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CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
NATAL-RN
2021
Fernanda Karoline Monteiro de Melo Duarte
Métodos construtivos empregados em parques eólicos com fundações dos tipos convencional e
Jabalcones no Rio Grande de Norte e Bahia
Natal-RN
2021
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Métodos construtivos empregados em parques eólicos com fundações dos tipos convencional e
Jabalcones no Rio Grande do Norte e Bahia
__________________________________________________________
Prof.ª Dr.ª Jaquelígia Brito da Silva – Orientadora
___________________________________________________________
Prof. Dr. Marcos Lacerda Almeida – Examinador Interno
____________________________________________________________
Prof.ª Dr.ª Jozilene de Souza – Examinadora Externa
Natal-RN
2021
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AGRADECIMENTOS
RESUMO
ABSTRACT
Adoption of alternative energy sources was the result of a number of factors, including
environmental issues that made it an important tool for survival. Over the past decade studies
were made to highlight economic and social aspects of renewable energy sources, all motivated
by the need of gas emission reduction. The fossil fuel energy crisis unchained the search for
safe supplying of energy, leading to the discovery of wind-generated energy as a great
renewable source. Among its benefits, creation of new jobs and land lease were significant
social contributions for the social environment in which they happen. In civil engineering, wind
tower foundations are important elements of constructing wind farms, and it is through them
that the efforts produced by the wind are transmitted to soil. The goal of this paper is to map
the main constructive methods employed in the construction of Brazilian wind farms, using
local projects on Rio Grande do Norte and Bahia as the study object. Furthermore, this paper
also includes some predecessors and successive phases of the construction process, enabling
broad vision of how wind farms are implanted. To reach this goal we followed three steps:
initial research and theoretical data collection; description of processes containing images of
each construction phase; creation of a general process flowchart. Wind technology
advancements is deemed new and many regional factors can interfere on its execution. Thus,
the work resulted in the demonstration of base processes, thus creating a general model for the
construction of wind farms.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Turbina eólica, Grandpa’s. 18
Figura 2 – Novas instalações onshore de energia eólica em 2020. 19
Figura 3 – Instalações cumulativas de energia eólica onshore até o final de 2020 20
Figura 4 – Crescimento da capacidade de energia eólica por região de 2021 a 2025 20
Figura 5 – Matriz elétrica brasileira. 21
Figura 6 – Evolução da capacidade instalada. 22
Figura 7 – Etapas básicas constituintes do processo de pavimentação. 26
Figura 8 – Bloco de encabeçamento. 27
Figura 9 – Armazenamento de parte dos tramos. 29
Figura 10 – Componente da torre do aerogerador. 30
Figura 11 – Sub divisão da torre e seu interior. 30
Figura 12 – Localização dos parques do Rio Grande do Norte. 32
Figura 13 – Localização do parque da Bahia. 33
Figura 14 – Fluxograma dos estudos preliminares à supressão vegetal. 34
Figura 16 – Fluxograma da execução de terraplenagem e pavimentação. 35
Figura 17 – Fluxograma de execução de fundações dos aerogeradores. 37
Figura 18 – Fluxograma de execução da drenagem. 38
Figura 19 – Resgate de filhote de espécie nativa. 39
Figura 20 – Delimitação por meio de estacas. 40
Figura 21 – Supressão semimecanizada com auxílio de motosserra. 41
Figura 22 – Primeira etapa de supressão vegetal. 41
Figura 23 – Estocagem de lenha. 42
Figura 24 – Solo orgânico (top-soil). 42
Figura 25 – Postes com estaiamento provisório. 43
Figura 26 – Escavação de material de primeira categoria. 44
Figura 27 – Conferência de cota final de escavação. 44
Figura 28 – Rompedor em desmonte de material. 45
Figura 29 – Marcação dos furos. 46
Figura 30 – Perfuratriz. 46
Figura 31 – Detonação. 47
Figura 32 – Material resultante da detonação . 47
Figura 33 – Retirada de material com auxílio de escavadeira. 48
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LISTA DE QUADROS
QUADRO
1 Etapas para elaboração da pesquisa dos métodos construtivos 29
empregados em parques eólicos do RN e BA.
