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ESTUDO DO POTENCIAL DE GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA ATRAVÉS DE


SISTEMAS FOTOVOLTAICOS CONECTADOS À REDE NO ESTADO DO PARANÁ

Research · May 2015


DOI: 10.13140/RG.2.1.1728.1440

CITATIONS READS

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1 author:

Gerson Maximo Tiepolo


Federal University of Technology - Paraná/Brazil (UTFPR)
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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ
ESCOLA POLITÉCNICA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E
SISTEMAS - PPGEPS

GERSON MÁXIMO TIEPOLO

ESTUDO DO POTENCIAL DE GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA ATRAVÉS


DE SISTEMAS FOTOVOLTAICOS CONECTADOS À REDE NO ESTADO DO
PARANÁ

CURITIBA
2015
GERSON MÁXIMO TIEPOLO

ESTUDO DO POTENCIAL DE GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA ATRAVÉS


DE SISTEMAS FOTOVOLTAICOS CONECTADOS À REDE NO ESTADO DO
PARANÁ

Tese apresentada ao Programa de Pós-


Graduação em Engenharia de Produção
e Sistemas (PPGEPS) da Escola
Politécnica da Pontifícia Universidade
Católica do Paraná, como requisito
parcial à obtenção do título de Doutor
em Engenharia de Produção e Sistemas.

Orientador: Prof. Dr. Osíris Canciglieri Jr.

CURITIBA
2015
Dados da Catalogação na Publicação
Pontifícia Universidade Católica do Paraná
Sistema Integrado de Bibliotecas – SIBI/PUCPR
Biblioteca Central

Tiepolo, Gerson Máximo


T563e Estudo do potencial de geração de energia elétrica através de sistemas
2015 fotovoltaicos conectados à rede no estado do Paraná / Gerson Máximo
Tiepolo ; orientador, Osíris Canciglieri Jr. – 2015.
228 f. : il. ; 30 cm

Tese (doutorado) – Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Curitiba,


2015
Bibliografia: f. 180-190

1. Engenharia de produção. 2. Política pública. 3. Energia elétrica -


Produção. 4. Sistemas de energia fotovoltaica. 5. Geração de energia
fotovoltaica. I. Canciglieri Junior, Osíris. II. Pontifícia Universidade Católica do
Paraná. Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção e
Sistemas. III. Título.

CDD 20. ed. – 670


Dedico este trabalho aos meus pais Severino e Marlene, com os seus exemplos de
dedicação, perseverança e honestidade que me acompanham durante a minha
jornada, ao meu irmão José pelas palavras de incentivo. E principalmente a minha
esposa Marinês e aos meus filhos Leonnardo e Enzo Riccardo, por toda dedicação,
amor, carinho e compreensão em todos estes meses de doutorado.
Agradecimentos

Agradeço a Deus por iluminar o meu caminho e não me deixar fraquejar mesmo nos
momentos difíceis.

À minha esposa Marinês que me apoiou incondicionalmente neste projeto, e aos


meus filhos Leonnardo Massimo e Enzo Riccardo, minhas fontes de inspiração,
incentivo, e esperança em ajudar a construir um mundo melhor.

Ao professor Dr. Osiris Canciglieri Jr. pela sua orientação, paciência, ensinamentos,
experiências, amizade, e principalmente por acreditar no meu trabalho de pesquisa.

Ao professor Dr. Jair Urbanetz Jr. pela amizade, parceria, e pelos valiosos
ensinamentos e discussões sobre energia solar fotovoltaica, objetivo da minha
pesquisa.

Agradeço ao INPE, através do professor Dr. Ênio Bueno Pereira e da Silvia Pereira,
pela colaboração com o fornecimento de dados de irradiação e no auxílio na
elaboração dos mapas fotovoltaicos do estado do Paraná com os requisitos
especificados, e nas inúmeras discussões e ensinamentos a mim ofertados.

Aos professores Dr. Teófilo Miguel de Souza e Dr. Eduardo Rocha Loures pelas
orientações e troca de experiências realizadas durante a minha pesquisa.

Ao professor Dr. Trajano Viana pelas contribuições e pela aproximação com o INPE,
e ao professor Dr. Ricardo Rüther e toda a sua equipe da UFSC que me acolheram
por diversas vezes através de cursos, seminários e visitas técnicas os quais foram
de enorme importância na consolidação dos meus estudos.

Agradeço à UTFPR através do Departamento de Eletrotécnica pelo apoio e incentivo


durante esta jornada, e aos colegas de departamento pelo apoio.

A todos que, direta ou indiretamente, contribuíram para a elaboração desta tese.

E finalmente, agradeço a PUCPR pela oportunidade de fazer este excelente curso


de pós-graduação, e pela Bolsa de Estudo ofertada que me possibilitou realizar mais
este sonho.
“Aqueles que se enamoram somente da prática, sem cuidar da teoria, ou melhor
dizendo, da ciência, são como o piloto que embarca sem timão nem bússola. A
prática deve alicerçar-se sobre uma boa teoria, à qual serve de guia a perspectiva; e
em não entrando por esta porta, nunca se poderá fazer coisa perfeita nem na
pintura, nem em nenhuma outra profissão.”

Leonardo da Vinci
RESUMO

O tema desenvolvimento sustentável tem tido cada vez mais repercussão nas
esferas da sociedade brasileira e tem contribuído para maior consciência da
necessidade de preservar os recursos naturais, assim como para as questões de
como continuar a promover o desenvolvimento sócio-econômico das regiões. Uma
das questões fundamentais para o desenvolvimento sustentável é a geração de
energia elétrica com a maior utilização de fontes renováveis e, consequentemente,
menor agressão ao meio ambiente. Neste cenário, historicamente, o Estado do
Paraná tem sido um dos maiores produtores de energia elétrica do país, quase
totalmente originada de hidroelétricas devido à grande bacia hidrográfica existente
no estado. Entretanto, o aproveitamento desta fonte está em declínio devido aos
impactos ambientais, e também devido à pressão da sociedade com relação aos
impactos sociais e econômicos ocasionados pelo represamento de rios e inundação
de cidades e áreas para formar grandes reservatórios, o que tem dificultado a sua
expansão na matriz elétrica. Para superar estas limitações, outras fontes têm sido
estudadas e empregadas como biomassa, eólica e solar. A geração solar
fotovoltaica, no entanto, foi nos últimos anos contemplada nas políticas
governamentais brasileiras para atender a locais remotos, com o emprego de
sistemas fotovoltaicos isolados (SFVI). Com a publicação da Resolução 482/2012 da
ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), que estabelece a regulamentação de
microgeração e minigeração de energia elétrica, se tornou possível utilizar os
sistemas fotovoltaicos conectados à rede elétrica (SFVCR). Esses sistemas são
utilizados em ambiente urbano, principalmente na Europa, como forma de geração
distribuída, instalados sobre as coberturas de edificações ou integrados às mesmas.
Diante dessa nova perspectiva de instalar sistemas fotovoltaicos conectados à rede,
o objetivo desta pesquisa foi o de elaborar um estudo específico, detalhado e
atualizado sobre o potencial de geração de energia elétrica através de SFVCR no
estado, cujo um dos resultados obtidos foi a elaboração do Atlas Fotovoltaico do
Estado do Paraná com os mesmos critérios utilizados pela Comissão Europeia, o
qual é composto por um conjunto de mapas com valores de Irradiação e de
Produtividade Estimada Total Anual, Média Diária Sazonal e Média Diária Mensal.
Através da determinação dos valores de irradiação e de produtividade no estado, foi
possível constatar o enorme potencial existente no Paraná em comparação a outros
estados e regiões do Brasil, e com a Europa, para a geração de energia elétrica
através desta fonte de energia. Os resultados desta pesquisa poderão contribuir
para a elaboração de políticas públicas com incentivos a projetos e pesquisas na
área de solar fotovoltaica, visando à disseminação do uso dessa fonte de energia
renovável no Estado do Paraná.

Palavras-chave: Sistema Fotovoltaico, Potencial Fotovoltaico, Atlas Fotovoltaico,


Geração Distribuída, Políticas Públicas.
ABSTRACT

The theme of sustainable development has increasingly impacted the spheres of


Brazilian society and has contributed to greater awareness to the need of natural
resources conservation as well as issues on how to continue promoting socio-
economic development of regions. One of the key issues for sustainable
development is the generation of electricity with more use of renewable sources and,
therefore, less environmental degradation. In this scenario, historically, Paraná State
of Brazil has been one of the largest producers of electricity in the country, almost
entirely from hydraulic source, due to the large existing river basin in the state.
However, the use of this source in Brazil is declining due to depletion of water
potential and also the pressure of society with respect to environmental, social and
economic impacts caused by damming of rivers and flooding of cities and areas to
form large reservoirs, which has hindered its expansion in the energy matrix. To
overcome these limitations, other sources have been studied and used as biomass,
wind and solar. Photovoltaic generation has been contemplated in Brazilian
government policies only to supply electricity with off-grid systems in remote locations
(isolated PV). However, due to the recent Resolution 482/2012 of ANEEL (Brazilian
Electricity Regulatory Agency), which establishes rules for micro and mini-generation
of electricity, it is possible that consumers install grid-connected photovoltaic systems
(grid-connected PV systems), as have been widely used in the urban environment
installed or integrated on roofs as a form of distributed generation, particularly in
Europe. Given this new perspective of growth of the Brazilian photovoltaic electricity
generation, the objective of this research was to develop a specific, detailed and
updated study on the potential for electricity generation through grid-connected PV
systems in the state, one of whose results was the development of Paraná State
Photovoltaic Atlas with the same criteria used by the European Commission, which is
composed of a set of maps with Irradiation and Estimated Total Annual Productivity,
average Daily Seasonal and average Daily Monthly values. By determining the
irradiation and productivity values in the state, there has been the enormous potential
in Paraná compared to other states and regions of Brazil, and Europe, for the
generation of electricity from this source of energy. The results of this study can
contribute to the development of public policies related to projects and research
incentives in Solar Photovoltaic, aiming to spread the use of this renewable energy
source in the Paraná State.

Keywords: Photovoltaic System, Photovoltaic Potential, Photovoltaic Atlas,


Distributed Generation, Public Policy.
LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Modelo de Pesquisa adotado no estudo. ................................................... 32


Figura 2. Símbolo da Biosfera. .................................................................................. 37
Figura 3. Expressão visual do conceito de desenvolvimento sustentável. ................ 38
Figura 4. Evolução Comparativa da População 1800 - 2050 (escala
linear), em milhões de habitantes. .............................................................. 40
Figura 5. Representação dos fluxos de Energia Primária, Secundária, Uso
Final e Útil................................................................................................... 42
Figura 6. Participação das fontes energéticas na matriz elétrica global. ................... 46
Figura 7. Representação do Sistema Interligado Nacional. ...................................... 48
Figura 8. Percentual de participação das fontes energéticas na
capacidade instalada. ................................................................................. 48
Figura 9. Geração de Energia Elétrica nos anos de 2012 e 2013, por tipo
de fonte, em GWh (¹ Inclui lenha, bagaço de cana e lixívia, ²
Inclui óleo diesel e óleo combustível, ³ Inclui outras
recuperações, gás de coqueria e outras secundárias) ............................... 50
Figura 10. Estrutura do consumo de eletricidade no Brasil na rede, por
classe (%). .................................................................................................. 50
Figura 11. Percentual de perdas no SIN e subsistemas 2013 – 2023....................... 51
Figura 12. Subsistemas pertencentes ao SIN. .......................................................... 51
Figura 13. Cálculo para determinação do valor da tarifa de energia elétrica
COM IMPOSTOS. ...................................................................................... 56
Figura 14. Exemplo de Curva de Carga de um dia útil de um consumidor
Residencial. ................................................................................................ 60
Figura 15. Exemplo de Curva de Carga de um dia útil de um consumidor
Comercial. .................................................................................................. 60
Figura 16. Exemplo de Curvas de Carga de um dia útil do setor Industrial. .............. 61
Figura 17. Curva de Carga diária média (dias úteis) prevista para janeiro e
maio de 2009 no estado do Paraná pelo ONS, em MW. ............................ 62
Figura 18. Curva de Carga Máxima em 2013 de Curitiba e Região
Metropolitana, em MW................................................................................ 63
Figura 19. Curva de Carga Máxima em 2013 do Sistema COPEL, em MW. ............ 63
Figura 20. Símbolo de Módulo Fotovoltaico .............................................................. 67
Figura 21. Figura com a representação das componentes da Radiação
Solar. .......................................................................................................... 69
Figura 22. Eficiência de células fotovoltaicas para diferentes tecnologias
em laboratório. ............................................................................................ 75
Figura 23. Tipos de sistemas fotovoltaicos. .............................................................. 77
Figura 24. Configuração de um SFV Isolado tradicional. .......................................... 79
Figura 25. Fotos de SFVI´s que atendem comunidade de pescadores em
Guaraqueçaba – Paraná. ........................................................................... 79
Figura 26. Configuração de um SFVCR tradicional................................................... 80
Figura 27. Primeiro SFVCR homologado pela COPEL após Resolução
482/2012 - Empresa ELCO. ....................................................................... 80
Figura 28. Capacidade instalada Global de sistemas fotovoltaicos........................... 81
Figura 29. Distribuição geográfica da Rede Solarimétrica Nacional.......................... 82
Figura 30. Mapa de irradiação global - média diária anual em Wh/m².dia. ............... 84
Figura 31. Mapa de radiação solar global diária - média anual (MJ/m².dia). ............. 85
Figura 32. Mapa Fotovoltaico do Brasil – média diária anual. ................................... 87
Figura 33. Estações de medição existentes no território brasileiro das
quais os dados disponíveis foram utilizados. .............................................. 88
Figura 34. Estações da rede SONDA utilizadas na etapa de validação do
modelo BRASIL-SR. ................................................................................... 89
Figura 35. Mapa de irradiação Global Horizontal - média diária anual
(kWh/m².dia). .............................................................................................. 90
Figura 36. Mapa de irradiação no Plano Inclinado - média diária anual
(kWh/m².dia). .............................................................................................. 90
Figura 37. Variação da radiação solar no Brasil em MJ/m².dia. ................................ 91
Figura 38. Comparação entre o mapa de irradiação no plano inclinado do
Brasil e Europa. .......................................................................................... 92
Figura 39. Mapa de Irradiação Global Horizontal e de Energia Elétrica
Total Anual Estimada para uma taxa de desempenho de 75% na
Alemanha em diferentes datas. .................................................................. 93
Figura 40. Mapas de irradiação Global Horizontal do Brasil (valor diário) e
na Alemanha (valor anual).......................................................................... 94
Figura 41. Mapas de Irradiação e de Energia Elétrica Total Anual
Estimada no Plano Inclinado, para uma taxa de desempenho de
75% e condições ideais de geração. .......................................................... 95
Figura 42. Mapas de Irradiação e de Energia Elétrica Estimada na
Alemanha (valor anual), e no Brasil (valor diário). ...................................... 96
Figura 43. Detalhe do estado do Paraná, onde são mostrados os valores
de irradiação no plano inclinado (Atlas Brasileiro de Energia
Solar - 2006) e produtividade (Atlas Fotovoltaico do Brasil -
2004), com os da Alemanha, mostrando a dificuldade de
comparação entre os mapas publicados. ................................................... 97
Figura 44. Estações pertencentes à rede SONDA. ................................................. 104
Figura 45. Fluxograma simplificado do modelo BRASIL-SR. .................................. 105
Figura 46. Mapa mostrando os píxeis com resolução de 10 km x 10 km, e
detalhe do estado do Paraná.................................................................... 106
Figura 47. Destaque das 48 localidades selecionadas para a pesquisa. ................ 107
Figura 48. Imagem do Google Earth com a inserção das coordenadas
encontradas mais próximas do local pesquisado. .................................... 111
Figura 49. Imagem da tela do Excel – identificação da linha com as
coordenadas mais próximas do local pesquisado com os
respectivos valores de irradiação no plano inclinado. .............................. 111
Figura 50. Primeira versão do Mapa Fotovoltaico do Paraná, com valores
de energia elétrica gerada estimada em kWh para um sistema
com potência de 1 kWp e TD = 75%. ....................................................... 115
Figura 51. Escala de irradiação e produtividade anual utilizada pela
European Commission. ............................................................................ 117
Figura 52. Segunda versão do Mapa Fotovoltaico do estado do Paraná -
Total Anual. .............................................................................................. 118
Figura 53. Mapas Sazonais do estado do Paraná (valores diários). ....................... 119
Figura 54. Comparação entre o Mapa Fotovoltaico do Paraná (2a versão)
com a Alemanha. ...................................................................................... 120
Figura 55. Legenda com valores de Irradiação (HTOT) e de Produtividade
Estimada Total Anual no Plano Inclinado. ................................................ 122
Figura 56. Legenda com valores de Irradiação (HTOT) e de Produtividade
Estimada Diária Média no Plano Inclinado. .............................................. 122
Figura 57. Mapa do Brasil - destaque para o estado do Paraná onde está
sendo pesquisado o potencial de geração de energia elétrica
através de SFVCR, e recorte do estado ampliado com a grade
de pixel 10 km x 10 km. ............................................................................ 123
Figura 58. Mapa Fotovoltaico do Estado do Paraná - Total Anual (Plano
Inclinado - HTOT). ...................................................................................... 124
Figura 59. Mapas Fotovoltaicos do Estado do Paraná - Média Diária
Sazonal (Plano Inclinado - HTOT) – Primavera e Verão. ........................... 125
Figura 60. Mapas Fotovoltaicos do Estado do Paraná - Média Diária
Sazonal (Plano Inclinado - HTOT) – Outono e Inverno. .............................. 126
Figura 61. Mapa Fotovoltaico do estado do Paraná – Global Anual (Plano
Horizontal - HHOR). .................................................................................... 128
Figura 62. Mapas Fotovoltaicos do estado do Paraná com a média Diária
Sazonal Global Horizontal (HHOR) – Primavera e Verão. .......................... 129
Figura 63. Mapas Fotovoltaicos do estado do Paraná com a média Diária
Sazonal Global Horizontal (HHOR) – Outono e Inverno. ............................ 130
Figura 64. Comparativo entre os mapas sazonais com a média diária no
plano inclinado HTOT (à esquerda) e no plano horizontal HHOR (à
direita)....................................................................................................... 132
Figura 65. Comparativo entre os mapas com valor Anual no plano
inclinado (à esquerda) e no plano horizontal (à direita). ........................... 133
Figura 66. Mapa do estado do Paraná mostrando a divisão geográfica dos
seus municípios, e a grade de pixel na resolução 10 km x 10 km,
destacando a cidade de Curitiba. ............................................................. 134
Figura 67. Mapa Fotovoltaico do estado do Paraná - Total Anual, com a
indicação dos municípios.......................................................................... 135
Figura 68. Distribuição dos valores de Irradiação em kWh/m².ano e
Produtividade em kWh/kWp.ano no estado do Paraná em seus
399 municípios. ........................................................................................ 137
Figura 69. Mapa Fotovoltaico Brasileiro - Total Anual. ............................................ 141
Figura 70. Mapa Fotovoltaico do Estado do Paraná – Total Anual com a
divisão geográfica dos 399 municípios, mostrando os três
cenários simulados e a diferença percentual aproximada em
relação aos três estados com maiores médias no Brasil: Distrito
Federal, Goiás e Piauí. ............................................................................. 144
Figura 71. Mapa Fotovoltaico do Estado do Paraná - Total Anual, com
escala adaptada com diferentes valores de produtividade
estimada conforme a Taxa de Desempenho do SFVCR. ......................... 146
Figura 72. Projeto P&D Aneel, Tractebel - UFSC para implantação dos
oito módulos de avaliação com sete tecnologias diferentes cada,
e uma usina fotovoltaica de 3 MWp em Tubarão - SC. ............................ 147
Figura 73. Mapa Fotovoltaico do Estado do Paraná - Total Anual e Mapa
Fotovoltaico da Europa. ............................................................................ 149
Figura 74. Valores de Irradiação Total Anual no plano inclinado dos 33
países da Europa. .................................................................................... 150
Figura 75. Mapa Fotovoltaico Brasileiro e Mapa Fotovoltaico da Europa
(valores anuais). ....................................................................................... 153
Figura 76. Mapa Fotovoltaico do Estado do Paraná - Total Anual com os
municípios do estado. Destaque para o município de Curitiba e
seu valor de irradiação e produtividade. ................................................... 154
Figura 77. Escritório Verde da UTFPR – Curitiba (A), e Painel fotovoltaico
na cobertura do EV e detalhe do inversor (B), onde B1 é o painel
do SFVCR com inclinação acompanhando o telhado (aplicado à
edificação), e B2 é o painel do SFVI com inclinação maior que o
telhado, privilegiando a produção de energia elétrica no inverno. ............ 156
Figura 78. SFVCR da ELCO Engenharia com os módulos instalados na
cobertura de uma das edificações acompanhando a inclinação
do telhado (A), e detalhe dos inversores Xantrex (B). .............................. 158
Figura 79. Imagens dos imóveis residenciais pesquisados para o estudo. ............. 163
Figura 80. Mapa de radiação solar incidente à superfície no Brasil do mês
de janeiro em Ly/dia. ................................................................................ 191
Figura 81. Gráficos de contorno com as médias mensais da soma diária
de radiação solar global no hemisfério sul durante o inverno (A),
e verão (B), em MJ/m².dia. ....................................................................... 192
Figura 82. Estações utilizadas para fornecimento de dados de radiação
para desenvolvimento do Atlas Solarimétrico. .......................................... 193
Figura 83. Rede de estações telemétricas meteorológicas do SIMEPAR
(1998 a 2000) ........................................................................................... 194
Figura 84. Conjunto de mapas que apresentam a irradiância solar média
na superfície entre os meses de Janeiro a Junho às 15h00 local
no estado do Paraná. ............................................................................... 195
Figura 85. Conjunto de mapas que apresentam a irradiância solar média
na superfície entre os meses de Julho a Dezembro às 15h00
local no estado do Paraná. ....................................................................... 196
Figura 86. Escala de cores e valores ampliada contendo mais três cores
(as três últimas ao lado direito da escala) para melhor
representar os valores altos de irradiação e de produtividade
estimada que ocorre em determinados meses do ano. ............................ 197
Figura 87. Mapas Fotovoltaicos do Estado do Paraná - Média Diária
Mensal (Plano Inclinado - HTOT) – Janeiro a Junho. ................................. 198
Figura 88. Mapas Fotovoltaicos do Estado do Paraná - Média Diária
Mensal (Plano Inclinado - HTOT) – Julho a Dezembro. .............................. 199
Figura 89. Mapas Fotovoltaicos do Estado do Paraná - Média Diária
Sazonal Plano Inclinado (HTOT) – Escala Ajustada. .................................. 200
Figura 90. Mapas Fotovoltaicos do estado do Paraná - Média Diária
Sazonal Global Horizontal (HHOR) – Escala Ajustada. .............................. 201
Figura 91. Comparativo entre os mapas sazonais com a média diária no
plano inclinado HTOT (à esquerda) e no plano horizontal HHOR (à
direita) – Escala Ajustada. ........................................................................ 202
Figura 92. Atlas Fotovoltaico Brasileiro. Média Diária Mensal (Plano
Inclinado - HTOT) – Janeiro a Abril. ............................................................ 216
Figura 93. Atlas Fotovoltaico Brasileiro. Média Diária Mensal (Plano
Inclinado - HTOT) – Maio a Agosto. ............................................................ 217
Figura 94. Atlas Fotovoltaico Brasileiro. Média Diária Mensal (Plano
Inclinado - HTOT) – Setembro a Dezembro................................................ 218
Figura 95. Atlas Fotovoltaico Brasileiro. Média Diária Sazonal (Plano
Inclinado - HTOT) – Primavera a Inverno. ................................................ 219
Figura 96. Estações pertencentes à rede SONDA. ................................................. 221
LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Produção de Energia Elétrica Global e Brasil por tipo de fonte. ................ 25
Tabela 2. América Latina no contexto Global (Comparação com outro país
/ região). ..................................................................................................... 40
Tabela 3. As fontes de energia e sua classificação................................................... 44
Tabela 4. Eventos históricos relevantes sobre Energia Solar Fotovoltaica -
Global e Brasil. ........................................................................................... 71
Tabela 5. Classificação de Sistemas Fotovoltaicos conforme NBR 11704. .............. 78
Tabela 6. Tabela contendo as coordenadas de latitude e longitude das 48
localidades selecionadas do estado do Paraná para este estudo. ........... 108
Tabela 7. Valores de Irradiação no plano inclinado (HTOT) e de
Produtividade Gerada Estimada Total Anual no estado do
Paraná. ..................................................................................................... 127
Tabela 8. Valores de Irradiação no plano inclinado (HTOT) e de
Produtividade Gerada Estimada Diária Média Mensal e Sazonal
no estado do Paraná. ............................................................................... 127
Tabela 9. Valores de Irradiação Total (HTOT) e de Produtividade Gerada
Estimada Total Anual no plano inclinado encontrados nos
estados e no Brasil para uma TD 75%. .................................................... 142
Tabela 10. Média Total Anual de Irradiação e de Produtividade Estimada
apresentada nos três cenários para o estado do Paraná, e a
diferença percentual aproximada em relação as três maiores
médias no Brasil: Distrito Federal, Goiás e Piauí. .................................... 144
Tabela 11. Valores de Irradiação Total (HTOT) e de Produtividade Gerada
Estimada Total Anual no plano inclinado encontrada nas regiões
do Brasil e do Paraná para TD 75%. ........................................................ 148
Tabela 12. Valores de Irradiação Total (HTOT) e de Produtividade Gerada
Estimada Total Anual no plano inclinado encontrada nos países
da Europa e no estado do Paraná, para TD 75%. .................................... 150
Tabela 13. Valores de Irradiação Total (HTOT) e de Produtividade Gerada
Estimada Total Anual no plano inclinado encontrados nos 399
municípios do estado do Paraná, para TD 75% ....................................... 204
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABINEE – Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica


ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas
ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica
a-Si – Silício Amorfo
BAPV – Building-applied photovoltaic system
BEN – Balanço Energético Nacional
BIPV – Building-integrated photovoltaic system
BSRN – Baseline Surface Radiation Network
CA – Corrente Alternada
CC – Corrente Contínua
CdTe – Telureto de Cádmio
CEPEL – Centro de Pesquisa de Energia Elétrica
CHESF – Companhia Hidroelétrica do São Francisco
CIGS – Disseleneto de Cobre, Gálio e Índio
CIS – Disseleneto de Cobre e Índio
CNPJ – Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica
COFINS – Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social
CONFAZ – Conselho de Política Fazendária
COPEL – Companhia Paranaense de Energia
COPEL-GT – Companhia Paranaense de Energia – Geração e Transmissão
CPF – Cadastro de Pessoa Física
CPTEC – Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos
CRESESB – Centro de Referência para Energia Solar e Eólica Sérgio de Salvo
Brito
DGE – Divisão de Geofísica Espacial
DMA – Divisão de Clima e Meio Ambiente
EC – European Commission
EPE – Empresa de Pesquisa Energética
EV – Escritório Verde
FV – Fotovoltaico
GaAs – Arseneto de Gálio
GD – Geração Distribuída
GEF – Global Environment Facility (Fundo Global para o Meio Ambiente)
GT – Grupo de Trabalho
GW – Giga Watt
ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços
IEA – International Energy Agency
IEE-USP – Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo
INPE – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
IPARDES – Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social
IPTU – Imposto Territorial Urbano
kW – Kilo Watt
LABENS – Laboratório de Energia Solar
LABSOLAR – Laboratório de Energia Solar
MCT – Ministério da Ciência e Tecnologia
MME – Ministério de Minas e Energia
MPPT – Maximum Power Point Tracker
m-Si – Silício Monocristalino
MW – Mega Watt
NBR – Norma Brasileira Regulamentadora
NCTS – Núcleo de Controle Térmico de Satélites
NTC – Norma Técnica Copel
ONS – Operador Nacional do Sistema Elétrico
P&D – Pesquisa e Desenvolvimento
PAR – Photosynthetically Active Radiation
PIS – Programa de Integração Social
PNUMA – Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente
PROCEL – Programa Nacional de Conservação de Energia
PRODIST – Procedimentos de Distribuição de Energia Elétrica no Sistema
Elétrico Nacional
PROINFA – Programa de Incentivo a Fontes Alternativas
p-Si – Silício Policristalino
REN21 – Renewable Energy Policy Network for the 21st Century
SENAI – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
SFV – Sistema Fotovoltaico
SFVCR – Sistema Fotovoltaico Conectado à Rede
SFVH – Sistemas Fotovoltaicos Híbridos
SFVI – Sistema Fotovoltaico Isolado
SIMEPAR – Sistema Meteorológico do Paraná
SIN – Sistema Interligado Nacional
SONDA – Sistema de Organização Nacional de Dados Ambientais
SWERA – Solar and Wind Energy Resources Assessment
TD – Taxa de Desempenho
TE – Tarifa de Energia Elétrica
TECPAR – Instituto de Tecnologia do Estado do Paraná
TUSD – Tarifa de Uso dos Sistemas de Distribuição
UFPE – Universidade Federal de Pernambuco
UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina
UFRGS – Universidade Federal do Rio Grande do Sul
UTFPR – Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Wh – Watt hora
Wp – Watt Pico
www – World Wide Web (Rede de Alcance Mundial)
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 23
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO .................................................................................. 23
1.2 MOTIVAÇÃO .................................................................................................. 27
1.3 PROBLEMA DE PESQUISA ........................................................................... 28
1.4 OBJETIVOS.................................................................................................... 28
1.5 JUSTIFICATIVA .............................................................................................. 29
1.6 METODOLOGIA DA PESQUISA .................................................................... 31
1.7 ESTRUTURA DO DOCUMENTO ................................................................... 33

2 REVISÃO DA LITERATURA ................................................................................ 35


2.1 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ......................................................... 35
2.2 ENERGIA........................................................................................................ 38
2.2.1 Fontes Primárias e Secundárias de Energia ....................................... 41
2.2.2 Fontes Renováveis e Não Renováveis de Energia ............................. 42
2.3 GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA ............................................................. 45
2.3.1 Matriz de Energia Elétrica Global ......................................................... 45
2.3.2 Matriz de Energia Elétrica Brasileira .................................................... 46
2.3.3 Resoluções para Incentivo à Inserção da Energia Solar e à Geração
Distribuída na Matriz Elétrica Brasileira ......................................................... 52
2.3.4 Geração de Energia Elétrica no Estado do Paraná ............................ 58
2.3.5 Aspectos da Curva de Carga e a Contribuição da Energia Solar
Fotovoltaica para Atendimento da Demanda no Estado do Paraná ............ 59
2.4 ENERGIA SOLAR ........................................................................................... 65
2.4.1 Energia Solar Fotovoltaica ................................................................... 70
2.4.2 Tecnologias Utilizadas e Eficiência ..................................................... 74
2.4.3 Sistemas Fotovoltaicos – Classificação .............................................. 76
2.4.4 Capacidade Instalada Global e Brasil .................................................. 81
2.4.5 Potencial de Irradiação no Brasil e no Paraná .................................... 82
2.4.6 Comparação entre os mapas gerados no Brasil com mapas gerados
na Europa.......................................................................................................... 92

3 POTENCIAL FOTOVOLTAICO NO ESTADO DO PARANÁ ............................. 102


3.1 O ESTADO DO PARANÁ .............................................................................. 102
3.2 BANCO DE DADOS DE IRRADIAÇÃO ......................................................... 103
3.3 MAPA DO POTENCIAL FOTOVOLTAICO DO ESTADO DO PARANÁ –
ESTUDO PRELIMINAR ................................................................................ 107
3.3.1 Definição das Cidades Inicialmente Pesquisadas ............................ 107
3.3.2 Determinação dos Valores de Irradiação em cada um dos municípios
selecionados .................................................................................................. 110
3.3.3 Determinação dos Valores de Energia Elétrica Estimada ............... 112
3.3.4 Mapa Fotovoltaico do Estado do Paraná – Estudo Preliminar 48
cidades ............................................................................................................ 114
3.4 MAPA DO POTENCIAL FOTOVOLTAICO DO ESTADO DO PARANÁ – VISÃO
GERAL.......................................................................................................... 120
3.4.1 Desenvolvimento das escalas e preparação dos dados para o estado
do Paraná ........................................................................................................ 121
3.4.2 Mapa Fotovoltaico do Estado do Paraná – Total Anual, Média Diária
Mensal e Média Diária Sazonal ..................................................................... 124
3.4.3 Determinação dos valores de Irradiação e de Produtividade
Estimada Total Anual Média dos 399 municípios do estado do Paraná ... 133

4 ANÁLISE COMPARATIVA DO POTENCIAL FOTOVOLTAICO DO PARANÁ . 140


4.1 COMPARAÇÃO DO POTENCIAL FOTOVOLTAICO ENCONTRADO NO
PARANÁ COM OUTROS ESTADOS E REGIÕES DO BRASIL .................... 140
4.2 COMPARAÇÃO DO POTENCIAL FOTOVOLTAICO ENCONTRADO NO
ESTADO DO PARANÁ COM A EUROPA ..................................................... 148
4.3 COMPARAÇÃO DOS DADOS ESTIMADOS APRESENTADOS NOS MAPAS
COM DADOS REAIS OBTIDOS EM SFVCR EM OPERAÇÃO NO PARANÁ 153
4.3.1 Comparação com os dados obtidos pelo SFVCR do Escritório Verde
da UTFPR ........................................................................................................ 155
4.3.2 Comparação com os dados obtidos pelo SFVCR da ELCO
Engenharia...................................................................................................... 158
4.3.3 Considerações sobre os dois casos estudados............................... 160
4.4 DIMENSIONAMENTO DE SFVCR ATRAVÉS DO MAPA FOTOVOLTAICO DO
ESTADO DO PARANÁ ................................................................................. 161
4.5 CONTRIBUIÇÕES PARA A ELABORAÇÃO DE UMA POLÍTICA PÚBLICA DE
INCENTIVO A PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DE SFVCR NO ESTADO
DO PARANÁ ................................................................................................. 166

5 CONCLUSÕES ................................................................................................... 171


REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO ......................................................................... 180
ANEXO A ................................................................................................................ 191
MAPA DE RADIAÇÃO SOLAR INCIDENTE À SUPERFÍCIE NO BRASIL (1978) 191

ANEXO B ................................................................................................................ 192


GRÁFICOS DE CONTORNO COM AS MÉDIAS MENSAIS DA SOMA DIÁRIA DE
RADIAÇÃO SOLAR GLOBAL NO HEMISFÉRIO SUL (1996) ....................... 192

ANEXO C ................................................................................................................ 193


ESTAÇÕES UTILIZADAS PARA PROVER DADOS DE IRRADIAÇÃO NO
DESENVOLVIMENTO DO ATLAS SOLARIMÉTRICO (2000) ...................... 193

ANEXO D ................................................................................................................ 194


INVENTÁRIO DE ENERGIA SOLAR NO PARANÁ - LEVANTAMENTO DE DADOS
DE IRRADIAÇÃO ENTRE OS ANOS 1998 A 2000 (SIMEPAR) .................... 194

APÊNDICE A .......................................................................................................... 197


MAPAS FOTOVOLTAICOS DO ESTADO DO PARANÁ - MÉDIA DIÁRIA MENSAL
NO PLANO INCLINADO (HTOT) ..................................................................... 197

APÊNDICE B .......................................................................................................... 204


VALORES DE IRRADIAÇÃO TOTAL (HTOT) E DE PRODUTIVIDADE GERADA
ESTIMADA TOTAL ANUAL NO PLANO INCLINADO NOS 399 MUNICÍPIOS
DO ESTADO DO PARANÁ ........................................................................... 204

APÊNDICE C .......................................................................................................... 215


ATLAS FOTOVOLTAICO BRASILEIRO - MÉDIA DIÁRIA MENSAL E SAZONAL NO
PLANO INCLINADO (HTOT) ........................................................................... 215

APÊNDICE D .......................................................................................................... 220


PROJETOS INICIADOS A PARTIR DOS ESTUDOS REALIZADOS DURANTE O
DOUTORADO .............................................................................................. 220

APÊNDICE E .......................................................................................................... 224


PUBLICAÇÕES DESENVOLVIDAS DURANTE O DOUTORADO ....................... 224
APÊNDICE F........................................................................................................... 228
CURSOS DE EXTENSÃO E VISITAS TÉCNICAS REALIZADAS QUE
AUXILIARAM NO DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA............................. 228
23

1 INTRODUÇÃO

Neste capítulo é apresentado o tema do trabalho pesquisado quanto a sua


contextualização, motivação e justificativa, assim como a metodologia adotada para
o desenvolvimento da pesquisa, seus objetivos, e de que forma está estruturado
este documento.

