
(Reitor)
(Coordenação Kit Aula)
José Pio Martins
Angela Zanin
(Vice Reitor) Leoni Néri de Oliveira Nantes
Aldir Amadori Érica Vanessa Martins
(Pró-Reitor Administrativo) (Equipe Kit Aula)
Elisa Dalla-Bona Carina Bárbara Ribas de Oliveira
(Pró-Reitora Acadêmica) (Coordenação Administrativa)
Maria Helena da Silveira Maciel Cláudio Roberto Paitra
(Pró-Reitora de Planejamento e Avaliação Marline Meurer Paitra
Institucional) (Diagramação)
Luiz Hamilton Berton Marcelo Gamballi Schultz
(Pró-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa) (Ilustração)
Fani Schiffer Durães Cíntia Mara Ribas Oliveira
(Pró-Reitora de Extensão) (Coordenação de Revisão Técnica e Gramatical)
Euclides Marchi Contatos com a equipe do UnicenP:
(Diretor do Núcleo de Ciências Humanas e Centro Universitário do Positivo – UnicenP
Sociais Aplicadas) Pró-Reitoria de Extensão
Helena Leomir de Souza Bartnik Rua Prof. Pedro Viriato Parigot de Souza 5300
(Coordenadora do Curso de Pedagogia) 81280-320 Curitiba PR
4 Marcos José Tozzi Tel.: (41) 317 3093
(Diretor do Núcleo de Ciências Exatas e Fax: (41) 317 3982
Tecnologias) Home Page: www.unicenp.br
Antonio Razera Neto e-mail: mcordiolli@unicenp.br
(Coordenador do Curso de Desenho Industrial) e-mail: extensao@unicenp.br
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Apresentação

É com grande prazer que a equipe da Petrobras recebe você.


Para continuarmos buscando excelência em resultados, dife-
renciação em serviços e competência tecnológica, precisamos de
você e de seu perfil empreendedor.
Este projeto foi realizado pela parceria estabelecida entre o
Centro Universitário Positivo (UnicenP) e a Petrobras, representada
pela UN-Repar, buscando a construção dos materiais pedagógicos
que auxiliarão os Cursos de Formação de Operadores de Refinaria.
Estes materiais – módulos didáticos, slides de apresentação, planos
de aula, gabaritos de atividades – procuram integrar os saberes téc-
nico-práticos dos operadores com as teorias; desta forma não po-
dem ser tomados como algo pronto e definitivo, mas sim, como um
processo contínuo e permanente de aprimoramento, caracterizado
pela flexibilidade exigida pelo porte e diversidade das unidades da
Petrobras.
Contamos, portanto, com a sua disposição para buscar outras
fontes, colocar questões aos instrutores e à turma, enfim, aprofundar
seu conhecimento, capacitando-se para sua nova profissão na
Petrobras.

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Higiene Industrial

Sumário
1 DIRETRIZES DE HIGIENE INDUSTRIAL ........................................................................ 7
1.1 Histórico ........................................................................................................................ 7
1.1.1 Introdução ........................................................................................................... 7
1.1.2 Conceituação ...................................................................................................... 8
1.1.3 Objetivo .............................................................................................................. 8
1.2 Diretrizes ....................................................................................................................... 8
1.2.1 Da Justificação.................................................................................................... 8
1.2.2 Da Funcionalidade .............................................................................................. 8
1.2.3 Da Informação .................................................................................................... 8
1.2.4 Da Participação ................................................................................................... 8
1.2.5 Da Interação ........................................................................................................ 8
1.3 Conceitos ....................................................................................................................... 8
1.4 Preserve sua Audição .................................................................................................. 17
1.4.1 Uma Excursão no Aparelho Auditivo .............................................................. 18
1.4.2 Ouvido – O Palco da Audição .......................................................................... 18
1.4.3 Uma Atuação Inesquecível ............................................................................... 19
1.4.4 Audiometria – Avaliando a Atuação das Células Ciliadas ............................... 19
1.5 Ruído – A Ameaça Silenciosa... .................................................................................. 19
1.5.1 Ruído – Ameaça antes mesmo do Nascimento ................................................ 20
1.5.2 Protegendo-se do Ruído ................................................................................... 21
1.6 A Legislação Trabalhista Brasileira e o Ruído ............................................................ 22
1.7 Tipos de Radiação ....................................................................................................... 22
1.7.1 Infravermelho ................................................................................................... 23
1.7.2 Ultravioleta ....................................................................................................... 23
1.7.3 Radiação de fundo ............................................................................................ 23
1.7.4 Raios catódicos ................................................................................................. 24
1.7.5 Raio X ............................................................................................................... 24
1.7.6 Radiação de nêutrons ........................................................................................ 24
1.8 PPEOB: Programa de Prevenção da Exposição Ocupacional ao Benzeno ................. 28
1.8.1 Objetivos........................................................................................................... 28
1.8.2 Propriedades toxicológicas ............................................................................... 28
6
1.8.3 Toxicocinética e toxicodinâmica ...................................................................... 29
1.9 NR 17 – Ergonomia ..................................................................................................... 33
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Diretrizes de Higiene
Industrial 1
doenças profissionais, fez surgir as primeiras
1.1 Histórico
A relação entre o ambiente de trabalho e leis trabalhistas, que tratavam, inicialmente, da
seu efeito sobre a saúde do trabalhador é co- limitação das jomadas de trabalho e indeniza-
nhecida há muito tempo. Entretanto, na anti- ções a serem pagas em caso de acidente.
guidade, pouco foi feito para proteger os tra- As leis indenizatórias aplicavam-se ape-
balhadores, pois, normalmente, eram utiliza- nas a acidentes de trabalho, porém podiam in-
dos escravos nos trabalhos mais perigosos. A cluir doenças profissionais no caso destas se-
primeira doença profissional registrada foi a rem classificadas como acidentes.
intoxicação por chumbo, no século IV a.C, ob- No começo do século XX, foi realizada
servada por Hipócrates em mineiros e meta- pela Dra. Alice Hamilton, a primeira pesquisa
lúrgicos. que estudou, inicialmente, o ambiente de tra-
No século I, d.C., Pliny, um romano de balho, com posterior exames médicos nos tra-
renome, registrou em uma enciclopédia de ciên- balhadores, concluindo evidente correlação
cia natural, os riscos existentes na manipula- entre as doenças observadas e a exposição a
ção de enxofre e zinco. Também descreveu produtos tóxicos. Em seu trabalho, sugeriu
uma máscara de proteção, feita de bexiga, usa- medidas eficazes de controle a fim de elimi-
da pelos trabalhadores nos serviços de maior nar as condições insalubres.
exposição à poeira. Com a realização de estudos como o men-
Em 1473, Ellonberg publicou seu primei- cionado anteriormente, as doenças profissio-
ro livro que tratava das doenças ocupacionais nais começaram a ser reconhecidas como tais
e lesões dos trabalhadores nas minas de ouro. e passaram a ser cobertas pelo seguro de aci-
Abordou os sintomas da intoxicação pelo dente de trabalho. Nos Estados Unidos foram
chumbo e mercúrio e sugeriu medidas de con- criados departamentos estaduais e federais res-
trole. ponsáveis por inspecionar as condições dos
O primeiro livro considerado como um tra- ambientes de trabalho. Na primeira metade
tado sobre doenças ocupacionais, "De morbis desse século, a importância da manutenção da
artificum diatriba" (As doenças dos trabalha- saúde dos trabalhadores industriais foi sendo
dores), foi escrito por RAMAZZINI e publi- cada vez mais reconhecida, o que impulsio-
cado em 1700. Neste livro, o autor descreve nou o desenvolvimento de uma ciência desig-
os riscos associados à maioria das profissões nada Higiene Industrial.
de sua época e enfatiza a necessidade do mé-
dico conhecer a profissão de seu paciente para 1.1.1 Introdução
melhor poder diagnosticar sua doença. Ape-
A Higiene Industrial será exercida nas
sar da descrição das doenças profissionais tí-
companhias, em consonância com a política
picas de seu tempo, as medidas de controle
de Segurança Industrial e com as diretrizes da
sugeridas por Ramazzini eram terapêuticas e
curativas, em detrimento das medidas preven- Diretoria Executiva para as atividades de Se-
tivas, ou seja, de controle no ambiente de tra- gurança Industrial, Proteção Ambiental e Saú-
balho ou de redução da exposição. de Ocupacional, sob a coordenação da Supe-
A Revolução Industrial trouxe novos ris- rintendência de Engenharia de Segurança e do 7
cos aos trabalhadores, intensificou aqueles já Meio Ambiente (Susema).
existentes e aumentou significativamente o Em nível departamental, esta coordenação
número de trabalhadores na indústria. O con- compete ao Asema (Assistente de Engenharia
seqüente aumento no número de acidentes e de Segurança e do Meio Ambiente).
Higiene Industrial
A cada órgão da companhia cabe assumir para a participação e desenvolvimento dos tra-
a responsabilidade de executar programas es- balhadores, na aplicação e aprimoramento dos
pecíficos que atendam às suas características princípios e ações da atividade.
e necessidades particulares, sob a liderança
ativa e continuada do seu gerente de maior ní- 1.2.5 Da Interação
vel hierárquico. A Higiene Industrial exige ação multidis-
ciplinar, complementa-se e interage com as de
1.1.2 Conceituação Segurança Industrial, Saúde Ocupacional e
A Higiene Industrial é o conjunto de ações Meio Ambiente, e, para tanto, é necessária a
voltadas para o reconhecimento, a avaliação e cooperação e o envolvimento dos responsá-
o controle dos fatores ambientais e tensões veis por estas atividades, para que seus objeti-
originados do, ou, no local de trabalho que vos sejam alcançados.
possam causar doença, comprometimento da SUSEMA – Dez/90
saúde e do bem-estar ou significativo descon-
forto e ineficiência entre os trabalhadores ou 1.3 Conceitos
membros de uma comunidade de trabalhado- Ácido: são substâncias, constituídas de
res. Entende-se por trabalhadores os empre- hidrogênio e um ou mais elementos, que, em
gados, contratados, bolsistas e estagiários. presença de alguns solventes como a água, rea-
ge, com a produção de íons hidrogênio (H+).
1.1.3 Objetivo Agentes Oxidantes: são agentes quími-
Assegurar aos trabalhadores padrões ade- cos que desprendem oxigênio e favorecem a
quados de saúde e bem-estar no ambiente de combustão em refinarias.
trabalho. Barreiras Químicas: são dispositivos ou
sistemas que protegem o trabalhador do con-
1.2 Diretrizes tato com substâncias químicas irritantes, no-
1.2.1 Da Justificação civas, tóxicas, corrosivas, líquidos inflamáveis,
Na seleção de projetos de instalações, de substâncias produtoras de fogo, agentes oxi-
processos ou equipamentos que utilizem ou dantes e substâncias explosivas.
produzam agentes agressivos, atendidos os Bases: são substâncias capazes de liberar
parâmetros de economicidade, deve-se optar íons hidroxila (OH–), quando em reação com
por aquele que gere o menor nível de exposi- meios aquosos.
ção dos trabalhadores, obedecendo, no míni- Equipamentos de Proteção Individual –
mo, às condições e aos limites estabelecidos EPI: são equipamentos, de uso estritamente
na Legislação Brasileira. pessoal, tais como, botas, luvas, protetores
faciais, etc., utilizados para prevenir e/ou mi-
nimizar acidentes. Seu uso é regulamentado
1.2.2 Da Funcionalidade pela Portaria 3214-NR-6 do Ministério do Tra-
As instalações, processos e procedimen- balho de 08/06/78, que prevê a distribuição
tos existentes devem ser objeto de ações espe- gratuita desses equipamentos, competindo ao
cíficas com o objetivo de reconhecimento e trabalhador usá-los e conservá-los.
avaliação de agentes agressivos existentes e Equipamentos de Proteção Coletiva –
estabelecimento de medidas de controle. EPC: são equipamentos de uso coletivo, ex-
tintores de incêndio, lava-olhos, etc., utiliza-
1.2.3 Da Informação dos para prevenir e/ou minimizar acidentes.
Todo trabalhador deve ser informado quan- Líquidos Inflamáveis: são agentes quí-
to aos riscos aos quais está exposto no desem- micos que, em temperatura igual ou inferior a
penho de suas atribuições, receber instruções 93oC, desprendem vapores inflamáveis.
quanto aos meios de prevenção e controle, e Ponto de Auto-Ignição: é a temperatura
em relação aos danos que podem ser produzi- mínima em que ocorre uma combustão, inde-
dos à sua saúde. pendente de uma fonte de calor.
8 Ponto de Combustão: é a menor tempe-
1.2.4 Da Participação ratura em que vapores de um líquido, após in-
Os programas de Higiene Industrial devem flamarem-se pela passagem de uma chama pi-
ser transparentes quanto aos métodos, resulta- loto, continuam a arder por 5 segundos, no
dos e medidas corretivas. Devem criar condições mínimo.
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Ponto de Fulgor: é a menor temperatura maior extensão que os fumos. As partículas
em que um líquido libera suficiente quantida- que constituem uma neblina apresentam diâ-
de de vapor para formar uma mistura com o ar metro inferior a 0,5 micras.
passível de inflamação, pela passagem de uma Vapores: são formas gasosas das substân-
chama piloto. A chama dura no máximo 1 se- cias que estão normalmente no estado sólido ou
gundo. líquido, em possível equilíbrio com sua fase lí-
Substâncias Corrosivas: são agentes quí- quida, e que podem voltar para seu estado natu-
micos que causam destruição de tecidos vivos ral por aumento ou diminuição da temperatura.
e/ou materiais inertes. Aerossol: partícula sólida ou líquida dis-
Substâncias Explosivas: são agentes quí- persa por um longo período de tempo no ar.
micos que pela ação de choque, percussão, fric- Toxicidade: é a capacidade latente, ine-
ção, produzem centelhas ou calor suficiente rente, que uma substância química possui. É a
para iniciar um processo destrutivo através de medida do potencial tóxico de uma substân-
violenta liberação de energia. cia. Não existem substâncias químicas atóxicas
Substâncias Irritantes: são agentes quí- (sem toxicidade). Não existem substâncias
micos que podem produzir ação irritante so- químicas seguras, que não tenham efeitos le-
bre a pele, olhos e trato respiratório. sivos ao organismo. Por outro lado, também é
Substâncias Nocivas: são agentes quími- verdade que não existe substância química que
cos que, por inalação, absorção ou ingestão, não possa ser utilizada com segurança, pela
produzem efeitos de menor gravidade. limitação da dose e da exposição ao organis-
Substâncias Tóxicas: são agentes quími- mo humano.
cos que, ao serem introduzidos no organismo Os maiores fatores que influenciam na
por inalação, absorção ou ingestão, podem toxicidade de uma substância são: freqüência
causar efeitos graves e/ou mortais. da exposição, duração da exposição e via de
Substâncias Produtoras de Fogo: são administração. Existe uma relação direta en-
agentes químicos sólidos, não explosivos, fa- tre a freqüência e a duração da exposição na
cilmente combustíveis, que causam ou contri- toxicidade dos agentes tóxicos. Uma substân-
buem para a produção de incêndios. cia administrada por via oral, numa dosagem
Substância Química: é todo o agente que de 100 mg, pode resultar em sintomas leves,
contém uma atividade potencial intrínseca, ao passo que 10 mg da mesma substância por
capaz de interferir em um sistema biológico via intravenosa podem levar a sintomas graves.
levando a um dano, lesão ou injúria, quando Para se avaliar a toxicidade de uma subs-
absorvido pelas diversas vias de penetração. tância química, é necessário conhecer: que tipo
Poeiras: são partículas sólidas, com diâ- de efeito ela produz, a dose para produzir o
metro maior que 0,5 micras, que podem apre- efeito, informações sobre as características ou
sentar-se em suspensão no ar, geradas de ma- propriedades da substância, informações so-
teriais orgânicos ou inorgânicos, como rochas, bre a exposição e o indivíduo.
minérios, metais, carvão, madeira, produzidos
por desintegração, trituração, pulverização e A toxicidade de uma substância pode ser
impacto. Não se difundem no ar, sedimentam- classificada de acordo com os seguintes critérios:
se sob a influência da gravidade. 1. Segundo o tempo de resposta
Fumos: são partículas sólidas (de diâme- a) aguda: é aquela em que os efeitos tó-
tro menor que 0,5 micras) geradas pela con- xicos em animais são produzidos por
densação de compostos metálicos, geralmen- uma única ou por múltiplas exposições
te após volatilização de metais fundidos. a uma substância, por qualquer via, por
Exemplo: óxidos metálicos (ZnO, CuO, FeO). um curto período, inferior a um dia.
Fumaças: partículas de carvão e fuligem. Geralmente, as manifestações ocorrem
Névoa: gotículas (de diâmetro maior que rapidamente.
0,5 micras) resultantes da dispersão de líqui- b) subcrônica: é aquela em que os efei-
dos, por ação mecânica. tos tóxicos em animais, produzidos por
Neblina: são partículas líquidas em sus- 9
exposições diárias repetidas a uma
pensão no ar, formadas pela passagem rápida substância, por qualquer via, aparecem
do ar nos líquidos ou pela condensação de em um período de aproximadamente
umidade atmosférica formando moléculas de 10% do tempo de vida de exposição do
gases ou vapores. As neblinas difundem-se em animal ou em alguns meses.
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c) crônica: é aquela em que os efeitos Dose letal (Dl 50) e concentração letal (CL 50)
tóxicos ocorrem depois de repetidas ex- A informação da toxicidade de uma subs-
posições, por um período longo de tem- tância é obtida pelos dados de letalidade.
po, geralmente durante toda a vida do A Dose Letal (DL 50) é a dose de uma
animal ou aproximadamente 80% do substância química que provoca a morte de
tempo de vida. 50% de um grupo de animais da mesma espé-
cie, quando administrada pela mesma via.
2. Segundo a severidade A Concentração Letal (CL 50) é a con-
a) leve: é aquela em que os distúrbios pro- centração atmosférica de uma substância quí-
duzidos no corpo humano são rapida- mica que provoca a morte de 50% de um gru-
mente reversíveis e desaparecem com po de animais expostos, em um tempo definido.
o término da exposição ou sem inter- Dose-resposta: relação entre o grau de res-
venção médica. posta do sistema biológico e a quantidade de
b) moderada: é aquela em que os distúr- tóxico administrada; muito usada em
bios produzidos no organismo são re- toxicologia experimental.
versíveis e não são suficientes para pro- Reação alérgica: é uma reação adversa a
vocar danos físicos sérios ou prejuízos uma substância química resultante de uma sen-
à saúde. sibilização prévia do organismo a esta estru-
tura ou a uma outra similar. Para provocar uma
c) severa: é aquela em que ocorrem mu-
reação alérgica, uma substância química ou um
danças irreversíveis no organismo hu-
produto de seu metabolismo combina-se com
mano, suficientemente severas para uma proteína endógena (do próprio organis-
produzirem lesões graves ou a morte. mo) e forma um antígeno (alérgeno). Este
antígeno induz a formação de anticorpos
Segundo a graduação de toxicidade pro- (imunoglobulinas), num período de uma a duas
posta por Irving Sax e adotada pela Agência semanas. Uma exposição subseqüente à subs-
Americana de Proteção Ambiental (EPA), os tância resulta em interação antígeno-anticorpo
níveis de toxicidade leve, moderada e severa que provoca a reação alérgica, com liberação
são subdividos ainda em toxicidade: de histamina. A reação alérgica pode ser ime-
d) local aguda: efeitos sobre a pele, as diata ou retardada. Exemplos: rinite, asma,
membranas mucosas e os olhos após ex- dermatite.
posição que varia de segundos a horas. Suscetibilidade ou sensibilidade: carac-
e) sistêmica aguda: efeitos nos diversos terística específica e inerente de um indivíduo
sistemas orgânicos após absorção da em apresentar uma reatividade ou resposta na
substância pelas diversas vias. A expo- presença de um determinado agente ou
sição varia de segundos a horas. antígeno.
f) local crônica: efeitos sobre a pele e os Hipersensiblidade ou hipersuscetibili-
olhos após repetidas exposições duran- dade: aumento da reatividade individual a
te meses e anos. agentes exógenos. Alguns organismos desen-
volvem reações alérgicas e lesões ao contato
g) sistêmica crônica: efeitos nos sistemas com uma substância química, mesmo na pre-
orgânicos após repetidas exposições sença de baixas doses.
pelas diversas vias de penetração du- Idiossincrasia: é uma reação anormal a
rante um longo período de tempo. uma substância química, determinada geneti-
camente, em forma de uma extrema sensibili-
Outras classificações de toxicidade: dade a baixas doses ou uma extrema insensi-
– desconhecida: é aquela em que os da- bilidade a altas doses do agente químico.
dos toxicológicos disponíveis sobre a Efeito reversível e irreversível: a rever-
substância são insuficientes. sibilidade ou irreversibilidade de um efeito tó-
– imediata: é aquela que ocorre rapida- xico é determinada pela capacidade que um
10 mente após uma única exposição. tecido ou um órgão tem de se regenerar. Por
– retardada: é aquela que ocorre rapida- exemplo: o fígado tem uma grande capacida-
mente após um longo período de de de regeneração e muitas lesões são reversí-
latência. Por exemplo, as substâncias veis. O sistema nervoso central é constituído
cancerígenas. de células diferenciadas que não se dividem e
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não se regeneram; assim, lesões a este sistema O feto é suscetível entre o 20o e o 40o dia de
são, geralmente, irreversíveis. Efeitos cance- gestação. No quadro abaixo estão apresenta-
rígenos de substâncias químicas são também dos órgãos e a fase da gestação onde podem
exemplos de efeitos tóxicos irreversíveis. ocorrer as anomalias.
Mutagenicidade: capacidade de uma Exemplos de substâncias com potencial
substância química em induzir mudanças ou teratogênico:
mutações no material genético das células
(cromossomos) que podem ser transmitidas mercúrio, chumbo, cádmio, solventes, inse-
durante a divisão celular. Se as mutações ocor- ticidas (pesticidas), agrotóxicos, monóxido
rem no óvulo ou no espermatozóide, no mo- de carbono, álcool, fumo, talidomida.
mento da fertilização, a resultante combina-
ção do material genético pode não ser viável e Órgão Fase da gestação (dias)
a morte pode ocorrer no estágio inicial de di- Cérebro 15 – 25
visão celular na gênese do embrião. Olho 24 – 40
A mutação no material genético pode não Coração 24 – 40
afetar a fase inicial da embriogênese, mas re-
sultar em morte do feto no período posterior Membros Superiores 24 – 36
de desenvolvimento e resulta em aborto. As Membros Inferiores 24 – 36
mutações podem gerar anomalias congênitas. Fonte: Encyclopaedia of Occupational Safety and Health.

