Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Fundações
Ariane Helena
NBR-6122
Vanessa Quint anilha
SÃO PAULO
2009
2
SÃO PAULO
2009
3
______________________________________________
Profª Dra. Gisleine Coelho de Campos
______________________________________________
Profº Me. Claudio Luiz Ridente Gomes
Comentários:_________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
4
AGRADECIMENTOS
RESUMO
A região de Alphaville, Barueri é conhecida por ter, em seu subsolo rochas e matacões de
tamanhos variados. Alphaville está em grande desenvolvimento demográfico,
conseqüentemente estão sendo construídos edifícios de grande porte residencial e
comercial. Dentro deste cenário a presente pesquisa aborda o controle na execução da
fundação de sapata de grande dimensão do edifício comercial I-Tower. A investigação
geológico-geotécnica apontou através de sondagens um matacão com volume de
aproximadamente 28.000m3 que foi determinante para se definir o correto tipo de
fundação. Por se tratar de um volume grande de concreto, foi executado um controle
especial do mesmo. O concreto através do seu coeficiente de dilatação térmica sofre
variações dimensionais expansivas quando exposto a ação da temperatura decorrente da
reação química de hidratação. Essa temperatura levou em conta as temperaturas dos
agregados e temperatura ambiente, ou seja, todo o processo foi monitorado desde a
fabricação do concreto até a chegada na obra e lançamento. Esse controle foi executado
a fim de se evitar as fissuras de retração do concreto.
ABSTRACT
Alphaville neighborhood, in Barueri, is known by the presence of different sized stones and
boulders in its soil. Alphaville is passing by a huge demographic developing and,
consequently, several big-sized buildings (commercial and residential kinds) are being
constructed. Looking to this scene, the current research is about the control during the
execution of big dimension slab foundation at I-Tower commercial building. Looking to this
scene, the present research broaches the control during the big dimension slab foundation
at I-Tower commercial building. The Geology and Geotechnical investigation has aimed,
across borings, a 28.000m3 boulder, what was determining to define the right type of
foundation. As long as the volume of concrete was so big, it was made a special control of
it. The concrete, across its thermal dilatation coefficient, goes through expansive
dimension variations when exposed to temperature action originated from hydration
chemical reaction. This temperature broached aggregates temperature and room
temperature, I mean, the whole process was watched since the concrete fabrication until
the arriving at the construction field and its throw. This control was made aiming avoiding
the concrete retraction cracks.
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO
A região de Alphaville tem atraído muitas construtoras pela sua localização de fácil
acesso. Até a década de 90, os edifícios comerciais surgiram em sua grande maioria na
cidade de São Paulo. Nesse novo século, tem-se procurado outras regiões para suprir as
necessidades e tendência do mercado.
Alphaville tem sido a primeira escolha pela proximidade da capital, pela densidade
populacional e alto padrão econômico dos habitantes, atraindo mais e mais empresas e
investimentos em infraestrutura pública.
É objeto de estudo desta pesquisa a fundação tipo sapata do edifício corporativo I-Tower
em Alphaville, Barueri. O terreno para construção do edifício comercial possuía uma
sondagem que apontava como solução de fundação estaca escavada. Contratou-se uma
empresa de consultoria de fundação para melhor conhecimento do terreno e que solicitou
uma nova sondagem, a qual apontou a existência de uma rocha de aproximadamente
28.000m³ no subsolo.
2 OBJETIVOS
O objetivo geral desta pesquisa é mostrar a importância de se investigar o solo para uma
definição correta do tipo de fundação a ser utilizado.
3 MÉTODO DE TRABALHO
Esta pesquisa técnica iniciou-se com a coleta de informações junto à equipe de obra.
Desses dados, alguns foram selecionados para o desenvolvimento da pesquisa.
Foi utilizada também revisão bibliográfica, onde foram consultados livros didáticos,
revistas técnicas e alguns sites da internet sobre alguns tipos de fundações.
Esses fatores foram de grande valia para se desenvolver a parte teórica do tema. Foi
coletado o projeto de locação dos pontos de sondagens, dos postos de inspeção e os
perfis do subsolo do estudo de caso em análise.
Com as informações iniciais coletadas, partiu-se para o estudo de caso. Foram realizadas
várias entrevistas com a equipe técnica da obra e com o consultor de concreto, sendo
possível retratar com o máximo de detalhes as etapas de execução da sapata.