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO

Historicamente o conceito de desenvolvimento sustentável vem de um longo


processo de avaliação das relações entre sociedade e o meio ambiente, onde várias
abordagens procuram explicar esse conceito, tendo sido discutido primeiramente
pela World Conservation Union através do documento World’s Conservation
Strategy. Neste documento é abordado que para haver desenvolvimento
sustentável, as dimensões sociais e ecológicas devem ser consideradas, assim
como os fatores econômicos dos recursos vivos e não vivos. Mas apenas mais tarde
por meio do Relatório Brundtland, é que o conceito de desenvolvimento sustentável
foi formalmente definido e divulgado, com o intuito de gerar o equilíbrio entre as
dimensões ambiental, econômica e social (VAN BELLEN, 2006).
A busca por este equilíbrio tem sido o grande desafio para os governantes.
Segundo Glenn et al. (2011), existe previsão de significativo aumento global da
renda per capita até 2030, o que deverá resultar num maior consumo de fontes
energéticas devido à melhoria da qualidade de vida e ao maior poder aquisitivo da
população. Essas tendências devem influenciar quanto às políticas públicas
necessárias e as estratégias de investimentos futuros principalmente na área de
energia, as quais deverão ser aperfeiçoadas, reformuladas ou mesmo interrompidas
em alguns casos de acordo com os resultados encontrados. Isto mostra o quanto é
necessária à presença dos órgãos governamentais, de forma a atuar como
regulador, fiscalizador, executor, coordenador, indutor e financiador das ações
necessárias para o desenvolvimento do país (HEIDEMANN e SALM, 2010).
De acordo com Tiepolo et al. (2012a), o planejamento do setor energético é
extremamente importante para assegurar a continuidade do abastecimento de
24

energia à sociedade, ao menor custo, com o menor risco contra o


desabastecimento, e com os menores impactos socioeconômicos e ambientais,
além de servir como ferramenta de apoio na formulação de políticas públicas
específicas para a área de energia. Dentro deste planejamento uma parcela
importante é destinada a geração de energia elétrica, energia imprescindível para o
atual estágio de desenvolvimento da sociedade que é obtida das mais variadas
fontes de energia, renováveis e não renováveis, com potenciais identificados
expressivos como a Biomassa (BLEY et al., 2009) (SOUZA et al., 2002), a Eólica
(CRESESB, 2001), e a Solar (PEREIRA et al., 2006) (EPE, 2012).
Atualmente a geração de energia elétrica global é gerada na sua maior parte
através de combustíveis fósseis e nuclear, com uma tendência de diminuição desta
participação na matriz elétrica mundial, conforme os dados apresentados em REN21
(2010; 2011; 2012; 2013; 2014), e também com uma tendência de maior
participação de outras fontes renováveis para geração de energia elétrica, como a
biomassa, eólica e solar.
Quanto ao Brasil, a principal fonte geradora de energia elétrica tem sido nas
últimas décadas a hidráulica em virtude das grandes bacias hidrográficas existentes
praticamente em todo o seu território, seguida de outras fontes como os
combustíveis fósseis e nuclear, e logo depois de outras fontes renováveis não-
hidráulicas como a biomassa e eólica, sendo ainda desprezível a participação da
solar na matriz elétrica (MME, 2012; 2013b; 2014a). A participação das fontes
energéticas na produção de energia elétrica na matriz elétrica brasileira e global é
mostrada na Tabela 1.
Comparando-se os dados apresentados no Brasil nos anos de 2011, 2012 e
2013 apresentados na Tabela 1, é possível notar na matriz elétrica brasileira um
incremento na participação de fontes renováveis não hidráulicas, uma diminuição
significativa na participação da fonte hidráulica, e um aumento também significativo
na participação dos combustíveis fósseis e nuclear, devido ao incremento na
participação de usinas térmicas muito em função ao grande período de poucas
chuvas que vem assolando o território brasileiro principalmente nos anos de 2012,
2013, 2014 e 2015.
25

Tabela 1. Produção de Energia Elétrica Global e Brasil por tipo de fonte.


Fonte: Adaptado de REN21 (2010; 2011; 2012; 2013; 2014) e MME (2012; 2013b; 2014a).

% DE PARTICIPAÇÃO NA GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA POR


FONTE - GLOBAL E BRASIL
GLOBAL BRASIL
REN21 REN21 REN21 REN21 REN21 BEN BEN BEN
2010 2011 2012 2013 2014 2012 2013 2014
Tipo de fonte energética (referente (referente (referente (referente (referente (referente (referente (referente
ao ano de ao ano ao ano ao ano ao ano de ao ano ao ano ao ano
2008) de 2010) de 2011) de 2012) 2013) de 2011) de 2012) de 2013)
Combustíveis Fóssil e
82,0% 80,6% 79,7% 78,3% 77,9% 11,0% 15,5% 20,7%
Nuclear
Hidroelétricas 15,0% 16,1% 15,3% 16,5% 16,4% 81,9% 76,9% 70,6%
Outras Renováveis
3,0% 3,3% 5,0% 5,2% 5,7% 7,1% 7,7% 8,7%
(não-hidro)
TOTAL 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%

Com intuito de descongestionar os sistemas de geração, transmissão e


distribuição de energia elétrica, este cenário tem favorecido a geração distribuída,
instalados ao longo dos alimentadores da rede elétrica, tanto em baixa como em
média tensão, e que contribuem para fornecer energia elétrica próxima ao ponto de
consumo e na diminuição das perdas de energia. Como referência pode-se destacar
alguns países na Europa como Alemanha, Itália e Espanha, onde um número muito
significativo de Sistemas Fotovoltaicos Conectados à Rede (SFVCR) já foram e
continuam sendo implantados (TIEPOLO et al., 2012b).
Os SFVCR apresentam um novo conceito de geração de energia limpa e
renovável, e tem registrado crescimento mundial muito superior ao dos Sistemas
Fotovoltaicos Isolados (SFVI) (TIEPOLO et al., 2013a).
Principalmente na Europa, grande parte dos investimentos em SFVCR
aconteceu graças às políticas públicas de incentivos adotadas para promover o
desenvolvimento desta tecnologia. Segundo especialistas, em 40 anos a energia
solar deverá estar consolidada no cenário energético a ponto de governos
começarem a tornar a instalação de painéis fotovoltaicos obrigatórios em edifícios
governamentais novos (SENAI, 2007).
No Brasil ainda não existe um número significativo de projetos relevantes
empregando SFVCR, o que dificulta a análise de fatores que podem impactar no
sistema elétrico. Os investimentos ocorridos para a implantação de SFVCR ficaram
restritos durante muitos anos as universidades e centros de pesquisa, com o objetivo
de estudar os benefícios e a viabilidade dessa tecnologia, com poucas instalações
26

em outros setores. Talvez a principal barreira tenha sido inicialmente o alto custo de
implantação desta tecnologia, mesmo tendo ocorrido uma redução significativa em
torno de 40% entre 1996 e 2006 (BENEDITO e ZILLES, 2010), e de 60% entre 2009
e 2011 (KOOT, 2011), sendo que do custo total de implantação de um SFVCR,
aproximadamente 60% corresponde à aquisição de módulos fotovoltaicos, e os 40%
restantes referem-se à preparação e instalação da estrutura, inversores,
transformadores e outros componentes necessários (HEARPS e MCCONNELL,
2011).
Com a publicação da Chamada nº 13/2011 - Projeto Estratégico: “Arranjos
técnicos e comerciais para inserção da geração solar fotovoltaica na matriz
energética brasileira” da ANEEL - Agência Nacional de Energia Elétrica, cujos
projetos aprovados totalizavam 24,58 MWp de potência instalada, sendo alguns
relacionados ao programa Estádios Solares para a Copa de 2014 (ANEEL, 2011),
começou-se efetivamente a ocorrer uma movimentação por parte do governo federal
quanto ao apoio à pesquisa desta importante fonte energética. Em seguida foi
editada a Resolução Normativa 482/2012 também da ANEEL, que regulamenta e
permite aos consumidores de eletricidade gerar parte ou toda a energia elétrica que
consomem, como no caso dos SFVCR, através do sistema de compensação de
energia também chamado de net metering. Essa regulamentação estipula duas
classes de geração: a microgeração com sistemas de potência até 100 kW, e
minigeração com sistemas de potência superior a 100 kW até 1 MW (ANEEL, 2012).
Com isto algumas iniciativas começaram a ser implementadas em 2011 e
2012 fazendo com que o total acumulado em SFVCR implantados no Brasil até 2013
fosse de 8 MWp (MME, 2013a), e em 2014 de 15,179 MWp (Potência Fiscalizada),
sendo a maior usina instalada no Brasil a de Nova Aurora em Tubarão-SC com
aproximadamente 3,07 MWp (ANEEL, 2015), valores estes muito superiores aos
161,3 kWp implantados até 2009 (BENEDITO e ZILLES, 2010), mas muito aquém
da potência instalada em outros países, principalmente os europeus cujos valores
são da ordem de dezenas de GWp.
Em termos de Brasil, o estado do Paraná é um dos maiores produtores de
energia elétrica através das hidroelétricas, devido à grande bacia hidrográfica
existente no estado. Mas apesar deste grande potencial hídrico, a sua expansão na
matriz elétrica encontra-se em declínio devido à dificuldade de explorar o potencial
27

ainda não utilizado, e também devido às pressões da sociedade e entidades


públicas e ambientais.
Com isto, o estado do Paraná tem apresentado uma pré-disposição para
análise e aplicação de outras fontes de energia para geração de energia elétrica
como a biomassa e a eólica. Em relação à fonte fotovoltaica, poucos estudos e
aplicações foram realizados até o momento, concentrando-se basicamente na
implantação de sistemas isolados em comunidades onde a rede de distribuição está
impossibilitada de atender em função de questões ambientais ou econômicas,
necessitando o estado de maiores investimentos neste setor, principalmente em
SFVCR onde poucas pesquisas foram desenvolvidas até o momento.

1.2 MOTIVAÇÃO

A sociedade tem se questionado cada vez mais sobre os impactos sociais,


econômicos e ambientais ocasionados para a sustentação do modelo de vida
atualmente praticado, onde o apelo ao consumo é cada vez maior. Esta maior
consciência faz com que temas como Efeito Estufa, Aquecimento Global e
Desenvolvimento Sustentável sejam cada vez mais abordados nas esferas da
sociedade, nos mais variados níveis.
Uma das consequências do estilo de vida da sociedade atual tem sido o
aumento na aquisição de bens de consumo, onde muitos deles utilizam e/ou são
produzidos através da energia elétrica, sendo que no Brasil a maior parte desta
energia é gerada através de hidroelétricas.
Quanto ao Estado do Paraná, este apresenta um Potencial Hidráulico
aproximado de 24,12 GW. Somando-se os empreendimentos em operação com os
em construção, estima-se que quase 70% deste potencial já tenha sido explorado
(MME, 2013b). Entretanto explorar 100% deste potencial não é viável social e
economicamente, por implicar em grandes deslocamentos populacionais ou na
destruição de ecossistemas extremamente ameaçados, chegando-se à conclusão
de que há muito pouco espaço para a expansão da hidroeletricidade (TIEPOLO et
al., 2014c).
Dentro das limitações atuais para a geração de energia elétrica no estado
através de fontes conhecidas e já exploradas como a hidroelétrica, e da maior
28

consciência da sociedade quanto à necessidade cada vez maior da preservação do


meio ambiente e consequentemente da necessidade da utilização de fontes
renováveis de energia, tornam-se necessários estudos detalhados sobre o potencial
de geração de energia elétrica através de outras fontes no estado do Paraná como a
solar fotovoltaica através de SFVCR, principalmente quando se observa que esta
fonte permite a geração de energia elétrica de forma distribuída e próxima ao ponto
de consumo, de forma limpa e renovável.

1.3 PROBLEMA DE PESQUISA

Com base neste contexto, apresenta-se o seguinte problema a ser


desenvolvido nesta pesquisa: “Qual é o Potencial para Geração de Energia
Elétrica por Fonte Solar através de Sistemas Fotovoltaicos Conectados à Rede
no Estado do Paraná?”

1.4 OBJETIVOS

Como objetivo geral busca-se determinar o potencial de geração de energia


elétrica através de SFVCR no estado do Paraná, nos seus mais diversos municípios
e regiões. Para alcançar este objetivo geral a pesquisa propõe alguns objetivos
específicos:

a. Efetuar uma ampla pesquisa bibliográfica a respeito dos conceitos que


envolvem desenvolvimento sustentável, as fontes de energia, geração de
energia elétrica, matriz elétrica Global, Brasil e Paraná, e os conceitos que
envolvem a geração de energia elétrica por fonte solar fotovoltaica, suas
aplicações, e o levantamento histórico do potencial de irradiação no Brasil;

b. Determinar o Potencial Fotovoltaico do estado do Paraná, através da


elaboração do Mapa Fotovoltaico com valor Total Anual, Média Diária
Mensal e Média Diária Sazonal, para SFVCR no estado do Paraná, e ainda
29

determinar os valores de Irradiação e de Produtividade Média para SFVCR


para todos os municípios do estado;

c. Comparar os valores de Irradiação e de Produtividade estimados no


Paraná com outros estados e regiões do Brasil, com a Europa, e com
dados reais obtidos de SFVCR implantados no Paraná;

d. Elaborar roteiro para dimensionamento de SFVCR no Paraná utilizando o


Mapa Fotovoltaico Total Anual elaborado para o estado;

e. Propor parâmetros e diretrizes para a elaboração de uma política pública


de incentivo a pesquisa e desenvolvimento de SFVCR no estado do
Paraná.

1.5 JUSTIFICATIVA

A maior consciência da sociedade moderna quanto à necessidade de


utilização cada vez mais de fontes renováveis, principalmente através daquelas que
causam os menores impactos ao meio ambiente e a sociedade, faz com que novas
fontes sejam pesquisadas e aplicadas, entre elas a energia solar.
A irradiação solar é uma forma de energia limpa e silenciosa que está
disponível em todo o planeta, com maior ou menor intensidade, sendo que o Brasil
possui uma condição extremamente favorável apresentando valores de irradiação
elevados mesmo em estados pertencentes à região Sul.
Uma das formas de aproveitamento desta irradiação é na geração de energia
elétrica através de SFVCR. De acordo com Urbanetz (2010) estes sistemas
apresentam como principais características:
a. Baixo impacto ambiental, pois na maior parte das vezes pode ser instalado
na cobertura de edificações;
b. É silenciosa e não emite poluentes durante a sua operação;
c. Possui baixo índice de manutenção, podendo ser instalada próximo ao
ponto de consumo como forma de geração distribuída;
d. Sua instalação é rápida quando comparada com outras fontes renováveis;
30

e. Possui a característica de ser modular, ou seja, pode ser ampliada ou


reduzida conforme as necessidades do consumidor, ou ainda reinstalada
em outro local;
f. Não operam à noite;
g. Custos dos componentes como inversores e módulos ainda elevados,
principalmente quando se trata de produtos importados.
Alguns fatores que restringem a sua aplicação como os custos dos
componentes, possuem cada vez menos influência quanto à decisão de se instalar
estes sistemas, visto que os valores têm continuamente diminuído no mercado
internacional principalmente àqueles referentes aos módulos fotovoltaicos, e que
podem cair ainda mais caso venham a ser fabricados no Brasil.
Aliado a isto, outra importante questão a se avaliar é quanto ao custo da
energia elétrica no Brasil, com uma forte tendência de reajuste acima da inflação nos
próximos anos devido ao aumento considerável da geração de energia elétrica
através de usinas térmicas na matriz elétrica, cuja principal fonte energética utilizada
é o combustível fóssil, com custo de geração muito superior quando comparado a
outras fontes como hidráulica e eólica. Isto tem ocorrido principalmente devido à
escassez de chuvas no território brasileiro a partir do ano de 2012.
Diante destes aspectos onde a energia solar em SFVCR tem apresentado
custos cada vez mais reduzidos, e concomitantemente a tendência de reajuste com
percentuais cada vez maiores nas tarifas de energia elétrica, faz com que a energia
solar fotovoltaica torne-se cada vez mais competitiva no cenário brasileiro,
principalmente como fonte complementar a outras já existentes na geração de
energia elétrica, e com a vantagem de poder ser instalada próximo ao ponto de
consumo principalmente em regiões urbanas, diminuindo as perdas hoje existentes
entre o ponto de geração de energia elétrica e o consumidor final.
Com isto, de forma geral, o Brasil começa a apresentar condições
extremamente favoráveis para o incentivo à implantação deste tipo de fonte na
matriz elétrica nacional, o que faz com que mais pesquisas sobre esta forma de
geração de energia elétrica sejam elaboradas, analisando aspectos e
comportamentos específicos destes tipos de sistemas em território brasileiro, onde
as universidades têm papel importante na pesquisa, no desenvolvimento e na
31

disseminação dos saberes relacionados a esta importante fonte renovável de


energia.
Com relação ao Paraná, até o momento não há nenhum estudo específico,
detalhado e atualizado sobre a potencialidade da geração de energia elétrica através
de SFVCR no estado. Com base nas informações obtidas através deste estudo, será
possível identificar o potencial de geração de energia elétrica através da utilização
de SFVCR nas diversas regiões do estado, e propor parâmetros e diretrizes para o
desenvolvimento de uma política pública de incentivo à disseminação desta fonte
renovável de energia no Paraná.

1.6 METODOLOGIA DA PESQUISA

De acordo com Lakatos e Marconi (2010), para haver ciência é necessário o


emprego de métodos científicos, onde o método é o conjunto das atividades
sistemáticas que permitem alcançar o objetivo proposto, e onde à teoria serve como
orientação para restringir a amplitude dos fatos a serem estudados.
Dentro deste contexto, a pesquisa é um procedimento formal, com método de
pensamento reflexivo e que necessita de um tratamento científico, se constituindo no
caminho para conhecer uma realidade, ou para o descobrimento de verdades
parciais (LAKATOS e MARCONI, 2010).
Dentro dos critérios de classificação da pesquisa, conforme destacados por
Gil (2010), esta pesquisa pode ser classificada segundo a sua finalidade como de
natureza aplicada, pois no âmbito da sociedade em que o pesquisador vive, abrange
estudos elaborados com a finalidade de resolver problemas que foram identificados
por ele, onde é voltada à aquisição de conhecimentos em uma situação específica,
por meio de teorias já formuladas, onde envolve verdades e interesses locais.
Quanto à abordagem, esta pesquisa é qualitativa em que se busca uma
compreensão mais detalhada sobre um determinado fato, com o objetivo de
proporcionar o conhecimento das informações para se explicar o significado e as
características do contexto onde se encontra o objeto de estudo (GRAY, 2012).
Esta pesquisa é exploratória, pois têm como propósito obter maior
familiaridade com o problema descrito com o objetivo de torná-lo mais explícito, cuja
coleta de informações inclui o levantamento bibliográfico com o propósito de
32

fornecer fundamentação teórica ao trabalho (GIL, 2010). Segundo Moreira e Caleffe


(2008) as pesquisas exploratórias são desenvolvidas com o intuito de proporcionar
uma visão geral do assunto em estudo, de tipo aproximativo, acerca de determinado
fenômeno pesquisado, onde o produto final desse processo torna-se um problema
mais esclarecido.
Quanto ao método empregado para o desenvolvimento deste estudo, é uma
pesquisa bibliográfica pois segundo Gil (2010), é elaborado com base em material já
publicado e que será necessário para a determinação do potencial fotovoltaico do
estado do Paraná, e também estudo de caso onde segundo Gil (2010) e Yin (2001)
pode ser utilizado um estudo-piloto para esclarecimento do campo da pesquisa,
onde serão comparados dados reais de SFVCR implantados no estado com os
dados obtidos neste trabalho.
Com base neste referencial é apresentada a Figura 1 que mostra o Modelo de
Pesquisa adotado neste estudo com as respectivas etapas do processo desta
pesquisa.

Figura 1. Modelo de Pesquisa adotado no estudo.


33

1.7 ESTRUTURA DO DOCUMENTO

Este estudo está estruturado em 5 capítulos que abordam primeiramente a


introdução com seus objetivos e premissas, em seguida um levantamento detalhado
sobre fontes de energia, matriz elétrica Global e Brasileira, energia solar e sistemas
fotovoltaicos. Em seguida outros dois capítulos que tratam sobre o potencial
fotovoltaico do estado do Paraná, e a comparação do potencial encontrado no
estado do Paraná com outros estados e regiões do Brasil, Europa, e SFVCR
implantados no Paraná, e um roteiro de dimensionamento de SFVCR através do
mapa elaborado, e as contribuições para a elaboração de uma política pública de
incentivo a pesquisa e desenvolvimento de SFVCR no estado. Por final, um capítulo
com as conclusões finais da pesquisa. Faz parte ainda deste documento a
bibliografia utilizada, seus anexos e apêndices.

O CAPÍTULO 1 ou INTRODUÇÃO faz uma contextualização inicial do estudo,


a motivação para o desenvolvimento da pesquisa e o problema identificado, objetivo
e justificativa para o seu desenvolvimento que são os orientadores deste trabalho, e
por final os aspectos metodológicos que direcionaram a pesquisa.

O CAPÍTULO 2 descreve a REVISÃO DA LITERATURA, onde são


apresentados os conceitos sobre o desenvolvimento sustentável, energia e suas
fontes, a geração de energia elétrica e a respectiva oferta no Brasil e no estado do
Paraná, energia solar, e por final sobre a fonte solar fotovoltaica, conceitos, normas,
capacidade instalada, o potencial de irradiação no Brasil e os levantamentos
realizados até o momento.

O CAPÍTULO 3, POTENCIAL FOTOVOLTAICO NO ESTADO DO PARANÁ,


apresenta o desenvolvimento do Mapa Fotovoltaico com valor Total Anual, e os
Mapas Fotovoltaicos da Média Diária Mensal e Média Diária Sazonal para SFVCR
no estado do Paraná, assim como o potencial estimado de geração de energia
elétrica de todos os municípios do estado.
34

O CAPÍTULO 4, ANÁLISE COMPARATIVA DO POTENCIAL


FOTOVOLTAICO DO PARANÁ, realiza a comparação dos valores de irradiação e
de produtividade estimados no estado do Paraná com outros estados e regiões do
Brasil, com a Europa, e com SFVCR implantados no estado. Por final é apresentado
um roteiro de dimensionamento de SFVCR no Paraná através do mapa fotovoltaico
do estado, e apresentadas as contribuições para a elaboração de uma política
pública de incentivo a pesquisa e desenvolvimento de SFVCR no estado.

O CAPÍTULO 5 apresenta as CONCLUSÕES da pesquisa, de acordo com os


dados obtidos durante o desenvolvimento deste estudo, e sugestões para Trabalhos
Futuros.
35

2 REVISÃO DA LITERATURA

Neste capítulo é feita uma revisão bibliográfica sobre os tópicos que envolvem
esta pesquisa, com o objetivo de explorar os seguintes temas:
a. Desenvolvimento Sustentável;
b. Energia, as fontes Primárias e Secundárias, Renováveis e Não
Renováveis;
c. Aspectos sobre a Geração de Energia Elétrica, a Matriz Elétrica Global, a
Matriz Elétrica Brasileira e a Participação das Fontes Energéticas, Perdas
no Sistema Elétrico, Resoluções de incentivo à Geração Distribuída, a
Geração de Energia Elétrica no Paraná, o comportamento típico da Curva
de Carga do Sistema Elétrico e o comportamento da Curva de Carga no
Paraná;
d. A Fonte Solar Fotovoltaica, Terminologia, Tecnologias mais utilizadas e
Eficiência, Sistemas Fotovoltaicos Isolados e Conectados à Rede Elétrica
de Energia;
e. O Potencial de Irradiação Solar no Brasil e os levantamentos realizados até
o momento.

2.1 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

O conceito de desenvolvimento sustentável é proveniente de um processo de


avaliação e reavaliação das relações entre a sociedade e o meio ambiente, e por se
tratar de um processo contínuo, várias abordagens foram realizadas ao longo do
tempo sofrendo alterações gradativas e que procuram explicar este conceito.
A palavra sustentável tem origem no latim "sustentare", que significa
sustentar, manter, apoiar, conservar, e a palavra “desenvolvimento” como sendo o
ato ou efeito de desenvolver, ou ainda, crescimento, adiantamento ou progresso
(HOUAISS, 2003). Com base nestes conceitos, a sociedade durante muitos anos
teve o seu “desenvolvimento sustentável” baseado no ato de sustentar o seu
crescimento econômico e social, sem que houvesse uma extrema preocupação com
os impactos ambientais que poderiam ser ocasionados.
36

Segundo Heidemann e Salm (2010), a ideia do progresso surgiu durante o


período da Renascença com a noção de que os acontecimentos desenvolvem-se no
sentido mais desejável através de um aperfeiçoamento crescente. Entretanto
durante décadas este progresso baseado na realização material mostrou suas
consequências, ao ponto de governos e sociedade se indagarem com as seguintes
perguntas: “Que desenvolvimento queremos? O que é desejado e o que é
desejável?”.
De acordo com ONUBR (2014), a Segunda Guerra fez surgir temores quanto
a um novo tipo de poluição, a por radiação. Em 1962 o movimento ambientalista
teve um novo impulso com um alerta sobre o uso de pesticidas químicos sintéticos
na agricultura, e em 1969 com a primeira foto do planeta Terra vista do espaço,
mostrou o seu imenso mar azul e ao mesmo tempo um ecossistema frágil e
interdependente, começando efetivamente a partir daí a surgir uma consciência
quanto a responsabilidade de proteger a saúde e o bem-estar desse ecossistema.
Este movimento culminou com a realização em junho de 1972 da Conferência
das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano, em Estocolmo na Suécia, com sua
declaração final contendo 26 princípios, cujo objetivo foi o de orientar os povos do
mundo para a preservação e a melhoria do ambiente humano, com maior atenção
para as consequências ambientais onde podem ocorrer danos irreversíveis em
virtude de práticas adotadas (UNEP, 1972). Em dezembro do mesmo ano, a
Assembleia Geral criou o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente
(PNUMA).
A expressão “sustentabilidade” só veio a aparecer em 1980 no documento
intitulado “World Conservation Strategy”, elaborado pela International Union for
Conservation of Nature and Natural Resources - IUCN, cujo símbolo utilizado é um
círculo que simboliza a biosfera, onde a fina camada do círculo representa o planeta
que contém e sustenta a vida, e as três setas sobrepostas entrelaçadas em seu
interior simbolizam os três objetivos de conservação: a manutenção dos processos
ecológicos essenciais e os sistemas de suporte à vida, a preservação da diversidade
genética, e a utilização sustentável de espécies e ecossistemas. A Figura 2 mostra o
símbolo da biosfera criado no documento.
Este relatório representa um marco, pois foi a primeira vez que governos,
organizações não-governamentais e especialistas de todo o mundo estiveram
envolvidos na preparação de um documento global de conservação, e de como a
37

conservação pode contribuir para os objetivos de desenvolvimento dos governos,


indústria, comércio, trabalho organizado e as profissões (IUCN, 1980).

Figura 2. Símbolo da Biosfera.


Fonte: IUCN (1980).

Mas foi em 1983 que este cenário começou a tomar as formas atualmente
conhecidas, quando a médica Gro Harlem Brundtland, mestre em saúde pública e
ex-Primeira Ministra da Noruega, foi convidada pelo Secretário Geral da ONU para
estabelecer e presidir a Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e
Desenvolvimento. O trabalho desenvolvido por esta comissão resultou na publicação
de um relatório inovador em abril de 1987 chamado de “Nosso Futuro Comum” (do
original em inglês “Our Common Future”), que também ficou conhecido como
“Relatório Brundtland “, onde além das questões financeiras e de meio ambiente, é
incorporado também o elemento humano, com intuito de gerar o equilíbrio entre as
dimensões ambiental, econômica e social. É então definido o desenvolvimento
sustentável como sendo o “desenvolvimento que satisfaz as necessidades do
presente, sem comprometer a capacidade das gerações vindouras satisfazerem as
suas próprias necessidades” (UN, 2014).
Segundo Silva e Lima (2010), Desenvolvimento Sustentável pode ser visto
como um processo de transformação que ocorre de forma harmoniosa nas mais
variadas dimensões, a saber a espacial, social, ambiental, cultural e econômica,
onde parte-se do individual para o global. A Figura 3 mostra o relacionamento entre
as dimensões citadas.
38

Figura 3. Expressão visual do conceito de desenvolvimento sustentável.


Fonte: Silva e Lima (2010).

Dentro dos aspectos destacados sobre o desenvolvimento sustentável, e as


relações entre as mais diversas dimensões envolvidas neste conceito ainda em
construção, questões como o crescimento previsto da população, da renda per
capita, e consequentemente do consumo de energia tornam-se muito importantes
(BETINI et al., 2012). Segundo MCT (2010), atualmente o desenvolvimento
sustentável tem como focos centrais a questão energética e a questão da mudança
climática, o que torna um desafio ainda maior aos governos em como continuar a
promover o desenvolvimento da sociedade dentro das premissas atuais do
desenvolvimento sustentável.

2.2 ENERGIA

A natureza, em determinada circunstância, pode proporcionar recursos


naturais que criam um determinado tipo de energia, usualmente conhecidas como
energia mecânica, química, térmica, elétrica, eletromagnética, nuclear (EPE, 2005).
Energia é um conceito fundamental utilizado nas mais diversas áreas da
Ciência, amplamente utilizado na descrição e na explicação de fatos do dia-a-dia,
cuja importância como objeto de estudo tornou-se inegável no mundo atual, visto o
seu papel no sistema produtivo.
39

Nas Engenharias, os estudos basicamente se concentram em projeto e


construção de dispositivos para a geração, transformação, transporte e utilização
final da energia de forma cada vez mais eficiente. No Planejamento, mais
precisamente o Energético, se busca complementar a visão tecnológica com uma
análise mais abrangente, que envolve questões políticas, econômica, social e
ambiental entre outras.
Energia, em grego, significa “trabalho” (do grego enérgeia, e do latim energia).
Entretanto a palavra energia só apareceu em 1807, sugerida pelo físico e médico
Thomas Young (BUCUSSI, 2007). Entretanto uma definição mais completa é a que
considera a energia uma propriedade da matéria que pode ser convertida em
trabalho, calor ou radiação, onde calor e trabalho são usados para produzir a
energia elétrica em que a nossa sociedade industrializada depende tanto
(RADOVIC, 2014).
Nas sociedades modernas atuais o consumo energético é muito significativo,
passando a serem extremamente relevantes os problemas ocasionados durante a
sua geração, como o ambiental, social, econômico e geopolítico nas suas diversas
etapas. Esta experiência cotidiana ainda revela que a energia, além de ser
indispensável no modo de vida atual, necessita ser tratada de forma sustentável, da
produção ao consumo final, de forma a garantir às gerações futuras possibilidades
de aproveitamento dos recursos energéticos tal como é possível para as gerações
atuais (BUCUSSI, 2007) (EPE 2005).
Dentro destes conceitos, uma das grandes questões está em como atender
as crescentes demandas energéticas da sociedade moderna. As previsões
realizadas por especialistas indicam crescimento da população de forma
globalizada, sendo que no ano de 2050 algumas regiões deverão ainda estar com as
suas respectivas populações com tendência de crescimento como África e Índia, e
em contra partida haverá outras regiões que apresentarão uma estabilização ou um
decréscimo gradual deste crescimento. Aliada a perspectiva do crescimento
populacional, prevê-se globalmente também um aumento bastante significativo da
renda per capita até o ano de 2030 (GLENN et al., 2011). Os valores previstos de
crescimento populacional global para 2050 e de renda per capita para 2030 podem
ser observados na Figura 4 e na Tabela 2, respectivamente.
40

Figura 4. Evolução Comparativa da População 1800 - 2050 (escala linear), em milhões de habitantes.
Fonte: Glenn et al. (2011).