Acredita-se que o evento inicial de carcinogê- Interação química: o uso crescente de


nese das substâncias, seja uma mudança no substâncias químicas nas diversas atividades
material genético. pelo homem aumenta a possibilidade da inte-
Carcinogenicidade: capacidade específi- ração de efeitos dos agentes tóxicos. Segundo
ca que uma substância química tem de produ- Casarett, a interação química pode ser classi-
zir câncer ou tumores em animais de laborató- ficada nos seguintes tipos:
rio e no homem. a) sinergismo: quando o efeito combina-
A indução de câncer pelas substâncias do de dois agentes químicos é maior
químicas ocorre através de uma série comple- do que a soma de cada agente dado iso-
xa de reações individuais. Existem duas se- ladamente. Por exemplo: o tetracloreto
qüências. Numa primeira fase, a célula nor- de carbono e o etanol (álcool etílico)
mal transforma-se numa célula neoplásica, são hepatotóxicos (tóxicos ao fígado),
através da ativação do metabólito químico porém, quando combinados, provocam
carcinogênico, por meio de uma combinação lesão hepática muito maior do que se
do DNA com o carcinogênico final. Numa forem somadas as lesões individuais de
segunda fase, a partir da célula neoplásica, cada substância.
ocorre o crescimento, e assim surge o câncer. b) potencialização: quando uma substân-
Exemplos de substâncias reconhecida- cia que não tem efeito tóxico sobre um
mente carcinogênicas para o homem: órgão ou um sistema é adicionada a
uma substância que tenha efeito tóxico
Aflatoxinas, asbestos, benzeno, benzidina, sobre esse órgão, e então surge um efei-
cloreto de vinila, entre outras. to muito maior.
c) adição: quando o efeito combinado de
Exemplos de substâncias provavelmente duas substâncias químicas é igual à
carcinogênicas: soma dos efeitos de cada agente isola-
damente.
Acrilonitrila, formaldeído, sílica cristalina, d) antagonismo: quando duas substâncias
brometo de vinila, entre outros. são administradas juntas, uma interfe-
rindo na ação da outra, e vice-versa.
Teratogenicidade: capacidade que uma Este efeito, desejado em toxicologia, é
substância tem de desenvolver uma mal for- a base para a formação de antídotos.
mação no embrião (feto) em desenvolvimen- Risco: é a probabilidade do efeito tóxico 11
to. A influência das substâncias químicas de- inerente de uma substância química aparecer
pende da fase da reprodução durante a qual a em um sistema biológico exposto. Os elemen-
exposição à substância ocorre. As mal forma- tos para avaliação do risco são: propriedades
ções ocorrem no primeiro trimestre da gestação. físico-químicas da substância, vias de exposição,
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propriedades metabólicas, efeitos toxicológi-
cos, resultados de exposições imediatas e pro-
longadas em animais e resultados de estudos
no homem.
Exposição: é o contato do organismo com
uma determinada substância tóxica. Estão re-
lacionadas à exposição: as diversas vias de pe-
netração das substâncias, a freqüência, a du-
ração e a dose.

Introdução
No século XIII, já se sabia que qualquer Dando Nome aos Bois...
substância é tóxica, dependendo da dose. Atual- 1. Toda substância química pode fazer
mente sabe-se que os antibióticos tanto per- mal – depende da quantidade.
mitem a defesa contra o ataque bacteriano, A Toxicologia estuda esses efeitos noci-
como também causam alguns efeitos desagra- vos sobre os seres vivos.
dáveis; o inseticida não faz mal somente para 2. Algumas substâncias são mais nocivas
a barata e que o álcool prejudica o fígado. do que outras e seus efeitos podem ser
diferentes. Isso se chama Toxicidade.
E a substância causadora de dano cha-
ma-se substância tóxica ou tóxico.
3. A substância tóxica pode causar mal,
mas isto só acontece quando ela entra
em contato com o corpo. A probabili-
dade dela penetrar no organismo cha-
ma-se risco tóxico.
O risco depende de tudo o que contribui
para que a substância entre em contato com o
organismo:
No entanto, muitas vezes utilizam-se subs- – a temperatura (quanto mais alta, maior
tâncias químicas, como detergente, aguarrás, o risco);
querosene, sem que se perceba o risco que elas – o estado da substância (em geral, os ga-
representam. Isto acontece freqüentemente por ses representam risco maior do que os
se desconhecer que aquela substância é tóxi- líquidos);
ca. As pessoas que trabalham com agentes – a forma de embalar e transportar a subs-
químicos acostumam-se a trabalhar com es- tância.
ses produtos e não sentem mais alguns sinto-
mas, como ardência e cheiro desagradáveis. O Risco não depende da toxicidade
Mas isso não significa que elas não estejam Por exemplo, o tolueno que está dentro de
atuando no organismo: o risco de danos para a um tambor fechado representa um risco po-
saúde é crescente e os efeitos, muitas vezes, tencial de intoxicação, que só vai ocorrer se
demoram anos para se manifestar, podendo até houver vazamento. O risco para o operador
se tornar irreversíveis. durante uma operação de carregamento é ain-
da maior. E se não for utilizado o procedimen-
Intimidade do Homem e do Produto Agressivo to correto durante uma limpeza de tanque com
Este é o caso de quem trabalha em conta- trapos embebidos em tolueno, o confinamento
to com produtos químicos: pega tanta intimi- do ambiente irá contribuir para que o organis-
dade com os produtos, que acaba achando des- mo absorva o produto pelos pulmões e pele.
necessário se proteger, mesmo durante as ope- É o mesmo tolueno, a mesma toxicidade,
rações em que há risco de contato. mas são três graduações de risco tóxico dife-
12 Este contato diário com produtos quími- rentes. Portanto, o risco depende, em grande
cos, causa problemas que, ao longo do tempo, parte, da forma de lidar com as substâncias.
poderão influir no bem-estar e na saúde. Evi- Num navio, o risco químico é mais percebido
tar esse contato com substâncias tóxicas é um pelo pessoal do convés, que lida com grandes
direito que depende, em parte, de cada pessoa. quantidades de produtos químicos nas operações
Higiene Industrial
de carga e descarga. O pessoal de máquinas 6. Pode-se trabalhar com uma substância
pode estar exposto a quantidades significati- pouco tóxica e o risco de intoxicação
vas de substâncias tóxicas em suas atividades ser alto. É o caso de limpeza de locais
diárias. sem ventilação adequada com nafta ou
No local onde a substância entra em con- outros solventes.
tato, pele, olhos, nariz, pode causar irritação, 7. Ao entrar em contato com o organis-
ardência, ressecamento ou outras reações, são mo, se a substância conseguir atraves-
os chamados efeitos locais. Por exemplo, os sar a pele ou outras barreiras, ela entra
ácidos causam queimaduras, dependendo da no caminho da toxicocinética, aborda-
concentração. do a seguir.

