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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

FERNANDA KAROLINE MONTEIRO DE MELO DUARTE

MÉTODOS CONSTRUTIVOS EMPREGADOS EM PARQUES


EÓLICOS COM FUNDAÇÕES DOS TIPOS CONVENCIONAL E
JABALCONES NO RIO GRANDE DO NORTE E BAHIA

NATAL-RN
2021
Fernanda Karoline Monteiro de Melo Duarte

Métodos construtivos empregados em parques eólicos com fundações dos tipos convencional e
Jabalcones no Rio Grande de Norte e Bahia

Trabalho de Conclusão de Curso na modalidade


Monografia, submetido ao Departamento de
Engenharia Civil da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte como parte dos requisitos
necessários para obtenção do Título de Bacharel em
Engenharia Civil.

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Jaquelígia Brito da Silva

Natal-RN
2021
2

Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN


Sistema de Bibliotecas - SISBI
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Central Zila Mamede

Duarte, Fernanda Karoline Monteiro de Melo.


Métodos construtivos empregados em parques eólicos com
fundações dos tipos convencional e jabalcones no Rio Grande do
Norte e Bahia / Fernanda Karoline Monteiro de Melo Duarte. -
2021.
79 f.: il.

Monografia (graduação) - Universidade Federal do Rio Grande do


Norte, Centro de Tecnologia, Curso de Engenharia Civil, Natal,
RN, 2021.
Orientadora: Prof.ª Dr.ª Jaquelígia Brito da Silva.

1. Energia eólica - Monografia. 2. Métodos construtivos -


Monografia. 3. Parques eólicos - Monografia. 4. Energias
renováveis - Monografia. I. Silva, Jaquelígia Brito da. II.
Título.

RN/UF/BCZM CDU 551.311.3

Elaborado por Ana Cristina Cavalcanti Tinoco - CRB-15/262


3

Fernanda Karoline Monteiro de Melo Duarte

Métodos construtivos empregados em parques eólicos com fundações dos tipos convencional e
Jabalcones no Rio Grande do Norte e Bahia

Trabalho de Conclusão de Curso na modalidade


Monografia, submetido ao Departamento de
Engenharia Civil da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte como parte dos requisitos
necessários para obtenção do Título de Bacharel em
Engenharia Civil.

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Jaquelígia Brito da Silva

Aprovada em 10 de Setembro de 2021:

__________________________________________________________
Prof.ª Dr.ª Jaquelígia Brito da Silva – Orientadora

___________________________________________________________
Prof. Dr. Marcos Lacerda Almeida – Examinador Interno

____________________________________________________________
Prof.ª Dr.ª Jozilene de Souza – Examinadora Externa

Natal-RN
2021
4

AGRADECIMENTOS

Aos que me trouxeram ao mundo e sabiamente me guiaram neste caminho, permitindo


e orientando meus voos, meus pais, Ernane Duarte e Cleide Monteiro. À minha irmã Lara
Jordana por sempre motivar a busca pela minha melhor versão.
Aos mestres e professores, em especial à orientadora Jaquelígia Brito da Silva, pelos
ensinamentos, oportunidades e paciência. A ti, minha total admiração pela competência e
resiliência. És um exemplo de mulher e profissional. Ao professor Iesus Diniz, meu
agradecimento pelo incentivo à minha primeira experiência profissional.
À família que escolhi, minhas pessoas de longas datas, Franklin William, Ádva Maria,
Kilvia Moura, Thais Lopes, Ana Marília, Karen Giselly e Ivan Pinheiro por me ensinarem o
que verdadeiramente é amizade. Aos companheiros que fiz nessa jornada, em especial à Ítalo
Marcos, que tornou esse desafio prazeroso.
Ao Instituto Federal do Rio Grande do Norte – IFRN, que me inseriu na esfera no ensino
público de qualidade, possibilitando meu ingresso e formação na Universidade Federal do Rio
Grande do Norte.
5

RESUMO

Métodos construtivos empregados em parques eólicos com fundações dos tipos


convencional e Jabalcones no RN e BA

A adoção de energias alternativas é decorrente de muitos fatores, entre eles ambientais,


uma vez que a energia se tornou um ponto fundamental para a sobrevivência. Nas últimas
décadas foram realizados diversos estudos para avaliar os aspectos econômicos e sociais
empregados às energias renováveis, sobretudo motivados pela necessidade de redução na
emissão de gases. A crise da geração de energia por meio de combustíveis fósseis desencadeou
a busca pela segurança na geração e fornecimento de energia, encontrando na energia eólica
uma ótima opção renovável. Dentre os benefícios dessa alternativa, a geração de empregos e o
arrendamento de terras configuram-se como contribuições sociais significativas para o
ambiente onde é implantada. No domínio da Engenharia Civil, as fundações das torres eólicas
configuram elementos essenciais na construção dos parques eólicos, uma vez que é através
destas que os esforços, em grande escala induzidos pelo vento, são transmitidos ao solo. Nessa
perspectiva, o objetivo principal deste trabalho foi mapear os principais métodos construtivos
empregados na construção de parques eólicos brasileiros, tendo como objeto de estudo obras
de parques eólicos localizados nos estados do Rio Grande do Norte e na Bahia. Além disso,
abrangeu algumas etapas predecessoras e sucessoras do processo construtivo, sendo possível
ter visão ampla do processo de implantação de um parque eólico. Para o alcance dos objetivos
foram seguidas três etapas: pesquisas iniciais e levantamento de dados teóricos, elaboração do
fluxograma geral de processos e descrição dos processos contendo imagens das etapas
construtivas nas obras estudadas. O avanço da tecnologia dos ventos ainda é considerado
recente e muitos fatores regionais podem interferir nos métodos executivos. Dessa forma, o
trabalho resultou na demonstração dos processos base, criando assim um modelo geral de
entendimento de construção desses parques eólicos.

Palavras-chave: Energia eólica. Métodos construtivos. Parques eólicos. Energias renováveis.


6

ABSTRACT

Adoption of alternative energy sources was the result of a number of factors, including
environmental issues that made it an important tool for survival. Over the past decade studies
were made to highlight economic and social aspects of renewable energy sources, all motivated
by the need of gas emission reduction. The fossil fuel energy crisis unchained the search for
safe supplying of energy, leading to the discovery of wind-generated energy as a great
renewable source. Among its benefits, creation of new jobs and land lease were significant
social contributions for the social environment in which they happen. In civil engineering, wind
tower foundations are important elements of constructing wind farms, and it is through them
that the efforts produced by the wind are transmitted to soil. The goal of this paper is to map
the main constructive methods employed in the construction of Brazilian wind farms, using
local projects on Rio Grande do Norte and Bahia as the study object. Furthermore, this paper
also includes some predecessors and successive phases of the construction process, enabling
broad vision of how wind farms are implanted. To reach this goal we followed three steps:
initial research and theoretical data collection; description of processes containing images of
each construction phase; creation of a general process flowchart. Wind technology
advancements is deemed new and many regional factors can interfere on its execution. Thus,
the work resulted in the demonstration of base processes, thus creating a general model for the
construction of wind farms.

Keyword: wind energy. Constructive methods. Wind farms. Renewable energy.


7

LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Turbina eólica, Grandpa’s. 18
Figura 2 – Novas instalações onshore de energia eólica em 2020. 19
Figura 3 – Instalações cumulativas de energia eólica onshore até o final de 2020 20
Figura 4 – Crescimento da capacidade de energia eólica por região de 2021 a 2025 20
Figura 5 – Matriz elétrica brasileira. 21
Figura 6 – Evolução da capacidade instalada. 22
Figura 7 – Etapas básicas constituintes do processo de pavimentação. 26
Figura 8 – Bloco de encabeçamento. 27
Figura 9 – Armazenamento de parte dos tramos. 29
Figura 10 – Componente da torre do aerogerador. 30
Figura 11 – Sub divisão da torre e seu interior. 30
Figura 12 – Localização dos parques do Rio Grande do Norte. 32
Figura 13 – Localização do parque da Bahia. 33
Figura 14 – Fluxograma dos estudos preliminares à supressão vegetal. 34
Figura 16 – Fluxograma da execução de terraplenagem e pavimentação. 35
Figura 17 – Fluxograma de execução de fundações dos aerogeradores. 37
Figura 18 – Fluxograma de execução da drenagem. 38
Figura 19 – Resgate de filhote de espécie nativa. 39
Figura 20 – Delimitação por meio de estacas. 40
Figura 21 – Supressão semimecanizada com auxílio de motosserra. 41
Figura 22 – Primeira etapa de supressão vegetal. 41
Figura 23 – Estocagem de lenha. 42
Figura 24 – Solo orgânico (top-soil). 42
Figura 25 – Postes com estaiamento provisório. 43
Figura 26 – Escavação de material de primeira categoria. 44
Figura 27 – Conferência de cota final de escavação. 44
Figura 28 – Rompedor em desmonte de material. 45
Figura 29 – Marcação dos furos. 46
Figura 30 – Perfuratriz. 46
Figura 31 – Detonação. 47
Figura 32 – Material resultante da detonação . 47
Figura 33 – Retirada de material com auxílio de escavadeira. 48
8