Tabela 2. América Latina no contexto Global (Comparação com outro país / região).
Fonte: Adaptado de Glenn et al. (2011).
Produto Interno
Densidade Produto Interno
Área População (milhões Bruto per Capita
País / Populacional Bruto (bilhões de
(milhões de habitantes) (milhares de dólares
Região (Habitantes / Km²) dólares 2010)
de Km²) 2010)
2010 2050 2010 2050 2010 2030 2010 2030
África 30.222 37 66 988 1.998 2.348 11.686 2,376 5,849
China 9.641 139 147 1.337 1.417 10.051 80.097 7,518 56,526
Índia 3.287 359 491 1.181 1.614 3.887 26.418 3,291 16,368
Japão 0.378 336 270 127 102 4.296 6.878 33,828 67,434
Rússia 17.075 8 7 141 116 2.229 6.087 15,807 52,478
USA 9.827 32 41 312 404 14.707 36.373 47,132 90,034
EU27 4.325 116 109 501 473 15.213 28.016 30,367 59,230
LAC
(América
21.070 27 35 576 729 6.444 19.650 11,188 26,955
Latina e
Caribe)
Global 148.940 46 67 6.909 9.150 74.004 240.246 10,711 26,256

Os dados apresentados na Tabela 2 mostram que o maior crescimento,


comparando-se os valores estimados para 2030 em referência a 2010, deverá
ocorrer na China, Índia, Rússia, África e América Latina e Caribe, justamente onde
se encontram os países que formam o BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África
do Sul). Dentro destas projeções, o PIB per capita de China e Rússia estarão com
valores próximos um do outro, e muito próximos dos obtidos pela União Europeia,
41

mas ainda abaixo de Japão e principalmente Estados Unidos. Em contrapartida, a


África, Índia e América Latina e Caribe apresentarão valores expressivos quando
comparados a 2010, mas ainda distantes das demais regiões citadas na pesquisa.
Segundo Tiepolo e Canciglieri (2013b) estas estimativas se confirmadas
podem resultar de maneira geral em uma menor desigualdade social e econômica,
como também num maior consumo de fontes energéticas, em especial a energia
elétrica, devido a melhoria da qualidade de vida e ao maior poder aquisitivo da
população, passando esta a ter acesso a bens que até então não estavam ao seu
alcance. Estas tendências devem ainda influenciar de maneira expressiva os
governantes quanto às políticas públicas necessárias e as estratégias de
investimentos futuros na área de energia (HEIDEMANN e SALM, 2010).

2.2.1 Fontes Primárias e Secundárias de Energia

As fontes energéticas apresentam-se em diferentes formas na natureza, e


em diferentes níveis de refino que vai da lenha à nuclear.
Segundo EPE (2005), as fontes energéticas se caracterizam por apresentar
uma disponibilidade natural de energia, mas que dificilmente se apresenta
diretamente na forma como pode ser utilizada. De forma geral, são necessárias
transformações ou conversões de uma forma de energia em outra para o seu uso
final.
Em uma avaliação global de um sistema energético é conveniente expressar
todas as formas de energia de uma maneira unificada, como apresentado no Brasil
através do Balanço Energético Nacional (BEN). Os Balanços Energéticos Nacionais,
utilizados em vários países como instrumento de planejamento e avaliação,
classificam as fontes energéticas em Primárias e Secundárias.
A energia na forma direta como é apresentada pela natureza, é definida como
energia primária. Diante deste conceito, as principais fontes de energia primária são
as hidrelétricas, o petróleo, o gás natural, o xisto, o carvão mineral, o minério de
urânio, os resíduos (vegetais e animais), a lenha, a energia eólica e a energia solar.
Entretanto, a maior parte das fontes de energia primária não é consumida
diretamente, sendo necessário ser transformada em outra forma de energia para
então poder ser utilizada (EPE, 2005).
42

Define-se então a energia secundária como a resultante de um processo de


transformação, podendo então ser utilizada pelos diversos setores de consumo ou,
eventualmente, em outro centro de transformação (EPE 2005). Como exemplo de
energia secundária são o óleo diesel, óleo combustível, gasolina (automotiva e de
aviação), gás liquefeito de petróleo - GLP, nafta, querosene (iluminante e de
aviação), gás de xisto, eletricidade, carvão vegetal, álcool etílico (anidro e hidratado),
coque de petróleo, gás de refinaria e alcatrão, entre outros.
De acordo com EPE (2005), a energia na forma como é recebida pelo usuário
nos diferentes setores, seja na forma primária, seja na forma secundária, é definida
como energia de uso final, e que representa a forma em que a energia é
comercializada, sendo a energia útil aquela que efetivamente é demandada pelos
consumidores.
O processo de transformação que ocorre entre a energia primária,
secundária, de uso final e energia útil é apresentado na Figura 5.

Figura 5. Representação dos fluxos de Energia Primária, Secundária, Uso Final e Útil.
Fonte: ECEN (2000).

2.2.2 Fontes Renováveis e Não Renováveis de Energia

Uma parcela muito grande de energia vem do Sol para a Terra, mas pouco é
aproveitado. Parte da radiação solar fornece calor ao planeta, outra parte é
responsável pela formação dos ventos, outra, os potenciais hidráulicos dos rios (pela
evaporação e condensação da água), outra, as correntes marinhas, e uma parte
43

muito pequena incorporada nos vegetais através da fotossíntese e que é utilizada


para sustentar toda a cadeia alimentar do planeta (GOLDEMBERG, 2007).
Segundo Goldemberg (2007), durante milhares de anos a matéria orgânica de
todos os seres que pereciam se acumulou no subsolo terrestre, formando o que
conhecemos como fontes fósseis de energia como petróleo, carvão mineral, gás
natural, xisto betuminoso entre outros, o que ocorreu em milhões de anos. O mesmo
ocorreu com alguns elementos químicos presentes na crosta terrestre e que podem
gerar energia através da fissão de seus núcleos: é o caso do urânio. Estas fontes de
energia são consideradas fontes não renováveis, uma vez que a reposição das
fontes de energia fóssil e nuclear requer um horizonte de tempo geológico. Já as
fontes renováveis de energia são repostas de maneira imediata pela natureza, como
é o caso dos potenciais hidráulicos, eólicos, a solar, o calor do fundo da Terra
(geotermal), a energia das marés e das ondas, e a biomassa.
A biomassa, segundo Goldemberg (2007), engloba ainda várias
subcategorias, desde as mais tradicionais como a lenha e os resíduos animais e
vegetais, e algumas mais modernas como o etanol para automóveis, biodiesel,
bagaço de cana para cogeração de energia, e gás de aterros sanitários utilizados
para a geração de eletricidade.
De acordo com a tecnologia utilizada, as energias renováveis podem ser
classificadas como tradicionais (como é o caso do fogão movido à lenha catada ou
desmatada), ou modernas que podem ainda ser subdivididas em “convencionais” e
“novas”. As “convencionais” são aquelas cuja tecnologia já é dominada e
disseminada comercialmente há muitas décadas, como as hidrelétricas de grande e
médio porte, e as classificadas como “novas” são aquelas que começam a competir
comercialmente com as fontes tradicionais, sejam elas renováveis ou não, como é o
caso dos painéis solares fotovoltaicos, dos aquecedores solares, das turbinas
eólicas, entre outros (GOLDEMBERG, 2007). A Tabela 3 mostra esta classificação
das fontes de energia.
44

Tabela 3. As fontes de energia e sua classificação.


Fonte: Goldemberg (2007).

Fontes Energia Primária Energia Secundária


Carvão mineral
Termoeletricidade,
Fósseis Petróleo e derivados calor, combustível
Não Renováveis para transporte
Gás natural
Nuclear Materiais físseis Termoeletricidade, calor
"Tradicionais" Biomassa primitiva: lenha de desmatamento Calor
Potenciais hidráulicos de médio e grande
"Convencionais"
porte Hidroeletricidade
Potenciais hidráulicos de pequeno porte
Biomassa “moderna”: lenha replantada, Biocombustíveis (etanol,
culturas biodiesel),
Renováveis energéticas (cana-de-açúcar, óleos vegetais) termeletricidade, calor
"Novas" Calor, eletricidade
Energia solar
fotovoltaica
Geotermal Calor e eletricidade
Outros
Eólica
Eletricidade
Maremotriz e das ondas

Atualmente as fontes de combustíveis fósseis ainda predominam na matriz


energética mundial, com uma participação de 78,4% do consumo energético final,
seguido das renováveis com 19% (incluindo todas as fontes), e 2,6% referente à
fonte nuclear. Dos 19% fornecidos pelas renováveis, 10% são referentes às
Renováveis “Modernas” (biomassa, hidroelétricas, eólica, solar, e outras, utilizadas
tanto para aquecimento quanto para geração de eletricidade), e 9% referente a
Biomassa “Tradicional”, basicamente à lenha queimada de forma primitiva (REN21,
2014).
Os países desenvolvidos consomem quase 5 vezes mais que os em
desenvolvimento por habitante (per capita), sendo que nos países desenvolvidos
vivem pouco mais de 1 bilhão de habitantes, mas que consomem algo em torno de
83% de sua energia através de combustíveis fósseis. Entretanto a manutenção
desta situação é impraticável devido a alguns fatores: os limites nas reservas
disponíveis, e os impactos ambientais gerados principalmente os da poluição do ar e
das mudanças climáticas, além de outros fatores relacionados a políticas externas e
conflitos regionais. De tudo isto se percebe que este modelo é impraticável com o
conceito de desenvolvimento sustentável (GOLDEMBERG, 2007).
Segunda Gupta (2010), a poluição do ar é devida às substâncias nocivas
(natural ou sintético) que respiramos, incluindo partículas finas (produzidos a partir
45

de queima de combustíveis fósseis), ozônio ao nível do solo (uma forma reativa de


oxigênio que é um componente da poluição urbana), e gases como o monóxido de
carbono, vapores químicos, óxidos de nitrogênio, dióxido de carbono e outros, cujos
efeitos nocivos dos poluentes atmosféricos na saúde humana têm sido conhecidos
nos últimos 30 anos, e estes incluem doenças como asma, doenças
cardiovasculares, diminuição da função do pulmão, e alergias.
Cerca de 98% do dióxido de carbono mundial (CO2) resulta da combustão de
combustível fóssil (carvão, petróleo e gás natural), onde os principais países
emissores de CO2 na atmosfera são China, Estados Unidos, Rússia e Índia. A
redução na utilização de combustíveis fósseis reduziria consideravelmente a
emissão de CO2 e outros poluentes, e pode ser realizada através do aumento do uso
eficiente de energia fóssil e/ou usando fontes de energia sem emissões de carbono,
incluindo nuclear, eólica, geotérmica, biomassa e energia solar (GUPTA, 2010).

2.3 GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

Uma das questões fundamentais para o Desenvolvimento Sustentável no


estágio atual em que a sociedade se encontra, está no Planejamento Energético e
na Geração de Energia Elétrica com a utilização cada vez maior de fontes
renováveis de energia, e que agridam cada vez menos o meio ambiente. O
aprimoramento e o desenvolvimento de novas tecnologias para a geração de
energia elétrica, e a sua utilização em um sistema integrado e distribuído, poderá
resultar num ganho em grande escala nos aspectos ambiental, social e financeiro.
Segundo Sória (2010), a energia elétrica se constitui atualmente na principal
matéria prima para as atividades industriais. Por resultar de um processo de
transformação de fontes primárias de energia, ela é considerada como uma fonte
secundária de energia.

2.3.1 Matriz de Energia Elétrica Global

De toda energia elétrica global atual gerada, 77,9% é proveniente de


combustíveis fósseis e nuclear (não renováveis), e 22,1% provenientes de
46

renováveis sendo destas, 16,4% advindas de hidroelétricas, 2,9% de eólicas, 1,8%


de biomassa, 0,7% de solar fotovoltaica, e os restantes 0,4% através de
geotérmicas, concentradores solar e oceânica (REN21, 2014). A Figura 6 mostra a
geração de energia elétrica global por fonte energética em 2013.

Figura 6. Participação das fontes energéticas na matriz elétrica global.


Fonte: Adaptado de REN21 (2014).

Conforme mostrado na Figura 6, a maior parte dos 77,9% ainda é gerada pela
queima de combustível fóssil como petróleo, carvão e gás através das
termoelétricas. Segundo ANEEL (2008) esta queima contribui para a poluição do ar
e para o aquecimento global em função do aumento da concentração dos gases
causadores do efeito estufa como o dióxido de carbono (CO2), liberado em larga
escala nos processos de combustão dos recursos fósseis para produção de calor,
vapor ou energia elétrica.
Os valores apresentados em 2013 quando comparados com os de 2008,
mostram uma redução de 4,1 pontos percentuais de fontes não renováveis, um
aumento de 1,4 pontos percentuais através de fonte de hidroeletricidade, e também
aumento de 2,7 pontos percentuais de fonte não hidro, mostrando uma tendência de
menor participação das não renováveis na matriz elétrica global (REN21, 2010;
2014).

2.3.2 Matriz de Energia Elétrica Brasileira

Em relação ao Brasil, grande parte da energia elétrica gerada provém de


fontes renováveis, principalmente através de fonte hidroelétrica, complementada
47

pelos combustíveis fósseis e nucleares, e com uma parcela menor das renováveis
não hidráulicas.
O parque gerador no Brasil foi planejado e construído grande parte durante o
regime militar, onde algumas questões como impacto ambiental e social, foram
consideradas secundárias visto a urgência de prover o país com energia elétrica,
energia que é necessária para assegurar o seu desenvolvimento, principalmente
durante a década de 70, década marcada com a crise do petróleo que assolou o
mundo (SÓRIA, 2010).
O choque do petróleo em 1973 marcou a economia mundial, quando por
motivos políticos, com a decisão da Organização dos Países Exportadores de
Petróleo (OPEP) de aumentar o preço do petróleo e diminuir a produção, fizeram o
preço do barril de petróleo aumentar 400%, passando de US$2,90 para US$11,65
em apenas 3 meses, endividando muitos países dependentes desta fonte em função
dos acordos comerciais realizados em dólar, entre eles o Brasil. Em 1979 houve um
segundo choque quando então o barril do petróleo chegou a custar US$40,00 (IPEA,
2010).
Atualmente o sistema elétrico brasileiro é praticamente todo conectado
através do Sistema Interligado Nacional (SIN). Segundo ONS (2014), o tamanho e
características permitem considerar o SIN único em âmbito mundial, onde o sistema
de produção e transmissão de energia elétrica do Brasil é basicamente um sistema
hidrotérmico de grande porte, com forte predominância de usinas hidrelétricas e com
múltiplos proprietários, formado pelas empresas das regiões Sul, Sudeste, Centro-
Oeste, Nordeste e parte da região Norte. De toda energia elétrica requerida no
Brasil, apenas 1,7% é encontrada fora do SIN em pequenos sistemas isolados
localizados principalmente na região amazônica. A Figura 7 mostra o Sistema
Interligado Nacional.
Apesar da predominância no parque gerador elétrico brasileiro seja de fontes
hidrotérmicas, outras fontes energéticas têm aumentado gradualmente a sua
participação.
Em janeiro de 2014 à capacidade instalada total de geração de energia
elétrica no Brasil atingiu a marca de 126.563 MW, onde se destaca o crescimento da
energia eólica (+19,2%) e térmica (+9,8%) em relação ao mesmo período de 2013
na matriz elétrica nacional (MME, 2014b). A Figura 8 mostra o percentual de
participação das fontes energéticas na capacidade instalada total.
48

Figura 7. Representação do Sistema Interligado Nacional.


Fonte: ONS (2014).

Figura 8. Percentual de participação das fontes energéticas na capacidade instalada.


Fonte: MME (2014b).

De acordo com a Figura 8, um ponto importante a ser analisado é que o


somatório do percentual das térmicas movidas a combustíveis fósseis (gás, carvão,
petróleo e nuclear), chegou a 21,3% da matriz elétrica brasileira, enquanto que a
49

soma das renováveis não hidráulicas somam juntas pouco mais de 10,8%, ou seja,
menos da metade das não renováveis. Entretanto, ao considerar-se apenas a
capacidade instalada de energia eólica e solar, obtém-se apenas 1,8% de
participação da matriz elétrica nacional apesar do grande potencial existente no
Brasil, principalmente da fonte solar.
Quanto à geração de energia elétrica, devido às condições hidrológicas
desfavoráveis, houve uma redução na oferta de energia hidráulica em 2013, assim
como já ocorrera em 2012, fazendo que a participação das renováveis passasse dos
84,6% em 2012 (MME, 2013b) para 79,3% em 2013 (MME, 2014a). Ao observar-se
a geração por fonte hidráulica de maneira isolada das outras renováveis, a mesma
passou de 81,90% em 2011 (MME, 2012), para 76,9% em 2012 (MME, 2013b), e
70,60% em 2013 (MME, 2014a). Quanto à participação das outras renováveis (não
hidráulicas), vem passo a passo aumentando a sua penetração na matriz elétrica
brasileira, passando de 7,10% em 2011 (MME, 2012), para 7,70% em 2012 (MME,
2013b), e 8,70% em 2013 (MME, 2014a). Entretanto ao se analisar a participação
dos combustíveis fósseis e nuclear, houve um aumento considerável da participação
na matriz, passando de 11,00% em 2011 (MME, 2012), para 15,50% em 2012
(MME, 2013b), e 20,70% em 2013 (MME, 2014a).
Quando comparados os percentuais de 2013 com os de 2011, os
combustíveis fósseis e nuclear aumentaram 88,18%, as hidroelétricas diminuíram
13,80%, e as renováveis não hidráulicas aumentaram 22,54% na geração de
energia elétrica na matriz nacional. Se por um lado o aumento da participação de
térmicas garante um fornecimento de energia elétrica firme, necessário para a
estabilização do sistema elétrico brasileiro, por outro lado representa uma maior
participação dos combustíveis fósseis (térmicas a gás e óleo diesel), e
consequentemente maior emissão dos gases causadores do efeito estufa, caminho
inverso ao modelo global que preconiza uma participação cada vez maior de
renováveis alinhado ao conceito de desenvolvimento sustentável.
A Figura 9 mostra o panorama da geração de energia elétrica por tipo de
fonte na matriz elétrica brasileira nos anos de 2012 e 2013.
50

Figura 9. Geração de Energia Elétrica nos anos de 2012 e 2013, por tipo de fonte, em GWh (¹ Inclui
lenha, bagaço de cana e lixívia, ² Inclui óleo diesel e óleo combustível, ³ Inclui outras recuperações,
gás de coqueria e outras secundárias)
Fonte: MME (2014a).

Quanto à estrutura de consumo de energia elétrica na matriz elétrica nacional,


continua sendo maior a parcela industrial com 39,8%, seguida da parcela residencial
com 26,9% e 18,0% da parcela comercial, sendo os 15,2% restantes para outras
classes como rural, poder público, iluminação pública, serviço público e consumo
próprio das distribuidoras. Observando-se os dados no período entre 2000, 2013 e a
projeção para 2023, nota-se um aumento significativo na parcela comercial, com a
residencial pouco variando, e diminuição na parcela industrial. A Figura 10 mostra o
percentual de participação por classe na estrutura de consumo de energia elétrica
para os anos de 2000, 2013 e projeção para 2023 (EPE, 2013).

Figura 10. Estrutura do consumo de eletricidade no Brasil na rede, por classe (%).
Fonte: EPE (2013).
51

Em relação às perdas no sistema elétrico, o valor médio encontrado foi de


16,8% no SIN (Sistema Interligado Nacional). Entre os fatores que contribuem para
estas perdas, está o distanciamento das grandes hidroelétricas dos principais
centros de consumo (perdas na geração, transmissão e distribuição), associado ao
desvio de energia (consumidor que faz a utilização da energia elétrica sem que esta
seja contabilizada no sistema) (EPE, 2013). A Figura 11 apresenta o percentual de
perdas no SIN e nos seus subsistemas no ano de 2013 e projeções para 2018 e
2023, enquanto que a Figura 12 mostra os subsistemas pertencentes ao SIN.

Figura 11. Percentual de perdas no SIN e subsistemas 2013 – 2023.


Fonte: EPE (2013).

• Subsistema Sudeste/Centro-Oeste
(SE/CO): Regiões Sudeste e Centro-
Oeste, Acre e Rondônia;
• Subsistema Sul (S): Região Sul;
• Subsistema Nordeste (NE): Região
Nordeste, exceto o Maranhão;
• Subsistema Norte (N): Pará, Tocantins
e Maranhão.

Nota: Amazonas, Amapá e Roraima ainda


não pertencem ao SIN.

Figura 12. Subsistemas pertencentes ao SIN.


Fonte: ANEEL (2014).
52

2.3.3 Resoluções para Incentivo à Inserção da Energia Solar e à Geração


Distribuída na Matriz Elétrica Brasileira

Apesar da diminuição de geração de energia elétrica em 2013 e 2014 por


fonte hidroelétrica ter ocorrido em função da diminuição da incidência de chuva,
existe uma tendência de que a sua participação na matriz elétrica seja cada vez
menor, de forma que outras fontes deverão se fortalecer nos próximos anos e
aumentar a sua participação na matriz elétrica, para que se possa continuar a
atender a demanda crescente de energia. Segundo EPE (2013), o aumento de
consumo de energia elétrica previsto no período entre 2013 e 2023 é de 4,3% ao
ano (4,3% a.a.), com valor estimado para 2023 de 686.688 GWh.
Segundo Tiepolo et al. (2014b), novos aproveitamentos hidroelétricos são
cada vez mais raros na matriz elétrica devido à dificuldade de explorar o potencial
ainda não utilizado e, também devido à pressão da sociedade com relação aos
impactos ambiental, social e econômico ocasionados para formar grandes
reservatórios. De acordo com Sória (2010), o melhor aproveitamento hidroelétrico,
próximo aos centros de consumo e em bacia hidrográfica propícia à construção de
usinas de grande porte, já foram exploradas, fazendo com que o custo de
implantação de novas usinas seja cada vez mais alto e menos rentável, o que aliado
a maior participação das térmicas a combustíveis fósseis, tende a obter a energia
elétrica cada vez mais cara, o que reflete na tarifa praticada pelas concessionárias.
Contrapondo a este modelo de geração das grandes hidrelétricas adotado no
Brasil, tem-se o conceito de geração de energia elétrica de forma descentralizada,
também conhecida no mundo como geração distribuída (GD), onde a energia
elétrica é produzida próxima ao ponto de consumo, evitando as perdas decorrentes
do modelo tradicional de geração, transmissão e distribuição, o que contribui para a
eficiência energética com a diminuição das perdas no transporte de energia.
Prevendo esta dificuldade de expansão da fonte hidroelétrica, aliada as
perdas excessivas de energia elétrica que ocorrem no SIN, e ao aumento na
participação das térmicas movidas a combustível fóssil na matriz elétrica que
acabam por contribuir no aumento do valor da tarifa paga pelo consumidor, o
governo federal editou algumas iniciativas a partir de 2011 de forma a fomentar este
mercado e incentivar a geração distribuída, principalmente quanto a questão solar.
53

A primeira delas foi à publicação da Chamada nº 13/2011 - Projeto


Estratégico “Arranjos técnicos e comerciais para inserção da geração solar
fotovoltaica na matriz energética brasileira” da ANEEL. O objetivo deste projeto foi o
de possibilitar a proposição de arranjos técnicos e comerciais para projetos de
geração de energia elétrica através de tecnologia solar fotovoltaica, buscando criar
condições para o desenvolvimento de base tecnológica e infraestrutura técnica, com
intuito de inserir a geração solar fotovoltaica na matriz energética nacional, de forma
integrada e sustentável, com capacidade instalada entre 0,5 MWp (Megawatts-pico)
e 3,0 MWp (ANEEL, 2011).
Como resultado dessa chamada, foram aprovadas e cadastradas 18
propostas de pesquisa e desenvolvimento de energia solar pela ANEEL, totalizando
investimentos na ordem de R$ 400 milhões e 24,58 MWp de potência, sendo quatro
dos projetos aprovados relacionados ao programa Estádios Solares para a Copa de
2014 (ANEEL, 2014a).
Os recursos necessários para esses trabalhos foram provenientes do
Programa Anual de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico do Setor Elétrico, que
obriga as empresas de geração a aplicar 1% da Receita Operacional Líquida (ROL)
em P&D (ANEEL, 2011). Um dos projetos implantados foi a da CPFL Energia, que
colocou a sua usina em operação no final de dezembro de 2012, instalada na
Subestação Tanquinho, em Campinas, o qual exigiu investimentos da ordem de R$
13 milhões, e capacidade instalada de 1.090 MW. Entretanto dos 18 projetos
selecionados, alguns deles desistiram de dar sequência às propostas apresentadas
e defendidas. Dois dos projetos que não devem ser mais implantados são os da
COPEL-GT (Companhia Paranaense de Energia – Geração e Transmissão). São
eles:
a. Comparação da geração de energia elétrica por fonte solar fotovoltaica e
sua disponibilização na rede de distribuição sem e com acumulação em
banco de bateria vanádio de ciclo ilimitado;
b. Aplicação de células fotovoltaicas de fabricação nacional para geração de
energia elétrica interligada a rede de distribuição no estádio Joaquim
Américo do Clube Atlético Paranaense.
54

Outro marco importante foi a Resolução Normativa 482/2012 da ANEEL


publicada em abril de 2012, que estabelece as condições gerais para o acesso de
micro geração e mini geração distribuída aos sistemas de distribuição de energia
elétrica, através do modelo de compensação de energia elétrica, também chamado
de net metering, e que permite aos consumidores de energia elétrica gerar parte ou
toda a energia que consomem.
Essa regulamentação é válida para fontes com base em energia hidráulica,
solar, eólica, biomassa ou cogeração qualificada, conforme regulamentação da
ANEEL, conectada na rede de distribuição por meio de instalações de unidades
consumidoras, e estipula duas classes de geração: a microgeração distribuída com
sistemas de potência menor ou igual a 100 kW, e a minigeração distribuída com
sistemas de potência superior a 100 kW e menor ou igual a 1 MW (ANEEL, 2012a).
Para sistema com potência superior a 1MW, elas são denominadas como sendo
usinas de geração e não participam do sistema de compensação de energia elétrica,
sendo que nestes casos a energia elétrica gerada pode ser consumida inteiramente
pelo consumidor, ou vendida no mercado livre.
De acordo com ANEEL (2012a),
O sistema de compensação de energia é o sistema no qual a energia ativa
injetada por unidade consumidora com microgeração distribuída ou
minigeração distribuída é cedida, por meio de empréstimo gratuito, à
distribuidora local e posteriormente compensada com o consumo de energia
elétrica ativa dessa mesma unidade consumidora ou de outra unidade
consumidora de mesma titularidade da unidade consumidora onde os
créditos foram gerados, desde que possua o mesmo Cadastro de Pessoa
Física (CPF) ou Cadastro de Pessoa Jurídica (CNPJ) junto ao Ministério da
Fazenda.

Na publicação desta resolução, foi dado prazo de 240 dias a partir da data da
sua publicação para as concessionárias de energia se adequarem e publicarem as
normas técnicas para atender aos consumidores, devendo atender também às
solicitações de acesso para micro e mini geradores distribuídos nos termos da
Seção 3.7 do Módulo 3 do PRODIST (Procedimentos de Distribuição de Energia
Elétrica no Sistema Elétrico Nacional).
Para que o consumidor possa usufruir deste benefício, ele deverá ficar atento
à potência do sistema a ser instalada. Segundo ANEEL (2012a), “a potência
instalada na micro ou mini geração distribuída participante do sistema de
compensação de energia elétrica fica limitada à carga instalada, no caso de unidade
consumidora do grupo B, ou à demanda contratada, no caso de unidade
55

consumidora do grupo A”. Para fins de compensação, vários pontos devem ainda
ser observados, dentre os quais:
a. A energia injetada no sistema de distribuição poderá ser consumida pelo
consumidor em um prazo de até 36 meses;
b. Na fatura do consumidor deverá ser cobrado no mínimo o valor referente
ao custo de disponibilidade do sistema para o consumidor do Grupo B
(consumidor residencial com tarifa monômia), ou da demanda contratada
para consumidor do Grupo A;
c. O consumo de energia elétrica ativa que será faturado é a diferença entre a
energia consumida e a energia injetada, por posto tarifário, quando for o
caso, sendo que a distribuidora deverá utilizar o excedente que não tenha
sido compensado no ciclo de faturamento corrente para abater o consumo
medido em meses subsequentes.

Durante o ano de 2012, várias audiências públicas foram realizadas com o


objetivo de aprimorar a Resolução 482/2012, e como resultado desta ação em
dezembro de 2012 foi publicada a Resolução Normativa nº 517, que altera a
Resolução Normativa 482/2012 e o Módulo 3, Seção 3.7 do PRODIST.
Segundo ANEEL (2012b), as alterações na regulamentação 482/2012
focaram basicamente nas questões referentes ao sistema de compensação
financeira e nos créditos de energia, nas questões contratuais envolvendo o
consumidor e a distribuidora, custos eventuais para recapacitar a rede de energia, e
na readequação dos medidores de energia elétrica, que deixa de ter os tradicionais
medidores mecânicos para agora medidores eletrônicos, capazes de medir a
energia ativa consumida e a energia ativa injetada na rede de distribuição.
Uma das questões importantes em discussão é quanto à tarifação desta
energia a ser compensada.
Segundo ANEEL (2010), na fatura de energia elétrica devem incidir e constar
de forma clara e inteligível os tributos federais, estaduais e municipais ou do Distrito
Federal. São eles:
a. ICMS: Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e
sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal
e de Comunicação, de competência estadual e com alíquotas que variam
de estado para estado, e que não integra o valor informado na tarifa;
56

b. PIS/PASEP: Contribuição Social para o Programa de Integração Social


(PIS) e para o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público
(PASEP). Tributo cobrado pelo Governo Federal, e que a partir de 1º de
julho de 2005 as tarifas homologadas pela ANEEL não incluem os valores
desses tributos;
c. Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS).
Tributo cobrado pelo Governo Federal, e que a partir de 1º de julho de
2005 as tarifas homologadas pela ANEEL não incluem o valor desse
tributo.

Além dos tributos, integram ainda a conta de energia elétrica:


a. Contribuição Social de Iluminação Pública - COSIP / CIP;
b. Taxa mínima – Destinada ao mantenimento do sistema elétrico e que dá
direito a um consumo mínimo, de 30kWh para unidades monofásicas,
50kWh para unidade bifásicas e 100kWh para trifásicas;
c. TUSD - Tarifa de Uso do Sistema de Distribuição;
d. TE - Tarifa de Energia.
Segundo ANEEL (2013), para determinação do valor da tarifa com impostos,
tem-se o seguinte cálculo conforme mostra a Figura 13:

Figura 13. Cálculo para determinação do valor da tarifa de energia elétrica COM IMPOSTOS.
Fonte: ANEEL (2013).

Em relação aos impostos incidentes no sistema de compensação de energia,


o CONFAZ (Conselho de Política Fazendária) publicou o Despacho 73/2013 (com
validade a partir de 01/05/2013) também chamado de “Convênio ICMS nº 6/2013”,
que estabelece disciplina para fins da emissão de documentos fiscais nas operações
internas relativas à circulação de energia elétrica, sujeitas a faturamento sob o
Sistema de Compensação de Energia Elétrica de que trata a Resolução Normativa
57

Aneel nº 482/2012, e que descreve em seu teor de que a energia gerada pela mini e
micro geração no sistema de compensação de energia, está sujeita a tributação
relativa à ICMS, PIS/PASEP e COFINS, quando o crédito gerado for consumido pela
carga que está sendo abatida.
No estado do Paraná, como exemplo, a alíquota do ICMS de energia elétrica
é de 29%, enquanto que a parcela referente ao PIS e COFINS é de
aproximadamente 4,5%. Aparentemente os impostos que incidem sobre a tarifa de
energia elétrica seria de 33,5%, o que não é correto. Se forem consideradas as
tarifas de energia elétrica na Copel vigentes em janeiro 2015, para um consumidor
do Grupo B1 Residencial, a tarifa “com impostos” é de R$0,49078/kWh, enquanto
que a tarifa “sem impostos” é de R$0,32637. Ao se calcular a relação da tarifa com
impostos com a tarifa sem impostos (Tarifa com Impostos / Tarifa sem Impostos), se
encontrará o valor do imposto efetivamente utilizado de 50,38%, também chamado
de “imposto por dentro”. Em outras palavras, a partir da tarifa líquida sem impostos
homologada pela ANEEL para o estado do Paraná (no caso R$0,32637/kWh), será
necessário haver um carregamento de 50,38% (ICMS, PIS, COFINS) para se obter o
valor da tarifa com impostos (R$0,49078/kWh), que é a utilizada para determinação
do valor final da fatura de energia elétrica a ser cobrada do consumidor. De outra
forma, deverá haver um desconto de 33,5% na tarifa com impostos para se chegar
na tarifa sem impostos. Este mesmo percentual de 50,38% será encontrado na
parcela referente à energia ativa injetada e depois consumida (kWh gerado / kWh
consumido) para um consumidor aderente à geração distribuída no modelo de
compensação de energia.
Este desequilíbrio quanto aos impostos acaba por afetar o retorno financeiro
do empreendimento que acaba sendo mais longo, contrariando ao esperado pelo
setor uma vez que o modelo de “compensação de energia”, também adotado em
vários países da Europa e Estados Unidos, a troca de energia é feita sem que haja
distorções na cobrança, o que favorece o incentivo à sua disseminação.
Este assunto atualmente está sendo amplamente discutido com várias
entidades de representação do setor como o Grupo Setorial de Sistemas
Fotovoltaicos da ABINEE (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica)
com o Ministério de Minas e Energia, ANEEL e CONFAZ, com a expectativa que
este ponto seja revisto e modificado (ABINEE, 2012). Alguns estados já se
anteciparam isentando a cobrança de ICMS da energia consumida quando injetada
58

na rede, como Minas Gerais e Tocantins, que isentaram nos primeiros 5 anos de
operação do sistema. Entretanto este prazo é ainda pequeno quando comparado à
vida útil do sistema, de ao menos 25 anos para SFVCR. No estado de São Paulo o
incentivo foi dado através da isenção de ICMS na compra dos equipamentos de
geração de energia solar.

