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ETEP - FACULDADE DE TECNOLOGIA

DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

PROJETO DE INSTALAÇÃO DE AR CONDICIONADO COM SISTEMA DE


DUTOS

Bruno de Almeida Morais

Trabalho de conclusão de Curso de Bacharelado em Engenharia Industrial Mecânica,


orientado pelo Eng. Paulo Roberto da Rocha Lima Filho e o Prof.Dr. Liomar de Oliveira
Cachuté.

ETEP Faculdades

São José dos Campos

2014
ETEP - FACULDADE DE TECNOLOGIA DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

PROJETO DE INSTALAÇÃO DE AR CONDICIONADO COM SISTEMA DE


DUTOS

Bruno de Almeida Morais

__________________________________ ________________________________

Eng. Paulo Roberto da Rocha Lima Filho Prof.Dr. Liomar de Oliveira Cachuté

ETEP Faculdades

São José dos Campos

2014
“Não é o mais forte das espécies o que sobrevive, nem o mais inteligente. Sobrevivem aqueles
que se adaptam melhor à mudança”.

Charles Darvin

3
AGRADECIMENTOS

A conclusão deste trabalho seria impossível sem a colaboração de algumas pessoas e


instituição sendo o Prof.Dr. Liomar de Oliveira Cachuté, pela sua preciosa orientação
acadêmica pela valiosa dedicação e confiança no desenvolvimento do trabalho. Ao Eng. Paulo
Roberto da Rocha Lima Filho, que me orientou tecnicamente com sua experiência e me
ajudou a superar os obstáculos do projeto durante a empreitada e a minha família pelo
incentivo e companheirismo imprescindíveis ao longo da realização deste curso.

4
RESUMO

Esta monografia apresenta o processo de desenvolvimento do projeto de instalação de um


sistema de ar condicionado central. Foram abordados os temas pertinentes à instalação de
condicionador de ar, baseados nos modos de transferência de calor presentes no ambiente:
condução, radiação e convecção. A metodologia adotada baseou se em diversas situações de
análise, nas quais foram estudadas as características econômicas do projeto. Com auxilio de
tabelas criadas especificamente para esse fim, foram analisadas a quantidade de calor e a
alteração de temperaturas locais. Tais tabelas também tornaram possível mensurar o calor
sensível, o calor que provoca a alteração de fase, o calor latente em diversas situações e o
sistema de ventilação. Além disso, os dados contidos nelas permitiram a análise detalhada das
condições dos ambientes em momentos de maior incidência de calor e naqueles em que havia
maior ventilação. Eles também demonstraram que, para atingir o objetivo do projeto proposto,
as condições mensuradas para a viabilidade do projeto de execução deviam ser seguidas, pois
melhorariam as condições térmicas do ambiente, o que proporcionaria melhor conforto
térmico. Por isso, o presente trabalho didático está voltado tanto para dimensões da área
técnica como também com âmbito social.

Palavras Chave: Ar condicionado; Calor Latente; Calor Sensível; Carga Térmica.

5
SUMÁRIO

Pág.

LISTA DE FIGURAS................................................................................................................. 8
LISTA DE TABELAS ................................................................................................................ 9
LISTA DE SÍMBOLOS ............................................................................................................. 10
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 11

1.1 OBJETIVO ......................................................................................................................... 11


1.2 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................... 12

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA....................................................................................... 13

2.1 MÉTODOS DE TRANSMISSÃO DE CALOR ................................................................ 13


2.1.1 CONDUÇÃO .................................................................................................................. 13
2.1.2 CONVECÇÃO ............................................................................................................... 13
2.1.3 RADIAÇÃO ................................................................................................................... 14
2.1.4 UNIDADE TÉRMICA BRITÂNICA ............................................................................ 15
2.1.5 DE EXPANSÃO OU EVAPORAÇÃO DIRETA E INDIRETA ................................... 15
2.1.6 CARGA DE CONDUÇÃO – CALOR SENSIVEL ....................................................... 18
2.1.7 CARGA DEVIDA À INSOLAÇÃO – CALOR SENSÍVEL......................................... 22
2.1.7.1 TRANSMISSÃO DE CALOR DO SOL ATRAVÉS DE SUPERFÍCIES
TRANSPARENTES ....................................................................................................... 23
2.1.7.2 TRANSMISSÃO DE CALOR DO SOL ATRAVÉS DE SUPERFÍCIE OPACO ........ 25
2.1.8 CARGAS DEVIDAS AOS DUTOS – CALOR SENSÍVEL ......................................... 26
2.1.9 DIMENSIONAMENTO DOS DUTOS POR METODO DE IGUAIL PREDA ........... 27
2.1.10 DIMENSIONAMENTO DAS GRELHAS DE DUPLA DEFLEXÃO .......................... 31
2.1.11 CARGA DEVIDO ÀS PESSOAS – CALOR SENSÍVEL E LATENTE ...................... 32
2.1.12 CARGA DEVIDA AOS EQUIPAMENTOS – CALOR SENSÍVEL E LATENTE ..... 33
2.1.12.1 CARGA DEVIDA AOS MOTORES – CALOR SENSÍVEL ..................................... 33
2.1.12.2 CARGA DEVIDA À ILUMINAÇÃO – CALOR SENSÍVEL.................................... 34
2.1.13 CARGA DEVIDA A INFILTRAÇÃO – CALOR SENSÍVEL E LATENTE ............... 36
2.1.13.1 MÉTODO DE TROCA DE AR ................................................................................... 36
2.1.13.2 MÉTODO DAS FRESTAS .......................................................................................... 37

6
2.1.14 CARGA DEVIDA Á VENTILAÇÃO ........................................................................... 38
2.1.15 CARGA TÉRMICA TOTAL ......................................................................................... 40
2.1.16 TOTAL DE AR DE INSUFLAMENTO ........................................................................ 40
2.1.17 ESTIMATIVA DE CARGA TÉRMICA DE VERÃO .................................................. 41
3 METODOLOGIA ................................................................................................................ 42

3.1 CONDIÇÕES EXTERNAS DE PROJETO: ...................................................................... 45


3.2 CONDIÇÕES INTERNAS DE PROJETO: ....................................................................... 46
3.3 CÁLCULO DA CONDUÇÃO DE CALOR ...................................................................... 46
3.3.1 TRANSMISSÃO DE CALOR DO SOL ATRAVÉS DE SUPERFÍCIES OPACAS
(PAREDES, PISOS TETOS): ........................................................................................ 46
3.3.2 TRANSMISSÃO DE CALOR DO SOL ATRAVÉS DE SUPERFÍCIES
TRANSPARENTES (VIDROS): ................................................................................... 51
3.4 CÁLCULO DA RADIAÇÃO SOLAR .............................................................................. 53
3.4.1 TRANSMISSÃO DE CALOR DO SOL ATRAVÉS DE SUPERFÍCIES
TRANSPARENTES (VIDROS): ................................................................................... 53
3.5 CÁLCULO DE CARGA DEVIDA ÁS PESSOAS – CALOR SENSÍVEL E LATENTE 54
3.6 EXPRESSANDO O CÁLCULO DE CONDUÇÃO DAS PAREDES INTERNAS: ........ 55
3.7 CÁLCULO DEVIDO AOS DUTOS – CALOR SENSÍVEL ............................................ 56
3.8 CÁLCULO DEVIDO AOS EQUIPAMENTOS – CALOR SENSÍVEL. ......................... 57
3.9 CÁLCULO DEVIDO Á ILUMINAÇÃO – CALOR SENSÍVEL. .................................... 58
3.10 CÁLCULO DEVIDO À INFILTRAÇÃO – CALOR SENSÍVEL E LATENTE. ............ 59
3.11 TOTAL DE AR INSUFLADO .......................................................................................... 60
3.12 DIMENSIONAMENTO DOS DUTOS POR METODO DE IGUAIS PREDAS ............. 60

4 RESULTADO ....................................................................................................................... 64
5 CONCLUSÃO ...................................................................................................................... 67
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................. 68

7
LISTA DE FIGURAS

Figura 2.1 - Quarto aquecido por convecção natural................................................................ 14


Figura 2.2 - Corrente de convecção produzida num recipiente com água quando este é
aquecido na parte central do fundo ........................................................................ 14
Figura 2.3 - Sistema de ar condicionado de expansão direta (condensação a ar)..................... 15
Figura 2.4 - Sistema de ar condicionado de expansão indireta (água gelada condensação a ar)
.................................................................................................................................................. 16
Figura 2.5 - Sugestão em corte para local de instalação de uma ou mais unidades
condensadoras a ar. ................................................................................................ 17
Figura 2.6 - Transmissão do calor solar através de vidro ......................................................... 23
Figura 2.7 - Área lateral dos dutos ........................................................................................... 27
Figura 2.8 - Gráfico de perda de carga em dutos de chapa metálica, reto. ............................... 29
Figura 2.9 - Ductulador Ábaco de dimensionamento de dutos retangular e cilíndrico. ........... 31
Figura 2.10 - Carta Psicometrica .............................................................................................. 41
Figura 3.1 - Planta baixa do escritório da empresa................................................................... 42
Figura 3.2 - Efeito do movimento do ar sobre o conforto de uma pessoa ou calor sensível .... 45
Figura 3.3 - Camadas da Parede ............................................................................................... 46
Figura 3.4 - Escopo do dimensionamento ................................................................................ 62
Figura 3.5 - Escopo do dimensionamento da boca da grelha ................................................... 63
Figura 3.6 - Duto vista superior ................................................................................................ 63
Figura 3.7 - Duto montado ....................................................................................................... 64
Figura 3.8 - Duto de retorno ..................................................................................................... 64

