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Utilidades – Sistema Elétrico

CURSO DE FORMAÇÃO DE OPERADORES DE REFINARIA


UTILIDADES – SISTEMA ELÉTRICO

1
Utilidades – Sistema Elétrico

2
Utilidades – Sistema Elétrico

UTILIDADES – SISTEMA ELÉTRICO


ELIEZER KNOR MAYNARDES

Equipe Petrobras
Petrobras / Abastecimento
UN´s: Repar, Regap, Replan, Refap, RPBC, Recap, SIX, Revap
3

CURITIBA
2002
Utilidades – Sistema Elétrico
Módulo
Utilidades – Sistema Elétrico

Ficha Técnica

Contatos com a Equipe da Repar: Antonio Razera Neto


Refinaria Presidente Getúlio Vargas – Repar (Coordenador do Curso de Desenho Industrial)
Rodovia do Xisto (BR 476) – Km 16 Maurício Dziedzic
83700-970 Araucária – Paraná (Coordenador do Curso de Engenharia Civil)
Mario Newton Coelho Reis Júlio César Nitsch
(Coordenador Geral) (Coordenador do Curso de Eletrônica)
Tel.: (41) 641 2846 – Fax: (41) 643 2717
Marcos Roberto Rodacoscki
e-mail: marioreis@petrobras.com.br
(Coordenador do Curso de Engenharia
Uzias Alves
Mecânica)
(Coordenador Técnico)
Tel.: (41) 641 2301 Eliezer Knor Maynardes
e-mail: uzias@petrobras.com.br (Autor)
Décio Luiz Rogal Marcos Cordiolli
Tel.: (41) 641 2295 (Coordenador Geral do Projeto)
e-mail: rogal@petrobras.com.br Iran Gaio Junior
Ledy Aparecida Carvalho Stegg da Silva (Coordenação Ilustração, Fotografia e
Tel.: (41) 641 2433 Diagramação)
e-mail: ledyc@petrobras.com.br Carina Bárbara R. de Oliveira
Adair Martins (Coordenação de Elaboração dos Módulos
Tel.: (41) 641 2433
Instrucionais)
e-mail: adair@petrobras.com.br
Juliana Claciane dos Santos
UnicenP – Centro Universitário Positivo (Coordenação dos Planos de Aula)
Oriovisto Guimarães Luana Priscila Wünsch
(Reitor) (Coordenação Kit Aula)
José Pio Martins Angela Zanin
(Vice Reitor) Leoni Néri de Oliveira Nantes
Aldir Amadori Érica Vanessa Martins
(Pró-Reitor Administrativo) (Equipe Kit Aula)
Elisa Dalla-Bona Carina Bárbara Ribas de Oliveira
(Pró-Reitora Acadêmica) (Coordenação Administrativa)
Maria Helena da Silveira Maciel Cláudio Roberto Paitra
(Pró-Reitora de Planejamento e Avaliação Marline Meurer Paitra
Institucional) (Diagramação)
Luiz Hamilton Berton Cíntia Mara Ribas Oliveira
(Pró-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa) (Coordenação de Revisão Técnica e Gramatical)
Fani Schiffer Durães Contatos com a equipe do UnicenP:
(Pró-Reitora de Extensão) Centro Universitário do Positivo – UnicenP
Euclides Marchi Pró-Reitoria de Extensão
(Diretor do Núcleo de Ciências Humanas e Rua Prof. Pedro Viriato Parigot de Souza 5300
Sociais Aplicadas) 81280-320 Curitiba PR
Helena Leomir de Souza Bartnik Tel.: (41) 317 3093
4 (Coordenadora do Curso de Pedagogia) Fax: (41) 317 3982
Marcos José Tozzi Home Page: www.unicenp.br
(Diretor do Núcleo de Ciências Exatas e e-mail: mcordiolli@unicenp.br
Tecnologias) e-mail: extensao@unicenp.br
Utilidades – Sistema Elétrico

Apresentação

É com grande prazer que a equipe da Petrobras recebe você.


Para continuarmos buscando excelência em resultados, dife-
renciação em serviços e competência tecnológica, precisamos de
você e de seu perfil empreendedor.
Este projeto foi realizado pela parceria estabelecida entre o
Centro Universitário Positivo (UnicenP) e a Petrobras, representada
pela UN-Repar, buscando a construção dos materiais pedagógicos
que auxiliarão os Cursos de Formação de Operadores de Refinaria.
Estes materiais – módulos didáticos, slides de apresentação, planos
de aula, gabaritos de atividades – procuram integrar os saberes téc-
nico-práticos dos operadores com as teorias; desta forma não po-
dem ser tomados como algo pronto e definitivo, mas sim, como um
processo contínuo e permanente de aprimoramento, caracterizado
pela flexibilidade exigida pelo porte e diversidade das unidades da
Petrobras.
Contamos, portanto, com a sua disposição para buscar outras
fontes, colocar questões aos instrutores e à turma, enfim, aprofundar
seu conhecimento, capacitando-se para sua nova profissão na
Petrobras.

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Utilidades – Sistema Elétrico