2.3.4 Geração de Energia Elétrica no Estado do Paraná

Em termos de Brasil, o estado do Paraná é um dos maiores produtores de


energia elétrica através das hidroelétricas, com uma pré-disposição para análise e
aplicação de outras fontes como a biomassa, a eólica e a fotovoltaica, esta última
quase que exclusivamente em sistemas isolados. Entretanto novos aproveitamentos
da energia hidráulica são cada vez mais raros, dificultando a sua expansão na matriz
elétrica do estado devido ao esgotamento do potencial hídrico, e também devido à
pressão da sociedade com relação aos impactos ambiental, social e econômico
ocasionados para formar grandes reservatórios.
De acordo com o MME (2013b), o Estado do Paraná possui uma Capacidade
Instalada de Geração de Energia Elétrica de 17,14 GW, distribuídos da seguinte
forma por tipo de fonte de energia: Hidráulica – 93,15%, Eólica – 0,02%, Térmica –
6,84%, Nuclear - 0%, e demais fontes com valores desprezíveis.
Do total instalado, o estado possui um projeto piloto de uma usina eólica
instalada na cidade de Palmas de 3 MW (MME, 2013b), e 58 usinas termoelétricas
que totalizam 1.110 MW, sendo 20 movidas à combustível fóssil (a maior usina fica
na cidade de Araucária e tem potência instalada de 484 MW), 36 movidas a
biomassa, e outras 2 não registrada a fonte.
Quanto às hidroelétricas, o estado possui um total instalado de 16. 546 MW,
considerando os 7.000 MW do lado brasileiro de ITAIPU (IPARDES, 2010). Segundo
MME (2013b), o Estado do Paraná apresenta um Potencial Hidráulico de 24,12 GW
que poderia ser explorado. Somando-se os empreendimentos em operação com os
em construção, estima-se que próximo dos 70% deste potencial já tenha sido
explorado. Entretanto explorar 100% deste potencial é social e economicamente
inviável por implicar em grandes deslocamentos populacionais, ou na destruição de
ecossistemas extremamente ameaçados, chegando-se à conclusão de que há muito
59

pouco espaço para a expansão da hidroeletricidade, necessitando o estado de


investimentos em novas fontes renováveis de energia elétrica.
Em relação a SFVCR, até dezembro de 2013 haviam duas instalações de
SFVCR oficialmente instaladas. Uma na Universidade Tecnológica Federal do
Paraná (UTFPR) de 2,1 kWp (instalada em dezembro de 2011 antes da Resolução
482/2012 da ANEEL), e outra de 8,64 kWp na empresa ELCO (homologada em
outubro de 2013), sendo esta a primeira ligação à rede elétrica de distribuição de
sistema de micro geração de energia fotovoltaica no Paraná seguindo a Resolução
Normativa da ANEEL. Dados obtidos em 27/01/2015 mostram que o estado
apresentava até aquele momento 24 SFVCR em operação que juntos totalizaram
122 kWp de potência instalada (ANEEL, 2015).

2.3.5 Aspectos da Curva de Carga e a Contribuição da Energia Solar


Fotovoltaica para Atendimento da Demanda no Estado do Paraná

Uma das questões que tem surgido é quanto e em que momento cada fonte
energética poderia realmente contribuir na matriz elétrica do estado do Paraná.
Enquanto as fontes térmicas e hidroelétricas são chamadas de fontes firmes,
em que basicamente são capazes de gerar energia elétrica a qualquer hora (dia ou
noite), fontes como a eólica e a solar fotovoltaica são consideradas fontes
intermitentes de energia, sendo que a eólica depende da constância dos ventos,
variável ao longo das 24 horas, e a solar fotovoltaica só é capaz de gerar energia
durante o dia quando há radiação solar. Entretanto, ao se considerar a Curva de
Carga de uma região, é possível determinar em que momento esta região necessita
de maior quantidade de energia elétrica em função da demanda solicitada ao
sistema elétrico, e como uma determinada fonte energética poderia contribuir para
atendimento desta demanda.
Segundo Sória (2010), a demanda de potência ativa é a média das potências
dentro de um intervalo de tempo, que no Brasil é de 15 minutos, o que equivale a
2.920 medições em um mês médio comercial, e a curva de carga representa estas
demandas obtidas num determinado dia, podendo ainda se obter curvas que
representem uma média diária de um determinado período do ano.
60

De acordo com Souza et al. (2010), define-se a curva de carga como sendo a
curva que apresenta a demanda em função do tempo, para um determinado
período. Esta curva representa a forma de consumo de energia elétrica de um
determinado consumidor, mas também pode representar o perfil de consumo de
uma determinada região ou de todo um sistema elétrico. Desta forma, a curva de
carga pode auxiliar a concessionária de energia elétrica a analisar o comportamento
da demanda solicitada no sistema elétrico, e verificar quais futuros investimentos
deverá efetuar em seus sistemas de geração, transmissão e distribuição de energia
para atender a estas solicitações. A Figura 14 mostra uma curva de carga típica de
um consumidor residencial, enquanto a Figura 15 de um consumidor comercial, e na
Figura 16 mostra curvas de carga do setor industrial, todas em um dia útil.

Figura 14. Exemplo de Curva de Carga de um dia útil de um consumidor Residencial.


Fonte: Francisquini (2006).

Figura 15. Exemplo de Curva de Carga de um dia útil de um consumidor Comercial.


Fonte: Francisquini (2006).
61

Figura 16. Exemplo de Curvas de Carga de um dia útil do setor Industrial.


Fonte: Francisquini (2006).

O exemplo de curva de carga de um consumidor residencial, conforme


mostrado na Figura 14, é caracterizada por pouco consumo durante todo o dia, com
valores quase constantes, e com uma elevação de consumo no final da tarde e um
pico de demanda mais definido à noite, que é quando da utilização de cargas mais
elevadas como chuveiro elétrico, micro-ondas e forno elétrico.
Diferentemente do setor residencial, o exemplo de curva de carga
apresentada na Figura 15 de um consumidor comercial é caracterizada por um
consumo de energia maior e mais constante durante o horário comercial, com
diminuição durante o horário de almoço.
Quanto ao setor industrial, como mostrado no exemplo da Figura 16, pode-se
obter as mais variadas curvas de carga de acordo com o ramo de atividade
praticada, não tendo um único padrão de consumo, o que também acontece com o
setor comercial embora neste trabalho tenha sido apresentada apenas uma curva.
Estas curvas de carga são similares as apresentadas por Pereira e Lima
(2008) e Martins et al. (2012) para diferentes setores da economia no Brasil. São
curvas de cargas típicas, que procuram representar de uma forma geral o
comportamento dos consumidores (residencial, comercial e industrial). No entanto,
cada consumidor possui uma curva de carga específica, que pode se assemelhar às
curvas apresentadas ou não, e que são muito particulares principalmente para os
setores comercial e industrial em função do seu tipo de atuação, mas que reflete de
maneira geral a demanda de energia no sistema elétrico.
62

Do ponto de vista do sistema elétrico, a curva de carga representa o


somatório de todos os consumidores da rede elétrica de energia, em todos os
setores da economia. A Figura 17 mostra uma curva de carga de um dia útil médio
no estado do Paraná nos meses de janeiro e maio, previstos pelo ONS (Operador
Nacional do Sistema Elétrico) para o ano de 2009.

Figura 17. Curva de Carga diária média (dias úteis) prevista para janeiro e maio de 2009 no estado do
Paraná pelo ONS, em MW.
Fonte: ONS (2008).

As duas curvas mostram um consumo de energia elétrica elevado durante o


horário comercial, se estendendo até aproximadamente 23:00 horas, com uma
pequena diminuição durante o horário de almoço.
Na curva em Amarelo que representa o período de verão, há uma queda
acentuada no consumo depois das 17:00 quando os trabalhadores começam a
deixar seus empregos. Após as 20:00 horas, o consumo começa a subir novamente,
muito em função da iluminação pública que é ligada automaticamente com o
anoitecer, assim como à chegada das famílias às suas casas que causa elevação da
demanda devido às cargas como iluminação e chuveiro.
Na curva em Azul que representa o outono, com o anoitecer ocorrendo mais
cedo em comparação ao verão, a partir das 18:00 horas há uma elevação
considerada na demanda devido ao ligamento automático da iluminação pública,
aumento de cargas residenciais, e também ao aumento de cargas de iluminação em
63

prédios que atuam neste período como no setor de educação, visto que neste
momento se está no período letivo de aulas.
Durante esta pesquisa, foi solicitado à COPEL (Companhia Paranaense de
Energia), curvas de carga do estado do Paraná com dados atualizados. Foi
disponibilizado um arquivo contendo duas curvas de carga. A Figura 18 mostra a
curva de carga com o dia em que foi registrado o valor máximo de demanda em
2013 de Curitiba e Região Metropolitana (Regional Curitiba), enquanto que a Figura
19 mostra a curva de carga com o dia em foi registrado o valor máximo de demanda
em 2013 no estado do Paraná (Sistema COPEL).

Figura 18. Curva de Carga Máxima em 2013 de Curitiba e Região Metropolitana, em MW.
Fonte: COPEL (2014).

Figura 19. Curva de Carga Máxima em 2013 do Sistema COPEL, em MW.


Fonte: COPEL (2014).
64

A curva apresentada na Figura 18 mostra a elevação do consumo de energia


elétrica a partir das 5:00 da manhã, com valor elevado quase que constante de
demanda durante todo o horário comercial que se estende até aproximadamente
22:00 horas, com uma pequena queda no horário de almoço.
Já a curva apresentada na Figura 19 que representa todos os consumidores
do Sistema COPEL em todo o Paraná, a elevação do consumo de energia elétrica
começa por volta das 4:00 da manhã, com consumo elevado durante o horário
comercial, e com pequena queda durante horário de almoço, sendo que após às
17:00 tem uma queda significativa no consumo até aproximadamente as 19:00
horas, quando então começa o acionamento da iluminação pública, consumo
residencial e outras atividades noturnas (horário de verão).
Em função das curvas apresentadas, tanto de Curitiba e Região Metropolitana
como do Sistema COPEL (que representa quase que a totalidade da demanda do
estado do Paraná), percebe-se uma grande demanda de energia elétrica durante
todo o horário comercial, justamente quando o consumo de ar condicionado para
refrigeração (verão) ou para aquecimento (inverno) do ambiente é elevado, e
exatamente no período onde se tem os maiores níveis de radiação solar, período
mais favorável para geração de energia elétrica por fonte solar fotovoltaica, o que
faz dos SFVCR uma fonte renovável muito importante na matriz elétrica, como já
destacado por Zilles (2011) num estudo realizado na edificação do IEE-USP
(Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo). Com isto, os
SFVCR se apresentam como uma excelente opção como forma de complementação
de outras fontes já consolidadas no estado do Paraná, como às hidroelétricas, o que
favorece no controle hídrico nos reservatórios especialmente nos períodos de menor
incidência de chuvas.
Além disto, a fonte solar fotovoltaica tem como um dos aspectos principais da
sua aplicação o fato de poder ser utilizada como geração distribuída podendo gerar
energia elétrica próxima ao ponto de consumo, não necessitando de área extra para
o seu aproveitamento podendo ser aplicada na cobertura das edificações já
existentes. Isto contribui também quanto à decisão das concessionárias de energia
elétrica quanto à postergação de novos investimentos na geração, transmissão e
distribuição da energia.
65

2.4 ENERGIA SOLAR

Inesgotável na escala terrestre de tempo, o aproveitamento da energia solar


como fonte de calor e de luz é uma das alternativas energéticas mais promissoras
para os desafios deste milênio. O Sol é responsável pela origem de praticamente
todas as outras fontes de energia, pois é a partir da energia do Sol que ocorre a
evaporação, dando origem ao ciclo das águas, induz a circulação atmosférica em
larga escala causando os ventos, e combustíveis fósseis como petróleo, carvão e
gás natural que foram gerados a partir dos resíduos de animais e plantas que, de
alguma forma, obtiveram a energia necessária ao seu desenvolvimento através da
radiação solar (CRESESB, 2014a).
Ao longo da história, várias foram as utilizações realizadas com a energia
solar, desde a iluminação natural dos ambientes, reflexão e concentração da
radiação através de espelhos para iluminação e aquecimento de água, e mais
recentemente para geração de energia elétrica.
O Sol fornece energia na forma de radiação, a base de toda a vida na Terra.
No seu centro, a fusão transforma núcleos de hidrogénio em núcleos de hélio, e
durante este processo, parte da massa do hidrogênio é transformada em energia, o
que torna o Sol um enorme reator de fusão. Em função da distância do Sol até a
Terra, apenas uma pequena parcela desta radiação solar atinge a superfície do
planeta (GREENPRO, 2004), DGS (2008).
A terminologia empregada na literatura sobre energia solar apresenta
algumas variações, com denominações como radiação, irradiação, insolação,
irradiância, o que fez com que fosse elaborada uma norma para padronizar os
termos utilizados no Brasil, a norma brasileira NBR 10899:2006 - “Terminologia
sobre Energia Solar Fotovoltaica”. Esta norma define os principais termos técnicos
utilizados como grandezas solarimétricas, simbologia e unidades padronizadas
(ABNT, 2006).
São apresentados a partir da NBR10899 os termos mais relevantes utilizados
nesta pesquisa, e suas respectivas definições:
 albedo: índice relativo à fração da energia radiante solar, recebida em uma
unidade de área, devido a refletância dos arredores e do solo onde está
instalado um dispositivo;
66

 radiação solar: forma de transferência de energia advinda do Sol, através


da propagação de ondas eletromagnéticas ou fótons;
 irradiância solar (𝐺): taxa na qual a radiação solar incide em uma
superfície, por unidade de área desta superfície, normalmente medida em
𝑊/𝑚2 ;
 irradiância difusa (𝐺𝐷𝐼𝐹 ): potência radiante do céu, recebida em uma
unidade de área em uma superfície horizontal, excluída da irradiância
direta;
 irradiância direta (𝐺𝐷𝐼𝑅 ): irradiância solar incidente em uma superfície, sem
ter sido espalhada pela atmosfera, podendo ser normal ou horizontal;
 irradiância global (𝐺𝐻𝑂𝑅 ): potência radiante solar, recebida em uma unidade
de área em uma superfície horizontal, sendo igual à irradiância direta mais
a irradiância difusa;
 irradiância devido ao albedo (𝐺𝐴𝐿𝐵 );
 irradiância total (𝐺𝑇𝑂𝑇 ): potência radiante solar total com as componentes
direta, difusa e de albedo, recebido em uma unidade de área em uma
superfície com inclinação qualquer;
 irradiação solar (𝐼) ou (𝐻): irradiância solar integrada durante um intervalo
de tempo especificado, normalmente uma hora ou um dia, medida em
Wh/m² ou J/m², sendo simbolizada por “𝐼”, quando integrada no tempo de
uma hora, ou por “𝐻”, quando integrado no tempo de um dia;
 irradiação difusa (𝐼𝐷𝐼𝐹 ) ou (𝐻𝐷𝐼𝐹 ): irradiância difusa integrada durante um
intervalo de tempo especificado, normalmente uma hora ou um dia;
 irradiação direta (𝐼𝐷𝐼𝑅 ) ou (𝐻𝐷𝐼𝑅 ): irradiância direta integrada durante um
espaço de tempo especificado, normalmente uma hora ou um dia;
 irradiação global (𝐼𝐻𝑂𝑅 ) ou (𝐻𝐻𝑂𝑅 ): irradiância global integrada durante um
intervalo de tempo especificado, normalmente uma hora ou um dia;
 irradiação total (𝐼𝑇𝑂𝑇 ) ou (𝐻𝑇𝑂𝑇 ): irradiância total integrada durante um
intervalo de tempo especificado, normalmente uma hora ou um dia;
 célula solar ou célula fotovoltaica: dispositivo fotovoltaico elementar
especificamente desenvolvido para realizar a conversão direta de energia
solar em energia elétrica;
67

 módulo fotovoltaico: unidade básica formada por um conjunto de células


solares, interligadas eletricamente e encapsuladas, com o objetivo de gerar
energia elétrica, representada pela Figura 20, onde o triângulo indica o polo
positivo;

Figura 20. Símbolo de Módulo Fotovoltaico


Fonte: ABNT (2006)

 painel fotovoltaico: um ou mais módulos interligados eletricamente,


montados de modo a formar uma única estrutura;
 arranjo ou gerador fotovoltaico: um ou mais painéis fotovoltaicos
interligados eletricamente, de modo a prover uma única saída de corrente
elétrica;
 sistema fotovoltaico: conjunto de elementos composto de arranjo(s)
fotovoltaico(s), podendo incluir: dispositivos para controle,
condicionamento, supervisão, proteção e armazenamento de energia
elétrica; fiação; fundação e estrutura de suporte. O termo em inglês BOS
(Balance of System) se refere ao sistema fotovoltaico, não incluindo os
módulos fotovoltaicos;
 ângulo azimutal de uma superfície (𝛾): ângulo entre o norte geográfico e a
projeção da reta normal à superfície no plano horizontal, variando de -180º
a +180º e, por convenção, positivo no sentido leste com norte igual a 0º;
 ângulo de incidência (𝜃): ângulo entre o raio incidente (direção do Sol) e a
normal à superfície da célula ou módulo;
 declinação solar: ângulo de vértice no centro da Terra, formados pelas
semiretas definidas pela direção do Sol e pelo plano do Equador,
simbolizado por “𝛿”, com faixa de variação −23,45° ≤ 𝛿 ≤ 23,45° e, por
convenção, positivo quando estiver no hemisfério norte;
 inclinação de uma superfície (𝛽): ângulo de menor declive entre a
superfície e o plano horizontal, variando de 0º a 90º;
68

 área total da célula solar (𝐴𝐶𝑇 ): superfície de uma célula solar limitada pelo
seu perímetro;
 área total do módulo (𝐴𝑀𝑇 ): superfície frontal do módulo, incluindo a
moldura externa ou qualquer outra protuberância, como por exemplo,
rebite. Também denominada como: face iluminada ou superfície iluminada;
 massa de ar (AM): razão entre o caminho ótico percorrido pelos raios
solares na atmosfera e o caminho vertical na direção de zênite ao nível do
mar;
 resposta espectral: densidade de corrente de curto circuito por
comprimento de onda, ao longo do espectro solar;
 distribuição espectral da irradiância: valores de irradiância correspondentes
a cada comprimento de onda do espectro solar;
 corrente de curto-circuito (𝐼𝑆𝐶 ): corrente de saída de um conversor
fotovoltaico, na condição de curto-circuito e para valores preestabelecidos
de temperatura e irradiância total (Short Circuit Current);
 tensão de circuito aberto (𝑉𝑂𝐶 ): tensão gerada através de um conversor
fotovoltaico sem carga (aberto), para valores preestabelecidos de
temperatura e irradiância total (Open Circuit Voltage);
 condições-padrão de referência para ensaio (STC): temperatura de junção
da célula em 25ºC, irradiância total de 1.000 W/m² normal à superfície de
ensaio espectro AM 1,5 (Standart Test Conditions);
 potência máxima (𝑃𝑀𝑃 ): potência em um ponto da curva característica de
um conversor fotovoltaico, onde o produto da corrente (𝐼) pela tensão (𝑉) é
máximo, no quadrante de geração;
 potência de pico (𝑊𝑃 ): potência nominal de saída de um conversor
fotovoltaico, sob as condições padrão de referência para ensaio.

Parte da radiação solar que entra na atmosfera da Terra é absorvida e


espalhada, sendo que a radiação direta vem em uma linha direta do sol, enquanto
que a radiação difusa é espalhada para fora do feixe direto por moléculas, aerossóis
e nuvens (NREL, 2014a). A Figura 21 mostra a representação básica dos
componentes da irradiação.
69

DISPERSÃO
REFLETIDA ATMOSFÉRICA

ABSORVIDA

Figura 21. Figura com a representação das componentes da Radiação Solar.


Fonte: Adaptado de Viana (2010a), NREL (2014a).

A intensidade da radiação solar fora da atmosfera da Terra depende da


distância entre o Sol e a Terra. Ao longo do ano, isto varia entre
1,47 x 108 km e 1,52 x 108 km, com uma distância média de 150.000.000 km
(GOSWAMI et al., 2000). Como resultado, a irradiância oscila entre 1.325 W/m² e
1.412W/m² (DGS, 2008).
O valor médio da irradiância é definido como a constante de energia solar, ou
constante solar. A Constante Solar, embora não seja estritamente constante,
representa a quantidade de fluxo de energia solar que atravessa a órbita média da
Terra, cujo valor aceito atualmente é 1.366 W/m² (NREL, 2014a).
Entretanto, este nível de irradiância não atinge a superfície da Terra. A
atmosfera da Terra reduz estes níveis através da reflexão, absorção (pelo ozônio,
vapor de água, oxigênio e dióxido de carbono) e dispersão (causada por moléculas
de ar, partículas de poeira ou poluição em suspensão), fazendo com que ao meio-
dia a irradiância incidente na superfície da Terra seja de aproximadamente 1.000
W/m². Este valor é relativamente independente da localização, e o valor máximo
ocorre em dias parcialmente cobertos e dias ensolarados. Como resultado da
irradiância solar refletida em nuvens passageiras, o seu valor pode alcançar picos de
até 1.400 W/m² por períodos curtos de tempo. Se a energia contida na radiação
solar é adicionada ao longo de um ano, obtém-se então a irradiação global anual em
kWh/m². Em algumas regiões no equador, a irradiação global anual pode atingir
70

valor superior a 2.300 kWh/m².ano, ao passo que o Sul da Europa recebe irradiação
solar anual máxima de 1.700 kWh/m².ano, enquanto que a Alemanha apresenta
1.040 kWh/m².ano (DGS, 2008).

2.4.1 Energia Solar Fotovoltaica

Devido à alta participação de fontes não renováveis de energia na matriz


elétrica mundial, associada as emissões dos gases causadores do efeito estufa e ao
aquecimento global, várias iniciativas têm ocorrido ao longo dos anos com o objetivo
de tornar a matriz elétrica mais limpa e mais sustentável. Das fontes renováveis em
evidência, uma das fontes energéticas mais promissoras é a solar fotovoltaica.
Para alguns especialistas, nos próximos 40 anos a energia solar deve estar
consolidada no cenário energético mundial, a ponto de governos começarem a
tornar a instalação de painéis fotovoltaicos obrigatórios em edifícios governamentais
novos, como já vem ocorrendo em alguns países asiáticos como parte da sua
política pública (GLENN et al., 2011).
A energia solar fotovoltaica é a energia gerada através da conversão direta da
luz do sol em eletricidade, através do efeito fotovoltaico, onde a célula fotovoltaica,
dispositivo construído com material semicondutor, é a unidade básica deste
processo.
No entanto, o processo de desenvolvimento e disseminação desta tecnologia
foi longo, com os primeiros trabalhos relacionados ocorrendo por volta de 1800, e a
descoberta casual do efeito fotovoltaico em 1839 por Edmond Becquerel (WOLF,
1972). A partir deste momento muitas pesquisas importantes foram realizadas, com
a descoberta de vários elementos semicondutores, e cujas eficiências das células
produzidas nas mais diferentes tecnologias foram ao longo do tempo melhorando
significativamente. Ao mesmo tempo, várias aplicações foram viabilizadas, sendo
uma das mais importantes e utilizadas até os dias atuais é a implantação de arranjos
fotovoltaicos em satélites para geração de energia elétrica, assim como mais tarde
na aplicação em escala comercial e residencial. Ao longo destas importantes
descobertas, pesquisas e acontecimentos relevantes têm ocorrido também no Brasil,
se intensificando nos anos 70 com a crise do petróleo.
71

A Tabela 4 mostra alguns dos marcos mais importantes na história da energia


solar fotovoltaica Global, e em “azul” no Brasil.

Tabela 4. Eventos históricos relevantes sobre Energia Solar Fotovoltaica - Global e Brasil.
Fonte: Adaptado de Wolf (1972), Luque e Hegedus (2003), EERE (2014).
Ano Eventos relevantes na história da energia solar fotovoltaica - Global e Brasil
1800 Descoberta do Selênio (Se) - Berzelius
1820 Preparação do Silício (Si) - Berzelius
1839 Efeito Fotovoltaico - Edmond Becquerel (França)
1860 Efeito Fotocondutivo no Se (Smith)
1873 Willoughby Smith (Reino Unido) descobriu fotocondutividade de Se sólido
William Grylls Adams e Richard Day Evans descobrem que o selênio produz eletricidade quando
1876
exposto a luz, e provaram que um material sólido poderia mudar a luz em eletricidade.

1877 Adams e Day (UK) descobrem a fotogeração de corrente em tubos de Se; a primeira observação do
efeito fotovoltaico em sólidos
1880 Efeito Fotovoltaico no Se (Adams & Day)
1883 Charles Fritts (EUA) faz primeira célula Fotovoltaica de grande área, utilizando filme de Se.

1887 Heinrich Hertz descobriu que a luz ultravioleta alterou a tensão capaz de provocar uma faísca e saltar
entre dois eletrodos de metal.
1900 Fotosensitividade em CU-CU2O (Hallwachs)
1915 Efeito Fotovoltaico com Barreira de Potencial (Goldman & Brodsky)

1918 Cientista polonês Jan Czochralski desenvolveu uma maneira de crescer silício monocristalino, a partir
do Si fundido
1932 Audobert e Stora descobrem o efeito fotovoltaico em sulfeto de cádmio (CdS)
1945 1% de Eficiência em Células de Sulfeto de Tálio (Nix & Treptow)
Crescimento de Células Fotovoltaicas com Junção (Ohl)
1950
Teoria de junções p-n (Shockley)
Primeira célula solar com eficiência de 6% publicada: Si (Bell Lab, EUA) e Cu2S/CdS (Força Aérea,
1954
EUA)
Hoffman Eletrônicos (EUA) oferta células fotovoltaicas Si com eficiência de 2% ao valor de US$ 1500 /
1955 W
Junções p-n Difundidas (Fuller)
1957 Hoffman Eletrônica alcança 8% de eficiência em células fotovoltaicas

Satélite Vanguard I da NASA utilizou um pequeno array fotovoltaico (menos de um watt) para
alimentar seus rádios, com painel solar de Si. Mais tarde naquele ano, o Explorer III, Vanguard II, e
Sputnik-3 foram lançados com sistemas de energia fotovoltaica a bordo, sendo esta fonte utilizada
1958
com sucesso na alimentação de satélites, o que permanece até os dias atuais.
Hoffman Eletrônica alcança 9% de eficiência em células fotovoltaicas
Célula solar de Si (Pearson, Fuller & Chapin)
1959 Hoffman Eletrônicos (EUA) oferta comercialmente células fotovoltaicas Si com eficiência de 10%
Célula Solar de CdS
1960
Hoffman Eletrônica alcança 14% de eficiência em células fotovoltaicas
1962 Teoria da resposta Espectral, mecanismos de perdas (Wolf)
1963 Sharp Corporation (Japão) produz primeiro módulo comercial de Si
NASA lança o primeiro Observatório Astronômico Orbital, alimentado por um conjunto de placas
1966 fotovoltaicas 1 kW, para fornecer dados astronômicos nos comprimentos de onda ultravioleta e raios-X
filtradas pela atmosfera da Terra.
72

Continuação da Tabela 4.
Ano Eventos relevantes na história da energia solar fotovoltaica - Global e Brasil
Primeira heteroestrutura célula solar de GaAs por Alferov, Andreev et al. na URSS
1970 Dr. Elliot Berman, com a ajuda da Exxon Corporation, projeta uma célula solar significativamente
menos cara, baixando o preço dos US$ 100 por watt para US$ 20 por watt.
Primeira conferência de fotovoltaico a incluir uma sessão em aplicações terrestres (IEEE)

1972 O Instituto de Conversão de Energia é estabelecido na Universidade de Delaware para realizar


pesquisa e desenvolvimento em energia fotovoltaica de película fina (PV) e sistemas solares térmicos,
tornando-se o primeiro laboratório do mundo dedicada à pesquisa e desenvolvimento de fotovoltaico.
Um grande ano para a energia fotovoltaica: crise do petróleo em todo o mundo estimula muitas nações
a considerar energias renováveis, incluindo a energia fotovoltaica. Primeira residência movida a
1973
energia solar do mundo (University of Delaware, EUA), construído com módulos fotovoltaicos de Cu2S
(não c-Si)
Iniciado o Projeto Sunshine no Japão para promover o crescimento da indústria fotovoltaica e
1974
aplicações.
1975 Primeiro livro dedicado à Ciência e à Tecnologia Fotovoltaica por Hovel (EUA)
David Carlson e Christopher Wronski, RCA Laboratories, fabricam a primeira célula fotovoltaica de
1976
silício amorfo.
1977 A Produção Total Global de fotovoltaica é superior a 500 quilowatts (kW)
Lewis Research Center da NASA 1978 implanta um sistema fotovoltaico de 3,5 kW instalado na
Reserva Papago Indian localizado no sul do Arizona, sendo a primeira vila com sistema fotovoltaico
instalado do mundo.
1978
Criada a ABENS - Associação Brasileira de Energia Solar
Publicado "Estudo da distribuição de radiação solar incidente sobre o Brasil" - (NUNES et al., 1978)
Primeira célula solar de file fino com eficiência maior que 10% usando Cu2S/CdS (EUA)
ARCO Solar torna-se a primeira empresa a produzir mais de 1 megawatt de módulos fotovoltaicos em
um ano.
1980
Entra em operação em Vargem Grande, São Paulo, a empresa "Heliodinâmica", se tornando a única
fábrica no Hemisfério Sul a produzir e exportar lâminas, células e módulos, além de sistemas
fotovoltaicos completos, atuando principalmente no setor de telecomunicações - (CRESESB, 2014b)
1981 Na Arábia Saudita é instalado um array fotovoltaico com concentrador de 350 kW
Primeira planta de 1 MW de energia fotovoltaica instalada (CA, EUA), com módulos de silício da Arco
1982 Solar sobre rastreadores de 2 eixos
A produção mundial fotovoltaica excede 9,3 MW
1984 6 MW instalados em Carrisa Plains CA, EUA
Um grande ano para a alta eficiência de células solares de silício: célula solar de Si com eficiência
1985 maior que 20% sob a luz solar padrão (UNSW, Austrália) e maior que 25% com concentração de 200X
(Stanford Univ EUA).
1986 Primeiro módulo comercial de filme fino de silício amorfo (a-Si), o G4000 da Arco Solar (EUA)
Quatorze carros movidos a energia solar completam 3200 km a corrida Desafio Solar Mundial
1987
(Austrália) com o vencedor correndo a uma velocidade média de 70 quilômetros por hora
Presidente George Bush renomeia o Departamento do Instituto de Pesquisa de Energia Solar dos
1991 Estados Unidos, como o Laboratório Nacional de Energia Renovável (NREL - National Renewable
Energy Laboratory)
Criado o Grupo de Trabalho em Energia Solar Fotovoltaica (GTEF), sob a coordenação do Centro de
1993 Pesquisas de Eletricidade da ELETROBRÁS
Elaborado o relatório "Solarimetria no Brasil - Situação e Propostas" – (FRAIDENRAICH, 1993)
1994 Célula multijunção de GaInP / GaAs com eficiência maior que 30% (NREL, EUA)
73

Continuação da Tabela 4.
Ano Eventos relevantes na história da energia solar fotovoltaica - Global e Brasil
Projeto de demonstração da Alemanha de "1000 telhados" para instalar sistemas fotovoltaicos em
1995 casas, o que provocou a atual legislação favorável a sistemas fotovoltaicos na Alemanha, Japão e
outros países
Célula líquido / sólido Fotoeletroquímica "sensibilizadas por corante" atinge 11% de eficiência (EPFL,
1996
na Suíça)
1997 Produção mundial de fotovoltaico chega a 100 MW por ano
Célula de file fino de Cu (InGa) Se2 atinge eficiência de 19% (NREL, EUA) comparável com células de
Si policristalino. Primeiro array com concentrador no espaço lançado no "Deep Space 1" pelos EUA (5
kW com células de tripla junção de alta eficiência de GaInP / GaAs / Ge)
1998
Células de Silício Monocristalino com Eficiência de 24,7%
Publicado o "Atlas de Irradiação Solar do Brasil" (LABSOLAR / INMET) - (COLLE E PEREIRA, 1998)
1999 Capacidade Instalada Global de Fotovoltaico atinge 1.000 MW
Jogos Olímpicos na Austrália destaca ampla gama de aplicações fotovoltaicas.
2000
Publicado o "Atlas Solarimétrico do Brasil" (UFPE / CEPEL / CHESF) - (TIBA et al., 2000)
2001 Publicado o "Inventário de Energia Solar no Paraná" (SIMEPAR) - (PRATES et al., 2001)
Capacidade Instalada Global de Fotovoltaico atinge 2.000 MW. Demorou 25 anos para chegar ao
2002 primeiro 1000 MW e apenas 3 anos para dobrá-la. Produção de células de silício cristalino é superior a
100 MW por ano pela Sharp (Japão).
Publicado o livro "Edifícios solares fotovoltaicos : o potencial da geração solar fotovoltaica integrada a
edificações urbanas e interligada à rede elétrica pública no Brasil" (UFSC - LABSOLAR), sendo a
2004 primeira publicação a mostrar o Potencial Fotovoltaico do Brasil, com valores de energia elétrica
estimada para tecnologia de filmes finos e taxa de desempenho adotada (performance ratio) de 80% -
(RÜTHER, 2004)
2005 Eficiência superior a 20% para células de Silício Policristalino
Células Multijunção com rendimentos superiores a 34%
2006
Publicado o "Atlas Brasileiro de Energia Solar" (INPE / DMA / CPTEC / MCT) - (PEREIRA et al., 2006)
2007 Células de tripla junção superam os 40% de eficiência
2008 Módulos de Silício Cristalino dominam 87% do mercado mundial
2009 Mais de 23 GWp de Potência Instalada Acumulada
Apresentação do estudo sobre o "Potencial de Geração de Energia Elétrica com Sistemas
2010 Fotovoltaicos com Concentrador no Brasil", com a elaboração de mapas mensais, sazonais, média
diária anual e total anual de irradiação Direta Normal (VIANA, 2010a)
Mais de 70 GWp de Potência Instalada Acumulada
2011 Entra em operação em Campinas uma unidade fabril da Tecnnometal, tornando-se a primeira fábrica
nacional de módulos solares fotovoltaicos, com capacidade de produzir 25 MWp por ano
Potência Instalada Acumulada supera 100GWp
Publicada a Resolução 482/2012 que define a micro e mini geração de energia elétrica, possibilitando
2012 a conexão do gerador de energia à rede de distribuição urbana, no modelo de compensação de
energia (net metering)
Publicado o "Atlas Solarimétrico de Minas Gerais" - (CEMIG, 2012)
Adicionados mais de 39 GWp em 2013, sendo 12,9 GWp instalados apenas na China, totalizando 139
GWp de Potência Instalada Global Acumulada em Sistemas Fotovoltaicos - REN21 (2014)
Publicado o documento "Energia Solar Paulista - Levantamento do Potencial". (SECRETARIA DE
ENERGIA SP, 2013)
2013 Completa 16 anos de operação o primeiro sistema FV conectado à rede (SFVCR) e integrado a uma
edificação instalado no Brasil (instalado em setembro de 1997 no LABSOLAR / UFSC), sendo o
SFVCR em operação à mais tempo no Brasil – (NASCIMENTO e RÜTHER, 2014)
Realizado em Pernambuco o primeiro leilão de Energia Solar Fotovoltaica no Brasil, sendo negociados
122 MW e preço médio de 228,63 R$/MWh - (BRASIL ENERGIA, 2014)
74

Continuação da Tabela 4.
Ano Eventos relevantes na história da energia solar fotovoltaica - Global e Brasil

Realizado primeiro leilão de Energia Solar Fotovoltaica no Brasil pela ANEEL em 31/10/2014, sendo
negociados 889,66 MW, garantia física de 202,30 MW, e preço médio 215,12 R$/MWh - (CCEE, 2014)
Levantamentos preliminares apontam que foram adicionados em torno de 47 GWp em 2014, com
2014 estimativa de Potência Instalada Global Acumulada em Sistemas Fotovoltaicos entre 185 e 190 GWp
(EUROPEAN COMMISSION, 2014)
No Brasil a Potência Instalada Acumulada em Sistemas Fotovoltaicos Conectados à Rede Elétrica de
Energia totalizou 15,179 MWp (Potência Fiscalizada) (ANEEL, 2015)

2.4.2 Tecnologias Utilizadas e Eficiência

Ao longo de várias décadas, muitas tecnologias foram descobertas e


aperfeiçoadas, fazendo com que a eficiência das células fotovoltaicas aumentasse
gradativamente, tanto em laboratório quanto comercialmente.
Dentre os diversos semicondutores utilizados para a fabricação de células
solares fotovoltaicas, algumas tecnologias destacam-se por ordem decrescente de
maturidade e utilização, entre as quais:
 tecnologia de silício cristalino - c-Si (células de primeira geração). Lâminas
de silício cristalino:
o silício monocristalino - m-Si;
o silício policristalino - p-Si.
 tecnologia de filmes finos (células de segunda geração). Filmes finos de
silício ou outros materiais, depositados sobre substratos rígidos ou
flexíveis:
o silício amorfo hidrogenado - a-Si;
o telureto de cádmio - CdTe;
o disselineto de cobre e índio - CIS ou CuInSe2;
o disselineto de cobre, índio e gálio - CIGS ou Cu(InGa)Se2;
o arsenieto de gálio – GaAs;
o microamorfo ou microcristalino (μcSi/a-Si).
 células fotovoltaicas orgânicas, células fotovoltaicas híbridas
orgânicas/inorgânicas (células de terceira geração).