Figura 34 – Escavação para passagem dos eletrodutos. 49


Figura 35 – Posicionamento dos eletrodutos para posterior aterramento. 50
Figura 36 – Perfuratriz de calda de cimento. 50
Figura 37 – Caldas de cimento injetadas. 51
Figura 38 – Finalização da escavação do material de 1ª categoria. 52
Figura 39 – Espalhamento do material com auxílio de motoniveladora. 53
Figura 40 – Compactação da brita graduada simples com auxílio de rolo liso. 54
Figura 41 – Espalhamento do material com motoniveladora. 54
Figura 42 – Homogeneização do material. 55
Figura 43 – Umectação do solo cimento. 55
Figura 44 – Ciclo produtivo. 56
Figura 45 – Concretagem da regularização. 57
Figura 46 – Concreto de regularização em finalização. 57
Figura 47 – Espalhamento do material com auxílio de motoniveladora. 58
Figura 48 – Umectação de material. 58
Figura 49 – Material sendo homogeneizado. 59
Figura 50 – Compactação do material. 59
Figura 51 – Posicionamento de manilhas de concreto. 60
Figura 52 – Execução de ala de bueiro. 60
Figura 53 – Gabarito para concretagem de sarjetas. 61
Figura 54 – Sarjetas de concreto. 61
Figura 55 – Marcação e conformação da área de meio fio. 62
Figura 56 – Execução com auxílio de extrusora. 63
Figura 57 – Escoramento. 63
Figura 58 – Compactação com auxílio de placa vibratória. 64
Figura 59 – Estacas tipo hélice contínua executadas. 65
Figura 60 – Espaçadores da armação, mais conhecidos como “caranguejos”. 66
Figura 61 – Fundação finalizada. 67
Figura 62 – Gabarito do fuste. 67
Figura 63 – Vista superior de anchorcage e início da armação. 68
Figura 64 – Ligação dos braços pré-moldados à armação. 68
Figura 65 – Preparação para concretagem. 69
Figura 66 – Estrutura de fundação Jabalcone finalizada. 70
9

Figura 67 – Forma executada. 70


Figura 68 – Vista superior de canteiro e usina. 71
Figura 69 – Vista superior de canteiro e usina. 72
Figura 70 – Aplicação de produto de finalização. 72
Figura 71 – Cura do concreto com auxílio de manta úmida. 73
Figura 72 – Reparo com argamassa específica. 74
Figura 73 – Etapa inicial de reaterro, quando não é possível usar o rolo. 76
Figura 74 – Realização do CBR. 76
Figura 75 – Espalhamento do material para compactação. 77
Figura 76 – Finalização do reaterro. 77
Figura 77 – Aerogerador montado. 78
Figura 78 – Teste de espalhamento do grout. 78
Figura 79 – Lançamento do grout. 79
Figura 80 – Vista geral da subestação. 79
10

LISTA DE QUADROS

QUADRO
1 Etapas para elaboração da pesquisa dos métodos construtivos 29
empregados em parques eólicos do RN e BA.
11

LISTA DE SIGLAS

GEE Gases de efeito estufa


ABEEólica Associação Brasileira de Energia Eólica
ASV Autorização de Supressão Vegetal
BGS Brita Graduada Simples
DNIT Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes
GW Gigawatt (unidade da grandeza física potência)
GWEC Global Wind Energy Council
MPa Mega Pascal (unidade de medida de pressão do sistema internacional)
MW Megawatt (unidade de medida correspondente a 106 watts)
PEAD Polietileno de Alta Densidade
PRAD Programa de Recuperação de Áreas Degradadas
RMT Rede de Média Tensão
12

SUMÁRIO

1 - INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 15
1.1 – Considerações Iniciais .............................................................................................. 15
1.2 – Objetivos .................................................................................................................. 17
1.2.1 – Objetivo Geral .............................................................................................. 17
1.2.2 – Objetivos Específicos................................................................................... 17

1.3 – Justificativa ............................................................................................................... 18


1.4 – Estrutura do Trabalho ............................................................................................... 18
2 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................................... 18
2.1 – Histórico do uso do vento para tecnologia sustentável ....................................... 18
2.1.1 – Desenvolvimento energético e surgimento da tecnologia dos ventos.......... 18
2.1.2 – Energia eólica no mundo ............................................................................. 20

2.2 – Energia eólica no Brasil .......................................................................................... 22


2.4 – Rede de Média Tensão - RMT ................................................................................. 25
2.5.1 – Material de 1ª categoria................................................................................ 25
2.5.2 – Material de 2ª categoria................................................................................ 25
2.5.3 – Material de 3ª categoria................................................................................ 25

2.5 – Escavação ................................................................................................................. 26


2.6 – Injeção de calda de cimento ..................................................................................... 26
2.7 – Regularização com concreto..................................................................................... 26
2.8 – Terraplenagem e pavimentação rodoviária .............................................................. 26
2.9 – Drenagem ................................................................................................................. 27
2.9.1 – Drenagem profunda...................................................................................... 27
2.9.2 – Drenagem superficial ................................................................................... 27
2.9.3 – Sarjetas ......................................................................................................... 27
2.9.4 – Meio fio ........................................................................................................ 27

2.10 – Fundações dos aerogeradores ................................................................................. 28


2.10.1 – Fundação indireta ....................................................................................... 28
2.10.2 – Fundação direta .......................................................................................... 28
2.10.2.1 – Fundações convencionais ........................................................................ 29
2.10.2.2 – Fundações elevadas ................................................................................. 29
13

2.11 – Montagem de formas .......................................................................................... 29


2.12 – Concretagem....................................................................................................... 29
2.13 – Cura .................................................................................................................... 29
2.14 – Reaterro e finalização ......................................................................................... 29
2.15 – Montagem do aerogerador ................................................................................. 30
2.15.1 – Torres de concreto...................................................................................... 30
2.15.2 – Torres metálicas ......................................................................................... 31

3 – METODOLOGIA............................................................................................................. 32
3.1 – Apresentação das obras do estudo ............................................................................ 33
3.2 – Mapeamento das etapas construtivas ....................................................................... 34
3.2.1 – Dos estudos preliminares à Supressão vegetal ............................................. 34
3.2.3 – Processo de execução de RMT .................................................................... 34
3.2.2 – Processo de execução terraplenagem, de acessos e plataformas ................. 34
3.2.4 – Processo de execução de fundações dos aerogeradores ............................... 36
3.2.5 – Processo de execução de drenagem ............................................................. 37

4 - RESULTADOS .................................................................................................................. 38
4.1.1 – Serviços preliminares ................................................................................... 38
4.1.2 – Marcação topográfica ................................................................................... 39
4.1.3 – Fase exploratória .......................................................................................... 39

4.2 – Rede de Média Tensão - RMT ................................................................................. 42


4.3 – Escavação ................................................................................................................. 42
4.3.1 – Material de 1ª categoria................................................................................ 43
4.3.4 – Material de 3ª categoria................................................................................ 44
4.3.5 – Escavação dos eletrodutos ........................................................................... 47

4.4 – Injeção de calda de cimento ..................................................................................... 49


4.5 – Regularização do fundo de cava ............................................................................... 50
4.5.1 – Regularização em materiais de 1ª categoria................................................ 50
4.5.1 – Regularização com BGS .............................................................................. 50
4.5.2 – Regularização com solo cimento ................................................................. 52

4.6 – Regularização com concreto..................................................................................... 54


4.7 – Terraplenagem e pavimentação ................................................................................ 55
4.8 – Drenagem ............................................................................................................ 57
14

4.8.1 – Bueiros ......................................................................................................... 57


4.8.1 – Sarjetas ......................................................................................................... 58

4.9 – Fundações dos aerogeradores ................................................................................... 61


4.9.1 – Fundação indireta ......................................................................................... 61
4.9.2 – Fundação direta convencional ...................................................................... 61
4.9.2 – Fundação direta elevada ............................................................................... 63
4.9.2 – Fundação direta Jabalcone ........................................................................... 64

4.10 – Montagem de formas .............................................................................................. 66


4.11– Concretagem ............................................................................................................ 66
4.11.1 – Central de produção de concreto ................................................................ 66
4.11.2 – Concretagem da fundação .......................................................................... 67

4.12 – Cura ........................................................................................................................ 68


4.13 – Reparos ................................................................................................................... 69
4.14 – Reaterro e finalização ............................................................................................. 70
4.15 – Torre do aerogerador .............................................................................................. 71
4.16 – Grout ....................................................................................................................... 72
4.17 – Subestação .............................................................................................................. 73
4. 18 – Energização ........................................................................................................... 74
5 - CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................... 75
REFERÊNCIAS......................................................................................................................76
15

1 - INTRODUÇÃO

1.1 – Considerações Iniciais

Com a crescente devastação ambiental e a necessidade diante da demanda


populacional, a geração de energia torna-se indispensável para sustentar os meios de
produção e para garantir a vida em civilização. Diante disso, contamos com diversos
meios de geração de energia, sendo os principais a hidráulica, gás natural, petróleo,
carvão, nuclear, eólica e solar. Com o passar do tempo, a preocupação com os
impactos ambientais envolvidos na geração de energia foram se tornando relevantes.
Improta (2008) diz que o grande problema dos combustíveis fósseis está no fato de
que a sua extração, utilização e processamento são processos altamente poluentes.
Sobre os impactos, Paccas e Simas (2013, p.99) apresentam:
A preocupação com as mudanças climáticas e os esforços para a
redução das emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE), a partir da
assinatura do Protocolo de Quioto, em 1997, levaram à busca por
alternativas que pudessem suprir as necessidades econômicas e, ao
mesmo tempo, gerar menos impactos ambientais. Entre as medidas,
uma das mais populares foi o investimento crescente em fontes
renováveis de energia, como a energia eólica. (PACCAS E SIMAS,
2013, p.99)