8
LISTA DE TABELAS

Tabela 2.1 - Calor liberado por pessoal ................................................................................... 18


Tabela 2.2 - Coeficiente de Transmissão de calor dos Materiais de Construção ..................... 20
Tabela 2.3 - Diferencial de Temperatura Usado nos Projetos – DT – Baseado na Diferença de
9,4°C entre a Temperatura Externa e o Recinto Condicionado ............................. 21
Tabela 2.4 - Coeficientes Globais de Transmissão de Calor U em para Janelas e Paredes. ... 21
Tabela 2.5 - Percentual de Energia Radiante em Função da Cor ............................................. 22
Tabela 2.6 - Coeficiente de transmissão do Calor Solar Através de Vidros ........................... 24
Tabela 2.7 - Acréscimo ao Diferencial de Temperatura ......................................................... 25
Tabela 2.8 - Coeficiente Global de Transmissão de Calor U para os dutos de Área lateral .... 26
Tabela 2.9 - Velocidade recomendadas e máximas para dutos de ar e equipamentos de
sistemas de baixa pressão ...................................................................................... 30
Tabela 2.10 - Superfície livre .................................................................................................. 32
Tabela 2.11 - Calor Liberado pelas Pessoas ............................................................................. 33
Tabela 2.12 - Energia Dissipada pelas Iluminação................................................................... 35
Tabela 2.13 - Trocas de Ar por Horas nos Recintos ................................................................. 37
Tabela 2.14 - Infiltração de Ar Exterior ................................................................................... 38
Tabela 2.15 - Ar Exterior para Ventilação ............................................................................... 39
Tabela 2.16 - Estimativa de carga Térmica de Verão............................................................... 41
Tabela 3.1 - Área da empresa ................................................................................................... 43
Tabela 3.2 - Condições de conforto para verão ........................................................................ 44
Tabela 3.3 - Condições de extremas recomendadas para o verão. ........................................... 44
Tabela 3.4 - Cálculo de condução das paredes internas ........................................................... 55
Tabela 3.5 - Cálculo devido à infiltração ................................................................................. 59
Tabela 3.6 - Carga térmica por área ......................................................................................... 61
Tabela 3.7 - Trecho dos dutos .................................................................................................. 61
Tabela 3.8 - Vazão da boca da grelha ....................................................................................... 62
Tabela 3.9 - Superfície livre da grelha ..................................................................................... 62
Tabela 3.10 - Dimensão da grelha ............................................................................................ 63

9
LISTA DE SÍMBOLOS

Q = Taxa de fluxo de calor transmitida, kcal/h;

K = Condutividade térmica do material por unidade de comprimento e unidade de área, kcal


m/h m² °C;

D = Diferença de temperatura entre as duas superfícies separadas pela espessura x, °C;

C = Condutância, kcal/h m² °C;

h = Condutância superficial, kcal/h m² °C;

U = Coeficiente global de transmissão de calor, kcal/h m² °C;

= Energia refletida;

= Energia absorvida pelo vidro;

= Energia que atravessa o vidro;

= Temperatura do exterior, °C;

= Temperatura do interior, °C;

= Acréscimo ao diferencial de temperatura;

DT = Diferencial de temperatura entre o ar exterior e o ar interior ao duto, °C;

= Umidade específica do ar no interior, ;

= Umidade específica do ar na entrada, ;

= Variação da umidade do ar de insuflamento, kg/kg;

= Variação de entalpia do calor latente, kcal/kg;

= Variação de entalpia do ar de insuflamento, kcal/kg;

10
1 INTRODUÇÃO

O presente trabalho é sobre projeto de instalação de ar condicionado com sistema de


dutos, mais concretamente mensurando a carga térmica de condução, radiação e convecção,
transferindo o calor latente e sensível do ambiente em carga térmica pelo método analítico,
com dimensionamento dos dutos com utilização do ábaco da empresa Trane. São objetivos
desde trabalho o levantamento e dimensionamento de carga térmica para ar condicionado
central.

Está organizado em fundamentação onde será abordado o conceito introdutório de como


se comporta uma ambiente climatizado e seu funcionamento para a instalação de ar
condicionado central baseando em estudo e condições de calor sensível, latente e sistema de
ventilação, metodologia utilizada foi enriquecida com as pesquisa bibliográfica dos conceitos
e condições de estimar a carga térmica gerada nos ambientes, e determinar a capacidade
frigorífica e a vazão de ar necessária para o equipamento de ar condicionamento central, para
condições externas de verão no país tropical. Utilizando o método de cálculo pelo ábaco para
dimensionar os dutos que comportam a carga térmica do ambiente e podemos obter as
condições do ar ao adentrar no ambiente desde que se tenha o conhecimento das condições a
serem conservadas no ambiente climatizado, a que chamamos de “condições internas de
projeto”.

1.1 OBJETIVO

Projeto de instalação central de ar condicionado para conforto, referente à norma NBR-


16401, aplicando pratica e buscando a melhor alternativa técnica e econômica para
climatização do ambiente.
Será projetada uma rede de dutos para melhor uniformidade na distribuição do ar,
reduzindo o surgimento de “ilhas de temperatura” e buscaremos conseguir um ambiente
controlado em torno de 90% da norma NBR-16401. Sendo assim um condicionador de ar que
seja eficiente ao local á qual vai ser utilizado correspondendo com as condições mensuradas.

11
1.2 JUSTIFICATIVA

Em uma empresa de engenharia térmica, onde projeta, instala e presta serviços de


manutenção em sistemas de ar condicionado, ventilação e exaustão mecânica.

Os projetos buscam o conforto térmico e os principais parâmetros são


TEMPERATURA, UMIDADE e QUALIDADE do ar em ambientes climatizados de uso
coletivo, públicos e privados.

A importância do desenvolvimento e implementação desses sistemas, estão diretamente


ligados a saúde e conforto dos usuários, pois promove melhorias nas condições internas dos
ambientes, com ar tratado através de filtros de ar de alta eficiência e controle de temperatura e
umidade, em níveis que conforta o corpo humano. Outra consequência é o ganho de
produtividade.

Devido ao aumento constante da temperatura global, é uma área que vem crescendo e
muito requisitada, tanto no âmbito corporativo como social.

12
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Os seguintes fundamentos e princípios são indispensáveis ao desenvolvimento do


projeto de instalação de ar condicionado. Os assuntos aqui mencionados citam os casos
encontrados para dimensionar o sistema de ar condicionado, porém os assuntos relacionados
serão tratados de maneira especifica.
Na visão de Archibald (1990), ventilar constitui em deslocar o ar, o deslocamento de ar
traz bem como intenção a retirada ou o fornecimento de ar a um recinto, ou melhor, dizendo a
renovação do ar no mesmo. Essa renovação de ar tem sua premissa adquirir no interior de um
ambiente hermético um nível de pureza e velocidade de escoamento ajustados com as
exigências para a saúde. E com isso consegue controlar com certos limites a umidade e
temperatura do ambiente, sendo assim o controle dessas grandezas só se consegue de uma
maneira praticamente exigida em instalações de climatização como instalações de ar
condicionado.

2.1 MÉTODOS DE TRANSMISSÃO DE CALOR

2.1.1 CONDUÇÃO

Na concepção de Dossat (2004) a transferência de calor por condução acontece


quando a energia se conduz por contato direto entre as moléculas de um só corpo ou entre as
moléculas de dois ou mais corpos em completo contato térmico.

2.1.2 CONVECÇÃO

Ainda nas considerações de Dossat (2004) a transmissão de calor por convecção


acontece quando há circulação de calor de um espaço para o outro devido a correntes que se
estabelecem no interior de um fluido. Estas correntes são conhecidas como correntes de
convecção resultante da alteração da densidade determinada pela expansão da porção
aquecida do fluido conforme. Figuras 2.1 e 2.2.

13
Figura 2.1 - Quarto aquecido por convecção natural

Fonte: Dossat (2004)

Figura 2.2 - Corrente de convecção produzida num recipiente com água quando este é
aquecido na parte central do fundo

Fonte: Dossat (2004)

2.1.3 RADIAÇÃO

No conceito de Dossat (2004) a transmissão de calor por radiação comparece se na


forma de oscilação de onda parecida ás ondas de luz. Julga que as moléculas de um corpo
depara se em rápida vibração e que esta vibração causa um movimento ondulatório no
ambiente que cerca o corpo. Nesta forma, a energia molecular interna do corpo se transforma

14
em ondas de energia radiante que como essas ondas de energia são interceptadas por diverso
corpo de matéria, estas são absorvidas por este corpo e transformadas em energia interna.