Sumário
1 SISTEMA ELÉTRICO ........................................................................................................................................7
1.1 Introdução ....................................................................................................................................................7
1.2 Sistema Elétrico ...........................................................................................................................................7
1.2.1 Introdução .........................................................................................................................................7
1.3 Subestação de Recepção ..............................................................................................................................8
1.3.1 Introdução .........................................................................................................................................8
1.3.2 Níveis de tensão ................................................................................................................................8
1.3.3 Transformador com comutador de tapes automático ........................................................................8
1.3.4 Transformadores de medição ............................................................................................................9
1.3.5 Transformadores de proteção ...........................................................................................................9
1.3.6 Chaves Seccionadoras .......................................................................................................................9
1.3.7 Disjuntores de alta-tensão .............................................................................................................. 10
1.4 Fontes geradoras ....................................................................................................................................... 10
1.4.1 Introdução ...................................................................................................................................... 10
1.4.2 Turbo-geradores ............................................................................................................................. 10
1.4.3 Geradores – características ............................................................................................................. 11
1.5 Barramentos Distribuidores de Cargas ...................................................................................................... 12
1.5.1 Descrição Geral ............................................................................................................................. 12
1.5.2 Barra de sincronismo ..................................................................................................................... 12
1.5.3 Reatores da barra de sincronismo .................................................................................................. 12
1.5.4 Painel dos alimentadores de 13,8 kV ............................................................................................. 12
1.5.5 Sincronismo ................................................................................................................................... 12
1.6 Fator de Potência ....................................................................................................................................... 14
1.6.1 Fundamentos teóricos .................................................................................................................... 14
1.6.2 Conceito de fator de potência ........................................................................................................ 15
1.7 Subestação de área .................................................................................................................................... 16
1.7.1 Descrição ....................................................................................................................................... 16
1.7.2 Painéis de distribuição de carga ..................................................................................................... 16
1.7.3 Primário seletivo ............................................................................................................................ 16
1.7.4 Secundário seletivo ........................................................................................................................ 16
1.7.5 Configuração “U” fechado ............................................................................................................. 17
1.7.6 Configuração “U” Aberto .............................................................................................................. 17
1.7.7 Configuração “LA” ou “LB” ......................................................................................................... 17
1.8 Sistema de corrente contínua ..................................................................................................................... 17
1.8.1 Introdução ...................................................................................................................................... 17
1.8.2 Descrição ....................................................................................................................................... 17
1.9 Sistema de UPS´s (Inversores) .................................................................................................................. 18
1.9.1 Introdução ...................................................................................................................................... 18
1.9.2 Descrição ....................................................................................................................................... 18
1.10 Relés de proteção ...................................................................................................................................... 19
1.10.1 Introdução ...................................................................................................................................... 19
1.10.2 Seletividade .................................................................................................................................... 19
1.10.3 Coordenação .................................................................................................................................. 19
1.10.4 Principais relés encontrados .......................................................................................................... 19
1.11 Sistema de Controle e Monitoração Distribuído (SCMD) / SDCD .......................................................... 20
1.11.1 Introdução ...................................................................................................................................... 20
1.12 Rejeição de carga ...................................................................................................................................... 22
6 1.12.1 Introdução ...................................................................................................................................... 22
1.12.2 Descarte elétrico ............................................................................................................................ 22
1.12.3 Descarte térmico ............................................................................................................................ 22
1.13 Balanço termoelétrico ............................................................................................................................... 23
1.13.1 Considerações gerais ..................................................................................................................... 23
Utilidades – Sistema Elétrico

Sistema
Elétrico 1
1.1 Introdução interligada ao eixo do gerador coloca-o em mo-
vimento, de forma a gerar a eletricidade.
Energia é a propriedade de um sistema que
lhe permite realizar trabalho. Pode ter várias Após ser gerada, a energia elétrica é con-
formas: potencial, mecânica, química, ele- duzida por cabos até a subestação elevadora,
tromagnética, elétrica, calorífica etc. Estas várias onde transformadores elevam o valor da ten-
formas de energia podem ser transformadas são elétrica. Assim, nesse nível de tensão, a
umas nas outras. Energia elétrica – ou eletri- eletricidade pode percorrer longas distâncias
cidade – é como se designa os fenômenos em pelas linhas de transmissão, sustentadas por
que estão envolvidas cargas elétricas. torres, até chegar às proximidades de onde será
A energia elétrica pode ser gerada através consumida. Antes disso, porém, a energia elé-
de fontes renováveis de energia (a força das trica precisa ser reduzida na subestação abai-
águas e dos ventos, o sol e a biomassa), ou xadora através de transformadores. Em segui-
não renováveis (combustíveis fósseis e nuclea- da, ela percorre as linhas de distribuição, que
res). No Brasil, onde é grande o número de podem ser subterrâneas ou aéreas. Finalmen-
rios, a opção hidráulica é a mais utilizada, e te, a energia elétrica é transformada novamen-
apenas uma pequena parte da energia é gera- te para os padrões de consumo local e chega às
da a partir de combustíveis fósseis, em usinas residências e outros estabelecimentos.
termoelétricas.
As partes principais de uma usina hidre- 1.2 Sistema Elétrico
létrica são: a barragem, que tem por função
barrar o fluxo da água do rio, represando-a; as
1.2.1 Introdução
comportas e o vertedouro, que controlam o Em uma refinaria, o acionamento elétri-
nível de água da represa, evitando transbor- co de equipamentos é utilizado em larga es-
damentos; e a casa de máquinas, onde estão cala, tendo em vista fatores econômicos, tais
instalados os geradores acoplados às turbinas. como, balanço energético, custo e rendimen-
Para transformar a força das águas em energia to e fatores técnicos, tais como, partida ime-
elétrica, a água represada passa por dutos for- diata e simplicidade de operação. Logicamen-
çados, gira a turbina que, por estar interligada
te, por questões de continuidade operacional,
ao eixo do gerador, faz com que este entre em
utilizam-se, também, turbinas a vapor, que são
movimento e gere a eletricidade.
equipamentos de maior custo operacional e de
No caso de uma usina termoelétrica, tem- manutenção.
se uma combinação diferente. Esta é compos-
ta por um gerador de vapor de alta pressão, O sistema elétrico de uma refinaria típica 7
onde é queimado o combustível para a pro- pode ser dividido nas seguintes áreas: recep-
dução do vapor. O jato de vapor extraído da ção de energia da concessionária, geração, dis-
caldeira gira, então, a turbina que, por estar tribuição, monitoramento e controle.
Utilidades – Sistema Elétrico

Diagrama geral

1.3 Subestação de Recepção 1.3.3 Transformador com comutador de tapes


1.3.1 Introdução automático
Uma instalação petroquímica abrange di- Devido à flutuação de tensão existente na
versos processos, muitos dos quais de alta rede de entrada, os transformadores da recep-
complexidade, que devem ser mantidos conti- ção são equipados com comutador de tap au-
nuamente, evitando assim degradação ou per- tomático sob carga. Este termo indica que a
da de produto e conseqüentes prejuízos finan- comutação dos tapes de entrada é realizada sem
ceiros de alto valor. Para que este processo seja a necessidade da interrupção do fornecimento
mantido estável, são necessárias fontes de de energia para carga. O comutador automático
energia confiável e flexibilidade operacional. realiza a variação dos tapes de entrada, para cima
A recepção de energia da concessionária, em ou para baixo, de maneira que a relação de trans-
conjunto com a geração própria, tornam o sis- formação mantenha-se inalterada e a tensão no
tema elétrico mais confiável e flexível. secundário do transformador não mude.