Segundo Laitner et al. (1998), ao associarem a redução no consumo de


energia e nas emissões de GEE – Gases de efeito estufa, com perdas econômicas, as
análises de políticas climáticas e energéticas não são levadas em conta a dinâmica da
inovação tecnológica. Em contrapartida, é mais comum que a difusão dessa
tecnologia de energia limpa contribua para ganhos significativos na economia, sem
que seja vista em uma perspectiva imediata. É imprescindível que exista o incentivo
de políticas que reduzam a barreira criada no mercado para vetar o avanço de novas
tecnologias.
Em relação às políticas climáticas, Frankhauser et al. (2008) descrevem que
as políticas climáticas tem como consequências a inovação e a criação de novas
oportunidades para investimento seguido de crescimento econômico. São muitos os
benefícios decorrentes dessas mudanças: sendo consideradas mudanças à longo
prazo, veremos o aumento de demanda por trabalho e necessidade de qualificação.
No contexto da importância de as políticas favorecerem o desenvolvimento
da inovação tecnológica, Frankhauser et al. (2008) ressaltam que “os países pioneiros
no desenvolvimento de tecnologias limpas têm potencial para a liderança regional.”.
16

Lopez (2002) menciona que a energia proporcionada pelos ventos está


presente no dia a dia do homem desde os primórdios da civilização. Atividades como
extração de água e bombeamento utilizado para consumo próprio e beneficiamento
de grãos até sua distribuição através da navegação contaram com o vento para que
pudessem ser realizadas.
Os primeiros registros de utilização do vento para técnicas importantes da
época foram registrados há anos a.C. Como grande marco histórico, a Revolução
industrial no final do século XIX teve um papel fundamental no desenvolvimento de
muitas tecnologias, dentre elas a do vento.
O Brasil tem, na sua matriz energética, predominância de energia hidrelétrica.
Segundo Gorini et.al (2007), a partir de 1970 a evolução do consumo de energia
motivado pelo crescimento populacional sugere que nesse ano a demanda de energia
primária era inferior a setenta milhões de tep (toneladas equivalentes de petróleo).
Nessa perspectiva, a população atingia noventa e três milhões de habitantes. Houve
um grande aumento, equivalente ao triplo, no ano 2000. Foram alcançados 190
milhões de tep quando a população correspondia à 170 milhões. Diante disso, é
possível observar que o crescimento econômico não seguiu uma linha uniforme
durante o período. Segundo autores, “a taxa média anual, de 3,5%, oscilou de 5,5%
em 1970-80 a 2,2% e 3% nas décadas seguintes, quando o crescimento apresentou
volatilidade em razão de crises macroeconômicas”. Em contrapartida, mesmo nos
períodos em que as taxas eram menores, sempre foi possível observar expansão
significativa no consumo de energia nos intervalos de expansão econômica, ou seja,
espera-se que em um ambiente de maior crescimento econômico exista crescimento
da demanda de energia.
Seguindo a perspectiva de crescimento econômico e aumento da demanda,
nos últimos anos foram surgindo barreiras para o desenvolvimento de novos projetos,
uma vez que questões ambientais começaram a frear o desenvolvimento desse setor.
Tendo em vista a necessidade de evitar ou diminuir os impactos ambientais e a
demanda por contribuição social, estão sendo buscadas fontes de energias renováveis
e a energia eólica vem sendo uma importante alternativa de geração de energia
crescente não só no Brasil, mas em escala mundial.
O fenômeno desse recurso eólico no Brasil é relativamente novo. Durante o
ano de 2015, essa modalidade energética foi a principal responsável (39,5%) pelo
aumento da capacidade instalada no país (EPE, 2016).
17

Dentro das perspectivas de gerações futuras, o país é reconhecido como


grande promissor no ramo de energia eólica, tendo como destaque a região Nordeste
devido ao seu potencial de ventos. Esta alternativa estimula o desenvolvimento de
novas tecnologias de geração de energia, que podem levar oportunidade e melhoria
de vida até aos lugares mais distantes.
Em parques eólicos, no que diz respeito a aerogeradores, existem diferentes
tipos de fundações, tais como as convencionais e jabalcones, que também possuem
diferentes etapas de execução, fundações essas que estão presentes em parques
eólicos no Rio Grande do Norte e na Bahia.

1.2 - Objetivos

1.2.1 – Objetivo Geral

O referido trabalho tem como objetivo geral desenvolver um fluxo do processo


de execução e descrever os principais métodos construtivos, materiais e equipamentos
empregados em obras de parques eólicos do Rio Grande do Norte e da Bahia, abordando
as fundações convencionais e do tipo Jabalcones.

1.2.2 – Objetivos Específicos

Os objetivos específicos da pesquisa, são:


- Apresentar as etapas que constituem a execução de um parque eólico;
- Explorar as especificações das fundações do tipo convencional e Jabalcones
dos aerogeradores;
- Abordar os principais tipos de materiais, máquinas e equipamentos
utilizados na execução;
- Apresentar os ensaios imprescindíveis para controle tecnológico.
18

1.3 – Justificativa

Com o passar do tempo tornou-se necessário otimizar e substituir as fontes de geração


de energia visando a preservação ambiental e o crescimento econômico.
O mercado brasileiro tem necessidade de evoluir no ramo das energias renováveis e por
isso muitas técnicas construtivas foram sendo aperfeiçoadas e adequadas para viabilidade das
nossas regiões com maiores potenciais para geração.
Tendo em vista a pluralidade de serviços que compõem a execução de um parque eólico,
será possível determinar e desenvolver um fluxo geral do processo construtivo, bem como as
especificidades das principais execuções de parques eólicos no país.

1.4 – Estrutura do Trabalho

O trabalho estrutura-se em cinco capítulos.


Os capítulos um e dois referem-se à introdução e fundamentação teórica, onde é possível
reunir dados de como se deu o surgimento e utilização da tecnologia dos ventos. Além disso, é
possível encontrar projeções de aspecto mundial e local para geração de energia renovável.
O capítulo três trata da apresentação das obras estudadas, bem como da metodologia do
fluxo do processo base de execução dos parques eólicos em estudo.
O capítulo quatro apresenta os resultados e a discussão, onde é possível visualizar
separadamente os processos, e os registros das etapas executadas.
O capítulo cinco se refere às considerações finais do trabalho, seguido das referências
utilizadas.

2 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 – Histórico do uso do vento para tecnologia sustentável

2.1.1 – Desenvolvimento energético e surgimento da tecnologia dos ventos

Após a Revolução Industrial, no final do século XIX, o uso de combustíveis fósseis


tornou-se principal fonte de geração de energia, caracterizados pelo alto teor energético, bem
como surgimento do automóvel e a exploração do petróleo. Segundo Amaral (2010) na era do
vapor surgiu o interesse no carvão mineral, pioneiro no ramo de combustíveis fósseis e usado
em larga escala. Em contrapartida, Charles Bruch foi o primeiro a adaptar os moinhos à geração
de eletricidade em 1888, motivado pelo avanço das redes elétricas.
19

A energia elétrica, considerada uma fonte secundária de energia, contribuiu para


aumentar seus usos. Walter (2010) escreve que em resposta ao aumento da demanda, nas
últimas décadas, houve uma intensificação nos meios de produção de energia bem como na
diversificação da matriz energética. Em conjunto, percebe-se a crescente disponibilidade de
recursos e avanços tecnológicos que contribuem para esses avanços.
Apesar de estudos apontarem que a energia eólica era aproveitada desde pelo menos
3.000 a.C, a primeira utilização registrada de moinhos de ventos se deu há aproximadamente
200 a.C, na Pérsia. Segundo Cunha et. Al. (2019) no retorno das Cruzadas houve o
desenvolvimento dos moinhos de vento na Europa, utilizados amplamente na Holanda entre os
séculos XVII e XIX. Para a época era importante desenvolver técnicas para drenagem de água,
sobretudo em áreas abaixo do nível do mar. Dutra (2008) destaca que mais tarde, houve uma
difusão dessa tecnologia, onde foi possível serrarias, prensas de grãos e diversas fábricas se
beneficiarem da ação do vento.
Terciote (2002) descreve que o vento é uma forma de energia amplamente disponível
na natureza, sendo uma forma indireta de energia solar, resultante da movimentação do ar
quente. Os egípcios utilizavam a força do vento para auxiliar a movimentação de embarcações.
Na China e Pérsia, onde constam os registros mais antigos da utilização de máquinas para
aproveitamento do vento, há registros de que os moinhos de vendo já eram empregados muito
antes para auxiliar na moagem de grãos e irrigação a partir do bombeamento de água (DUTRA,
2001).
Durante a Segunda Guerra Mundial, foi desenvolvida uma turbina, a maior da época,
capaz de gerar 1,25 MW de potência para ventos com a velocidade de 48km/h. Esta ficava
localizada no topo de uma colina estadunidense, em Vermont. Esta foi denominada de
Grandpa’s Knob, conforme a Figura 1, a seguir.
20

Figura 1 - Turbina eólica, Grandpa’s.

Fonte: GOUVEIA, 2013.

2.1.2 – Energia eólica no mundo


O estágio de desenvolvimento dessa tecnologia teve um preço elevado, em relação às
tecnologias tradicionais disponíveis no mercado. Segundo REN21 (2011), em 2005, apenas 55
países adotavam algum tipo de incentivo às fontes renováveis, enquanto no início de 2011 tais
políticas estavam presentes em 118 países.
Mundialmente, a geração de energia eólica é responsável pela competição por liderança
por parte da China e Estados Unidos, de acordo com a GWEC (Global Wind Energy Council).
No ano de 2020, lideraram com novas instalações China (55,91%), Estados Unidos (18,19%) e
Brasil (2,47%). A Figura 2 apresenta o resultado percentual de instalações de energia eólica no
ano de 2020, na perspectiva onshore.
21

Figura 2 – Novas instalações onshore de energia eólica em 2020.