A Figura 22 mostra a evolução da eficiência das células fotovoltaicas


alcançadas em laboratório para diferentes tecnologias nas últimas décadas.
75

Figura 22. Eficiência de células fotovoltaicas para diferentes tecnologias em laboratório.


Fonte: NREL (2014b).
76

Segundo NREL (2013), de maneira geral as células fotovoltaicas comerciais


ainda têm bastante espaço para evoluir quanto a sua eficiência, em virtude dos
valores encontrados em laboratório e das estimativas que elas podem ainda
teoricamente alcançar. Células de silício cristalino, que apresentam uma eficiência
de 18%, chegando a cerca de 25% em laboratório, podendo alcançar ainda 30%
(valor máximo teórico que elas poderiam alcançar).
Embora a eficiência de células de filme fino como CIGS, CdTe e a-Si tenham
aumentado de forma expressiva, a maior produção de células ainda continua sendo
de silício cristalino (mono e policristalino), com participação superior a 85% do
mercado mundial (EUROPEAN COMMISSION, 2015).

2.4.3 Sistemas Fotovoltaicos – Classificação

Os sistemas fotovoltaicos são definidos de acordo com a Norma Brasileira


NBR 11704:2008. Esta norma define equipamentos e a classificação dos sistemas
fotovoltaicos (ABNT, 2008).
Quanto aos equipamentos utilizados em sistemas fotovoltaicos, os mesmos
são definidos da seguinte maneira:
 controlador de carga: equipamento eletrônico destinado a controlar e
monitorar a carga e/ou descarga do banco de baterias, podendo ter
seguidor de potência máxima integrada;
 inversor: equipamento eletrônico destinado a converter tensão contínua,
oriunda do gerador fotovoltaico ou do banco de baterias, em tensão
alternada, podendo ter seguidor de potência máxima integrada;
 seguidor de potência máxima: dispositivo de controle que permite ao
sistema funcionar próximo do ponto de potência máxima do gerador
fotovoltaico, sob diferentes condições de irradiância, temperatura e carga.

Quanto à interligação com o sistema público de fornecimento de energia


elétrica, os sistemas podem ser classificados como:
 sistemas isolados: são aqueles que não possuem qualquer conexão com o
sistema público de fornecimento de energia elétrica;
77

 sistemas conectados à rede elétrica: são aqueles efetivamente conectados


ao sistema público de fornecimento de energia elétrica.

Quanto à configuração, os sistemas podem ser classificados como:


 sistemas puros: são aqueles que utilizam gerador fotovoltaico como único
gerador de energia elétrica;
 sistemas híbridos: são aqueles que resultam da associação do gerador
fotovoltaico com outros tipos de geradores de energia elétrica.

Quanto à aplicação dos SFV, eles podem ainda ser categorizados conforme
apresentado na Figura 23, enquanto a Tabela 5 mostra exemplos de classificação
de sistemas fotovoltaicos conforme a NBR 11704.

Individuais
Isolados
(SFVI)
Em minirede
Sistemas FV
Grandes centrais
Conectados
à rede Integrados à
(SFVCR) edificação
Urbanos

Aplicados à
edificação

Figura 23. Tipos de sistemas fotovoltaicos.


Fonte: Urbanetz (2010).
78

Tabela 5. Classificação de Sistemas Fotovoltaicos conforme NBR 11704.


Fonte: ABNT (2008).
Acumulação
Alimentação dos Componentes
Tipo de Sistema de energia Aplicações típicas
Consumidores básicos
elétrica
Seguidor de
potência Bombeamento, produção
Não
máxima de hidrogênio, etc.
(desejável)
Tensão contínua Iluminação,
Controlador de telecomunicações,
Sim carga e sinalização náutica, cerca
Puros acumulador elétrica, proteção catódica
etc.
Bombeamento, uso
Não Inversor
industrial, etc.
Controlador de Eletrificação rural,
Tensão alternada
Sistemas carga, bombeamento,
Sim
Isolados acumulador e telecomunicações, uso
inversor industrial, iluminação, etc.
Controlador de
carga, Telecomunicações,
Tensão contínua Sim acumulador e iluminação, sinalização
gerador rodoviária e ferroviária, etc.
complementar
Híbridos Controlador de
carga,
acumulador Iluminação, uso industrial,
Tensão alternada Opcional
opcional e etc.
gerador
complementar
Aplicações residenciais,
comerciais e industriais,
Puros Tensão alternada Não Inversor
produção de energia para a
rede pública, etc.
Sistemas Aplicações residenciais,
Inversor e
conectados comerciais e industriais,
Não gerador
à rede produção de energia para a
complementar
elétrica rede pública, etc.
Híbridos Tensão alternada
Inversor,
Eletrificação rural, uso
gerador
Sim industrial, suprimento
complementar
ininterrupto de energia, etc.
e acumulador
NOTA: Todos os tipos de sistemas possuem gerador fotovoltaico entre os componentes básicos

Os sistemas fotovoltaicos isolados (SFVI) são normalmente instalados em


locais onde não há acesso à rede elétrica de energia, e que necessitam de um
elemento armazenador de energia. A utilização deste tipo de sistema ocorre tanto
por questões de ordem econômica onde seria muito dispendiosa a instalação de
uma rede de distribuição para atender ao consumidor, assim como leis de proteção
ambientais que acabam por não permitir qualquer intervenção ao meio ambiente. A
Figura 24 mostra uma configuração básica de um SFVI, enquanto a Figura 25
79

mostra um exemplo de aplicação de SFVI numa comunidade em Guaraqueçaba,


Paraná.

Painel
Fotovoltaico

Cargas CC

Controlador Banco de Inversor


Cargas CA
de Carga Baterias CC/CA

Figura 24. Configuração de um SFV Isolado tradicional.

Figura 25. Fotos de SFVI´s que atendem comunidade de pescadores em Guaraqueçaba – Paraná.

Já os sistemas fotovoltaicos conectados à rede (SFVCR) são vistos como


uma forma de geração distribuída (GD) ao longo dos alimentadores da rede elétrica
de distribuição, em baixa ou média tensão, e que contribuem para disponibilizar a
energia próxima ao ponto de consumo (URBANETZ, 2010). A Figura 26 mostra uma
configuração básica de um SFVCR, enquanto a Figura 27 mostra um exemplo de
80

aplicação de SFVCR instalado na empresa ELCO Engenharia, sendo considerado


como o primeiro SFVCR instalado no Paraná e homologado pela COPEL após a
publicação da Resolução 482/2012 da ANEEL.

Painel
Fotovoltaico

Medidor de
energia Rede
bidirecional
(kWh)

Medidor
Inversor
opcional Cargas CA
CC/CA (kWh)

Figura 26. Configuração de um SFVCR tradicional.

Figura 27. Primeiro SFVCR homologado pela COPEL após Resolução 482/2012 - Empresa ELCO.
Fonte: Urbanetz et al. (2014b).

Para o desenvolvimento desta tese, os estudos foram direcionados na


aplicação de SFVCR no Estado do Paraná.
81

2.4.4 Capacidade Instalada Global e Brasil

A tecnologia fotovoltaica inicialmente teve maior aplicação em sistemas


isolados, normalmente em locais de difícil acesso sem conexão com a rede de
distribuição como em algumas estações de telecomunicações, e principalmente em
satélites, estes empregados até os dias atuais. Apenas mais tarde com a evolução
das tecnologias e dos processos produtivos, e consequentemente da queda de
preço dos módulos fotovoltaicos, é que começaram as aplicações em SFVCR.
Entre 1996 e 1998, a capacidade instalada global cresceu 100 MW ao ano,
fazendo com que em 1999 a capacidade instalada tivesse alcançado a marca de 1
GW. No ano de 2002, apenas três anos depois, a capacidade alcançava 2 GW, e em
2004 alcançava 3,7 GW. Até o ano 2000, praticamente toda capacidade instalada
global era de sistemas fotovoltaicos isolados, sendo que em 2004 a capacidade
instalada de SFVI e SFVCR praticamente se equivalem com valores aproximados de
2GW cada. A partir de 2005 a capacidade instalada de SFVCR cresceu
vertiginosamente, com participação no total global atual superior a 99% se
comparada com SFVI. Do ano de 2005 em diante, a capacidade instalada global em
sistemas fotovoltaicos tem praticamente dobrado a cada dois anos, sendo que entre
os anos de 2010 a 2013, foram adicionados em torno de 30 GW a cada ano, e em
2013 adicionados 39 GW (LUQUE, 2003) (REN21, 2011) (REN21, 2014). A Figura
28 mostra a capacidade instalada global de sistemas fotovoltaicos.

Figura 28. Capacidade instalada Global de sistemas fotovoltaicos.


Fonte: REN21 (2014).
82

Quanto aos países com maior capacidade instalada, a Alemanha continua em


primeiro lugar com aproximadamente 36 GW instalados, ou quase 2,6 vezes a
capacidade de ITAIPU (14 GW), seguida de China e Itália. Mas surpreendente foi o
valor adicionado em 2013 pela China com 12,9 GW, seguida do Japão com 6,9 GW,
e Estados Unidos com 4,8 GW (REN21, 2014).
Quanto ao Brasil, o total acumulado em SFVCR em 2014 foi de
aproximadamente 15,179 MWp (Potência Fiscalizada) (ANEEL, 2015), valor muito
inferior aos encontrados em países da Europa, Estados Unidos, China e Japão.

2.4.5 Potencial de Irradiação no Brasil e no Paraná

Os primeiros estudos sobre energia solar datam da década de 50 com as


primeiras tentativas de implantação de um centro de pesquisa em energia solar, mas
somente na década de 70 em decorrência da crise do petróleo, é que houveram
grandes incentivos na pesquisa de fontes alternativas de energia. Uma das
iniciativas foi à criação do INMET (Instituto Nacional de Meteorologia) e de 20
estações da Rede Solarimétrica Nacional que passaram a operar a partir de 1977,
sendo duas delas no estado do Paraná: uma em Curitiba (Latitude Sul 25º 26´;
Longitude Oeste 49º 16´), e outra em Foz do Iguaçu (Latitude Sul 25º 33´; Longitude
Oeste 54º 34´) (FERREIRA, 1993), conforme mostra a Figura 29.

Figura 29. Distribuição geográfica da Rede Solarimétrica Nacional.


Fonte: Ferreira (1993).
83

Em 1978 é criada a Associação Brasileira de Energia Solar, cujo objetivo


inicial era o de promover a divulgação, o incentivo e os estudos da Energia Solar no
país. No mesmo ano é publicado o trabalho “Estudo da distribuição de radiação solar
incidente sobre o Brasil”, sendo o primeiro trabalho do gênero em que é apresentado
na forma de mapas mensais da radiação incidente e calcado em dados estimados,
em langleys por dia (Ly/dia) (1 Ly = 1,0 cal/cm² = 11,62 x 10-3 kWh/m²) (FUNARI,
1983) (FERREIRA, 1993). O ANEXO A mostra o mapa de radiação solar incidente à
superfície no Brasil do mês de janeiro em Ly/dia.
Neste estudo e nos que se seguiram, já era notório o grande potencial de
energia solar no Brasil, onde houveram grandes incentivos por parte do governo
federal com a instalação de vários equipamentos para medir a radiação solar em
todo território nacional. Porém, mais tarde, com a falta de recursos financeiros para
manter equipes e para manutenção dos equipamentos, as estações foram aos
poucos sendo desativadas.
Durante este tempo, novas pesquisas foram realizadas com o
desenvolvimento de modelos capazes de estimar os valores de radiação solar na
superfície através de dados terrestres e imagens de satélite.
Em 1996, com a utilização de modelo computacional e utilizando informações
derivadas de imagens do satélite, com dados entre o período de 1985 e 1986, são
geradas cartas solares para as médias mensais da soma diária global e difusa da
radiação solar em MJ/m².dia para os meses de dezembro a fevereiro e de junho a
agosto, onde esses períodos coincidem com o verão e inverno no hemisfério sul,
respectivamente. Os dados gerados foram comparados com dados obtidos de 22
estações do INMET, com a maior parte dos dados apresentando uma taxa de erro
inferior a 10% (PEREIRA et al., 1996). O ANEXO B mostra as cartas geradas de
radiação solar global horizontal.
A continuação deste estudo resultou em 1998 com a publicação do “Atlas de
irradiação solar do Brasil”, sendo a 1ª versão para irradiação global derivada de
satélite e validada na superfície. Elaborado pelo LABSOLAR/NCTS (Laboratório de
Energia Solar/Núcleo de Controle Térmico de Satélites) e DGE/INPE (Divisão de
Geofísica Espacial/Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), este trabalho
apresenta o mapa anual e os mapas mensais de irradiação global, média diária. A
Figura 30 mostra o Mapa de Irradiação Global média diária anual em Wh/m².dia.
84

Figura 30. Mapa de irradiação global - média diária anual em Wh/m².dia.


Fonte: Colle e Pereira (1998).

As imagens de irradiação foram obtidas por interpolação, a partir de uma


matriz de estimativas geradas pelo modelo, com resolução de 0,5º de latitude por
0,5º de longitude, o que corresponde a um setor de aproximadamente 50 km x 50
km no equador (COLLE e PEREIRA, 1998).
No ano de 2000 foi publicado o “Atlas Solarimétrico do Brasil – banco de
dados terrestres”, desenvolvido pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e
pela Companhia Hidroelétrica do São Francisco (CHESF), com apoio do Centro de
Pesquisa de Energia Elétrica (CEPEL), por meio de seu Centro de Referência para
Energia Solar e Eólica Sérgio de Salvo Brito (CRESESB). Durante o
desenvolvimento deste trabalho, cujo início do trabalho começou em 1996, foram
utilizadas várias estações para obtenção dos dados de radiação solar. O ANEXO C
mostra a localização das estações que forneceram dados para o desenvolvimento
deste atlas, através da interpolação dos valores encontrados.
Este trabalho produziu 12 mapas com a radiação solar global diária – média
mensal, e 1 mapa com a radiação solar global diária - média anual, em MJ/m².dia
85

(mega joule por metro quadrado dia), além de mapas de insolação. A Figura 31
apresenta o mapa com valores de radiação solar global diária - média anual, em
MJ/m².dia.

Figura 31. Mapa de radiação solar global diária - média anual (MJ/m².dia).
Fonte: Tiba et al. (2000).

Os valores de irradiação mais recentemente são fornecidos em kWh/m². Para


converter os valores de irradiação para o Sistema Internacional (kJ/m²), basta então
multiplicar os valores de irradiação (em Wh/m² ou kWh/m²) por 3.600 (1 Wh = 3.600
J; 1 kWh = 3.600 kJ), ou multiplicar os valores por 3,6 para obter os valores de
irradiação em MJ/m². Neste caso em que os dados de irradiação são apresentados
em MJ/m².dia, basta dividir o valor apresentado na escala por 3,6 para obter os
valores em kWh/m².dia.
Em 2001 é publicado um estudo no estado do Paraná chamado “Inventário de
Energia Solar no Paraná”, liderado por um grupo de pesquisadores do SIMEPAR
(instituído em 1993 primeiramente como Sistema Meteorológico do Paraná, e depois
em 2000 como Instituto Tecnológico SIMEPAR), instituto vinculado a Secretária de
86

Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Estado do Paraná, cuja função é monitorar


e prever as condições meteorológicas para o estado do Paraná.
Para a elaboração dos mapas de radiação do estado, foram coletados dados
entre 01/01/1998 à 31/12/2000 de 36 estações automáticas pertencentes à rede
telemétrica do SIMEPAR, que passou a operar em 1997.
Como resultado deste estudo, foram confeccionados mapas de irradiância
solar global média horária para cada mês do ano no estado do Paraná (neste
trabalho os mapas foram elaborados apenas para os valores médios das 15h00
local). Os mapas apresentam também as linhas de transmissão da COPEL na época
do levantamento (PRATES et al., 2001).
Como os valores apresentados por estes mapas são da irradiância média
medida apenas às 15:00, mostram de forma simplificada o potencial de irradiação
solar no estado, não sendo suficientes para mostrar todo o potencial do Paraná por
não apresentar os valores ao longo de um dia médio no mês ou no ano. O ANEXO D
mostra a rede de estações utilizadas para a coleta de dados de radiação e o
conjunto de mapas elaborados neste estudo.
Outra grande contribuição na área de energia solar foi à publicação em 2004
do livro “Edifícios Solares Fotovoltaicos: o potencial da geração solar fotovoltaica
integrada a edificações urbanas e interligada à rede elétrica pública no Brasil”,
elaborado pelo professor Ricardo Rüther, pela UFSC / LABSOLAR.
Este livro enfatiza quanto à aplicação de energia solar fotovoltaica
principalmente através de SFVCR aplicados em ambientes urbanos na forma de
geração distribuída, e a integração desta tecnologia ao entorno construído com uma
ênfase maior quanto à utilização da tecnologia de filmes finos, extremamente
promissora naquele período.
Um dos produtos gerados neste trabalho foi à elaboração do Atlas
Fotovoltaico do Brasil (a partir dos dados de irradiação apresentados no Atlas de
Irradiação Solar do Brasil), com a apresentação de um conjunto de mapas mensais
com as médias diárias, e um mapa com a média anual do total diário de energia em
(kWh) que pode ser gerado por cada 1 kWp instalado (também chamado de
produtividade kWh/kWp) de SFVCR em qualquer ponto do território nacional, tendo
sido desenvolvido para sistemas solares fotovoltaicos utilizando a tecnologia de
filmes finos de a-Si (silício amorfo), nas condições ideais de geração de energia
elétrica em SFVCR. Para a quantificação da energia elétrica produzida de acordo
87

com a irradiação incidente no local, foi utilizado neste estudo uma taxa de
desempenho (performance ratio) de 80%, valor este adotado em função de valores
obtidos pelo SFVCR instalado na UFSC (RÜTHER, 2004). A Figura 32 mostra o
Mapa Fotovoltaico do Brasil com os valores de energia elétrica diária estimada
gerada para cada 1 kWp de SFV instalado, para a tecnologia de filmes finos de
silício amorfo.

Figura 32. Mapa Fotovoltaico do Brasil – média diária anual.


Fonte: Rüther (2004).

Em 2006 ocorreu a publicação mais recente na área, que foi o Atlas Brasileiro
de Energia Solar desenvolvido dentro do escopo do projeto SWERA (Solar and Wind
Energy Resource Assessment).
Segundo Pereira et al. (2006) o projeto foi iniciado em 2001 sob a
coordenação da Divisão de Clima e Meio Ambiente (DMA) do Centro de Previsão de
Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE), com financiamento do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente
(PNUMA) e co-financiado pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF). Este
88

projeto teve como objetivo principal promover o levantamento de uma base de dados
confiável e de alta qualidade, visando auxiliar no planejamento e desenvolvimento
de políticas públicas que possibilitem o incentivo a projetos nacionais de energia
solar e eólica.
O resultado deste trabalho, entre outros produtos, foi à geração de um
conjunto de mapas das diversas componentes da radiação solar: global, direta,
difusa, plano inclinado e PAR (do inglês Photosynthetically Active Radiation), e a
disponibilização de uma base de dados com acesso livre.
Para este trabalho foram utilizados dados entre 1995 e 2005, através de
imagens dos satélites GOES-8 e GOES-12 (ocuparam a posição 75ºW sobre a linha
do Equador), e de 95 estações de medições existentes no território brasileiro com
dados de temperatura e visibilidade para o Brasil da base de dados “Global Surface
Summary of Day Data” desenvolvida e mantida pelo National Climatic Data Center
(NCDC). A Figura 33 mostra as estações de medição utilizadas no desenvolvimento
deste trabalho.

Figura 33. Estações de medição existentes no território brasileiro das quais os dados disponíveis
foram utilizados.
Fonte: Pereira et al. (2006).

Para obtenção das estimativas de radiação solar incidente na superfície foi


utilizado o modelo BRASIL-SR, que é um modelo físico utilizado para obtenção
89

destas estimativas. Os mapas de irradiação gerados mostram faixas de valores da


média anual e média sazonal da irradiação (em kWh/m².dia) na resolução espacial
de 10 km x 10 km. A validação dos dados gerados pelo modelo foi realizada por
meio de comparação com os valores medidos em superfície em estações
distribuídas pelo território brasileiro, através de estações da rede SONDA (Sistema
de Organização Nacional de Dados Ambientais), e dados medidos em plataformas
de coleta de dados (PCD), gerenciadas pelo CPTEC (PEREIRA et al., 2006). As
estações pertencentes à rede SONDA utilizadas para validação de dados são
apresentadas na Figura 34.

Figura 34. Estações da rede SONDA utilizadas na etapa de validação do modelo BRASIL-SR.
Fonte: Pereira et al. (2006).

Uma das grandes contribuições deste estudo foi a apresentação de mapas


com valores de irradiação média anual Global Horizontal e no Plano Inclinado
(inclinação igual à latitude do local e orientados para o norte geográfico),
extremamente importante em projetos de SFV.
A Figura 35 mostra o mapa de irradiação Global Horizontal, enquanto a Figura
36 mostra o mapa de irradiação no Plano Inclinado.
90

Figura 35. Mapa de irradiação Global Horizontal - média diária anual (kWh/m².dia).
Fonte: Pereira et al. (2006).

Figura 36. Mapa de irradiação no Plano Inclinado - média diária anual (kWh/m².dia).
Fonte: Pereira et al. (2006).
91

Em 2008 a ANNEL publicou o “Atlas de Energia Elétrica do Brasil”, em que é


utilizado no seu interior um mapa de radiação solar no Brasil, adaptado de Tiba et al.
(2000). A Figura 37 mostra o mapa apresentado no Atlas de Energia Elétrica do
Brasil.

Figura 37. Variação da radiação solar no Brasil em MJ/m².dia.


Fonte: ANEEL (2008).

Em 2011 foi publicado um relatório técnico chamado “Photovoltaic Energy in


Brasil”, onde é abordado sobre o potencial de irradiação no Brasil, necessidade de
energia elétrica no país, principais pesquisadores e centros de pesquisa entre outros
assuntos. Neste trabalho é feita uma comparação entre os mapas de irradiação no
plano inclinado da Europa, publicado em 2006, com o mapa adaptado do Atlas
Brasileiro de Energia Solar (2006) com o mesmo padrão de cores adotado pelo
mapa europeu (KRENZINGER, 2011).
Embora o mesmo padrão de cores utilizado na confecção dos mapas permita
uma percepção do enorme potencial existente no Brasil, ainda assim esta
comparação não é completa, visto a diferença apresentada entre as escalas dos
respectivos mapas, onde o mapa do Brasil apresenta valores diários de irradiação
(kWh/m².dia), enquanto o mapa europeu apresenta valores total anual de irradiação
(kWh/m².ano). O intervalo entre um ponto e outro na escala adotado no mapa de
irradiação no Brasil é de 73 kWh/m².ano (convertido do valor médio diário para total
92

anual), enquanto o intervalo utilizado no mapa europeu é de 100 kWh/m².ano. A


Figura 38 mostra a comparação apresentada neste documento.

Figura 38. Comparação entre o mapa de irradiação no plano inclinado do Brasil e Europa.
Fonte: Krenzinger (2011).

2.4.6 Comparação entre os mapas gerados no Brasil com mapas gerados na


Europa

O item 2.4.5 mostrou um panorama histórico das pesquisas realizadas até o


momento e suas publicações. Uma das questões importantes analisadas nesta tese
são os diferentes padrões de escala e cores utilizados para elaboração dos mapas
de irradiação. Isto evidencia uma das dificuldades encontradas pelos pesquisadores
na área de fotovoltaica em poder comparar os mapas já elaborados no Brasil com
mapas de outros países ou regiões. Nem sempre esta comparação é visualmente
fácil devido à diferença entre as escalas e cores utilizadas para representar os níveis
de irradiação nos vários mapas existentes em países ou regiões de diferentes
continentes. Estes diferentes padrões dificultam ainda mais a análise por
profissionais que não são da área de energia solar, o que pode influenciar em
decisões futuras quanto a investimentos nesta área ou em políticas públicas.
93

Entretanto, isto não ocorre apenas no Brasil. Pesquisadores no mundo todo


tentam representar da melhor maneira possível os valores de irradiação encontrados
em determinadas regiões do planeta, fazendo com que novos padrões sejam criados
ou aprimorados.
Uma das publicações internacionais relevantes é o da European Commission,
através do Joint Research Centre, Institute for Energy and Transport (IET),
Photovoltaic Geographical Information System (PVGIS), que apresenta em sua
página os mapas com a média anual Global Horizontal e no Plano Inclinado dos
países Europeus e África. A Figura 39 mostra os mapas de irradiação média anual
Global Horizontal da Alemanha, com padrões diferentes de escala e cores
apresentados nas duas últimas publicações.
Um grande diferencial apresentado por estes mapas é a representação não
apenas dos valores de irradiação encontrados (kWh/m²), mas também os valores
estimados de energia elétrica gerada para um sistema fotovoltaico de 1 kWp e taxa
de desempenho de 75% (kWh/kWp) nas condições ideais de geração de energia
elétrica em SFVCR. A Figura 40 mostra uma comparação entre os mapas de
irradiação Global Horizontal elaborados nas pesquisas desenvolvidas no Brasil e os
da Alemanha desenvolvido pela European Commission.

Última atualização – 10 Fevereiro 2012 Última atualização – 04 Setembro 2012 (versão Atual)

Figura 39. Mapa de Irradiação Global Horizontal e de Energia Elétrica Total Anual Estimada para uma
taxa de desempenho de 75% na Alemanha em diferentes datas.
Fonte: Šúri et al. (2007), Huld et al. (2012a), EUROPEAN COMMISSION (2012).
94

Mapas da Atlas Brasileiro Energia Atlas de Irradiação Solar do


Alemanha Solar (2006) Brasil (1998)

Versão
Anterior

Atlas de Energia Elétrica do Brasil


Atlas Solarimétrico do (2008) - Adaptado Atlas
Brasil (2000) Solarimétrico do Brasil (2000)

Versão
Atual

Figura 40. Mapas de irradiação Global Horizontal do Brasil (valor diário) e na Alemanha (valor anual).
Fonte: Adaptado de Colle e Pereira (1998), Tiba et al. (2000), Pereira et al. (2006), ANEEL (2008),
Šúri et al. (2007), Huld et al. (2012a), EUROPEAN COMMISSION (2012).

Os mapas apresentados na Figura 40 mostram a dificuldade de se comparar


mapas de irradiação de publicações diferentes no Brasil, e estas com publicações
internacionais. Além da utilização de cores diferentes para representar o potencial
de irradiação em cada região, existe a questão de diferentes escalas e unidades. No
Atlas de Irradiação Solar do Brasil (1998), a unidade utilizada foi em Wh/m².dia. No
Atlas Solarimétrico do Brasil (2000), e depois no mapa adaptado apresentado no
Atlas de Energia Elétrica do Brasil (2008), os valores de irradiação são apresentados
em MJ/m².dia. Finalmente no Atlas Brasileiro de Energia Solar (2006), os dados são
apresentados em kWh/m².dia, mesma unidade utilizada pelos mapas produzidos
pela European Commission. Diferentemente dos mapas da Alemanha onde os
valores de irradiação apresentados estão numa escala com média anual, os valores
apresentados pelos mapas no Brasil estão em uma escala com média diária anual.
O mesmo ocorre ao se analisar mapas de irradiação no Plano Inclinado, onde
no Brasil existem apenas os mapas gerados pelo Atlas Brasileiro de Energia Solar
95

(Pereira et al., 2006), com valores de irradiação média diária anual em kWh/m².dia, e
no livro Edifícios Solares Fotovoltaicos (Rüther, 2004), que apresenta o Mapa
Fotovoltaico do Brasil com valores de energia elétrica média diária anual estimada
gerada para cada 1kWp instalado, desenvolvido para sistemas fotovoltaicos
utilizando a tecnologia de filmes finos de silício amorfo (a-Si), e com módulos com
inclinação igual a latitude local, orientados para o Norte Verdadeiro, e taxa de
desempenho de 80%.
A Figura 41 mostra os mapas de irradiação média anual no Plano Inclinado da
Alemanha, com padrões diferentes de escala e cores apresentados nas duas últimas
publicações, e a Figura 42 mostra os mapas de irradiação no Plano Inclinado
elaborados nas pesquisas desenvolvidas no Brasil e os da Alemanha elaborados
pela European Commission.

Última atualização – 10 Fevereiro 2012 Última atualização – 04 Setembro 2012 (versão Atual)

Figura 41. Mapas de Irradiação e de Energia Elétrica Total Anual Estimada no Plano Inclinado, para
uma taxa de desempenho de 75% e condições ideais de geração.
Fonte: Šúri et al. (2007), Huld et al. (2012a), EUROPEAN COMMISSION (2012).

Ao se comparar os mapas gerados no Brasil com o da Alemanha (versão


atualizada até 10 de fevereiro de 2012 – “versão anterior”), é difícil perceber qual
entre os mapas possui maior potencial de irradiação no plano inclinado, devido às
cores apresentadas. Se aliado a isto houver a informação de que a Alemanha é o
96

país que possui a maior capacidade instalada, com aproximadamente 36 GWp


instalados até 2013 (REN, 2014), uma pessoa sem conhecimento no tema seria
levada a acreditar erroneamente que o potencial da Alemanha é maior ou próximo
ao apresentado no Brasil, o que não é verdade. Segundo Pereira et al. (2006), os
valores de irradiação encontrados no Brasil, de uma maneira geral são muito
superiores aos encontrados nos países da Europa.