Toxicocinética
A peregrinação das substâncias químicas
no organismo.
“T” é uma substância tóxica que não per-
tence ao organismo. Se ela estiver no ambien-
te, pode entrar em contato com o corpo atra-
vés de:
– via respiratória – quando “T” apresen-
ta-se como gás ou vapor;
– via digestiva – quando “T” é um líqui-
do ou sólido ingerido;
– pele – quando “T” está em contato com
o corpo, seja pelas mãos ou mesmo
pelas roupas molhadas.
Quando “T” consegue entrar no organis-
Mas algumas reações acontecem longe do mo e chegar até o sangue, diz-se que foi ab-
local de contato, são os efeitos sistêmicos. sorvida. É o processo de Absorção.
Exemplo: o dano que o tetracloreto de carbo-
no e o álcool etílico causam ao fígado é um
efeito sistêmico.

Dicas Importantes
1. A substância química somente irá cau-
sar algum dano se houver contato com
o organismo. Por isso, a proteção é tão
importante.
2. Substâncias hidrossolúveis (solúveis em
água) têm uma probabilidade maior de
causar efeitos locais. É o caso da soda
cáustica e dos ácidos.
3. Algumas substâncias atravessam a pele
ou outras barreiras do organismo che-
gando ao sangue. São substâncias lipos-
solúveis, ou seja, solúveis em gordu-
ras. Todos os solventes derivados do
petróleo são lipossolúveis. Após absorção, “T” é levado pelo sangue
4. A mesma substância pode causar efei- para todos os lugares do organismo. É o pro-
tos diferentes, dependendo da quanti- cesso de Transporte e Distribuição.
dade. Quando “T” encontra um local pelo qual
5. Pode-se trabalhar com uma substância tem afinidade, fica armazenada. É o caso do 13
muito tóxica e o risco ser pequeno, solvente que fica armazenado na gordura. Este
como o caso da substância no tambor, processo chama-se armazenamento.
que só vai causar intoxicação se hou- No fígado, “T” é transformado. É o pro-
ver vazamento. cesso de biotransformação.
Higiene Industrial
E, finalmente, os rins eliminam “T” do Gases Asfixiantes Químicos – provocam
organismo. É o processo de eliminação. asfixia independente do local ser confinado ou
não. São gases letais. Os mais comuns são: H2S
Dicas Importantes (gás sulfídrico); HCN (gás cianídrico); CO
1. As substâncias podem ser absorvidas, (monóxido de carbono).
principalmente, por via respiratória, Efeitos sobre o Sistema Nervoso – ocor-
digestiva e através da pele. rem quando a substância tem afinidade pelo
2. As substâncias, depois de absorvidas, sistema nervoso e afetam tanto o cérebro quan-
são distribuídas pelo sangue. to os nervos situados em outros lugares do
3. O fígado é o principal local de trans- corpo. O sistema nervoso é altamente sensí-
formação das substâncias. vel aos solventes industriais porque é forma-
4. Algumas substâncias ficam armazena- do, em grande parte, por gordura. Assim, to-
das em alguns locais do organismo. dos os solventes industriais, sejam éter, tolue-
5. As substâncias podem ser eliminadas no, xileno, hexano, fenol e outros, causam uma
pelo ar exalado, pela urina e todas as sensação de euforia em pequenas doses. Em
outras secreções do organismo – lágri- doses maiores causam sensação de embria-
mas, suor, saliva, etc. guez, diminuição da coordenação motora, so-
6. Durante esta permanência no organis- nolência, podendo chegar ao coma e à morte.
mo, as substâncias podem ou não pro-
vocar efeitos tóxicos, que serão estu-
dados na toxicodinâmica.

Toxicodinâmica
É o estudo das modificações que “T” pro-
voca no organismo.
Os efeitos que podem acontecer nas pri-
meiras 24 horas após o contato, são os chama-
dos efeitos imediatos. É o caso da queimadura
pelo fenol, que se manifesta na hora do conta-
to. Outros efeitos ocorrem com mais de 24
horas após o contato, são os chamados efeitos
tardios. Entre estes estão o câncer e as doen-
ças do sistema nervoso. Levam, às vezes, anos
para se manifestarem e por isso é mais difícil
descobrir qual o agente causador.

Conhecendo Melhor o Efeito


Irritação – muitas substâncias químicas
conhecidas causam irritação, entre elas, os
ácidos e as bases. No lugar de contato, estas Pequenas doses diárias podem causar in-
substâncias provocam reações que vão desde sônia, irritabilidade, alterações de humor, di-
a coceira, vermelhidão, inchação, até ulcera- ficuldade de concentração e mesmo sensação
ções e sangramento. É o caso da amônia, que de dormência e formigamento. As alterações
causa tosse, espirro, lacrimejamento e sangra- no sistema nervoso são, muitas vezes, as que
mento quando inalada. primeiro se manifestam. Podem, também, pro-
Asfixia – é causada por gases chamados vocar mudanças no comportamento ou uma
asfixiantes. A asfixia é a falta de oxigênio na tendência maior a acidentes.
célula, provocando falência em suas funções, Mutagênese – é uma modificação na cé-
podendo levar à morte. Os gases asfixiantes lula, que fica com a forma e/ou função altera-
são divididos em simples e químicos. das. Podem ocorrer diversos fenômenos, en-
Gases Asfixiantes Simples – provocam tre eles, a formação de tumores benignos ou
14 asfixia ocupando o lugar do oxigênio no am- malignos (câncer). Estes podem demorar a
biente. São portanto mais perigosos em ambien- aparecer, ou se manifestar em outras gerações
tes confinados. As frações gasosas do petró- (filhos, netos, bisnetos, etc.).
leo, como metano, etano, propano e butano são Câncer – a célula muda sua forma e função
asfixiantes simples. e passa a se reproduzir de modo descontrolado,
Higiene Industrial
originando tumores e invadindo outros teci- representa maior segurança. Altas tem-
dos. Pode ser causado por substâncias quími- peraturas e pressões, por outro lado, sig-
cas, vírus, raios-x. Por exemplo, câncer de fí- nificam maior risco. Substâncias mais
gado causado pelo tetracloreto de carbono, voláteis também representam mais ris-
câncer de pulmão causado pelo fumo. O perío- co. É importante pensar sempre em
do de incubação pode durar dez, vinte, trinta substituir substâncias mais tóxicas por
anos. outras menos tóxicas, como, por exem-
Teratogênese – efeito provocado no feto plo, os aromáticos por solventes de ca-
quando a mulher grávida expõe-se a tóxicos. deia aberta.
Mulheres dependentes de álcool e que bebem – ambiente – ventilação, exaustão, pre-
durante a gravidez podem provocar alterações sença de anteparos e outras condições
na criança, tais como baixo peso e alterações no local, podem diminuir o contato do
cerebrais. Outro exemplo é o das mulheres que homem com as substâncias.
tomaram talidomida durante a gravidez e os – organização do trabalho – a forma
filhos nasceram com defeitos nos braços. Neste como o trabalho é organizado pode
caso, os efeitos vão depender da dose e da épo- implicar em um número menor de
ca da gravidez em que a mulher teve contato pessoas envolvidas em operações de
com a substância tóxica. maior risco ou maior proximidade da
Finalmente, existem substâncias que pro- fonte tóxica.
vocam danos em determinados pontos do cor-
po, como ossos, órgãos formadores de sangue,
olhos, etc. Freqüentemente, as substâncias cau-
sam danos ao fígado, porque é o órgão onde
elas são transformadas, e aos rins e bexiga,
porque se concentram na urina.
Câncer, mutação e teratogênese são efei-
tos probabilísticos, isto é, expor-se a uma subs-
tância carcinogênica aumenta a probabilidade
de uma pessoa ter câncer. O mesmo vale para
os outros efeitos.

Como se Proteger? – procedimentos – a maneira de reali-


Se tudo é tóxico, e se as substâncias quí- zar determinadas ações representa maior
micas estão em todo o lugar, como se proteger ou menor risco, e esta é uma das bases
delas? do procedimento seguro.
– equipamentos – a manutenção dos
equipamentos é importante no contro-
le de risco, uma vez que contribui para
a prevenção de acidentes que envolvam
vazamentos e outros eventos de risco.
– uso de E.P.I – o equipamento de pro-
teção individual impede o contato en-
tre o agente tóxico e o organismo hu-
mano e assim reduz o risco tóxico.

As substâncias muito tóxicas podem ser


utilizadas de maneira segura. Isto depende de 15
alguns fatores:
– processo – condições favoráveis à expan-
são das substâncias podem aumentar o
risco tóxico, por isso o enclausuramento
Higiene Industrial
– armazenamento – as condições de ar- 1. O que esta substância pode causar à saúde?
mazenagem devem obedecer às instru- A resposta está nos manuais, fichas, livros
ções contidas nas fichas de informação e revistas.
das substâncias para evitar o risco de
intoxicação. O mesmo vale para o 2. Por onde esta substância pode entrar no
transporte. organismo?
No entanto, muitas vezes existe certa Isto depende do estado em que a substân-
quantidade de substâncias no ambiente. Se os cia se encontra. No estado gasoso, entrará por
efeitos dependem da quantidade, como saber meio da respiração; se for líquida, pode pene-
se a quantidade no ar pode causar efeitos no- trar a pele, mas lembre-se que líquido também
civos ou não? evapora e o vapor pode ser inalado. Assim,
Fazendo testes com animais de laborató- fica mais fácil saber como e onde proteger.
rio, observando trabalhadores e levantando
dados estatísticos, pode-se considerar que exis- 3. Esta substância é capaz de atravessar os
te uma quantidade da substância no organis- pulmões e chegar até o sangue?
mo que não provoca efeitos nocivos observá- Depende da solubilidade. Quanto mais
veis. Assim, foram estabelecidos limites con- lipossolúvel, maior a probabilidade de intoxi-
siderados seguros para a maioria dos trabalha- cação. Os derivados do petróleo são, em ge-
dores expostos durante a jornada de trabalho. ral, muito lipossolúveis. A ficha de informa-
São os limites de tolerância (TLV em inglês). ção do produto esclarece esta pergunta. Esta
ficha deve ser exigida sempre do fornecedor
ou fabricante para todas as substâncias.

Lembrete: para que a substância faça mal


à saúde, é preciso que haja contato com o or-
ganismo. Sem contato não há efeito.

4. No local de trabalho, há possibilidade de


se ter contato com alguma substância?
Qual? Quando? Quanto?

5. A forma como se está trabalhando é a me-


lhor para evitar que a substância atinja o orga-
nismo ou há outras formas mais seguras?
As equipes de Higiene Industrial, Segu-
Nossa legislação, em portaria 3214 de 08/ rança e Saúde Ocupacional podem ajudar a en-
06/1978, NR-15 Anexo 11, determina os li- contrar as repostas para estas duas perguntas.
mites de tolerância para várias substâncias.
Para se saber a quantidade de substância tóxi- 6. O que fazer se esta substância entrar em
ca no ambiente retira-se uma amostra desse ar contato com a pele, olhos, for engolida ou ina-
e envia-se para o laboratório. O resultado é lada?
comparado ao Limite de Tolerância e assim Consulte os manuais de primeiros socor-
tem-se uma noção do risco. Assim como se ros e as fichas de informação, que devem ser
pode medir as substâncias no ar, pode-se tam- sempre exigidas dos fornecedores e fabricantes.
bém medir no ser humano, no ar dos pulmões,
na urina e no sangue, e saber quanto foi absor-
vido. Existem, também, limites de tolerância
biológica, determinados a partir de estudos que
servem para comparação com os valores en-
contrados no ser vivo.
16
Outras Perguntas Importantes
Ter curiosidade a respeito de substâncias
com as quais se tem contato, seja no trabalho
ou em casa, é muito importante para a saúde.
Higiene Industrial
7. Como contribuir para o controle do risco Ouça tudo, ouça sempre, ouça bem...
no meu local de trabalho? No Princípio Predominava o Silêncio...
Aprender sobre toxicologia é ter consciên- Naquela época, as principais fontes de ruí-
cia da própria responsabilidade diante das do eram as forças da natureza, as chuvas, os
agressões aos seres vivos e ao ambiente. Res- ventos, os trovões, as erupções de vulcões, etc.
peitar os próprios limites é fundamental: o Hoje, o ruído atinge níveis muitas vezes
homem vem sendo exposto a um número cada insuportáveis, é gerado pela tecnologia criada
vez maior de substâncias químicas, em parte pelo próprio homem e seu estilo de vida.
devido ao próprio desenvolvimento tecnoló- Apesar da grande e rápida evolução no
gico e os resultados podem ser imprevisíveis. conhecimento técnico, a adaptação do nosso
É importante divulgar e usar corretamente o organismo às novas condições é muito lenta e
equipamento de proteção e utilizar os proce- não acompanha o ritmo do avanço tecnológi-
dimentos corretos. co. Embora, as fontes de ruído tenham se mo-
É preciso ser cuidadoso e contribuir da dificado com o passar dos anos, a reação or-
melhor forma para prevenir a exposição às gânica do homem moderno ao ouvir o barulho
substâncias químicas, mesmo aquelas aparen- de uma buzina ou de uma motocicleta, é se-
temente menos nocivas pois não se sabe o que melhante àquela do homem das cavernas, ao
os novos estudos podem concluir. Pode-se uti- ouvir um trovão ou o rugido de um leão.
lizar as descobertas da ciência na melhoria da
qualidade de vida no planeta: ar respirável que
não cause doenças; mares não apenas navegá-
veis, mas que permaneçam sendo a casa de
outros seres; terra fértil que dê o alimento não
apenas para combater a fome, mas que garan-
ta a saúde para todos!