Vista geral da subestação receptora

1.3.2 Níveis de tensão


O recebimento de energia da concessio-
nária, normalmente, é realizado em níveis de
tensão compreendidos entre 34,5 kV e 230 kV,
8 enquanto que a geração própria em níveis de
13,8 kV. Na subestação, utilizam-se transfor-
madores de força que rebaixam a tensão de
entrada para 13,8 kV, para que possa trabalhar
em paralelo. Transformador de força
Utilidades – Sistema Elétrico
1.3.4 Transformadores de medição da, de maneira que as variações de tensão e
Para possibilitar a medição da energia elé- corrente ocorridas na rede são sentidas pelos
trica consumida, é necessário utilizar equipa- instrumentos de medição.
mentos que rebaixem tensão e corrente para
valores admissíveis para os instrumentos de 1.3.5 Transformadores de proteção
medição. São empregados os chamados trans- São usados os mesmos transformadores de
formadores de potencial (TP), que reduzem a potencial (TP) e transformadores de corrente
tensão para 115 V e os transformadores de cor- (TC) que na medição, diferindo apenas em al-
rente (TC), que reduzem a corrente para 5 A, guns aspectos construtivos. Em conjunto com
através de relações de transformação (RT) os relés de proteção, fazem a proteção do sis-
apropriadas para a tensão e corrente de entra- tema de recepção.

Transformador de potencial Transformador de corrente

1.3.6 Chaves Seccionadoras


Chaves seccionadoras são dispositivos utilizados para isolar um equipamento ou trecho da
rede em casos de indisponibilidade ou falha do equipamento. Deve ser manobrado sem carga, ou
seja, sem corrente, devido a suas características construtivas (baixa capacidade de interrupção
da corrente, que pode levar a danificar seus contatos).

Chave seccionadora
Utilidades – Sistema Elétrico
1.3.7 Disjuntores de alta-tensão Em centrais termoelétricas, no acionamen-
São equipamentos construídos com altís- to de geradores de energia elétrica, turbinas
sima capacidade de interrupção de corrente, de grande porte são empregadas. Estas turbi-
pois devem ter a capacidade de abertura com nas, dependendo do tipo, têm controle de ro-
carga e também com correntes de falha (cur- tação e também controle de pressão ou con-
to-circuito). São utilizados tanto em situações trapressão.
de manobras operacionais, quanto na proteção Quando se trata de turbina de condensa-
do sistema em caso de falhas. ção, isto é, aquelas em que todo o vapor con-
sumido é condensado no condensador a uma
pressão abaixo da atmosférica (vácuo), o con-
trole é feito, praticamente, só na rotação. Nas
centrais elétricas das refinarias e das indústrias
em geral, é comum o emprego de turbinas do
tipo extração ou contrapressão e a combina-
ção dos dois tipos em uma máquina (extração/
condensação). Isto se deve ao fato de se ter
necessidade de vapor saturado para aqueci-
mento na área industrial e vapor de média para
acionadores menores. Normalmente, o siste-
ma elétrico é composto por mais de uma uni-
dade geradora de energia para melhora da
confiabilidade e flexibilidade operacional. Ou-
tro fator importante na escolha da referida quan-
tidade é a demanda de energia da instalação.

Turbina de extração/condensação – desmontagem


Disjuntor

1.4.2 Turbo-geradores
1.4 Fontes geradoras Dá-se o nome de turbo-geradores ao gera-
1.4.1 Introdução dor de corrente alternada que é impulsionado
por uma turbina a vapor de alta pressão. Essas
turbinas são equipamentos complexos, dota-
dos de mecanismos de controle e proteção,
dentre eles, o governador de rotação e o siste-
ma de óleo de lubrificação. As turbinas de alta
pressão normalmente utilizadas são as de re-
gime de condensação/extração e as de contra-
pressão.
O governador da turbina tem duas funções:
10 controlar a velocidade da turbina, quando o
conjunto está operando em vazio ou indepen-
dente e controlar a carga ativa (kW), quando o
conjunto está operando em paralelo com ou-
Vista geral da turbina tra fonte.
Utilidades – Sistema Elétrico

1.4.3 Geradores – características Sistema de excitação


O gerador é construído para operações em Para gerar uma tensão nos bornes da má-
lugares cuja altitude máxima seja 1.000 m e a quina, é necessário criar um campo magnéti-
temperatura ambiente até 40ºC. Deverá ope- co no rotor que cortará as bobinas do estator
rar em ambiente totalmente fechado e prote- e, assim, gerará uma corrente alternada. Para
gido contra intempéries. se criar este campo magnético no rotor, anéis
Cada gerador possui a carcaça hermetica- coletores são utilizados para conectá-lo a uma
mente fechada, possuindo ventilação própria, fonte de corrente contínua. O sistema de exci-
com resfriador de ar acoplado ao gerador. O tação comporta-se de duas formas, conforme
rotor do gerador está ligado diretamente ao a maneira em que opera a máquina:
eixo da turbina. – Controla a tensão do gerador, quando
As características elétricas dos geradores este está operando em vazio ou inde-
são as seguintes: pendente;
– Controla a carga reativa (kVAr), quan-
– Gerador trifásico (3 fases) de fecha-
do a máquina está operando em para-
mento em estrela aterrado.
lelo à outra.
– Rotor com velocidade nominal de
3600 rpm e 2 pólos. Formas de excitatriz
– Freqüência nominal de 60 Hz, tensão – Gerador de corrente contínua acoplado
nominal de 13.800 V e corrente máxi- ao eixo do gerador.
ma de estator de 838 A. – Gerador de corrente alternada com
campo no estator, instalado internamen-
– Capacidade máxima: expressa em kVA, te à máquina.
indica a potência aparente máxima que – Excitatriz estática.
a máquina suporta. – Excitatriz com fonte externa auxiliar.
– Capacidade nominal: expressa em kW, – Excitatriz alimentada pelo próprio ge- 11
indica a potência máxima efetivamen- rador. Neste caso, o consumo desta
te à carga. excitatriz é de aproximadamente 3% da
carga da máquina e necessita de exci-
– Fator de potência: 0,8. tação inicial.
Utilidades – Sistema Elétrico

