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Equipamentos Estáticos
Equipamentos Estáticos
Equipamentos Estáticos
EQUIPAMENTOS ESTÁTICOS
CARLOS V. REIS
Equipe Petrobras
Petrobras / Abastecimento
UN´s: Repar, Regap, Replan, Refap, RPBC, Recap, SIX, Revap
3
CURITIBA
2002
Equipamentos Estáticos
Módulo
Equipamentos Estáticos
Ficha Técnica
Equipamentos Estáticos
Apresentação
Nome:
Cidade:
Estado:
Unidade:
Equipamentos Estáticos
Equipamentos Estáticos
Tubulações –
Acessórios/Ligações 1
1.1 Tubulações 1.3.2 Tubos de Aço-Liga e Aço Inoxidável
Tubulações são condutos fechados desti- São usados para serviços especiais tais
nados ao transporte de fluidos. As tubulações como fluidos corrosivos, fluidos à altas tem-
são constituídas de tubos de tamanhos padro- peraturas, etc. Os elementos de liga mais usa-
nizados, colocados em série. dos são: – Cr e Mo, para altas temperaturas e
Usam-se tubulações para o transporte de – Ni para baixas temperaturas.
todos os fluidos, materiais pastosos, líquidos
e gasosos. Na prática, são chamados de tubos, 1.3.3 Tubos de Materiais Metálicos não Ferrosos
somente os condutos rígidos. Os condutos fle- São usados geralmente para fins específi-
xíveis recebem a denominação de tubos flexí- cos, que envolvem pequenos diâmetros (ar de
veis, mangueiras ou mangotes. instrumento, tubos de permutador, entre outros).
Equipamentos Estáticos
Conclusão do exemplo: como o D. Ext. é
fixo (8,6") para um mesmo DN (8"), então ao au-
mentarmos o n.º de schedule a espessura de pare-
de aumenta e conseqüentemente o diâmetro in-
terno diminui. (Figura 1.1).
Curva 90° Curva 90° com pé Curva 45°
Sch.
D. Ext. D. Int. Figura 1.2 – Acessórios flangelados.
e 1.9) Tubo
– Luvas;
– Uniões;
– Flanges. Figura 1.8 – Ligações rosqueadas e ligações soldadas.
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Tubo
União
Tubo f) Para isolar trechos de tubulações e equi-
soldada pamentos;
União rosqueada
Porca – Raquetes; (Figura 1.13)
Porca
– Figuras-Oito. (Figura 1.14)
Solda
Flanges Porca
Parafuso
Tubo Tubo
Solda
Raqueta
Junta Figura 1.13
Lado cheio
Figura 1.9 – Ligações rosqueadas e união flangelada.
Lado vazado
e) Para fechar a extremidade de um tubo:
– CAP; (Figura 1.10.)
– Bujões; (Figura 1.11.)
– Flanges cegos. (Figura 1.12.)
Figura 1.14
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Os flanges, confeccionados de material
forjado, podem ser classificados segundo a
Anotações
pressão nominal de projeto. As classes de pres-
sões para flanges são: 125, 150, 300, 400, 600,
900, 1.500 e 2.500 lbs/pol2. Os flanges mais
usados em refinaria correspondem às classes
de 150 e 300 lbs/pol2.
As dimensões dos flanges (espessura, n.º
de parafusos, diâmetro externo) variam com
as classes de pressão.
Em todas as ligações com flanges, existe
sempre uma junta que é o elemento de vedação.
O material da junta deverá ser deformável e
elástico, para compensar as irregularidades das
faces dos flanges, estratégia que confere
vedação perfeita. Deverá também ser especi-
ficado, visando suportar as variações de tem-
peratura e pressão. Existem diversos tipos de
juntas. As mais comuns na refinaria são:
– Espirotálicas: Juntas planas com es-
piral metálico recheado de amianto. São
usadas para fluidos à altas temperatu-
ras, situação em que um vazamento
torna-se extremamente perigoso.
– Nitripak: Juntas planas, fabricadas
com papelão recheado de tela metáli-
ca. Usadas para fluidos à alta pressão e
a baixas temperaturas.
– Papelão grafitado: Juntas planas fa-
bricadas com papelão e grafite. Usadas
para fluídos à baixa pressão e baixa
temperatura.
b) Proteção Pessoal
O isolamento térmico pode também ser
10 necessário para evitar queimaduras
caso o operador encoste-se na tubula-
ção, ou ainda, em algumas situações,
para evitar o desconforto da excessiva
irradiação de calor.
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Válvulas 2
2.1 Definição 2.1.4 Válvulas que controlam a pressão a jusante
Válvulas são dispositivos usados para es- São também conhecidas como válvulas re-
tabelecer, controlar e interromper a passagem dutoras e reguladoras de pressão
de fluidos em tubulações. Dentro deste concei-
to global, as válvulas podem ter, no entanto, 2.2 Principais Componentes das Válvulas
funções e características específicas que permi- 2.2.1 Corpo de Válvula
tem uma classificação segundo seu emprego.
O corpo ou carcaça é a parte da válvula que
se conecta à tubulação e contém o orifício de
2.1.1 Classificação e Principais Tipos de passagem do fluido.
Válvulas As válvulas são peças sujeitas à manutenção
Válvulas que controlam o fluxo em qualquer e, por isso, devem ser, em princípio, facilmente
desmontáveis. Tanto as válvulas rosqueadas, como
direção
as flangeadas obedecem a este conceito. No en-
a) Válvulas de Bloqueio tanto, com o desenvolvimento dos processos de
São aquelas que se destinam, primor- solda, passaram também a ser empregadas válvu-
dialmente, a estabelecer ou interrom-
las com extremidades para solda de soquete e para
per o fluxo, ou seja, devem só funcio-
solda de topo. A desmontagem dessas válvulas é
nar completamente abertas ou comple-
bem mais difícil, mas em compensação, não há
tamente fechadas.
riscos de vazamentos na tubulação. São os seguin-
Tipos mais usados: válvula gaveta;
válvula macho; tes os principais casos de emprego de cada tipo
válvula esfera. de extremidade em válvulas:
a) Extremidades flangeadas
b) Válvulas de Regulagem de Fluxo Sistema usado em quase todas as vál-
Destinam-se para o controle de fluxo e vulas, de qualquer material, emprega-
podem, devido a isto, trabalhar em do em tubulações industriais de mais
qualquer posição. de 2". (Figura 2.1)
Tipos mais usados:
válvula globo; Volante
válvula agulha; Pino
válvula de controle; graxeiro
válvula borboleta; Haste
válvula de diafragma.
Sobreposta
2.1.2 Válvulas que permitem o fluxo em apenas Gaxetas
uma direção Castelo
a) válvula de retenção de portinhola; Flangeado
b) válvula de retenção tipo plug;
c) válvula de retenção de esfera; Corpo
Flange
d) válvula de pé.
Gaveta
11
2.1.3 Válvulas que controlam a pressão a
montante
São também conhecidas como válvulas de Sede
segurança, alívio e contra pressão Figura 2.1 – Válvula gaveta.
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b) Extremidades para solda de soquete b) Castelo preso ao corpo por uma por-
Sistema usado, principalmente, em vál- ca solta de união
vulas de aço, de menos de 2", em que a Usado para válvulas pequenas, de alta
solda de topo é ineficiente. pressão. Permite uma vedação bem
melhor que o castelo rosqueado. Esta
válvula deve ser de boa qualidade (Fi-
c) Extremidades rosqueadas guras 2.2 e 2.3).
Sistema usado em válvulas menores de
4" em tubulações que não conduzem
fluidos corrosivos ou venenosos. Volante
Haste c/ rosca externa
2.2.2 Castelo
O castelo é a parte da válvula que suporta Sentido de fluxo
e contém as peças móveis de controle de flu-
xo. O castelo é fixado ao corpo de maneira a
permitir rápida desmontagem e fácil acesso ao
interior da válvula. São três os meios usuais
de ligação do castelo ao corpo: Figura 2.3 – Válvula globo.
Volante
Porca de aperto
Sobreposta Sobrecastelo
Sobreposta
Castelo Rosqueado
Gaxetas
Haste c/ rosca interna
Castelo aparafusado
Corpo Junta
Gaveta Corpo
Extremos rosqueados
Gaveta
Sedes
12 Flanges
Figura 2.2 – Válvula gaveta castelo rosqueado. Figura 2.4 – Válvula gaveta castelo aparafusado.
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Alavanca de operação c) Operação automática:
– pelo próprio fluido;
– por meio de molas ou contrapesos.
Gaveta
Flange
Castelo
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A operação motorizada é empregada ape-
nas nos seguintes casos:
2.3 Detalhes Particulares de cada Tipo
– Em válvulas comandadas à distância; e Válvulas
– Em válvulas situadas em posições ina- 2.3.1 Válvula de Gaveta
cessíveis; É o tipo de válvula mais importante e de
– Em válvulas muito grandes, cuja ope- uso mais generalizado. São utilizadas princi-
ração manual seja difícil. palmente nos serviços de bloqueio nas linhas
Nos sistemas de operação motorizada, hi- de água, óleos e líquidos em geral (desde que
dráulica ou pneumática, a haste da válvula é não sejam muito corrosivos ou voláteis), para
comandada por um êmbolo ou um diafragma, quaisquer diâmetros, e também para o bloqueio
sujeito à pressão de um líquido ou ar compri- de vapor e ar em linhas de diâmetro acima de
mido. O comando hidráulico, mais raro na prá- 8". Em todos estes serviços, as válvulas de
tica do que o comando pneumático, é usado gaveta são usadas para qualquer pressão ou
quase somente, para válvulas muito grandes. temperatura (Figura 2.1).
O fechamento dessas válvulas é feito pelo
Conexões para o
líquido acionador movimento de uma peça chamada gaveta, que
se desloca paralelamente ao orifício da válvu-
la e perpendicularmente ao sentido de escoa-
mento do líquido.
Quando completamente abertas, a perda
Cilindro Hidráulico de carga causada por este tipo de válvula é
desprezível. Apenas devem trabalhar comple-
tamente abertas ou completamente fechadas,
isto é, são válvulas de bloqueio e não de re-
Gaxetas gulagem. Quando parcialmente abertas, cau-
sam laminagem da veia fluida, acompanhada
Haste deslizante de cavitação e violenta erosão.
