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Avaliação Final da Disciplina de Eletrônica de Potência

CONVERSORES CC-CA TRISÁSICOS APLICADOS EM SISTEMAS DE


GERAÇÃO FOTOVOLTAICA CONECTADOS À REDE

Stephanny Lima, MACIEL; Ana Karolyna, S. PIAUÍ


Universidade Federal de Goiás, Escola de Engenharia Elétrica, Mecânica e da Computação - EMC

RESUMO
Sistemas de geração fotovoltaica conectados à rede se popularizaram no Brasil nos últimos 5 anos. A
comodidade de gerar energia elétrica limpa nas residências e reduzir o valor pago às concessionárias a quase
zero, fez com que os geradores fotovoltaicos em regime de Geração Distribuída representassem quase 61%
da potência fotovoltaica instalada no Brasil no início de 2021. Cresceu-se então, o interesse em entender
mais sobre os equipamentos envolvidos nos sistemas fotovoltaicos conectados à rede, entre eles, um de
extrema importância, sem o qual não seria possível a Geração Distribuída, o Conversor Trifásico CC-CA.
Este trabalho abordará os principais tipos e características dos conversores CC-CA, comumente chamados de
inversores, para conexão aos sistemas de geração fotovoltaica e à rede. Serão apresentados também os
requisitos de proteção, segurança e qualidade exigidos pelas normas brasileiras e internacionais para estes
equipamentos. Por fim, é apresentada uma visão geral das exigências em normas técnicas de algumas
concessionárias de distribuição, atuantes no Brasil, para conexão de inversores à rede.
Palavras-chave: Conversor CC-CA, inversor, fotovoltaico, energia solar.

Com a facilitação do acesso à tecnologia para


1. INTRODUÇÃO implantação de geradores fotovoltaicos na última
década, o Brasil passou de 2,4GW de potência
instalada em 2017 para 8,3GW em março de
1.1 - PANORAMA DA ENERGIA 2021, segundo dados divulgados pela Associação
FOTOVOLTAICA NO BRASIL E NO Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica
MUNDO (ABSOLAR). Vale destacar o aumento expressivo
de sistemas implantados em regime de Geração
Distribuída, caracterizados por pequenos
Nos últimos anos, muito tem-se discutido a geradores instalados próximos à carga,
respeito de fontes renováveis de energia elétrica, representando cerca de 61% da potência
principalmente após o Acordo de Paris em 2015,
fotovoltaica total instalada no país.
onde ficou estabelecido o compromisso de 195
países em reduzir as emissões de CO2 até 2050.
Paralelo à redução das emissões de carbono, a
segurança no suprimento de energia elétrica de
muitos países encontra-se ameaçada dado o
esgotamento de fontes não renováveis como
combustíveis fósseis e, no caso específico do
Brasil, problemas relacionados a estiagem em
uma matriz predominantemente hidráulica.
Neste cenário, as fontes renováveis como eólica e
solar tem ganhado destaque na matriz elétrica
mundial, crescendo a cada ano. Países como
Estados Unidos, China, Japão e Alemanha se
destacam como as maiores potências instaladas de
geração fotovoltaica. [1]
O Brasil apresenta excelente irradiação solar em
todo seu território, o que favorece a implantação
de sistemas de geração fotovoltaica. Entretanto
ainda se encontra atrás de países como a Figura 1 – Evolução da Fonte Solar
Alemanha, que possui índice de irradiação solar Fotovoltaica no Brasil (FONTE: ABSOLAR)
muito inferior, em potência instalada. [2]