Atlas Brasileiro de Energia


Mapas da Solar (2006)
Alemanha

Versão
Anterior

Atlas Fotovoltaico do
Brasil 2004

Versão
Atual

Figura 42. Mapas de Irradiação e de Energia Elétrica Estimada na Alemanha (valor anual), e no Brasil
(valor diário).
Fonte: Adaptado Rüther (2004), Pereira et al. (2006), Šúri et al. (2007),
Huld et al. (2012a), EUROPEAN COMMISSION (2012).

Quando a comparação é realizada com o mapa atual de irradiação do plano


inclinado da Alemanha (versão de 04 de setembro de 2012), ainda assim é difícil
para alguém sem conhecimento técnico no assunto afirmar onde se encontra o
maior potencial, embora neste caso o Atlas Brasileiro de Energia Solar pareça
demonstrar maior potencial devido ao padrão de cores utilizado. Apesar disto, ao se
97

olhar especificamente o estado do Paraná, as cores também levam a acreditar no


baixo potencial deste estado. Este tipo de interpretação é extremamente comum,
pois primeiramente observa-se às cores, para num segundo momento analisar-se os
valores apresentados. Ao se observar mais atentamente os valores de irradiação no
plano inclinado (Atlas Brasileiro de Energia Solar - 2006), e de produtividade (Atlas
Fotovoltaico do Brasil - 2004) apresentados no litoral do Paraná, região que
apresenta os menores valores do estado, estes são muito superiores aos
apresentados na Alemanha.
Entretanto, mesmo quando estes valores são mostrados, nem sempre são de
fácil compreensão como já observado, pois escalas e unidades utilizadas
normalmente não são as mesmas. A Figura 43 mostra o detalhe do estado do
Paraná juntamente com os mapas da Alemanha.

Mapas da Atlas Brasileiro de Energia


Alemanha Solar (2006). Detalhe do estado
do Paraná

Versão
Anterior

Estado
do
Paraná
Atlas Fotovoltaico do
Brasil 2004. Detlahe do
estado do Paraná

Versão
Atual

Figura 43. Detalhe do estado do Paraná, onde são mostrados os valores de irradiação no plano
inclinado (Atlas Brasileiro de Energia Solar - 2006) e produtividade (Atlas Fotovoltaico do Brasil -
2004), com os da Alemanha, mostrando a dificuldade de comparação entre os mapas publicados.
Fonte: Adaptado Rüther (2004), Pereira et al. (2006), Šúri et al. (2007),
Huld et al. (2012a), EUROPEAN COMMISSION (2012).
98

Diante da dificuldade apresentada em analisar e poder comparar os mapas


publicados no Brasil e estes com os elaborados em outros países, conforme o
referencial bibliográfico pesquisado, torna-se imprescindível a elaboração de um
mapa capaz de, através de dados com qualidade e alta confiabilidade, apresentar os
valores de irradiação e da correspondente capacidade de geração de energia
elétrica estimada por fonte solar fotovoltaica, e que possibilite comparações com
publicações internacionais já existentes e de relevância científica, como a
apresentada neste capítulo pela European Commission.

Conclusões sobre o capítulo:

a. A revisão realizada mostra que o Desenvolvimento Sustentável é um


conceito que está em constante desenvolvimento, onde o foco atual
concentra-se no equilíbrio entre as dimensões econômica, social e
ambiental;
b. A Matriz Elétrica Global mostrou que ano após ano tem havido uma
diminuição da participação de fontes energéticas como nuclear e
combustíveis fósseis na geração de energia elétrica, enquanto que a
participação de fontes renováveis não hidro tem aumentado;
c. No caso da Matriz Elétrica Brasileira, os valores apresentados pelo Balanço
Energético Nacional apresentaram uma tendência diferente da Global.
Embora tenha tido um crescimento na participação de renováveis não hidro
na geração de energia elétrica, houve uma queda acentuada na geração
através de hidroelétricas, e uma grande elevação na participação de
combustíveis fósseis devido ao alto despacho das térmicas, o que é
contrário ao modelo atual de sustentabilidade;
d. Quanto ao Paraná, atualmente quase toda energia elétrica gerada provêm
das hidroelétricas. Entretanto à exploração deste tipo de fonte está próxima
do seu limite, necessitando o estado de novas fontes energéticas e
renováveis para geração de energia elétrica;
e. O setor que mais consome energia elétrica no sistema é o industrial,
seguido do residencial e do comercial, sendo este último àquele que mais
deverá crescer até 2023;
99

f. Atualmente às perdas no sistema elétrico brasileiro são em média da


ordem de 16,8%, sendo no subsistema Sul onde são encontradas as
menores perdas com 13,3%, e no subsistema Norte as maiores com
21,1%;
g. Quanto às resoluções editadas para incentivo à Solar e à Geração
Distribuída, alguns projetos da Chamada nº 13 não foram implantados,
inclusive dois projetos aprovados pela Aneel no estado do Paraná,
impossibilitando que pesquisas relevantes fossem desenvolvidas no
estado. Quanto à regulamentação 482/2012, o maior entrave encontra-se
na questão da tributação da energia ativa injetada no sistema e depois
consumida, sendo que no estado do Paraná o ICMS atual é de 29% o que
dificulta o retorno financeiro de sistemas implantados no modelo de
compensação de energia, devendo o governo federal rever esta questão
para incentivo à Geração Distribuída;
h. Outra questão importante levantada foi quanto ao comportamento da Curva
de Carga no Brasil e no Paraná, onde o maior consumo de energia elétrica
tem ocorrido durante o horário comercial justamente quando se tem os
maiores níveis de radiação solar, o que torna a fonte fotovoltaica muito
importante na matriz elétrica do Paraná e no Brasil como complementação
à outras fontes já existentes como às hidroelétricas, principalmente em
períodos de seca ou que as anteveem para preservação das reservas
hídricas;
i. O conceito de sistema fotovoltaico já está muito bem consolidado ao redor
do mundo, com a eficiência das tecnologias cada vez mais elevadas e com
custos cada vez menores, o que incentiva ainda mais a aplicação desta
tecnologia;
j. Quanto ao Potencial de Irradiação, a pesquisa mostrou o grande potencial
existente no Brasil, muito superior ao encontrado na Alemanha que possui
a maior capacidade instalada em sistemas fotovoltaicos;
k. Os mapas publicados a partir de 1998 mostraram a dificuldade de efetuar
comparações entre as diferentes versões de mapas de irradiação
publicados no Brasil e estes com publicações de outros países, o que leva
muitas vezes a uma interpretação errônea quanto aos potenciais
apresentados principalmente por pessoas sem conhecimento técnico
100

específico no assunto. Isto se deve principalmente devido aos padrões de


cores e escalas utilizados, necessitando da elaboração de mapas que
possibilitem à devida comparação com outros países utilizando um mesmo
padrão, e que possa ser interpretado por pessoas sem conhecimento
técnico profundo, vindo a ser um instrumento muito importante na
elaboração de políticas públicas específicas para incentivo à disseminação
desta fonte;
l. Como conclusão final deste capítulo, os incentivos dados pelo governo
federal nos últimos anos para a construção de usinas térmicas, evidencia a
preocupação quanto à geração de energia elétrica por hidroelétricas devido
à dificuldade de expansão desta fonte no país. Aliado a isto, períodos de
estiagem prolongada como a que vem ocorrendo a partir de 2012, se
prolongando por 2013, 2014 e 2015, fazem com que o despacho através
de usinas térmicas seja muito superior aos registrados em períodos
anteriores. Aliada a demanda crescente de consumo de energia elétrica no
país, as térmicas têm como ponto forte a seu favor a disponibilidade na
geração visto que a maior parte é movida a combustíveis fósseis, o que é
chamado de “geração firme”. Entretanto este tipo de geração impacta
diretamente ao meio ambiente devido à geração de gases causadores do
efeito estufa que contribuem para o aquecimento global, além do alto custo
de geração, que de uma forma ou de outra são obrigatoriamente
repassados ao consumidor. Estes fatos acabam por contribuir quanto à
necessidade de diversificar a matriz elétrica nacional através de outras
fontes de energia, em evidência às renováveis como biomassa, eólica e
solar. Dentre estas fontes, a solar possui um enorme potencial no Brasil,
podendo ser explorado em praticamente todo território nacional, conforme
tem demonstrado em estudos iniciados na década de 50.
m. Em relação ao estado do Paraná, a exploração de energia hidroelétrica
também se encontra com dificuldade de expansão na matriz elétrica do
estado, devendo o estado investir em novas fontes renováveis de energia
elétrica, entre elas a solar. Aliado a isto, a curva de carga apresentada no
estado e na região metropolitana de Curitiba, evidenciam o grande
consumo de energia elétrica durante o período de maior geração de
energia através de SFVCR. Entretanto, falta ao Paraná um estudo
101

específico, atualizado e detalhado que evidencie o potencial existente no


estado desta importante fonte energética, e que possibilite comparações
com outros países que já possuem uma capacidade instalada em SFVCR
elevada como os países europeus, de forma a contribuir na disseminação
de projetos de pesquisa e desenvolvimento no estado.
102

3 POTENCIAL FOTOVOLTAICO NO ESTADO DO PARANÁ

No Capítulo 2, foram vistos os principais aspectos sobre Desenvolvimento


Sustentável, Energia, Matriz Elétrica Global e Matriz Elétrica Brasileira, Geração de
Energia Elétrica no Paraná, Comportamento da Curva de Carga tradicional e atual
no Brasil e no estado do Paraná, o levantamento histórico do mapeamento da
Irradiação no Brasil, e a dificuldade de comparação entre mapas de irradiação
gerados no Brasil e estes com mapas internacionais.
Neste capítulo é apresentada a contribuição desta pesquisa, com a descrição
dos passos que levaram à determinação do Potencial Fotovoltaico do estado do
Paraná, onde são descritos a origem dos dados de irradiação utilizados, os critérios
e premissas adotados para o levantamento dos valores de irradiação e de geração
de energia elétrica estimada no Paraná, e que resultou na determinação do seu
potencial de forma detalhada.
Esta parte da pesquisa se inicia com o levantamento dos dados de irradiação
no estado do Paraná abrangendo 48 cidades previamente selecionadas, e na
elaboração do mapa fotovoltaico com resultados parciais do estado. Na sua segunda
parte é desenvolvido um conjunto de mapas Fotovoltaicos com o Total Anual, Média
Diária Mensal e Média Diária Sazonal de forma completa, abrangendo todo o estado
na resolução 10 km x 10 km, e que constituem o Atlas Fotovoltaico do Estado do
Paraná. Por final, neste capítulo são apresentados o potencial de irradiação e de
produtividade Total Anual Média dos 399 municípios do estado.

3.1 O ESTADO DO PARANÁ

O Estado do Paraná situa-se ao sul do Brasil, com área de 199.880 km², com
uma população de 10.444.526 habitantes, distribuída em 399 municípios, e que
apresentou no ano de 2013 um consumo de energia elétrica de aproximadamente
27 TWh (IPARDES, 2013).
O estado apresenta ainda um Potencial Hidráulico de 24,12 GW, e estima-se
que quase 70% deste potencial já tenham sido explorados, chegando-se à
conclusão de que há muito pouco espaço para a expansão da hidroeletricidade visto
103

os impactos ambientais e pressões da sociedade para novos investimentos,


carecendo o estado de investimentos em outras fontes para geração de energia
elétrica, em destaque as renováveis como eólica e solar (TIEPOLO et al., 2014c).
Quanto ao potencial eólico do estado levando-se em consideração as curvas
médias de desempenho de turbinas eólicas, quando instaladas em torres de 50
metros de altura a capacidade instalada estimada é de 312 MW, enquanto que para
turbinas instaladas a 75 metros de altura a capacidade instalada estimada é de
1.363 MW, e para turbinas instaladas a 100 metros de altura a capacidade instalada
estimada é de 3.375 MW (COPEL, 2007), valores muito aquém da capacidade
instalada em SFVCR na Alemanha em torno de 36.000 MW até o final de 2013
(REN21, 2014).
Diante disto, o levantamento do potencial de energia solar através de SFVCR
no estado do Paraná é de fundamental importância, de forma a auxiliar governo,
consumidores e investidores quanto à utilização desta fonte renovável de energia,
de forma a complementar a atual matriz elétrica paranaense.

3.2 BANCO DE DADOS DE IRRADIAÇÃO

Para elaboração dos mapas e determinação do potencial de geração de


energia elétrica através de SFVCR no estado do Paraná, foi utilizado o banco de
dados de irradiação no plano inclinado gerado pelo projeto SWERA do Atlas
Brasileiro de Energia Solar (2006), e disponibilizado pelo INPE através do site da
rede SONDA.
A rede SONDA (Sistema de Organização Nacional de Dados Ambientais)
nasceu de um projeto do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), com o
objetivo de implantar uma infra-estrutura física e de recursos humanos destinada a
levantar e melhorar a base de dados dos recursos de energia solar e eólica no
Brasil, cujos dados passam por um processo de validação para garantir a sua
confiabilidade, baseado na estratégia de controle de qualidade de dados adotada
pela BSRN (Baseline Surface Radiation Network) (SONDA, 2015). A Figura 44
mostra as estações pertencentes à rede SONDA, com a inclusão recente de uma
nova estação em Cachoeira Paulista (São Paulo) e outra em Curitiba (Paraná).
104

Figura 44. Estações pertencentes à rede SONDA.


Fonte: SONDA (2015).

Segundo Pereira et al. (2006), existem de maneira geral dois métodos para a
determinação dos recursos de energia solar em uma região extensa: a utilização de
uma rede de radiômetros distribuídos pela região analisada associada a técnicas de
interpolação dos dados de radiação coletados, e o uso de modelos computacionais
para estimar a radiação solar incidente por meio de relações empíricas ou da
solução da equação de transferência radiativa na atmosfera.
Entretanto, embora os dados de radiação obtidos através de radiômetros
apresentem na maior parte das vezes níveis de confiabilidade superior àqueles que
podem ser obtidos através de modelos radiativos, o mesmo não acontece para os
resultados de interpolações entre os radiômetros com distâncias superiores a 45 km
entre eles numa rede de observação, onde os dados interpolados de totais diários
de irradiação apresentam níveis de confiabilidade inferiores às estimativas obtidas
com modelos que utilizam imagens de satélite, como é o caso do modelo adotado na
elaboração do Atlas Brasileiro de Energia Solar (PEREZ et al., 1997) (PEREIRA et
al., 2006).
As estimativas de irradiação disponibilizadas nos arquivos fornecidos pelo
Atlas Brasileiro de Energia Solar foram geradas a partir do modelo de transferência
radiativa BRASIL-SR, e validadas por meio de comparação com valores medidos em
105

superfície em estações da rede SONDA e em plataformas de coleta de dados


(PCD), com erro de aproximadamente 10%. O modelo BRASIL-SR fornece
estimativas de fluxo de radiação solar na superfície a partir de informações de
nebulosidade extraídas de imagens de satélite geoestacionário, e de dados
climatológicos de variáveis ambientais para modelar a composição da atmosfera e
os processos radiativos que nela ocorrem. Para isto, foi necessária uma extensa
base de dados de satélite e dados coletados em superfície para o mapeamento do
fluxo de radiação solar incidente no território brasileiro. Um ponto importante é
quanto aos eventos de queimada característicos da região centro-oeste brasileira, e
que lançam para a atmosfera uma concentração de aerossóis que são responsáveis
por uma atenuação extra da radiação solar, e que produz um erro sistemático nas
estimativas fornecidas pelo modelo BRASIL-SR devido a superestimação da
irradiação solar, por esta não considerar a atenuação devida aos aerossóis emitidos
durante a queima (MARTINS et al., 2004) (PEREIRA et al., 2006) (ECHER et al.,
2006) (MARTINS et al., 2007).
A Figura 45 mostra de forma simplificada o fluxograma do processo
executado pelo Modelo BRASIL-SR para estimar a irradiação solar na superfície.

Figura 45. Fluxograma simplificado do modelo BRASIL-SR.


Fonte: Viana et al. (2010b).
106

A saída do modelo gera arquivos com metadados de cada tipo de radiação


solar: difusa, direta normal, global horizontal, plano inclinado e PAR. A base de
dados utilizada na elaboração do Atlas Brasileiro de Energia Solar está em formato
SHP (shapefile), podendo ser aberta pela grande maioria dos Sistemas de
Informação Geográfica (SIG - ou GIS em inglês), e os arquivos com os dados de
irradiação com a extensão “.dbf”, os quais podem ser abertos diretamente em
planilhas eletrônicas como o Excel. Estes arquivos contêm dados de longitude e
latitude em graus decimais, e valores de irradiação média diária mensal (janeiro a
dezembro), média anual do total diário, e média diária sazonal (primavera, verão,
outono e inverno) em kWh/m².dia (em arquivos disponibilizados pelo site do INPE,
os dados atualmente são disponibilizados em Wh/m².dia). A resolução espacial
utilizada no banco de dados e consequentemente nos mapas gerados no Atlas é de
10 km x 10 km, o que equivale a 1 pixel, sendo então fornecidos dados de irradiação
com esta resolução. A Figura 46 mostra o mapa do Brasil na resolução de 10 km x
10 km, com uma parte ampliada no leste do estado do Paraná para melhor
visualização dos píxeis.

Figura 46. Mapa mostrando os píxeis com resolução de 10 km x 10 km, e detalhe do estado do
Paraná.
107

3.3 MAPA DO POTENCIAL FOTOVOLTAICO DO ESTADO DO PARANÁ –


ESTUDO PRELIMINAR

Neste item é descrito o processo de elaboração do Mapa Fotovoltaico do


estado do Paraná, em sua versão inicial, com o estudo de 48 municípios do estado.

3.3.1 Definição das Cidades Inicialmente Pesquisadas

Foram selecionadas neste estudo 48 cidades no estado do Paraná de forma


amostral, distribuídas o mais uniformemente possível, de forma a abranger todas as
regiões do estado e com objetivo de coletar um grande número de informações de
irradiação e de geração de energia elétrica, e elaborar uma estimativa inicial do seu
potencial. A Figura 47 mostra o mapa do estado do Paraná com a identificação das
cidades utilizadas como base deste estudo.

12
41
9
44
42 36

25 43
29

22 10
8
47

15 4 14

46 21
23
27
28

34 7
6
39
3
17
31 16
24 1 45
20 11 32 35 19
40
5 13
30
26 18
2
38
48
37

33

Figura 47. Destaque das 48 localidades selecionadas para a pesquisa.


Fonte: Adaptado de Guia Geográfico (2014).
108

Para cada uma das localidades escolhidas foram identificadas a sua latitude e
longitude de acordo com o cadastro do aplicativo Google Earth. Estas coordenadas
são importantes na identificação dos valores de irradiação do ponto mais próximo da
localidade pesquisada de acordo com a base de dados do plano inclinado, sendo
considerada a irradiação da localidade como sendo a irradiação deste ponto. A
Tabela 6 apresenta a relação das localidades pesquisadas com as suas respectivas
coordenadas.

Tabela 6. Tabela contendo as coordenadas de latitude e longitude das 48 localidades selecionadas


do estado do Paraná para este estudo.
Fonte: Adaptado do Google Earth.

Latitude e Longitude em graus fracionários (graus decimais)


Seq. Localidade
Latitude Orientação Longitude Orientação

1 Antonina 25,43 Sul 48,69 Oeste

2 Antonio Olinto 25,98 Sul 50,17 Oeste

3 Bocaiúva do Sul 25,20 Sul 49,11 Oeste

4 Campo Mourão 24,05 Sul 52,38 Oeste

5 Capanema 25,69 Sul 53,80 Oeste

6 Cascavel 24,96 Sul 53,46 Oeste

7 Cerro Azul 24,83 Sul 49,26 Oeste

8 Cianorte 23,66 Sul 52,61 Oeste

9 Colorado 22,84 Sul 51,97 Oeste

10 Congonhas 23,20 Sul 50,73 Oeste

11 Curitiba 25,43 Sul 49,27 Oeste

12 Diamante do Norte 22,66 Sul 52,87 Oeste

13 Dois Vizinhos 25,73 Sul 53,06 Oeste

14 Faxinal 24,00 Sul 51,32 Oeste

15 Francisco Alves 24,06 Sul 53,84 Oeste

16 Guarapuava 25,39 Sul 51,46 Oeste

17 Guaraqueçaba 25,29 Sul 48,32 Oeste

18 Guaratuba 25,88 Sul 48,58 Oeste

19 Ilha do Mel 25,51 Sul 48,34 Oeste

20 Irati 25,47 Sul 50,65 Oeste

21 Jaguariaíva 24,24 Sul 49,72 Oeste

22 Jandaia do Sul 23,60 Sul 51,64 Oeste

23 Juranda 24,42 Sul 52,85 Oeste


109

Continuação da Tabela 6.

Latitude e Longitude em graus fracionários (graus decimais)


Seq. Localidade
Latitude Orientação Longitude Orientação

24 Laranjeiras do Sul 25,41 Sul 52,41 Oeste

25 Londrina 23,29 Sul 51,17 Oeste

26 Mangueirinha 25,94 Sul 52,19 Oeste

27 Manoel Ribas 24,54 Sul 51,64 Oeste

28 Marechal Cândido Rondon 24,56 Sul 54,06 Oeste

29 Maringá 23,43 Sul 51,94 Oeste

30 Matinhos 25,82 Sul 48,54 Oeste

31 Medianeira 25,29 Sul 54,13 Oeste

32 Morretes 25,48 Sul 48,83 Oeste

33 Palmas 26,48 Sul 51,99 Oeste

34 Palmital 24,89 Sul 52,19 Oeste

35 Paranaguá 25,52 Sul 48,51 Oeste

36 Paranavaí 23,07 Sul 52,47 Oeste

37 Pato Branco 26,23 Sul 52,67 Oeste

38 Piên 26,10 Sul 49,42 Oeste

39 Ponta Grossa 25,09 Sul 50,16 Oeste

40 Pontal do Paraná 25,67 Sul 48,51 Oeste

41 Porecatu 22,76 Sul 51,39 Oeste

42 Querência do Norte 23,08 Sul 53,48 Oeste

43 Santo Antonio da Platina 23,30 Sul 50,07 Oeste

44 Sertaneja 23,03 Sul 50,84 Oeste

45 Superagui 25,42 Sul 48,23 Oeste

46 Telêmaco Borba 24,32 Sul 50,62 Oeste

47 Umuarama 23,76 Sul 53,32 Oeste

48 União da Vitória 26,23 Sul 51,09 Oeste


110

3.3.2 Determinação dos Valores de Irradiação em cada um dos municípios


selecionados

Com base nas coordenadas apresentadas na Tabela 6 e utilizando-se a base


de dados do Atlas Brasileiro de Energia Solar (2006) para o plano inclinado, foram
identificados os valores da irradiação de cada uma das localidades. Para a
localidade Antonina onde foram determinadas as coordenadas latitude 25,43 sul e
longitude 48,69 oeste, foi pesquisada no arquivo do plano inclinado a coordenada
mais próxima da localidade onde se quer obter os dados de irradiação.
Para determinação da coordenada do ponto mais próximo, as coordenadas
de latitude e longitude das localidades devem estar em graus decimais, visto que é
este tipo de coordenada utilizada pelo banco de dados do Atlas de 2006. É
necessário filtrar no arquivo de irradiação no plano inclinado as coordenadas mais
próximas da localidade pesquisada para que se possa depois determinar qual delas
representa o ponto mais próximo da localidade pesquisada.
Para determinação do ponto mais próximo do local pesquisado (no caso
Antonina), cada coordenada selecionada é inserida no Google Earth de forma a
encontrar os valores correspondentes de irradiação.
Neste caso, foram selecionadas as quatro coordenadas mais próximas:
 Ponto 1: Longitude: -48,78; Latitude: -25,41
 Ponto 2: Longitude: -48,68; Latitude: -25,41
 Ponto 3: Longitude: -48,77; Latitude: -25,50
 Ponto 4: Longitude: -48,67; Latitude: -25,50
A Figura 48 mostra a inserção dos pontos no Google Earth para determinação
do ponto mais próximo da localidade pesquisada.
Para o município de Antonina as coordenadas mais próximas são as do Ponto
2 (Longitude: -48,68; Latitude: -25,41) que dista aproximadamente 4,94 km do local
pesquisado, sendo então considerados os valores de irradiação deste ponto como
sendo os desta localidade (distância de 10 km entre os píxeis no mapa - resolução
10 km x 10 km).
A Figura 49 mostra os dados a serem considerados para esta localidade com
os respectivos valores de irradiação em kWh/m².dia.
111

Figura 48. Imagem do Google Earth com a inserção das coordenadas encontradas mais próximas do
local pesquisado.

Figura 49. Imagem da tela do Excel – identificação da linha com as coordenadas mais próximas do
local pesquisado com os respectivos valores de irradiação no plano inclinado.

De forma análoga, foi determinado para cada localidade o ponto mais próximo
existente na base de dados para obtenção dos correspondentes valores de
irradiação no plano inclinado.
112

3.3.3 Determinação dos Valores de Energia Elétrica Estimada

Com base nos dados de irradiação do ponto mais próximo obtido, foram
calculados os respectivos valores de energia elétrica gerada estimada para este
local.
Para a obtenção dos valores de energia a ser gerada em cada uma das
localidades, foram considerados os seguintes parâmetros: Potência do sistema de 1
kWp, Taxa de Desempenho (TD), Irradiância sob condições padrão de teste (Gstc =
1.000 W/m²), Inclinação e Orientação do SFVCR.
A Taxa de Desempenho (TD) ou Performance Ratio (PR), é a relação entre a
produtividade (kWh/kWp) e a quantidade de horas de sol a 1.000 W/m² (condição
STC) incidentes no painel fotovoltaico, normalmente vinculada a um ano de
operação, sendo esta grandeza expressa em percentagem (MARION et al., 2005)
(URBANETZ e CASAGRANDE, 2012) (URBANETZ et al., 2014a). De outra forma
pode-se também dizer que este valor representa o desempenho descontando as
perdas existentes no sistema tais como: perdas nos inversores, nas conexões, e
principalmente perdas devido à elevação da temperatura nos módulos devido à
temperatura ambiente, entre outras perdas (MARION et al., 2005) (GOETZBERGER
e HOFFMANN, 2005) (REICH et al., 2011), (TIEPOLO et al., 2013a).
Em estudos realizados por Reich et al. (2011), foi analisado o desempenho de
sistemas fotovoltaicos instalados nos anos 1994, 1997, e 2010, com dados
adquiridos durante o Programa 1.000 telhados na Alemanha através do Instituto
Fraunhofer. Neste estudo é mostrado a evolução do desempenho destes sistemas,
podendo chegar a um desempenho próximo de 90% quando os SFVCR são
devidamente otimizados e utilizando-se de tecnologias mais recentes e de alta
eficiência. Como valor médio, foi adotado neste trabalho o valor para a TD de 75%.
Quanto à inclinação e orientação dos módulos, um SFVCR instalado no
hemisfério sul possui orientação ideal voltado para o norte verdadeiro (geográfico) e
com inclinação correspondente à latitude local, sendo estas as condições ideais para
se obter a irradiação máxima anual, e consequentemente na geração de energia
elétrica (RÜTHER, 2004), (URBANETZ, 2010).
Desta forma, os parâmetros para estimar a energia elétrica gerada nas
localidades pesquisadas foram:
113

 Potência do sistema: 1 kWp;


 Taxa de Desempenho (TD): 75 %;
 Gstc: 1.000 W/m² (1 kW/m²);
 Inclinação do sistema fotovoltaico: acompanha a latitude da localidade
pesquisada (maior produção anual de energia elétrica para SFVCR);
 Orientação do sistema fotovoltaico: orientado para o Norte Verdadeiro
(Norte Geográfico).

Com base nos dados de irradiação do ponto mais próximo obtido e nos
parâmetros adotados, foram calculados os respectivos valores de energia elétrica
gerada estimada para cada local pesquisado. Para isto, foi utilizada a Equação 1
descrita por Lorenzo (2002):

𝐻𝑡
𝐸𝐶𝐴 = 𝑃𝑁 . . 𝑃𝑅 . 𝐹𝑆 (1)
𝐺
Onde:
ECA representa a energia elétrica gerada estimada pelo sistema, em kWh
(diária, mensal ou anual);
PN representa a potência nominal do conjunto de módulos, em kWp;
Ht é a irradiação global efetiva incidente numa superfície de inclinação ótima,
em kWh/m² (diária, mensal ou anual);
G é a irradiância que determina a potência nominal dos módulos em
condições padrão de teste, normalmente 1.000 W/m²;
PR corresponde ao desempenho global do sistema (também chamado de
Taxa de Desempenho – TD, o qual será adotado nesta tese);
FS é um fator que representa as perdas por sombreamento, sendo zero (“0”)
quando o SFVCR não recebe luz, e igual a um (“1”) quando não houver sombra
incidente sobre o sistema;

Para o exemplo de Antonina, o valor da irradiação média diária do total anual


no plano inclinado encontrado foi de 4,66 kWh/m².dia. Sendo assim, teremos então:
PN = 1 kWp; Ht = 4,66 kWh/m².dia; G = 1 kW/m²; TD = 0,75; FS = 1.
Para estes valores, o valor correspondente de energia elétrica gerada
estimada média diária anual será igual a 3,50 kWh. Os valores de energia elétrica
114

determinados são diários, em virtude de também os valores de irradiação fornecidos


pelo banco de dados de irradiação também serem diários.
Este valor encontrado é para a média diária anual, ou seja, em média durante
todo o ano um sistema de 1 kWp é capaz de gerar diariamente 3,50 kWh de energia
elétrica, ou mensalmente 106 kWh, ou ainda anualmente 1.276 kWh.
De forma mais precisa, pode-se encontrar o valor diário médio mensal, ou
ainda os valores médios sazonais, utilizando-se para isto a irradiação média diária
mensal ou sazonal, fornecidas pelo banco de dados do Atlas. No caso dos valores
mensais, deve-se multiplicar o valor médio diário mensal pela quantidade de dias do
mês, sendo o somatório dos valores mensais igual ao valor total anual.
Com isto, foram determinados os valores de irradiação e calculados os
valores de energia elétrica gerada estimada para todas as 48 localidades, chegando-
se aos seguintes resultados:
 Menor valor de energia elétrica gerada estimada média diária do total anual
encontrado nas 48 localidades: 3,49 kWh;
 Maior valor de energia elétrica gerada estimada média diária do total anual
encontrado nas 48 localidades: 4,31 kWh;
 Média dos valores de energia elétrica gerada estimada média diária do total
anual encontrado nas 48 localidades: 4,01 kWh.

3.3.4 Mapa Fotovoltaico do Estado do Paraná – Estudo Preliminar 48 cidades

Através dos valores mínimo e máximo encontrados, foi estabelecida uma


escala de valores para agrupar os pontos que estejam dentro do intervalo definido.
As escalas estabelecidas seguiram uma sequência a partir de 3,45 kWh como
o valor inicial, com intervalo de 0,15 kWh entre uma escala e outra, chegando-se ao
seguinte resultado:
 3,45 – 3,60
 3,60 – 3,75
 3,75 – 3,90
 3,90 – 4,05
 4,05 – 4,20
115

 4,20 – 4,35

Com a escala determinada, foram agrupadas no mapa do Paraná as


localidades cujos valores de energia elétrica diária gerada estimada em kWh se
encontravam em cada um dos intervalos estabelecidos, e para melhor visualização,
para cada escala determinada foi elaborada também uma sequência de cores
mostrando de forma mais clara o comportamento em cada uma das regiões
encontradas, onde se procurou salientar o potencial do Paraná visto que o mesmo
apresenta um potencial muito superior ao da Alemanha. A Figura 50 mostra a
primeira versão do Mapa Fotovoltaico do estado do Paraná, apresentando valores
diários de energia elétrica gerada estimada para um sistema de 1kWp.

4,20 – 4,35
4,05 – 4,20
3,90 – 4,05
3,75 – 3,90
3,60 – 3,75
3,45 – 3,60

(kWh / kWp . dia)

Figura 50. Primeira versão do Mapa Fotovoltaico do Paraná, com valores de energia elétrica gerada
estimada em kWh para um sistema com potência de 1 kWp e TD = 75%.
Fonte: Tiepolo et al. (2013a).