Observa-se que as válvulas gaveta são
sempre de fechamento lento, sendo impossí-
vel fechá-las instantaneamente: o tempo ne-
cessário para o fechamento será tanto maior
Gaveta
quanto maior for a válvula. Essa é uma grande
Figura 2.8 – Válvula comandada por cilindro hidráulico. vantagem das válvulas gavetas, porque, desta
maneira, pode-se controlar o efeito dos golpes
A operação motorizada pneumática é o sis- de ariete.
tema mais usado nas válvulas comandadas por As válvulas gaveta dificilmente dão um
instrumentos automáticos. É preciso não con- fechamento absolutamente estanque. Por ou-
fundir válvulas comandadas por instrumentos tro lado, na maioria das aplicações práticas,
automáticos com válvulas de operação auto- tal fechamento não é necessário.
mática. A gaveta das válvulas pode ser em cunha
Existem dois sistemas de operação moto- ou paralela.
rizada elétrica de uso corrente: As gavetas de cunha são de maior quali-
– Motor elétrico, acionando o volante da dade e dão, devido a ação da cunha, um fecha-
mento mais seguro do que as gavetas parale-
válvula por meio de engrenagens de
las, embora sejam de construção e manuten-
redução. Este sistema é usado apenas
ção mais difícil.
em válvulas de grande tamanho para Emprega-se, nas válvulas gaveta, três sis-
tornar a operação mais fácil e mais rá- temas diferentes de movimentação da haste:
pida.
– Solenóide, cujo campo magnético mo- Haste ascendente com rosca externa
14 vimenta, diretamente por atração, a É o sistema usado nas válvulas grandes e
haste da válvula. Este sistema pode ser de boa qualidade. A haste tem apenas movi-
empregado apenas para pequenas vál- mento de translação e o volante, preso ao cas-
vulas, freqüentemente por relés elétri- telo por uma porca fixa, apenas movimento
cos ou instrumentos automáticos. de rotação. A rosca da haste é externa à válvula
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estando, assim, livre, do contato com o fluido. A Variantes das válvulas gavetas
extensão da haste acima do volante dá uma Uma variante da válvula gaveta é a válvu-
indicação visual imediata da posição de aber- la de fecho rápido. Nessas válvulas, a gaveta é
tura ou de fechamento da válvula, sendo esta manobrada por uma alavanca externa fechan-
a principal vantagem do sistema (Figura 2.4). do-se com um movimento único da alavanca
(Figura 2.5).
Haste ascendente com rosca interna
É a disposição mais usual em válvulas 2.3.2 Válvula Macho
pequenas e também em válvulas grandes de Aplica-se, principalmente, nos serviços de
qualidade inferior. A haste, dentro da válvula, bloqueio de gases para qualquer diâmetro, tem-
juntamente com o volante, tem movimentos peratura ou pressão e também no bloqueio rápi-
de translação e rotação. Não há indicação vi- do de água, vapor e líquidos em geral para pe-
sual da posição de abertura ou fechamento (Fi- quenos diâmetros e baixas pressões (Figura 2.9).
gura 2.2).
Engraxadeira Alavanca de manobra
Orifício de passagem
Alguns problemas são característicos du-
rante a operação de válvulas gavetas:
– Em caso de alta pressão, é difícil a ope- Rasgos de Lubrificação
ração de uma válvula gaveta. Há casos
em que se torna necessário o uso de
chaves apropriadas aplicadas ao volan- Válvula macho
te, há outros em que a válvula possui
um desvio: na abertura ou fechamento
da válvula utiliza-se o desvio para evi-
tar alto diferencial de pressão na ope- Posição aberta Posição fechada
ração.
– As gaxetas requerem atenção, uma vez Cortes em projeção horizontal
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As válvulas sem lubrificação, de boa qua- bem melhor que as válvulas de gaveta, de for-
lidade, usadas para gases, têm sedes removí- ma que é possível conseguir, principalmente
veis, feitas de material resiliente (teflon, neo- em válvulas pequenas, um fechamento abso-
prene, etc.), dando ótima vedação estanque. lutamente estanque (Figura 2.3).
As válvulas globo devem ser instaladas de
Variantes da válvula Macho modo que o fluido entre sempre pela face in-
Uma das variantes da válvula macho cor- ferior do tampão. Essa disposição tem a van-
responde às válvulas de esfera. Neste caso, o tagem de poupar as gavetas, porque a pressão
macho é uma esfera que gira sobre um diâ- não fica agindo permanentemente sobre elas e
metro, deslizando entre anéis retentores. As também de permitir, em muitos casos, o reen-
vantagens das válvulas de esfera sobre a de gaxetamento com a válvula em serviço.
gaveta são o menor tamanho, peso e custo,
melhor vedação e menor facilidade de opera- Variantes de válvula globo
ção (Figura 2.10). Válvulas Angulares
Essas válvulas têm os bocais de entrada e
Alavanca de manobra
Haste saída a 90°. Permite perdas de cargas menores
Orifício de que a válvula globo comum. Devido à posi-
passagem
Engaxetamento ção do orifício de passagem (Figura 2.12).
Porca de aperto
Gaxetas
Haste com rosca
Macho
(esfera oca) Tampão
Anéis retentores
Válvula Agulha
O tampão nestas válvulas é substituído por
uma peça cônica agulha, que permite um con-
trole mais delicado da vazão. É usado em li-
nha até 2” (Figura 2.13).
Posição aberta
Corte em projeção
horizontal
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Válvula sem sede
É uma variante das válvulas angulares em Mola regulável
(para abrir a válvula)
que o tampão consiste de um êmbolo que des-
liza do corpo da válvula. Estas válvulas são Admissão de ar comprimido
empregadas para a descarga de caldeiras (Fi- (para fechar a válvula)
gura 2.14). Diafragma flexível
Sobreposto Gaxetas
Retentores
Tampões duplos
Sedes
balanceados
Figura 2.14 – Válvula sem sede.
Válvulas em “Y”
Essas válvulas apresentam a haste a 45°
com o corpo, de maneira tal que a trajetória da Figura 2.16 – Válvula de Controle.
corrente fluida fica quase retilínea. Em conse-
qüência disso as perdas de carga ficam redu- 2.3.5 Válvula Borboleta
zidas um valor mínimo. Essas válvulas são Usada para tubulações de grande diâme-
usadas para bloqueio e regulagem de vapor tro (mais de 20'’), sujeitas a baixas pressões,
(Figura 2.15). sem a exigência de vedação perfeita. O fecha-
mento da válvula é feio por meio de uma peça
circular que pivota em torno de um eixo per-
pendicular ao sentido de escoamento do flui-
Tampão do (Figura 2.17).
Volante
Eixo
Trajetória do fluido
Sede
Figura 2.15 – Válvula em “Y”.
Corpo
2.3.4 Válvulas de Controle Disco
Essas válvulas são usadas em combina- Figura 2.17 (a) – Válvula Borboleta.
ção com instrumentos automáticos, que as
Alavanca
comandam à distância, para controlar a vazão
ou a pressão de um fluido. A válvula em si é Fe
ch o
ad ert
quase semelhante a uma válvula globo sendo o Ab
Flanges da
operada, na maioria das vezes, por meio de tubulação
um diafragma sujeito à pressão de ar compri-
mido. Há um instrumento automático que
comada a pressão de ar, que por sua vez faz
variar a posição de abertura da válvula. A ope- 17
ração nas válvulas de controle é feita, geral-
mente, pelo diafragma em um sentido (para Disco de
Corpo da válvula
abrir ou fechar) e por uma mola regulável no (entre os flanges)
fechamento
outro sentido (Figura 2.16). Figura 2.17 (b) – Válvula Borboleta.
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2.3.6 Válvulas de Diafragma Flange de
Tampa Eixo
Flange
Muito usadas para fluidos perigosos, cor- entrada
de saída
rosivos, tóxicos, inflamáveis, etc, as válvu-
las de diafragma não apresentam gaxetas. Seu
fechamento é feito por meio de um diafrag-
ma flexível apertado contra a sede. O meca-
nismo móvel que controla o diafragma fica
completamente fora do contato com o fluido
(Figura 2.18).
Sede Tampão
Volante Haste
Figura 2.19 – Válvula de retenção de portinhola.
Equipamentos Estáticos
Variantes das válvulas de retenção A construção dessas válvulas é semelhante
Válvulas de pé
à das válvulas globo angulares. O tampão é
São válvulas de retenção especiais para mantido fechado contra a sede pela ação de
manter a escorva nas linhas de sucção de bom- uma mola, com parafuso de regulagem, ou de
bas. São semelhantes às válvulas de retenção um contrapeso externo de posição ajustável.
tipo plug (Figura 2.22). Regula-se tensão ou posição do contrapeso,
de maneira a se ter a desejada pressão de aber-
tura da válvula (Figura 2.24).
Bocal de saída
Guia Mola
Bocal de saída
Tampão
Tampão
Sede
Grade de
entrada
Bocal de entrada
Equipamentos Estáticos
Purgadores 3
3.1 Introdução a) Purgadores de bóia;
Purgadores são equipamentos utilizados b) Purgadores de panela invertida.
para eliminar condensados das tubulações que
transportam vapor ou ar comprimido. Os bons – Purgadores Termostáticos – Agem
purgadores além de remover condensado, re- por diferença de temperatura.
movem também o ar e outros gases inconden- a) Purgadores de expansão metálica;
sáveis que possam existir. b) Purgadores de expansão líquida;
O aparecimento de condensado em tubu- c) Purgadores de expansão balancea-
lações de vapor pode se dar devido à perda de da (fole).
calor para o meio ambiente, arraste de gotícu-
las, colocação em operação de determinado – Purgadores Especiais:
trecho de tubulação fria ou trechos de tubula- a) Purgadores termodinâmicos;
ções bloqueadas. b) Purgadores de impulso.
O aparecimento de condensado em tubu-
lações de ar comprimido ocorre em conseqüên- 3.2.1 Purgador de Bóia
cia da condensação da umidade do ar ou do Consiste em uma caixa com uma entrada
arraste do óleo de lubrificação dos compres- de vapor e uma saída de condensado. A saída
sores. do condensado é fechada por uma válvula co-
mandada por bóia; quando há condensado, a
3.1.1 Remoção do Condensado bóia flutua e abre a saída do condensado, que
é expulso pela própria pressão do vapor.