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Um outro levantamento feito pela International classificados em duas categorias que se diferem
Energy Agency (IEA) [3], estima que até 2025 o pela conexão do barramento:
Brasil atinja cerca de 25GW em potencia instalada
SFIs: Para aplicações em Sistemas Fotovoltaicos
de geração fotovoltaica.
Isolados. Nestes casos, o barramento CC do
Todos esses estudos e estimativas nos mostram a inversor é conectado normalmente a um banco de
relevância do tema e a urgência em se baterias e o barramento CA conectado às cargas.
desenvolver políticas facilitadoras para a
SFCRs: Para aplicações em Sistemas
implantação de geradores fotovoltaicos no Brasil
Fotovoltaicos Conectados à Rede, em que o
a fim de se evitar problemas relacionados ao
barramento CC é conectado ao módulo
abastecimento de energia no futuro.
fotovoltaico enquanto seu barramento CA é
conectado à rede elétrica.
Os sistemas conectados à rede de distribuição
também são conhecidos como on-grid e os
sistemas isolados como off-grid. Neste trabalho
daremos foco para sistemas fotovoltaicos on-grid,
ou seja, conectados à rede.
Atualmente existem no mercado uma numerosa
variedade de conversores que podem ser
utilizados em conexões fotovoltaicas. Vários
estudos técnicos apresentam equipamentos com
especificações que variam de acordo com as
características do sistema (nível de tensão de
entrada e saída dos conversores, potência nominal
do sistema e isolação elétrica) e custo benefício
[6].
Entretanto, para conexão à rede elétrica, alguns
requisitos básicos devem ser respeitados ao
escolher um conversor. O primeiro deles é em
relação ao número de estágios de conversão.
Figura 2 – Estimativa de capacidade instalada Sistemas com conversor de um estágio não podem
de geração fotovoltaica no Brasil – (Fonte: ser utilizadas para conexão à rede elétrica. Nesse
IEA) tipo de conexão os módulos fotovoltaicos são
Conhecendo a importância dos sistemas de conectados diretamente ao conversor CC-CA e
geração fotovoltaica, esse artigo busca reunir este ultimo é conectado à rede. Esta conexão a
informações a respeito de um dos equipamentos rede fique eletricamente conectada à terra pelo
mais importantes, que permite a conexão do conversor, uma vez que os módulos fotovoltaicos
sistema fotovoltaico à rede elétrica, o Conversor são aterrados.
CC-CA trifásico. O fato da rede estar eletricamente conectada à
terra em sistemas de um estágio faz com que essa
forma de conexão não atenda requisitos básicos de
2. O CONVERSOR CC-CA segurança estabelecidos em normas. Por isso, esse
TRIFÁSICO tipo de conversor não é utilizado em sistemas on
grid.
Já em sistemas com dois estágios, o primeiro
O conversor ou Inversor, como é comumente estágio do conversor permite a alimentação do
conhecido, é o elemento chave que permite a barramento CC, constituído por um capacitor de
conexão do sistema fotovoltaico a rede elétrica. desacoplamento de potência, enquanto o segundo
Sua função principal é converter uma tensão de estágio permite a conexão com a rede. Desta
entrada CC, gerada nas células fotovoltaicas, em forma, a fonte é conectada a um primeiro estágio
uma tensão de saída CA simétrica, com amplitude de conversão onde há a regulação do nível CC
e frequência desejadas. [4]. (Conversor CC-CC) e a um segundo estágio onde
Segundo Pinho e Galdino [5], os inversores há a inversão CC-CA (Conversor CC-CA). [7]
utilizados em sistemas fotovoltaicos podem ser

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característica elevadora de tensão sem a