O ruído torna as pessoas alertas, tensas,


em atitude de prontidão, e isso explica muito
dos seus efeitos negativos sobre a saúde e a
qualidade de vida.
Quando se fala em som ou ruído, trata-se
do mesmo fenômeno físico caracterizado por
uma vibração mecânica que se propaga atra-
vés de um meio (gás, líquido ou sólido) em
um movimento ondulatório, como aquele pro-
Adaptação do Manual “Nocaute do risco Tóxico”, da ASSAO. duzido quando se atira uma pedra em um lago
tranqüilo.
1.4 Preserve sua Audição
A perda auditiva induzida pelo ruído tor-
na-se irreversível com o passar do tempo e as
medidas preventivas devem ser adotadas por
todos os empregados que estão expostos ao
ruído. Que tal conhecermos
melhor o ruído...?
Espera-se que este manual possa colabo-
rar para aumentar a participação nos Progra- Quando duas pessoas estão conversando,
mas de Higiene Industrial e de Saúde Ocupa- aquela que fala provoca uma vibração de suas 17
cional, através de adoção de uma atitude cordas vocais transmitida ao ar existente den-
prevencionista, na melhoria das condições de tro da boca, produzindo variações da pressão
trabalho, tendo como resultado a preservação atmosférica, que se propaga até atingir o ouvi-
de sua audição. do da outra.
Higiene Industrial
Dependendo da intensidade e da freqüên- 1.4.1 Uma Excursão no Aparelho Auditivo
cia das variações de pressão, estas poderão ser O ouvido é composto por três partes:
interpretadas como som. O som, com predo- 1. ouvido externo – formado pelo pavi-
minância de ondas de altas freqüências, é per- lhão auricular e pelo conduto auditivo,
cebido como um som agudo (canto de passa- por onde algumas vezes, erradamente,
rinho, sons do violino), enquanto que o de bai- são introduzidos grampos, canetas e
xa freqüência é percebido como grave (ruído outros apetrechos. Tem como função
de compressores, sapo). conduzir o som (que é uma vibração
A classificação da onda sonora em som mecânica), até a membrana timpânica,
ou ruído, depende da sensação que ela provo- uma pequena e frágil membrana vibra-
ca em quem a ouve. Em geral, chama-se de tória.
ruído o som que nos é desagradável, indesejado 2. ouvido médio – contém um conjunto
ou que nos incomoda. Assim, alguns sons, de três ossinhos (martelo, bigorna e
como por exemplo, um show de rock, podem estribo), que estão ligados um ao outro
ser agradáveis para alguns e extremamente
e são os responsáveis pela transforma-
incômodos para outros. Independente da agra-
ção da onda sonora em estímulo mecâ-
dabilidade ou não do som, ele pode ser capaz
nico. Estão alojados em uma cavidade
de provocar danos à saúde das pessoas, depen-
ligada à via respiratória através de um
dendo do tempo de exposição e do “volume”.
pequeno conduto, a trompa de Eustá-
Aquilo que se conhece como “volume” do
som, refere-se ao nível de pressão sonora quio, responsável pelo equilíbrio da
(NPS) ou nível de ruído e é medido na escala pressão no interior do ouvido.
decibel (dB). Quanto maior o volume, ou seja, 3. ouvido interno – onde existem duas es-
quanto maior o nível de pressão sonora, maior truturas principais, o labirinto, cujos
o risco de dano auditivo, para o mesmo tempo canais semicirculares, dispostos nos
de exposição. planos vertical, horizontal e posterior,
O ouvido humano não é igualmente sen- são responsáveis pela percepção da
sível a todas as freqüências, é mais sensível posição no espaço e pelo equilíbrio do
para o ruído de freqüência na faixa de 2 kHz a nosso corpo. E o caracol ou cóclea,
5 kHz. Para compensar esta diferença na sen- onde a informação recebida através da
sibilidade humana, as medições do nível de janela oval é transformada em um si-
ruído são feitas com um equipamento, conhe- nal elétrico, transmitido através do ner-
cido como decibelímetro, que tem um circui- vo auditivo até o cérebro.
to de compensação eletrônico que tenta simu-
lar a resposta do ouvido e os resultados são 1.4.2 Ouvido – O Palco da Audição
lidos em dB (A). Canais
semicirculares
Nervo acústico
Você sabia que: Martelo
Bigorna Estribo
10 dB é 10 vezes mais que 1 dB
20 dB é 100 vezes mais que 1 dB
Caracol
30 dB é 1000 vezes mais que 1 dB?

Tímpano

Pavilhão
Conduto
auditivo Trompa de
externo Eustáquio

O movimento vibratório das moléculas


(som) propaga-se pelo ar até o ouvido. Pene-
18 Um som de 83 dB produz um nível de tra pelo conduto auditivo e vai até a membra-
pressão sonora 2 vezes maior que um de 80 na timpânica que começa a vibrar, como se
dB. Portanto, embora uma diferença de 3 dB fosse um couro de tamborim, transmitindo seus
possa parecer pequena, representa um aumen- movimentos para os três pequeninos ossos, o
to significativo no nível de pressão sonora. martelo, a bigorna e o estribo.
Higiene Industrial
O estribo, por sua vez, movimentando-se e com o ambiente que as cerca. Também é pela
como se fosse uma vara de cuíca, como um audição que, algumas vezes, perigos eminen-
pistão, comprime a janela oval e, por conse- tes, como a freada de um carro ou o barulho
guinte, o líquido que está no interior do ouvi- de uma sirene, são alertados!
do interno, a linfa. Formam-se ondas na linfa
(semelhantes àquelas ondas da pedra no lago), 1.4.4 Audiometria – Avaliando a Atuação das
que provocam movimentos nos cílios das cé- Células Ciliadas
lulas de Corti, dentro do caracol. As células
A audiometria é uma avaliação da capaci-
de Corti são capazes de transformar esse “ca-
dade auditiva das pessoas e seu resultado é
funé” nos cabelos em estímulo nervoso. O
registrado num gráfico chamado audiograma.
nervo auditivo capta esta informação e a trans-
Pelo audiograma, pode-se saber como está a
porta, ao cérebro que “entende” e faz a tradu-
audição, inclusive o funcionamento das célu-
ção: música, barulho de trem, voz humana, etc.
las ciliadas.
O exame consiste na emissão, por um apa-
1.4.3 Uma Atuação Inesquecível relho chamado audiômetro, de diferentes sons
As grandes estrelas da audição, capazes de freqüência e intensidade padronizadas.
de transformar um “cafuné” em mensagem elé- A pessoa que está sendo avaliada deve
trica, a ser interpretada pelo cérebro, são as informar o momento exato em que o som é
células ciliadas de Corti. E quem melhor para percebido, e o resultado é registrado em um
representá-las do que uma sereia, tão conheci- gráfico, o audiograma.
da de todos pelos longos cabelos e que depen- São várias as técnicas empregadas para se
de da água para sobreviver? fazer um bom audiograma, usando-se inclusi-
“Vamos nos deixar seduzir pela sua histó- ve métodos que corrigem as alterações da per-
ria, como os marujos de antigamente se dei- cepção individual dos sons.
xavam envolver pelo seu canto”. Antes de realizar a audiometria, a pessoa
deve evitar exposição a ruídos intensos, du-
rante, pelo menos, 14 horas. Esta orientação
deve-se ao fato de a célula ciliada entrar em
“fadiga” temporária quando submetida a ruí-
dos intensos, o que mascara o resultado do
exame.
Este “cansaço” temporário chama-se
“Desvio Temporário do Limiar de audição”
(DTL), que se manifesta por uma diminuição
temporária da audição nas altas freqüências
(sons agudos) e sensação de zumbidos.
Essa diminuição das células ciliadas pro-
voca uma redução progressiva e irreversível 1.5 Ruído – A Ameaça Silenciosa...
da capacidade auditiva. Este processo natural Algumas substâncias químicas, dentre elas
de diminuição da audição pelo envelhecimen- alguns medicamentos, podem causar danos às
to denomina-se Presbiacusia. preciosas células ciliadas, mas a pior e mais
Na infância, e até a adolescência são mui- comum ameaça no ambiente de trabalho é o
tas as células ciliadas, que porém começam a excesso de ruído.
diminuir na fase adulta, e vão ficando cada vez
mais rarefeitas à medida que se envelhece.

19

Ouvir é muito importante. Através da au-


dição, as pessoas podem se relacionar entre si
Higiene Industrial
Veja como se sente a “sereia” quando submetida a ruídos de diferentes intensidades:

Contudo, o efeito vai depender, não so-


mente da intensidade, mas também de outros
fatores, principalmente da freqüência do som
e do tempo de exposição ao ruído.
Além de danificar a célula ciliada do ou-
vido, o ruído pode provocar outros efeitos no
organismo, tais como: cansaço, irritabilidade,
insônia, estado de alerta por período prolon-
gado, alterações da pressão arterial e sensação
de zumbido.
Ruídos muito intensos (acima de 130 dB) 1.5.1 Ruído – Ameaça antes mesmo do
podem causar dor nos ouvidos, e, se for de
impacto, tipo explosão, pode até provocar rup- Nascimento
tura de tímpano, desarticulação da cadeia de No último trimestre da gravidez, o futuro
ossículos e sangramento (reveja o diagrama do bebê já está formado, inclusive seu aparelho
ouvido). auditivo. A Natureza protege o feto das agres-
sões do meio ambiente, através de um “escu-
do protetor” formado pela parede do abdômen
e do útero, pela placenta e pelo líquido amnió-
tico no qual “flutua” o feto. Este conjunto pode
atenuar os ruídos mais agudos (nas freqüências
20 maiores que 500 Hz) em 20 a 30 dB.
Portanto, na gravidez, principalmente du-
rante os últimos meses, o feto é mais sensível
aos ruídos graves (aqueles com freqüência
menor que 500 Hz).
Higiene Industrial
Estudos realizados em vários países con- Outros podem causar desconforto ou mes-
sideraram como segura a exposição aos níveis mo dor. O importante é identificar as fontes
de 80 dB por 8 horas. Estes níveis foram in- de ruído, e agir no sentido de resolver o pro-
cluídos nas leis trabalhistas como limites de blema.
exposição ao ruído, para mulheres grávidas,
nos ambientes de trabalho. O Que Fazer?
Se o ruído é no local de trabalho, procure
as equipes de Segurança, Saúde e Higiene
Industrial, para participar do Programa de ava-
liação e controle.

Atenda às solicitações destas equipes, pois


significam proteção da saúde e segurança.
Se for indicada pela Segurança a utiliza-
ção de equipamento de proteção individual
(EPI), colabore na escolha daquele mais ade-
****Contudo, durante a gravidez, devem quado para o seu caso e ao qual você melhor
ser evitadas exposições a ruídos em níveis su- se adapte. Utilize-o sempre que estiver expos-
periores a 80 dB to ao ruído, no trabalho e no lazer. Não esque-
Alguns médicos recomendam que o re- ça de fazer a limpeza e demais cuidados com
cém-nascido permaneça em ambientes calmos o seu protetor auricular.
e silenciosos, mesmo depois de sair da mater- Compareça ao seu exame médico perió-
nidade, porque seu ouvido é muito sensível. dico e aproveite a oportunidade para tirar dú-
vidas. Siga as recomendações da equipe de
1.5.2 Protegendo-se do Ruído saúde.
As pessoas estão expostas a ruídos de di- Procure manter-se o mais longe possível
ferentes intensidades e freqüências praticamen- das fontes de ruído. Quanto maior a distância,
te durante todas as atividades. Alguns desses menor a possibilidade de provocar dano. O
ruídos, apesar de não constituírem risco ao importante é o quanto de ruído está chegando
aparelho auditivo, são fontes de irritação como, ao ouvido.
por exemplo, do pingo d'água que cai do chu- Procure o serviço médico, caso tenha a
veiro, e a do barulho do tráfego à noite quan- sensação de zumbidos, tonteira, redução da
do se quer dormir. capacidade auditiva ou outro sintoma ligado
ao ouvido.