Remove-se o condensado existente nas li-
É necessário que a força de flutuação da
nhas de vapor pelas seguintes razões:
bóia seja suficiente, através das alavancas, para
– Conservar a energia do vapor, pois o vencer a pressão do vapor, que tende a fechar
condensado não tem ação motora (má- a válvula.
quina a vapor) nem ação aquecedora Esse purgador tem descarga contínua e não
eficiente (o vapor aquece cedendo ca- permite a saída de ar e de outros gases.
lor de condensação). A entrada de con- É empregado para baixas pressões de va-
densado nas turbinas causa danos irre- por (até 35 Kgf/cm2), quando se deseja des-
paráveis em suas palhetas. carga rápida e contínua e quando não há ne-
– Evitar vibrações e martelos hidráulicos cessidade de eliminação de ar (Figura 3.1).
nas tubulações causados pelo arrasta-
mento do condensado e encontro do Válvula Entrada
termostática
vapor com bolsões de condensado. (vapor + condensado)
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3.2.2 Purgador de Panela Invertida dentro da panela, tornando-se pequena, faz
É o tipo de purgador mais usado em tubu- com que a panela flutue, fechando a válvula
lações de vapor. Consiste em uma caixa com de saída. O ar contido na panela sai pelo pe-
entrada de vapor e saída de condensado, den- queno furo existente no fundo da panela, por
tro da qual existe uma panela com fundo para onde escapa também um pouco de vapor; o ar
cima, comandando a válvula que fecha a saí- acumula-se, então, no topo do purgador e o
da do condensado. vapor é condensado por saturação do ambiente.
Para o início de operação, o purgador deve Chegando mais condensado, a panela enche-
estar cheio de água; a panela fica pousada no se de água, perde flutuação e afunda, abrindo a
fundo, abrindo a válvula, por onde sai o ex- válvula. A pressão do vapor faz sair o ar acumu-
cesso de água. lado e o condensado, até que, diminuindo a quan-
O vapor, quando chega, é lançado dentro tidade de condensado dentro da panela, a
da panela, de onde é expulsa a água (que esca- flutuação é restabelecida, fechando-se a vál-
pa pela saída), até que a quantidade de água vula e repetindo-se, assim, o ciclo (Figura 3.2).
Bolhas de Ar
Orifício e Vapor
Vapor
Entrada Saída
Vapor
Panela
Invertida
Panela Invertida Panela Invertida Condensado (afundada)
(afundada) (flutuando)
Condensado
Purgador Aberto Purgador Fechado Purgador Aberto
(Descarga de Condensado) (Chegada de Vapor) (Descarga de Condensado)
sado e o ar, como são mais frios, contraem o Figura 3.3 – Purgador Termostático de Fole.
fole que abre a válvula deixando-os escapar.
Esse tipo de purgador é empregado para mé- 3.2.4 Purgador Termodinâmico
dias e baixas pressões (até 35 kgf/cm2), prin- É um aparelho de construção extremamen-
cipalmente quando se tem grande volume de 21
te simples, cuja única peça móvel é um disco
ar a eliminar. A descarga de condensado é in- que trabalha dentro de uma pequena câmara,
termitente, demorada, e a perda de vapor é re- abrindo ou fechando, simultaneamente, as pas-
lativamente grande. Não pode ser empregado sagens que dão para a entrada de vapor e para
para vapor superaquecido (Figura 3.3). a saída de condensado (Figura 3.4).
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Disco Móvel Zona de Baixa
Tampa Pressão
(suspenso) Pressão
Sede
Condensado
Condensado Condensado
Ar Condensado
Vapor Vapor
Ar
Pressão
Orifício de Entrada
Orifício de Saída
Vapor Secção AA
Purgador Fechado
Figura 3.4 – Purgador Termodinâmico.
Equipamentos Estáticos
3.4 Outros Dispositivos Separadores
Além dos purgadores de vapor, outros dis- Gás Gás líquido
positivos separadores são também usuais em
tubulações industriais. As operações mais co-
mumente efetuadas por esses aparelhos são as
seguintes: Chicana Gotas de líquido
– Separação de água e/ou óleo em tubos
de ar comprimido e de outros gases;
– Separação de poeiras e sólidos em tu- Líquido acumulado
bos de gasolina e de outros líquidos
leves; Visor de nível Dreno
– Separação de ar em tubos de vapor.
Os princípios gerais de funcionamento da Figura 3.5 – Separadores de Inércia.
maioria desses aparelhos são flutuação, inér-
cia, capilaridade e absorção. Alguns separa- Os separadores que agem por capilari-
dores aproveitam-se, simultaneamente, de mais dade servem, principalmente, para a coleta e
de um dos fenômenos mencionados. eliminação de ar e de água em tubulações de
Os aparelhos que trabalham por flutuação, líquidos leves. Nesses aparelhos, a corrente lí-
são inteiramente semelhantes aos purgadores quida atravessa elementos de tela fina ou de
de bóia, são empregados na separação e eli- palhas especiais, onde se formam, por diferen-
minação de água e de outros líquidos nas tu- ça de capilaridade, bolhas de ar ou gotículas
bulações de ar e de gases em geral. Esses se- de água que são depois coletadas.
paradores, que são sempre peças pequenas (fa- Os separadores de absorção são apare-
bricadas com até 2” de diâmetro nominal), são lhos no interior dos quais existem elementos
muito usados para a drenagem da água forma- de substâncias especiais capazes de absorver
da em tubulações de ar comprimido e, por isso, e reter o material que se deseja separar. A veia
denominados às vezes de “purgadores de água”. fluida atravessa esses elementos, onde a ab-
O princípio da inércia é utilizado nos apa- sorção ocorre geralmente por meio de reações
relhos destinados a separar líquidos e sólidos químicas. Os elementos absorventes têm uma
em suspensão (inclusive poeiras) em tubula- vida relativamente curta, ao final da qual de-
ções de gases. Nesses separadores, a corrente vem ser substituídos. Os desumidificadores de
de gás, carregada de partículas líquidas ou só- silicagem ou de alumina, empregados para re-
lidas, é obrigada a mudar de direção várias ve- mover umidade em correntes de ar ou de ou-
zes em grande velocidade. Nessas mudanças tros gases, funcionam segundo este princípio.
de direção, as partículas líquidas ou sólidas
separam-se por serem mais pesadas (devido à 3.5 Filtros para Tubulações
inércia) e são, então, recolhidas e eliminadas. Os filtros (strainers, filters) são também
aparelhos separadores destinados a reter poei-
Entrada
vapor + água ras, sólidos em suspensão e corpos estranhos,
em correntes de líquidos ou gases. Duas clas-
ses de filtro são de uso comum em tubulações
industriais: a dos filtros provisórios e dos per-
manentes.
Saída
Furo (Vapor)
Os filtros provisórios são peças que se
intercalam nas tubulações, próximo aos bocais
Visor de entrada dos equipamentos (bombas, com-
de nível Gotas
d’água
pressores, turbinas, etc.), para evitar que su-
jeiras e corpos estranhos, deixados durante a
montagem das mesmas, penetrem nesses equi-
Purgador pamentos quando o sistema for posto em fun-
Filtro cionamento. Depois que as tubulações já esti- 23
verem em funcionamento normal por algum
Dreno tempo, e tiverem, portanto, sido completamen-
te lavadas pelo próprio fluido circulante, os
Separador para vapor com drenagem automática por purgador filtros provisórios deverão ser removidos. É
Equipamentos Estáticos
obrigatória a colocação de filtros provisórios de entrada e de saída, no interior da qual exis-
na entrada de todos os equipamentos que pos- tem os elementos de filtragem e chicanas para
sam ser danificados pela presença de corpos conduzirem a veia fluida (Figura 3.7). Os ele-
estranhos, pois, por mais bem feita que tenha mentos filtrantes e os materiais de construção
sido a limpeza prévia das tubulações, é im- dos mesmos variam de acordo com o fluido
possível garantir-se que não haja poeiras, ter- circulante, com o grau de filtragem desejado,
ra, ferrugem, rebarbas de solda, pontas de ele- com o tamanho do filtro, etc.
trodos e outros materiais estranhos no interior Tampa
das mesmas. Cesta de tela
Entrada
Os filtros permanentes, como o próprio Entrada
Saída
nome indica, são acessórios instalados nas tu- Saída
bulações de um modo definitivo. Os princi- Cesta de tela
pais casos de emprego dos filtros permanen- Tampa e
tes envolvem: Dreno dreno
Para diâmetros maiores Para diâmetros menores
– Tubulações com fluidos sujos que sem-
pre possam apresentar corpos estra-
Figura 3.7 – Filtros Permanentes.
nhos;
– Casos em que se deseje uma purifica- Entre os elementos filtrantes mais comuns
ção rigorosa e controlada do fluido estão:
circulante; – Grades metálicas, chapas perfuradas,
– Tubulações de entrada de equipamen- telas metálicas (filtragem grosseira de
tos muito sensíveis a corpos estranhos, líquido);
tais como bombas de engrenagens, me- – Telas finas, feltro, “nylon”, porcelana,
didores volumétricos, certos tipos de papel, etc. (filtragem fina de líquido);
purgadores, etc. – Palhas metálicas, feltro, camurça, etc.
(filtragem de gases).
3.5.1 Filtros Provisórios e Permanentes Conforme o modelo do filtro, os elemen-
Os filtros provisórios mais comuns são os tos filtrantes podem ter a forma de cestas ci-
discos de chapa perfurada ou os anéis de cha- líndricas, cones, discos, cartuchos, etc.
pa fina com uma cesta de tela (Figura 3.6).
Ambos são introduzidos entre dois flanges
quaisquer, onde ficam presos. Os filtros de
Anotações
cesta de tela devem ter uma área de filtragem
de no mínimo 3 a 4 vezes em relação à seção
transversal útil da tubulação.
Cesta de tela
Chapa intercalada
entre dois flanges
Equipamentos Estáticos
Permutadores
de Calor 4
4.1 Introdução a.3. – Gerador de Vapor
Quando gera vapor d’água, aproveitan-
O permutador de calor é um equipamento
do calor de um líquido quente provenien-
onde dois fluidos, com temperaturas diferen-
te do processo (Figura 4.3).
tes, trocam calor através de uma interface me-
tálica. No processamento de uma Refinaria de Vapor d’água
saturado
Petróleo, o permutador de calor é empregado
não só para economizar calor, mas também
para atender às necessidades de processo. Fraciona- Tambor de
Separação
dora
De acordo com o fim a que se destina, este
tipo de equipamento pode ser enquadrado con-
forme a seguinte classificação geral:
a) Aquecimento
a.1. – Aquecedor
Quando aquece o fluido do processo Figura 4.3 – Gerador de vapor da unidade de craqueamento
catalítico fluido.
por meio de vapor de água ou outro
meio qualquer (Figura 4.1).
b) Resfriamento
Vapor 10 kg/cm 2 b.1 – Resfriador
Quando resfria fluidos do processo atra-
TIC vés da utilização de água como meio
NaOH
de resfriamento. O abaixamento de
Condensado
temperatura dos líquidos a serem arma-
zenados evita as perdas de produtos
Figura 4.1 – Aquecedor de regeneração de soda. leves (Figura 4.4).
a.2. – Refervedor
Resfriador
Quando vaporiza um líquido por meio
de vapor d’água ou outro fluido quen-
te. Utilizado para prover calor às torres Querosene
de destilação, vaporiza parte do produ- para tanque
to de fundo (Figura 4.2).