4 JUSTIFICATIVA
A região de Alphaville tem um histórico que indica que o subsolo geralmente tem muitas
rochas. Partindo deste princípio, foi feita uma investigação geotécnica criteriosa.
É explicado que o cimento em contato com a água sofre reação química, ou seja, libera
calor de hidratação no interior da massa de concreto e a liberação desse calor para o
meio externo é influenciada pelas condições ambientais. Por se tratar de peças de
concreto com grandes volumes, exige-se um controle especial da temperatura, pois o
coeficiente de dilatação térmica sofre grandes variações.
5 INVESTIGAÇÃO GEOLÓGICO-GEOTÉCNICA
A construção de obras civis, bem como os estudos do meio ambiente que não envolvem,
necessariamente, construções de obras, devem ser precedidos de estudos visando a
caracterização geológico-geotécnica da área de interesse.
É muito importante que desde o início das atividades da obra, já estejam bem definidas as
principais características geológicas da área, de maneira a orientar o projeto segundo as
aptidões naturais do local, propiciando a elaboração de um empreendimento harmônico
com a natureza do terreno, econômico e seguro.
Segundo Souza (1998) os poços de inspeção são escavações verticais que permitem o
acesso ao interior do terreno para exame direto in situ do material. Eles podem ser feitos
tanto em solo como em rocha, permitindo o exame detalhado dos horizontes perfurados, a
retirada de amostras indeformadas (solos), a coleta de amostras volumosas de cascalho,
etc.
sua posição espacial para possibilitar a execução de ensaios orientados de acordo com o
carregamento previsto para o corpo de solo ou conforme seus planos de resistência.
Os poços de inspeção em rocha são feitos com furos de martelete e explosivos ou com
sonda rotativa de grande diâmetro. O diâmetro destes poços varia de 1 a 3m em média.
Tais poços permitem o exame direto de feições geológicas ou geotécnicas importantes do
maciço rochoso e, muitas vezes, são aproveitados para a realização de ensaios de
permeabilidade, de mecânica das rochas e outros (OLIVEIRA e BRITO, 1998).
A sondagem a varejão é feita com uma haste lisa de ferro, cravada manualmente, ou por
golpes de marreta, em sedimentos inconsolidados submersos. É usada para o
reconhecimento de aluviões, superfícies rochosas no leito de um rio e para avaliar
depósitos de areia e cascalho para uso na construção civil.
A coleta de amostras é feita a cada metro de avanço ou quando ocorre mudança do tipo
de material perfurado, para que seja identificada uma possível mudança de horizontes
pedológicos ou de camadas geológicas. É muito importante coletar a última amostra
retirada do furo e anotar o motivo da paralisação da perfuração.
De acordo com o referido autor o avanço no horizonte de solo, acima do nível de água, é
feito, em geral, com trado espiral. Ao atingir o nível de água ou material resistente ao
trado, a sondagem continua com o uso de trépano e circulação de água, processo
denominado lavagem. O trépano é uma ferramenta da largura do furo e com terminação
em bisel cortante. Ele é usado para desagregar o material do fundo do furo. Sua operação
se faz por repetidas quedas do conjunto trépano/ hasteamento contra o fundo do furo, de
uma altura de 30cm, seguidas por um pequeno movimento de rotação, acionado
manualmente desde a superfície com uma cruzeta acoplada ao topo do hasteamento.
Pelas hastes é injetada água sob pressão, que circula pelo furo arrastando os detritos de
perfuração até a superfície. Para evitar o desmoronamento das paredes nas zonas de
pequena coesão do solo é instalado um revestimento metálico de proteção.
21
Para cravar o barrilete é usado o impacto de uma massa metálica de 65kg caindo em
queda livre de 75cm de altura sobre um ressalto da parte superior do hasteamento a ele
conectado.
batida da massa, é contado o número de golpes aplicados, para cada terça parte
aproximada dos 45cm do barrilete amostrador (SOUZA et al., 1998).
A cada teste, deve ser feita a penetração total dos 45cm do barrilete ou até que a
penetração seja inferior a 5cm para cada 10 golpes sucessivos. É importante observar o
motivo da paralisação da sondagem, pela presença de matacão, cascalho ou a própria
resistência do material.