O Que não Fazer


Evite a entrada de água nos seus ouvidos.
A água, além de pressionar a cera para o inte-
rior do ouvido, favorece o crescimento de fun-
gos e bactérias que podem causar infecção.
Não introduza objetos no ouvido para lim-
peza e nem esfregue cotonete dentro deles. A 21
secreção tem função protetora. Vários aciden-
tes desagradáveis têm ocorrido devido a esta
prática. Pessoas que produzem secreção em
excesso devem consultar o médico.
Higiene Industrial
Caso tenha a sensação de surdez, ouvido Pela tabela, um trabalhador exposto a um
cheio de água, consulte um médico. Nunca nível de ruído de 95 dB(A) não poderá ficar
coloque no ouvido remédio ou substâncias re- no ambiente ruidoso por período superior a 2
comendadas por amigos, balconista de farmá- horas, sem o uso de uma proteção auditiva
cia ou pessoas palpiteiras. adequada. Da mesma forma, não é permitida
Evite ouvir música em alto volume para a exposição a níveis de ruído a 115 dB(A) para
abafar ruído de outras fontes. O uso de fones trabalhadores que não estejam utilizando a
de ouvido em volume excessivamente alto pro- proteção adequada.
voca dano à audição. Na maioria dos
ambientes de traba-
1.6 A Legislação Trabalhista Brasileira lho, e até mesmo em
e o Ruído casa, o nível de ruído
Para proteger contra a perda auditiva, a não permanece estáti-
legislação brasileira determina limites de ex- co ao longo do tem-
posição ao ruído nos locais de trabalho (Ane- po. Neste caso, é pre-
xo 1 e 2 da NR-15, Portaria 3.214 de 08/06/78 ciso calcular o que se
do então Ministério do Trabalho). Para ruído chama de “dose de
de impacto, aquele do tiro de canhão ou do ruído” ou “nível equi-
bate-estaca, o limite máximo de exposição é valente de ruído” recebido pela pessoa expos-
de 130 dB ou de 120 dB(C). ta, o que pode ser feito facilmente através de
Para os demais tipos de ruídos, chamados um equipamento colocado na pessoa a ser ava-
de contínuos ou intermitentes, o limite de ex- liada, chamado de “Dosímetro de Ruído”.
posição deve obedecer a uma combinação en- Você sabe qual a sua dose diária de ruído
tre o nível de ruído e o tempo de exposição, no trabalho? Solicite esta informação ao pes-
conforme o quadro abaixo: soal da Segurança Industrial.
Quando a questão é conforto, a legislação
Limites de tolerância para ruído contínuo brasileira estabelece que o nível de ruído para
o
o desenvolvimento de atividades intelectuais, A
ou intermitente
que envolvem concentração e raciocínio, não
Máxima exposição diária
Nível de ruído dB (A)
permissível deve ser superior a 65 dB(A).
Adaptação do Manual Viva Ouvindo, da ASSAO.
85 8 horas
86 7 horas
87 6 horas
1.7 Tipos de Radiação
88 5 horas
89 4 horas e 30 minutos
90 4 horas
91 3 horas e 30 minutos
92 3 horas
93 2 horas e 40 minutos
94 2 horas e 15 minutos É a desintegração espontânea do núcleo
95 2 horas atômico de alguns elementos (urânio, polônio
96 1 hora e 45 minutos e rádio), resultando em emissão de radiação.
98 1 hora e 15 minutos Descoberta pelo francês Henri Becquerel
100 1 hora (1852-1909) poucos meses depois da desco-
102 45 minutos berta dos raios X. Becquerel verifica que,
104 35 minutos além de luminosidade, as radiações emitidas
105 30 minutos pelo urânio são capazes de penetrar a matéria.
106 25 minutos Dois anos depois, Pierre Curie e sua mu-
108 20 minutos lher, a polonesa Marie Curie, encontram fon-
22 tes radiativas muito mais fortes que o urânio.
110 15 minutos
112 10 minutos Isolam o rádio e o polônio e verificam que o
114 8 minutos rádio era tão potente que podia provocar
115 7 minutos
ferimentos sérios e até fatais nas pessoas que
dele se aproximavam.
Higiene Industrial
Radiação Alfa é uma partícula formada 1.7.1 Infravermelho
por um átomo de hélio com carga positiva. A Radiação eletromagnética invisível, emi-
distância que uma partícula percorre antes de tida por corpos aquecidos. Pode ser detectada
parar é chamada alcance. Num dado meio, par- por meio de células fotoelétricas. Possui mui-
tículas alfa de igual energia têm o mesmo al- tas aplicações, desde o aquecimento de interio-
cance. O alcance das partículas alfa é muito res até o tratamento de doenças de pele e dos
pequeno, ou seja, são facilmente blindadas. músculos. Para produzir o infravermelho, em
Uma folha fina de alumínio barra completa- geral empregam-se lâmpadas de vapor de mer-
mente um feixe de partículas de 5 MeV. A ina- cúrio a de filamento longo incandescente.
lação ou ingestão de partículas alfa é muito
perigosa. A radiação infravermelha é usada para
Radiação Beta é uma partícula, de carga obter fotos de objetos distantes encobertos pela
negativa, o elétron. Sua constituição é feita por atmosfera, também muito utilizada por astrô-
partículas beta que são emitidas pela maioria nomos para observar estrelas e nebulosas que
dos nuclídeos radiativos naturais ou artificiais são invisíveis com luz normal. Uma outra uti-
e têm maior penetração que as partículas alfa. lidade deste tipo de radiação é o uso nas foto-
O 32 P dá uma radiação beta até 1,7 MeV com grafias infravermelhas, que são muito preci-
uma penetração média de 2 a 3 mm na pele, e sas. O infravermelho foi muito utilizado na II
alcança, em pequena proporção, 8 mm. Se o Guerra Mundial.
emissor beta é ingerido, como acontece nos
casos de diagnóstico e terapêutica, os efeitos 1.7.2 Ultravioleta
são muito mais extensos. Produzida por descargas elétricas em tu-
Radiação Gama é uma onda eletromag- bos de gás. Cerca de 5% da energia mandada
nética. As substâncias radiativas emitem con- pelo Sol consiste nesta radiação, mas a maior
tinuamente calor e têm a capacidade de ionizar parte da que incide sobre a Terra é filtrada pelo
o ar e torná-lo condutor de corrente elétrica. O2 e pelo ozônio na atmosfera, que protegem
São penetrantes, e ao atravessarem uma subs- a vida na Terra. Esta radiação é empregada,
o tância, chocam-se com suas moléculas. A ra-
A principalmente, em tubos fluorescentes, mas
diação gama tem seu poder de penetração também em aplicações médicas que incluem
muito grande. Sua emissão é obtida pela maio- lâmpadas germicidas, o tratamento do Raqui-
ria, não totalidade, dos nuclídeos radiativos tismo e doenças de pele, enriquecimento de
habitualmente empregados. Quando a fonte de leite e ovos com vitamina D.
material radioativo for beta ou gama, é neces-
sária a colocação de uma barreira entre o ope- É dividida em três classes: UV-A, UV-B
rador e a fonte. e UV-C. As ondas de menor período são as
mais nocivas aos organismos vivos. A UV-A o
o período entre 4000 A
é a mais perigosa e tem
(ângstrons) e 3150 A o . UV-B tem período en-
o
tre 3150 A e 2800 A e causa queimaduras na
pele.

1.7.3 Radiação de fundo


Toda vida, em nosso planeta, está exposta
à radiação cósmica e à radiação proveniente
de elementos naturais radiativos existentes na
crosta terrestre como potássio, césio, entre
outros. A intensidade desta radiação tem per-
manecido constante por milhares de anos e
chama-se radiação natural ou radiação de fun-
do, e provém de muitas fontes.
Cerca de 30% a 40% dessa radiação deve- 23
se aos raios cósmicos. Alguns materiais radia-
tivos, como potássio-40, carbono-14, urânio,
tório, etc., estão presentes em quantidades va-
riáveis nos alimentos.
Higiene Industrial
Uma quantidade razoável de radiação vem combustível, não podem ser destruídas e per-
do solo e de materiais de construção. Assim, manecem em atividade durante milhares e até
pois, a radiação de fundo pode variar de local milhões de anos. Despejos no mar e na atmos-
para local. fera são proibidos desde 1983, mas até hoje
O valor médio da radiação de fundo em não existem formas absolutamente seguras de
locais habitados é de 1, 25 milisievert (mSv) armazenar essas substâncias. As mais reco-
ao ano. mendadas são tambores ou recipientes imper-
meáveis de concreto, à prova de radiação, que
1.7.4 Raios catódicos devem ser enterrados em áreas geologicamente
São feixes de partículas produzidos por um estáveis. Essas precauções, no entanto, nem
eletrodo negativo (cátodo) de um tubo conten- sempre são cumpridas e os vazamentos são
do gás comprimido. São resultado da ionização freqüentes. Em contato com o meio ambiente,
do gás e provocam luminosidade. Os raios as substâncias radiativas interferem diretamen-
catódicos foram identificados no final do sé- te nos átomos e moléculas que formam os te-
culo passado por Willian Crookes. O tubo de cidos vivos, provocam alterações genéticas e
raios catódicos é usado em osciloscópios e te- câncer.
levisões.
Unidades de Radioatividade do
1.7.5 Raio X Sistema Internacional
São capazes de atravessar o corpo huma- Grandeza Nome Símbolo Definição
no, porém durante a travessia, o feixe sofre
Atividade na qual se produz
um certo enfraquecimento. Provoca a ilumi- Atividade becquerel Bq uma desintegração nuclear
nação de certos sais minerais. por segundo.
O uso do raio X tem sido uma importante Exposição tal que a carga to-
ferramenta de diagnóstico e terapia. Os raios tal de íons de mesmo sinal
X são absorvidos pelos ossos, no entanto pas- Exposição coulomb/Kg C/kg produzidos em 1 quilograma
sam facilmente por outros tecidos. de ar é de 1 coulomb em va-
lor absoluto.
Em 1895, Wilhelm Konrad von Röentgen
descobre acidentalmente os raios X, quando Dose de radiação ionizante
Dose absorvida uniformemente
estudava válvulas de raios catódicos. Verifi- gray Gy por uma porção de matéria,
absorvida
cou que algo acontecia fora da válvula e fazia à razão de 1 joule por qui-
brilhar no escuro focos fluorescentes. Eram lograma de sua massa.
raios capazes de impressionar chapas fotográ- Equivalente de dose de uma
ficas através de papel preto. Produziam foto- Equivalente radiação igual a 1 joule por
sievert Sv
grafias que revelavam moedas nos bolsos e os de dose quilograma. Nome especial
para a unidade SI adotada
ossos das mãos. Estes raios desconhecidos são pela 16a CGPM/1979.
chamados simplesmente de “x”.

1.7.6 Radiação de nêutrons Limites máximos de doses permissíveis


Conforme norma C.N.E.N. Ne-3.01 são
Nêutrons são partículas muito penetran-
admitidos os seguintes níveis:
tes. Originam-se do espaço externo, por coli-
sões de átomos na atmosfera, e por quebra ou
ficção de certos átomos dentro do reator nu- Para indivíduos do público:
clear. Água e concreto são as formas mais co- – 0,05 mRem/h ..................... 0,0005 mSv/h
muns usadas como barreiras contra radiação – 0,4 mRem/dia ................. 0,004 mSv/dia
por nêutrons. – 2,0 mRem/semana ..... 0,02 mSv/semana
– 100 mRem/ano (0,1 Rem) ..... 1,00 mSv/ano
Resíduos Radiativos
Entre todas as formas de lixo, os resíduos
radiativos são os mais perigosos. Substâncias
24 Para trabalhadores
radiativas são usadas como combustível em
usinas atômicas de geração de energia elétri- – 2,5 mRem/h ......................... 0,25 mSv/h
ca, em motores de submarinos nucleares e em – 20 mRem/dia ..................... 0,2 mSv/dia
equipamentos médico-hospitalares. Mesmo – 100 mRem/semana ....... 1,0 mSv/semana
depois de esgotarem sua capacidade como – 500 mRem/ano ...................... 50 mSv/ano
Higiene Industrial
IRRADIADOR

Principais itens a serem inspecionados em um irradiador.

CABO DE COMANDO

Cabo de comando com unidade de comando para avanço e retração.

25

Tubo guia da fonte (extensão) usado para ensaios radiográficos panorâmicos.


Higiene Industrial

Símbolo da presença de radiação.


Deve ser respeitado e não temido.