Diagrama simplificado do sistema de excitação

1.5 Barramentos Distribuidores de muito próxima às fontes, por exemplo, com um


Cargas curto na barra do gerador 1, a corrente de curto
na barra de 13,8 kV atingiria valores altíssimos,
1.5.1 Descrição Geral devido à impedância do sistema ser próxima a
Como foi visto anteriormente, as instala- zero, o que seria muito prejudicial aos equipa-
ções industriais têm normalmente mais de uma mentos e à atuação das proteções. Os reatores
fonte geradora e ainda recebem energia da con- têm a função de limitar esta corrente, diminuin-
cessionária através da subestação receptora. do as perturbações e danos ao sistema.
Para que se possa interligar todas estas fontes,
são utilizadas as chamadas barras em conjun- 1.5.4 Painel dos alimentadores de 13,8 kV
to com a barra de sincronismo, nada mais do
Para uma maior confiabilidade operacio-
que um barramento por onde fluirá a energia.
nal, existe um painel onde os disjuntores de
A finalidade do barramento é receber a ener-
13,8 kV, que recebem energia das barras, ali-
gia gerada pelos turbo-geradores e distribuí-la
mentam as subestações de área através de ca-
para os consumidores (unidades de processo,
bos elétricos trifásicos subterrâneos. Nas
por exemplo) através de cabos alimentadores
subestações de área, a tensão é rebaixada a
trifásicos em 13,8 kV até as subestações dis-
níveis compatíveis com os consumidores. Este
tribuidoras.
arranjo faz-se necessário para tornar o siste-
ma operacionalmente seguro, economicamente
1.5.2 Barra de sincronismo viável e tecnicamente correto.
A função desta barra é o sincronismo en-
tre as fontes e transferência de carga entre as 1.5.5 Sincronismo
diversas barras, que permite uma maior flexi-
Quando se tem um gerador de energia ro-
bilidade operacional e eleva a confiabilidade
dando a vazio (sem fornecer carga), para que este
12 do sistema. seja conectado em um barramento de energia,
onde um outro gerador já está fornecendo ener-
1.5.3 Reatores da barra de sincronismo gia para as cargas, é necessário seguir alguns
Quando duas ou mais fontes geradoras estão parâmetros para colocar este gerador em parale-
em paralelo, em caso de uma falha (curto-circuito) lo, ou seja, em sincronismo com a outra fonte.
Utilidades – Sistema Elétrico
Para colocar um gerador em sincronismo 2. Ângulo de fases – Existirá se as ondas
com outro, os seguintes quesitos precisam ser de corrente alternada dos dois gerado-
verificados: res alcançarem seus valores máximos,
1. Seqüência de fases – A primeira vez mínimos e nulos ao mesmo tempo.
que se sincroniza um gerador trifásico Normalmente, os réles de sincronismo
é necessário verificar se as três fases bloqueiam o fechamento do paralelo,
estão na mesma seqüência em relação se o ângulo de fase exceder a faixa de
a outra fonte, senão este gerador cons- +5° e –5°.
tituíra em um curto-circuito para o ou-
tro. Este requisito é definido na mon-
tagem da máquina.

3. Freqüência – As freqüências devem ser próximas para evitar o curto circuito. O relé de
sincronismo está ajustado para uma faixa 59,8 Hz a 60,2 Hz. Normalmente, quando uma
máquina é colocada em sincronismo com outra, a máquina que entrará em paralelo é
deixada com uma freqüência um pouco maior, para que entre no barramento assumindo
carga, evitando, assim, a atuação da proteção de reversão de carga (32G).

13
Utilidades – Sistema Elétrico
4. Tensão – As tensões devem ser iguais, são nominal de 13.800 V. Geralmente,
ou seja, as amplitudes das ondas de quando uma máquina é colocada em
corrente alternada em seus picos posi- sincronismo com outra, deixa-se a má-
tivos e negativos devem ter o mesmo quina que entrará em paralelo com uma
valor. Diferenças de tensão muito gran- tensão um pouco maior, para que entre
des, contribuem para uma transferên- no barramento. A máquina colocada em
cia de energia reativa elevada entre as paralelo assume parte da energia reati-
máquinas, prejudicial para as mesmas. va do sistema, estabilizando sua con-
O relé de sincronismo está ajustado dição operacional.
para a faixa de –414 até +414 V da ten-

sa), sem necessitar de energia intermediária na


1.6 Fator de Potência transformação, é um consumidor de energia
1.6.1 Fundamentos teóricos ativa. Exemplos: lâmpada incandescente e fer-
Há dois tipos de potência em jogo num ro elétrico.
sistema: potência ativa e potência reativa, cuja Equipamentos, como motores, transforma-
soma vetorial resulta na potência aparente. Este dores e reatores, ao serem energizados, utili-
14 conceito físico pode ser explicado da seguinte zam parte da energia para a criação do campo
maneira: magnético necessário ao seu funcionamento.
Um equipamento que transforme a ener- Esta é a energia reativa. Tais equipamentos,
gia elétrica diretamente em outra forma de ao serem acionados, iniciam seu funcionamen-
energia útil (por exemplo, térmica, lumino- to, utilizando energia ativa.
Utilidades – Sistema Elétrico
A energia reativa é uma energia trocada
entre o gerador e o receptor, que não é propria-
mente consumida como a energia ativa.
Vetorialmente, representa-se a energia
reativa 90° defasada em relação à energia ati-
va, isto significa que atinge os máximos e mí-
nimos 90° elétricos em defasagem. Por con-
venção, se o receptor consome energia reativa
(indutivo), diz-se que a mesma está 90° atra-
sada em relação à energia ativa. Se o receptor
fornece energia reativa (capacitivo), está 90º
avançada em relação à mesma. As representa- Potência aparente (S)² = Potência ativa (P)² x
ções são, então, as seguintes: Potência reativa (Q)², logo:
Cos j = cateto adjacente / hipotenusa ∴
P = S x Cos ϕ → P = E x I x Cos ϕ
Deduz-se, através do triângulo de potên-
cias, que quanto menor for a potência reativa
do circuito, mais próximo de 1 será o fator de
potência (F.P.).
O fator de potência foi sempre motivo de
preocupação dos engenheiros encarregados do
projeto e estudo dos sistemas elétricos. O bai-
xo fator de potência causa sérios problemas às
instalações elétricas, entre os quais podem ser
citados: sobrecarga nos cabos e transformado-
res, crescimento da queda de tensão, redução
do nível de iluminação e aumento das contas
de energia.
Causa principal do baixo fator de potência:
– motores de indução sub-carregados.
De uma maneira geral, todo equipamento
que possui enrolamentos, tais como, transfor-
1.6.2 Conceito de fator de potência madores, reatores, motores etc., exige potên-
Por definição, fator de potência é o coseno cia reativa da rede; daí podem-se citar outras
do ângulo de defasagem entre a corrente e a causas do baixo fator de potência:
tensão. Se o circuito for indutivo, ou seja, con- – instalações de lâmpadas fluorescentes;
sumidor de energia reativa, o fator de potên- – retificadores;
cia é dito em atraso; se for capacitivo, isto é, – equipamentos eletrônicos;
fornecedor de energia reativa, é dito em avan- – instalações de ar-condicionado etc.
ço. Logo, se a potência é o produto entre ten-
são e corrente, tem-se, através do triangulo das Objetivos principais da melhoria do fator
potências, que: de potência:
– redução dos custos da energia;
– liberação de capacidade do sistema;
– crescimento do nível de tensão, por di-
minuição das quedas;
– redução das perdas do sistema. 15
Os métodos mais usados na melhoria do
fator de potência são: instalação dos bancos
de capacitores e motores síncronos super ex-
citados.
Utilidades – Sistema Elétrico