2.1.4 UNIDADE TÉRMICA BRITÂNICA

Na leitura de Dossat (2004) a quantidade de energia calorífica (Q) mede em Unidades


térmicas Britânicas (Btu). A Unidade Térmica britânica define como a quantidade de calor
necessário para mudar a temperatura de 1 lb de água 1ºF. Adicionando a 1 lb de água , 1 Btu
aumentara em 1ºF a temperatura de água. Igualmente retirando 1 Btu de 1lb de água
diminuirá a temperatura de água em 1ºF.

2.1.5 DE EXPANSÃO OU EVAPORAÇÃO DIRETA E INDIRETA

Na visão de Ênnio (1982), estes evaporadores são constituídos de chapas de aço


estampadas e ajustadas de tal forma a criar uma serpentina de tubos de diâmetros da ordem de
½’conforme Figura 2.3. Os coeficientes de transmissão de calor global para o caso valem:

a) Para o ar, por gravidade, 5 a 6 kcal/m²h°C;

b) Para o ar, com circulação forçada, 8 a 24 kcal/m²h°C;

c) Para gêneros em contato com a placa 10 a 14 kcal/m²h°C;

Figura 2.3 - Sistema de ar condicionado de expansão direta (condensação a ar).

Fonte: Creder (2004).

15
Ainda nas considerações, estes resfriadores podem ser classificados como de
superfície ou de mistura, para o resfriamento de gases, líquidos ou sólidos; de circulação
natural ou forçada; e de superfície externa seca ou molhada.

Sistema indireto o refrigerante é evaporado na serpentina do evaporador, que fica


mergulhado em um tanque de salmoura ou água gelada. Sendo assim, um refrigerante
secundário, é então circundada para as serpentinas das câmaras frigoríficas para resfriá-las,
em lugar da serpentina que retém o refrigerante primário conforme. Figura 2.4.

Figura 2.4 – Sistema de ar condicionado de expansão indireta (água gelada condensação a ar)

Fonte: Creder (2004).

No conceito de Creder (2004), para instalações de pequeno porte, de área inferior a


70m² (escritórios e residências), são mais indicados Split-Systems ou aparelhos de janela
(expansão direta). Este sistema apresenta as seguintes vantagens:

a) Pode ser instalado em tetos, paredes no interior, sem precisar utilizar as janelas;

16
b) Na parte interna, só haverá um ventilador e o evaporador, ficando as partes
barulhentas (compressor e condensador) em áreas de serviço ou no telhado conforme
Figura 2.5.

Figura 2.5 – Sugestão em corte para local de instalação de uma ou mais unidades
condensadoras a ar.

Fonte: Creder (2004).

Com isso alcançar um nível de ruído muito baixo. Contudo em locais de amplo
publico, por exemplo, igrejas, templos, ele não e aconselhado, pois não permite a renovação
de ar. É indispensável à instalação de exautores, de acordo com a norma NBR -16401.

Em locais que têm vários ambientes, pode se utilizar o sistema Multi Split, ou seja, um
condensador para atender a vários locais com volume de refrigerante variável (VRV). Isso
admite a aplicação de controles eletrônicos microprocessados que podem aferir a quantidade
de gás refrigerante para cada ambiente.

17
Tabela 2.1 – Calor liberado por pessoal (kcal/h)

Fonte: ABNT NRB 6401.

Na visão de cálculo de Creder (2004), carga térmica é a soma de calor sensível e


latente conforme Tabela 2.1, na maior parte das vezes expressa em Btu/h, ou em kcal/h, que
deve ser removida ou inserida no ambiente a fim de adequar as condições de conforto
desejadas.

2.1.6 CARGA DE CONDUÇÃO – CALOR SENSIVEL

Ainda na ótica a fórmula comum da transmissão de calor por condução e por hora
pode ser expressa conforme Equação 2.1, para materiais homogêneos, paredes planas e
paralelas:

18
(2.1)

Quando o material não é homogêneo, como, por exemplo, uma parede composta com
tijolos, massa e isolamento, a Equação 2.2 adota a seguinte forma:

(2.2)

A condutividade superficial é a quantidade de calor transferido, em kcal/h, do ar para a


superfície, ou vice-versa, por metro quadrado e por °C de diferença de temperatura
apresentado na Tabela 2.2.

Se o fluxo for constante, esta transferência pode ser expressa pela Equação 2.3:

(2.3)

Os valores de h dependem da cor e rugosidade da superfície, bem como da velocidade


do vento.

Os valores médios para h são:

a) ar parado = 1,46 a 1,63 Btu/h ft².°F = 7,13 a 7,96 kcal/h.m².°C;

b) ar a 12 km/h = 4,0 Btu/h ft².°F = 19,5 kcal/h.m².°C;

c) ar a 24 km/h = 6,0 Btu/h ft².°F = 29,3 kcal/h.m².°C;

Nos cálculos da carga térmica do ar condicionado, usa se um coeficiente U


apresentado na Tabela 2.4, mais fácil de ser obtido, aferindo se a temperatura do ar em ambos
os lados da superfície conforme Tabela 2.3. Esse coeficiente é chamado coeficiente global de
transmissão de calor e é determinado como o fluxo de calor por hora através de um m² de
superfície expressado na Equação 2.7, quando a variação entre as temperaturas do ar nos dois
lados da parede ou teto é de um grau centígrado conforme Equação 2.4.

(2.4)

Como são utilizados vários materiais nas paredes, para cálculos mais precisos
empregam se as resistências que cada material resiste ao fluxo conforme Tabela 2.2. As

19
resistências são os opostos das condutividades e condutâncias e são adicionadas do mesmo
modo que resistência em série de um circuito elétrico apresentado nas Equações 2.5 e 2.6.

Tabela 2.2 - Coeficiente de Transmissão de calor dos Materiais de Construção

Fonte: Creder (2004) adaptado.

20
Tabela 2.3 -- Diferencial de Temperatura Usado nos Projetos – DT – Baseado na Diferença de
9,4°C entre a Temperatura Externa e o Recinto Condicionado

Fonte: Creder (2004) adaptado.

Tabela 2.4 - Coeficientes Globais de Transmissão de Calor U em kcal . m². °C para Janelas e
Paredes.

Fonte: Creder (2004).

21
2.1.7 CARGA DEVIDA À INSOLAÇÃO – CALOR SENSÍVEL

Seguindo a linha de pensamento de Chaves (2009-2010) a mais intensa energia que a


terra recebe da natureza é a energia solar, que já e aproveitada como fonte de energia térmica,
quase sempre, implica na maior parte da carga térmica nos cálculos do ar condicionado, em
comum como radiação e convecção.

Por absorver, a energia de radiação solar é introduzida nos ambientes tanto em maior
quantidade quanto menos brilhante for a superfície refletora. Assim, tem a seguinte Tabela
2.5, que dá uma ideia do percentual de energia radiante em função da cor.

Tabela 2.5 - Percentual de Energia Radiante em Função da Cor

Fonte: Chaves (2009-2010).

Manifesta que este percentual é também uma função da rugosidade da superfície.


Deste modo, a temperatura dos tetos e paredes leva em consideração os seguintes fatores;

a) Coordenadas geográficas do local (latitude);

b) Inclinação dos raios do sol (depende da época do ano e da hora consideradas);

c) Tipo de construção;

d) Cor e rugosidade da superfície;

e) Refletância da superfície.

Para a estimativa da carga térmica é muito importante saber o horário de utilização do


ambiente a ser climatizado e realizar o cálculo para a incidência máxima do sol. No
Hemisfério Sul, nos meses de verão, a parede que ganha maior insolação é a direcionada para
oeste e entre 16 e 17 h, para as claraboias (teto de vidro), ao meio-dia.

22
Ao discriminar, com certa precisão o volume de calor por radiação e convecção
oriundos do sol, a quantidade que adentra nos recintos não é bem conhecida, sendo assim as
tabelas existentes oferecem uma avaliação satisfatória para os cálculos na pratica do ar
condicionado.

2.1.7.1 TRANSMISSÃO DE CALOR DO SOL ATRAVÉS DE SUPERFÍCIES


TRANSPARENTES
A energia radiante proveniente do sol incidente em uma superfície transparente
subdivide-se em três partes conforme Figura 2.6 e Equação 2.8.

(2.8)

Figura 2.6 -- Transmissão do calor solar através de vidro

Fonte: Creder (2004).

23
Tabela 2.6 - Coeficiente de transmissão do Calor Solar Através de Vidros (Fator Solar)

Fonte: Creder (2004).

24
A parcela que adentra no recinto é a que levamos em consideração para os cálculos
de carga térmica.

Na visão de Creder (2004), na Tabela 2.6, de origem americana, temos os valores do


fator solar obtido por ensaios para esta parcela em kcal/h por m² de área de vidro, ou W/m²,
supondo-se a janela sem proteção; caso seja protegida por toldos ou persianas, deve se
multiplicar os valores obtidos, pelos seguintes coeficientes da redução:

a) Toldos ou persianas externas: 0,15 – 0,20;

b) Persianas internas e reflexoras: 0,50 – 0,66;

c) Cortinas internas brancas (opacas): 0,25 – 0,61.