Água de
Refrigeração
Vapor
Figura 4.4 – Resfriador de Querosene.
b.2 – Condensador
Torre de Refervedor Quando condensa um fluido pelo uso
Separação Conden- de água como fluido refrigerante. Em-
Butano
sado
pregado para recuperação de vapores 25
de colunas de destilação, bem como
para condensação do vapor exausto de
turbinas, reduz a pressão de descarga
Figura 4.2 – Refervedor de Torre de Separação. das mesmas (Figura 4.5).
Equipamentos Estáticos
Condensadores
Chicanas – orientam o fluxo do casco, de
forma a manter os tubos na posição desejada e
Torre evitar que sofram esforços de reflexão;
2 4
b.3 – Resfriador a ar 1
Quando resfria vapores ou líquidos,
3 3
passando por feixes de tubos tipo ser-
pentina e usando corrente de ar impul-
sionada por pás movidas a motor elé- 4
7
2
Ar
Considere
Petróleo
T1 – temperatura de entrada do fluido quente;
T2 – temperatura de saída do fluido quente;
Figura 4.7 – Aquecimento de petróleo.
t1 – temperatura de entrada do fluido frio e
t2 – temperatura de saída do fluido frio.
4.2 Descrição Geral
4.2.1 Permutador de Espelhos Fixos Tem-se que T1 T2 e t1 t2 em virtude do pro-
A Figura 4.8 mostra um exemplo de cesso de troca de calor sensível, entre os flui-
permutador de espelhos fixos, cujas partes es- dos, ocorrido dentro do permutador.
senciais são: t2 T2
Casco – parte externa central do permu-
tador;
Carretéis e tampas dos carretéis – par-
tes externas extremas do permutador;
26 Feixe Tubular – constituído de espelhos t1
que mantêm os tubos na posição desejada.
Neste tipo de permutador, os espelhos são sol- T1 Fluido quente Fluido frio
dados ao casco e servem também como flanges
aos quais os carretéis são parafusados; Figura 4.9 – Fluxos no casco e no feixe.
Equipamentos Estáticos
Saída tubos Entrada casco Vent (suspiro)
O permutador da Figura 4.9 é de uma pas-
Orifício para instrumento sagem no casco, já que o fluido frio percorre o
mesmo uma só vez. Este tipo de casco é o mais
comum em refinarias de petróleo, embora se-
jam utilizados também os de duas passagens
no casco, os de fluxo divididos por defletores
Casco Flange do
Tampa do
carretel Entrada
Carretel Saída casco casco Tampa e os demais tipos apresentados na Figura 4.14.
tubos do casco
(boleado) Evidentemente, cada um deles apresenta apli-
Figura 4.10 – Permutador de Calor (vista externa).
cação e interesse específicos.
Espelho Feixe de
Flutuante tubos Espelho Chapa
fixo defletora
Chicana Casco de uma pasagem Casco de duas passagens
com chicana longitudinal
Chapa
defletora Tampa do Chapa quebra jato ou Carretel
flutuante chapa de sacrifício Casco com fluxo bifurcado Casco com duplo fluxo
bifurcado
Figura 4.11 – Permutador de Calor (vista interna).
que
T1 ido
quente
id o 27
Temp.
Flu t2 T2 4 Passes
frio t2
T2 ido ido
frio
Flu Flu
t1 t1
Extensão Extensão 6 Passes
Equipamentos Estáticos
4.2.2 Permutador de tampa flutuante 4.3 Materiais Usados em Permutadores
Este permutador, apresentado na Figura de Calor
4.16, é de feixe removível. De um lado, o fei- A “Tubular Exchanger Manufactors
xe tem espelho fixo parafusado entre os flanges Association” (TEMA) publica normas para
do carretel e do casco. Do outro lado, o espe- projeto e construção de permutadores de cas-
lho flutuante é fixado entre a tampa do flutu- co e tubo. Estas especificações servem para
ante (que caracteriza o permutador) e o anel três classes de permutadores:
bipartido. O casco é fechado por meio da tam- Classe R, para condições severas de pro-
pa do casco. cessamento de petróleo e produtos químicos,
A remoção do carretel, da tampa do casco serviços rigorosos, em que se deseja obter se-
e da tampa flutuante permite a retirada do fei- gurança e durabilidade;
xe pelo lado do espelho fixo. Classe C, para condições moderadas de
Este tipo de permutador permite limpeza operação, tendo em vista a máxima economia
mecânica e inspeção do lado externo dos tu- e o mínimo tamanho, condizentes com as ne-
bos, já que o feixe pode ser removido, além cessidades de serviço;
disso não apresenta dificuldades decorrentes Classe A, para condições severas de tem-
de dilatação diferencial entre o feixe tubular e peratura e fluidos altamente corrosivos.
o casco. Os materiais especificados para tubos e
cascos são:
a) Tubos
Podem ser lisos ou aletados.
Os tubos lisos, padronizados em 4 diâme-
tros (3/4", 1", 1 1/4" e 1 1/2"), são mais
comumente encontrados na indústria.
Os tubos aletados aumentam a troca de
Figura 4.16 – Permutador de Tampa Flutuante. calor devido ao aumento da área externa de
troca, porém, acarretam maior perda de pres-
4.2.3 Permutador de Tubos em “U” são no lado do casco (Figura 4.18).
O permutador com tubos em “U”, mos-
trado na Figura 4.17, possui um feixe consti-
tuído de tubos curvados em forma de “U” e
mandrilados ao espelho. Os tubos podem ex-
pandir-se livremente, o que elimina, neste tipo
de permutador, a necessidade de: espelho flu-
tuante, tampa flutuante, um dos flanges do
casco e a tampa do casco. O menor raio de
Figura 4.18 – Tubos Aletados.
curvatura sem deformar o diâmetro externo dos
tubos determina a omissão de alguns tubos no
Os materiais utilizados obedecem às es-
centro do feixe.
pecificações mínimas para uma determinada
Neste tipo de permutador, o feixe de tu- aplicação: aço carbono, normalmente utiliza-
bos pode ser removido do casco para limpe- do para meios agressivos; aços ligas, latões,
za e inspeção da área externa dos tubos. O bronzes, ligas de alumínio e duplex, utiliza-
fluido que escoa no lado dos tubos deve ser dos em diversos meios corrosivos.
limpo, para evitar sujamento excessivo dos
mesmos. b) Casco
Pode ser construído a partir de tubos com
até 24" de diâmetro nominal, ou, de chapas
calandradas e soldadas a partir de 13" de diâ-
28 metro. Fabricado normalmente em aço car-
bono, no entanto também podem ser feitos em
aço liga e ligas de alumínio quando de tubo,e
em aço liga, ligas de níquel e ligas de cobre
Figura 4.17 – Permutadores de Tubos em “U”. quando de chapa.
Equipamentos Estáticos
4.4 Escolha do Fluido 4.6 Operação
O permutador já está construído para 4.6.1 Normas de Operação
receber determinados líquidos nos tubos e a) Condições de Segurança
no casco. Não há regras fixas que estabele- A temperatura e a pressão limites, em que
çam qual tipo de fluido deve passar pelos devem trabalhar os tubos e o casco, especifi-
tubos. cadas do permutador, não devem ser ultrapas-
Evidentemente, a escolha do fluido que sadas. Assim, nos resfriadores, a temperatura
passa pelos tubos ou pelo casco deve aten- de saída da água não deve exceder de um cer-
der às melhores condições para o processo, to valor (50ºC) para evitar deposição de sais.
menor custo de construção e fácil manuten-
ção. De uma maneira geral, passam pelos b) Aquecimento e resfriamento
tubos: Tanto na partida como na parada, os per-
mutadores de calor devem ser aquecidos ou
a) Fluidos mais sujos resfriados lentamente. Isto é particularmente
Com depósitos, coque, sedimentos, ca- importante quando as temperaturas de opera-
talisadores, etc. É mais fácil remover a ção são elevadas. A rápida entrada de um lí-
sujeira dos tubos do que do casco.
quido à alta temperatura pode provocar desi-
gualdades de expansão nos tubos, causando va-
b) Fluidos mais corrosivos
zamentos nos mesmos e deformação do feixe.
Além de ser mais econômico usar tu-
bos resistentes à corrosão do que um
c) Partida e Parada
casco com a mesma propriedade, é mais
Na partida, entra primeiro o fluido mais frio.
fácil substituir tubos furados do que
Se o fluido mais frio está ligeiramente quente,
casco.
deixa-se o mesmo, então, entrar lentamente.
Quanto mais quente o fluido, mais lenta deve
c) Fluidos com maior pressão
ser a sua penetração no permutador de calor.
Porque o casco tem menor resistência
Na parada, bloqueia-se primeiramente a
em virtude do seu maior diâmetro.
entrada do fluido mais quente. Se isto não for
observado, podem ocorrer vazamentos nos
d) Fluidos menos viscosos
tubos.
A menos que a perda da pressão deva
ser muito baixa.
d) Suprimento de água
e) Água de resfriamente Falhas no suprimento de água para um
Por facilidade de limpeza. resfriador podem trazer sérias conseqüências.
Quando o fluido a resfriar é muito quente, a
f) Fluidos de menor vazão volumétri- interrupção da água provoca um grande aque-
ca, em vista do casco oferecer mais es- cimento do equipamento. Se a água voltar,
paço. então, a circular, haverá um resfriamento brus-
Entre líquidos de propriedades semelhantes, co do permutador. Esta mudança rápida de
devem passar pelos tubos aqueles de maior pres- temperatura afrouxa parafusos e abre as jun-
são, maior temperatura e os mais corrosivos. tas. É necessário, portanto, um fluxo contínuo
de água para um resfriador.
4.5 Instrumentação do Permutador de
e) Condensado
Calor Deve-se sempre drenar a água de um
A instrumentação varia com a finalidade refervedor ou aquecedor para evitar o fenô-
do permutador no processo. Assim, instrumen- meno chamado martelo hidráulico, que ocor-
tos medidores de temperatura, vazão e pres- re conforme descrito a seguir: Suponha água
são podem ser encontrados nas tubulações de acumulada nos tubos do refervedor. Abrindo-
entrada ou saída de um permutador, de acordo se a válvula do vapor d’água, este vai condu- 29
com as necessidades de controle do processo. zir a água a uma grande velocidade até encon-
É regra geral que, num resfriador ou em trar um obstáculo, onde provoca um grande
um conjunto de resfriadores, deve haver um choque. Este impacto severo, o martelo hidráu-
indicador de temperatura (Thi). lico, pode causar ruptura do material.