A partir das informações geradas pelo mapa para sistemas de 1kWp, é


possível determinar quais os valores gerados previstos de energia elétrica para
qualquer potência de sistema fotovoltaico a ser implantado, em qualquer das regiões
do estado.
116

Os valores apresentados na Figura 50 indicam qual a energia elétrica prevista


que o sistema irá disponibilizar, beneficiando uma melhor produção anual de energia
em SFVCR com uma TD = 75%, diferentemente do apresentado por Rüther (2004)
onde foi utilizada uma TD de 80% para SFVCR com tecnologia de filmes finos.
Em casos onde a inclinação do sistema não acompanha a latitude local, ou
onde a orientação do sistema não acompanha o norte verdadeiro apresentando
desvio azimutal, ou ainda em casos com sombreamento parcial do SFVCR (mesmo
que apenas em alguns períodos do ano), os valores de energia elétrica gerada serão
inferiores aos demonstrados para um mesmo desempenho de 75%.
Embora o mapa apresentado na Figura 50 mostre uma estimativa do
potencial fotovoltaico no estado com uma escala de cores que privilegia a percepção
do seu potencial, não permite ainda uma comparação direta com mapas
internacionais devido ao fato de não ter sido elaborado com os mesmos padrões de
cores e escalas utilizadas por estes.
Com o objetivo de poder efetuar esta comparação, foi realizada uma busca
por mapas internacionais de energia solar para verificar os padrões utilizados, e
identificar qual seria o melhor padrão a ser utilizado para este estudo.
Foram acessados vários sites de institutos de pesquisa nacionais e privados,
cujos mapas podem ser obtidos gratuitamente e em alguns casos sob pagamento.
Entre eles foram consultados o National Renewable Energy Laboratory – NREL do
departamento de energia dos Estados Unidos (http://www.nrel.gov/gis/solar.html),
Australian PV Institute da Agência de Energias Renováveis da Austrália (http://pv-
map.apvi.org.au/), Joint Research Centre do Institute for Energy and Transport – IET
da European Commission (http://re.jrc.ec.europa.eu/pvgis/), Natural Resources
Canada (http://pv.nrcan.gc.ca/), SolarGis (http://solargis.info/doc/postermaps), Solar
Energy Services for Professionals – SODA (http://www.soda-
is.com/eng/map/maps_for_free.html), World Resources Institute dos Estados Unidos
(http://www.wri.org/resources/maps/united-states-solar-radiation-map), e India Solar
Resources Maps do Ministry of New and Renewable Energy
(http://mnre.gov.in/sec/solar-assmnt.htm).
Como resultado deste estudo, foi verificado que todos os institutos e centros
de pesquisa utilizam padrões de cores e escalas diferentes. Diante disto, foi
analisado qual dos padrões de cores e escala entre os mapas pesquisados seria
mais apropriado para representar os valores de irradiação e de geração de energia
117

elétrica gerada estimada no estado do Paraná. Desta forma, entre as opções


estudadas foi escolhido o da Joint Research Centre (JRC) do Institute for Energy
and Transport (IET) da European Commission por possuir as seguintes
características: escala que abrange todos os valores de irradiação e de
produtividade estimados no estado do Paraná, padrão de cores amplo e atual cuja
última atualização aconteceu em setembro de 2012, e a visualização numa única
escala de cores dos valores de irradiação em kWh/m² e de produtividade em
kWh/kWp, ambos com valores anuais. Além disto, a utilização deste mesmo padrão
permitirá a comparação direta entre os mapas do Paraná com os dos países da
Europa onde está a maior parte da capacidade instalada global atual em SFVCR.
Para elaboração desta nova versão do Mapa Fotovoltaico do estado do
Paraná em sua segunda versão, foram então utilizadas as mesmas premissas e
padrões utilizados pela European Commission para estimar o valor da energia
elétrica gerada, já adotadas anteriormente no desenvolvimento da primeira versão,
como: potência do sistema de 1 kWp, taxa de desempenho de 75 %, irradiância em
condições padrão de teste de 1.000 W/m², inclinação do sistema fotovoltaico igual a
latitude da localidade pesquisada, e orientação do sistema fotovoltaico para o norte
verdadeiro (norte geográfico), em função do Paraná encontrar-se no hemisfério sul.
Para as regiões do hemisférico norte, como a Europa, a orientação dos módulos
deve estar direcionada para o sul geográfico.
A escala de cores utilizada apresenta uma variação a cada 100 kWh/m² nos
valores de irradiação, e consequentemente uma variação a cada 75 kWh/kWp de
produtividade, valores anuais. A Figura 51 mostra a escala adotada pela European
Commission para elaboração de seus mapas de radiação solar.

Figura 51. Escala de irradiação e produtividade anual utilizada pela European Commission.
Fonte: Šúri et al. (2007), Huld et al. (2012a), EUROPEAN COMMISSION (2012).

Para esta segunda versão do mapa, foi elaborada uma escala cujas cores
fossem próximas a da matiz de cores utilizadas pela European Commission na
118

confecção dos seus mapas, com escala de valores Total Anual e Total Diária (esta
última proporcional a escala anual).
Com a escala determinada, foram agrupadas no mapa do Paraná as
localidades cujos valores de irradiação ou produtividade se encontravam em cada
um dos novos intervalos estabelecidos pela escala adotada, tendo como resultado a
segunda versão do Mapa Fotovoltaico do estado do Paraná – Total Anual, e os
respectivos Mapas Sazonais com valores diários, conforme apresentado na Figura
52 e Figura 53 respectivamente. Na Figura 54 é mostrada uma comparação entre o
Mapa Fotovoltaico do Paraná nesta segunda versão com a Alemanha.

Figura 52. Segunda versão do Mapa Fotovoltaico do estado do Paraná - Total Anual.
Fonte: Adaptado de Tiepolo et al. (2013d).
119

Figura 53. Mapas Sazonais do estado do Paraná (valores diários).


Fonte: Adaptado de Tiepolo et al. (2013e).

Quando é feita a comparação entre o Mapa Fotovoltaico do Paraná e o da


Alemanha com escala de cores similares e com mesmo intervalo na escala
numérica, conforme apresentado na Figura 54, é possível perceber com extrema
clareza o grande potencial existente no estado principalmente quando comparado
com a Alemanha, o que mostra a vocação do estado do Paraná na geração de
energia elétrica através desta fonte renovável de energia. Quando comparado o
mapa apresentado na Figura 53 com o da Figura 54, pode-se perceber ainda
através das cores utilizadas na escala que mesmo no inverno, período onde temos
os menores níveis de radiação solar, ainda assim o Paraná apresenta valores muito
superiores à média anual apresentada na Alemanha.
120

Figura 54. Comparação entre o Mapa Fotovoltaico do Paraná (2a versão) com a Alemanha.
Fonte: Adaptado de Tiepolo et al. (2013d), Šúri et al. (2007),
Huld et al. (2012a), EUROPEAN COMMISSION (2012).

3.4 MAPA DO POTENCIAL FOTOVOLTAICO DO ESTADO DO PARANÁ – VISÃO


GERAL

As informações apresentadas na Figura 50, Figura 52, Figura 53 e Figura 54,


mostram de forma preliminar o elevado potencial para geração de energia elétrica
através de fonte solar fotovoltaica. Entretanto, os mapas gerados foram baseados
numa amostra de informações de irradiação de 48 localidades do estado. Embora a
representatividade seja de aproximadamente 12% de todo o estado (o Paraná
possui 399 municípios), ainda assim os resultados não representam toda a sua
dimensão, necessitando o estado de mapas com uma precisão ainda maior com
suas respectivas estimativas de irradiação e de produtividade, e cuja escala de
cores e de valores seja igual à utilizada na European Commission para
comparações futuras.
121

3.4.1 Desenvolvimento das escalas e preparação dos dados para o estado do


Paraná

Como já visto, o banco de dados do Atlas Brasileiro de Energia Solar


apresenta uma resolução espacial de 10 km x 10 km, sendo esta resolução
equivalente a um (“1”) píxel. Sendo assim, o banco de dados já fornece os dados de
irradiação (global horizontal, inclinada, direta normal, difusa e PAR) com esta
resolução, ou grau de precisão.
Para o desenvolvimento dos mapas de irradiação e produtividade do estado
do Paraná nesta 3ª versão, foi utilizado o mesmo grau de precisão e qualidade final
de apresentação realizada na elaboração do Atlas Brasileiro de Energia Solar
(2006).
Para isto foi estabelecida parceria com o INPE / CCST (Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais - Centro de Ciência do Sistema Terrestre), para o
desenvolvimento dos mapas do Paraná e para verificar o padrão adotado no
desenvolvimento do Atlas Brasileiro de Energia Solar (2006).
Para o desenvolvimento dos mapas de irradiação e de produtividade do
estado do Paraná, foi utilizado o programa Quantum GIS (QGIS), versão 1.8.0-
Lisboa, que é um sistema de informação geográfica de livre acesso (software free) e
código aberto, próprio para trabalhar com coordenadas.
Com base neste programa e nas premissas elaboradas, foi desenvolvido em
conjunto com o INPE uma escala com o mesmo padrão de cores e escala de valores
utilizada pela European Commission (EC).
Para a elaboração do texto explicativo da escala utilizada, foi utilizado
basicamente o mesmo padrão adotado na Figura 51 pela EC, adaptado aos termos
utilizados no Brasil através da norma brasileira NBR 10899:2006 - “Terminologia
sobre Energia Solar Fotovoltaica” (ABNT, 2006).
Na legenda adotada pela EC, usa-se o termo “global irradiation” para
descrever a irradiação total gerada pelas componentes direta, difusa e de albedo,
mesmo em situações em que não há albedo, em módulos instalados
horizontalmente ou com inclinação qualquer. Entretanto a NBR 10899 tem uma
interpretação que difere da EC, em que define a irradiância global (𝐺𝐻𝑂𝑅 ) como
sendo a potência radiante solar recebida em uma unidade de área em uma
122

superfície horizontal, e sendo igual à irradiância direta mais a irradiância difusa, e


consequentemente a “irradiação global” (𝐻𝐻𝑂𝑅 ) como sendo a irradiância global
integrada durante o intervalo de um dia. Da mesma forma, define a irradiância total
(𝐺𝑇𝑂𝑇 ) como sendo a potência radiante solar total com as componentes direta, difusa
e de albedo, recebido em uma unidade de área em uma superfície com inclinação
qualquer, e a “irradiação total” (𝐻𝑇𝑂𝑇 ) como a irradiância total integrada durante um
intervalo de um dia. Diante disto, na NBR as palavras “Global” e “Total” assumem
conotações diferentes da utilizada pela EC, com “Global” sendo a soma das
componentes direta e difusa numa superfície horizontal, e “Total” como sendo a
soma das componentes direta, difusa e de albedo numa superfície com inclinação
qualquer. Por esta razão, para definir a soma das componentes direta, difusa e de
albedo numa superfície com inclinação qualquer (no caso de SFVCR, com
inclinação igual à latitude do local) será utilizado nesta tese o termo “Total”, tal qual a
orientação da NBR 10899.
A Figura 55 mostra a nova escala com o Total Anual, enquanto a Figura 56
mostra a nova escala com os valores Diária Média (Mensal ou Sazonal), dentro dos
requisitos pré-estabelecidos.

Figura 55. Legenda com valores de Irradiação (HTOT) e de Produtividade Estimada Total Anual no
Plano Inclinado.

Figura 56. Legenda com valores de Irradiação (HTOT) e de Produtividade Estimada Diária Média no
Plano Inclinado.
123

O banco de dados disponibilizado pelo Atlas Brasileiro de Energia Solar


(2006) possui dados de irradiação de todas as latitudes e longitudes dentro do
território nacional na resolução 10 km x 10 km, que corresponde a algo em torno de
87.587 coordenadas.
Para a elaboração dos mapas do Paraná, foi elaborada uma base de dados
apenas com as coordenadas e respectivos valores de irradiação do estado, e
consequentemente a correlação com o mapa do estado do Paraná de acordo com a
base de dados do IBGE. Para este banco de dados específico, além dos valores de
irradiação média diária mensal, média diária do total anual, e média diária sazonal,
foi determinada também a irradiação total anual, uma vez necessária para
comparação com os mapas europeus. A Figura 57 mostra o Mapa do Brasil e em
destaque o estado do Paraná que foi ampliado com a grade de pixel 10 km x 10km.
As imagens foram geradas através do programa Quantum GIS.

Figura 57. Mapa do Brasil - destaque para o estado do Paraná onde está sendo pesquisado o
potencial de geração de energia elétrica através de SFVCR, e recorte do estado ampliado com a
grade de pixel 10 km x 10 km.
124

3.4.2 Mapa Fotovoltaico do Estado do Paraná – Total Anual, Média Diária


Mensal e Média Diária Sazonal

Através dos requisitos previamente estabelecidos, foi elaborado um conjunto


de mapas que apresentam valores de irradiação e de produtividade Total Anual,
média diária Sazonal, e média diária Mensal no plano inclinado, os quais constituem
o Atlas Fotovoltaico do Estado do Paraná. A Figura 58 mostra a versão final do
Mapa Fotovoltaico do estado do Paraná – Total Anual (já na sua terceira versão),
enquanto que a Figura 59 mostra os Mapas Fotovoltaicos Diária Sazonal da
Primavera e Verão, enquanto a Figura 60 mostra os Mapas Fotovoltaicos Diária
Sazonal do Outono e Inverno. No APÊNDICE A é mostrado o conjunto de Mapas
Fotovoltaicos - Diária Mensal.

Figura 58. Mapa Fotovoltaico do Estado do Paraná - Total Anual (Plano Inclinado - HTOT).
Fonte: Adaptado de Tiepolo et al. (2014b).
125

Figura 59. Mapas Fotovoltaicos do Estado do Paraná - Média Diária Sazonal (Plano Inclinado - HTOT)
– Primavera e Verão.
Fonte: Adaptado de Tiepolo et al. (2014b).
126

Figura 60. Mapas Fotovoltaicos do Estado do Paraná - Média Diária Sazonal (Plano Inclinado - HTOT)
– Outono e Inverno.
Fonte: Adaptado de Tiepolo et al. (2014b).
127

Através da análise dos dados de irradiação no plano inclinado do Atlas 2006


para o estado do Paraná, foram encontrados os respectivos valores de irradiação e
calculados os de produtividade gerada estimada. A Tabela 7 apresenta os valores
de irradiação e de produtividade gerada estimada Total Anual mínima, máxima e
média encontrados no estado, enquanto a Tabela 8 apresenta valores diária mensal
e sazonal mínima, máxima e média, no plano inclinado e para uma TD 75%.

Tabela 7. Valores de Irradiação no plano inclinado (HTOT) e de Produtividade Gerada Estimada Total
Anual no estado do Paraná.

Irradiação Total (HTOT) Anual em Produtividade Total Anual Estimada


kWh/m².ano em kWh/kWp.ano, para TD 75%
Estado do Paraná
Mínima Máxima Média Mínima Máxima Média
1.651 2.119 1.986 1.238 1.589 1.490

Tabela 8. Valores de Irradiação no plano inclinado (HTOT) e de Produtividade Gerada Estimada Diária
Média Mensal e Sazonal no estado do Paraná.
Produtividade Gerada Estimada Diária média Mensal e
Irradiação (HTOT) Diária média
Sazonal em kWh/kWp.dia para SFV com inclinação igual a
Meses Mensal e Sazonal em kWh/m².dia
latitude, orientação norte e TD 75%
Mínima Máxima Média Mínima Máxima Média
JANEIRO 4,66 6,46 5,73 3,50 4,85 4,30
FEVEREIRO 4,88 6,13 5,74 3,66 4,60 4,30
MARÇO 5,01 6,34 5,95 3,76 4,76 4,46
ABRIL 4,53 5,96 5,45 3,40 4,47 4,09
MAIO 4,15 5,16 4,79 3,11 3,87 3,59
JUNHO 3,86 5,22 4,79 2,90 3,92 3,59
JULHO 3,61 5,32 4,66 2,71 3,99 3,50
AGOSTO 4,31 6,04 5,59 3,23 4,53 4,19
SETEMBRO 4,05 6,08 5,57 3,04 4,56 4,18
OUTUBRO 4,42 6,34 5,59 3,32 4,76 4,20
NOVEMBRO 4,61 6,10 5,73 3,46 4,58 4,30
DEZEMBRO 4,65 6,15 5,74 3,49 4,61 4,30
PRIMAVERA 4,48 6,08 5,63 3,36 4,56 4,22
VERÃO 4,76 6,21 5,73 3,57 4,66 4,30
OUTONO 4,63 5,77 5,40 3,47 4,33 4,05
INVERNO 4,03 5,47 5,01 3,02 4,10 3,76

Com base nos dados analisados, o menor valor de Irradiação e de


Produtividade Diária Média Mensal ocorre no mês de Julho com 3,61 kWh/m².dia e
2,71 kWh/kWp.dia, enquanto que o maior valor ocorre no mês de Janeiro com 6,46
128

kWh/m².dia e 4,85 kWh/kWp.dia respectivamente, o que mostra a grande


variabilidade que ocorre durante todo o ano quando analisado todas as regiões do
estado, conforme já relatado por Colle e Pereira (1998), Pereira et al. (2006), Martins
et al. (2007). Ao se observar o valor de irradiação e de produtividade Média Mensal
Diária avaliada em todo o Paraná, a MENOR média encontrada continua sendo a do
mês de Julho com 4,66 kWh/m².dia e 3,50 kWh/kWp.dia, enquanto a MAIOR média
ocorre no mês de Março com 5,95 kWh/m².dia e 4,46 kWh/kWp.dia respectivamente.
Esta maior média no mês de março pode ser observada no APÊNDICE A, em que
apresenta maior quantidade de píxeis (e consequentemente municípios) com valor
de irradiação elevado.
Através dos mesmos requisitos estabelecidos, foi elaborado também um
conjunto de mapas que apresentam valores de irradiação global e de produtividade
Anual e média diária Sazonal no plano Horizontal. A Figura 61 mostra o Mapa
Fotovoltaico do estado do Paraná – Global Anual, enquanto que a Figura 62 mostra
os Mapas Fotovoltaico Global Sazonal da Primavera e Verão, enquanto a Figura 63
mostra os Mapas Fotovoltaico Global Sazonal do Outono e Inverno.

Figura 61. Mapa Fotovoltaico do estado do Paraná – Global Anual (Plano Horizontal - HHOR).
129

Figura 62. Mapas Fotovoltaicos do estado do Paraná com a média Diária Sazonal Global Horizontal
(HHOR) – Primavera e Verão.
130

Figura 63. Mapas Fotovoltaicos do estado do Paraná com a média Diária Sazonal Global Horizontal
(HHOR) – Outono e Inverno.
131

Através dos mapas apresentados na Figura 59 e Figura 62, pode-se observar


que durante o período de primavera e verão os valores de irradiação e de
produtividade no plano horizontal são maiores do que os no plano inclinado devido
ao posicionamento da Terra em relação ao Sol, com os raios solares numa posição
próxima a perpendicular da superfície (ângulo zenital), o que favorece módulos na
posição horizontal. De forma contrária acontece durante os períodos de outono e
inverno no hemisfério sul conforme apresentados na Figura 60 e Figura 63 que, em
virtude do Sol estar mais afastado da Terra, a sua inclinação torna-se maior
favorecendo módulos no plano inclinado (para SFVCR, inclinação igual à latitude do
local). Entretanto nos casos em que se deseja instalar o SFV com o objetivo de
gerar a maior quantidade de energia elétrica durante todo o ano, deve-se analisar os
mapas com valores Anuais conforme apresentado na Figura 58 e na Figura 61, onde
se pode observar que os valores de irradiação e de produtividade anual
apresentados no plano inclinado são superiores aos no plano horizontal. Diante
disto, tem-se a percepção que o ideal é que os módulos tenham nenhuma ou pouca
inclinação durante o período de primavera e verão, e com inclinação maior durante
os meses de outono e inverno, obtendo-se um valor anual ainda maior. Analisando-
se a questão de irradiação e consequentemente de produtividade, esta é uma ótima
opção. Porém para que isto ocorra, é necessário que a instalação esteja preparada
para que se possam fazer estas modificações de inclinação ao longo do ano de
forma manual ou automática, o que requer conhecimento, maiores custos com a
estrutura de fixação dos módulos, estrutura mais robusta, e conter peças móveis que
possibilitem a mudança de inclinação do painel FV, gerando custos maiores de
manutenção.
Em ambientes urbanos, principalmente por questões de estética, os SFVCR
normalmente seguem a inclinação do telhado da edificação, de forma aplicada ou
integrada (do inglês BAPV – Building-applied photovoltaic system e BIPV - Building-
integrated photovoltaic system), sendo que a sua produtividade dependerá de
fatores como inclinação, orientação e sombreamento, sendo como opção ideal que o
projeto da edificação já contemple a instalação de um SFVCR preferencialmente nas
condições ideais de geração de energia elétrica. A Figura 64 faz um comparativo
mostrando lado a lado os mapas sazonais com a média diária no plano inclinado (à
esquerda) e no plano horizontal (à direita), enquanto que a Figura 65 faz o mesmo
132

comparativo com os valores anuais, demonstrando o maior potencial apresentado do


plano inclinado em relação ao plano horizontal ao longo do ano.

Figura 64. Comparativo entre os mapas sazonais com a média diária no plano inclinado HTOT (à
esquerda) e no plano horizontal HHOR (à direita).
Fonte: Adaptado de Tiepolo et al. (2014b).
133

Figura 65. Comparativo entre os mapas com valor Anual no plano inclinado (à esquerda) e no plano
horizontal (à direita).
Fonte: Adaptado de Tiepolo et al. (2014b).

Ao se comparar os mapas da Figura 65, os valores de irradiação e


produtividade anual apresentados no plano inclinado variam entre 1.600 a >2.200
kWh/m² e 1.200 a >1.650 kWh/kWp, enquanto que os valores apresentados no plano
horizontal variam entre 1.500 a 2.000 kWh/m² e 1.200 a 1.500 kWh/kWp, mostrando
o maior potencial anual de geração quando o SFV possui inclinação igual a latitude e
orientação igual ao norte geográfico para uma mesma taxa de desempenho.

3.4.3 Determinação dos valores de Irradiação e de Produtividade Estimada


Total Anual Média dos 399 municípios do estado do Paraná

Para determinação dos dados dos 399 municípios do estado do Paraná,


foram levantados todos os valores de Irradiação e de Produtividade Estimada Total
Anual para cada um dos municípios, com base nos seus limites geográficos e na
resolução espacial de 10 km x 10 km existente no banco de dados do projeto
SWERA. É comum que uma determinada coordenada de latitude e longitude com os
seus respectivos valores de irradiação estimados pelo modelo BRASIL-SR
contemplem mais de um município, em função dos limites geográficos dos
municípios estarem contidos nesta mesma resolução. Deste modo, os valores de
irradiação deste mesmo pixel serão considerados como sendo dos municípios cujo
134

limite geográfico esteja contido nesta coordenada. Por conseguinte, para


determinação dos valores de irradiação em cada município, são considerados todos
os píxeis contidos dentro do limite geográfico do município (inclusive os do limite),
sendo o valor de irradiação Total Anual Média como sendo a média dos valores
Total Anual de todos os pixeis contidos neste limite geográfico. A Figura 66 mostra o
mapa do Paraná com a divisão geográfica dos seus 399 municípios juntamente com
a grade de pixel, com o destaque para a cidade de Curitiba para evidenciar a
questão quanto um mesmo píxel conter o limite geográfico de mais de um município.
Os dados geográficos dos municípios foram obtidos a partir da base de dados do
IBGE (2009).

Figura 66. Mapa do estado do Paraná mostrando a divisão geográfica dos seus municípios, e a grade
de pixel na resolução 10 km x 10 km, destacando a cidade de Curitiba.

Com base nos dados coletados, chegou-se aos valores de Irradiação e de


Produtividade Total Anual Média em todos os 399 municípios do estado, conforme
pode ser observado em detalhes no APÊNDICE B.
Através deste levantamento, foram obtidas as seguintes informações de
Irradiação e de Produtividade Total Anual no estado:
 Cidade com Menor média Anual: Matinhos com 1.687 kWh/m².ano e 1.265
kWh/kWp.ano;
135

 Cidade com Maior média Anual: Prado Ferreira com 2.107 kWh/m².ano e
1.580 kWh/kWp.ano.
Ao se observar o Mapa Fotovoltaico do Estado do Paraná – Total Anual
(Figura 58) pode-se verificar que os menores valores de irradiação anual são
encontrados na região leste do estado, sendo que as menores médias anuais são
encontradas nos municípios de Matinhos, Guaratuba, Guaraqueçaba, Pontal do
Paraná, Paranaguá, Morretes e Antonina, todos na região entre a Serra do Mar e o
litoral Paranaense. Embora a região do litoral seja sinônima de praia, sol e calor,
tem-se nestes locais um índice de nebulosidade maior ao longo do ano em
comparação a outras regiões, o que dificulta a incidência da radiação solar na
superfície. A Figura 67 mostra o Mapa Fotovoltaico do Paraná - Total Anual com a
distribuição dos 399 municípios do estado.

Figura 67. Mapa Fotovoltaico do estado do Paraná - Total Anual, com a indicação dos municípios.
Fonte: Adaptado de Tiepolo et al. (2014b).
136

Através da análise do Total Anual Médio de Irradiação e Produtividade


estimada do Estado do Paraná (1.986 kWh/m².ano e 1.490 kWh/kWp.ano), dos 399
municípios do estado (APÊNDICE B), e da escala de valores utilizada nesta
pesquisa, obteve-se as seguintes informações:
 322 municípios do estado possuem Irradiação Total (HTOT) e Produtividade
Anual Média maior que a média do estado, o que corresponde a 80,7%;
 9 municípios do estado possuem Irradiação Total (HTOT) Anual Média
superior a 2.100 kWh/m².ano (inclusive);
 312 municípios do estado possuem Irradiação Total (HTOT) Anual Média
entre 2.000 kWh/m².ano (inclusive) e 2.100 kWh/m².ano, o que
corresponde a cerca de 78,2%;
 321 municípios do estado possuem Irradiação Total (HTOT) e Produtividade
Anual Média acima de 2.000 kWh/m².ano e 1.500 kWh/kWp.ano (inclusive),
o que corresponde a cerca de 80,45% de todo o estado do Paraná.

A Figura 68 mostra a distribuição da Irradiação e da Produtividade Média


Anual no estado do Paraná nos seus 399 municípios.
A comparação com o valor Médio apresentado ocorreu em função da área
geográfica de cada município ser em geral de dimensões não muito elevadas, o que
contribui para uma baixa variabilidade dos valores de Irradiação Total (H TOT) Anual e
consequentemente de Produtividade Estimada Total Anual encontrado em cada um
deles. Como exemplo, o município de Prado Ferreira apresentou um valor de
Irradiação Total (HTOT) Anual Média de 2.107 kWh/m².ano (a maior média do
estado), e com um valor mínimo de 2.105 kWh/m².ano e máximo de 2.110
kWh/m².ano, enquanto que o município de Sertaneja apresentou um valor de
Irradiação Total (HTOT) Anual Média de 2.106 kWh/m².ano, com um valor mínimo de
2.088 kWh/m².ano e máximo de 2.119 kWh/m².ano (o maior valor Total Anual obtido
no Paraná).
137

Figura 68. Distribuição dos valores de Irradiação em kWh/m².ano e Produtividade em kWh/kWp.ano


no estado do Paraná em seus 399 municípios.

Conclusões sobre o capítulo:

a. Os levantamentos realizados no estado do Paraná mostram que de toda


capacidade instalada, 93,15% é através de hidroelétricas, sendo que
aproximadamente 70% desta fonte já foi explorada dificultando a sua
expansão na matriz elétrica. Diante disto, a utilização de fontes renováveis
na geração de energia elétrica é de vital importância no estado. Atualmente
a utilização de fontes como biomassa, eólica e solar é praticamente
desprezível;
b. Diante destes fatores, torna-se de extrema importância o levantamento do
potencial do estado, em especial a da geração de energia elétrica através
de sistemas fotovoltaicos conectados à rede (SFVCR);
c. Para determinação do potencial de geração de energia elétrica através de
SFVCR no Paraná, foi utilizado o banco de dados de irradiação do Atlas
Brasileiro de Energia Solar (2006). Este banco de dados foi elaborado
através do modelo BRASIL-SR para estimar dados de irradiação com base
em dados terrestres e de imagens de satélites, com dados históricos no
período de 1995 a 2005;
d. A elaboração do Mapa Fotovoltaico do Estado do Paraná em sua versão
preliminar partiu de um estudo inicial com a análise de 48 municípios do
estado, distribuídos o mais uniformemente possível de forma a abranger
todo o território. Neste estudo foi detalhada a forma de se encontrar o
138

ponto mais próximo do local pesquisado no banco de dados do Atlas, e


como calcular a energia elétrica estimada. Para este cálculo foram
determinadas algumas premissas como: orientação do SFVCR igual ao
norte geográfico, inclinação do SFVCR igual à latitude do local, potência do
SFV igual a 1 kW, e taxa de desempenho de 75%. Com isto foi elaborada a
primeira versão do Mapa Fotovoltaico do Paraná, apresentando os dados
de produtividade (kWh/kWp) e o potencial existente no estado;
e. A elaboração desta 1ª versão mostrou-se incompleta por não permitir a
comparação direta com mapas de outros países, em especial os europeus
onde se encontra atualmente a maior capacidade instalada mundial;
f. Para elaboração da 2ª versão do Mapa Fotovoltaico do Estado do Paraná,
procurou-se elaborar uma escala de cores e de valores de irradiação e de
produtividade muito similar a praticada pela European Commission, e com
as mesmas premissas adotadas por ela na confecção dos seus mapas e já
adotadas na confecção da primeira versão, diferenciando apenas quanto a
orientação dos módulos que no hemisfério norte é para o sul geográfico.
Como resultado, obteve-se a 2ª versão do Mapa Fotovoltaico do Estado do
Paraná com valores Total Anual e média Diária Sazonal, o que já permitiu
uma comparação direta com o mapa da Alemanha mostrando de forma
mais clara o grande potencial do estado;
g. A necessidade quanto ao mapeamento de todo o estado e a possibilidade
de efetuar comparações com outros países, fez com que fosse gerado uma
3ª versão na mesma escala de cores e valores, e com as mesmas
premissas utilizadas pela European Commission. Para este trabalho, foi
utilizado o programa Quantum GIS (QGIS), versão 1.8.0-Lisboa, próprio
para trabalhar com coordenadas. Como resultado, foi elaborado um
conjunto de mapas que constitui o Atlas Fotovoltaico do Estado do Paraná.
O Atlas é composto de um mapa com os valores de Irradiação Total (HTOT)
e de Produtividade Estimada Total Anual, e quatro mapas Sazonais e 12
mapas Mensais com os valores de Irradiação (HTOT) e de Produtividade
Estimada Diária;
h. Os dados obtidos mostraram valores elevados de Irradiação Total Anual,
cuja média do estado foi de 1.986 kWh/m².ano, e Produtividade Total Anual
média de 1.490 kWh/kWp.ano. Em relação aos valores mensais, observou-
139

se que o valor máximo de irradiação encontrado durante o ano ocorre no


mês de Janeiro, enquanto a maior média de irradiação ocorre no mês de
Março;
i. Para efeito de análise e comparação, foi preparado também um conjunto
de mapas de irradiação (HHOR) e de produtividade no plano horizontal,
sendo um com o Global (HHOR) Anual e quatro mapas com a média diária
Sazonal Global Horizontal (HHOR). Com isto foi possível compará-los com
os apresentados no plano inclinado, mostrando o maior potencial nos
períodos de primavera e verão no plano horizontal, e em contrapartida um
maior potencial nos períodos de Outono e Inverno no plano inclinado, de
forma que no plano inclinado (orientação igual ao norte geográfico e
inclinação igual à latitude do local) é onde se obtém os maiores valores
anuais, sendo esta a principal característica dos SFVCR;
j. Por fim, foram obtidos os valores de irradiação e de produtividade Total
Anual Média dos 399 municípios do estado do Paraná (APÊNDICE B).
Através destes dados pode-se observar que os menores valores de
irradiação e de produtividade Total Anual Média encontram-se no leste do
estado, na região litorânea e próximo da Serra do Mar. Isto se deve
principalmente as condições climáticas da região com grande nebulosidade
ao longo do ano, o que dificulta a passagem da radiação solar pelas
nuvens até a superfície;
k. Os dados obtidos mostraram também que 80,7% dos municípios
apresentaram valor de irradiação e de produtividade Total Anual Média
superior a média do estado, e que 80,45% de todos os municípios do
estado obtiveram valor de irradiação Total Anual Média superior a 2.000
kWh/m².ano (inclusive), o que equivale a uma produtividade Total Anual
Média superior a 1.500 kWh/kWp.ano;
l. Outro dado importante obtido foi a máxima Irradiação Total Anual obtida no
estado encontrada na cidade de Sertaneja com 2.119 kWh/m².ano, o que
corresponde a um valor de produtividade Total Anual de 1.589
kWh/kWp.ano.
140

4 ANÁLISE COMPARATIVA DO POTENCIAL FOTOVOLTAICO DO PARANÁ

No Capítulo 3 foi determinado o Potencial Fotovoltaico do estado do Paraná,


onde foram elaborados os mapas que constituem o Atlas Fotovoltaico do Estado do
Paraná, além de um conjunto de mapas de Irradiação Global (HHOR, plano horizontal)
e de Produtividade, os quais quando comparados, demonstraram a maior
produtividade Anual quando os SFVCR são instalados com orientação igual ao norte
geográfico (países do hemisfério sul) e inclinação igual a latitude do local, para uma
mesma taxa de desempenho e sem sofrer sombreamento. Foram determinados
também os valores de irradiação e de produtividade nos 399 municípios do estado
(APÊNDICE B) que demonstraram todo o potencial do estado.
Neste capítulo foram realizadas análises comparativas do potencial
encontrado no Paraná com outros estados e regiões do Brasil, com a Europa, e com
dados reais obtidos de SFVCR implantados. Em seguida foi descrito o processo de
dimensionamento de SFVCR através do Mapa Fotovoltaico do estado do Paraná, e
por final foram elencados parâmetros que podem auxiliar na elaboração de uma
política pública de incentivo a pesquisa e desenvolvimento desta fonte no estado.

4.1 COMPARAÇÃO DO POTENCIAL FOTOVOLTAICO ENCONTRADO NO


PARANÁ COM OUTROS ESTADOS E REGIÕES DO BRASIL

Para efetuar a comparação do potencial fotovoltaico Total Anual no plano


inclinado no Estado do Paraná com outros estados, com o Brasil e suas respectivas
regiões, foram analisados os dados de irradiação no plano inclinado em todo o
território nacional, através do banco de dados do Atlas Brasileiro de Energia Solar
(2006). Nesta comparação foi utilizado o termo “Estado(s)” para designar todas as
Unidades Federativas: 26 estados mais o Distrito Federal.
Para realizar esta análise e facilitar a compreensão dos dados, foi elaborado o
Mapa Fotovoltaico Brasileiro – Total Anual com o padrão de cores e escala proposto
nesta pesquisa ou seja, com os mesmos critérios utilizados pela European
Commission na elaboração dos mapas europeus, e com a divisão dos estados de
acordo com dados do IBGE – 2009, conforme apresentado na Figura 69. No
141

APÊNDICE C é apresentado um conjunto de mapas mensal e sazonal do Brasil,


com os valores diários de Irradiação HTOT e de Produtividade no plano inclinado, e
que em conjunto com o mapa de irradiação e de produtividade com valores Total
Anual (Figura 69), constitui o Atlas Fotovoltaico Brasileiro.