necessidade de um estágio adicional de
conversão.
Os conversores utilizados em conexões de
sistemas fotovoltaicos também podem ser
classificados quanto ao tipo de comutação, sendo
divididos em comutados pela rede e auto
comutados.
Figura 3 - Exemplo de sistema fotovoltaico Os inversores comutados pela rede podem
conectado à rede com dois estágios de funcionar somente como fonte de corrente
conversão. enquanto inversores auto comutados podem
funcionar como fonte de corrente e como fonte de
tensão. Inversores comutados pela rede são
Além dos estágios de conversão, os conversores caracterizados por fornecerem alto nível de
conectados à rede devem ser equipados com distorção harmônica em sua saída e baixo fator de
alguns recursos. O primeiro é a estratégia de potência e, por isso, são pouco utilizados, sendo
rastreamento do ponto de máxima potência restritos a unidades de alta potência. Nos
(MPPT, Maximum Power Point Tracking), inversores auto comutados a operação ocorre em
responsável por garantir que o painel fotovoltaico PWM (Pulse Width Modulation), com comutação
opere no seu ponto de máximo rendimento. [8] normalmente em alta frequência e fornecendo um
Outro recurso necessário e obrigatório em sinal de saída senoidal com elevado fator de
conversores conectados à rede é a função de potência e baixo conteúdo Harmônico.
detecção de ilhamento do sistema. Este recurso é
de extrema importância e é exigido por norma,
como veremos a frente. Sua função é garantir a 2.1 - CONEXÃO COM OS MÓDULOS
segurança de pessoas e equipamentos em caso de FOTOVOLTAICOS
interrupção do fornecimento de energia da rede
elétrica [8]. Nesses casos de interrupção, a
instalação que possui geração fotovoltaica ficaria Em [9] e [10], os autores classificam os inversores
ilhada e, caso não possua um sistema anti- em grupos, considerando a forma com que esses
ilhamento, continuaria alimentando as cargas equipamentos são conectados aos sistemas
locais. Essa situação colocaria em risco a fotovoltaicos, são eles:
segurança de pessoas durante intervenções de
• Inversor central:
manutenção na rede e também poderia causar
acidentes quando a alimentação da rede fosse Utilizado quando os painéis fotovoltaicos são
reestabelecida (Conexões fora de fase entre conectados em paralelo, concentrando a
conversor e rede). Por isso, os conversores devem conversão em um único inversor. Nessa
possuir a função anti-ilhamento para rapidamente configuração os custos são reduzidos, entretanto o
detectar a interrupção de alimentação da rede e se sistema se torna pouco confiável e não permite a
desconectarem/desligarem da mesma. busca independente em cada módulo fotovoltaico
pelo ponto de máxima potência, uma vez que os
De forma geral, os conversores CC-CA podem ser
mesmos estão em paralelo.
categorizados conforme sua topologia em [6]:
• Inversor String:
• Conversores CC-CA trifásicos
alimentados em tensão (VSI – Voltage Nessa configuração cada conjunto de painéis
Source Inverter): Apresentam a fotovoltaicos em série e conectado a um inversor
desvantagem de necessitar de um estágio diferente, aumentando a confiabilidade, já que em
de processamento de energia para elevar a caso de defeito em um módulo de um conjunto os
tensão CC de saída dos painéis a um nível outros continuam operando normalmente por
acima da tensão de pico de linha da rede estarem conectados em outro inversor. Essa
elétrica onde o conversor está conectado. configuração também permite o rastreamento do
ponto de máxima potência de forma mais
• Conversor CC-CA trifásico alimentado eficiente.
em corrente (CSI – Current Source
Inverter): Apresenta-se como uma • Inversor Multi-String:
alternativa mais viável, comparada ao
Configuração indicada quando há vários painéis
conversor VSI, pois possui a
ou arranjos em diferentes orientações que ficam
