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Nos últimos anos, a crescente demanda mundial por energia elétrica em consonância
com o esgotamento das matrizes tradicionais resultou no requerimento de meios alternativos e
renováveis para a exploração dos recursos naturais (LAMBERTS, et al., 2010). Neste
contexto, a busca por segurança energética, dada a sua contribuição no desenvolvimento das
civilizações, tem desafiado inclusive a ascensão econômica de potencias como a China, e a
estabilidade hegemônica dos Estados Unidos.
Estes Países, que detêm a posição de maiores produtores, consumidores, e por
consequência poluidores de energia mundial, vem assumindo também um protagonismo como
maiores investidores em energia alternativa e renovável, diversificando suas matrizes
energéticas e sinalizando uma mudança no cenário mundial, apesar de ainda deterem uma
matriz dependente da queima de carvão e gases de xisto, respectivamente. (STEEVES, B.
2014).
Estudos mais recentes como o de B. Lin & C. Liu (2016) tem elevado a importância
do tema por sua implicação ambiental e econômica, ao reforçar a existência de uma relação
causal do crescimento macroeconômico precedido por um crescimento do consumo de
energia, identificado tanto na China como em outros Países.
Além disso, Zhang, C. et al., (2017) apontam que essa relação causal apresentou-se
mais expressiva em economias regionais que detinham avanços em políticas, tecnologias e
práticas de consumo eficiente, acompanhada de implementação estratégica de vetores
energéticos alternativos, desagregando e redirecionando a energia excedente para os demais
setores importantes da economia, uma prática que se impõe como necessária a países que
objetivam relevância econômica, social e ambiental, no cenário atual.
O Brasil tem um elevado potencial no âmbito energético renovável, dado a sua extensa
geografia, que corresponde a 47% da América do Sul, (TIBA, 2000). Possuindo uma
participação hidrelétrica responsável por 65% da geração elétrica nacional até 2018 (Figura
01) e um crescimento notável de 319,2% na capacidade produção energética de fonte solar
entre 2017 e 2018, segundo o balanço energético nacional (EPE, 2019).
2 MATERIAIS E MÉTODOS
2.1.1 AMBIENTAL
Em um primeiro momento fez-se um levantamento da localização, coordenadas, e
orientação em relação ao norte geográfico, e visita em campo.
2.1.2 EDIFICAÇÃO
Foram levantadas as características de uso e consumo do instrumento de banho, marca
Docol, vazão de 9 L/min, e tempo médio de banho aproximado em 10 minutos, com
temperatura adequada ao banho de 35°C.
Na edificação, o número de apartamentos contabilizados foram 83 ao todo, com dois
hospedes em cada e uma taxa de ocupação de 85%.
SISTEMA ATUAL – VETOR ENERGÉTICO
Para determinar a estimativa média anual da irradiação solar local, foi empregado o uso
do banco de dados do Radiasol V1 (UFRGS, 2007) o qual apresenta uma interface intuitiva e
fornecimento do índice de transparência atmosférica e a irradiação solar média anual incidida
na face do coletor solar inclinado, justificado por ser mais preciso e claro se comparado a
ferramenta normativa.
2.2.3 NBR 15569/2008
Volume . ΔT .1 ,15
860
A Coletora=
η. Hr (3)
A coletora : É a área do coletor solar (m²), necessária para atender a demanda diária de
calor.
Volume . : Volume armazenado (L/dia);
ΔT : Temperatura requerida para o reservatório, diferença de temperatura entre a
requerida e a produzida pelo sistema.
1,15 : Fator de incremento para previsão de possíveis perdas o sistema de reserva.
860 : Fator de conversão de Kcal para KW.
η ; Rendimento certificado do coletor;
Hr : Irradiação no plano do coletor inclinado – obtida no banco de dados em
Radiasol V1.
2.2.4 MÉTODO RACIONAL
V af =K .(T b −T aq ) (5)
O sistema foi orçado por meio de uma pesquisa de mercado por intermédio de
fornecedor.
Em razão da área de cobertura disponível ser inferior a necessária para instalação e
disposição ideal dos coletores, foi considerado o sistema ativo (auxiliado por um kit de
circulação de água – sistema forçado) e afogado (abaixo da lâmina d’água), com inclinação
(β) do coletor a 33° em relação ao plano horizontal. Com coletores orientados ao norte sem
desvio azimutal, a irradiação solar média anual que chega sobre a superfície inclinada dos
coletores (HR) foi de 5,181 kWh/m².dia. Associado ao rendimento certificado do coletor pelo
INMETRO (n) de 59,2%, Classe C, e um ∆T de 29 ºC para um volume de 7.000 Litros/dia, a
área e o número de equivalente de coletores solares estimado, respectivamente, foi 88,5 m² e
48 coletores de 1,85m²/cada.