Fonte: Adaptado de GWEC, (2021)

Analisando a Figura 3 cumulativamente temos aproximadamente 707,396MW de


capacidade instalada no mundo todo, onde o Brasil ocupa a posição 7 no ranking:
Figura 3 – Instalações cumulativas de energia eólica onshore até o final de 2020.

Fonte: Adaptado de GWEC, (2021).


22

A GWEC também traz uma perspectiva de crescimento par os próximos anos por região
(Figura 4), onde é possível perceber que entre 2021 e 2025 a África assume o 4° lugar no
mundo.
Figura 4 - Crescimento da capacidade de energia eólica por região de 2021 a 2025.

Fonte: Adaptado de GWEC, (2021).

2.2 – Energia eólica no Brasil

No Brasil, a localização e o clima são fatores determinantes para indicação de potencial


de utilização de energia eólica para produzir energia elétrica. Os climas mais favoráveis para
implantação de usinas e parques eólicos são os quentes e úmidos, onde os ventos
predominantemente são mais fortes. A região Nordeste conta com 80% dos parques eólicos do
país (ABEEólica, 2021).
A matriz elétrica brasileira tem, entre os três primeiros potenciais de geração, a energia
hidrelétrica, eólica e biomassa, conforme especificado na Figura 5, a seguir.
Figura 5 – Matriz elétrica brasileira

Fonte: Adaptado de ABEEólica (2021)


23

De acordo com a ABEEólica - Associação Brasileira de Energia Eólica (2021),


atualmente o país possui cerca de 18GW de capacidade instalada, em média 695 parques eólicos
e mais de 8.300 aerogeradores em operação em 12 estados. Toda essa geração corresponde ao
abastecimento de 28,8 milhões de residências por mês e 86,3 milhões de habitantes
beneficiados. Na Figura 6, a seguir, é possível identificar a evolução da capacidade ao longo do
tempo, bem como suas perspectivas até o ano de 2024.

Figura 6 – Evolução da capacidade instalada.

Fonte: Adaptado de ABEEólica (2021).

Além de todo o processo executivo de supressão vegetal, terraplenagem, subestação e


drenagem, destacam-se dois tipos de fundações presentes em parques eólicos brasileiros:
convencional e jabalcone. Ambas podem ter como etapa predecessora a execução de estacas, o
que configura a fundação como mista (direta e indireta). As fundações do tipo jabalcones são
novidade no território brasileiro, e são constituídas de peças pré moldadas que visam reduzir a
medição de aço e concreto na obra e consequentemente seu custo.

2.3 – Atividades iniciais na implantação de parques eólicos


A atividade humana no meio ambiente requer cautela em relação aos inevitáveis
impactos causados. É preciso que parques eólicos sejam desenvolvidos em áreas com certa
distância do meio urbano, com intuito de eliminar possíveis meios de afetar a produção
energética dos ventos. Tendo em vista a distância, esses complexos são localizados em áreas
24

onde a presença de vegetação é comum e requer tratamento especial. Primack e Rodrigues


(2001) denominam a ação de limpeza de vegetação como fragmentação do habitat processo em
que uma grande e contínua área sofre redução ou divisão.
Para toda atividade em campo é necessária a análise prévia de riscos e organização do
ambiente com itens de apoio. Para a atividade em questão, após as liberações ambientais, é feito
o resgate de fauna e flora.
A forma de espécie (herbácea, arbustiva ou arbórea) e suas fisiologias determinam a
forma de resgate a ser seguida, o que contribui para o sucesso da ação. Consoante Souza (2018),
resgatar espécimes arbustivas e arbóreas torna-se ineficiente, optando-se pela coleta de
plântulas e sementes. Após coleta das plântulas, estas são podadas e as raízes emergidas em
água para que não ocorra desidratação. A coleta de sementes pode ser realizada antes do
desmate ou durante, desde que respeitando o Programa de Coleta de Sementes. Algumas
herbáceas como orquídeas e bromélias são resgatadas na fase adulta, devendo ocorrer
preferencialmente antes da limpeza da área.
A topografia para marcação da área a ser trabalhada é liberada a partir de todas as
documentações ambientais serem aprovadas, assim a área torna-se possível de suprimir. O
primeiro passo é reunir todos os projetos específicos da área de supressão para que nenhuma
área fora da ASV (Autorização de Supressão Vegetal) seja explorada.
Segundo Gadelha (2006) os trabalhos são iniciados através da marcação de “off-sets”,
a fim de diferenciar as áreas de supressão, sendo elas de acesso, RMT ou plataformas.
Vale salientar que a delimitação das áreas de supressão é feita por métodos não
destrutivos. A área deve ser dividida em lotes estratégicos que facilitem a logística de resgate
de fauna e flora. A supressão deve ser feita de forma simultânea a intercalada. O limite entre
esses blocos deve ser de fácil visualização e para isso, podem ser usadas faixas e demais
sinalizações.
Tendo em vista as atividades predecessoras, a fase exploratória pode ser desenvolvida
por meios manuais, semi mecanizados e mecanizados. A definição do processo ocorrerá diante
da necessidade da vegetação local. A supressão manual pode ser uma alternativa inicial do
processo, a depender da situação, uma vez que é auxiliada por ferramentas de tração humana.
A realização de poda pode ocorrer por meio de foices, facões e objetos similares. Para a
aplicação deste trabalho, uma vez tratando de parques eólicos, esta não é uma alternativa usual.
A supressão semimecanizada é caracterizada pelo uso de motosserras e motopodas.
Este processo garante a poda adequada de algumas espécimes, servindo de apoio para a
supressão mecanizada. As etapas sucessoras são condicionadas pelo porte da área local. A
25

primeira fase da limpeza mecanizada conta com o auxílio do trator de esteira, que percorre a
área com a lâmina alta, cerca de 15cm do nível do terreno, a fim de quebrar o material lenhoso.

A lenha resultante da fase anterior deve ser estocada e destinada como prevista
contratualmente. É comum ser destinada aos proprietários do terreno do parque ou negociadas
com olarias e carvoarias da região. Este material também pode ser utilizado para o PRAD
(Programa de recuperação de áreas degradadas), contenção de erosões e incorporações previstas
de material orgânico no solo (SOUZA, 2018).

2.4– Rede de Média Tensão - RMT


Esta rede é constituída pelos postes que são interligados à subestação e responsáveis
pela ligação energética dos aerogeradores. Segundo Cardoso (2020) “a rede de média tensão é
alimentada a partir das linhas de alta tensão ou postes de corte/seccionamento AT e é explorada
radialmente”.
2.5 – Escavação

2.5.1 Material de 1ª categoria


Segundo a norma DNIT 106/2009-ES, o material de 1ª categoria compreende solos
residuais de sedimentares com diâmetro inferior a 0,15m, independente do teor de umidade
apresentado. A escavação desse tipo de material é feita com auxílio de escavadeiras hidráulicas,
dozer ou scraper rebocado ou motorizado.

2.5.2 Material de 2ª categoria


O material de 2ª categoria “compreende os solos de resistência ao desmonte inferior à
da rocha não alterada" (DNIT 106/2009-ES). Isso consiste em extrações onde é necessário
incluir equipamentos de grande porte a exemplo do rompedor hidráulico:
Nessa categoria estão inseridos blocos inferiores a 2m³, matacões ou pedras de diâmetro
médio entre 0,15m e 1,00m. O material resultante da escavação deve ser destinado para aterros
caso atenda às especificações exigidas.

2.5.3 Material de 3ª categoria


Este material apresenta grande resistência ao desmonte mecânico, cujo desmonte é
proveniente de explosivos. Os pontos com necessidade desse tipo de intervenção podem ser
previstos pelos ensaios preliminares da região, a exemplo da sondagem SPT (Standart
Penetration Test). Em uma área não contemplada pelo estudo, a dificuldade de escavação pode
acontecer na hora da escavação, sendo interrompida a execução e traçado o plano de detonação
da área.
26

2.6 – Injeção de calda de cimento


Em alguns locais, onde a característica do material é rochoso, as rochas de fundações
podem necessitar de tratamento superficial com auxílio de injeção de calda de cimento. Antes
de tudo é feito um ensaio de perda d‘água, onde são utilizados os furos que serão usados na
injeção para, previamente, inserir água com pressurização. Este processo serve de confirmação
da injetabilidade ou não da rocha analisada e para definir um volume médio de calda necessária.

2.7 - Regularização com concreto


Antes do recebimento da armação é necessário regularizar a base de apoio. Esta etapa
é feita geralmente com concretos de baixa resistência (10MPa a 15MPa), que servem apenas de
lastro.
2.8 - Terraplenagem e pavimentação rodoviária
Compreende-se rodoviárias como os acessos e trechos presentes no parque eólico. Esse
processo precisa antecipar demais atividades uma vez que a área suprimida não necessariamente
atende às exigências do tráfego de equipamentos de outras execuções, necessitando de
melhorias definitivas ou provisórias.
O Subleito é caracterizado pelo terreno natural ou resultante de corte e aterro. É base
para todas as outras camadas da pavimentação e requer ensaios para caracterizar o material
encontrado.
O reforço do subleito é recorrido quando não alcançadas as resistências necessárias, é
empregado o uso de material de 1 categoria apto a receber outras camadas.
A camada de sub-base serve de sustentação da base e geralmente é feita de piçarra. Esta
precisa resistir aos esforços provenientes da base, bem como drenar infiltrações e controlar as
ascensões capilares.
Todos os esforços causados pelo tráfego são distribuídos na camada de base, podendo
ser constituída com materiais de 1, 2 e 3 categorias.
O revestimento pode ser de materiais com base asfáltica, porém é pouco utilizado em
parques eólicos. Geralmente, o processo de pavimentação em parques eólicos para na camada
de base. A Figura 7, a seguir, apresenta um esquema das camadas.
27

Figura 7 – Etapas básicas constituintes do processo de pavimentação.