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submetidos a diferentes condições de irradiação distribuída aos sistemas de energia elétrica. Desde
solar e temperatura. Neste caso, cada painel ou então, houve o crescimento exponencial na
conjunto de painéis é ligado a um conversor CC- potência instalada de geradores fotovoltaicos
CC que realiza a polarização dos painéis no ponto conectados à rede, havendo a necessidade de
de máxima potência através do rastreador de criação de normas e requisitos mínimos para que
máxima potência (MPPT). Um inversor CC-CA fossem garantidas a qualidade dos equipamentos,
centralizado é utilizado para conectar todo o e a conexão segura e eficiente a rede sem causar
sistema em um único ponto e realizar a conversão danos ou prejuízos.
CC-CA.
• Inversor com módulo integrado ou 3.1 - PORTARIA INMETRO 357/2014
módulo CA:
A Portaria INMETRO 357 de 01 de agosto de
Esse tipo de inversor entrou em desuso devido os 2014, surgiu como instrumento de
altos custos de instalação e baixa eficiência regulamentação dos inversores comercializados
quando comparada aos outros inversores já no Brasil [12] [13], a fim de garantir
citados. Apresentam um único módulo conectado principalmente a segurança e a eficiência destes
à sua entrada. equipamentos. Somente os inversores certificados
Além dos tipos de inversores citados e as formas pelo INMETRO podem ser comercializados e
de conexões mencionadas devemos destacar implantados nos sistemas de geração fotovoltaica
também uma outra geração de inversores, mais conectado à rede no Brasil.
recente, conhecida por micro inversores. Em seus anexos, a Portaria 357/2014 apresenta os
• Micro-Inversores requisitos de avaliação e conformidade
necessários para aprovação de inversores CC-CA
Os micro-inversores podem ser conectados em para sistemas fotovoltaicos conectados à rede.
cada módulo fotovoltaico, o que aumenta a
eficiência do sistema através o rastreamento ainda Os ensaios exigidos para os inversores são:
mais preciso do ponto de máxima potência. 1. Cintilação;
Devido a forma como são conectados também há
o aumento da confiabilidade, pois cada módulo 2. Injeção de componente contínua;
possui conexão independente a um micro-inversor 3. Harmônicos e distorção de forma de onda;
e, em caso de falha, apenas o módulo defeituoso
não gera energia. Além disso, os micro-inversores 4. Fator de potência;
apresentam maior vida útil. 5. Injeção/demanda de potência reativa;
Apesar das grandes vantagens dos micro- 6. Sobre/sub tensão;
inversores, o custo dos mesmos ainda é alto
quando comparado aos inversores string, que são 7. Sobre/sub frequência;
os atualmente mais utilizados. 8. Controle da potência ativa em sobrefrequência;
Vale destacar que, devido a importância e 9. Reconexão;
relevância das energias renováveis para diversas
nações, a tecnologia que envolve esses 10.Religamento automático fora de fase;
equipamentos está em constante mudança, com 11. Modulação de potência ativa;
diversos estudos sendo desenvolvidos em todo o
mundo todos os anos, e caminha-se cada vez mais 12. Modulação de potência reativa;
para a popularização destes equipamentos e a 13. Desconexão do sistema fotovoltaico da rede;
consequente diminuição dos custos. 14. Requisitos de suportabilidade a subtensões
decorrentes de faltas na rede;
3. NORMAS E REQUISITOS PARA 15. Proteção contra inversão de polaridade;
CONEXÃO NA REDE ELÉTRICA 16. Sobrecarga;
17. Anti-ilhamento.
O sistema de Geração Distribuída passou a ser Além da listagem de ensaios exigidos, o
regulamentado no Brasil a partir da publicação da INMETRO também orienta a utilização das
Resolução Normativa 482/2012 da ANEEL [11], normas ABNT NBR 16149/2013 e ABNT NBR
onde ficaram estabelecidas as condições gerais 16150/2013 para a realização dos ensaios de 1 a
para acesso de microgeração e minigeração 14 e da norma ABNT NBR IEC 62116/2012 para

