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ELÉTRICO DE POTÊNCIA
RESUMO: A abertura do mercado para novas fontes de geração de energia recaracterizam o cenário
energético brasileiro. Estas crescentes fontes que vem se destacando são caracterizadas por estarem
mais próximas das cargas consumidoras e não mais centralizadas como no modelo anterior. Este novo
modelo é chamado de Geração distribuída. Com o crescimento exponencial da quantidade de
conexões desde a REN.482/2012 o modelo de Geração Distribuída causa mudanças no Sistema
elétrico, que devem ser analisadas de forma a garantir a dinâmica da estabilidade de carga e geração.
Nesta perspectiva, o fenômeno de estabilidade de tensão, quantitativo de perdas técnicas e dados de
curto- circuito do sistema são importantes estudos que irão garantir o fornecimento ininterrupto e com
qualidade da energia elétrica. Com isso, foi analisada realizada simulação computacional no Software
Power world com intuito de visualizar o impacto da inserção das fontes de geração distribuída no
perfil de tensão, das perdas e dos dados de curto-circuito do sistema elétrico de potência.
Palavras-chave: Geração Distribuída, matriz energética, impactos, tensão.
ABSTRACT: The opening of the market to new sources of energy generation re-characterizes the
Brazilian energy scenario. These growing sources that have been standing out are characterized by
being closer to consumer loads and not more centralized as in the previous model. This new model
is called Distributed Generation. With the exponential growth in the number of connections since
REN.482/2012, the Distributed Generation model causes changes in the Electric System, which must
be analyzed in order to guarantee the dynamics of load and generation stability. In this perspective,
the phenomenon of voltage stability, quantity of technical losses and short-circuit data of the system
are important studies that will guarantee the uninterrupted supply and quality of electrical energy.
With this, a computational simulation was carried out in the Power World Software in order to
visualize the impact of the insertion of distributed generation sources in the voltage profile, losses
and short-circuit data of the electric power system.
Keywords: Distributed Generation, energy matrix, impacts, voltage.
*
Graduando em Engenharia Elétrica, em 2022. Escola de Ciências Exatas e
Tecnológicas – UNIFACS (francojoaovictor59@gmail.com).
**
Especialista em Engenharia Elétrica. (euclerio@gmail.com).
1. INTRODUÇÃO
É crescente o número de pessoas que já tem em suas residências ou que buscam produzir
sua própria energia no Brasil em 2022. Rico em recursos naturais, o Brasil tem um dos maiores
potenciais de produção de energia renovável do mundo. Com ampla extensão territorial, o país
tem umas das maiores redes Hidrográficas do mundo, possibilitando amplo desenvolvimento na
1
energia hidroelétrica. Porém a participação desta forma de produzir energia vem diminuindo ao
longo dos anos, a produção de energia hidráulica que um dia chegou a ter mais de 85 % da
produção nacional já está em 67% em 2022. Essa queda se deve aos crescentes avanços das
gerações eólicas e solares.
2
Figura 2- Distribuição da capacidade instalada de energia solar fotovoltaica no cenário até
2031
1.2 Justificativas
3
● Identificar e analisar as variações de tensão e o perfil de carga na rede elétrica causadas
pela inserção de geração distribuída;
● Verificar o desempenho da rede de distribuição da concessionária diante a operação das
usinas de geração que serão conectadas em paralelo ao sistema;
● Auxiliar os estudos de Proteção que possibilite a saída rápida da usina de Geração
distribuída diante de um evento aleatório que possa criar instabilidade na rede da
concessionária;
● Analisar o carregamento e as perdas no sistema com a inserção de GD;
2. METODOLOGIA
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
O termo geração distribuída pode ser definido como unidades de produção de energia
elétrica ligadas a rede de distribuição, diferente das geração centralizada que conecta grandes
unidades geradoras à rede de transmissão (BOLLEN, HASSAN; 2011).
A Geração distribuída já é uma realidade no Brasil e no mundo, a inserção destas fontes
de energia encontra desafios como questões pertinentes a operação do Sistema Elétrico,
especialmente frente às perspectivas de crescente aumento da participação destas fontes nas
matrizes energéticas dos países (JHONATAN, 2019).
Esse tipo de geração teve um impulso maior no Brasil após o ano de 2012 com a
implementação da Resolução Normativa n° 482 estabelece condições gerais para acesso de
microgeração e minigeração ao sistema de distribuição e o sistema de compensação de energia
elétrica (ANEEL, 2012).