De acordo com o referido autor existem barriletes e coroas de várias dimensões para
permitir a execução das perfurações em série telescópica. Com isso é possível manter
protegida, com revestimento, parte da parede do furo, constituído por material que pode
desmoronar, enquanto a perfuração prossegue com um diâmetro menor.
A série de diâmetros padronizados são denominados com as letras EW, AW, BW, NW,
HW, etc. A primeira letra corresponde ao diâmetro do furo e a segunda (W) indica rosca
padronizada da composição de perfuração (Tabela 5.1). Nas investigações de Geologia
de Engenharia, os diâmetros mais utilizados são NW e HW (SOUZA et al., 1998).
A operação de sondagem rotativa faz-se por ciclos sucessivos de corte e retirada dos
testemunhos do interior do barrilete, procedimento este denominado de manobra. O
avanço em cada manobra depende basicamente da qualidade do material que está sendo
perfurado. Quando a rocha é de boa qualidade, o comprimento de testemunho obtido em
cada manobra pode ser quase igual ao comprimento do barrilete (3 a 5cm). Entretanto,
quando ocorre perda ou destruição de material, em terrenos de difícil amostragem, o
comprimento de cada manobra deve ser diminuído até o mínimo necessário.
Para que o maciço rochoso seja bem representado pelo testemunho, recomenda-se que
em cada manobra o comprimento da amostra não seja inferior a 95% do avanço.
Quando, no local de sondagem rotativa, existe uma cobertura de material terroso, acima
do maciço rochoso, o procedimento rotativo tem início a partir da profundidade em que a
26
resistência do material atinge 50 golpes para 30cm no ensaio SPT. Neste caso, a
sondagem também é denominada sondagem mista e a sigla utilizada é SM.
6 FUNDAÇÕES
A escolha correta de uma solução de fundação deve passar necessariamente por uma
criteriosa análise técnica e econômica de várias alternativas, devendo ser ponderadas
variáveis tais como as condições das edificações vizinhas à obra, geotecnia local,
viabilidade executiva e existência de mão-de-obra especializada para execução da
solução definida (JOPPERT JUNIOR, 2007).
Por isso, no caso de sapatas, a liberação da concretagem de cada elemento deve ser
feita pelo projetista/ consultor das fundações.
Ainda na fase de projeto, o contato entre projetista de fundações e estruturas deve ser
constante. Afinal, não dá para dissociar os funcionamentos da infra e da superestrutura.
Contando com a possibilidade de nem todas as sapatas terem a mesma profundidade, os
cuidados não devem se limitar ao projeto, mas também à execução. É importante garantir
28
que a umidade do solo não atacará a armadura da sapata. Para isso, é feito um lastro de
5cm de concreto magro sob a sapata (TÉCHNE, 2004).
Outro cuidado é manter o fundo da vala limpo, sem lama ou materiais soltos. Dependendo
das dimensões da sapata e da especificação do concreto, pode ser necessário colocar
gelo na mistura, evitando elevação de temperatura em excesso durante a hidratação e a
conseqüente fissuração da peça. É objeto do estudo de caso desta pesquisa o controle e
os cuidados ao se executar sapatas de grandes dimensões.
• Sapatas isoladas;
• Sapatas associadas;
• Sapatas alavancadas;
• Sapatas corridas.
Elas recebem as cargas de apenas um pilar (Figura 6.1). É a solução preferencial por ser,
em geral, mais econômica porque consome menos concreto. As sapatas podem ter vários
formatos, mas o mais comum é o cônico retangular, pois consome menos concreto e
exige trabalho mais simples com a fôrma. No caso de pilares de formato não-retangular, a
sapata deve ter seu centro de gravidade coincidindo com o centro de cargas
(TÉCHNE, 2004).
Caso o projeto preveja uma sapata em divisa de terreno ou com algum obstáculo, a peça
não consegue ter o centro de gravidade das sapatas e o centro de carga dos pilares
coincidentes. Para compensar a excentricidade das cargas, é necessário transferir parte
dos esforços para uma sapata próxima por meio de uma viga alavancada (Figura 6.3)
(TÉCHNE, 2004).
materiais que as compõem. Entre as opções, as estacas constituídas por perfis e chapas
de aço laminado ou soldado podem apresentar bom desempenho, seja em seções
quadradas, retangulares ou circulares (tubos). O bom comportamento à compressão e à
tração é a principal característica desse tipo de elemento de fundação, o que faz com que
seja bastante empregado em instalações portuárias (TÉCHNE, 2004).