Equipamentos Estáticos
4.6.2 Causas de Perda de Eficiência solução desagrega os resíduos, o que permite
a) O permutador está sujo e não há troca a remoção dos mesmos, e o inibidor impede o
eficiente de calor. ataque do metal pela solução. Após a limpe-
b) A tubulação ligada ao permutador não za, é feita a neutralização mediante tratamento
dá a vazão para qual o aparelho foi pro- com uma solução alcalina fraca, seguido de
jetado. abundante circulação de água. Evidentemen-
c) As condições de operação diferem da- te, o permutador de calor, não precisa ser des-
quelas para as quais o permutador de montado.
calor foi projetado.
d) Limpeza mecânica
Neste caso, o permutador precisa ser des-
4.7 Manutenção montado. O pessoal de manutenção retira a
4.7.1 Limpeza tampa do carretel, a tampa do casco e a tam-
A eficiência do permutador de calor de- pa flutuante. Camadas de graxa, lama e sedi-
pende da limpeza dos tubos. Durante a opera- mentos frouxos podem ser removidos dos
ção, depósitos de sais, ferrugem, coque, areia, tubos por meio de arames, escovas ou jatos
pó de coque, folhas, fibras vegetais, camadas d’água. Se os sedimentos internamente aos
de graxa, corpo de micro-organismos, etc. tubos estão muito agregados, entupindo-os,
acumulam-se dentro e fora dos tubos, o que então são usadas máquinas perfuratrizes. Es-
prejudica a troca de calor e também aumenta a tas constam, essencialmente, de um eixo
queda de pressão do fluido. metálico que, girando dentro dos tubos, ex-
O permutador de calor que durante a ope- pulsa os detritos.
ração tem sua eficiência reduzida deve ser lim-
po durante a parada da unidade seja limpo e 4.7.2 Testes de Pressão
inspecionado, desde que não tenha flexibili- Após a parada para inspeção e manuten-
dade de parar durante a campanha. ção dos permutadores de calor, há necessida-
Entre os vários processos de limpeza do de de submetê-los a teste de pressão a fim de
permutador de calor, podem ser citados os se- verificar a resistência mecânica das juntas sol-
guintes: dadas, da mandrilagem dos tubos e a estan-
queidade dos dispositivos de vedação.
a) Limpeza por água em contra-corrente Os testes de pressão são efetuados com
É utilizada em condensadores e resfriado- água, porém, quando isto não for possível,
res que utilizam água salgada não tratada como poderá ser feito o teste pneumático.
fluido refrigerante. O processo consiste em No teste do casco, poderão, em geral, ser
inverter o fluxo d’água nos tubos, com o equi- localizados os seguintes vazamentos:
pamento em operação, possibilitando a remo-
– Mandrilagem dos tubos;
ção dos detritos frouxamente agregados aos
tubos, através de dreno apropriado. – Junta entre casco e espelho fixo;
– Tubos;
b) Limpeza por vapor – Casco e suas conexões.
Para limpeza por este processo, o permu-
tador de calor é retirado de operação, embora O teste do feixe de tubos permite, geral-
não precise ser desmontado. Passa-se vapor mente, localizar vazamentos nos seguintes
pelo casco e pelos tubos, de forma a entrar por pontos:
um respirador e carregar a sujeira por um dre- – Junta da tampa do carretel;
no. Este método é eficiente para remover ca-
madas de graxa ou depósitos agregados frou- – Junta entre carretel e espelho fixo;
xamente nos tubos e no casco do permutador – Junta da tampa flutuante;
(“Steam out”). – Carretel, sua tampa e conexões;
– Tampa flutuante.
30 c) Limpeza química
O processo de limpeza química consiste Nas figuras 4.19 a, b e c e 4.20 a e b, são
na circulação, em circuito fechado, no lado dos apresentados os testes efetuados em permu-
tubos e no lado do casco, de uma solução áci- tadores de tampa flutuantes e de tubos em
da adicionada de um inibidor de corrosão. A “U”.
Equipamentos Estáticos
01. Carretel;
Casco pressurizado
02. Tubos em “U”;
03. Flange de Cabeça Fixa;
04. Tampa do Carretel;
05. Bocal;
06. Espelho Fixo;
07. Tubo;
08. Casco;
Figura 4.19 – a) Teste do Casco ou 1º teste.
09. Tampa do Casco;
10. Flange do Casco;
11. Tirante;
12. Bocal do Casco;
Tubos pressurizados
13. Flange da Tampa do Casco;
14. Espelho Flutuante;
15. Tampa do Flutuante;
16. Flange do Flutuante;
17. Anel Bipartido do Flutuante;
18. Conexão para Suspiro (vent);
19. Conexão para Dreno;
Figura 4.19 b) Teste do Feixe Tubular ou 2º teste. 20. Conexão para Instrumento;
21. Berço de Apoio;
22. Alça para Suspensão;
Casco pressurizado 23. Colarinho de Reforço;
24. Pescoço do Bocal;
25. Chicana Transversal;
26. Chicana Longitudinal;
27. Defletor.
25 3 26 7 8 11 16
12 21 18 19
5 11 28 10
Figura 4.19 – c) Teste da Tampa do Casco Boleado ou 3º teste. 21 22
14
23
9
Figura 4.19 – Teste do Permutador de Tampa Flutuante.
27 15
6 29 17
4 1 10
3 20 24 10 21 28 21 19
26 5 21 26 12 13
Casco pressurizado
6
29 7 7 25 11 15
Figura 4.21
Figura 4.20 – a) Teste do Casco ou 1º teste
Tubos pressurizados
Figura 4.22
Figura 4.20 – b) Teste do Feixe Tubular ou 2º teste.
1
Figura 4.20 – Teste do Permutador de Tubos em “U”. 5
20
26 21 12 23 8 23 26 8 7 11 19
23
3
2
22
4.22 e 4.23.
Figura 4.23
Equipamentos Estáticos
Tanques 5
5.1 Finalidade São utilizados somente para os derivados
de petróleo mais pesados (asfalto, gasóleo, óleo
Os tanques têm fundamental importância
diesel, etc.) e para produtos químicos (soda
para o processamento de petróleo. Neles são
cáustica, amônia, etc.).
estocadas as cargas para as unidades de pro-
cesso e seus derivados. São utilizados também 2
para estocar insumos para o processamento
(óleo combustível, amônia, metanol, etc.).
sificados em:
11
– Tanque de teto fixo, e
– Tanque de teto flutuante. 01. Teto Flutuante;
02. Flutuador;
03. Pé de Apoio do Teto;
5.3.1 Tanques de Teto Fixo 04. Dreno do Teto;
Normalmente, possuem uma estrutura de 05. Câmara de Vedação;
06. Escada Móvel do Teto;
sustentação do teto que varia em função do 07. Anel de Reforço do Costado;
32 tamanho do mesmo. 08. Agitador;
09. Indicador de Nível (Li);
O tipo de teto fixo mais utilizado em refi- 10. Bóia;
narias de petróleo é o de teto cônico (em for- 11. Dreno Tipo Sifão;
ma de um cone voltado para cima com o vérti- 12. Tubo para Medição
ce no centro) (Figura 5.1). Figura 5.2 – Tanque de Teto Flutuante.
Equipamentos Estáticos
5.4 Acessórios 5.4.5 Isolamento Térmico
Os tanques possuem diversos acessórios, Sua finalidade, é diminuir a perda de ca-
entretanto, serão abordados apenas os princi- lor nos tanques de produtos aquecidos. Nor-
pais, tendo sido os demais reservados para malmente, são isolados os tanques de asfalto
apostila específica. e resíduos de vácuo, pois operam em alta tem-
peratura.
Raros são os tanques que utilizam isola-
5.4.1 Respiração mento térmico externamente em função do alto
Alguns tanques pequenos de teto fixo pos- custo do investimento e da manutenção dos
suem uma conexão com ou sem válvula, no mesmo.
teto aberta direcionado para atmosfera. Esta
conexão visa evitar a formação de vácuo ou 5.4.6 Sistema de Medição
pressão durante as operações de recebimento Este sistema consta de uma bóia que flu-
ou envio e apresenta uma tela para evitar a tua com o nível do produto, ao longo de dois
entrada de chama ocasional. fios que servem como guia. O centro da bóia é
ligado a uma trena, que, após passar por uma
série de roldanas, apresenta a leitura direta num
5.4.2 Válvula de Pressão e Vácuo visor colocado externamente no tanque.
Seu uso é obrigatório em tanques de teto Os tanques da área de transferência e es-
fixo. Tem a função de evitar a formação de tocagem normalmente, são dotados do siste-
vácuo ou pressão alta durante as operações. ma de “TELEMETRIA”. Este sistema é o mais
Nestes tanques, o vapor está em equilíbrio com moderno e possibilita a leitura, à distância, do
o líquido. À noite, com a redução da tempera- nível e da temperatura do produto.
tura, há entrada de ar, enquanto, durante o dia, A medição deve ser feita com toda a pre-
essa válvula propicia a saída de ar + vapores cisão, pois um erro de milímetros, pode repre-
devido à elevação da temperatura. sentar uma diferença bastante significativa no
Alguns tanques pequenos de teto fixo, volume.
possuem um sistema que evita a formação de A aferição desses sistemas é feita por meio
vácuo. Esse sistema é usado, quando há pos- de trena, a prumo, que se faz descer manualmente
sibilidade de formação de mistura explosiva através do tubo de medição. Nesse caso, usa-se
dentro do tanque, devido à pequena quantida- uma pasta especial que acusará uma marca bem
de de vapores de hidrocarbonetos. Normal- clara da interface água-hidrocarboneto.
mente, esses tanques armazenam produtos não
inflamáveis, que, no entanto, podem estar con- 5.5 Diques
taminados por pequenas quantidades de hidro- A finalidade do dique é conter um possí-
carbonetos. vel vazamento grande, com ou sem incêndio,
evitando dessa forma que se alastre para ou-
5.4.3 Agitador tras áreas.
Por norma de segurança, todos os tanques
Dispositivo cuja finalidade é movimentar destinados a armazenar produto inflamável,
o produto, a fim de homogeneizar as misturas tóxico ou químico são dotados de diques. O
de petróleo, gasolinas, entre outras. Normal- volume do dique tem que ser, no mínimo, igual
mente, essa homogeneização é feita pela agi- ao do tanque.
tação do produto, por meio de uma hélice,
acoplada a um eixo acionado por um motor
elétrico. Anotações
Equipamentos Estáticos
6.1 Finalidades
Torres
As retiradas laterais de produtos são pos-
6
Servem para separar ou absorver componen- síveis, com a instalação de equipamentos in-
tes de misturas homogêneas. A separação é feita ternos que podem ser panelas ou calhas cole-
por meio da destilação, daí o nome de torre de toras.