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Figura 3 - Participação das fontes de energia na matriz energética brasileira
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pelo Ministério de Minas e Energia, estima-se que a contribuição elétrica da Geração distribuída
possa responder por 21% do consumo de eletricidade até 2031, sendo que a autoprodução
contribui com 10%, a MMGD com 8%.
Fonseca (2019) diz: “Devido ao caráter intermitente da geração de energia através do
sistema fotovoltaico como por exemplo, a geração fotovoltaica de energia elétrica possui
grandes variações de geração no período de 24 horas, pois não pode ser gerada no período da
noite ou ainda em alguns empreendimentos uma geração excedente nos finais de semana onde
o consumo é menor. Dada a esta característica, faz-se necessário saber se esta geração está sendo
conforme os limites de qualidade definidos pelos Procedimentos de Distribuição (PRODIST)”.
Figura 4 - Curva de Carga e geração ao longo do dia
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configuração das redes das concessionárias de distribuição. Em montantes de energia, as perdas
técnicas na distribuição corresponderam a cerca de 38,8 TWh, em reais foram da ordem de
R$8,5 bilhões segundo o relatório de Perdas de Energia elétrica 2021 da Aneel. A mitigação
deste dano se dará com o aumento da geração distribuída e será visto no desenvolvimento deste
trabalho.
4. ESPECIFICAÇÃO DO SISTEMA SIMULADO
O software Power World será utilizado para simulação de Fluxo de Potência, estudo de
curto-circuito e variação de tensão nas barras.
As simulações se darão das seguintes maneiras :
1- Fluxo de Potência sem e com presença de geração distribuída a com total demanda,
simulando assim a direção do fluxo e tensões nos barramentos em horários de pico.
2- Fluxo de Potência sem e com presença de geração distribuída com demanda energética
parcial, simulando assim as condições de horários de baixa carga e alta geração.
3- Simulação de curto-circuito em uma das barras.
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de geração distribuída, perfil de tensão nos barramentos, dados de curto-circuito e perdas de
potência nas linhas.
4.2 IMPLEMENTAÇÃO
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A BARRA 1 será a barra de referência do sistema, nela estará conectada a geração
centralizada, nesta barra a tensão do sistema será 1 pu e 0°( Sistema Por Unidade). A Potência
base deste sistema será 100 MVA e a Tensão de base será de cada Barra.
O gerador centralizado retornará os valores que as cargas do sistema necessitarem, já a
geração distribuída injetará no sistema apenas Potência Ativa.
As cargas do sistema tem Potências Constantes e Foram simuladas de tal forma que o
fator de potência para a simulação sem GD seja 0,95.
Para o estudo de Curto-Circuito foram simuladas contingências na Barra 6, com e sem a
presença da GD.
5. TESTE E RESULTADOS
Nom
Number Name Area Name kV PU Volt Volt (kV) Queda de tensão
1 BAR1 1 13,8 1 13,8 0,00%
2 BAR2 1 138 0,96941 133,778 3,06%
3 BAR3 1 138 0,8967 123,745 10,33%
4 BAR4 1 13,8 0,87148 12,026 12,86%
5 BAR5 1 13,8 0,86619 11,953 13,38%
6 BAR6 1 13,8 0,86379 11,92 13,62%
7 BAR7 1 13,8 0,86499 11,937 13,50%
8 BAR8 1 13,8 0,86785 11,976 13,22%
Fonte : Próprio Autor (2022)
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Tabela 3 – Perdas de Potência – Sem Gd
5.2 - Simulação de Sistema Com Geração Distribuída a 50% de demanda – Carga Alta
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Tabela 5 –Tensões nas Barras – Com Gd
GERADOR
Gen MW Gen Mvar
58,13 39,72
Foi simulado uma inserção de geração distribuída que atendesse 50% da energia
consumida momentaneamente. Sendo obtidos os resultados referentes às tensões nas barras,
perdas de potência e dados de geração nas TABELAS 5, 6 e 7.
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5.3 - Simulação de Sistema Com Geração Distribuída– Carga Baixa
Neste esquema de ligação foi hipotetizado uma demanda de 80% da demanda máxima,
equiparando assim a curva de carga do sistema elétrico de potência, cujas 12h00 apresenta
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demanda média de 80% em relação ao total conforme dados da ONS cujo foram projetados na
Figura 9. O horário das 12h foi escolhido pois neste momento a geração distribuída solar
apresenta seu pico de produção.
Por meio dos gráficos comparativos foi feita análise comparativa de dados. Neles é
possível a visualização do impacto inserção da geração distribuída no sistema comparado. As
Figuras 10 e 11 mostram as tensões das barras e as perdas de potência no sistema proposto.