Estaca executada por meio de trado contínuo e injeção de concreto pela haste central,
operação que ocorre durante a retirada do trado espiral do furo. O concreto normalmente
utilizado apresenta resistência característica de 20 MPa, é bombeável (composto de areia
e pedrisco, com consumo de cimento de 350 a 450 kg/m³), sendo facultativa a utilização
de aditivos. O abatimento do tronco de cone (slump) é mantido entre 200 e 240mm.
A perfuração consiste em fazer a hélice penetrar no terreno por meio de torque
apropriado. A haste de perfuração é composta por uma hélice espiral solidarizada a um
tubo central. Alcançada a profundidade, o concreto é bombeado por esse tubo,
preenchendo a cavidade deixada pela hélice, que é extraída lentamente (TÉCHNE, 2004).
Esta solução exige a colocação da armação após a concretagem (Figura 6.5). Para
controlar a pressão de bombeamento do concreto, o sistema possui instrumento medidor
digital que informa todos os dados de execução da estaca.
Pode ser indicada para obras que demandam rapidez, ausência de barulho e de
vibrações prejudiciais a prédios da vizinhança. Pode ser executada em terrenos coesivos
e arenosos, na presença ou não do lençol freático e atravessa camadas de solos
resistentes.
O método executivo inicia-se pela abertura de um furo no terreno com um soquete para
colocação do primeiro tubo (coroa). Aprofunda-se o furo com golpes de sonda de
percussão. Conforme a descida do tubo, rosqueia-se o tubo seguinte até a escavação
atingir a profundidade determinada. O concreto é, então, lançado no tubo e apiloa-se o
material com o soquete formando uma base alargada na ponta da estaca.
Esse tipo de estaca pode ser utilizado em locais confinados, terrenos acidentados e
interiores de construções existentes, com o pé-direito reduzido. Podem ser utilizadas
também em locais com restrições a vibrações (TÉCHNE, 2004).
34
As estacas tipo Franki são moldadas “in loco” por meio da cravação dinâmica de um tubo
munido de bucha composta de areia e pedra, implantada na sua ponta inferior. A
cravação da estaca dá-se pela queda livre de um pilão com peso entre 1000 e 4600 kg
(função da bitola da estaca) sobre a bucha, fazendo com que a composição tubo + bucha
vá penetrando no solo até que seja atingido solo com boa capacidade de suporte, sendo
que a verificação deste fato se dá pela aferição das negas e energias de cravação
(JOPPERT JUNIOR, 2007).
As estacas tipo Franki são executadas de tal sorte a se obterem bitolas finais do fuste de
300mm, 350mm, 400mm, 450mm, 520mm 600mm e 700mm.
Uma vez cravado o tubo e atingida a nega e energia mínima especificada, inicia-se a
execução da base da estaca que consta da expulsão da bucha e injeção de concreto
abaixo da ponta do tubo de revestimento. A injeção se dá pela concretagem paulatina
com o apiloamento do fundo, objetivando a formação de uma base esférica com
dimensões maiores do que o fuste da estaca.
O procedimento executivo das estacas tipo Franki promove uma alta capacidade de carga
na estaca, bem como a possibilidade de um bom controle de qualidade do
estaqueamento. Todavia, o procedimento executivo também é responsável por vibrações
excessivas e produtividade baixa, em média 50m de estaca por dia. A seqüência
executiva é ilustrada na Figura 6.6.
35
Onde:
1ª etapa: execução da bucha
2ª etapa: cravação do conjunto tubo + bucha
3ª etapa: expulsão da bucha e execução da base
4ª etapa: colocação da armação
5ª etapa: concretagem da estaca
6ª etapa: estaca concluída
36
As estacas raiz são estacas moldadas “in loco”, executadas através de perfuratrizes
rotativas e/ou percussivas, preferencialmente utilizando revestimento ao longo de todo o
furo, de modo a garantir a integridade de seu fuste. Após a sua perfuração a estaca é
armada e preenchida com argamassa fluida conforme seqüência executiva (Figura 6.7).
A estaca raiz é executada em três etapas distintas, que são a perfuração, a armação e a
concretagem com ar comprimido.