Esta tabela é utilizada para janelas com esquadrias de madeiras, para esquadrias
metálicas multiplicar por 1,15, apresentada na Equação 2.9.

2.1.7.2 TRANSMISSÃO DE CALOR DO SOL ATRAVÉS DE SUPERFÍCIE OPACO


No conceito de Creder (2004) as paredes, lajes e telhados conforme Tabela 2.7,
transmitem a energia solar para o interior dos recintos por condução e convecção, segundo a
Equação 2.10:

(2.10)

Tabela 2.7 - Acréscimo ao Diferencial de Temperatura - t em °F e em °C

Fonte: Creder (2004)

25
2.1.8 CARGAS DEVIDAS AOS DUTOS – CALOR SENSÍVEL

O ar insuflado em um ambiente condicionado retorna ao condicionador por meio da


alteração de pressão que é obtido pelo ventilador. Sendo assim o retorno do ar pode ser feito
de dois modos:

a) Sob a forma de plenum,ou seja utilizando um ambiente como o próprio recinto, um


corredor, o teto rebaixado etc..., como se fosse um condutor de ar.
b) Utilizando dutos de retorno.

De todo caso e inserido calor ao ar de retorno, que necessita fazer a troca de temperatura
pelas serpentinas do evaporador.

Os projetistas de ar condicionado sempre se deparam com uma situação de difícil decisão


como calcular a carga térmica dos dutos se ainda não foram realizados? Necessita saber a
quantidade de ar a ser insuflado do ambiente, e está quantidade de ar depende da carga
térmica.

A decisão mais rápida para resolver essa situação e de estimar o percurso e as dimensões
dos dutos conforme Tabela 2.8, assim que mensurar a quantidade de ar insuflado no ambiente,
mediante ao cálculo do sistema de dutos, fazer uma averiguação para se certificar se as
estimativas de carga térmica dos dutos foram adequadas. Se permanecer dentro da margem de
10% de erro, não há precisão de se recalcular a carga térmica.

Tabela 2.8- Coeficiente Global de Transmissão de Calor U para os dutos em Btu/h por Pé
Quadrado de Área Lateral e em kcal/h.m².°C de Área lateral

Fonte: Creder (2004).

26
Figura 2.7 - Área lateral dos dutos

Fonte: Creder (2004)

A carga térmica devida aos dutos é expressa na Equação 2.11:

(2.11)

A resolução da área lateral, A, pode ser feita como indicador na Figura 2.7. Se o duto
ficar apoiado na parede ou laje, a área lateral envolvida fica reduzida a Equação 2.12:

(2.12)

2.1.9 DIMENSIONAMENTO DOS DUTOS POR METODO DE IGUAIL PERDA

Em considerações de Stoecker (1985) em ar condicionado o duto retangular é


amplamente utilizado, de maneira que é imprescindível desenvolver uma equação para a
perda de carga ao decorrer nos dutos com esse tipo de seção transversal.

Sendo assim conforme Equação 2.13:

Aonde é o diâmetro equivalente do duto, em metros. A expressão para pode


ser conseguida considerando que para um duto circular o diâmetro é apresentada na Equação
2.14;

27
A expressão para um duto de seção retangular determina conforme Equação 2.15;

O diâmetro equivalente adquirido pela Equação 2.15 pode ser utilizado conforme a
Figura 2.8, sendo assim desde que se entre no gráfico com a velocidade real e o diâmetro
equivalente, obtido da Equação 2.15. A vazão de ar, porém, se aplica a dutos circulares ao
oposto de retangulares. Para que o gráfico da Figura 2.8 possa ser aplicado a dutos de seção
retangular, um novo diâmetro equivalente, , , deve ser determinado. Tendo a equação da
perda de carga deve estar em epigrafe em termos da vazão de ar, Qm³/s, em contrario da
velocidade. Utiliza uma expressão para na forma , para um duto circular resulta
na Equação 2.16.

E para um duto retangular, onde;

A perda de carga em um duto de seção retangular calculada pela Equação 2.18 deverá
ser a mesma que aquela alcançada na Equação 2.17, se a seguinte semelhança se conferir.

28
Figura 2.8 - Gráfico de perda de carga em dutos de chapa metálica, reto.

Fonte: Stoecker (1985).

29
Tabela 2.9 – Velocidade recomendadas e máximas para dutos de ar e equipamentos de
sistemas de baixa pressão

Fonte: NBR 6401 Ar Condicionado para Conforto.

Sendo assim a empresa Trane elabora um ábaco Figura 2.9 de fácil interpretação onde
os valores de entrada no ábaco são a velocidade recomendada para dutos conforme Tabela
2.9, e transformar a vazão metro cúbico por hora em litros pó segundo conforme Equação
2.20.

30
Figura 2.9 - Ductulador Ábaco de dimensionamento de dutos retangular e cilíndrico.

Fonte: trane.com

2.1.10 DIMENSIONAMENTO DAS GRELHAS DE DUPLA DEFLEXÃO

Conforme Tropical (2014) para ter a área efetiva das grelhas de dupla deflexão utilizar
a Equação 2,21 e transformar em unidade de medida dm² para usar a superfície livre conforme
tabela 2.10.

31
Tabela 2.10 – Superfície livre (dm²)

Fonte: Tropical (2014)

2.1.11 CARGA DEVIDO ÀS PESSOAS – CALOR SENSÍVEL E LATENTE

Sendo que a unidade do ar é vapor superaquecido e que aumentar a umidade é


aumentar a carga de calor latente.

A mistura do ar e vapor do ambiente é dirigida ao evaporador, ocorrendo à queda de


entalpia e consequente redução do calor sensível e condensação da parte do vapor com queda
da umidade. E o fluxo de ar volta ao ambiente mais frio e menos úmido. O ganho de calor
latente pode ser expresso em termos da massa da umidade.

Tendo o valor mediano do calor latente da vaporização para o vapor superaquecido no


ar é de 1.050 Btu/hlb, ou 583 kcal/hkg de vapor condensado. De tal modo, se almejamos saber
qual a quantidade de calor latente que precisa ser retirado do ar que percorre pela unidade
interna do condicionador, para que possua condensação da umidade, basta multiplicar a massa
do ar por este fator conforme Tabela 2.11 e Equações 2.22 e 2.23.

32
(2.22)

(2.23)

Tabela 2.11 - Calor Liberado pelas Pessoas


Fonte: Creder (2004).

2.1.12 CARGA DEVIDA AOS EQUIPAMENTOS – CALOR SENSÍVEL E LATENTE

Representa a abundância de calor sensível ou latente a ser removida do ar de um


recinto para que fiquem mantidas as condições desejadas. Fonte de calor que compõem
a carga térmica de verão surge do calor adquirido da ocupação, iluminação
artificial, equipamentos e etc..

2.1.12.1 CARGA DEVIDA AOS MOTORES – CALOR SENSÍVEL


Na ótica de Creder (2004) os motores elétricos, sendo dentro dos ambientes bem como
nos ventiladores de ar é adicionado uma carga térmica devido a sua dissipação de calor por
meio do rolamento, e essa carga deve ser removida pelo equipamento frigorígeno. É preciso
saber o tempo de duração do funcionamento ou se o uso é apenas esporádico.

Para os ventiladores, temos as seguintes equações:

a) Ventiladores dentro da corrente de ar conforme Equações 2.24 e 2.25:

(2.24)

(2.25)

33
b) Ventiladores fora da corrente de ar conforme Equações 2.26 e 2.27:

(2.26)

(2.27)

Utilizar a relação de 1 kWh igual a 860 kcal, para potência consumida conforme
Equação 2.28.

(2.28)

2.1.12.2 CARGA DEVIDA À ILUMINAÇÃO – CALOR SENSÍVEL

Iluminação Incandescente expressada na Equação 2.29:

q = watts x 3,4 (2.29)

Observação: Quando q é dado em Btu/h

Iluminação Fluorescente expressada na Equação 2.30:

q = total de watts x valor devido ao reator (2.30)

Para a carga térmica em kcal/h, usar a relação: 1 kWh = 860 kcal

A iluminação fluorescente precisa de um equipamento essencial para prover a tensão


necessária á partida e a limitação de corrente. Sendo assim o reator, que acrescenta cerca de
20% de carga; assim como na instalação só se utiliza de reatores duplos e de alto fator de
potência, pode-se reduzir essa carga adicional conforme Tabela 2.12.

Para o cálculo da carga térmica, nem sempre todas as lâmpadas estão ligadas para ser
realizado o levantamento dos cálculos, na maioria das vezes na hora em que a carga térmica
de insolação é máxima as lâmpadas podem encontrar se desligadas.

34
Tabela 2.12 – Energia Dissipada pelas Iluminação

Fonte: NBR 16401 Ar Condicionado para Conforto.