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LISTA DE SIGLAS
SUMÁRIO
1 - INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 15
1.1 – Considerações Iniciais .............................................................................................. 15
1.2 – Objetivos .................................................................................................................. 17
1.2.1 – Objetivo Geral .............................................................................................. 17
1.2.2 – Objetivos Específicos................................................................................... 17
3 – METODOLOGIA............................................................................................................. 32
3.1 – Apresentação das obras do estudo ............................................................................ 33
3.2 – Mapeamento das etapas construtivas ....................................................................... 34
3.2.1 – Dos estudos preliminares à Supressão vegetal ............................................. 34
3.2.3 – Processo de execução de RMT .................................................................... 34
3.2.2 – Processo de execução terraplenagem, de acessos e plataformas ................. 34
3.2.4 – Processo de execução de fundações dos aerogeradores ............................... 36
3.2.5 – Processo de execução de drenagem ............................................................. 37
4 - RESULTADOS .................................................................................................................. 38
4.1.1 – Serviços preliminares ................................................................................... 38
4.1.2 – Marcação topográfica ................................................................................... 39
4.1.3 – Fase exploratória .......................................................................................... 39
1 - INTRODUÇÃO
1.2 - Objetivos
1.3 – Justificativa
2 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A GWEC também traz uma perspectiva de crescimento par os próximos anos por região
(Figura 4), onde é possível perceber que entre 2021 e 2025 a África assume o 4° lugar no
mundo.
Figura 4 - Crescimento da capacidade de energia eólica por região de 2021 a 2025.
primeira fase da limpeza mecanizada conta com o auxílio do trator de esteira, que percorre a
área com a lâmina alta, cerca de 15cm do nível do terreno, a fim de quebrar o material lenhoso.
A lenha resultante da fase anterior deve ser estocada e destinada como prevista
contratualmente. É comum ser destinada aos proprietários do terreno do parque ou negociadas
com olarias e carvoarias da região. Este material também pode ser utilizado para o PRAD
(Programa de recuperação de áreas degradadas), contenção de erosões e incorporações previstas
de material orgânico no solo (SOUZA, 2018).
2.9 – Drenagem
Os elementos de pavimentação necessitam de direcionamento no fluxo das águas
decorrentes de chuvas, o que obriga o uso de dispositivos drenantes. Existem diversas formas
de drenagens, sendo mais convencionais as superficiais e profundas.
2.9.3 Sarjetas
Geralmente de concreto e sua etapa inicial é o corte do terreno conforme especificação.
Intercala-se os gabaritos fazendo com que seja definido o perfil da drenagem.
O tipo de fundação indireta depende das especificações do projeto, sendo mais comum
a hélice contínua.
3 – METODOLOGIA
Apesar de seguirem uma certa padronização nas etapas, os dados do início do processo
foram retirados do Complexo Eólico Cumaru. Para a etapa de terraplenagem, pavimentação
preparação para recebimento da armação, foram consideradas as obras de Cumaru e Ventos de
São Vitor. Para a execução das fundações dos aerogeradores, foram consideradas as etapas de
Cumaru para as bases convencionais e Serra do Mel III para as Jabalcones.
TERRAPLENAGEM E
PAVIMENTAÇÃO
Sub base de
acessos e
plataformas
Base de acessos e
plataformas
Revestimento
(quando aplicável)
Sinalização
definitiva das vias
EXECUÇÃO DE
FUNDAÇÕES
Escavação
Movimentação de
Fragmentação com Detonação e
terra com
auxílio de rompedor e transporte de
escavação
transporte de material material
convencial
Tipo de
fundação
Fundação direta
Fundação Execução das
indireta caixas de
passagem
PCE/inspeção
geológica Teste de
Execução do
estaqueamento passagem dos
Não
eletrodutos
Aprovada?
Anchorcage
Sim
Escavação de
vala para
Execução do
eletroduto
maciço de
encabeçamento
Posicionamento
dos eletrodutos
Reaterro ou
concretagem da
vala
Lastro de
regularização
Anchorcage
Armação
Formas
Concretagem
Cura e desforma
Identificação do
Reparo Reaterro
aerogerador
DRENAGEM
Passagem Sarjetas e
Bueiros Meio fio
molhada dissipadores
Concretagem das
alas e Desforma
Acabamento
dissipadores
Pedra
Acabamento argamassada Escoramento com
solo após
finalizado
Compactação
com placa
vibratória
Execução das
descidas d água
(quando
necessário)
4 - RESULTADOS
Antes do início dos cortes da região é feita uma vistoria em toda a área com o intuito
de capturar animais silvestres em vulnerabilidade. Esses animais são translocados para as áreas
de vegetação próximas aos locais. Os filhotes passam por avaliação e cuidados até que sejam
soltos em áreas permitidas e seguras. Os animais adultos, no geral, não são capturados, mas
acompanhados durante todo o processo de fuga natural.