COMPARATIVO DE TENSÕES
BARRAS (PU)
1,05
1
0,95
0,9
0,85
0,8
0,75
BAR1 BAR2 BAR3 BAR4 BAR5 BAR6 BAR7 BAR8
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Figura 11 – Comparativo Perdas no sistema com GD e sem GD
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Tabela 10 - Comparativo de tensões nas Barras com sem Regulador de Tensão
COM GD SEM GD
COM REGULADOR SEM - REGULADOR SEM REGULADOR COM REGULADOR
Name Nom kV PU Volt Volt (kV) PU Volt Volt (kV) PU Volt Volt (kV) PU Volt Volt (kV)
BAR1 13,80 1,00 13,80 1,00 13,80 1,00 13,80 1,00 13,80
BAR2 138,00 1,01 139,39 0,98 134,81 0,97 133,80 1,02 140,22
BAR3 138,00 0,99 136,30 0,93 128,57 0,90 123,78 0,98 134,86
BAR4 13,80 1,00 13,80 0,91 12,56 0,87 12,03 1,00 13,80
BAR5 13,80 1,00 13,74 0,91 12,50 0,87 11,96 1,00 13,74
BAR6 13,80 0,99 13,72 0,90 12,47 0,86 11,93 0,99 13,71
BAR7 13,80 0,99 13,73 0,90 12,48 0,87 11,94 0,99 13,72
BAR8 13,80 1,00 13,76 0,91 12,51 0,87 11,98 1,00 13,76
Fonte : Próprio Autor (2022)
Visto a alta queda de tensão nas barras, foi inserido o regulador de tensão no sistema.
Após a inserção, foi novamente simulada as tensões nas barras e as perdas de potência.
Tabela 11- Comparativo de Perdas
PERDAS DE POTÊNCIA
SEM GD - COM COM GD - SEM
REGULADOR(MVA) REGURLADOR(MVA)
Subestação Elevadora 6,420 2,960
Linha de transmissão 6,887 3,178
Subestação Rebaixadora 6,420 2,960
LD_05 0,082 0,051
LD_06 0,255 0,112
LD_07 0,610 0,230
LD_08 0,540 0,370
TOTAIS 21,214 9,861
Fonte : Próprio Autor (2022)
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Figura 13 – Comparativo Perdas no sistema com e sem Regulador
PERDAS DE POTÊNCIA(MVA)
25,000
20,000
15,000
10,000
5,000
0,000
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Foram simulados Curto-Circuitos monofásicos, bifásicos e trifásicos. Aleatoriamente foi
escolhida para realizar a simulação a barra 6.
6. CONCLUSÃO
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Já em relação às tensões nas barras vê-se que, quanto mais próximo das cargas estão as
gerações, menores serão as quedas de tensão. Nos sistemas simulados sem a presença dos
reguladores de tensão viu-se uma diferença significativa entre os sistemas com e sem GD.
Devido a queda de tensão acentuada e acima dos limites do módulo 8 do PRODIST, foi então
simulado um novo sistema que se assemelhe ao real, adicionou-se então um regulador de tensão
a barra 6 e o que foi notado é que as tensões nas barras ainda assim tinham uma queda maior
nos sitasm sem GD, porém respeitava os limites permitidos, confirmando assim a proximidade
entre o sistema simulado e um sistema real. Já em relação às perdas , mesmo com o regulador,
o sistema com GD permaneceu com enorme discrepância frente ao sistema sem GD.
Pode-se também observar que a magnitude das correntes de curto-circuito dos sistemas
com GD avançaram consideravelmente conforme mostrado na Tabela 12. Esses resultados
confirmam a confiabilidade da simulação, visto que as contingências trifásicas mesmo que em
menor quantidade apresentam uma intensidade maior. Pode-se notar também uma corrente de
curto circuito monofásica mínima, isso é explicado pois a para o cálculo de correntes
monofásicas usa-se as impedâncias de sequências zero, positiva e negativa, com isso a
impedância do sistema é grande o suficiente para minimizar a corrente de curto-circuito
monofásico sem a presença de GD. Com isso, é imperioso salientar que as novas inserções de
Gd em grande quantidade causam uma elevação das correntes de curto-circuito do sistemas,
essas devem ser levadas em consideração quando forem feitos estudos de proteção.
Posto isso, este trabalho teve como objetivo, através de simulações computacionais
demonstrar o fluxo de potência e as consequências no sistema elétrico, sejam elas econômicas
ou sistêmicas, visto a averiguar as vantagens e precauções do novo sistema elétrico brasileiro.
7. REFERÊNCIAS
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