Na etapa de perfuração introduz-se no solo, por meio de rotação imposta por uma
perfuratriz, uma tubulação munida na ponta de uma coroa mais larga que o diâmetro
externo do tubo, formando a composição de revestimento (JOPPERT JUNIOR, 2007).
O material desagregado pela rotação do tubo é expelido pela circulação de água injetada
com pressão na parte interna da tubulação (do topo para a ponta) e que retorna pelo
espaço existente entre a parede externa do tubo e a parede da escavação. A tubulação é
instalada em segmentos rosqueáveis e reveste totalmente a estaca, sendo sacada após o
seu preenchimento com argamassa e instalação da armação.
A instalação do tubo de revestimento pode ser parcial, sendo que neste caso a perfuração
abaixo do tubo pode ocorrer com a utilização de tricone com auxílio de circulação de água
com elementos estabilizantes das paredes das perfurações.
Segundo Junior (2007), os tubulões a céu aberto são executados com a abertura (manual
ou mecânica) de um poço até que seja atingido um solo de boa qualidade. Após a
abertura do poço executa-se o alargamento de uma base objetivando-se a distribuição
das cargas de maneira uniforme no terreno de apoio (Figura 6.8).
Pretendendo-se executar tubulões em solo onde haja água e não seja possível esgotá-la
devido ao perigo de desmoronamento das paredes, utilizam-se tubulões pneumáticos com
camisa de concreto ou de aço.
No caso da camisa ser de concreto (Figura 6.9), todo o processo de cravação da camisa,
abertura e concretagem de base são feito sob ar comprimido visto ser esse serviço feito
manualmente, com auxilio de operários. Se a camisa é de aço, a cravação da mesma é
feita com auxílio de equipamentos, sendo só os serviços de abertura e concretagem de
base é que são feitos sob ar comprimido, analogamente ao tubulão de camisa de
concreto (ALONSO, 1983).
39
7 ESTUDO DE CASO
A região de Alphaville, Barueri é conhecida por ter, em seu subsolo, rochas e matacões
de variados tamanhos. A investigação geológico-geotécnica no local apontou um grande
matacão, que condicionou a escolha dos tipos de fundação do edifício comercial I-Tower.
Devido a esse matacão o projetista determinou para região da torre a fundação direta tipo
sapata, que é objeto de estudo desta pesquisa, e por ser de grande dimensão teve um
grande controle executivo a fim de evitar as fissuras de retração.
Neste item são tratados os trabalhos prévios realizados para escolha do tipo de fundação
do edifício comercial I-Tower.
Conforme já mencionado nesta pesquisa, no item 5.1, existem vários métodos para se
realizar investigação geológico-geotécnica. Nesta obra foram realizadas sondagens a
percussão ou sondagem de simples reconhecimento e, num segundo momento
sondagem rotativa. Esses dois métodos estão detalhados nos itens 5.1.4 e 5.1.6 desta
42
Essas investigações foram de grande importância, pois, revelaram o perfil do terreno: silte
arenoso pouco argiloso, presença de matacões e nível d’água na cota 95,50m, o que
corresponde a 18m abaixo da superfície do terreno. Porém na execução da sapata este
nível d’água não se confirmou, aparecendo praticamente na cota 92,00m, ou seja, 21,50m
abaixo da superfície do terreno. Isso foi devido a um grande período de estiagem e
também das escavações que estavam sendo realizadas em um terreno vizinho.
O objetivo foi certificar-se do volume total de rocha a ser desmontada, e o estudo apontou
um volume de 28.019m3.
Após análise do solo local, nível d’água (com poço prova) que foi monitorado por um
período de 6 meses, edificações vizinhas, viários, demais variantes locais e com o
entendimento do matacão, foram sendo estudados os possíveis tipos de fundação que
poderiam ser adotadas.
A opção inicial sugerida pelo consultor de fundações para a região da rocha foi estaca
moldada “in loco” e, para as demais regiões, tubulão ar comprimido e estaca tipo Franki.
Após várias reuniões com os projetistas de arquitetura, fundação e estrutura, optou-se por
subir o nível do último subsolo. Essa decisão gerou uma economia considerável, pois, o
volume de rocha a ser desmontado ficou menor e conseguiu-se adequar a fundação tipo
sapata (item do estudo de caso desta pesquisa) para a região da rocha.