São disponibilizadas equipes aptas ao resgate caso algum animal se machuque. Sua
liberação ao habitat só é permitida quando garantida a sua volta segura ao ambiente.
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O próximo passou foi a limpeza mecanizada, com uso de lâmina alta para quebrar o
material lenhoso. Na Figura 22 é possível visualizar parte lateral do acesso no início dessa fase.
A Figura 24 exemplifica o resultado da última fase, onde foi feita a retirada do material
restante com auxílio do trator de esteira. Esta etapa condiciona leiras de solo misturado à
matéria orgânica, o solo orgânico, também conhecido como top-soil.
O solo orgânico foi estocado para posterior utilização prevista no Plano de Recuperação
de Áreas Degradadas (PRAD).
4.3 – Escavação
Após a supressão de área a ser utilizada, usa-se da topografia para marcação da área a
ser escavada. O material de escavação difere de acordo com a região trabalhada, caracterizando-
se como de 1ª, 2ª e 3ª categoria. O tipo de componente vai interferir no método de escavação.
43
Figura 30 – Perfuratriz
Após a perfuração foram locados os explosivos. O passo seguinte foi iniciar a detonação
apresentada na Figura 31. Para isso é necessário respeitar os protocolos de segurança dos
colaboradores e da vizinhança, caso exista.
Figura 31 – Detonação.
Uma vez que o material foi devidamente fragmentado, este foi retirado com auxílio de
escavadeiras e direcionado, através de caminhões basculantes, para o local de reaproveitamento
ou bota-fora. Este tipo de material foi aproveitado em outras etapas, a exemplo de composição
da pavimentação dos acessos que será abordada posteriormente. A seguir, na Figura 32, é
possível visualizar o material fragmentado após processo de detonação, bem como sua retirada
com auxílio de escavadeira, na Figura 33.
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Por fim, o concreto foi espalhado com auxílio de enxadas e dado o acabamento com
régua de regularização e colher de pedreiro, conforme Figura 46 a seguir.
4.8 – Drenagem
4.8.1 – Bueiros
A primeira fase consistiu em escavar até as cotas especificadas em projeto. Em seguida,
as manilhas foram colocadas sobre camada de brita e unidas entre si, como na Figura 51:
Figura 51 – Posicionamento de manilhas de concreto.
4.8.1 – Sarjetas
Após feito o corte, foi posicionado o gabarito para a concretagem das sarjetas, como
demonstram as Figuras 53 e 54.
Para as obras analisadas, foram utilizados meio fios extrusados. A primeira etapa
consistiu em demarcar e cortar e área onde seriam executados. Em seguida a extrusora é guiada
para execução, como possível de observar nas Figuras 55 e 56.
Figura 55 – Marcação do meio fio.
.
Fonte: Acervo da empresa Dois A
Engenharia e Tecnologia, (2021).
60
Figura 57 – Escoramento.
4.10 – Concretagem
4.11.1 - Central de produção de concreto
Devido a localização dos parques eólicos, a logística de insumos torna-se desafiadora.
Sendo assim, é comum a instalação de uma central para usinagem do concreto dentro do próprio
parque, composta por silos de agregados, armazenamento de aditivos, central de resfriamento
(geralmente de gelo ou nitrogênio), dique de lavagem das betoneiras e pátio de dosagem para
conferência do traço. Nesta usina é feito o controle dos insumos por meio de balanças.
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Vale salientar que todo o processo requer rastreabilidade e controle para garantir o
resultado final da concretagem. Os passos finais contam com o acabamento manual feito com
colher de pedreiro e sarrafos metálicos. Por fim, ainda na etapa de acabamento, costuma-se
aplicar produtos que auxiliam na cura e evitam retração.
4.12 – Cura
Este processo foi realizado logo após a concretagem e mantido por 7 dias, conforme
mostrado na Figura 71, a seguir.