CAVALETE E BANDEIROLA DE INTERDIÇÃO

CONFORTO GERA SAÚDE

26
Higiene Industrial
LER é a terminologia do nosso país para Fatores psicológicos
designar afecções músculo-tendinosas que – Inseguranças e Medos – É alarmante o
atingem, principalmente, os membros superio- número de empregados de empresas
res até a região cérvico-braquial, em decorrên- estatais acometidos de LER, em rela-
cia de um conjunto de fatores existentes no ção aos demais trabalhadores, o que
trabalho. Tem-se constituído em um grande sugere uma forte ligação com a
problema da saúde pública em muitos dos paí- somatização dos medos de perda da es-
ses industrializados. Esta terminologia pode- tabilidade que os protegia;
rá ser modificada para DORT – Distúrbios – visão de mundo – pessoas pessimistas,
Osteomusculares Relacionados ao Trabalho, introspectivas e com uma visão mais
nas normas técnicas para avaliação de incapa- restrita do mundo são mais susceptíveis;
cidades da Previdência Social de 1997 (Diá- – incapacidade de assimilação das mu-
rio oficial de 11/06/97), o que tem gerado em danças.
todo país muitos fóruns de discussão. No dizer da Dra. Leny Sato(1):
“Os aspectos emocionais são responsáveis
1. Conseqüências de uma ler instalada por mais de 60% do agravamento do que é
Uma vez portadora de LER, a pessoa co- chamado LER”.
mumente sofre com:
– perda da capacidade produtiva; 3. Estágios evolutivos da ler
– perda de movimentos básicos; Grau I – Sensação de peso e desconforto
– perda da auto-estima pelo sentimento no membro afetado – dor espontânea, leve e
de inutilidade; fugaz, sinais clínicos ausentes. Tem bom prog-
– depressão profunda; nóstico.
– falta de vontade para reagir; Grau II –Dor persistente e mais intensa,
– sentimentos de culpa, de revolta, de in- aparece de forma intermitente, formigamen-
capacidade física e psicológica peran- tos e calor; ocorre a redução de produtivida-
te a vida. de. Prognóstico favorável.
Grau III – Dor persistente, mais forte e tem
2. Aspectos a considerar irradiação definida. Prognóstico reservado.
A designação genérica LER enfatiza os Grau IV – Dor forte, contínua, insupor-
movimentos repetitivos. Tal condição, embo- tável e intenso sofrimento; alterações psicoló-
ra necessária, não é suficiente pois pianistas, gicas com quadros de depressão, ansiedade e
digitadores, taquígrafos, datilógrafos, em si- angústia. Prognóstico sombrio.
tuação de uso muito intenso das mãos, às ve-
zes passam toda a vida sem manifestarem a
doença. Isto sugere que outros fatores atuam 4. Diagnóstico
em conjunto para o aparecimento de LER. Existem várias formas clínicas das LER,
A seguir estão relacionados fatores adicio- das quais as mais freqüentes são as causado-
nais que contribuem para o surgimento ou agra- ras de inflamações de tecidos, tendões, fascias
vamento das LER: e ligamentos, músculos e nervos, de extensão
aguda ou crônica, que podem ocorrer isoladas
Fatores ambientais ou associadas.
– Postura e rotina de trabalho inadequadas; O diagnóstico é essencialmente clínico,
– mobiliário inadequado – mesa, cadei- pois depende principalmente, na queixa do
ra, mouse, teclado, suportes; paciente, em seu discurso sobre a dor e na sua
– características da profissão. história clínica ocupacional, já que não se pode
“ver” as LER. E ainda através de um exame
Fatores físicos físico detalhado, exames complementares
– Condição física – estrutura muscular e quando necessários, levando-se também em
nervosa – por falta de uma atividade fí- conta a análise das condições de trabalho que
sica sistemática, os músculos atrofiam- propiciaram o surgimento da lesão.
se com o tempo e as pessoas armaze- Os casos de LER diagnosticados precoce- 27
nam tensões que predispõem à doença; mente têm bom prognóstico, desde que o tra-
– condição orgânica – grau de saúde – tamento seja iniciado de imediato.
muitas vezes, a pessoa já está debilita- (1) Dra. Leny Sato, Psicóloga pela USP. Mestre em Psicologia Social - PUC-
da, o que facilita o acesso à doença. SP, professora do Depto. de Psicologia Social do Trabalho - USP.
Higiene Industrial
O fator desconhecimento da doença, tem cau- 1.8 PPEOB: Programa de Prevenção da
sado sérios desvios de tratamento e levado os
pacientes a uma verdadeira peregrinação por
Exposição Ocupacional ao Benzeno
um diagnóstico, em muitos casos, aumentan- 1.8.1 Objetivos
do os temores em relação ao futuro e piorando – Preservar a saúde das pessoas;
o quadro psicossomático dos mesmos. – Preservar o meio ambiente;
O uso de eletroneuromiografia como ins- – Prevenir acidentes e ocorrências anor-
trumento de diagnóstico mostra-se altamente mais.
doloroso. O sentimento dos portadores é de
que há sensível piora dos sintomas. 1.8.2 Propriedades toxicológicas
Desde 1993, o INSS reconhece as diver- – Classificação: Cancerígeno
sas manifestações de LER em qualquer fun- – Limite de tolerância (NR-15): Não há
ção exercida, desde que estabelecida a relação – Valor de Referência Tecnológico
entre a lesão e o trabalho. Entre as LER reco- (VRT): 1 ppm
nhecidas oficialmente estão as epicondilites, – Absorção pela pele: SIM
bursites, cistos sinoviais, tendinites etc. – Limite de Odor: 12 ppm (ACGIH
A emissão de CAT – Comunicação de Aci- 1991).
dente de Trabalho, mesmo nos casos iniciais,
deve ser efetuada por médico da empresa, SUS
e demais profissionais de saúde.
Benzeno (C6H6)
Informações gerais
5. Prevenção da ler É um líquido incolor, volátil, com odor
Medidas simples è resultados significativos aromático caraterístico. O benzeno costuma ser
Pequenas modificações no processo e or- referido como “benzol”, uma mistura de ben-
ganização do trabalho, com diversificação das zeno com outros hidrocarbonetos aromáticos
tarefas e redução do tempo de exposição mos- (tolueno e xileno). Não deve ser confundido
tram-se bastante eficazes. Deve-se adequar os com benzina, que é uma mistura heterogênea
móveis e equipamentos do ponto de vista de vários hidrocarbonetos alifáticos (pentano,
ergonômico. Cabe estudo ergonômico dos pos- hexano, heptano) e aromáticos (tolueno,
tos de trabalho nas empresas que, a exemplo xileno e pequenas quantidades de benzeno).
da PETROBRAS, possuem CIPA ou órgãos A benzina é usada como solvente comercial.
especializados em engenharia de segurança e Usos: matéria-prima e intermediário na
medicina do trabalho. produção de grande número de substâncias
Atividades em grupo para esclarecimento químicas, a exemplo do estireno, fenol, ciclo-
e adoção de uma postura proativa diante da hexano, anidrido maleico, etc., indústria de
situação também zelam por condições higiê- detergentes, indústria de explosivos, indústria
nicas no trabalho e melhoria da qualidade de farmacêutica, indústria de inseticidas, indús-
vida dos envolvidos. tria de fotogravura, indústria da borracha, in-
Deve-se, ainda, monitorar os empregados dústria de plásticos, produção de solventes e
não só em nível de suas condições ergonômi- removedores de tintas, etc.
cas, mas das condições clínicas, grau de su- O benzeno pode estar presente como con-
cesso no trabalho, auto-estima e nível de socia- taminante em diversos produtos, como tintas,
bilidade e cooperação na Organização. colas e vernizes.
Fator não menos importante, nesse mo- Na indústria do petróleo, é usado em for-
mento em que a globalização e a competição ma pura nos laboratórios, para análise, e está
intensa ditam novas formas de trabalho, de presente como contaminante em diversos de-
modo que as pessoas da organização sentam- rivados, como gasolina, hexano, querosene,
se atualizadas. Capacitá-las para as novas de- tolueno, etc.
mandas, tanto técnicas quanto interpessoais, Sinônimos: benzol, ciclo-hexatrieno, bi-
devolve-lhes a autoconfiança e a auto-estima, carbureto de hidrogênio, nafta mineral.
prepara-as para o convívio com as incertezas
28 do futuro. Grau de Insalubridade (NR 15)
Máximo.
“Devemos aumentar a estrutura, quando se
aumenta a exigência” Antônio Tadeu Benatti(2). Grau de risco à saúde (API)
(2) Dr. Antônio Tadeu Benatti - consultor, diretor da Benatti & Benatti S/C
Moderado à exposição aguda e alto à ex-
Associados. posição crônica excessiva.
Higiene Industrial
Classificação de carcinogenicidade ocu- graves, como a fibrilação ventricular, devido
pacional (ACGIH / 95-96) à sensibilização do miocárdio. A exposição a
Confirmado como carcinogênico para o altas concentrações (20.000 ppm) é rapidamen-
homem. te fatal (Quadro 1).
O benzeno na forma líquida pode ser ab-
Limites de tolerância sorvido através da pele, onde pode provocar
LT-MP ou TLV-TWA (ACGIH / 95-96) = 10 efeitos irritantes como dermatite de contato,
ppm, 32 mg/m3 eritema (áreas avermelhadas) e bolhas, pelo
efeito desengordurante.
LT-MP ou TLV-TWA (OSHA) = 1 ppm O contato com os olhos provoca sensação
IDLH (NIOSH) = 3.000 mg/m3 de queimação, com lesão das células epiteliais.
A ingestão do benzeno provoca sensação
MAC (Rússia) = 5 mg/m3 de queimação na mucosa oral, faringe e no
VRT-MPT - NR 15 (Brasil) = 1 ppm (indús- esôfago, dor retroesternal e tosse. A ingestão
trias em geral) da substância na dosagem de 15 a 20 mL pode
provocar a morte no adulto.
PROPOSTA DE MUDANÇA:
LT-MP ou TLV-TWA (ACGIH / 95-96) = 0, 3 Exposição crônica
ppm, 0, 96 mg/m3 A exposição crônica ao benzeno pode pro-
duzir toxicidade na medula óssea que pode tra-
1.8.3 Toxicocinética e toxicodinâmica duzir-se em anemia aplástica e leucemia agu-
Exposição aguda da. Aberrações nos cromossomos têm sido
O benzeno é altamente volátil, e por ser observadas em animais e homens expostos ao
muito lipossolúvel, é rapidamente absorvido benzeno, tanto em células da medula óssea
pela via respiratória ao ser inalado, distribuí- como em linfócitos periféricos da corrente
do e armazenado em tecidos ricos em gordu- sangüínea.
ras como o sistema nervoso central e medula
óssea. Quadro 1. Efeitos do organismo a diferentes con-
Cerca de 50% do total de benzeno inalado centrações do benzeno
são absorvidos. Do total absorvido, 10 a 50%
Concentração de
são eliminados pela urina, após biotransfor- Vapores de Benzeno
Tempo de
exposição Resposta
mação em maior proporção no fígado, em (ppm)
metabólitos solúveis em água como fenol 25 8 horas Nenhuma
(30%), hidroquinona (1%) e catecol (3%), que Leve sonolência e dor
são conjugados com a glicina e o ácido glu- 50 - 100 6 horas
de cabeça leve
curônico. 500 1 hora Sintomas de toxicidade aguda
A eliminação do benzeno inalterado no Perigoso para a vida,
ar exalado tem três fases: 7.000 30 min
efeitos depressores
1ª Fase: muito rápida, que ocorre 2 a 3 20.000 5 min Fatal
horas após a exposição; provém da fração de Fonte: American Petroleum Institute.
benzeno dissolvida no sangue.
2ª Fase: intermediária, no período de 3 a Estas doenças sangüíneas, encontradas na
7 horas; o benzeno provém dos demais teci- exposição crônica ao benzeno, têm sido atri-
dos, exceto o gorduroso. buídas aos seus metabólitos. Através das rea-
3ª Fase: lenta, no período de 30 horas; o ções de oxidação, principal via metabólica da
benzeno provém do tecido gorduroso. biotrnasformação do benzeno, forma-se o ben-
O efeito agudo na via respiratória mani- zeno epóxido, uma substância altamente
festa-se através de irritação de brônquios e la- reativa, cuja atuação sobre ácidos nucléicos de
ringe, surgindo tosse, rouquidão e edema pul- células da própria medula óssea explicaria a
monar. O benzeno atua, porém, predominan- toxicidade do benzeno.
temente, sobre o sistema nervoso central como O quadro de anemia plasmática, em seu 29
depressor, levando ao aparecimento de fadi- estágio inicial, pode apresentar alterações
ga, dor de cabeça, tontura, convulsão, coma hematológicas paradoxais: policitemia ou ane-
e morte em conseqüência de parada respirató- mia, leucocitose ou leucopenia, trombocitose
ria. O benzeno predispõe a arritmias cardíacas ou trombocitopenia. Com a continuidade da
Higiene Industrial
evolução, há redução dos eritrócitos (glóbulos O carvão ativado em solução tem demons-
vermelhos), dos leucócitos e das plaquetas, trado ser útil pela diminuição da absorção do
de modo que é possível a ocorrência de pan- benzeno.
citopenia (diminuição global das células san- Tratar convulsões com diazepam e feni-
güíneas). A trombocitopenia leva a manifes- toína.
tações hemorrágicas (púrpura, hemorragia
nasal e gengival, equimoses, etc.). A leucopenia No contato com a pele
favorece quadros infecciosos. A redução dos Lavar com sabão e água em abundância.
eritrócitos pode levar a quadros graves de
anemia. No contato com os olhos
As leucemias por benzeno são, na sua Lavar em água corrente durante 15 minu-
maioria, leucemias mieloblásticas agudas. tos. Se irritação, dor, edema, lacrimejamento
Ocorrem, mais freqüentemente, em indivídu- ou fotofobia persistirem após 15 minutos,
os que apresentavam anemia aplástica. Por encaminhar ao oftalmologista.
vezes, a leucemia instala-se muito tempo após
cessar a exposição ao benzeno. O benzeno é Controle biológico
classificado como cancerígeno pela IARC, – Dosagem do benzeno exalado.
NIOSH e ACGIH.
– Dosagem urinária do ácido fenil mer-
A exposição prolongada ao benzeno tam- captúrico.
bém pode produzir fadiga, náuseas, perda do
apetite, vertigem, dor de cabeça, irritabilida- – Dosagem urinária do ácido trans-trans-
de, nervosismo. O contato prolongado com a mucônico.
pele causa secura, fissura e dermatite.
O benzeno tem efeitos hepatotóxicos (tó- – Dosagem do benzeno na urina.
xicos ao fígado), na exposição prolongada. – Hemograma.

Controle da exposição e prevenção da intoxicação – Contagem de plaquetas.