1.7 Subestação de área chegam a subestações de área são utilizados.


Estas subestações são responsáveis pelo rebai-
1.7.1 Descrição xamento da tensão para níveis compatíveis
Uma refinaria de petróleo é uma instala- com os equipamentos (por exemplo: motores
ção industrial que abrange uma grande área de 2,4 kV). Podem ser encontradas tensões de
de diversas instalações distintas que estão nor- 4160 V, 2400 V e 480 V para alimentação de
malmente a distâncias consideradas. Para en- acionadores e de 220 V e 127 V para tensões
viar a energia gerada na central termoelétrica auxiliares.
até estas unidades, ramais alimentadores que

Vista geral – subestação de processo

1.7.2 Painéis de distribuição de carga


Normalmente, as unidades são alimenta-
das por dupla alimentação radial, ou seja, a
subestação é alimentada radialmente median-
te dois alimentadores distintos para aumentar
a continuidade operacional e melhorar a flexi-
bilidade. A expressão radial designa que o
alimentador é conectado à fonte de energia em
apenas um ponto, não havendo fechamento em
“anel”. De acordo com a configuração, as
subestações podem ser denominadas de pri-
mário seletivo ou secundário seletivo.

1.7.3 Primário seletivo


Chama-se de primário seletivo, quando a
escolha do alimentador a ser utilizado para ali-
mentar as cargas é feita na entrada da
subestação (nível de 13,8 kV). Normalmente, 1.7.4 Secundário seletivo
esta configuração é utilizada em subestações Chama-se de secundário seletivo, quando
que alimentam cargas menos prioritárias, vis- a escolha do alimentador a ser empregado é
16 to que, em caso de falha no alimentador, ocor- feita no próprio painel de carga. Em geral, esta
re a interrupção de energia para o consumidor configuração é utilizada em subestações que
durante um tempo considerado. Usado, por alimentam cargas prioritárias. Em caso de fa-
exemplo, em setores administrativos e de ma- lha de um alimentador, não ocorre interrupção
nutenção. no fornecimento de energia para os consumi-
Utilidades – Sistema Elétrico
dores de painéis que trabalham em “U” fecha-
do. Para aqueles que trabalham em “U” aber-
to, haverá um tempo muito curto para que ocor-
ra o fechamento do disjuntor de interligação.
O secundário seletivo é usado, por exemplo,
nas unidades de processo e utilidades.

1.7.7 Configuração “LA” ou “LB”


Em caso de indisponibilidade de um dos
alimentadores que chegam até o painel, este
ficará na configuração “L”, um indicativo de
que as cargas estão sendo alimentadas somen-
te por um alimentador.
1.7.5 Configuração “U” fechado
Em subestações de secundário seletivo,
como foi visto têm-se dois ramais alimenta-
dores por painel distribuidor de carga, logo
observa-se, no painel, 1 disjuntor para cada
lado e um disjuntor de interligação. Para pai-
néis de média tensão (2,4kV), que alimentam
cargas críticas adota-se a configuração dos 3
disjuntores fechados, elevando, assim, a con-
tinuidade operacional em caso de abertura de
um alimentador.

1.8 Sistema de corrente contínua


1.8.1 Introdução
A corrente contínua é de vital importân-
cia numa instalação industrial, visto que devi-
do a suas particularidades pode ser armazena-
da em bancos de baterias. Este é o fator pre-
ponderante para ser usada na alimentação de
relés de proteção e como tensão de comando
de disjuntores de painéis e grandes máquinas.
1.7.6 Configuração “U” Aberto Uma função importante é a iluminação de
Para painéis de 480 V, por questões de emergência no caso da falta da alimentação
proteção e para limitar a corrente de curto-cir- em corrente alternada.
cuito e para painéis menos críticos, o disjuntor
de interligação opera na posição aberto, que 1.8.2 Descrição
caracteriza a configuração em “U” aberto. Em O sistema de corrente contínua é compos-
caso de abertura de um alimentador, através to de um carregador, baterias e banco de bate-
da atuação de relés de proteção, ocorrerá o fe- rias, normalmente em 120 V. O carregador tem
chamento da interligação automaticamente. como função receber a tensão em corrente al- 17
Infelizmente, o intervalo de segundos, duran- ternada, retificar esta corrente e, simultânea-
te o qual há interrupção de energia a um barra- mente, manter em regime de flutuação o ban-
mento, é suficiente para que ocorra o desarme co de baterias e alimentar todos os sistemas
dos contatores. de proteção e comando. Na falta de corrente
Utilidades – Sistema Elétrico
alternada, o suprimento de energia será atra- São utilizados para sistemas críticos que
vés dos bancos de baterias, de modo que o sis- não podem ser alimentados em corrente con-
tema fique, assim, protegido e operacional- tínua, devido às características dos circuitos
mente normal. eletrônicos envolvidos, como por exemplo,
detectores de chamas dos queimadores dos
geradores de vapor de alta pressão e “hardwa-
re” de controle e supervisão de máquinas crí-
ticas (compressores de ar nas centrais termoe-
létricas).

1.9.2 Descrição
As UPS são constituídas, basicamente, de
um retificador de corrente, um carregador de
baterias, um banco de baterias e um inversor
de corrente. O funcionamento do sistema pode
ser compreendido da seguinte forma: um car-
regador de baterias alimenta um inversor de
Banco de baterias corrente que converte C.C em C.A, e mantém
um banco de baterias em flutuação. O inver-
sor, por sua vez, alimentará as cargas críticas
em C.A. Em caso de falta de suprimento de
C.A., o inversor ficará alimentado pelo banco
de baterias e não haverá interrupção do supri-
mento para a carga. Em caso de esgotamento
das baterias ou pane no inversor, há uma cha-
ve estática de alta velocidade de comutação,
que passa a alimentação da carga para uma
outra fonte de corrente alternada sem interrup-
ção do suprimento. Utiliza-se o “by-pass” de
manutenção na liberação geral da UPS.