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o ensaio 17. Já para os ensaios 15 e 16 são dadas • IEC 61727;


as especificações de precisão dos instrumentos
que devem ser utilizados. • IEC/TS 61836.

3.2 - ABNT NBR 16149/2013 4. REQUISITOS EXIGIDOS POR


CONCESSIONÁRIAS BRASILEIRAS
Esta norma estabelece recomendações para a
interface de conexão entre os sistemas
fotovoltaicos e a rede de distribuição de energia Além das normas já citadas que estabelecem
elétrica e estabelece seus requisitos. [14]. Ela requisitos de segurança, qualidade e padrões de
utiliza como referência as seguintes normas ensaio, as concessionárias de distribuição também
internacionais: possuem procedimentos e critérios que devem ser
• IEC 6036-7-7-712; seguidos para conexão de geração distribuída em
suas instalações de distribuição.
• IEC 61000-3-11;
Neste trabalho, focaremos nos requisitos para
• IEC 61000-3-3; conexão apenas dos inversores, mas destaca-se a
importância de conhecer toda a norma técnica da
• IEC/TS 61000-3-5. concessionária para conexão de geradores
fotovoltaicos à rede. No geral, as normas fazem
considerações importantes a respeito das
3.3 - ABNT NBR 16150 solicitações de acesso ao sistema, obras, vistoria,
Esta norma trata dos procedimentos e características do sistema de distribuição entre
equipamentos necessários para a realização de outros.
testes em inversores, como simulador de rede
elétrica, simulador de arranjo fotovoltaico bem
como equipamentos de medição e classe de 4.1 – CEMIG D
exatidão associados aos mesmos [15]. Além das A CEMIG D estabelece seus critérios no
normas IEC já citadas no item anterior, a NBR documento ND.5.30 - Requisitos para a Conexão
16150 também utiliza como referência as de Acessantes ao Sistema de Distribuição Cemig
seguintes normas: D – Conexão em Baixa Tensão. [17]
• ABNT NBR 16149; No item 3.3.1 é especificado como deve ser feita a
• ABNT NBR IEC 62116; conexão de geradores através de inversores
utilizando como referência o esquema
• IEC 61000-4-7; simplificado na Figura XX.
• IEC 62109-1;
• IEC 62109-2.
3.4 - ABNT NBR IEC 62116
Esta é a terceira norma referenciada pela Portaria
INMETRO 357/2014 para a especificações de
qualidade, eficiência e segurança de inversores
para sistemas fotovoltaicos conectados a rede
[16].
A norma ABNT NBR IEC 62116 é uma tradução
da norma internacional do IEC de mesma
numeração e descreve as características e
procedimentos para os testes da função anti-
ilhamento, de extrema importância para
inversores conectados à rede elétrica. São
estabelecidos tempos de desconexão e outros
critérios de aprovação, além dos procedimentos de
ensaios.
Figura 4 – Conexão do acessante (através de
Assim como as anteriores, essa norma também inversor) à rede de BT da Cemig D.
adota normas internacionais como referência:
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A norma reitera que os equipamentos devem


atender as normas ABNT NBR 16149 e ABNT
NBR IEC 62116 e possuir o certificado de
conformidade do INMETRO. Além disso, os
relatórios/laudos técnicos de ensaio devem ser
disponibilizados à concessionário para comprovar
o atendimento aos requisitos das normas.
A Cemig também destaca que poderá solicitar a
qualquer momento, inclusive após a entrada em
operação do sistema gerador, a ativação da curva
de fator de potência do inversor.
Ainda dentro do documento, a Cemig descreve os
requisitos de proteção para conexão através de
inversores que seguem também as determinações
da Seção 3.7 do Prodist.
Figura 6 – Microgeração atendida em BT –
Geração com uso de inversor (Fonte: COPEL)