Nafta pesada
destilação. A absorção é feita em torres absorve-
doras, com finalidade de separar produtos corro-
sivos ou indesejáveis no produto final.
Torres extrativas, retificadoras, fraciona-
doras, etc.
Querosene
6.2 Tipos
Existem duas classes fundamentais de ti- Diesel leve
pos de torres:
– Torres de Pratos ou Bandejas; Diesel pesado
– Torres Recheadas. Cru
pré vaporizado
Equipamentos Estáticos
Há diversos tipos de pratos ou bandejas, classificados quanto ao princípio de funcionamento
em:
Bobulhador
Vertedor
Figura 6.3
Massa
Aerada
6.2.4 Bandejas Perfuradas
Vertedoro
Válvula Orifícios
Líquido
Equipamentos Estáticos
6.2.5 Bandejas Gradeadas Usa-se normalmente para retiradas de líqui-
São encontradas nas torres de extração lí- dos com função de refluxo, quando o volume
quido-líquido em contra-corrente. circulante é muito grande (Figura 6.8).
Extração líquido-líquido é a denominação
empregada para qualquer operação em que um
composto, dissolvido em uma fase líquida, é
transferido para um outra fase também líquida.
A unidade de desasfaltação a propano da
Repar por exemplo utiliza torres extratoras gra-
deadas para extrair gasóleo (soluto) do resí-
duo de vácuo (solução), utilizando propano lí-
quido como solvente (Figura 6.7)
As bandejas gradeadas, constituídas por
células de formato hexagonal, são arranjadas Vapor
de modo a proporcionarem o máximo de con-
tato, entre a carga e o solvente.
Gasóleo
(ODES)
+
Solvente
Vapor
condensado b) Panela de Retirada Parcial
Dá-se esse nome quando o líquido da
panela transborda para a bandeja inferior.
(Figura 6.9)
Resíduo
de vácuo
Solvente
Equipamentos Estáticos
líquido, ao descer, absorve o H2S contido no b) Cela de Intalox
gás. Dessa forma, sai, no topo, o gás isento de
H2S e, no fundo da torre, sai a DEA rica em
H2S (Figura 6.10).
Nos últimos anos, as refinarias têm subs-
tituído regiões com bandejas nas torres de vá-
cuo, por leitos recheados, com a finalidade de
reduzir a queda de pressão e aumentar, conse-
Figura 6.11b
qüentemente, o rendimento do processo.
Gás isento de H2S
c) Anéis Vazados
DEA
Figura 6.11c
d) Anéis Pall-Ring
Gás
+
H2S
Figura 6.11d
Figura 6.10 – Esquema de uma Torre Recheada.
37
Equipamentos Estáticos
Fornos 7
7.1 Utilização (dos fornos nas plantas queima de uma quantidade suficiente de com-
bustíveis através dos maçaricos instalados,
de processo de petróleo) normalmente, na base ou nas paredes laterais
Nas refinarias de petróleos e indústrias da câmara de combustão do forno ou zona de
petroquímicas, os fornos tubulares são incor- radiação. Os tubos são, geralmente, colocados
porados ao processo com a finalidade de for- próximo às paredes laterais e ao teto da câma-
necer calor, produzido pela queima de com- ra de combustão, onde o calor é principalmente
bustíveis e transmitindo-o por radiação, con- transferido por radiação são também coloca-
vecção e condução ao fluido, que circula numa das em outra região chamada de “câmara ou
serpentina de tubos. zona de convecção”, onde o calor é principal-
Os fornos são equipamentos de grande im- mente transferido por convecção.
portância nas plantas de processo, pois a utiliza-
O ar necessário à combustão pode ser ad-
ção de chama proveniente da queima de com-
mitido no forno pela depressão (pressão nega-
bustíveis é ainda a melhor maneira de se aque-
tiva) reinante na câmara de combustão, devi-
cer grandes vazões de fluidos a altas temperatu-
do à tiragem feita pela chaminé, ou através e
ras, ou fornecer calor para reações químicas. No
ventiladores de tiragem forçada, quando o for-
primeiro caso, são denominados simplesmente
no é dotado de pré-aquecimento de ar.
“fornos” e, no segundo, “fornos reatores”.
Em uma unidade de destilação, os fornos A capacidade ou tamanho de um forno é
de aquecimento representam cerca de 20% do traduzida pela carga térmica total que deve ser
investimento total e, no caso dos fornos reato- absorvida pelo (s) fluido (s). A grande maio-
res, esta parcela é bem maior, pois constituem- ria dos fornos situam-se na faixa de 10 a 350
se em um dos principais equipamentos destas milhões de Btu/h (2,5 a 90 x 106 kcal/h).
unidades.
Cabe destacar a necessidade, cada vez 7.3 Classificação geral dos fornos
mais acentuada, de melhor se conhecer os for- 7.3.1 Quanto à utilização
nos, tendo em vista os crescentes custos dos
óleos combustíveis, consumidos pelos fornos Fornos de Aquecimento
e ainda a de se manter a operação segura dos Pré-aquecedores de carga de torres fracio-
mesmos. nadas
Observa-se, ainda, que de toda a energia Os fornos deste tipo são bastante comuns
consumida por uma unidade média, 75 a 80% em unidades de processos. Típicos são os for-
é obtido por meio de queima de derivados com- nos das torres de destilação atmosférica e a
bustíveis nos fornos e caldeiras. vácuo.
A carga usualmente líquida é pré-aquecida
7.2 Características gerais dos fornos em trocadores de calor, a fim de se obter o
O forno tubular é um equipamento proje- melhor rendimento térmico da unidade, sain-
tado para transferir um fluxo de calor, de tal do do forno parcialmente vaporizada.
forma que se forem mantidas constantes a va-
38 zão e a temperatura de entrada, também será
Refervedores de torres fracionadas
constante a temperatura de saída.
É necessário gerar no forno, uma quanti- O fluido sai do fundo da torre de destila-
dade de calor que supra o processo e compen- ção, circula pelo forno e retorna, à torre, parcial-
se também as perdas. Este calor é gerado pela mente vaporizado e ligeiramente aquecido.
Equipamentos Estáticos
Refervedores são encontrados em refina- (Alguns projetistas possuem projetos “standards”
rias de petróleo, por exemplo, nas torres de para fornos radiantes de carga térmica até
pré-flash. 10 x 103 Btu/h).
Devido a isto, há muitas variações no
Aquecedores de carga de reatores “layout”, no projeto e no aspecto construtivo
Os fornos deste tipo têm como objetivo ele- dos fornos.
var a temperatura da carga ao nível necessário A principal classificação dos fornos tubu-
para ocorrer a reação química em um reator a lares é baseada na posição dos tubos na seção
jusante do forno. de radiação ou na forma da carcaça metálica
Neste caso, enquadram-se, por exemplo, externa, dando origem a fornos verticais ou
os fornos existentes em unidades de reforma horizontais. Os fornos verticais exigem me-
catalítica, hidrocraqueamento e planta de pro- nor área para construção e, em geral, levam a
dução de estireno. As condições de entrada e um menor investimento.
saída do forno variam muito, dependendo da
aplicação. 7.4.4 Cilindro vertical sem seção de convecção
(Figura 7.1)
7.4 Fornos Reatores Neste tipo de forno, os tubos são posicio-
Nesta categoria de fornos, estão aqueles em nados verticalmente ao longo da câmara de
cujas serpentinas ocorrem reações químicas. combustão de formato cilíndrico. Os queima-
Geralmente, estes fornos são especialmen- dores são posicionados no piso do forno.
te projetados em função de cada aplicação e São fornos de baixa eficiência, baixo cus-
seus projetistas procuram patenteá-los. Cons- to, com cargas térmicas típicas na faixa de até
tituem-se em equipamentos de alto custo e tec- a 20 x 106 Btu/h (5,0 x 106 kcal/h).
nologia sofisticada. Atualmente, estes fornos têm pequena
aplicação devido a sua baixa eficiência con-
7.4.1 Reformadores para unidades de hidrogênio trapondo-se aos altos preços do petróleo. No
entanto, podem ser utilizados em serviços de
e amônia operação esporádica, como fornos de partida.
A carga, geralmente, gás natural ou nafta, O termo “all radiant”, também emprega-
reage com vapor d’água, nos tubos do refor- do para este tipo de forno, não é adequado,
mador, produzindo hidrogênio, monóxido de pois, embora o forno só possua zona de radia-
carbono e dióxido de carbono. ção, parte do calor total absorvido deve-se ao
Geralmente, são fornos tipo caixa com mecanismo de convecção, uma vez que o es-
tubos verticais cheios de catalisador. Um pro- coamento dos gases de combustão provoca as
jetista usa, para estes reformadores, pressões correntes de convecção, principalmente na re-
na ordem de 500 psig (36 kgf/cm2) e tempera- gião entre os tubos e a parede de refratários.
tura de saída de 1.500 °F (815°C).
Equipamentos Estáticos
7.4.5 Cilíndrico vertical com seção de convecção
horizontal
(Figura 7.2)
Estes fornos possuem as seções de radia-
ção e convecção. Na seção de radiação, os tu-
bos são dispostos verticalmente ao longo da
câmara de combustão, e, na seção de convec-
ção, os tubos são arranjados horizontalmente
e posicionados acima da câmara de combus-
tão. Esta configuração permite um projeto eco-
nômico e altamente eficiente, com um míni-
mo de área de construção.
As cargas térmicas típicas são de 10 a
200 x 106 Btu/h (2,5 a 50 x 106 kcal/h).
Figura 7.3
Equipamentos Estáticos
7.4.8 Tipo Caixa com Queimadores nas Paredes
(Figura 7.5)
Os tubos de zona de radiação são arranja-
dos horizontalmente ao longo das paredes la-
terais do teto da câmara de combustão. Os tu-
bos da zona de convecção são também hori-
zontais e posicionados acima da câmara de
combustão.
Os queimadores são montados nas paredes
laterais não cobertas pelos tubos. As cargas tér-
micas típicas estão entre 5 e 50 x 106 Btu/h (de
1,25 a 12,5 x 106 kcal/h).