1.9 Sistema de UPS´s (Inversores)


18 1.9.1 Introdução
Os sistemas ininterruptos de força (UPS)
são inversores de corrente, que, mesmo na falta
da alimentação principal, não permitem inter-
rupção no fornecimento para o equipamento.
Utilidades – Sistema Elétrico
1.10 Relés de proteção 1.10.2 Seletividade
1.10.1 Introdução As proteções devem promover uma pro-
teção seletiva no sistema isto é, somente o
Em um sistema elétrico industrial, podem equipamento faltoso deve ser removido de
ocorrer falhas, por exemplo, curto-circuito modo a cessar a falha. Os relés devem atuar
sobre-cargas e reversão de cargas. Para que com alta velocidade.
numa eventual falha seja possível minimizar
os efeitos desse evento e resguardar o restante
do sistema, este sistema é dotado de relés de
1.10.3 Coordenação
proteção. As proteções só devem retirar de opera-
ção uma porção maior do circuito, se houver
A principal função dos relés de proteção é falha na atuação da proteção do equipamento.
detectar a falha e fazer o desligamento do sis-
tema defeituoso o mais rapidamente possível,
em virtude que algumas falhas podem ter efei-
1.10.4 Principais relés encontrados
tos destrutivos enormes, levando a grandes Relé 50GS – Falha à terra
prejuízos e indisponibilidade do sistema por Em geral, os relés de sobre-corrente de
longos períodos. terra são calibrados para uma corrente de acio-
Em outras palavras, com um conjunto de namento muito menor do que a dos relés de
proteções que constitui uma parcela bem pe- fase. A corrente de curto-circuito para a terra
quena, tanto em grandeza física como em va- circulando no sistema poderá ser detectada por
lor monetário (1% do investimento total) do um relé de sobre-corrente ligado ao circuito
sistema elétrico, consegue-se resultados fan- residual de três TC´s ou no secundário de um
transformador de núcleo em janela, através do
tásticos na manutenção de continuidade ope-
qual passam os três condutores de fase. O últi-
racional, isto é, um mínimo de interrupções
mo arranjo denominado “ground-sensor” é
combinado a reduzidas avarias dos equipamen-
mais rápido e sensível do que o primeiro, pois
tos elétricos. Portanto, a razão que nos leva a
não está sujeito aos erros dos transformadores
proteger e aplicar a um sistema elétrico um
de corrente e, portanto, é idealmente adap-
adequado esquema de proteção é, em primei-
tado a proteção de circuitos alimentadores.
ro lugar, o desejo de limitar os danos causa-
dos aos seus componentes em face de uma fa-
lha e, em segundo lugar, reduzir ao mínimo as Relé 50/51 – Sobre-corrente
interrupções de energia. Este esquema de pro- Os relés de sobre-corrente operam quan-
teção deve, também, envolver os equipamen- do a corrente que circula em suas bobinas, ul-
tos e as cargas alimentadas pelo sistema, tais trapassa um determinado valor, independente
como, motores, transformadores, painéis, etc. da direção desta corrente. São, geralmente, de
Desenvolveu-se, por este motivo, uma técni- ação retardada, do tipo de indução, podendo,
ca especializada que há de selecionar, coorde- contudo, conter um elemento de disparo, de
nar, ajustar e aplicar os vários equipamentos e ação instantânea, tipo “Armadura Axial”, ou
dispositivos protetores de um sistema elétri- “Armadura em charneira”.
co. Portanto, como não podia deixar de ser, o
desenvolvimento e a aplicação dos elementos Relé 67 – Direcional de corrente
de proteção vêm-se fazendo sentir mais e mais Estes relés só permitem a passagem da cor-
importantes dentro do campo da engenharia rente em um só sentido, admitindo-se em ge-
elétrica moderna. Eis uma lista de vantagens ral, que esta corrente deva exceder a um valor
objetivadas em tal desenvolvimento e aplica- pré-determinado. Aquele “sentido” é contro-
ção: lado elétricamente por meio de uma polariza-
ção, em outras palavras, por meio de um ele-
Vantagens Materiais Vantagens Operacionais mento wattmétrico, que é inerentemente dire-
1. Menor dano no equipameno 1. Redução de interrupções cional. Com este elemento, consegue-se blo-
2. Menor custo de reparos 2. Menores perdas de sincronismo quear o circuito de operação quando a corren-
19
3. Menor tempo nos serviços de reparação 3. Redução das oscilações te da linha tem um sentido prefixado. O tipo
4. Menor estrago de produtos 4. Redução de interferências construtivo destes relés assemelha-se ao de
5. Dano pessoal 5. Redução de manobras
sobre-corrente, com disco de indução, acres-
6. Economia de peças sobressalentes 6. Comodidade de operação
cido todavia de um elemento wattmétrico para
a polarização, do tipo tambor de indução. A
Utilidades – Sistema Elétrico
unidade wattmétrica conduz um contato que Relé 60 – Balanço de tensão
abre ou fecha o circuito da bobina de corrente Este relé compõe-se de uma unidade do
do outro elemento. tipo tambor de indução, é projetado para ope-
rar quando existir desequilíbrio de tensões
Relé 87 – Diferencial de corrente entre um gerador ou transformador e o barra-
O esquema de proteção diferencial con- mento.
siste, em linhas gerais, em dois jogos de trans-
formadores de corrente que comparam as cor-
rentes que entram e saem numa dada parte do Relé 51V – Sobre-corrente com restrição de
sistema. Se estas correntes forem iguais na corrente
mesma tensão básica, indicando uma opera- É um relé acionado pela corrente do cir-
ção normal, não passará nenhuma corrente na cuito (bobina de corrente), mas cuja ação está
bobina de operação do relé. Se, porém, hou- restrita pela própria tensão do circuito (bobi-
ver um curto-circuito, dentro da área abrangida na de potencial).
pelos transformadores de corrente, haverá um Isto é feito para que um curto-circuito fi-
desequílibro das correntes acima mencionadas que melhor caracterizado, já que este provo-
e a sua diferença passará na bobina de opera- ca, além da corrente altíssima, um abaixamento
ção do relé, motivando o seu funcionamento. apreciável da tensão da rede. Com tal queda, a
Utilizado principalmente na proteção de gera- ação de restrição da bobina de potencial cai,
dores, transformadores de grande potência tornando-se mais efetiva e rápida a ação mo-
e barramentos devido ao seu custo elevado. tora da bobina de corrente. Utilizado na pro-
teção dos geradores.
Relé 32 – direcional de potência
Função que se diferencia do relé direcio-
nal de corrente, na grandeza “vista” pelo relé, Relé 81 – Freqüência
que ao invés da corrente passa a ser a potên- O relé de freqüência é muito emprega-
cia. Há, no caso atual, a participação conjunta do para desligar parte da carga por motivo
da tensão com a corrente. Esta função aplica- de perda de unidades geradoras. Conside-
se muito na proteção de grupos geradores re-se um circuito de dois braços em paralelo,
que não podem receber “energia de volta”, pois cada um deles constituindo um circuito de res-
isso poderia acarretar um distúrbio mecânico sonância-série, de modo que a repartição das
na máquina motriz. Usa-se muito para esta fun- correntes depende da freqüência do circuito;
ção o relé de tambor de indução, que dá à ca- o elemento móvel do relé está equilibrado para
racterística direcional um tempo ultra-rápido. uma determinada freqüência e tenderá para um
lado ou para outro, conforme aumente ou di-
Relé 27 – Sub-tensão minua a freqüência. Obedece, na realidade, ao
Este relé é do tipo disco de indução, com tipo construtivo do relé eletrodinâmico, seguin-
característica de tempo inverso. Ele é constru- do a mesma construção dos indicadores de fre-
tivamente idêntico ao de sobre-corrente, dife- qüência, os freqüenciômetros.
rindo apenas na ação antagônica da mola, em
sentido inverso. Este relé é projetado para ope- 1.11 Sistema de Controle e Monitoração
rar quando a tensão da linha baixar a um certo Distribuído (SCMD) / SDCD
valor, geralmente, quando atingir 80% do va-
lor nominal. 1.11.1 Introdução
O sistema de controle e monitoração
Relé 40 – Perda de campo distribuído (SCMD) – consiste em um con-
É um relé tipo atração em charneira. Em junto de “hardware” (HW) e “software” (SW),
20 situação normal, a bobina permanece energi- conectados aos equipamentos da área elétrica
zada pela corrente de campo do alternador, que (motores, geradores, transformadores, disjun-
ao sofrer um decréscimo por uma falta qual- tores, etc.), que se comunicam entre si e com
quer no sistema de excitação, provocará a de- as estações de operação (IHM) através de uma
senergização da bobina. via de comunicação de dados (VCD).
Utilidades – Sistema Elétrico