4.3 - EDP
A concessionária EDP apresenta o documento
PT.DT.PDN.030.14.012 - Conexão de
Microgeradores ao Sistema de Distribuição em
Baixa Tensão como norma técnica para conexão
de inversores de geradores fotovoltaicos em sua
rede de distribuição [19].
Figura 5 – Requisitos de Proteção (Fonte: Para conexões com inversor, a EDP estabelece no
Cemig D) documento a obrigação do atendimento às normas
técnicas já citadas e da certificação do
INMETRO. Também devem ser fornecidos a
4.2 – COPEL concessionária os laudos que atestam que o
equipamento foi devidamente ensaiado.
A COPEL possui em seu acervo de Normas
Técnicas a NTC 905200 – Acesso de Micro e A EDP também estabelece os requisitos de
Minigeração distribuída ao sistema COPEL (com qualidade, segurança e proteção.
compensação de energia) [18].
A COPEL possui uma lista de modelos de
inversores devidamente certificados pelo
INMETRO e aprovados pela concessionaria para
instalação em sua rede de distribuição. A lista
encontra-se no site da companhia onde também
são dadas outras informações relativas à
solicitação de acesso à rede de distribuição
envolvendo os inversores.
Na solicitação de acesso, enviada através de um
Projeto Elétrico Web (PEW), o solicitante deve
informar o número de registro no INMETRO dos
equipamentos, bem como marca e modelo. A
COPEL também disponibiliza um termo de
responsabilidade que deve ser assinado por Figura 7 – Requisitos de Proteção (Fonte:
aqueles que optam por instalar equipamentos sem EDP)
a devida certificação.
A figura XX, mostra um exemplo apresentado
pela COPEL para conexão de Microgeração em
seu sistema.
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3. SMA
Uma das pioneiras mundiais no mercado de
tecnologia dos inversores, é uma fabricante alemã
que já deteve 40% do mercado global.
Atualmente, participa com 8% do mercado, com
atuação, principalmente, em países europeus e
americanos.
4. Power Eletronics
Na quarta posição, com 6% de participação no
mercado mundial, encontra-se a espanhola Power
Eletronics, ainda pouco conhecida fora do
mercado europeu.
5. ABB
Detendo 5% do mercado global, ocupa a quinta
posição do ranking e é conhecida pela sua
excelente performance. Seus inversores têm selo
do INMETRO.
Não é por acaso que as fabricantes chinesas
Huawei e Sungrow têm a liderança mundial,
afinal, o mercado de energia solar na China tem
apresentado um crescimento estrondoso. No ano
de 2018 a China instalou, sozinha, cerca de 45
GW de sistemas solares, aproximadamente 10%
do total mundial acumulado nesse ano.
Figura 8 – Conexão do Acessante com Interessante citar também a fabricante Fronius,
utilização de inversor (Fonte: EDP). que conta com uma grande facilidade de acesso ao
aplicativo e oferece uma garantia de 7 anos, a
mais longa do mercado e sendo esse seu grande
5. CONVERSORES À VENDA NO diferencial.
MERCADO
O mercado fotovoltaico está cada vez crescendo
mais, em constante evolução. Assim, atualmente
existem diversas opções de inversores no mercado
e muitos fabricantes lutando por uma pontinha do
market share mundial. A nível mundial, o ranking
das 6 maiores fabricantes de inversores é liderado
pela Huawei e seguido pela lista a seguir:
1. Huawei
Detentora de 22% do mercado global de
inversores, é uma grande organização chinesa
com uma vasta gama de produtos. No Brasil, a
empresa WEG importa os inversores Huawei e os
rotula com sua marca, o que, aliás, é uma prática
comum no mercado.
2. Sungrow Power Supply Figura 9 - Ranking de participação global no
mercado de inversores. Obs.: os dados da
Com uma participação no mercado global de figura acima referem-se às vendas mundiais de
15%, foi fundada em 1997 por um professor inversores apenas no ano de 2018.
universitário e, atualmente, comanda as pesquisas
de desenvolvimento de inversores. Também é a
indústria com o maior número de colaboradores Analisando, agora, apenas o mercado brasileiro, a
dedicados à P&D. participação dessas empresas no mercado se

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mostrou um pouco diferente, seguindo a seguinte


ordem, como mostram dados de um estudo da
Greener, empresa referência em pesquisas sobre
energia solar:
1. Fronius
Fabricante austríaca com participação de 31,7%
no mercado brasileiro, conta com 356,9 MW de
capacidade instalada.
2. Sungrow
Detém 15,1% do mercado de energia solar no
Brasil e têm uma capacidade instalada de 170,0 Figura 11 - Inversor solar da Huawei
MW.
3. ABB
Com sede na Suíça, tem 128,1 MW de capacidade
instalada e participa no mercado brasileiro com
um percentual de 11,4%.
4. WEG
Detentora de 8,6% do mercado brasileiro e com
uma capacidade instalada de 96,7 MW.
5. PHB
Fabricante sediada no Brasil, conta com 6,2% de
participação no mercado nacional e tem
capacidade instalada de 69,4 MW. Figura 12 - Inversor solar da Fronius