35
2.1.13 CARGA DEVIDA A INFILTRAÇÃO – CALOR SENSÍVEL E LATENTE

Com a circulação do ar externo ao recinto, permite a sua penetração por meio das
frestas nas portas, janelas ou outras aberturas. A situação acrescenta carga térmica sensível ou
latente. Bem que essa carga não possa ser calculada com exatidão, possui duas práticas que
permitem a sua avaliação: o método da troca de ar e o método das frestas.

2.1.13.1 MÉTODO DE TROCA DE AR


Nessa prática se considera a troca de ar por hora dos ambientes, de acordo com o
número de janelas e com base na Tabela 2.3. Realizar a trocar do ar significa extrair todo o ar
contido no ambiente por hora. Sendo assim o ar exterior será aumentado em relação ao ar do
ambiente. De tal modo, se num quarto temos, por exemplo, três paredes com janelas em
contato com o exterior, o calor carecido a penetração é calculado na base de duas trocas por
hora. Conhecido o fluxo de ar em pés cúbicos por minuto e tendo as temperaturas do ar
exterior e do ambiente, usa se a Equação 2.31, para se obtiver o calor sensível que adentra no
ambiente:

(2.31)

À formula é assim obtido, como sabe a Equação 2.32 do calor sensível para o ar é:

(2.32)

Podemos usar a vazão de ar Q em CFM, em vez do peso em libras, teremos que


considerar conforme Equação 2.33:

(2.33)

Aonde: 13,34 pés cúbicos é o volume ocupado por 1 libra de ar nas condições
habituais.

Bem como o calor especifico do ar é 0,24, temos apresentada as Equações 2.34 e 2.35:

(2.34)

(2.35)

36
Tabela 2.13 - Trocas de Ar por Horas nos Recintos

Fonte: Creder (2004).

Assim 0,833 m³ são o volume ocupado por 1 kg de ar, nas condições habituais.

Como o calor especifico do ar nas condições habituais é 0,24 kcal/kg °C, conforme
apresentada Equações 2.36 e 2.37:

(2.36)

(2.37)

2.1.13.2 MÉTODO DAS FRESTAS


O fluxo de ar exterior no interior do ambiente depende da velocidade do vento.
Estudos de laboratórios registrados na Tabela 2.14, multiplicados pela extensão linear da
fresta, oferecem a quantidade de calor que o ambiente recebe.

Assim como no ambiente a pressão do ar é superior á do ar exterior, não há troca do ar


de fora e essas parcelas podem ser desprezadas.

O ar embutido aumenta a carga térmica em calor sensível e calor latente. A carga de


calor sensível é dada pela mesma Equação 2.37, e a carga de calor latente são dadas conforme
Equação 2.38:

(2.38)

37
Tabela 2.14 - Infiltração de Ar Exterior

Fonte: NBR 6401 Ar Condicionado para Conforto.

2.1.14 CARGA DEVIDA À VENTILAÇÃO

Na visão de Creder (2004) já foi dito que o ar insuflado num ambiente condicionado
regressa ao equipamento de refrigeração, impulsionado pelo ventilador que precisa ser
dimensionado de modo a bater todas as perdas de cargas estáticas e dinâmicas que são
apresentadas em todo o circuito do ar. Parte desse ar é perdida pelas frestas, aberturas,

38
exaustores etc. devendo ser recompletada pelo ar exterior. Além desse fluxo de ar que
recompleta as perdas, há o ar imprescindível ás pessoas, em metros cúbicos por horas, ou pés
cúbicos por minuto, dados esses fornecidos pela Tabela 2.15, baseada na NBR-6401 que foi
revisada e atualizada para NBR -16401, conforme Equações 2.37 e 2.40.

(2.37)

(2.41)

Tabela 2.15 - Ar Exterior para Ventilação

Fonte: Creder, H. (2004).

Conforme a Portaria nº 3.523/GM Em, 28 de agosto de 1998 (DOU 166 31.8.98,


Seção I, págs. 40 a 42). Art. 5 - f. garantir a adequada renovação do ar de interior dos
ambientes climatizados, ou seja, no mínimo de 27 m³/h/pessoa.

39
O ar exterior introduz calor sensível e latente ao ser misturado com o ar de retorno
antes de passar pelo evaporador apresentada na Equação 2.41.

2.1.15 CARGA TÉRMICA TOTAL

Seguindo o raciocínio, conhecida a carga térmica devida à condução, insolação, dutos,


equipamentos, pessoas, infiltração e ventilação e acrescentar, temos o somatório de calor
sensível e calor latente e retirar (ou colocar) do ambiente para alcançar as condições de
conforto desejadas. Adicionando ambos, temos o calor total.

Assim como fator de segurança para receber os fluxos de ar de calor no ambiente


climatizado, acrescentamos mais 10% aos cálculos.

Normalmente almejamos o resultado em toneladas de refrigeração, por isso dividimos


por 12.000 Btu/h, por 3,52 kW ou por 3.024 kcal/h o total de kcal/h.

2.1.16 TOTAL DE AR DE INSUFLAMENTO

Conhecida a carga térmica de calor sensível a ser retirada do ambiente e as condições


do ar interior e de insuflamento, conseguimos conhecer a quantidade de ar em CFM (cubic
feet per minute), usando a Equação 2.35, se optem a Equação 2.42:

(2.35)

Q (2.42)

Em unidade SI, usando a Equação 2.37, se optem a Equação 2.43:

(2.37)

(2.43)

40
Figura 2.10– Carta Psicrométrica
Fonte: Creder (2004).

2.1.17 ESTIMATIVA DE CARGA TÉRMICA DE VERÃO

De um cálculo aproximado ou para instalações menos elaboradas, pode utilizar a


Tabela 2.16, que oferece uma estimativa para levantamento de carga térmica de verão. É útil
para a averiguação de cálculo de carga térmica, conforme mencionado longo do trabalho.

Tabela 2.16 - Estimativa de carga Térmica de Verão

Fonte: Creder (2004) adaptada.

41
3 METODOLOGIA

A metodologia consiste em cálculos de equações de condução, radiação com as


informações adquiridas das tabelas, layouts para se chegar ao conhecimento total de carga
térmica adquirida pelo ambiente. Sendo assim utilizando o melhor método para uma
determinada área.

A empresa TECNO AIR COM. ENG. LTDA, situada em uma área no centro de São
José dos Campos, ocupa um prédio como escritório, prestando serviços de instalação e
manutenção preventiva e corretiva em sistemas de ar condicionado conforme Figura 3.1. Este
escritório está localizado em uma região tropical, com temperaturas acima da linha do
conforto térmico, ocupando uma área de 124,9 m² valore apresentado na Tabela 3.1,
localizado no segundo pavimento do edifício, ficando acima das demais construções ao seu
redor com pé direito padrão de acordo com ABNT, localizado nas coordenadas 23°
12’32.0’’S, 45°53’12.6’’W.

Figura 3.1 – Planta baixa do escritório da empresa

42
Tabela 3.1 - Área da empresa

Escritório Sala do Sala do Sala da Sala de Total


Layout
Geral Financeiro Diretor Gerência Reunião (m²)

Área A1 A2 A3 A4 A5
96,26
(m²) 40,25 9,86 9,67 14,27 22,21

O escritório possui laje construída em alvenaria e telhado com telhas de cerâmica, e


para melhorar as condições de conforto térmico, utilizamos dois ventiladores axiais, com
1150 rotações por minuto, motor de 1/20cv e potência 100 w, os quais contribuem para uma
leve melhoria nas condições de conforto térmico.

O estabelecimento possui dez janelas basculantes que quando totalmente abertas,


permitem a renovação do ar no local, que possui fontes de calor provenientes de quatro
impressoras, com quatro computadores e quatro notebooks. Nestas condições a temperatura
de bulbo seco atinge 29ºC, com umidade relativa de 75%, não atendendo os parâmetros
Tabela 3.2 e entre outros fatores prejudicando a produtividade e deixando em dúvida a
qualidade do ar. A velocidade do ar atinge 0,15 m/s tornando o ambiente desconfortável para
os ocupantes conforme mostra Figura 3.2.

Como não se consegue suprir e atingir a troca térmica necessária dissipando para o
ambiente externo a carga térmica interna, o rendimento dos usuários das salas fica
comprometido, acarretando baixa produtividade, pois a temperatura e umidade não atendem
as condições previstas de conforto, tanto no verão valores apresentado na Tabela 3.3 quanto
no inverno.

43
Tabela 3.2 – Condições de conforto para verão

Fonte: Creder (2004) adaptado.

Tabela 3.3 – Condições de extremas recomendadas para o verão (°C).

Fonte: Creder (2004) adaptado.

44
Figura 3.2 – Efeito do movimento do ar sobre o conforto de uma pessoa ou calor sensível

Fonte: Creder (2004).

É necessário coletar as informações de localização do ambiento e atividade exercida


no local a ser climatizado como um todo, para cálculo de carga térmica, e ter como referência
a posição dos raios solares que é um dos principais fatores que contribuem para o aumento de
temperatura.

A posição do sol influencia na carga térmica do local e considerando que o sol nasce no
leste e se põe no oeste, os raios solares são mais intensos nestas fachadas pela parte da manhã
e da tarde, respectivamente.