Exemplo de tela do SCMD

Objetivos do SCMD – Descarte de cargas elétricas e reace-


– Controlar e monitorar a geração, rece- leração de motores;
bimento e distribuição de energia elétri-
ca, de forma integrada e centralizada; – Descarte térmico;

– Otimizar produção e compra de ener- – Interface com o SDCD;


gia elétrica;
– Controle de geração e recebimento –
– Aumento da confiabilidade no supri- demanda, fator de potência, potência
mento de energia elétrica (fator opera- ativa e reativa, freqüência, tensão e
cional); sincronismo.

– Melhor análise de ocorrências anor- Diferenças entre SDCD e SCMD


mais. – Tipos de "malha de controle" am-
plas que são distribuídas por toda re-
Funções do SCMD – Supervisão finaria;
– Alarme, registro seqüencial de eventos;
– Tráfego na via de comunicação de da-
– Medição analógica; dos: informações do tipo IMM e
IHM;
– Gráfico de tendências;
– Rede de comunicação mais robusta -
– Monitoração do estado de equipamen- existem picos no tráfego de informação;
tos de manobra.
– Tempos envolvidos muito pequenos
Funções do SCMD – Controle (I/O);
– Comando dos equipamentos de ma- 21
nobra; – Ciclicidade dos programas mais alta;

– Manobras programadas; – Variação de carga da CPU.


Utilidades – Sistema Elétrico

Arquitetura da rede do SCMD

1.12 Rejeição de carga as condições acima mencionadas. Outro requi-


sito que o sistema de descarte elétrico deve
1.12.1 Introdução desempenhar, mas que tem uma baixa priori-
É um sistema elétrico em que operamos dade, é o fato que esse descarte pode provocar
com geradores em paralelo. A queda de algu- perturbação no processo de produção o míni-
ma das máquinas acarretará um consumo de mo possível O propósito é descartar somente
energia maior que a produção. Esta situação a soma da potência realmente necessária com
constitui-se como se fosse um freio para os a menor prioridade possível. O sistema de des-
demais geradores, fazendo com que a freqüên- carte elétrico do SCMD difere do sistema de
cia do sistema tenda a cair, o que é prejudicial descarte existente, baseado no descarte por
para os consumidores. Para compatibilizar o subfreqüência, e que é sistema de retaguarda
consumo com a produção, o sistema de rejei- para o sistema primário de descarte do SCMD.
ção de carga desliga parte dos consumidores, O sistema primário de descarte do SCMD cal-
evitando, assim, distúrbios no sistema. cula continuamente o balanço da potência,
dentro do sistema elétrico, por subtração da
1.12.2 Descarte elétrico carga elétrica consumida da potência elétrica
É um sistema desenvolvido de modo a disponível para geração. Quando é diagnosti-
assegurar a disponibilidade de energia elétri- cada uma falha, o sistema de descarte inicia a
ca para sistemas essenciais e cargas mais crí- operação descartando o excesso do consumo
ticas dentro do processo da refinaria, em caso da carga elétrica e estabilizando a operação dos
de uma falta dentro do sistema de geração de geradores ou o consumo da concessionária.
energia elétrica. Isto é realizado descartando-
se cargas não essenciais para o processo, ou 1.12.3 Descarte térmico
parte do sistema elétrico da refinaria. Uma fa- Em caso da queda de caldeira, ou outro
lha dentro do sistema elétrico pode ser causa- problema relacionado com a caldeira, os gera-
da por abertura da linha da Concessionária de dores não podem manter suas potências no-
22 Energia Elétrica, perda da capacidade de ge- minais de geração. Neste caso, talvez seja ne-
ração, ou parte do sistema elétrico, é desliga- cessário, um descarte elétrico provocado pela
do do fornecimento da Concessionária de baixa na pressão de vapor de alta. O descarte
Energia Elétrica. O sistema de descarte elétri- elétrico é uma função programada dentro do
co está preparado para ser capaz de enfrentar sistema do SCMD. Em caso de um “trip” na
Utilidades – Sistema Elétrico
caldeira, ou outro problema relacionado com excessos de produção de vapor em nenhum
vapor que vier a provocar uma queda de pres- nível de pressão (abertura de alívios) ou falta
são de vapor de 88 Kgf/cm2, o sistema SCMD de produção de vapor em algum nível de pres-
da Repar iniciará imediatamente a sincroniza- são (abertura de redutoras).
ção do sistema elétrico da refinaria com a li- O sistema balanceado será o mais econô-
nha da Concessionária de Energia Elétrica se mico possível, quando as condensações de
não estive trabalhando em paralelo. Em certos vapor forem mínimas. Há um aspecto impor-
casos de queda de caldeira, poderá ser neces- tante a considerar no que diz respeito à opção
sário parar o TG-5602 em aproximadamente Recepção versus Geração. A recepção de ener-
3 minutos da ocorrência. gia elétrica implica, geralmente, em consumo
de energia elétrica, enquanto a geração impli-
1.13 Balanço termoelétrico ca em gasto de combustível. Atualmente, com
a queima de resíduo asfáltico nos geradores
1.13.1 Considerações gerais de vapor de alta pressão, o custo da energia
É o resultado da configuração geral do sis- gerada torna-se muito mais competitivo. So-
tema, ou seja, racionalização do uso de acio- mando-se a isto, o excedente da energia que é
nadores elétricos (motores) e acionadores a vendido à concessionária local, contribuindo
vapor (turbinas), de modo que não existam para a rentabilidade da planta.