Uso de roupas impermeáveis, luvas de – Reticulócitos.
PVC, máscara com filtro químico.
Medidas de controle ambiental. Nome: monóxido de carbono (CO)
Descrição: É um gás incolor, sem cheiro,
Primeiros Socorros com densidade menor que a do ar, produzido
Na inalação pela combustão incompleta de material orgâ-
Remover da área de exposição, para lo- nico ou carbonáceo. Na indústria do petróleo,
cal com ar fresco. Administrar oxigênio 100% as principais fontes emissoras estão no refino
umidificado. Ventilação assistida e ressusci- nas unidades de craqueamento e regeneração e
tação, se necessário. Se ocorrer tosse e difi- queima de derivados (caldeira de CO), fornos e
culdade para respirar, avaliar a existência de “flare”. Sinônimos: óxido carbônico, óxido de
irritação pulmonar, bronquite e pneumonite. carbono, gás de exaustão, gás de chaminé.
Vigilância para efeitos depressores do siste-
ma nervoso central. Ponto de fulgor: Limite inferior de ex-
plosividade: 12,5%, Limite superior de explo-
Na ingestão sividade: 74, 2%
A indução do vômito poderá ser indicada Limites de tolerância:
em ingestão recente de grande quantidade de – NR-15: 39 ppm (43 mg/m³)
benzeno e se o paciente estiver consciente.
Usar xarope de ipeca. Se não houver vômito – ACGIH: TWA: 25 ppm (29 mg/m³)
com duas doses do xarope, poder-se-á optar – OSHA: PEL: 35 ppm (40 mg/m³)
30 pela lavagem gástrica como tentativa para o
esvaziamento da quantidade absorvida. A la- – NIOSH:REL: 35 ppm (40 mg/m³)
vagem gástrica deverá ser acompanhada de
– CEIL: 200 ppm (229 mg/m³)
cuidados extremos, para previnir a aspiração
para os pulmões. – CEIL: 200 ppm (229 mg/m³)
Higiene Industrial
Concentração de Tempo Médio
Vapores de Benzeno p/acumulção Concentração % Sintomas
(ppm) Carboxiemoglobina
(min)
50 150 7 Dor de cabeça
100 120 12 Dor de cabeça moderada e tontura
250 120 25 Náuseas e vômitos
500 90 45 Colapso
1000 60 60 Coma
10000 5 95 Morte
Temperatura de auto-ignição: 609ºC.

Onde ocorre na refinaria: secra (caldei- Risco de incêndio: Misturas de CO (Mo-


ra de CO). nóxido de carbono) e ar, dentro dos limites de
explosividade, representam riscos de incêndio
Primeiros socorros: e explosão.
Executar imediatamente as seguintes me-
didas, na ordem indicada: Remover a vítima
do local contaminado; aplicar a respiração ar- Nome: H2S – Gás sulfídrico
tificial, caso a vítima esteja inconsciente e sem Descrição: O gás sulfídrico, também co-
respirar; mantê-la bem agasalhada e longe das nhecido como ácido sulfídrico ou sulfeto de
correntes de ar; providenciar socorro médico. hidrogênio, é um gás incolor, inflamável, as-
A vítima não deverá receber nenhum alimen- fixiante, com odor de ovo podre.
to (sólido ou líquido).
Utilização: é um subproduto decorrente
Riscos à saúde: do processamento de óleo cru com alto teor
A mais importante via de penetração é a de enxofre, porém pode estar presente também
respiratória, pois o CO difunde-se rapidamen- nos produtos intermediários em concentrações
te através da membrana alveolar, chega à cor- variadas. Pode ser considerado impureza, que
rente sangüínea, onde se une à hemoglobina vai sendo eliminada em cada um dos proces-
das hemácias e forma carboxihemoglobina, sos de refinação ou matéria-prima em refina-
com interferência imediata do suprimento de rias que possuem unidades de enxofre.
oxigênio à atividade celular dos tecidos, pela
impossibilidade da carboxihemoglobina trans- Densidade: 1, 189
portar oxigênio. Como a hemoglobina tem uma Solubilidade em água: média
grande afinidade pelo CO, cerca de 200-300
vezes maior que a do oxigênio, em conse- Temperatura de auto-ignição: 260°C
qüência, pequenas quantidades da substância
no ar é suficiente para que os seus efeitos se Estado físico: gás
manifestem. Os efeitos clínicos da intoxica-
ção pelo CO são reflexo da hipóxia dos teci- Limites de tolerância:
dos e, possivelmente, pela inibição do sistema – NR-15: 8 ppm (12 mg/m³)
citocromo em nível celular. Dessa forma, as – ACGIH: TWA: 10 ppm (14 mg/m³)
manifestações primárias desenvolvem-se nos – OSHA: PEL:10 ppm(14 mg/m³),
sistemas orgânicos mais dependentes da utili- STEL: 15 ppm (21 mg/m³), STEL: 15 ppm
zação do oxigênio que são o sistema nervoso
(21 mg/m³)
central e o miocárdio (músculo do coração).
Riscos tóxicos: Um envenenamento por monó- Concentração H2S Tempo de
xido de carbono, pode resultar em lesões no (ppm) exposição Efeitos
cérebro, sistema nervoso e hemorragia capilar. 0,0005 - 0,13 1 mim Percepção do odor
Precauções: 10 - 21 6-7 horas Irritação ocular
Usar máscara com filtro cartucho SW, que 50 - 100 4 horas Conjuntivite
oferece proteção contra concentrações de até 150 - 200 15 min Perda do olfato
1% (10.000 ppm) de CO, no ar e em locais Inconsciência, hipotensão, 31
200 - 300 20 min edema pulmonar, convulsão,
ventilados. Acima desta concentração ou em
tontura, desorientação
trabalhos em locais confinados, deverá ser
usado equipamento autônomo de respiração ou 900 1 min Inconsciência e morte
ar mandado. 1800 - 3700 Instantes Morte
Higiene Industrial
Onde é encontrado na refinaria: o gás d) O SESAU (a equipe de saúde/emergên-
sulfídrico poderá estar presente em quase todas cia) deve ser avisado, sem interromper-
as unidades de processo, na área de armazena- se a respiração artificial;
mento e sistema de drenagem de água oleosa. e) A vítima inconsciente não deve rece-
Forma de avaliação: aparelhos de de- ber alimento sólido ou líquido;
tecção. f) Em todo caso, a pessoa afetada pelo gás
sulfídrico, ainda que se recupere rapi-
Risco de incêndio: o gás sulfídrico é um damente, deve ser encaminhada ao
gás altamente inflamável que queima com uma SMS Saúde para tratamento e obser-
chama azul, dando origem a DIÓXIDO de vação.
enxofre, um gás muito irritante. Por ser um
gás mais denso que o ar, pode acumular-se em Precauções:
áreas mais baixas ou depressões e espalhar-se Em casos de vazamentos, o pessoal deve
pelo chão, podendo ir de encontro a fontes de afastar-se do local e somente aproximar-se
ignição. Os equipamentos que contêm gás devidamente equipado, deve-se diluir o H2S
sulfídrico podem sofrer processo de corrosão com vapor ou neblina d'água e sanar a fonte
com criação de camadas de sulfeto de ferro no de vazamento, tão logo seja possível. Cuida-
seu interior. Tal sulfeto torna-se perigoso na dos especiais devem ser tomados quanto a
abertura desses equipamentos porque em con- possíveis fontes de ignição nas proximidades.
tato com o ar, pode inflamar-se por auto-igni- Na drenagem de água contendo H2S, devem
ção, servindo como fonte de ignição a resíduos ser instaladas neblinas d'água para manter o ar
inflamáveis que possam estar presentes nes- úmido, evitando o risco de ignição.
ses equipamentos. O combate a incêndio en- Equipamentos de proteção individual:
volvendo gás sulfídrico é feito com água para
Rotina: Máscara com filtro ABEK, ócu-
resfriamento dos equipamentos e circunscri-
los com armação de borracha luvas e avental
ção do incêndio até que a fonte de gás possa
de PVC.
ser obstruída para extinção; as equipes de com-
bate devem usar equipamentos de proteção Emergência: Conjunto autônomo.
respiratória. Pequenos focos de incêndio po-
dem ser combatidos com pó químico seco, Nome: amônia (Sinônimos: Gás Amoníaco)
CO2 ou vapor. Descrição: É um gás facilmente liqüefeito
quando comprimido, possui odor característi-
Risco à saúde: co, pungente e penetrante. É muito solúvel em
O gás sulfídrico, é um gás altamente tóxi- água com a qual forma hidróxido de amônia.
co e irritante, que atua sobre o sistema nervo- Solúvel em álcool etílico, éter etílico e solven-
so, olhos e vias respiratórias. A intoxicação tes orgânicos. Combustível. Fórmula: NH3
pela substância pode ser aguda, sub-aguda e Utilização: Na indústria de petróleo, é uti-
crônica, dependendo da concentração do gás lizada em processos de destilação como
no ar, da duração, da freqüência da exposição antioxidante e controlador de pH.
e da susceptibilidade individual. Limites de tolerância:
– NR-15: 20 ppm (14 mg/m³)
Primeiros socorros: – Acgih:twa: 25 ppm (17 mg/m³)
O gás sulfídrico, quando inalado, afeta fre- – OSHA: STEL: 35 ppm, STEL: 35 ppm
qüentemente os pulmões tão rápido que não há (24 mg/m³)
tempo para chamar o médico antes de tentar – NIOSH:REL: 25 ppm (18 mg/m³),
ressuscitar a vítima. Portanto, devem ser toma- STEL: 35 ppm (27 mg/m³)
das as seguintes medidas, na ordem indicada): Temperatura de auto-Ignição: 651ºC.
a) retirar a vítima imediatamente para ar Onde ocorre na refinaria: sedide.
fresco e puro; Risco de incêndio: Em caso de fogo, a
b) caso a vítima esteja inconsciente e não amônia deve ser mantida afastada de óleo ou
32 respire, deve ser aplicada, imediata- outro material combustível. Deve ser evitada
mente, a respiração artificial sem inter- mistura com ácidos fortes, cloro, bromo ou
rupção até o reinício natural ou até que iodo, que poderão causar explosões. Agente
o médico chegue; extintor recomendado: água, DIÓXIDO de
c) o paciente deve estar agasalhado; carbono e pó químico.
Higiene Industrial
Risco à saúde: – não respirar diretamente os vapores ao
– Por contato: destruição dos tecidos das abrir um recipiente que contenha amônia;
mucosas do nariz e dos olhos, derma- – comunicar ao médico alguma queima-
toses e queimaduras na pele. dura através de contato com amônia;
– Por inalação: efeitos irritantes nas vias – certificar-se de que o equipamento de
respiratórias superiores, dispnéia e tos- exaustão e ventilação esteja fun-
se. Também tem-se observado broncop- cionando durante o período de tra-
neumopatias agudas e sub-agudas. balho;
– manusear e abrir com cuidado reci-
– Por ingestão: destruição corrosiva da
pientes e sistemas de amônia;
mucosa da faringe, esôfago e estôma-
– vazamentos:
go. A ingestão de uma pequena colher
de chá de amônia concentrada pode – evacuar o local;
causar a morte. – lavar com água em excesso;
– remover ou isolar o recipiente com
Primeiros socorros: vazamento em área bem ventilada,
1. contato com a pele, mucosa e olhos: transferindo o conteúdo para outro
– remover imediatamente a roupa conta- recipiente.
minada. Lavar a pele e olhos com água
em abundância, pelo menos durante Equipamentos de proteção individual:
Rotina: Máscara V.P. com filtro químico
15 minutos. Chamar o médico.
ABEK, avental e luva de PVC.
2. em caso de ingestão:
– chamar o médico imediatamente. Emergência: conjunto autônomo de res-
3. se o acidentado estiver consciente: piração e proteção completa de PVC para o
– provocar o vômito estimulando com corpo.
água morna salgada ou com o dedo.
Depois, dar água aos goles, pausada- Forma de armazenamento:
mente. Se disponível, dar vinagre – Recipientes que contenham amônia de-
diluído ou suco de limão, aos goles, vem ser devidamente rotulados e esto-
pausadamente; cados em posição vertical, ao abrigo
dos raios solares, do calor e dos pro-
– manter o acidentado deitado, calmo dutos sujeitos a reagir com amônia;
e aquecido até a chegada do médico;
– Os locais de armazenagem devem ser
– administrar oxigênio ou respiração bem ventilados;
artificial, se necessário.
– A instalação elétrica deverá ser do tipo
4. se o acidentado estiver inconsciente:
blindado, ao abrigo da ação corrosiva
– não dar nenhum líquido para beber; do gás amoníaco;
– não provocar vômito;
– Deverão ser tomadas medidas para que,
– atentar para que não ocorra parada em caso de acidente, não haja derra-
respiratória; mamento direto do produto no esgoto;
– manter o acidentado deitado, calmo – Nas proximidades do local de armaze-
e aquecido até a chegada do médico; nagem, deverá ser instalada uma toma-
– se o mesmo vomitar, manter sua da de água. Máscaras deverão estar em
cabeça virada para o lado. local de fácil acesso.
5. em caso de inalação excessiva de va-
pores de amônia: 1.9 NR 17 – Ergonomia
– remover o acidentado para uma 17.1. Esta Norma Regulamentadora visa
atmosfera não contaminada. Chamar a estabelecer parâmetros que permitam a
o médico. Fazer respiração artificial, adaptação das condições de trabalho às ca- 33
se necessário. racterísticas psicofisiológicas dos trabalha-
dores, de modo a proporcionar um máxi-
Precauções: mo de conforto, segurança e desempenho
– evitar contato com a pele e olhos; eficiente.
Higiene Industrial
17.1.1. As condições de trabalho incluem 17.2.6. O transporte e a descarga de mate-
aspectos relacionados ao levantamento, riais feitos por impulsão ou tração de
transporte e descarga de materiais, ao vagonetes sobre trilhos, carros de mão ou
mobiliário, aos equipamentos e às condi- qualquer outro aparelho mecânico deve-
ções ambientais do posto de trabalho, e à rão ser executados de forma que o esforço
própria organização do trabalho. físico realizado pelo trabalhador seja com-
17.1.2. Para avaliar a adaptação das con- patível com sua capacidade de força e não
dições de trabalho às características psi- comprometa a sua saúde ou a sua segu-
cofisiológicas dos trabalhadores, cabe ao rança. (117.004-0 / 11)
empregador realizar a análise ergonômica 17.2.7. O trabalho de levantamento de
do trabalho, devendo a mesma abordar, no material feito com equipamento mecânico
mínimo, as condições de trabalho, confor- de ação manual deverá ser executado de
me estabelecido nesta Norma Regulamen- forma que o esforço físico realizado pelo
tadora. trabalhador seja compatível com sua capa-
17.2. Levantamento, transporte e descar- cidade de força e não comprometa a sua
ga individual de materiais. saúde ou a sua segurança. (117.005-8 / 11)
17.2.1. Para efeito desta Norma Regula- 17.3. Mobiliário dos postos de trabalho.
mentadora: 17.3.1. Sempre que o trabalho puder ser
17.2.1.1. Transporte manual de cargas de- executado na posição sentada, o posto de
signa todo transporte no qual o peso da trabalho deve ser planejado ou adaptado
carga é suportado inteiramente por um só para esta posição. (117.006-6 / I1)
trabalhador, compreendendo o levanta- 17.3.2. Para trabalho manual sentado ou
mento e a deposição da carga. que tenha de ser feito em pé, as bancadas,
17.2.1.2. Transporte manual regular de mesas, escrivaninhas e os painéis devem
cargas designa toda atividade realizada de proporcionar ao trabalhador condições de
maneira contínua ou que inclua, mesmo boa postura, visualização e operação e
de forma descontínua, o transporte manual devem atender aos seguintes requisitos
de cargas. mínimos:
a) ter altura e características da superfície
17.2.1.3. Trabalhador jovem designa todo de trabalho compatíveis com o tipo de
trabalhador com idade inferior a 18 (de- atividade, com a distância requerida dos
zoito) anos e maior de 14 (quatorze) anos. olhos ao campo de trabalho e com a
17.2.2. Não deverá ser exigido nem admi- altura do assento; (117.007-4 / I2)
tido o transporte manual de cargas, por um b) ter área de trabalho de fácil alcance e
trabalhador cujo peso seja suscetível de visualização pelo trabalhador;
comprometer sua saúde ou sua seguran- (117.008-2 / I2)
ça. (117.001-5 / I1) c) ter características dimensionais que
17.2.3. Todo trabalhador designado para possibilitem posicionamento e movi-
o transporte manual regular de cargas, que mentação adequados dos segmentos
não as leves, deve receber treinamento ou corporais. (117.009-0 / I2)
instruções satisfatórias quanto aos méto- 17.3.2.1. Para trabalho que necessite tam-
dos de trabalho que deverá utilizar, com bém da utilização dos pés, além dos re-
vistas a salvaguardar sua saúde e prevenir quisitos estabelecidos no subitem 17.3.2,
acidentes. (117.002-3 / I2) os pedais e demais comandos para acio-
17.2.4. Com vistas a limitar ou facilitar o namento pelos pés devem ter posiciona-
transporte manual de cargas, deverão ser mento e dimensões que possibilitem fácil
usados meios técnicos apropriados. alcance, bem como ângulos adequados
entre as diversas partes do corpo do traba-
17.2.5. Quando mulheres e trabalhadores
lhador, em função das características e
jovens forem designados para o transpor-
34 peculiaridades do trabalho a ser executa-
te manual de cargas, o peso máximo des-
do. (117.010-4 / I2)
tas cargas deverá ser nitidamente inferior
àquele admitido para os homens, para não 17.3.3. Os assentos utilizados nos postos
comprometer a sua saúde ou a sua segu- de trabalho devem atender aos seguintes
rança. (117.003-1 / I1) requisitos mínimos de conforto:
Higiene Industrial
a) altura ajustável à estatura do trabalha- ajustá-lo de acordo com as tarefas a se-
dor e à natureza da função exercida; rem executadas; (117.020-1 / I2)
(117.011-2 / I1) c) a tela, o teclado e o suporte para docu-
b) características de pouca ou nenhuma mentos devem ser colocados de maneira
conformação na base do assento; que as distâncias olho-tela, olhoteclado
(117.012-0 / I1) e olho-documento sejam aproximada-
c) borda frontal arredondada; mente iguais; (117.021-0 / I2)
(117.013-9 / I1) d) serem posicionados em superfícies de
d) encosto com forma levemente adapta- trabalho com altura ajustável.
da ao corpo para proteção da região (117.022-8 / I2)
lombar. (117.014-7 / II) 17.4.3.1. Quando os equipamentos de pro-
17.3.4. Para as atividades em que os tra- cessamento eletrônico de dados com ter-
balhos devam ser realizados sentados, a minais de vídeo forem utilizados eventual-
partir da análise ergonômica do trabalho, mente poderão ser dispensadas as exigên-
poderá ser exigido suporte para os pés, que cias previstas no subitem 17.4.3, observa-
se adapte ao comprimento da perna do tra- da a natureza das tarefas executadas e le-
balhador. (117.015-5 / I1) vando-se em conta a análise ergonômica
do trabalho.
17.3.5. Para as atividades em que os tra-
balhos devam ser realizados de pé, devem 17.5. Condições ambientais de trabalho.
ser colocados assentos para descanso em 17.5.1. As condições ambientais de traba-
locais em que possam ser utilizados por lho devem estar adequadas às característi-
todos os trabalhadores durante as pausas. cas psicofisiológicas dos trabalhadores e
(117.016-3 / I2) à natureza do trabalho a ser executado.
17.4. Equipamentos dos postos de trabalho. 17.5.2. Nos locais de trabalho onde são exe-
17.4.1. Todos os equipamentos que com- cutadas atividades que exijam solicitação
põem um posto de trabalho devem estar intelectual e atenção constantes, tais como:
adequados às características psicofisioló- salas de controle, laboratórios, escritórios,
gicas dos trabalhadores e à natureza do salas de desenvolvimento ou análise de pro-
trabalho a ser executado. jetos, dentre outros, são recomendadas as
seguintes condiçôes de conforto:
17.4.2. Nas atividades que envolvam lei- a) níveis de ruído de acordo com o esta-
tura de documentos para digitação, dati- belecido na NBR 10152, norma brasi-
lografia ou mecanografia deve: leira registrada no INMETRO;
a) ser fornecido suporte adequado para (117.023-6 / I2)
documentos que possa ser ajustado b) índice de temperatura efetiva entre 20oC
proporcionando boa postura, visualiza- (vinte) e 23oC (vinte e três graus centí-
ção e operação, evitando movimenta- grados); (117.024-4 / I2)
ção freqüente do pescoço e fadiga vi- c) velocidade do ar não superior a 0,75m/s;
sual; (117.017-1 / I1) (117.025-2 / I2)
b) ser utilizado documento de fácil d) umidade relativa do ar não inferior a 40
legibilidade sempre que possível, sen- (quarenta) por cento. (117.026-0 / I2)
do vedada a utilização do papel brilhan- 17.5.2.1. Para as atividades que possuam
te, ou de qualquer outro tipo que pro- as características definidas no subitem
voque ofuscamento. (117.018-0 / I1) 17.5.2, mas não apresentam equivalência
17.4.3. Os equipamentos utilizados no pro- ou correlação com aquelas relacionadas na
cessamento eletrônico de dados com termi- NBR 10152, o nível de ruído aceitável para
nais de vídeo devem observar o seguinte: efeito de conforto será de até 65 dB (A) e
a) condições de mobilidade suficientes a curva de avaliação de ruído (NC) de va-
para permitir o ajuste da tela do equi- lor não superior a 60 dB.
pamento à iluminação do ambiente, 17.5.2.2. Os parâmetros previstos no
protegendo-a contra reflexos, e propor- subitem 17.5.2 devem ser medidos nos 35
cionar corretos ângulos de visibilidade postos de trabalho, sendo os níveis de ruí-
ao trabalhador; (117.019-8 / I2) do determinados próximos à zona auditi-
b) o teclado deve ser independente e ter va e as demais variáveis na altura do tórax
mobilidade, permitindo ao trabalhador do trabalhador.
Higiene Industrial
17.5.3. Em todos os locais de trabalho deve b) devem ser incluídas pausas para des-
haver iluminação adequada, natural ou ar- canso; (117.030-9 / I3)
tificial, geral ou suplementar, apropriada c) quando do retorno do trabalho, após
à natureza da atividade. qualquer tipo de afastamento igual ou
17.5.3.1. A iluminaçâo geral deve ser uni- superior a 15 (quinze) dias, a exigên-
formemente distribuída e difusa. cia de produção deverá permitir um re-
17.5.3.2. A iluminação geral ou suplemen- torno gradativo aos níveis de produção
tar deve ser projetada e instalada de for- vigentes na época anterior ao afasta-
ma a evitar ofuscamento, reflexos incô- mento. (117.031-7 / I3)
modos, sombras e contrastes excessivos. 17.6.4. Nas atividades de processamento
17.5.3.3. Os níveis mínimos de ilumina- eletrônico de dados, deve-se, salvo o dis-
mento a serem observados nos locais de posto em convenções e acordos coletivos
trabalho são os valores de iluminâncias es- de trabalho, observar o seguinte:
tabelecidos na NBR 5413, norma brasi-
leira registrada no INMETRO. a) o empregador não deve promover qual-
(117.027-9 / I2) quer sistema de avaliação dos trabalha-
dores envolvidos nas atividades de
17.5.3.4. A medição dos níveis de ilumi- digitação, baseado no número indivi-
namento previstos no subitem 17.5.3.3 dual de toques sobre o teclado, inclusi-
deve ser feita no campo de trabalho onde ve o automatizado, para efeito de re-
se realiza a tarefa visual, utilizando-se de muneração e vantagens de qualquer es-
luxímetro com fotocélula corrigida para a pécie; (117.032-5)
sensibilidade do olho humano e em fun-
ção do ângulo de incidência. b) o número máximo de toques reais exi-
(117.028-7 / I2) gidos pelo empregador não deve ser su-
17.5.3.5. Quando não puder ser definido perior a 8 (oito) mil por hora trabalha-
o campo de trabalho previsto no subitem da, sendo considerado toque real, para
17.5.3.4, este será um plano horizontal a efeito desta NR, cada movimento de
0,75m (setenta e cinco centímetros) do pressão sobre o teclado; (117.033-3 / I3)
piso. c) o tempo efetivo de trabalho de entrada
17.6. Organização do trabalho. de dados não deve exceder o limite má-
17.6.1. A organização do trabalho deve ser ximo de 5 (cinco) horas, sendo que, no
adequada às características psicofisiológi- período de tempo restante da jornada,
cas dos trabalhadores e à natureza do tra- o trabalhador poderá exercer outras ati-
balho a ser executado. vidades, observado o disposto no art.
468 da Consolidação das Leis do Tra-
17.6.2. A organização do trabalho, para balho, desde que não exijam movimen-
efeito desta NR, deve levar em considera- tos repetitivos, nem esforço visual;
ção, no mínimo: (117.034-1 / I3)
a) as normas de produção;
b) o modo operatório; d) nas atividades de entrada de dados deve
c) a exigência de tempo; haver, no mínimo, uma pausa de 10
d) a determinação do conteúdo de tempo; (dez) minutos para cada 50 (cinqüen-
e) o ritmo de trabalho; ta) minutos trabalhados, não deduzidos
f) o conteúdo das tarefas. da jornada normal de trabalho;
17.6.3. Nas atividades que exijam sobre- (117.035-0 / I3)
carga muscular estática ou dinâmica do e) quando do retorno ao trabalho, após
pescoço, ombros, dorso e membros supe- qualquer tipo de afastamento igual ou
riores e inferiores, e a partir da análise er- superior a 15 (quinze) dias, a exigên-
gonômica do trabalho, deve ser observa- cia de produção em relação ao número
36 do o seguinte: de tóques deverá ser iniciado em níveis
a) para efeito de remuneração e vantagens inferiores do máximo estabelecido na
de qualquer espécie deve levar em con- alínea “b” e ser ampliada progressiva-
sideração as repercussões sobre a saú- mente. (117.036-8 / I3)
de dos trabalhadores; (117.029-5 / I3)
Higiene Industrial