3.1 CONDIÇÕES EXTERNAS DE PROJETO:

Temperatura de bulbo seco (Ver Tabela 3.3, região sudeste, São Paulo no verão)...........34,9°C

Temperatura de bulbo úmido (verão)...................................................................................24°C

45
3.2 CONDIÇÕES INTERNAS DE PROJETO:

Temperatura de bulbo seco (a ser atingida pelo climatizador de ar no verão).....................24°C

Umidade relativa (não controlada)........................................................................................50%

Variação de temperara Te – Ti = 34,9°C – 24°C = 10,9°C

3.3 CÁLCULO DA CONDUÇÃO DE CALOR

3.3.1 TRANSMISSÃO DE CALOR DO SOL ATRAVÉS DE SUPERFÍCIES OPACAS


(PAREDES, PISOS TETOS):

1 - Emboço de 2 cm

2 - Tijolo comum de uma vez:

3 - Velocidade do ar externo: 24 km/h

4 - Ar interno: 0,15 m/s (considerado


parado)
Figura 3.3 – Camadas da Parede

Paredes externas para Nordeste (ponto entre o lado Norte e o Leste) conforme Figura
3.3:

a) Tipo de Parede: Alvenaria com Reboco de 2 cm interno e externo, conforme Tabela


2.2

b) Reboco de 2 cm: C = 1/2,39 kcal/h.m².°C

c) Tijolo de uma vez de 20 cm (comum): C = 0,2/1,11

d) Ar exterior (vento de 24 km/h): 1/ h = 1/29,3 = 0,034

e) Ar interior (ar parado): 1/h =1/7,13 = 0,140

f) Acréscimo ao diferencial de temperatura (∆T) = 8,3 °C (Ver Tabela 2.7, cor media)

46
Observação: Como se trata de uma parede voltada para o nordeste foi retirada a media
em N e E.

g) Área de parede na A1 = 17,50 m², área de parede na A5 = 20,25 m²

h) Área de Toda Parede: 37,75 m²

i) Área das Janelas: Sala de reunião (A5) são duas janelas de 2 m², com total de 4 m²

j) Área Total ( ): Área de Toda Parede – Área das Janelas

l) Resistência Total dos materiais (R):

Cálculo do coeficiente global (U):

Área total ( ):

Sendo assim:

(2.10)

Paredes externas para Sudoeste (ponto entre o lado Sul e o Oeste) conforme Figura
3.3:

a) Tipo de Parede: Alvenaria com Reboco de 2 cm interno e externo, conforme Tabela


2.2
47
b) Reboco de 2 cm: C = 2,39 kcal/h.m².°C

c) Tijolo de uma vez de 20 cm (comum): C = 0,2/1,11

d) Filme exterior (vento de 24 km/h): h = 29,3

e) Filme interior (ar parado): h = 7,13

f) Acréscimo ao diferencial de temperatura (∆T) = 5.5 °C (Ver Tabela 2.7, cor media)

Observação: Como se trata de uma parede voltada para sudoeste foi retirada a media
em S e O.

g) Temperatura máxima do exterior: 34,9 °C (Ver Tabela 3.3, região sudeste, São
Paulo)

h) Temperatura do interior: 24 °C (A ser atingida pelo climatizador de ar)

i) Área de Toda Parede: 35,125 m²

j) Área das Janelas: Sala do financeiro (A2) e Sala do diretor (A3) janelas de 1,8m²,
com total de 3,60 m².

l) Área Total ( ): Área de Toda Parede – Área das Janelas

Resistência Total (R):

Cálculo do coeficiente global (U):

Área total ( ):

48
Sendo assim:

(2.10)

Paredes externas para Noroeste (ponto entre o lado Norte e o Oeste) conforme Figura
3.3:

a) Tipo de Parede: Alvenaria com Reboco de 2 cm interno e externo, conforme Tabela


2.2

b) Reboco de 2 cm: C = 2,39 kcal/h.m².°C

c) Tijolo de uma vez de 20 cm (comum): C = 0,2/1,11

d) Filme exterior (vento de 24 km/h): h = 29,3

e) Filme interior (ar parado): h = 7,13

f) Acréscimo ao diferencial de temperatura (∆T) = 8,3 °C (Ver Tabela 2.7, cor media)

Obs: Como se trata de uma parede voltada para o noroeste foi retirada a media em O e
N.

g) Temperatura do exterior: 34,9 °C (Ver Tabela 3.3, região sudeste, São Paulo)

h) Temperatura do interior: 24 °C (A ser atingida pelo climatizador de ar)

i) Área de Toda Parede: 10,98m²

j) Área das Janelas: Sala da gerência (A4) janelas de 1,8m²

l) Área Total ( ): Área de Toda Parede – Área das Janelas

Resistência Total (R):

49
Cálculo do coeficiente global (U):

Área total ( ):

Sendo assim:

(2.10)

Piso sobre ambiente não climatizado:

a) Tipo de piso: Concreto interno, valores conforme Tabela 2.4.

b) Concreto interno 20 cm: U = 2,59 kcal/h.m².°C

c) DT (Diferença de Temperatura): 5,5 °C (Ver Tabela 2.3)

d) Área toda a laje: 124,9 m²

e) Área dos banheiros, serviço e escada (A1): 7,86 + 4,11 + 4,41 + 3,87+ 8,39 = 28,64
m².

f) Área total ( ):

Sendo assim:

(2.4)

50
Tetos sobre telhados com ou sem sótão:

a) Tipo de tetos: Concreto interno, valor conforme Tabela 2.4

b) Concreto interno 20 cm: U = 2,59 kcal/h.m².°C

c) DT (Diferença de Temperatura): 9,4 °C (Ver Tabela 2.3)

d) Área toda a laje: 124,9 m²

e) Área dos banheiros, serviço e escada (A1): 7,86 + 4,11 + 4,41 + 3,87+ 8,39 = 28,64

f) Área total ( ):

Sendo assim:

(2.4)

3.3.2 TRANSMISSÃO DE CALOR DO SOL ATRAVÉS DE SUPERFÍCIES


TRANSPARENTES (VIDROS):

Janelas externas para Nordeste (ponto entre o lado Norte e o Leste):

a) Área das Janelas: Sala de reunião (A5) são duas janelas de 2m², com total de 4 m²

b) Coeficiente Global de Transmissão de Calor U: 5,18 kcal/h.m².C°, valor conforme


Tabela 2.4.

c) Temperatura do exterior: 34,9 °C (Ver Tabela 3.3, região sudeste, São Paulo)

d) Temperatura do interior: 24 °C (A ser atingida pelo climatizador de ar)

(2.4)

Janelas externas para Sudoeste (ponto entre o lado Sul e o Oeste):


51
a) Área das Janelas: Sala do financeiro (A2) e Sala do diretor (A3) janelas de 1,8m²,
com total de 3,60 m².

b) Coeficiente Global de Transmissão de Calor U: 5,18 kcal/h.m².C°, valor conforme


Tabela 2.4.

c) Temperatura do exterior: 34,9 °C (Ver Tabela 3.3, região sudeste, São Paulo)

d) Temperatura do interior: 24 °C (A ser atingida pelo climatizador de ar)

(2.4)

Janelas externas para Noroeste (ponto entre o lado Norte e o Oeste):

a) Área das Janelas: Sala da gerência (A4) janela de 1,8m².

b) Coeficiente Global de Transmissão de Calor U: 5,18 kcal/h.m².C°, valor conforme


Tabela 2.4.

c) Temperatura do exterior: 34,9 °C (Ver Tabela 3.3, região sudeste, São Paulo)

d) Temperatura do interior: 24 °C (A ser atingida pelo climatizador de ar)

(2.4)

Janelas externas para Sudeste (ponto entre o lado Sul e o Leste):

a) Área das Janelas: Escritório Geral (A1) janela de 17,27 m²

b) Coeficiente Global de Transmissão de Calor U: 5,18 kcal/h.m².C°, valor conforme


Tabela 2.4.

c) Temperatura do exterior: 34,9 °C (Ver Tabela 3.3, região sudeste, São Paulo)

d) Temperatura do interior: 24 °C (A ser atingida pelo climatizador de ar)

(2.4)

52
Total de carga (Q) térmica adquirida no recinto devido a CONDUÇÂO EXTERNA:
5340,550 Kcal/h

3.4 CÁLCULO DA RADIAÇÃO SOLAR

3.4.1 TRANSMISSÃO DE CALOR DO SOL ATRAVÉS DE SUPERFÍCIES


TRANSPARENTES (VIDROS):

Janelas voltadas para Nordeste (ponto entre Norte e o Leste)

a) Área das Janelas: Sala de reunião (A5) são duas de janelas de 2 m².

b) Fator solar – 8h do dia 21 de janeiro/21 de novembro: U= 260 kcal/h, Tabela 2,6


(Valor máximo para janelas voltadas para o nordeste).

c) Por ter esquadrias de alumínio multiplicar por 1,15:

Janelas voltadas para Sudoeste (ponto entre Sul e o Oeste)

a) Área das Janelas: Sala do financeiro (A2) e Sala do diretor (A3) janelas de 1,8m²,
com total de 3,60 m².

b) Fator solar – 8h do dia 21 de janeiro/21 de novembro: U = 33 kcal/h, Tabela 2,6


(Valor máximo para janelas voltadas para o nordeste).

c) Por ter esquadrias de alumínio multiplicar por 1,15:

Janelas voltadas para Noroeste (ponto entre Norte e o Oeste)

a) Área das Janelas: Sala da gerência (A4) janelas de 1,8m²

53
b) Fator solar – 8h do dia 21 de janeiro/21 de novembro: U = 33 kcal/h, Tabela 2,6
(Valor máximo para janelas voltadas para o sudeste).

c) Por ter esquadrias de alumínio multiplicar por 1,15:

Janelas voltadas para Sudeste (ponto entre Sul e o Leste)

a) Área das Janelas: Escritório Geral (A1) janela de 17,27 m²

b) Fator solar – 8h do dia 21 de janeiro/21 de novembro: U = 372 kcal/h, Tabela 2,6


(Valor máximo para janelas voltadas para o sudeste).

c) Por ter esquadrias de alumínio multiplicar por 1,15:

Total de carga (Q) térmica adquirida no recinto devido a RADIAÇÃO: 8191,036 Kcal/h

3.5 CÁLCULO DE CARGA DEVIDA ÀS PESSOAS – CALOR SENSÍVEL E LATENTE

a) Total de pessoas sentadas e em movimento lento igual a 8.


b) Pela Tabela 2.11, temperatura desejável de 24°C, temos:
Carga Sensível = 66 kcal/h
Carga Latente = 34 kcal/h
c) Fator de multiplicação tabelado devida a temperatura que deseja no recinto.

(2.22)

Calor sensível:

Calor latente:
54
(2.23)

Total de carga (Q) térmica adquirida no recinto devido a OCUPAÇÃO: 800 Kcal/h

3.6 EXPRESSANDO O CÁLCULO DE CONDUÇÃO DAS PAREDES INTERNAS:

a) Tipo de Parede: Tijolo maciço de alvenaria com Reboco de 2 cm interno e externo,


valores conforme Tabela 2.4
b) Tijolo maciço de uma vez de 24 cm: U = 1,66 kcal/h.m².°C.
c) DT (Diferença de Temperatura): 5,5 °C (Ver Tabela 2.3, divisórias).

(2.11)

Sendo assim conforme valores apresentados na Tabela 3.4.

Tabela 3.4 - Cálculo de condução das paredes internas

A (m²) U (kcal/h.m².°C) DT (°C) q (kcal/h)

Paredes
27,12 1,66 5,5 247,606
internas da A1
Paredes
6,85 1,66 5,5 62,541
internas da A2
Paredes
6,85 1,66 5,5 62,541
internas da A3
Paredes
9,4 1,66 5,5 85,822
internas da A4
Paredes
13,75 1,66 5,5 125,538
internas da A5

Total de carga (Q) térmica adquirida no recinto devido a CONDUÇÃO INTERNA:


584,046 Kcal/h

55
3.7 CÁLCULO DEVIDO AOS DUTOS – CALOR SENSÍVEL

A princípio o cálculo será uma estimativa, pois necessita primeiramente determinar a


carga térmica de calor sensível e total, e o volume de ar de insuflamento necessário, para
posteriormente desenvolver o projeto das redes de dutos de insuflamento e retorno de ar e
retornar a este item de carga térmica, e verificar se atente a estimativa inicial.

a) Comprimento do duto (aproximado): 28,5metros

b) Estimativa de carga térmica por área de piso com pé direito padrão e atividade: 20 m²
/ 116,6Kcal/h, utilizando a tabela 2.16 ( valor da media entre padrão de instalação)

c) Área total: 104,65 m²

d) Carga térmica estimada = 104,65 m² x 3024 Kcal/h / 20 m² = 15.823,08 Kcal/h

e) Vazão de insuflamento de ar média: 680 m³/h / 3.024 Kcal/h (do fabricante)

f) Vazão de ar de insuflamento = 680 x 15.823,08 / 3.024 = 3.558,10 m³/h

g) Velocidade de ar nos dutos = 6,5 m/s (Tabela 2.9 para dutos principais em edifícios
públicos)

h) Área da seção transversal inicial dos dutos: Área = Vazão / Velocidade

i) A = 3558,10 / 6,5 x 3600 = 0,152 m² = 1520 cm²

j) Dimensão inicial do duto (a x b): 40 x 38 cm

l) Comprimento total do duto (c): 28,5 m

m) Estimativa de temperatura do ar interno ao duto: 16°C

n) Temperatura ambiente: 24°C

p) Chapa metálica não isolada: 5,76 kcal/h m² °C ( conforme Tabela 2.8)

q) Área do duto:

(2.12)

56
Duto não isolado:

(2.11)

Total de carga (Q) térmica adquirida no recinto devido ao DUTO: 1.523,404 Kcal/h

3.8 CÁLCULO DEVIDO AOS EQUIPAMENTOS – CALOR SENSÍVEL.

Existe uma dissipação de calor para o ambiente devido:

a) 2 ventiladores dentro da corrente de ar:

b) Cv = 1/20

c) Rendimento ( ): 46%

(2.25)

Para dois ventiladores será adicionado no ambiente uma carga térmica ao ar circulante
de 1,593 kW = 1.370,391 kcal/h.

d) Computadores dentro da corrente de ar igual a 4

e) Utilizar a relação de 1 kWh igual a 860 kcal.

f) Potência = 422 W

(2.28)

g) Notebook dentro da corrente de ar igual a 4

h) Utilizar a relação de 1 kWh igual a 860 kcal.

i) Potência = 66,69 W

(2.28)
57
j) Impressoras dentro da corrente de ar igual a 3.

l) Utilizar a relação de 1 kWh igual a 860 kcal.

m) Potência = 440 W

(2.28)

n) Copiadora dentro da corrente de ar igual a 1

o) Utilizar a relação de 1 kWh igual a 860 kcal.

p) Potência = 1.500 W

(2.28)

Total de carga (Q) térmica adquirida no recinto devido aos EQUIPAMENTOS:


5.476,685 Kcal/h

3.9 CÁLCULO DEVIDO À ILUMINAÇÃO – CALOR SENSÍVEL.

a) Iluminação fluorescente: Sem reator

b) Escritório: 7 lâmpadas de 36W = 252 W.

c) Para obter a carga térmica em kcal/h, usar a relação 1 kWh = 860 Kcal.

q = total de watts x valor devido ao reator (2.30)

58
Total de carga (Q) térmica adquirida no recinto devido a ILUMINAÇÃO:
Kcal/h

3.10 CÁLCULO DEVIDO À INFILTRAÇÃO – CALOR SENSÍVEL E LATENTE.

MÉTODO DAS FRESTAS:

a) Tipo de Troca por hora, valores conforme Tabela 2.13.

b) Condições de infiltração de ar exterior, valores conforme Tabela 2.14.

c) Temperatura do exterior: 34,9 °C (Ver Tabela 3.3, região sudeste, São Paulo).

d) Temperatura do interior: 24 °C (A ser atingida pelo climatizador de ar).

e) Perímetro das janelas: altura x largura x 2.

f) Perímetro das portas: altura x largura x 2.

g) Vazão = Perímetro x Vazão por metro de fresta.

Tabela 3.5 - Cálculo devido à infiltração

Perímetro Vazão por metro de Vazão Total de


Quantidade
em (m) fresta(m³/h) (m³/h) vazão (m³/h)
Janela maior 1 19,18 3 57,54
Janela media 2 12 3 72
286,74
Janela pequena 3 4,9 3 44,1
Portas 3 5,8 6,5 113,1

Utilizar o maior valor de vazão ou de infiltração ou a estabelecida conforme Anexo A,


no caso o maior estabelecido e o apresentado na Tabela 3.5.

= 0,0145 kg/kg, TBS = 34,9°C, TBU = 24°C (Conforme Figura 2.10).

= 0,0102 kg/kg, TBS = 24°C, UR = 50% (Conforme Figura 2.10).

59
(2.37)

(2.41)

Total de carga (Q) térmica adquirida no recinto devido a INFILTRAÇÃO:


Kcal/h

3.11 TOTAL DE AR INSUFLADO

Total de calor sensível a retirar do ambiente é igual a 23.901,421 kcal/h

Temperatura do exterior: 34,9 °C (Ver Tabela 3.3, região sudeste, São Paulo)

Temperatura do interior: 24 °C (A ser atingida pelo climatizador de ar)

(2.43)

3.12 DIMENSIONAMENTO DOS DUTOS POR METODO DE IGUAIS PERDAS

Obtém os valores de carga térmica de cada área, com isso tem os valores de
insuflamento dos recintos climatizados.

Mensuramos os valores de vazão dos ambientas em l/s, para utilizar o método de iguais
perdas, ou seja, de igual em todo o duto. Adotar a velocidade inicial dos dutos principais
de 6,5 m/s conforme a Tabela 2.9.