Diagrama simplificado – Balanço termoelétrico

Exercícios
01. Por que a geração própria é muito impor- 04. Explique resumidamente a rejeição de cargas.
tante para uma instalação petroquímica?
05. Como ocorre a excitação de um gerador
02. Que fatores relevantes levam a adotar, em de corrente alternada? 23
uma refinaria, uma subestação de recepção
de energia? 06. Descreva a diferença entre uma turbina de
extração/condensação e uma de regime de con-
03. O que se entende por balanço termoelétrico? trapressão?
Utilidades – Sistema Elétrico
07. Em um gerador de corrente alternada: b) Qual equipamento você instalaria para
a) Velocidade nominal de 3600 rpm e 2 melhorar o fator de potência desta ins-
pólos, qual a freqüência? talação?
b) Em um gerador de 4 pólos, qual será c) Calcule /especifique esse equipamen-
sua velocidade nominal, para entrar em to para elevar o FP para 0,92?
sincronismo com a máquina da ques-
tão “a”? 14. Enumere as condições para colocar duas
fontes geradoras de C.A em paralelo.
08. Por que é feita a distribuição de energia
para as subestações de área de uma refinaria 15. Qual é a importância dos reatores existen-
no nível de 13,8 kV? tes junto à barra de sincronismo em uma cen-
tral termoelétrica?
09. Explique o triângulo de potências.
16. Qual a função do comutador de tapes exis-
10. Para que serve a barra de sincronismo, tente no transformador de força?
normalmente, existente em uma central termo-
elétrica? 17. Qual a função do transformador de potencial?

11. O que se entende por subestação de pri- 18. Qual a função do transformador de cor-
mário seletivo? rente?

12. Desenhe o unifilar geral simplificado de 19. Cite as principais funções do SCMD.
uma planta industrial contendo:
a) 2 turbo-geradores de 20 MVA. 20. Qual a função do relé 32? Explique sucin-
b) Recepção de energia com 2 linhas de tamente seu funcionamento.
recepção e 2 transformadores de força
de 6,5 MVA. 21. O que é seletividade?
c) 3 barras distribuidoras principais.
d) 11 ramais alimentadores de energia. 22. Qual é a importância dos relés de prote-
ção em um sistema elétrico?
13. Levando em consideração a instalação da
questão anterior e de posse dos dados seguin- 23. Que fator nos leva a trabalhar com o pai-
tes; consumo médio de energia igual a 21.560 kW nel de 480 V em “U” aberto?
e fator de potência (FP) de 0,81:
a) Calcule a potência reativa da instalação. 24. No diagrama unifilar abaixo, calcule os va-
lores que indicam o amperímetro e voltímetro.

24
Utilidades – Sistema Elétrico

Anotações

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Utilidades – Sistema Elétrico

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Utilidades – Sistema Elétrico

No UnicenP, a preocupação com a construção e reconstrução do


conhecimento está em todas as ações que são desenvolvidas pelos pró-
reitores, diretores de Núcleos, coordenadores de Cursos e professores.
Uma equipe coesa e unida, em busca de um só objetivo: a formação do
cidadão e do profissional, que é capaz de atuar e modificar a sociedade
por meio de suas atitudes. Preparar este cidadão e este profissional é uma
responsabilidade que esta equipe assume em suas atividades no Centro
Universitário Positivo, que envolvem, principalmente, as atividades em
sala de aula e laboratórios, bem como a utilização contínua dos recursos
disponibilizados pela Instituição em seu câmpus universitário. Esta equipe
trabalha em três núcleos básicos da área de graduação – Núcleo de
Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, Núcleo de Ciências Biológicas e da
Saúde, Núcleo de Ciências Exatas e Tecnológicas – além das áreas de pós-
graduação e de extensão.
O UnicenP oferece em seus blocos pedagógicos 111 laboratórios, clínicas
de fisioterapia, nutrição, odontologia e psicologia, farmácia-escola,
biotério, central de estagio, centro esportivo e salas de aula, nos quais é
encontrada uma infra-estrutura tecnológica moderna que propicia a
integração com as mais avançadas técnicas utilizadas em cada área do
conhecimento.
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Utilidades – Sistema Elétrico

Principios Éticos da Petrobras


A honestidade, a dignidade, o respeito, a lealdade, o
decoro, o zelo, a eficácia e a consciência dos princípios
éticos são os valores maiores que orientam a relação da
Petrobras com seus empregados, clientes, concorrentes,
parceiros, fornecedores, acionistas, Governo e demais
segmentos da sociedade.

A atuação da Companhia busca atingir níveis crescentes


de competitividade e lucratividade, sem descuidar da
busca do bem comum, que é traduzido pela valorização
de seus empregados enquanto seres humanos, pelo
respeito ao meio ambiente, pela observância às normas
de segurança e por sua contribuição ao desenvolvimento
nacional.

As informações veiculadas interna ou externamente pela


Companhia devem ser verdadeiras, visando a uma
relação de respeito e transparência com seus
empregados e a sociedade.

A Petrobras considera que a vida particular dos


empregados é um assunto pessoal, desde que as
atividades deles não prejudiquem a imagem ou os
interesses da Companhia.

Na Petrobras, as decisões são pautadas no resultado do


julgamento, considerando a justiça, legalidade,
competência e honestidade.

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