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4.13 – Reparos
Apesar de todos cuidados na definição do traço do concreto e processo de execução, o
alto calor de hidratação ocasionado pela reação exotérmica pode resultar no aparecimento de
fissuras de retração na superfície da fundação. Para estes casos, é determinado material com
propriedades corretivas e impermeáveis, visando proteção e correção das fissuras como na
Figura 72.
Figura 72 - Reparo com argamassa específica
4.16– Grout
Esta etapa consiste na ligação entre o fuste e os tramos. É feita após montagem e pré
tensionamento dos primeiros tramos. Assim como na concretagem é feita a moldagem do
material e o controle tecnológico, evidenciados na Figura 78. É comum fabricar o grout no
próprio local por meio de usina móvel.
Figura 78 – Teste de espalhamento do grout
4.17 – Subestação
É necessário fazer a interligação dos aerogeradores à subestação, através da RMT.
Neste espaço está contida toda a estrutura, de apoio e operação, para geração de energia. Para
a parte de operação e manutenção são destinados prédios administrativos e almoxarifados. É
importante salientar que as manutenções são inevitáveis, sendo necessária estrutura para
atendê-las. Na Figura 80 a seguir é possível visualizar a subestação da obra do Complexo Eólico
Cumaru, ainda em finalização.
Figura 80 – Vista geral da subestação
4. 18 – Energização
Esta fase se dá após todos os demais processos citados serem concluídos. São
realizados testes e ajustes antes da energização do parque. Nesta etapa são envolvidos todos os
contribuintes das etapas de montagem e energização, mobilizando estruturas de apoio. Após
efetivação, os aerogeradores já iniciam a geração e são acompanhados, caso precisem de
ajustes.
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5 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
Percebeu-se que a literatura traz em sua composição literária processos isolados que, em
algumas situações, podem ser difíceis de compreender dentro da perspectiva de execução de
parques eólicos. Destaca-se que na formação acadêmica em Engenharia Civil são abordados os
processos base que constituem esse tipo de execução, ficando a sugestão de elaboração de
mapeamento com fluxograma detalhado de cada etapa citada, envolvendo todos os setores e
suas contribuições no processo executivo.
Com a elaboração deste trabalho, foram alcançados os objetivos citados, tanto o geral
quanto os específicos. O trabalho contendo casos de execuções reais resultou nos principais
processos encontrados e trouxe, como metodologia um fluxograma destes. Foram apresentadas
condições possíveis de encontrar no dia a dia executivo e suas soluções, bem como os principais
equipamentos utilizados.
Sugere-se que ao ser utilizada a proposta de fluxograma deste trabalho, seja analisada a
sua estrutura e as condições locais de execução, e utilizado o processo apresentado como base
para nortear o conhecimento a respeito dos métodos construtivos.
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REFERÊNCIAS
ALONSO, Urbano Rodriguez – “Exercícios de Fundações”. São Paulo: Ed. Edgar Blücher
Ltda, 1983.
CARDOSO, Inês Isabel Martins. Proposta de modelo para rede de distribuição elétrica de
alta e média tensão. Lisboa, 2020.
DUTRA, R. Energia eólica: princípios e tecnologia. Rio de Janeiro:. 58p. CRESESB, 2008.
GORINI, et. al. Matriz energética brasileira – uma prospectiva. Novos estudos, 2007.
77
RANKHAUSER, S. et al. Climate change, innovation and jobs. Climate Policy, v.8, n.4,
p.421, ago. 2008.
LOPEZ, R.A. Energia eólica. São Paulo: Artliber, 2002. 156p.
LUZ, Marta Pereira. Análise dos resultados do ensaio CBR realizado em condiçõesvariadas
de umidade pós-compactação. Dissertação de Pós Graduação. São Carlos, 2003.
MARÍ, Antonio et. al. Investigación e innovación en puentes y torres eólicas prefabricadas
de hormigón pretensado. Recerca i innovació a l'escola de Camins,
MATTOS, Aldo Dórea. Como preparar orçamento de obras. São Paulo. Editora Pini, 2006.
REN21. Renewables 2011 Global Status Report. Renewable Energy Policy Network for the
21st Century, 2011. Disponível em:
TESSMER, Hélio. Uma síntese histórica da evolução do consumo de energia pelo homem.
Novo Hamburgo, 2002.