Por fim, vamos ao ranking com os seis principais


inversores utilizados em sistemas fotovoltaicos
domésticos do mundo em 2019 de acordo com a 6. CONCLUSÃO
Solar Review – que todos os anos atualiza a lista
com base em critérios como design,
características, desempenho, garantia, opções, Com o crescimento do interesse por fontes
segurança e compatibilidade futura. renováveis de energia, muitos estudos tem sido
desenvolvidos a fim de aperfeiçoar e facilitar o
acesso aos equipamentos envolvidos na geração
fotovoltaica.
Em um intervalo relativamente curto, tecnologias
para conversores CC-CA diferentes surgiram,
possibilitando a cada dia o melhor aproveitamento
dos módulos fotovoltaicos, de forma segura e
integrada à rede de distribuição de
concessionárias.
O rápido avanço dessa tecnologia, exigiu que os
Figura 10 - Inversor solar da marca Enphase países rapidamente criassem normas e
certificações para garantir a qualidade dos
equipamentos, bem como a segurança de pessoas
e do sistema elétrico.
O Brasil é um país com extremo potencial para
geração fotovoltaica, mas encontra impasses
relativos principalmente ao custo dos
equipamentos. O país precisa entender que o
caminho para a independência energética está em
desenvolver todo o potencial em tecnologias que
favorecem as fontes renováveis. Somente por esse
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caminho, problemas futuros devido a uma matriz [14] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE


elétrica predominantemente hidráulica poderão NORMAS TÉCNICAS. NBR 16149:
ser evitados. Sistemas fotovoltaicos (FV) - Características da
interface de conexão com a rede elétrica de
distribuição. 2013.
7. REFERENCIAS
[15] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE
[2] PEREIRA, E. B; MARTINS, F.R.; ABREU, NORMAS TÉCNICAS. NBR 16150: Sistemas
S. L. de; RÜTHER, R. Atlas Brasileiro de (FV) - Características da interface de conexão
Energia Solar. São José dos Campos: INPE, com a rede elétrica de distribuição - Procedimento
2006 de ensiao de conformidade. 2013.
[3] https://www.iea.org/reports/renewables- [16] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE
2020/solar-pv#abstract NORMAS TÉCNICAS. NBR IEC 62116:
Procedimento de ensaio de anti-ilhamento para
[4] R. Teodorescu et al., Grid converters for
inversores de sistemas fotovoltaicos conectados à
photovoltaic and wind power systems.
rede elétrica. 2012.
Chichester: John Wiley & Sons, Ltd, 2011.
[5] Pinho, J.T.;Galdino,M.A..Manual de
Engenharia para Sistemas Fotovoltaicos. Rio
de Janeiro: CEPEL – CRESESB,2014.
[6] XIMENES, Saulo Castro. Projeto de um
conversor CC-CA trifásico para interligar um
sistema fotovoltaico à rede elétrica / Saulo
Castro Ximenes. – 2012.
[7] J. R. Gazoli; M. G. Villalva; D. I. Brandão; F.
P. Marafão; E. Ruppert; Microinversor
Integrado Ao Módulo Fotovoltaico Para
Sistemas Conectados À Rede Elétrica
Utilizando Controlador Ressonante, 2013.
[8] VILLALVA, Marcelo Gradella; Conversor
eletrônico de potência trifásico para sistema
fotovoltaico conectado à rede elétrica-
Campinas, SP:, 2010.
[9] GOETZBERGER, A.; HOFFMANN, V. U.
Photovoltaic solar energy generation. Springer,
Alemanha, 2005.
[10] CALAIS, M.; MYRZIK, J.; SPOONER, T.;
AGELIDIS, V. G. Inverters for single-phase
grid-connected photovoltaic systems – An
overview. Proceedings of Power Electronics
Specialists Conference, p. 1995-2000. 2002.
[11] AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA
ELÉTRICA. Resolução normativa nº 482. 17 de
Abril de 2012.
[12] INSTITUTO NACIONAL DE
METROLOGIA, NORMALIZAÇÃO E
QUALIDADE INDUSTRIAL. Portaria nº 357.
01 de Agosto de 2014.
[13] INSTITUTO NACIONAL DE
METROLOGIA, NORMALIZAÇÃO E
QUALIDADE INDUSTRIAL. Portaria nº 004.
04 de Janeiro de 2011

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