O consultor de solos adotou uma taxa de 1,0MPa para a resistência admissível do solo
resultando na dimensão dos blocos de 10,8m de largura, 14,4m de comprimento e 2,7m
de altura. O calculista executou o detalhamento de armação e o consultor de concreto
adequou o Fck da sapata ao esforço necessário, ou seja, Fck 25MPa aos 28 dias de
idade até a altura de 1,8m e com Fck 40MPa nos últimos 0,9m (de 1,8 a 2,7m). O volume
de concreto total a ser utilizado no bloco é de 419,9m3, sendo 279,93m3 de concreto com
Fck 25MPa e de 139,97m3 de concreto Fck 40MPa.
O uso de dois tipos de concreto na mesma sapata se deve ao fato de que no topo da
sapata as tensões são maiores e essas tensões vão se espraiando em ângulo de 45º, ou
seja, as tensões vão diminuindo.
46
Ha = hg x Wc
cxy
onde:
Porém o que realmente importa é a liberação de temperatura nas principais idades e por
isso aplicam-se estes valores a modelos de comportamento de concretos com
características semelhantes. As figuras 7.7 e 7.8 mostram os valores estimados de
elevação adiabática ao longo do tempo para os concretos de Fck 25MPa (Ha = 40,1°C) e
Fck 40MPa (Ha = 56,2°C) respectivamente.
50
Por praticidade relativo a colocação do gelo foi definido que seria substituída toda água de
amassamento, descontando-se a água que poderia vir na umidade dos agregados,
chegando-se ao resultado de 33 sacos de gelo de 25kg por caminhão de 7m³ e para essa
quantidade de gelo foram feitos os cálculos das temperaturas de lançamento, conforme
mostrado anteriormente.
54
Na concretagem dos dois blocos, não foi possível colocar vibradoristas dentro do bloco
para o adensamento da primeira camada, conforme os procedimentos recomendados,
pois, além das escoras colocadas na parte externa da forma, foram usados tirantes
55
1
Slump correspondente a (100 ± 220mm)
56
A temperatura efetiva média do concreto nos caminhões foi de 11ºC e a Figura 7.12
mostra o comportamento das tensões na camada 1,35m na mesma temperatura.
Por todas essas mudanças houve uma redução significativa de custo e do prazo de
execução, passando de oito para cinco meses, alterando como um todo o
cronograma da obra.
Por serem de grande dimensão, o volume de concreto utilizado nas sapatas foi
significativo, gerando uma preocupação com as fissuras de retração causadas pelas
altas temperaturas internas do concreto.
Todas essas decisões só foram possíveis pela iniciativa em se executar uma boa
investigação geológico-geotécnica do local. Esta iniciativa partiu do gerente da obra
que, possuía apenas uma sondagem antiga da área, ao lado do terreno, onde foi
implantado o edifício comercial I-Tower. A fim de confirmar o que estava no subsolo
do seu terreno foi feita uma nova investigação do local, na qual apontou a presença
de um matacão. Num segundo momento, executou-se sondagem rotativa para se
identificar a profundidade dessa rocha e saber se existiam fraturas ou se tratava de
rocha sã. Num terceiro momento a preocupação era com o volume dessa rocha e
executou-se então uma sondagem mapeando o topo desse matacão com 60 furos
de 16 em 16m.
Pela implantação do projeto essa rocha se localizava sob a torre, local onde as
cargas são maiores e por isso o projetista determinou a fundação tipo sapata de
grande dimensão.
Deve-se também destacar que a fundação direta tipo sapata pode ser adotada em
obras com pequenas e também com grandes solicitações de carga, como no
presente caso desde que o solo suporte as tensões de projeto.
59
9 CONCLUSÕES
Eram possíveis de serem executados no local alguns tipos de fundação, mas que,
por alguns critérios técnicos como topografia da área e característica do maciço
foram descartadas. Outras por terem custo elevado e indisponibilidade de
equipamentos, na época da execução.
Por ter sido encontrado uma rocha de grande volume no local o projeto sofreu
algumas modificações nos subsolos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CHIOSSI, Nivaldo José. Geologia Aplicada à Engenharia. 3. ed. [s. I.]: Grêmio
Politécnico, 1983.
NERY, G. (São Paulo). Phd Engenharia Civil & Consultoria Ltda. Estudo Térmico
dos Blocos de Fundação: Condomínio Edifício I-Tower. São Paulo, 2009. 23 p.