Sendo assim:

(2.43)

60
Tabela 3.6 - Carga térmica por área

Ambiente A1 A2 A3 A4 A5 A total

Carga térmica
15.624,06 2.432,405 1.084,858 1.782,546 2.977,552 23.901,421
(Kcal/h)

Vazão (m³/h) 4.943 770 343 564 942 7.562

Valores apresentados na Tabela 3.8, utiliza a vazão para transformar em litros por
segundo conforme equação a baixo.

Assim:

Tabela 3.7 – Trecho dos dutos

Pressão Dimensão dos


Trecho dos dutos Vazão (m³/s) Vazão (l/s)
constante dutos
AB 7.562 2.100 0,7 600x550
BC 6.527 1.815 0,7 600x500
CD 5.713 1.590 0,7 550x500
DE 4.943 1.375 0,7 500x500

Obtendo as vazões consegue se dimensionar cada trecho do duto conforme Tabela 3.7
utilizando o ábaco da Trane que favorece a escolha a partir de iguais perdas, pois se mantém o
mesmo em cada redução da área do duto, sendo assim mantendo o fluxo de
insuflamento conforme Figura 3.4.

61
Figura 3.4 – Escopo do dimensionamento

Sendo assim conforme a Tabela 3.8, obtém o valor de vazão de cada grelha,
ressaltando que não haverá perda de pressão dentro do duto mantendo o insulamento
constante.

Tabela 3.8 – Vazão da boca da grelha

Boca 1 Boca 2 Boca 3 Boca 4 Boca 5 Boca 6 Boca 7


Vazão (m³/h) 564 471 343 471 770 2.471,5 2.471,5
Vazão (l/s) 157 131 95 131 214 687 687

Tabela 3.9 – Superfície livre da grelha

Boca 1 Boca 2 Boca 3 Boca 4 Boca 5 Boca 6 Boca 7


Área (m²) 0,0626 0,0523 0,0381 0,0523 0,0855 0,2746 0,2746
Área (dm²) 6,26 5,23 3,81 5,23 8,55 27,46 27,46

Sendo assim conforme a Figura 2.9, obtém o valor da dimensão da grelha, ressaltando
que o valor da área da boca do duto se trata da do ar livre para passagem, que não pode
ultrapassar a dimensão do duto no trecho conforme apresentado na Figura 3.5.

62
Utilizando o ábaco conforme Figura 2.9, resulta no dimensionamento da grelha para
cada ambienta climatizado valores apresentado na Tabela 3.10.

Conforme apresentado nas Figuras 3.6 e 3.7, uma pré-visualização do dos dutos
montados no escritório.

Tabela 3.10 – Dimensão da grelha

Boca 1 Boca 2 Boca 3 Boca 4 Boca 5 Boca 6 Boca 7


Altura x
Comprimento 250x350 300x250 150x350 300x250 400x300 300x1250 300x1250
(mm)

Figura 3.5 – Escopo do dimensionamento da boca da grelha

Figura 3.6 – Duto vista superior


63
Figura 3.7 – Duto montado

Figura 3.8 – Duto de retorno

64
4 RESULTADOS

Depois de finalizadas as instalações, as vazões de ar de insuflamento foram


balanceadas em todos os ambientes, através de dampers e registros instalados, medindo-se o
valor real e ajustando para o calculado em cada grelha de insuflamento. Paralelamente,
acompanhou-se a temperatura do respectivo local, a qual deveria manter-se entre 24°C 2°C.
Os resultados foram satisfatórios, de acordo com Tabela abaixo 4.1:

TABELA 4.1 – Vazão e temperaturas projetadas

VAZÃO DE AR (m³/h) TEMPERATURA AMBIENTE (°C)


AMBIENTE
PROJETADA PROJETADA
A1 4.943 24 2
A2 770 24 2
A3 343 24 2
A4 564 24 2
A5 942 24 2

Com relação à qualidade do ar ambiente, de acordo com Resolução n° 9, do Ministério


da Saúde, será contratada uma empresa especializada em análise do ar para a coleta de
amostras e elaboração de laudo. Devido ao resfriamento promovido pelo climatizador e à
renovação de ar, os resultados obtidos atenderam plenamente aos critérios de
TEMPERATURA e CO2. Cabe ressaltar que houve a filtragem do ar, como consequência de
filtros de lã de rocha descartável G4, instalados no retorno de ar do equipamento.

O climatizador com sistema de dutos, com grelhas dimensionadas e reguladas para


fornecer a vazão de ar coerente para cada recinto, permite satisfatória eficiência na
distribuição de ar, mantém ambientes com temperaturas homogêneas elimina “ilhas de
temperatura”. Logo, um bom projeto de ar condicionado possibilita a economia no consumo
de energia e garante o não superdimensionamento ou subdimensionamento, situação rotineira
em empresas não preparadas tecnicamente para atuar.

Nesse tipo de sistema, existe a necessidade de intervenções de manutenção preventiva


periódica. Não realizá-las pode prejudicar a qualidade do sistema e os resultados de conforto
previstos. Cabe lembrar que não se trata apenas de se ter um ambiente climatizado, mas sim

65
um em que há ar de qualidade. Assim, a renovação e a filtragem são fundamentais, haja vista
que não permitem a permanência de um ar viciado com fungos e bactérias.

Tendo em vista essas condições, a instalação de ar condicionado com dutos, conforme


proposto e mensurado no projeto, atende à necessidade para suprir a carga térmica do
ambiente e às seguintes condições internas de projeto:

a) Temperatura de projeto de 24°C


b) Umidade relativa de 50% (não controlada)
c) Área construída do prédio de 124,9 m².

Ponderar os equipamentos do mercado de ar condicionado, que atende ao ar de


insuflamento calculado na vazão de 7.561,347 m³/h, com uma carga térmica para retirar do
ambiente de 23.901,421 kcal/h, transformando em tonelada de refrigeração e aproximado de
8TR.

66
5 CONCLUSÃO

Neste trabalho abordou o assunto de instalação de ar condicionado com sistema de


dutos. Conforme as Normas Técnicas estabelecidas, para que o resultado seja satisfatório em
todos os níveis do projeto, são necessárias, de modo quantitativo, observações e levantamento
de dados. Se o sistema atender às determinações técnicas vigentes, a qualidade do ar ambiente
será melhorada, o calor será contido e será garantida a pureza do ar.

Atualmente, os equipamentos não atendem à necessidade do escritório. Não há


ventiladores em todas as salas e, mesmo naquelas em que estão presentes, não trazem o
conforto necessário, o que motiva mal estar entre os colaboradores. Desse modo, o projeto e
instalação de ar condicionado tornará o ambiente confortável, aumentará a produtividade e a
concentração dos colaboradores, e, consequentemente, acarretará retorno financeiro à
empresa. É apropriado salientar que o clima no mundo, particularmente no Vale do Paraíba,
sofreu várias alterações nos últimos anos, ou seja, o sistema de ar condicionado passou a ser
uma ferramenta motivadora, uma vez que traz conforto e bem estar para o usuário.

Como pôde ser observado no decorrer do trabalho, o projeto é viável. Entretanto, para
que seja posto em prática, serão necessárias algumas modificações no prédio. Será preciso,
por exemplo, construir uma casa de máquina para alojar o equipamento na área externa. Ela
permitirá receber o ar de retorno e o de renovação, lançado a mistura ao ambiente (ar de
insuflamento), filtrada e condicionada, climatizando o ambiente interno. As portas de cada
ambiente também terão de ser readequadas. Nelas, deverão ser instaladas grelhas que
possibilitem o retorno de ar para o corredor de acesso e deste ponto, devido ao diferencial de
pressão gerado pelo ventilador do equipamento, encaminhado à casa de máquinas pelo duto
de retorno. Logo, tanto o sistema de dutos de insuflamento como o de retorno de ar serão
aparentes, conforme projeto sugerido, e poderão ser do tipo giroval, apropriados esteticamente
para esta condição.

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6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Edição. Editora LTC – Rio de Janeiro, 1990.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6401: Instalações centrais


de ar-condicionado para conforto – Parâmetros básicos de projetos. Rio de Janeiro, 1980. 17p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 16401-2: Instalação de ar


condicionado – Sistemas centrais e unitários / Parte 2: Parâmetros de conforto térmico. Rio de
Janeiro, 2008.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 16401-3: Instalação de ar


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Janeiro, 2008.

BORGNAKKE, V. W. S. Fundamentos da termodinâmica. 6ª edição. Editora Blucher –


São Paulo, 2003.

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http://www.trane.com/commercial/north-america/us/en/products-systems/design-and-
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68
RESOLUÇÃO 9 - Portaria nº 3.523/GM, Em, 28 de agosto de 1998,(DOU 166 31.8.98,
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http://www.ribeiraopreto.sp.gov.br/ssaude/vigilancia/vigsan/e-a-saude/p-portaria-3523-
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São Paulo, 1968.

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em: http://www.industriastosi.com.br/index.php/tropical-ar-sob-controle/#> Acesso em
08/11/2014.

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