Figura 7.6
7.6 Refratários
7.4.9 Tipo Cabine com Altar Têm as seguintes finalidades:
(Figura 7.6) a) Isolar a câmara de combustão dos ele-
Fornos iguais ao item n.º 7.4.6, porém mentos estruturais;
possuem uma parede divisória de refratári- b) Irradiar o calor não absorvido pelos tu-
os (altar), que separa a câmara de combus- bos para dentro da câmara;
tão em duas células independentes, e per- c) Evitar perdas de calor para o exterior;
mite, assim, melhorar a distribuição de ca- d) Evitar que os gases de combustão, que
lor ao longo da altura da câmara de com- contêm compostos de enxofre, atinjam
bustão, bem como controlar individualmente as chapas da carcaça metálica onde se
cada célula. condensariam formando ácidos corro-
sivos.
Os queimadores podem ser colocados nas
Como facilmente pode-se deduzir, os ma- 41
paredes ou no piso, sempre inclinados para o
teriais refratários empregados em um forno
altar.
devem ter:
As cargas térmicas típicas variam de 20 a a) Capacidade de resistir a altas tempera-
100 x 106 Btu/h (5 a 25 x 106 kcal/h). turas;
Equipamentos Estáticos
b) Resistência mecânica elevada; mecânica interna aos tubos dos fornos com flui-
c) Resistência a erosão; dos sujeitos ao craqueamento.
d) Resistência a ataques químicos de áci- A limpeza através de vapor d’água e ar,
dos, bases, metais, etc., que podem ser permite usar curvas de retorno, de custo bem
encontrados nos gases de combustão de mais baixo que o cabeçote. Estas curvas de
óleos combustíveis. retorno são colocadas às extremidades dos
Os principais tipos de materiais refratários tubos.
e isolantes são: A utilização de cabeçotes de retorno re-
– tijolos refratários; quer que estes sejam instalados externamente
– concretos refratários; à câmara de combustão, para evitar altos flu-
– fibras cerâmicas. xos de calor. A caixa que contém os cabeçotes
é denominada caixa de cabeçotes. Quando se
utiliza curva de retorno, estas podem locali-
7.7 Tubos zar-se dentro da câmara.
7.7.1 Tubos de radiação Na seção de convecção, utilizando cabe-
Os tubos da seção de radiação são sempre çotes ou curvas de retorno, recomenda-se usá-
lisos, pois a utilização de tubos aletados em los externos à câmara, em caixas de cabeço-
uma seção em que as taxas de calor são muito tes. Quando colocados inteiramente, favore-
elevadas provocaria a formação de pontos cem a formação de caminhos preferenciais para
quentes nos tubos e acarretaria a falha prema- os gases de combustão.
tura do material.
Os raios das curvas de retorno são geral-
O diâmetro varia de 2" a 8", entretanto 4"
mente escolhidos de tal forma, que a distância
corresponde ao diâmetro nominal que, geral-
centro a centro dos tubos seja de dois diâme-
mente, leva à configuração mais econômica.
O comprimento usual é de 10 a 20 m para tros nominais.
os fornos com tubos horizontais.
7.9 Suportes dos tubos
7.7.2 Tubos de Convecção São projetados para suportar: os pesos dos
Geralmente são aletados ou pinados, com tubos e fluido, os esforços de atrito devido à
a finalidade de se aumentar o coeficiente de dilatação térmica e do ∆T (gradiente de tem-
troca de calor externo aos tubos. No Brasil, peratura) ao longo de sua altura.
devido à utilização de óleos combustíveis pe- Usualmente, são colocados espaçados em,
sados, a escolha recai nos tubos pinados, que no máximo, 35 diâmetros nominais ou 6 m.
apresentam menor tendência a reter cinzas em Fabricados a partir de materiais nobres, tais
relação aos aletados. como ligas contendo 25% de Cr, e 20% Ni, ou
As duas primeiras filas de tubos de con- ainda, ligas com 50% de Cr e 50% de Ni.
vecção são sempre lisas, por estarem sujeitas, Observa-se que os suportes não recebem
também, à troca de calor por radiação. qualquer resfriamento, como ocorre nos tu-
Os tubos que formam estas duas primei- bos que são “resfriados” pelo fluido em es-
ras filas são denominados de “tubos de prote- coamento.
ção” ou tubos escudos.
Os diâmetros dos tubos de convecção são, As serpentinas verticais são simplesmen-
geralmente, menores que os de radiação. te suportadas pelo topo e guiadas por pinos
Quanto ao arranjo, deve-se observar que, soldados às curvas de retorno ao fundo.
enquanto na radiação, procura-se espaçar os
tubos para obter uma boa distribuição do ca- 7.10 Queimadores
lor; na convecção, procura-se aproximar os As funções dos queimadores são: liberar
tubos, de maneira a obter uma alta velocidade combustíveis e ar para a câmara de combus-
42 dos gases e, portanto, uma boa troca de calor. tão; promover a mistura do combustível com
o ar; dar condições para a contínua queima da
7.8 Curvas e cabeçote de retorno mistura combustível-ar e, no caso de combus-
A utilização de cabeçotes de retorno mandri- tíveis líquidos, atomizar e vaporizar o com-
lados, tem como finalidade a aplicação de limpeza bustível.
Equipamentos Estáticos
7.11 Chaminé e abafadores
A Chaminé tem como finalidades:
– Lançar os gases de combustão a uma
altura tal, que provoque a dispersão dos
mesmos, minimizando a poluição.
– Fornecer a tiragem necessária, isto é,
permitir que, por diferença de densida-
des, os gases, ao subirem, succionem o
ar para a combustão.
– Manter todo o forno em pressões leve-
mente negativas, a fim de evitar fugas
de gases pelas paredes, o que poderia
aquecer a estrutura do forno.
A função do abafador da chaminé é ajus-
tar o perfil de tiragem do forno, controlando a
tiragem na região diretamente abaixo da se-
ção de convecção do forno.
Os abafadores podem ser de folha única
ou de folhas múltiplas, quando a chaminé ti-
ver grandes diâmetros. São operados manual-
mente do solo, através de cabos. Em caso de
grandes abafadores, é possível manuseá-los
com operadores pneumáticos.
Anotações
43
Equipamentos Estáticos
Caldeiras 8
8.1 Considerações gerais Existem vários tipos de caldeiras Flamo-
tubulares, dentre as quais são destacadas a
Na acepção ampla, caldeira é um troca-
vertical (Figura 8.2) e a horizontal (Figura 8.3).
dor de calor que tem por finalidade a produ-
ção de vapor a partir de um fluido vaporizante Chaminé
e energia térmica. A energia térmica pode ser Damper (controle de tiragem)
Equipamentos Estáticos
– circulação deficiente de água; 8.2.4 Classificação quanto à circulação
– oferecem dificuldades para instalação – Circulação natural: a circulação de
de superaquecedores economizadores água através dos elementos tubulares é
e pré-aquecedores de ar; conseguida pela diferença de densida-
– pequena capacidade. des existente entre os tubos geradores
O uso das caldeiras flamotubulares é bas- de vapor (“Risers”) “A” e os tubos
tante restrito (em pequenas indústrias, hospi- economizadores (não vaporizantes ou
tais, hotéis, para aquecimento interno, etc.). “DOWN COMERS”) “B”, conforme
ilustrado nas Figuras 8.5. e 8.7.
8.2.2 Caldeiras Aquotubulares Tambor de vapor
São aquelas em que as chamas e os gases Nível de água Vapor
de combustão envolvem os tubos, circulando
água internamente nos tubos, conforme ilus-
Vapor + água Só água
tra o esquema da Figura 8.4.
Calor
Equipamentos Estáticos
8.3.2 Tubulão de água As vantagens do uso do vapor superaque-
Localizado na parte inferior da caldeira cido são basicamente duas: a primeira, é me-
cheio d´água, normalmente, em dimensões me- ramente contar com maior disponibilidade de
nores do que o anterior. energia, e a segunda, a mais importante, é o
aumento de rendimento das turbinas, devido,
8.3.3 Feixe convectivo principalmente ao maior salto entálpico dis-
ponível.
É um feixe de tubos interligando os tam-
bores de vapor e de água. A troca de calor com O total de ganhos de calor ou energia, com
os gases quentes dá-se por convecção. vapor superaquecido é de aproximadamente
3% para cada 60°C de superaquecimento.
O superaquecedor consiste em dois cole-
8.4 Paredes de água tores, um de entrada e um de saída, ligados
São paredes formadas por tubos, interli- por um feixe tubular reto ou curvo, localizado
gando os tambores de água e de vapor. As pa- perto ou logo acima dos espaços ocupados
redes de água (laterais, frontais, teto e fundo) pelos elementos geradores de calor.
geram um espaço vazio denominado “Câma- Apesar dos vários tipos existentes, todos
ra de Combustão”. Os itens de 3.1 até 3.4 cons- utilizam, como fonte de calor, os gases de com-
tituem a caldeira propriamente dita, que é a bustão.
parte responsável pela produção de vapor O superaquecedor é um aparelho a que se
saturado. deve dispensar cuidados especiais, a fim de que
não se danifique. Por isso, deve ser protegido
Saída do calor excessivo da fornalha. Uma das prote-
ções oferecidas ao superaquecedor é a “cortina
d’água”, que é constituída por parte do feixe
tubular da caldeira, que fica situado entre a for-
nalha e o superaquecedor. Mas apenas a “corti-
na d’água” não é proteção suficiente para o supe-
raquecedor no acendimento das caldeiras.
Na partida durante o acendimento de
Tambor
de vapor
caldeiras com superaquecedores, a queima ini-
cial deve ser baixa até que haja vaporização e
Parede
conseqüentemente a circulação do vapor atra-
de água vés do superaquecedor. A partir desse momen-
to, pode-se elevar o grau de combustão grada-
tivamente, obedecendo a uma curva de aque-
Água
cimento, fornecida pelo fabricante, até atingir
Mistura
a pressão de trabalho.
vapor + água
Vapor saturado 8.5.2 Tipos
Vapor superaquecido
Tambor a) Quanto à ligação ao gerador de vapor,
de água
os superaquecedores podem ser inte-
grais, quando integrantes de caldeira,
Figura 8.7 – Diagrama de circulação.
ou independentes, quando a fonte de
calor é proveniente de uma fornalha
independente.
8.5 Superaquecedores b) Quanto à transferência de calor, podem
8.5.1 Generalidades ser classificados em de radiação ou de
Os equipamentos de acionamento a vapor convecção. Nos de radiação, a superfí-
são projetados para operar com vapor supera- cie do superaquecimento fica exposta
46 quecido. Para se conseguir vapores com estas diretamente às chamas, enquanto que
características, são usados os superaquecedo- os de convecção são protegidos pela
res, aparelhos destinados a elevar a tempera- cortina d’água, e a transferência de ca-
tura do vapor saturado sem aumentar, no en- lor ocorre quando só gases passam pela
tanto, sua pressão. superfície de superaquecimento.