Fonte: Guia da engenharia, (2019).

2.9 – Drenagem
Os elementos de pavimentação necessitam de direcionamento no fluxo das águas
decorrentes de chuvas, o que obriga o uso de dispositivos drenantes. Existem diversas formas
de drenagens, sendo mais convencionais as superficiais e profundas.

2.9.1 Drenagem profunda


O principal tipo de drenagem profunda são os bueiros. Os bueiros, geralmente
constituídos de manilhas de concreto ou tubos PEAD (Polietileno de Alta Densidade), são
executados em cotas sob o solo, respeitando o cobrimento especificado.

2.9.2 Drenagem superficial


A drenagem superficial não requer variações bruscas na cota do terreno, uma vez que,
como o próprio nome sugere, ficam superficialmente localizadas. São exemplos de drenagem
superficial: valetas, passagem molhada e meio fio.

2.9.3 Sarjetas
Geralmente de concreto e sua etapa inicial é o corte do terreno conforme especificação.
Intercala-se os gabaritos fazendo com que seja definido o perfil da drenagem.

2.9.4 Meio fio


O meio fio pode ser constituído por peças pré moldadas ou moldadas no local. Para o
caso de pré moldadas, podem ser posicionadas no local e fixadas com o próprio empuxo do
solo. Para o caso de moldados o local, é usada a extrusora:
28

2.10– Fundações dos aerogeradores

2.10.1 - Fundação indireta


A depender das características do solo, se não atingida a capacidade de resistência,
pode ser necessário o uso da fundação indireta. Esta etapa pode acontecer de forma isolada ou
mista: estacas unidas por um maciço de encabeçamento ou a partir da cota de escavação e antes
do processo de regularização com concreto para recebimento da fundação direta, conforme
Figura 8.

Figura 8 – Bloco de encabeçamento

Fonte: SILVA, (2014)

O tipo de fundação indireta depende das especificações do projeto, sendo mais comum
a hélice contínua.

2.10.2 - Fundação direta


As fundações diretas ou superficiais “são as que se apoiam logo abaixo da infra-
estrutura e se caracterizam pela transmissão da carga ao solo através das pressões distribuídas
sob sua base” (ALONSO, 1983). É comum o uso desse tipo de fundação dos aerogeradores nos
parques eólicos brasileiros, sobretudo em solos com boas resistências. Este tipo de fundação
possui algumas variantes condicionadas pelas características de projeto, sendo convencionais
ou elevadas. No caso das bases elevadas, destacam-se modelos pioneiros no Brasil, como é o
caso das fundações do tipo Jabalcone.
29

2.10.2.1 - Fundações convencionais


Estas são caracterizadas por sapatas circulares compostas por fustes convencionais que
não necessitam elevação, sendo aterradas em etapa posterior.

2.10.2.2 - Fundações elevadas


Algumas fundações podem fugir do padrão de fuste aterrado e ter elevação
considerável do nível do terreno aterrado. Nesses casos, é possível aumentar a altura final dos
aerogeradores e consequentemente sua capacidade produtiva dos ventos. Uma alternativa para
esse tipo de base elevada é a diminuição do volume de concreto. Este é modelo recém explorado
em território brasileiro e tem como premissa o uso de “braços” pré moldados na sua
composição.
2.11- Montagem de formas
Este processo consiste em barreiras de contenção do concreto da etapa seguinte e tem
como materiais comuns de uso o metal e a madeira. O processo de montagem de formas requer
integridade e estanqueidade, com objetivo de englobar todo volume de concreto sem expansão
ou vazamentos.
2.12 – Concretagem
Esta etapa requer grande mobilização de insumos e controle tecnológico. Antes da
concretagem em si, são necessários alguns estudos e definições, bem como reunião de estrutura
compatível ao processo.
2.13 – Cura
Para Curti et. al. (2002), “a cura é realizada por duas razões básicas: hidratar o quanto
possível o cimento e reduzir ao máximo a retração do concreto, fatores intrínsecos à
durabilidade.”. Este processo é iniciado após o término da concretagem e pode ser realizado de
diversas maneiras, sendo mais comum o uso de manta continuamente hidratada.
2.14 – Reaterro e finalização
As camadas de reaterro são executadas de forma controlada, fazendo o lançamento do
material até a cota necessária e compactando com auxílio de placas vibratórias e rolos
compactadores.
Entre uma camada e outra é realizado o California bearing ratio (CBR), especificado
pela ABNT NBR 9895, onde são analisados os resultados referentes à compactação das
camadas. Segundo Luz (2003), o índice de suporte CBR é obtido diante do ensaio de pré
imersão de corpos de prova. Sobre o tempo de pré imersão, Bernucci (1995) afirma que se
passados muitos dias de imersão, o material apresentará condições que raramente são
alcançadas nas regiões brasileiras.
30

Após execução de todas as camadas, é chegada à cota de reaterro e finalizada na etapa


de base, com fina camada de BGS ou lastro de concreto.

2.15 – Montagem do aerogerador

Os aerogeradores mais convencionais são compostos por torres de concreto e


metálicas.

2.15.1 - Torres de concreto


Essas torres precisam ser confeccionadas em fábricas específicas, devido ao alto
padrão de controle tecnológico. A logística de transporte e montagem dessas torres determinam
o processo de execução. Nas Figuras 9 e 10 é possível observar os lotes fabricados para compor
a torre do aerogerador.

Figura 9– Armazenamento de parte dos tramos de concreto.

Fonte: Acervo da fábrica de torres DTS, (2021).


31

Figura 10– Componente da torre do aerogerador.

Fonte: Acervo da fábrica de torres DTS, (2021).

2.15.2 - Torres metálicas

Mais comuns na atualidade, não apresentam problemas em relação ao aspecto pois


possuem revestimento muito resistente a intempéries. Sua montagem é dividida em etapas para
facilitar a logística e tensionamento. A Figura 11 apresenta essa divisão dos tramos e o interior
da torre do aerogerador.
Figura 11 – Sub divisão da torre e seu interior.

Fonte: Duarte et. al, (2011)


32

3 – METODOLOGIA

O método de pesquisa a ser utilizado consiste em verificar, de forma qualitativa, os


métodos de execução de parques eólicos, da construção de acessos e fundações
(convencionais ou jabalcones) à montagem dos aerogeradores. Dessa forma, classifica-se
de natureza geral aplicada à grande maioria dos parques eólicos encontrados no Brasil.
Dados e imagens das etapas abordadas foram registrados em obras de participação
da empresa Dois A Engenharia e Tecnologia. A partir da composição da literatura e de
casos de execuções reais, será possível envolver conhecimento a respeito das etapas que
constituem a construção de parques eólicos brasileiros. Os resultados desse conjunto de
processos serão colocados por meio de imagens e descrição dos principais processos.

Quadro 1 – Etapas para elaboração da pesquisa dos métodos construtivos


empregados em parques eólicos do RN e BA.

Etapas envolvidas na pesquisa


Etapa 1 Etapa 2 Etapa 3

Elaboração de um Descrição dos


fluxograma principais processos
Estudos sobre englobando os de execução
surgimento da energia principais processos encontrados nos
eólica à níveis construtivos referidos parques
mundiais, locais e empregados em eólicos.
caracterização das parques eólicos
etapas construtivas. situados no Rio
Grande do Norte e na Coleta e registro de
Bahia. imagens das obras
locais.
Fonte: Autora, (2021)
33

3.1 – Apresentação das obras do estudo


Para desenvolvimento desse trabalho, foram considerados os métodos construtivos das
principais etapas de implantação de parques eólicos nos estados do Rio Grande do Norte e
Bahia. As obras estudadas, mencionadas a seguir, contaram com a execução de grande parte do
seu escopo pela empresa Dois A Engenharia e Tecnologia.
No estado do Rio Grande do Norte foram utilizadas três obras para estudo de caso:
Complexo Eólico Cumaru (São Miguel do Gostoso), Complexo Eólico Jandaira (Jandaira) e
Complexo Eólico Ventos Serra do Mel III (Serra do Mel). Na figura 12 a seguir é possível
visualizar os municípios nos quais estes parques foram implantados.
Figura 12 – Localização dos parques do Rio Grande do Norte.

Fonte: Google Maps, (2021)


No estado da Bahia foi considerada a obra Complexo Eólico Ventos e São Vitor,
localizada no município de Xique-Xique (Figura 13):
Figura 13 – Localização do parque da Bahia

Fonte: Google Maps, (2021)


34

Apesar de seguirem uma certa padronização nas etapas, os dados do início do processo
foram retirados do Complexo Eólico Cumaru. Para a etapa de terraplenagem, pavimentação
preparação para recebimento da armação, foram consideradas as obras de Cumaru e Ventos de
São Vitor. Para a execução das fundações dos aerogeradores, foram consideradas as etapas de
Cumaru para as bases convencionais e Serra do Mel III para as Jabalcones.