Samanez (2009), define o VPL como um método que tem a finalidade de calcular, em
termos de valor presente, os fluxos gerados pelo projeto ao longo de sua vida útil,
maximizando o valor da empresa.
VPL definido pela seguinte expressão:
❑
F Ct
VPL=−I + ∑ ❑ (7)
❑ ( 1+ K )t
Sendo:
F C t=¿ Fluxo de caixa no t-ésimo período (R$);
I = Investimento inicial (R$);
K= É o custo do capital (%);
t= Períodos.
Sobre o objetivo do VPL, Samanez (2009), considera que este tem por finalidade ser
comparado entre os projetos com o intuito de determinar projetos que valham mais do que os
seus custos, de tal forma que os um VPL maior do que zero não só representa uma
viabilidade, como também apresenta um lucro esperado, em R$, após o desconto da taxa
mínima de atratividade (TMA) “k”.
2.4.2 TIR – TAXA INTERNA DE RETORNO
Por definição a TIR é a taxa interna de retorno do investimento, ou sejam caso você
deseja comparar taxas de retornos de alternativas com o retorno gerado do investimento em
questão, é possível fazer em termos percentuais, facilitando a análise. A TIR é uma taxa tal,
que corresponde ao VPL de valor nulo, ou seja, quando a diferença entre o custo e o retorno
for igual a zero, conforme Samanez, (2009).
❑
F Ct
VPL=−I + ∑ ❑ t (8)
❑ ( 1+i¿ )
Critério de decisão: se a taxa de retorno “i” (TIR) for maior que taxa de desconto “k”
(TMA) o projeto é economicamente viável.
A taxa mínima de atratividade é uma taxa de referência que deve ser igualada ou
ultrapassada em comparação a taxa de rentabilidade de outro projeto. Geralmente é baseada
em juros de aplicação bancária conservadora, como uma referência afim de direcionar a
escolha de algum projeto, (KASSAI, 1999).
Neste projeto foi adorada a taxa de juros básica do Banco Central (SELIC - Sistema
Especial de Liquidação e de Custódia), referente ao mês de outubro de 2020 e 2021, por ser a
taxa de juros niveladora de operações financeiras, ferramenta da política monetária nacional
para aumentar a oferta de crédito (Política monetária expansionista) através do seu corte, ou
restringir a oferta de crédito (Política Monetária Restritiva).
2.4.4 PAYBACK DESCONTADO
Samanez (2009) define Payback como o tempo que um determinado projeto levará,
para que comece a retornar lucro.
Sendo que, “I” representa o investimento inicial, “ F C t ” representa o fluxo de caixa no
período “t”, e “K” representa o custo do capital, TMA. O método consiste em determinar o
valor de “T” na seguinte equação:
❑
F Ct
I =∑ ❑ (9)
❑ (1+ K )t
V 0 i ( 1+i )n
E= (10)
( 1+i )n−1
Sendo:
E= Economia resultante do desuso de um vetor energético em moeda corrente (US$);
V 0= Valor do investimento no sistema de aquecimento solar (US$);
n=Número de períodos para o caso da determinação da taxa interna de retorno (TIR) e
igual ao Payback para o caso da determinação do retorno do investimento;
i=Taxa de juro periódico de mercado na situação de cálculo de Payback ou TIR para o
caso do estudo da rentabilidade total dos sistemas de aquecimento solar (%).
3 ANÁLISE DE RESULTADOS
Para dimensionamento do sistema, e comparação com os demais vetores, a rotina
adotada, foi determinar a energia requerida para o incremento de temperatura de operação no
reservatório, mensal, e o valor desagregado por unidade de consumo.
6.568,4
Volume de água diário no reservatório (L) 5
Diferença de temperatura exigida para suprir a demanda térmica (°C) 29
Fator de incremento para estimar calor perdido (15%) 1,15
Demanda diária de energia (kcal/dia) 219.058
Demanda mensal estimada de energia (Gcal/mês) 6,572
Fonte: Autor, 2021.
Os valores desagregados por unidade de consumo, ao mês, de cada vetor adotado para
comparação, indicaram que a Biomassa, para três teores de umidade diferente, apresentou
uma razão de 2,5 a 2,8 vezes menor (portanto mais econômica) que o GLP, e de 5,5 a 6 vezes
menor que a Energia Elétrica, mostrando melhor desempenho da Biomassa, em relação aos
vetores anteriores. Sendo assim optou-se por fazer a análise de viabilidade econômica
comparando o SAAS com o vetor movido a queima de Biomassa.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REN21. Energias Renováveis 2016: Relatório da situação mundial. Ren21, p. 1–31, 2016.
SAMANEZ, C.P. Engenharia Econômica. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009.
SANTOS, R. K.; RÍSPOLI, I. A. G. Seleção do coletor solar em sistemas brasileiros de
aquecimento de água. Acta Iguazu, Cascavel, n. 43, p. 31–47, 2015.