Equipamentos Estáticos
8.5.3 Fatores de influência operacional O pré-aquecedor que aquece o ar para tem-
Além dos fatores construtivos, como lo- peraturas acima de 150°C proporciona uma
calização e tipo de superaquecedor, uma série economia de 5 a 10% de combustível.
de fatores operacionais influenciam no grau O pré-aquecedor de ar acelera a combus-
de superaquecimento do vapor: tão em todas as cargas, melhora a combustão
– excesso de ar; em baixas cargas e aumenta a eficiência.
– temperatura da água de alimentação;
– taxa de vaporização; 8.6.2 Classificação
– título do vapor; Os pré-aquecedores podem ser classifi-
– número de equipamentos auxiliares cados, de acordo com o princípio de sua ope-
consumidores de vapor saturado. ração, em:
Quanto maior for o excesso de ar, mais a) recuperativos e
elevado será o grau de superaquecimento, pois b) regenerativos.
o excesso de ar reduz o calor e aumenta a ve- Nos pré-aquecedores recuperativos, o ca-
locidade dos gases na fornalha. Diminuindo a lor proveniente do gás de combustão é trans-
vaporização, aumenta o calor disponível por ferido para o ar através de uma superfície me-
unidade de massa de vapor no superaquecedor tálica.
de convecção. Nos pré-aquecedores do tipo regenerati-
Um aumento na temperatura de alimenta- vo, o calor é transferido do tipo Ljungstron é
ção, para o mesmo consumo do combustível, um dos mais representativos. É constituído de
irá diminuir o superaquecimento, pois aumen- um envólucro metálico isolado, no interior do
tará a taxa de vaporização, aumentando o vo- qual gira um rotor inteiramente metálico, di-
lume de vapor no superaquecedor, para a mes- vidido em compartimentos (Figura 8.8).
ma quantidade de calor disponível.
Qualquer umidade que acompanhe o va-
por saturado ao superaquecedor provoca osci-
lação no grau de superaquecimento; se por uma
circunstância qualquer, houver um arraste para
o superaquecedor, diminuirá o título do vapor, com
conseqüente redução de superaquecimento.
8.6 Pré-aquecedores
8.6.1 Generalidades Figura 8.8 – Pré-aquecedor do tipo regenerativo.
Pré-aquecedores são aparelhos destinados
a aproveitar o calor dos gases de combustão 8.6.3 Corrosão
para aquecer o ar necessário para combustão. O pré-aquecedor é o elemento que utili-
A instalação ou não de um pré-aquecedor za o calor do gás, após a sua passagem pela
e o seu dimensionamento dependem de fato- fornalha, superaquecedor e economizador,
res econômicos e de engenharia. onde, portanto, a temperatura já é mais baixa.
Os fatores econômicos mais importantes são: Como conseqüência, problemas como corro-
– custo original do equipamento; são dos tubos, depósito de fuligem e cinzas
– custos de operação e nas superfícies de troca podem ocorrer. Furos
de tubos, nos pré-aquecedores de recuperação,
– custos de manutenção.
podem exigir um consumo extra de energia
Os fatores de engenharia envolvidos são: pelos ventiladores.
– espaço;
– características do combustível e 8.7 Economizadores
– temperaturas desejadas para a entrada O economizador é o aparelho que tem a
de ar e a saída do gás. finalidade de absorver o calor sensível dos
Com os combustíveis comuns, em iguais gases de combustão, para aquecer a água de 47
condições de fornalha, a eficiência de uma alimentação de caldeiras. Assim, os gases, já
caldeira como um todo aumenta de cerca de com temperaturas mais baixas que na forna-
2,5% para cada 50°C de queda na temperatura lha, cedem mais calor, resultando maior eco-
de saída do gás. nomia para o sistema.
Equipamentos Estáticos
Internamente, os economizadores (no caso Dentre estes, destacam-se os queimado-
de não ter havido eliminação dos gases) estão res de óleo combustível.
sujeitos à corrosão, devido ao oxigênio dis-
solvido e ao baixo valor de pH. 8.8.2 Distribuidor de ar
Como a corrosão é muito menor na faixa O maçarico é o elemento que se destina a
de pH alcalino, é conveniente, muitas vezes, receber o óleo e atomizá-lo para o interior da
corrigir o pH da água de alimentação para 8 fornalha. Consta da peça de ligação, onde pe-
ou 9. netram o óleo e o vapor; do corpo; que conduz
Externamente, devido à baixa temperatu- o óleo e o agente pulverizador; e do bico ou
ra da água de alimentação, os tubos do econo- pulverizador, colocado no corpo, na extremi-
mizador podem provocar a condensação da dade oposta à peça de ligação.
umidade dos gases de combustão, acelerando A pulverização é conseguia com o auxílio
a corrosão. Quando isto acontece na presença de um agente pulverizador, que pode gerar
de produtos de combustão de enxofre, a taxa comprimido, vapor d’água ou mecanismos de
de corrosão aumenta, à medida que a tempe- pulverização mecânica.
ratura for reduzida. Em suma, as finalidades do queimador são:
À medida que o teor de enxofre aumenta, – pulverizar o combustível;
o ponto de orvalho do gás também aumenta, – misturar intimamente o óleo, já em né-
agravando assim as condições de corrosão. voa, com o ar;
Experiências mostram que a taxa de cor- – manter as proporções entre o ar e o óleo.
rosão ácida pode ser reduzida a limites segu-
ros mantendo a temperatura da água de ali-
mentação acima de certos valores mínimos. 8.8.3 Queimador de óleo combustível
É provido de “DAMPER” ou “Registro”
Vapor 7 que regulam a entrada do ar fornecido do com-
3 saturado
1 6
Ar bustível através do Soparador de ar.
5
1 8 8.9 Ramonador (ou soprador de fuligem)
Durante a operação normal da caldeira,
Maçaricos
verificam-se depósitos de fuligem nos tubos,
2
resultantes da queima do combustível. Esta
fuligem tem de ser retirada, pois atua como
Alimentação um isolante. Em vista disso, são instalados nas
de água caldeiras, entre as fileiras de tubos, aparelhos
destinados a limpar, periodicamente, o lado de
(1) Tambor de vapor (5) Superaquecedor fogo das caldeiras, removendo os depósitos de
(2) Tambor de lama (6) Economizador fuligem. Esta limpeza deve ser efetuada duas
(3) Feixe tubular (7) Pré-aquecedor de ar vezes por dia, no mínimo antes de qualquer
(4) Fornalha (8) Chaminé
parada da caldeira e sempre com a caldeira em
operação, com cargas elevadas (para evitar
Figura 8.9 – Componentes principais de gerador de vapor.
explosões no percurso dos gases).
O romonador é constituído, basicamen-
8.8 Queimador te, de um tubo perfurado, ligado a uma rede
É o conjunto de elementos com função de de vapor (Figura 8.10).
suprir o calor excessivo à geração de vapor,
através da queima de combustíveis.
Pode ser dividido em “queimador” pro-
priamente dito e “distribuidor de ar”.
8.8.1 Queimador
48 É o equipamento que prepara o combus-
tível a ser queimado na caldeira.
Existem queimadores de óleo combustí-
vel, queimadores de gás combustível e quei-
madores de CO (monóxido de carbono); Figura 8.10 – Soprador de fuligem.
Equipamentos Estáticos
8.10 Internos do Tubulão Vapor saturado
8.10.2 Ciclones
São dispositivos destinados a produzir um 8.11 Válvulas
retardamento temporário ao escoamento de um 8.11.1 Válvulas de Bloqueio
fluido, fazendo-o mudar de direção; em com- São válvulas colocadas em linha de água,
binação com defletores de vapor do tipo “pla- combustível, ar e vapor, com a finalidade ex-
ca”, orientam os fluxos de vapor e da água. clusiva de isolamento do sistema.
Observar os internos das figuras 8.11.a e
8.11.b. 8.11.2 Válvula de Retenção
Vapor saturado
Colocadas nas diversas linhas, com a fi-
nalidade de evitar o retorno do fluxo.
Equipamentos Estáticos
8.11.6 Válvulas de purga de fundo “Make-up”: é a porção de água introdu-
Instaladas em tubos ligados aos tubulões zida no sistema da caldeira para compensar o
inferiores e aos coletores, destinadas a reduzir condensado não retornado e as purgas
as quantidades de sólidos e sais, que se depo- efetuadas.
sitam em forma de lama, no fundo das caldeiras. “Blow-down”: é a descarga da água sob
Somente devem ser dadas descargas de pressão para reduzir a concentração de sais na
fundo com as caldeiras fora de operação ou água da caldeira.
em baixa carga.
Ramonagem: é a limpeza das superfícies
externas dos tubos com sopro de vapor.
8.11.7 Válvulas de “vent”
Instaladas na parte superior do tubulão de Tiragem: é o fluxo de ar que supre a for-
vapor e dos superaquecedores bem como em nalha do oxigênio necessário à combustão e
outros pontos altos, para escape de ar, quando retira os gases resultantes.
se enche a caldeira ou quando se dá partida. Tiragem forçada: é o fluxo de ar que su-
pre a fornalha.
8.12 Termos usuais em trabalhos de Tiragem induzida: é o fluxo de gases re-
caldeiras tirados da caldeira.
Os termos usados nos serviços de caldei-
ras são muitos. Alguns dos mais importantes Anotações
estão relacionados a seguir:
Rendimento Específico: é a relação en-
tre a massa do vapor produzido pela massa de
combustível gasto.
Rendimento térmico: é a relação entre o
calor absorvido pelo vapor gerado e o calor
desprendido pelo combustível queimado.
Superfície de aquecimento: é o conjun-
to de superfícies metálicas, através das quais
ocorre a transferência de calor entre o gás de
combustão e a água ou o vapor.
Capacidade d’água: é a quantidade de
água que uma caldeira contém, com o nível
normal de operação.
Taxa de vaporização: é a produção de va-
por por unidade de superfície de aquecimento.
Capacidade: é a quantidade de vapor pro-
duzido por unidade de tempo.
Tempo de vaporização: é o intervalo de
tempo entre o acendimento e o momento em
que a caldeira começa a produzir vapor, nas
condições especificadas.
Consumo: é a quantidade de combustível
gasta por unidade de tempo.
Pressão de regime: é a pressão normal de
funcionamento de uma caldeira.
50 Pressão máxima: é a pressão máxima
com a qual a caldeira pode funcionar.
Temperatura de superaquecimento: é a
temperatura do vapor na saída do superaque-
cedor.
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Equipamentos Estáticos
52