3.2 – Mapeamento das etapas construtivas


É possível mapear o processo base de execução dos parques eólicos mencionados
focando nos principais serviços executados. Existem diversas formas de mapeamento, sendo
para este caso escolhido o fluxograma.
A vantagem da definição do fluxo do processo é conseguir visualizar, de maneira
guiada, os principais passos envolvidos no método. Considerar sequências executivas facilita
na hora de levantar as restrições das atividades, sendo possível prever algumas situações que
podem interferir nos avanços físico e financeiro da obra. A seguir, a sequência construtiva mais
comum nos parques eólicos brasileiros:

3.2.1 Dos estudos preliminares à Supressão vegetal

Figura 14 – Fluxograma dos estudos preliminares à supressão vegetal


Não

ESTUDOS A área possui Sim MARCAÇÃO SUPRESSÃO


PRELIMINARES ASV? TOPOGRÁFICA VEGETAL

Semi mecanizada: Estocagem de Mecanizada: Retirada de solo Estocagem do top


motossera lenha trator de esteira orgânico soil para PRAD

Fonte: Autora, (2021).

3.2.3 Processo de execução de RMT

Figura 15 – Fluxograma da execução da rede de média tensão.

Locação Escavação e Ligação à


Concretagem da Lançamento dos
RMT topográfica dos posicionamento Estaiamento subestação e
base cabos aéreos
postes dos postes aerogeradores

Fonte: Autora, (2021).


35

3.2.2 Processo de execução terraplenagem, de acessos e plataformas

Figura 16 – Fluxograma da execução de terraplenagem e pavimentação

TERRAPLENAGEM E
PAVIMENTAÇÃO

Material de 1ª Material de 2ª Material de 3ª


categoria categoria categoria

Movimentação de Fragmentação com


Detonação e
terra com auxílio de rompedor
transporte de
escavação e transporte de
material
convencial material

Sub base de
acessos e
plataformas

Base de acessos e
plataformas

Revestimento
(quando aplicável)

Sinalização
definitiva das vias

Fonte: Autora, (2021).


36

3.2.4 Processo de execução de fundações dos aerogeradores


Figura 17 – Fluxograma de execução de fundações dos aerogeradores.

EXECUÇÃO DE
FUNDAÇÕES

Escavação

Material de 1ª Material de 2ª Material de 3ª


categoria categoria categoria

Movimentação de
Fragmentação com Detonação e
terra com
auxílio de rompedor e transporte de
escavação
transporte de material material
convencial

Tipo de
fundação

Fundação direta
Fundação Execução das
indireta caixas de
passagem
PCE/inspeção
geológica Teste de
Execução do
estaqueamento passagem dos
Não
eletrodutos

Aprovada?
Anchorcage
Sim
Escavação de
vala para
Execução do
eletroduto
maciço de
encabeçamento
Posicionamento
dos eletrodutos

Reaterro ou
concretagem da
vala

Lastro de
regularização

Anchorcage

Armação

Formas

Concretagem

Cura e desforma

Identificação do
Reparo Reaterro
aerogerador

Fonte: Autora, (2021).


37

3.2.5 Processo de execução de drenagem

Figura 18– Fluxograma de execução da drenagem

DRENAGEM

Passagem Sarjetas e
Bueiros Meio fio
molhada dissipadores

Escavação Escavação Escavação Corte

Berço do bueiro Regularização do Gabarito


local escavado É extrusado?

Posicionamento Sim Não


dos dutos de Armação da viga Concretagem
PEAD ou das extremidades Posicionamento
Regularização
concreto dos pré moldados
Acabamento
Reaterro Forma da viga
Guia para Execução de linha
extrusora d água

Forma e ferragem Concretagem da


das alas e viga Concretagem
dissipadores

Concretagem das
alas e Desforma
Acabamento
dissipadores

Pedra
Acabamento argamassada Escoramento com
solo após
finalizado

Compactação
com placa
vibratória

Execução das
descidas d água
(quando
necessário)

Fonte: Autora, (2021).


38

4 - RESULTADOS

4.1 – Supressão vegetal

4.1.1 – Serviços preliminares


O resgate de fauna, exemplificado na Figura 19, ocorre por ser necessário preservar a
biodiversidade do local, plantas e animais nativos. Esse trabalho ocorre anteriormente e
concomitantemente ao trabalho de limpeza da área.

Figura 19– Resgate de filhote de espécie nativa.

Fonte: Acervo da empresa STCP, (2020).

Antes do início dos cortes da região é feita uma vistoria em toda a área com o intuito
de capturar animais silvestres em vulnerabilidade. Esses animais são translocados para as áreas
de vegetação próximas aos locais. Os filhotes passam por avaliação e cuidados até que sejam
soltos em áreas permitidas e seguras. Os animais adultos, no geral, não são capturados, mas
acompanhados durante todo o processo de fuga natural.
São disponibilizadas equipes aptas ao resgate caso algum animal se machuque. Sua
liberação ao habitat só é permitida quando garantida a sua volta segura ao ambiente.
39

4.1.2 – Marcação topográfica


Esta marcação foi feita em todas as etapas onde era necessário delimitar áreas de
trabalho (movimentação de terra e supressão) ou conferir cotas (altura de fundo de cava, locação
de armação). Na Figura 20 é possível observar a delimitação feita em campo pela topografia,
para indicar a área de escavação.

Figura 20 – Delimitação por meio de estacas.

Fonte: Autora, (2021).

4.1.3 – Fase exploratória


Para a aplicação deste trabalho, uma vez tratando de parques eólicos, a alternativa de
supressão manual não é usual. A Figura 21, a seguir, mostra o procedimento comum utilizado
para etapa inicial: supressão semimecanizada com auxílio de motosserras para retirada da lenha.
40

Figura 21 – Supressão semimecanizada com auxílio de motosserra.

Fonte: Acervo da empresa Dois A Engenharia e Tecnologia, (2021).

O próximo passou foi a limpeza mecanizada, com uso de lâmina alta para quebrar o
material lenhoso. Na Figura 22 é possível visualizar parte lateral do acesso no início dessa fase.

Figura 22 – Primeira etapa de supressão vegetal.

Fonte: Acervo da empresa Dois A Engenharia e Tecnologia, (2021).


41

A lenha resultante da fase semimecanizada foi estocada em pátios ou margens, a


depender da determinação contratual do parque. Um exemplo de pátio de estocagem está
apresentado na Figura 23.

Figura 23 – Estocagem de lenha.

Fonte: Acervo da empresa Dois A Engenharia e Tecnologia, (2021).

A Figura 24 exemplifica o resultado da última fase, onde foi feita a retirada do material
restante com auxílio do trator de esteira. Esta etapa condiciona leiras de solo misturado à
matéria orgânica, o solo orgânico, também conhecido como top-soil.

Figura 24 – Solo orgânico (top-soil).

Fonte: Acervo da empresa Dois A Engenharia e Tecnologia, (2021).


42

O solo orgânico foi estocado para posterior utilização prevista no Plano de Recuperação
de Áreas Degradadas (PRAD).

4.2 – Rede de Média Tensão - RMT


Após a etapa de supressão já mencionada, foi feita a conformação do solo, chamada
de “colchão” de areia, quando o acesso para montagem dos postes não era satisfatório. Diante
disso, foram locados topograficamente os postes e executada a fundação destes. Os postes
foram inseridos com estaiamento provisório conforme Figura 25, e em etapa seguinte, foi feito
o estaiamento definitivo quando previsto em projeto.

Figura 25 – Postes com estaiamento provisório.

Fonte: Autora, (2021).

Em seguida foram lançados os cabos aéreos, responsáveis pela energização do parque


eólico.

4.3 – Escavação
Após a supressão de área a ser utilizada, usa-se da topografia para marcação da área a
ser escavada. O material de escavação difere de acordo com a região trabalhada, caracterizando-
se como de 1ª, 2ª e 3ª categoria. O tipo de componente vai interferir no método de escavação.
43

4.3.1 Material de 1ª categoria


O primeiro passo consistiu em delimitar, através da topografia, a área a ser escavada.
Após a marcação e liberação, o equipamento de escavação iniciou o referido processo. O
material extraído foi destinado aos locais com necessidade de aterro. Esse transporte foi feito
por meio de caminhões basculantes, conforme exemplo da Figura 26.

Figura 26 – Escavação de material de primeira categoria.

Fonte: Acervo da empresa Dois A Engenharia e Tecnologia, (2021).

A escavação é concluída quando se atinge a cota de fundo de cava, especificada em


projeto, marcada e aferida pela topografia na Figura 27.

Figura 27 – conferência de cota final de escavação.

Fonte: Autora, (2021).


44

4.3.2 Material de 2ª categoria


Para os casos onde este material foi encontrado, foi utilizado o rompedor. Este
equipamento rompe, por meio de escarificação, o material resistente. O processo manual
adequado pode ser eficaz, sendo raramente necessário envolver o uso de explosivos. A Figura
28 mostra este equipamento em operação.

Figura 28 – Rompedor em desmonte de material

Fonte: Autora, (2021).

4.3.4 Material de 3ª categoria


Após marcação topográfica da malha de inserção de explosivos, foram locados os
pontos onde seriam feitas as perfurações, conforme apresentado na Figura 29, a seguir.
45

Figura 29 – Marcação dos furos.

Fonte: Autora, (2021).

Posteriormente, foram realizadas, conforme Figura 30, as perfurações com auxílio de


perfuratriz nas cotas indicadas a depender das dimensões das rochas.