No UnicenP, a preocupação com a construção e reconstrução do


conhecimento está em todas as ações que são desenvolvidas pelos pró-
reitores, diretores de Núcleos, coordenadores de Cursos e professores.
Uma equipe coesa e unida, em busca de um só objetivo: a formação do
cidadão e do profissional, que é capaz de atuar e modificar a sociedade
por meio de suas atitudes. Preparar este cidadão e este profissional é uma
responsabilidade que esta equipe assume em suas atividades no Centro
Universitário Positivo, que envolvem, principalmente, as atividades em
sala de aula e laboratórios, bem como a utilização contínua dos recursos
disponibilizados pela Instituição em seu câmpus universitário. Esta equipe
trabalha em três núcleos básicos da área de graduação – Núcleo de
Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, Núcleo de Ciências Biológicas e da
Saúde, Núcleo de Ciências Exatas e Tecnológicas – além das áreas de pós-
graduação e de extensão.
O UnicenP oferece em seus blocos pedagógicos 111 laboratórios, clínicas
de fisioterapia, nutrição, odontologia e psicologia, farmácia-escola,
biotério, central de estagio, centro esportivo e salas de aula, nos quais é
encontrada uma infra-estrutura tecnológica moderna que propicia a
integração com as mais avançadas técnicas utilizadas em cada área do
conhecimento.
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Higiene Industrial

Principios Éticos da Petrobras


A honestidade, a dignidade, o respeito, a lealdade, o
decoro, o zelo, a eficácia e a consciência dos princípios
éticos são os valores maiores que orientam a relação da
Petrobras com seus empregados, clientes, concorrentes,
parceiros, fornecedores, acionistas, Governo e demais
segmentos da sociedade.

A atuação da Companhia busca atingir níveis crescentes


de competitividade e lucratividade, sem descuidar da
busca do bem comum, que é traduzido pela valorização
de seus empregados enquanto seres humanos, pelo
respeito ao meio ambiente, pela observância às normas
de segurança e por sua contribuição ao desenvolvimento
nacional.

As informações veiculadas interna ou externamente pela


Companhia devem ser verdadeiras, visando a uma
relação de respeito e transparência com seus
empregados e a sociedade.

A Petrobras considera que a vida particular dos


empregados é um assunto pessoal, desde que as
atividades deles não prejudiquem a imagem ou os
interesses da Companhia.

Na Petrobras, as decisões são pautadas no resultado do


julgamento, considerando a justiça, legalidade,
competência e honestidade.

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