Figura 30 – Perfuratriz

Fonte: Autora, (2021).


46

Após a perfuração foram locados os explosivos. O passo seguinte foi iniciar a detonação
apresentada na Figura 31. Para isso é necessário respeitar os protocolos de segurança dos
colaboradores e da vizinhança, caso exista.

Figura 31 – Detonação.

Fonte: Acervo da empresa Dois A Engenharia e Tecnologia, (2021).

Uma vez que o material foi devidamente fragmentado, este foi retirado com auxílio de
escavadeiras e direcionado, através de caminhões basculantes, para o local de reaproveitamento
ou bota-fora. Este tipo de material foi aproveitado em outras etapas, a exemplo de composição
da pavimentação dos acessos que será abordada posteriormente. A seguir, na Figura 32, é
possível visualizar o material fragmentado após processo de detonação, bem como sua retirada
com auxílio de escavadeira, na Figura 33.
47

Figura 32 – Material resultante da detonação

Fonte: Autora, (2021).

Figura 33 – Retirada de material com auxílio de escavadeira.

Fonte: Autora, (2021).

4.3.5 Escavação dos eletrodutos


A escavação para inserção dos eletrodutos foi feita após validação da cota da base da
fundação do aerogerador. Estes eletrodutos são responsáveis por interligar o aerogerador à
RMT. Nas Figuras 34 e 35, a seguir, é possível visualizar a escavação e o posicionamento desses
eletrodutos.
48

Figura 34 – Escavação para passagem dos eletrodutos

Fonte: Acervo da empresa Dois A Engenharia e Tecnologia, (2021).

Figura 35 – Posicionamento dos eletrodutos para posterior aterramento.

Fonte: Acervo da empresa Dois A Engenharia e Tecnologia, (2021).


49

4.4 – Injeção de calda de cimento


Para realização da injeção foram definidos e seguidos os furos determinados em
projeto. A intenção da injeção é preencher os vazios da rocha existente, conferindo maior
resistência ao maciço. Com a área escavada, foram realizados os furos por onde seria injetada
a calda com auxílio de perfuratriz, conforme Figuras 36 e 37:
Figura 36 – Perfuratriz de calda de cimento.

Fonte: Autora, (2021).

Figura 37 – Caldas de cimento injetadas

Fonte: Autora, (2021).


50

4.5 – Regularização do fundo de cava


Após a escavação e antes da chegada da base para a armação da fundação é necessário
regularizar o solo que sustentará toda a estrutura. O processo mais comum consiste em lançar
o material especificado em projeto e disponível no local (idealmente proveniente de escavações)
em camadas (que podem variar a espessura de acordo com a característica do solo) caso a cota
tenha sido ultrapassada durante a escavação.
Algumas alternativas de regularização são comumente empregadas em casos do
material natural do fundo da escavação, como abordadas a seguir.

4.5.1 - Regularização em materiais de 1ª categoria


Nesses casos, ao chegar na cota de escavação foi feita a varredura para uniformizar o
fundo de cava para recebimento do concreto de regularização, conforme Figura 38:

Figura 38 – Finalização da escavação do material de 1ª categoria

Fonte: Acervo da empresa Dois A Engenharia e Tecnologia, (2021).

4.5.1.- Regularização com BGS


Quando feito o ensaio de caracterização e compactação do solo e os resultados não são
satisfatórios, pode haver a necessidade de substituir o solo e a BGS (brita graduada simples) é
uma alternativa. Nesse processo, o material foi lançado e espalhado com auxílio de
motoniveladora, e compactado, conforme as Figuras 39 e 40, a seguir.
51

Figura 39 – Espalhamento do material com auxílio de motoniveladora.

Fonte: Acervo da empresa Dois A Engenharia e Tecnologia, (2021).

Figura 40 – Compactação da brita graduada simples com auxílio de rolo liso.

Fonte: Acervo da empresa Dois A Engenharia e Tecnologia, (2021).


52

4.5.2 - Regularização com solo cimento


Antes do solo cimento ser lançado na base da escavação, este foi preparado com
auxílio de equipamentos, como observado na Figura 41. Com o material agregado, é feito o
espalhamento com auxílio de motoniveladora.

Figura 41 – Espalhamento do material com motoniveladora.

Fonte: Autora, (2021).

Em seguida o material foi homogeneizado com auxílio do misturador (Figura 42).

Figura 42 – Homogeneização do material.

Fonte: Autora, (2021).


53

Na Figuras 43 e 44 pode ser observado o processo de umectação do material, ficando


uniforme para ser inserido na base.

Figura 43 – Umectação do solo cimento.

Fonte: Autora, (2021).

Figura 44 – Ciclo produtivo.

Fonte: Autora, (2021).


54

4.6 - Regularização com concreto


Após chegada a cota de escavação foi feito o aterro dos eletrodutos, foi feita a
marcação de nível desse concreto de regularização. O início da concretagem foi feito pelo
centro onde os eletrodutos do aerogerador são posicionados e cuidadosamente concretados.

Figura 45 – Concretagem da regularização.

Fonte: Autora, 2021.

Por fim, o concreto foi espalhado com auxílio de enxadas e dado o acabamento com
régua de regularização e colher de pedreiro, conforme Figura 46 a seguir.

Figura 46 – Concreto de regularização em finalização.

Fonte: Autora, (2021).


55

4.7 - Terraplenagem e pavimentação


O início desse processo acontece após supressão vegetal, pois é necessário para o
tráfego de equipamentos. Nas Figura 47, 48 e 49 a seguir, pode-se observar o processo de
espalhamento, material sendo umedecido, misturado e compactado.

Figura 47 – Espalhamento do material com motoniveladora

Fonte: Acervo da empresa Dois A Engenharia e Tecnologia, (2021).

Figura 48 – Umectação de material

Fonte: Acervo da empresa Dois A Engenharia e Tecnologia, (2021).


56

Figura 49 – Material sendo homogeneizado

Fonte: Acervo da empresa Dois A Engenharia e Tecnologia, (2021).

Figura 50 – Compactação do material

Fonte: Acervo da empresa Dois A Engenharia e Tecnologia, (2021).


57

4.8 – Drenagem
4.8.1 – Bueiros
A primeira fase consistiu em escavar até as cotas especificadas em projeto. Em seguida,
as manilhas foram colocadas sobre camada de brita e unidas entre si, como na Figura 51:
Figura 51 – Posicionamento de manilhas de concreto.

Fonte: Acervo da empresa Dois A Engenharia e Tecnologia, (2021).


Por fim foram conectadas às alas que direcionam as águas conforme Figura 52, cujo
molde foi executado no próprio local. O material utilizado para esses bueiros foi manilha de
concreto e PEAD, a depender da finalidade de projeto.

Figura 52 – Execução de ala de bueiro.

Fonte: Acervo da empresa Dois A Engenharia e Tecnologia, (2021).


58

4.8.1 – Sarjetas
Após feito o corte, foi posicionado o gabarito para a concretagem das sarjetas, como
demonstram as Figuras 53 e 54.

Figura 53 – Gabarito para concretagem de sarjetas.

Fonte: Acervo da empresa Dois A Engenharia e Tecnologia, (2021).

Figura 54 – Sarjetas de concreto.

Fonte: Acervo da empresa Dois A Engenharia e Tecnologia, (2021).


59

Para as obras analisadas, foram utilizados meio fios extrusados. A primeira etapa
consistiu em demarcar e cortar e área onde seriam executados. Em seguida a extrusora é guiada
para execução, como possível de observar nas Figuras 55 e 56.
Figura 55 – Marcação do meio fio.

Fonte: Acervo da empresa Dois A


Engenharia e Tecnologia, (2021).

Figura 56 – Execução com extrusora.

.
Fonte: Acervo da empresa Dois A
Engenharia e Tecnologia, (2021).
60

Após feita a concretagem e acabamento, é feito o escoramento do meio fio com o


material local (Figura 57) e por fim, compactado com placa vibratória (Figura 58).

Figura 57 – Escoramento.

Fonte: Acervo da empresa Dois A


Engenharia e Tecnologia, (2021).

Figura 58 – Compactação com


placa vibratória.

Fonte: Acervo da empresa Dois A


Engenharia e Tecnologia, (2021).
61

4.9 – Fundações dos aerogeradores

4.9.1 Fundação indireta


O solo do município de Serra do Mel/RN apresentou necessidade de execução de estacas
do tipo hélice na fundação do aerogerador. Na Figura 59 aérea é possível observar a área da
fundação já com as estacas executadas.

Figura 59 – Estacas tipo hélice contínua executadas.

Fonte: Acervo da empresa Dois A Engenharia e Tecnologia, (2021).

4.9.2 Fundação direta convencional


Seu primeiro ciclo de montagem se dá pela distribuição de apoios no piso para
posicionamento da malha inferior e anchorcage, componente de conexão dos tramos da torre.
Após primeira etapa, para o caso de fundações com anchorcage, foram distribuídas as armações
radiais e os espaçadores, conhecidos como “caranguejos” (Figura 60), que permitirão as
diferentes alturas da armação.
62

Figura 60 – Espaçadores da armação,


mais conhecidos como
“caranguejos”.

Fonte: Acervo da empresa Dois A


Engenharia e Tecnologia, (2021).

Em conjunto com os radiais foram montadas as malhas internas, geralmente


implementadas ao aterramento da fundação. Por fim foi montada a malha superior que constitui
a cobertura da fundação. O processo pode diferir a depender das especificações do projeto,
mantendo-se a linha de execução exposta.
Figura 61 – Fundação finalizada

Fonte: Acervo da empresa Dois A Engenharia e Tecnologia, (2021).


63

4.9.2 Fundação direta elevada


Embora a sequência construtiva seja definida pelas especificações de projeto e
logística prática, a ideia de montagem segue uma linha produtiva: no caso das fundações
elevadas, é necessária a presença de um gabarito de espera para o fuste, uma vez que precisará
de conexão ao ganhar altura de execução. Na Figura 62 é mostrado o aço deixado como espera
para próximos níveis, posicionado no concreto de regularização.

Figura 62 – Gabarito do fuste

Fonte: Acervo da empresa Dois A Engenharia e Tecnologia, (2021).

As etapas sucedentes seguiram a linha produtiva convencional, incluindo o anchorcage


em outras cotas acima, conforme Figura 63, a seguir.
64

Figura 63 – Vista superior de anchorcage e início da armação.

Fonte: Acervo da empresa Dois A Engenharia e Tecnologia, (2021).

4.9.2 Fundação direta Jabalcone


O processo dessa armação assemelha-se ao da base convencional, tendo como
particularidade a montagem dos braços pré moldados evidenciados nas Figuras 64, 65 e 66. Sua
finalização permite altura final do aerogerador maior que em bases convencionais.

Figura 64 – Ligação dos braços pré-moldados à armação.

Fonte: Acervo da empresa Dois A Engenharia e Tecnologia, (2020).


65

Figura 65 – Preparação para concretagem.

Fonte: Acervo da empresa Dois A Engenharia e Tecnologia, (2020).

Figura 66 – Estrutura de fundação Jabalcone finalizada.

Fonte: Acervo da empresa Dois A Engenharia e Tecnologia, (2020).


66

4.10 Montagem de formas


Após conferência e validação da armação, foi dado início ao processo de montagem
das formas. Como todo processo de locação, existiu a conferência topográfica dos níveis e
eixos. Para esta etapa as formas foram fabricadas sob medida e reaproveitadas nas demais
fundações e pode ser observada na Figura 67.

Figura 67 – Forma executada.

Fonte: Acervo da empresa Dois A Engenharia e Tecnologia, (2021).

4.10 – Concretagem
4.11.1 - Central de produção de concreto
Devido a localização dos parques eólicos, a logística de insumos torna-se desafiadora.
Sendo assim, é comum a instalação de uma central para usinagem do concreto dentro do próprio
parque, composta por silos de agregados, armazenamento de aditivos, central de resfriamento
(geralmente de gelo ou nitrogênio), dique de lavagem das betoneiras e pátio de dosagem para
conferência do traço. Nesta usina é feito o controle dos insumos por meio de balanças.
67

Figura 68 – Vista superior de canteiro e usina.

Fonte: Acervo da empresa Dois A Engenharia e Tecnologia, (2021).

4.11.2 - Concretagem da fundação


Uma vez que a forma está montada, foi feita a limpeza das pontas de arame utilizadas
na amarração, por meio de sopradores. Antes do início da concretagem, o local foi umedecido
com auxílio de caminhão pipa. Após liberação da usina do caminhão betoneira, este chega à
base e passa pelo ensaio de Slump e moldagem dos corpos de prova, cuja quantidade é definida
para cada caso. É comum realizar o ensaio de compressão axial com 3, 7 e 21 dias após a
moldagem. Após validação das propriedades do concreto, este foi lançado na base com o auxílio
do bombeamento e passa por adensamento.
Figura 69 – Vista superior de canteiro e usina.

Fonte: Autora, 2021.


68

Vale salientar que todo o processo requer rastreabilidade e controle para garantir o
resultado final da concretagem. Os passos finais contam com o acabamento manual feito com
colher de pedreiro e sarrafos metálicos. Por fim, ainda na etapa de acabamento, costuma-se
aplicar produtos que auxiliam na cura e evitam retração.

Figura 70 - aplicação de produto de finalização

Fonte: Acervo da empresa Dois A Engenharia e Tecnologia, (2021).

4.12 – Cura
Este processo foi realizado logo após a concretagem e mantido por 7 dias, conforme
mostrado na Figura 71, a seguir.
69

Figura 71 - Cura do concreto com auxílio de manta úmida

Fonte: Acervo da empresa Dois A Engenharia e Tecnologia, (2021).

4.13 – Reparos
Apesar de todos cuidados na definição do traço do concreto e processo de execução, o
alto calor de hidratação ocasionado pela reação exotérmica pode resultar no aparecimento de
fissuras de retração na superfície da fundação. Para estes casos, é determinado material com
propriedades corretivas e impermeáveis, visando proteção e correção das fissuras como na
Figura 72.
Figura 72 - Reparo com argamassa específica

Fonte: Acervo da empresa Dois A Engenharia e Tecnologia, (2021).


70

4.14– Reaterro e finalização


O reaterro é feito após etapas de cura e reparo da base. O processo nos casos estudados
durou em média 8 dias, sendo 7 para cura e 1 para reparo. Em seguida, foram executadas
camadas de reaterro com auxílio de escavadeiras, rolos e placas vibratórias, conforme Figura
73 a seguir:

Figura 73 – Etapa inicial de reaterro, quando não é possível


usar o rolo.

Fonte: Acervo da empresa Dois A Engenharia e Tecnologia, (2021).

Figura 74 – Realização do CBR.

Fonte: Acervo da empresa Dois A Engenharia e Tecnologia, (2021).


71

Figura 75 – Espalhamento do material para compactação.

Fonte: Acervo da empresa Dois A Engenharia e Tecnologia, (2021).

Figura 76 – Finalização do reaterro

Fonte: Acervo da empresa Dois A Engenharia e Tecnologia, (2021).

4.15 – Torre do aerogerador


Após finalizado o reaterro, os primeiros tramos são montados e pré-tensionados para
que seja possível executar o grout, abordado mais à frente. As torres são divididas em tramos
para viabilizar transporte e montagem. Nas Figura 77 a seguir, é possível visualizar a torre já
finalizada:
72

Figura 77 – Aerogerador montado

Fonte: Autora, (2021).

4.16– Grout
Esta etapa consiste na ligação entre o fuste e os tramos. É feita após montagem e pré
tensionamento dos primeiros tramos. Assim como na concretagem é feita a moldagem do
material e o controle tecnológico, evidenciados na Figura 78. É comum fabricar o grout no
próprio local por meio de usina móvel.
Figura 78 – Teste de espalhamento do grout

Fonte: Acervo da empresa Dois A Engenharia e Tecnologia, (2021).


73

Figura 79 – Lançamento do grout

Fonte: Acervo da empresa Dois A Engenharia e Tecnologia, (2021).

4.17 – Subestação
É necessário fazer a interligação dos aerogeradores à subestação, através da RMT.
Neste espaço está contida toda a estrutura, de apoio e operação, para geração de energia. Para
a parte de operação e manutenção são destinados prédios administrativos e almoxarifados. É
importante salientar que as manutenções são inevitáveis, sendo necessária estrutura para
atendê-las. Na Figura 80 a seguir é possível visualizar a subestação da obra do Complexo Eólico
Cumaru, ainda em finalização.
Figura 80 – Vista geral da subestação

Fonte: Acervo da empresa Dois A Engenharia e Tecnologia, (2021).


74

4. 18 – Energização
Esta fase se dá após todos os demais processos citados serem concluídos. São
realizados testes e ajustes antes da energização do parque. Nesta etapa são envolvidos todos os
contribuintes das etapas de montagem e energização, mobilizando estruturas de apoio. Após
efetivação, os aerogeradores já iniciam a geração e são acompanhados, caso precisem de
ajustes.
75

5 - CONSIDERAÇÕES FINAIS

O processo de execução de parques eólicos requer tempo e detalhamento, demandando


muitos estudos preliminares e controles na fase de execução. Analisando-se casos de obras
locais, foi possível levantar os principais processos envolvidos nas construções e elaborar um
fluxograma base. A proposta de fluxograma apresentada neste trabalho é uma forma de
orientação inicial quanto aos métodos mais comuns utilizados. Detalhar os processos envolve
estudo minucioso e visitas ao local.

Percebeu-se que a literatura traz em sua composição literária processos isolados que, em
algumas situações, podem ser difíceis de compreender dentro da perspectiva de execução de
parques eólicos. Destaca-se que na formação acadêmica em Engenharia Civil são abordados os
processos base que constituem esse tipo de execução, ficando a sugestão de elaboração de
mapeamento com fluxograma detalhado de cada etapa citada, envolvendo todos os setores e
suas contribuições no processo executivo.

Com a elaboração deste trabalho, foram alcançados os objetivos citados, tanto o geral
quanto os específicos. O trabalho contendo casos de execuções reais resultou nos principais
processos encontrados e trouxe, como metodologia um fluxograma destes. Foram apresentadas
condições possíveis de encontrar no dia a dia executivo e suas soluções, bem como os principais
equipamentos utilizados.

As maiores dificuldades encontradas neste trabalho foram durante a pesquisa das


fundações elevadas do tipo Jabalcone, uma vez que seu processo de execução ainda é pouco
conhecido e utilizado. Percebeu-se que há poucos dados sobre construções de parques eólicos,
o que demonstra muita oportunidade de estudo e desenvolvimento dentro da área.

Sugere-se que ao ser utilizada a proposta de fluxograma deste trabalho, seja analisada a
sua estrutura e as condições locais de execução, e utilizado o processo apresentado como base
para nortear o conhecimento a respeito dos métodos construtivos.
76

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