Figura 69. Mapa Fotovoltaico Brasileiro - Total Anual.

Através da análise das informações do banco de dados do Atlas (2006),


obteve-se os valores de Irradiação Total (HTOT) e de Produtividade Estimada Anual
máxima, mínima e média no plano inclinado para cada estado, Brasil e região, com
base nos píxeis que fazem parte da região geográfica de cada um deles (resolução
10 km x 10 km). Os dados obtidos são apresentados na Tabela 9, onde foi
142

adicionada uma coluna com a diferença em percentual da média obtida no Paraná


com a média apresentada em cada um dos outros estados (inclusive média Brasil).

Tabela 9. Valores de Irradiação Total (HTOT) e de Produtividade Gerada Estimada Total Anual no
plano inclinado encontrados nos estados e no Brasil para uma TD 75%.
Valor de Irradiação Total (HTOT) Diferença
Valor de Produtividade Total Anual percentual
Anual no plano inclinado
no Plano Inclinado (kWh/kWp.ano) da Média
(kwh/m².ano)
Estado obtida no
Total Total Total Total Total Total Paraná em
Anual Anual Anual Anual Anual Anual relação ao
MÍNIMO MÁXIMO MÉDIA MÍNIMO MÁXIMO MÉDIA estado
Acre 1.873 2.057 1.933 1.405 1.542 1.450 2,73%
Alagoas 1.886 2.043 1.970 1.415 1.532 1.478 0,80%
Amapá 1.844 2.020 1.903 1.383 1.515 1.427 4,39%
Amazonas 1.795 2.091 1.898 1.346 1.568 1.423 4,65%
Bahia 1.803 2.246 2.055 1.352 1.684 1.541 -3,34%
Ceará 1.983 2.181 2.079 1.488 1.636 1.559 -4,47%
Distrito Federal 2.127 2.195 2.156 1.596 1.646 1.617 -7,89%
Espírito Santo 1.790 1.983 1.888 1.342 1.487 1.416 5,19%
Goiás 2.068 2.215 2.150 1.551 1.662 1.613 -7,64%
Maranhão 1.848 2.163 2.016 1.386 1.622 1.512 -1,49%
Mato Grosso 1.853 2.163 2.047 1.389 1.622 1.535 -2,97%
Mato Grosso do Sul 1.795 2.186 2.103 1.346 1.639 1.577 -5,55%
Minas Gerais 1.850 2.220 2.077 1.388 1.665 1.558 -4,38%
Pará 1.859 2.088 1.961 1.394 1.566 1.471 1,28%
Paraíba 1.900 2.197 2.068 1.425 1.648 1.551 -3,94%
Paraná 1.651 2.119 1.986 1.238 1.589 1.490
Pernambuco 1.870 2.184 2.040 1.403 1.638 1.530 -2,64%
Piauí 2.058 2.227 2.141 1.544 1.670 1.606 -7,25%
Rio de Janeiro 1.785 2.034 1.912 1.339 1.525 1.434 3,85%
Rio Grande do Norte 1.941 2.168 2.054 1.455 1.626 1.540 -3,29%
Rio Grande do Sul 1.737 2.013 1.927 1.303 1.510 1.445 3,08%
Rondônia 1.907 2.020 1.954 1.430 1.515 1.466 1,62%
Roraima 1.861 2.116 1.961 1.396 1.587 1.471 1,25%
Santa Catarina 1.644 2.031 1.852 1.233 1.523 1.389 7,26%
São Paulo 1.658 2.176 2.053 1.243 1.632 1.540 -3,28%
Sergipe 1.911 2.057 1.965 1.433 1.542 1.474 1,07%
Tocantins 1.986 2.188 2.086 1.489 1.641 1.564 -4,77%
BRASIL 1.644 2.246 2.001 1.233 1.684 1.501 -0,76%

Com base neste levantamento, foram obtidas as seguintes informações de


Irradiação e de Produtividade Total Anual no Brasil:
 Menor valor Total Anual apresentado no Brasil: Santa Catarina com 1.644
kWh/m².ano e 1.233 kWh/kWp.ano;
143

 Maior valor Total Anual apresentado no Brasil: Bahia com 2.246


kWh/m².ano e 1.684 kWh/kWp.ano;
 Menor Média Total Anual apresentado no Brasil: Santa Catarina com 1.852
kWh/m².ano e 1.389 kWh/kWp.ano;
 Maior Média Total Anual apresentado no Brasil: Distrito Federal com 2.156
kWh/m².ano e 1.617 kWh/kWp.ano;
 Média Total Anual apresentado no Brasil: 2.001 kWh/m².ano e 1.501
kWh/kWp.ano.
Ao se observar o Mapa Fotovoltaico Brasileiro – Total Anual se pode verificar
que os menores valores de irradiação e produtividade Total Anual são encontrados
principalmente na região Sul, parte do Sudeste e Norte, e os maiores valores na
região Nordeste, Centro-Oeste e parte do Sudeste.
Os valores obtidos mostram 12 estados com médias inferiores ao Paraná, e
14 estados com médias superiores, sendo a média do estado do Paraná
praticamente igual à média obtida no Brasil (diferença inferior a 1%). Em relação as
maiores médias anuais encontradas (Distrito Federal – 5.779 km², Goiás – 340.111
km² e Piauí 251.611 km²), o estado do Paraná apresentou uma produtividade
aproximada 7,5% inferior, e em relação à Bahia (estado com maior valor Total Anual
encontrado), a média é apenas 3,34% inferior.
Mas conforme o levantamento realizado e apresentado no Capítulo 3, mais de
80% dos municípios do Paraná apresentam valores de Irradiação e Produtividade
Estimada Total Anual superior a 2.000 kWh/m².ano e 1.500 kWh/kWp.ano
respectivamente, o que representa próximo a 70% da área total do estado e uma
Média Total Anual de aproximadamente 2.050 kWh/m².ano e 1.538 kWh/kWp.ano
(média dos valores compreendidos nesta área), e que equivale a menos de 5%
inferior as maiores médias obtidas no Brasil. Com isto, foi realizada uma simulação
considerando três cenários: o primeiro com valores de Irradiação Total (H TOT) Anual
superior a 2.000 kWh/m².ano, o segundo com valores superiores a 1.900
kWh/m².ano, e o terceiro com valores superiores a 1.800 kWh/m².ano. Para estes
cenários foram verificados a Média Total Anual de irradiação e produtividade do
Paraná para estes intervalos, a respectiva área aproximada que é abrangida, e a
diferença percentual em relação às maiores médias obtidas (Distrito Federal, Goiás
e Piauí). As informações obtidas são apresentadas na Tabela 10 e na Figura 70.
144

Tabela 10. Média Total Anual de Irradiação e de Produtividade Estimada apresentada nos três
cenários para o estado do Paraná, e a diferença percentual aproximada em relação as três maiores
médias no Brasil: Distrito Federal, Goiás e Piauí.
Valores de Irradiação % da Área Diferença percentual da
Irradiação Total Produtividade Total
Total (HTOT) Anual abrangida no Média obtida no Paraná
(HTOT) Anual Média Anual Média em
"Acima de" em estado do em relação aos estados
em kWh/m².ano kWh/kWp.ano
kWh/m².ano Paraná com maior Média no Brasil
2.000 68% 2.050 1.538 -4,60%
1.900 78% 2.038 1.529 -5,20%
1.800 92% 2.008 1.506 -6,60%

Figura 70. Mapa Fotovoltaico do Estado do Paraná – Total Anual com a divisão geográfica dos 399
municípios, mostrando os três cenários simulados e a diferença percentual aproximada em relação
aos três estados com maiores médias no Brasil: Distrito Federal, Goiás e Piauí.
Fonte: Adaptado de Tiepolo et al. (2014b).
145

Mesmo em cidades como Curitiba, capital do estado e conhecida pelos seus


dias de frio e céu nublado, os valores apresentados são muito significativos.
Conforme apresentado no Capítulo 3, Curitiba apresenta uma Média Total Anual de
Irradiação e Produtividade Estimada de 1.829 kWh/m².ano e 1.372 kWh/kWp.ano
respectivamente, o que representa em torno de 15% inferior as maiores médias
obtidas no Brasil, 8,6% inferior à média Brasil, e percentual inferior a 7% em outros
12 estados brasileiros, entre eles Santa Catarina 1,22% inferior.
Por outro lado, o município de Prado Ferreira no norte do estado, apresenta
uma Média Total Anual de Irradiação e Produtividade Estimada de 2.107
kWh/m².ano e 1.580 kWh/kWp.ano respectivamente (maior média anual do Paraná),
o que representa em torno de apenas 2% inferior as maiores médias obtidas no
Brasil, e tendo média superior a todos os demais estados, sendo ainda 5,3 %
superior à média Brasil.
Outro ponto importante de comparação é quanto aos maiores valores de
Irradiação e de Produtividade Estimada Total Anual que ocorre no Brasil e no
Paraná. Em termos de Brasil, o ponto com o maior valor ocorre no norte do estado
da Bahia, próximo do Lago de Sobradinho e da divisa com o sul do Piauí (região de
clima semi-árido), com valores de 2.246 kWh/m².ano e 1.684 kWh/kWp.ano. No
Paraná o ponto com maior valor ocorre no município de Sertaneja, no norte do
estado e próximo da divisa com São Paulo, com valores de 2.119 kWh/m².ano e
1.589 kWh/kWp.ano, e que representa menos de 6% inferior ao máximo encontrado
no Brasil, o que evidencia o grande potencial de geração de energia elétrica através
de SFVCR no estado.
Todas estas comparações foram possíveis visto que, para determinação da
energia elétrica estimada para um sistema de 1 kWp, foi utilizada uma TD de 75%.
Entretanto, conforme já destacado no Capítulo 3, a Taxa de Desempenho (TD) é a
relação entre a produtividade do sistema (kWh/kWp) e a quantidade de horas de sol
a 1.000 W/m² incidentes no plano do SFV (normalmente em um ano de operação),
mas que também representa o desempenho descontando as perdas existentes tais
como perdas nas conexões, nos inversores (conforme a eficiência apresentada), e
principalmente perdas devido à elevação da temperatura nos módulos de silício
cristalino devido à temperatura ambiente. Diante disto, SFVCR´s de mesma potência
localizados em regiões de mesma radiação solar, podem gerar quantidades de
energia elétrica diferentes desde que estes apresentem TD´s diferentes. Da mesma
146

forma, SFVCR´s de mesma potência localizados em regiões com valores de


radiação solar diferentes, como o caso de Curitiba e Prado Ferreira, podem gerar a
mesma quantidade de energia elétrica desde que também apresentem TD´s
diferentes. A Figura 71 mostra o Mapa Fotovoltaico do Estado do Paraná – Total
Anual, cuja escala foi adaptada para apresentar para um mesmo valor de Irradiação
Total (HTOT) Anual, valores de produtividade estimada diferentes de acordo com a
taxa de desempenho apresentada pelo SFVCR.

Figura 71. Mapa Fotovoltaico do Estado do Paraná - Total Anual, com escala adaptada com
diferentes valores de produtividade estimada conforme a Taxa de Desempenho do SFVCR.
Fonte: Adaptado de Tiepolo et al. (2014b).

Com bases nestas informações, um SFVCR em Curitiba e TD de 85% seria


capaz de gerar uma quantidade de energia elétrica equivalente a outro SFVCR de
igual potência instalado no município de Prado Ferreira cuja TD seja de 75%. Da
147

mesma forma, a mesma análise pode ser realizada com relação ao estado do
Paraná se comparado com outros estados da união, onde SFVCR´s com uma TD de
80% faria com que a média obtida no estado fosse praticamente igual as maiores
médias apresentadas no Brasil (diferença inferior a 2%), e com uma TD de 82% faria
com que a média do estado fosse superior a todas as médias apresentadas no país.
No entanto estas considerações necessitam de uma quantidade de dados
práticos relevantes no Paraná e em todo território nacional, principalmente em
regiões com climas diferentes, com SFVCR´s implantados com uma mesma
configuração (potência, componentes de mesma marca/modelo, tecnologia), para
que se possam analisar os parâmetros encontrados, entre eles a taxa de
desempenho obtida nos SFVCR nas diferentes temperaturas encontradas.
Como referência a esta necessidade, está em andamento um projeto P&D da
Aneel - Tractebel – UFSC com o intuito de instalar oito módulos de avaliação
composto de sete tecnologias diferentes, cujo objetivo é o de se analisar o
desempenho destes sistemas em oito localidades com distintos climas no Brasil. A
Figura 72 mostra as localidades abrangidas pelo projeto, sendo que nenhum módulo
de avaliação será implantado no estado do Paraná.

Figura 72. Projeto P&D Aneel, Tractebel - UFSC para implantação dos oito módulos de avaliação com
sete tecnologias diferentes cada, e uma usina fotovoltaica de 3 MWp em Tubarão - SC.
Fonte: Rüther (2013).

Com relação aos valores encontrados nas regiões do Brasil, foram também
realizadas comparações destas com os valores encontrados no estado do Paraná,
os quais estão apresentados na Tabela 11.
148

Tabela 11. Valores de Irradiação Total (HTOT) e de Produtividade Gerada Estimada Total Anual no
plano inclinado encontrada nas regiões do Brasil e do Paraná para TD 75%.

Valor de Irradiação Total (HTOT)


Valor de Produtividade Total Anual no Diferença
Anual no Plano Inclinado
Plano Inclinado (kWh/kWp.ano) percentual da
(kWh/m².ano)
Região / Média obtida
Estado do no Paraná em
Paraná Total Total relação à
Total Anual Total Anual Total Anual Total Anual
Anual Anual Média da
MÉDIA MÍNIMO MÁXIMO MÉDIA
MÍNIMO MÁXIMO Região

Centro-Oeste 1.795 2.215 2.082 1.346 1.662 1.562 -4,63%

Nordeste 1.803 2.246 2.059 1.352 1.684 1.544 -3,53%

Norte 1.795 2.188 1.941 1.346 1.641 1.456 2,32%

Sudeste 1.658 2.220 2.051 1.243 1.665 1.538 -3,15%

Sul 1.644 2.119 1.933 1.233 1.589 1.450 2,75%


Paraná 1.651 2.119 1.986 1.238 1.589 1.490

Os valores obtidos mostram que a Média Total Anual de Irradiação e de


Produtividade Estimada no estado do Paraná é superior as regiões Sul e Norte, algo
entre 2% e 3%, e inferior às regiões Centro-Oeste, Nordeste e Sudeste, algo entre
3% e 5%, o que mostra mais uma vez o excelente potencial de geração de energia
elétrica desta fonte renovável de energia no Paraná.
Os dados apresentados na Tabela 11 são uma média do Total Anual
apresentado por todos os píxeis em cada uma das regiões, de acordo com o banco
de dados no plano inclinado do Atlas (2006), e diferem dos valores apresentados
publicados no Atlas Brasileiro de Energia Solar apresentado por Pereira et al. (2006,
pag.50). Em relação ao Atlas de 2006, a Tabela 11 apresenta valor similar na região
Centro-Oeste, em torno de 1,5% inferior na região Norte e Sudeste, menos de 2,8%
inferior na região Nordeste, e 5,91% superior na região Sul, apresentando nesta
região a maior variação entre o dado obtido através do banco de dados e os valores
apresentados no Atlas publicado em 2006.

4.2 COMPARAÇÃO DO POTENCIAL FOTOVOLTAICO ENCONTRADO NO


ESTADO DO PARANÁ COM A EUROPA

Para comparação dos dados de Irradiação e de Produtividade Estimada Total


Anual do estado do Paraná com a Europa, foi utilizado o Mapa Fotovoltaico do
Estado do Paraná e o Mapa Fotovoltaico da Europa, ambos Total Anual. A Figura 73
149

mostra os dois mapas elaborados com as mesmas premissas, escala de valores e


cores. Exceção quanto à orientação dos módulos fotovoltaicos, que no Paraná por
estarem no hemisfério Sul são orientados para o Norte geográfico, enquanto que
módulos instalados na Europa por estarem no hemisfério Norte são orientados para
o Sul geográfico.

Figura 73. Mapa Fotovoltaico do Estado do Paraná - Total Anual e Mapa Fotovoltaico da Europa.
Fonte: Adaptado de Tiepolo et al. (2014a), Šúri et al. (2007), Huld et al. (2012a), EUROPEAN
COMMISSION (2012).

Para análise dos dados foram utilizados os dados de irradiação Total Anual
no plano inclinado apresentados por 27 países da União Europeia (EU-27) mais 6
países candidatos na época do levantamento (HULD et al., 2012b), conforme
apresentado na Figura 74. As linhas pontilhadas mostram os valores mínimo e
máximo de irradiação apresentados pelos 33 países, enquanto a linha vermelha
mostra a média dos valores encontrados em cada país, sendo que 90% das áreas
urbanas possuem valores de irradiação entre os extremos do retângulo em azul. Os
valores de Irradiação Total Anual mínimo, máximo e média, assim como os seus
respectivos valores de produtividade estimada Total Anual dos 33 países europeus
150

para uma TD 75% são representados na Tabela 12, que contém ainda os valores
obtidos no estado do Paraná para comparação dos dados, e também uma coluna
que apresenta a diferença percentual entre a média apresentada no Paraná e a
média obtida em cada país.

Figura 74. Valores de Irradiação Total Anual no plano inclinado dos 33 países da Europa.
Fonte: Huld et al. (2012b).

Tabela 12. Valores de Irradiação Total (HTOT) e de Produtividade Gerada Estimada Total Anual no
plano inclinado encontrada nos países da Europa e no estado do Paraná, para TD 75%.
Fonte: Adaptado de Šúri et al. (2007).
Valor de Irradiação Total (HTOT) Diferença
Valor de Produtividade Total Anual
Anual no Plano Inclinado percentual da
no Plano Inclinado (kWh/kWp.ano)
(kWh/m².ano) Média obtida no
Estado
Total Total Total Total Total Total Paraná em relação
Anual Anual Anual Anual Anual Anual à Média obtida do
MÍNIMO MÁXIMO MÉDIA MÍNIMO MÁXIMO MÉDIA país europeu
Chipre 1998 2345 2217 1.498 1.759 1.663 -10,42%

Malta 2000 2210 2155 1.500 1.657 1.617 -7,86%

Portugal 1653 2250 1996 1.240 1.687 1.497 -0,52%

Espanha 1283 2288 1948 963 1.716 1.461 1,97%

Grécia 1379 2325 1897 1.034 1.744 1.423 4,71%

Turquia 1181 2306 1873 886 1.729 1.405 6,05%

Itália 927 2219 1750 695 1.664 1.313 13,48%

Macedónia 1291 1880 1696 968 1.410 1.272 17,08%

Bulgária 1322 1866 1631 992 1.399 1.223 21,79%

Croácia 1312 1943 1570 984 1.457 1.178 26,47%


Montenegro 1258 1925 1563 943 1.444 1.172 27,05%
151

Continuação Tabela 12
Valor de Irradiação Total (HTOT) Diferença
Valor de Produtividade Total Anual
Anual no Plano Inclinado percentual da
no Plano Inclinado (kWh/kWp.ano)
(kWh/m².ano) Média obtida no
Estado
Total Total Total Total Total Total Paraná em relação
Anual Anual Anual Anual Anual Anual à Média obtida do
MÍNIMO MÁXIMO MÉDIA MÍNIMO MÁXIMO MÉDIA país europeu
Sérvia 1190 1925 1531 892 1.444 1.148 29,70%

França 1150 2050 1513 862 1.537 1.135 31,28%

Roménia 1112 1738 1496 834 1.303 1.122 32,77%

Hungria 1335 1568 1490 1.001 1.176 1.117 33,33%

Eslovênia 942 1694 1444 706 1.271 1.083 37,54%

Eslováquia 1039 1503 1333 779 1.127 1.000 48,95%

Áustria 926 1712 1325 694 1.284 994 49,87%

República Tcheca 1068 1401 1256 801 1.051 942 58,13%

Polônia 1044 1323 1252 783 993 939 58,58%

Alemanha 991 1454 1251 743 1.090 938 58,75%


Luxemburgo 1182 1298 1243 886 973 932 59,80%

Holanda 1151 1367 1242 863 1.025 931 59,92%

Bélgica 1147 1348 1238 860 1.011 928 60,46%

Dinamarca 1098 1402 1211 823 1.051 908 64,00%

Lituânia 1101 1315 1183 826 987 887 67,94%

Letónia 1133 1295 1175 849 971 881 69,00%

Irlanda 945 1413 1174 709 1.060 880 69,20%

Reino Unido 816 1494 1153 612 1.120 865 72,19%

Estônia 1132 1195 1151 849 896 864 72,48%

Suécia 636 1362 1084 477 1.022 813 83,16%

Finlândia 838 1189 1054 629 892 790 88,51%

Islândia 645 1099 949 484 825 712 109,18%


Paraná 1.651 2.119 1.986 1.238 1.589 1.490

Os resultados obtidos na Tabela 12 confirmam o grande potencial fotovoltaico


existente no estado do Paraná conforme apresentado na Figura 73, principalmente
quando comparado com a Europa. De acordo com os dados obtidos, a Média Total
Anual encontrada no estado do Paraná só é inferior à Média encontrada em Chipre
(em torno de 10% inferior, cujo país está situado numa ilha no extremo sul da
Europa próximo da Turquia e Síria), e a Malta (em torno de 8% inferior, cujo país
também está situado numa ilha no extremo sul da Europa, próximo da Sicília),
ambos praticamente na mesma latitude em torno de 35º graus Norte. A média
encontrada no Paraná é ainda praticamente a mesma que a encontrada em Portugal
(menos de 1% inferior) e superior aos demais 30 países contidos neste
152

levantamento, cujos percentuais variam entre 1,97% superior (caso da Espanha) e


109,18% superior (caso da Islândia).
A comparação com a Europa é feita propositalmente. Primeiro em função dos
mesmos critérios utilizados para elaboração dos mapas da Europa e do Paraná
discutido no Capítulo 3, e segundo visto que atualmente é a região com a maior
capacidade instalada Global de SFVCR, e que também possui seis entre os dez
países com maior capacidade instalada. Entre os dez países com maior capacidade
instalada global estão à Alemanha com 35,5 GW, Itália com 17,6 GW, Espanha com
5,6 GW, França com 4,6 GW, Bélgica com 3,0 GW e Reino Unido com 2,9 GW, os
quais totalizam 69,2 GW ou aproximadamente 50% da capacidade instalada global
que até 2013 foi de aproximadamente 139 GW (REN21, 2014) (IEA, 2014).
Ao comparar-se a Produtividade Estimada Total Anual Média apresentada por
estes seis países em relação ao estado do Paraná, pôde-se verificar que a Média do
Paraná é 58,75% superior à Alemanha, 13,48% superior à Itália, 1,97% superior à
Espanha, 31,28% superior à França, 60,46% superior à Bélgica e 71,19% superior a
do Reino Unido. Estes percentuais representam a quantidade Média Total Anual de
energia elétrica que um SFVCR pode gerar a mais no Paraná em relação a cada um
destes países.
Da mesma forma é possível realizar uma comparação direta entre o Mapa
Fotovoltaico Brasileiro – Total Anual (Figura 69) com o mapa da Europa elaborado
pela European Commission.
A Figura 75 mostra os dois mapas elaborados sob as mesmas premissas e
que evidencia facilmente o grande potencial fotovoltaico no Brasil em todo o seu
território.
153

Figura 75. Mapa Fotovoltaico Brasileiro e Mapa Fotovoltaico da Europa (valores anuais).
Fonte: Šúri et al. (2007), Huld et al (2012a), EUROPEAN COMMISSION (2012).

4.3 COMPARAÇÃO DOS DADOS ESTIMADOS APRESENTADOS NOS MAPAS


COM DADOS REAIS OBTIDOS EM SFVCR EM OPERAÇÃO NO PARANÁ

Uma forma importante de validação deste trabalho de pesquisa foi quanto à


comparação dos resultados apresentados pelo Mapa Fotovoltaico do Estado do
Paraná – Total Anual com valores reais obtidos de SFVCR implantados no estado.
Para isto, foram analisados os dados gerados pelos SFVCR´s implantados no
Escritório Verde (EV) da UTFPR e na ELCO Engenharia. Os principais motivos para
estudo destes dois sistemas são: os primeiros SFVCR´s implantados no estado do
Paraná antes e após resolução 482/2012 da Aneel, e ambos possuírem medição de
energia elétrica logo após o inversor antes da conexão com a rede elétrica, o que
num SFVCR convencional instalado em residências normalmente não acontece.
Como os SFVCR´s foram implantados em Curitiba, foi determinado
inicialmente o valor de produtividade estimada nesta região, para então ser
comparado com os valores obtidos nos sistemas instalados. A Figura 76 mostra o
154

Mapa Fotovoltaico do Estado do Paraná – Total Anual, com a indicação do município


de Curitiba e do intervalo de irradiação e produtividade correspondente.

Figura 76. Mapa Fotovoltaico do Estado do Paraná - Total Anual com os municípios do estado.
Destaque para o município de Curitiba e seu valor de irradiação e produtividade.
Fonte: Adaptado de Tiepolo et al. (2014b).

Conforme apresentado na Figura 76, para o município de Curitiba os valores


anuais de irradiação Total estão entre 1.800 kWh/m².ano e 1.900 kWh/m².ano, ou
150 kWh/m².mês e 158 kWh/m².mês, enquanto os valores de produtividade
estimada estão entre 1.350 kWh/kWp.ano e 1.425 kWh/kWp.ano, o que equivale a
113 kWh/kWp.mês e 119 kWh/kWp.mês aproximadamente.
Antes da análise dos SFVCR implantados, foram realizadas algumas
considerações:
a. Os valores de produtividade estimada foram calculados a partir dos valores
de irradiação apresentados pelo banco de dados do Atlas Brasileiro de
Energia Solar (2006);
b. Os dados de irradiação, conforme descrito no Capítulo 2 e detalhado no
Capítulo 3, são dados estimados pelo modelo BRASIL-SR em função de
dados terrestres (irradiação, temperatura) e de fotos de satélite, através de
155

dados históricos entre 1995 e 2005, onde é aceito uma variação de


aproximadamente 10%;
c. Os valores de produtividade estimada mostrados na escala são esperados
para qualquer SFVCR instalado nas condições ideais de geração
(orientação e inclinação), e com uma taxa de desempenho de 75% para
qualquer região;
d. Caso o SFVCR implantado apresente inclinação e/ou orientação diferente
do ideal, a produtividade apresentada deverá ser inferior a valor estimado,
para uma mesma TD;
e. Mesmo em condições ideais de orientação e inclinação, caso a TD
apresentada pelo SFVCR seja inferior a 75% (TD utilizada na confecção
dos mapas), os valores apresentados de produtividade pelo sistema
implantado deverão ser menores do que o estimado;
f. Em todas as situações considerou-se que durante todo o ano não há
sombreamento em nenhum momento no SFVCR. Caso o SFVCR
implantado tenha algum sombreamento durante o dia em qualquer período
do ano, a sua produtividade anual deverá ser inferior ao estimado pelo
mapa.

4.3.1 Comparação com os dados obtidos pelo SFVCR do Escritório Verde da


UTFPR

O SFVCR da UTFPR tem uma potência instalada de 2,1 kWp (10 módulos
KYOCERA de tecnologia de silício policristalino, modelo KD210GX-LP ligados em
série) e um inversor monofásico em 220V de 2kW de potência nominal
(PVPOWERED modelo PVP2000). Este sistema entrou em operação em 14 de
dezembro de 2011, ocupando uma área na cobertura da edificação de
aproximadamente 15m² (URBANETZ et al., 2013), e é considerado o primeiro
SFVCR instalado no estado do Paraná, implantado antes da resolução 482/2012 da
ANEEL. A Figura 77 ilustra o painel fotovoltaico e o inversor do SFCR da UFTPR,
Curitiba.
156

Figura 77. Escritório Verde da UTFPR – Curitiba (A), e Painel fotovoltaico na cobertura do EV e
detalhe do inversor (B), onde B1 é o painel do SFVCR com inclinação acompanhando o telhado
(aplicado à edificação), e B2 é o painel do SFVI com inclinação maior que o telhado, privilegiando a
produção de energia elétrica no inverno.
Fonte: Urbanetz et al. (2012).

Para um SFVCR em Curitiba, o ideal seria que este fosse implantado com
orientação norte geográfico e inclinação igual à latitude, ou seja aproximadamente
25º Sul. Entretanto, para este caso em estudo, a orientação possui em desvio
azimutal em relação ao norte de 22º Oeste e inclinação aproximada de 15º, diferente
das condições ideais de geração.
De acordo com os dados apresentados por Urbanetz et al. (2014a) e
confirmados em Urbanetz et al. (2014c), os valores de energia elétrica produzida
pelo SFVCR do EV demonstram uma produtividade em 2012 de 1.164,81
kWh/kWp.ano e em 2013 de 1.077,14 kWh/kWp.ano, e que representam uma média
mensal de aproximadamente 97,07 kWh/kWp.mês e 89,76 kWh/kWp.mês
respectivamente, onde o valor inferior apresentado em 2013 com relação a 2012 foi
devido a menor irradiação ocorrida no ano, e também ao acúmulo de sujeira sobre
os módulos, cuja limpeza foi providenciada ao final de agosto de 2013.
Com isto, a média obtida nos dois anos de operação foi de aproximadamente
93 kWh/kWp.mês, abaixo do valor esperado apresentado pelo mapa entre 113
kWh/kWp.mês e 119 kWh/kWp.mês. Considerando-se a média do valor estimado
para Curitiba de 116 kWh/kWp.mês, o valor encontrado foi em torno de 19,8%
inferior. Entretanto algumas considerações devem ser feitas:
a. A orientação e inclinação do SFVCR implantado do EV não são as ideais
conforme observado (desvio azimutal em relação ao norte de 22º Oeste, e
inclinação aproximada de 15º);
b. A proximidade do EV com outra edificação faz com que a partir de
determinada hora do dia (em torno das 17:00) ocorra sombreamento
157

parcial dos módulos fotovoltaicos, fazendo com que a partir deste horário
seja gerada energia elétrica menor.

Considerando uma taxa de variação de 10% admitida pelo modelo, tem-se


que os valores esperados seriam entre 104 kWh/kWp.mês e 128 kWh/kWp.mês
(para um valor médio em Curitiba de 116 kWh/kWp.mês). Considerando a média
obtida no SFVCR do EV nos dois anos de operação de 93 kWh/kWp.mês, e as
perdas ocorridas em função da orientação, inclinação e sombreamento parcial,
pode-se considerar o resultado obtido como compatível com o previsto pelo mapa
nas condições ideais de geração.
Com base nas informações de produtividade em 2012 e 2013 do SFVCR, e
dos valores de irradiação obtidos através da estação do INMET em Pinhais (estação
mais próxima do local avaliado com dados de irradiação global horizontal, cujos
dados foram ajustados para a mesma inclinação e orientação do SFVCR implantado
no EV através do programa RADIASOL da UFRGS), foi calculada uma taxa de
desempenho do sistema de aproximadamente 66% e 69% para 2012 e 2013
respectivamente (URBANETZ et al., 2014a) (URBANETZ et al., 2014c), valor inferior
aos 75% utilizado nas estimativas realizadas na confecção dos mapas.
Estes valores da taxa de desempenho obtidas no sistema fotovoltaico
implantado requer maior estudo, visto que os dados de irradiação utilizados para
determinação da TD são de uma estação meteorológica próxima a Curitiba,
necessitando de dados reais de irradiação no mesmo local do SFVCR implantado e
nas mesmas condições de operação do sistema fotovoltaico (inclinação e
orientação), sendo necessária a instalação de um piranômetro com precisão
adequada para obtenção de dados confiáveis.
Uma questão importante a ser considerada é quanto ao local de
funcionamento do SFVCR do EV estar em uma área central da cidade, com a
existência de uma via de transporte viário de grande movimentação em frente à
edificação, o que causa uma quantidade grande de partículas em suspensão e que
contribui para um acúmulo maior de sujeira no painel, diminuindo o rendimento do
sistema ao longo do ano.
158

4.3.2 Comparação com os dados obtidos pelo SFVCR da ELCO Engenharia

O SFVCR da ELCO Engenharia tem uma potência instalada de 8,64 kWp (36
módulos Bosch de tecnologia de silício monocristalino, modelo C-SiM60EU30117),
distribuído em três inversores Xantrex modelo GT 3.3 de 3.300W de potência
nominal, onde cada inversor está ligado a 12 módulos fotovoltaicos em série de
240Wp cada. O SFVCR ocupa uma área aproximada de 52m² na cobertura de uma
das edificações da empresa, conectado em paralelo com a rede da concessionária
de energia, sendo o primeiro SFVCR implantado após a resolução 482/2012 da
ANEEL e homologado pela concessionária de energia COPEL (URBANETZ et al.,
2014b). A Figura 78 mostra o SFVCR implantado na empresa ELCO.
O SFVCR da ELCO começou a operar no início de 2013 (com autorização da
COPEL), sendo que somente por volta de outubro de 2013 é que o processo de
homologação foi completado, com o sistema apto a operar normalmente na
categoria de micro geração no modelo de compensação de energia (URBANETZ et
al., 2014b).

Figura 78. SFVCR da ELCO Engenharia com os módulos instalados na cobertura de uma das
edificações acompanhando a inclinação do telhado (A), e detalhe dos inversores Xantrex (B).
Fonte: Adaptado de Urbanetz et al. (2014b).
159

Como característica deste projeto, o SFVCR também acompanha a


orientação e inclinação do telhado (aplicado a edificação), apresentando uma
inclinação de 20º e orientação com desvio azimutal em relação ao Norte Geográfico
de 32º Oeste, diferentemente das condições ideais de geração de energia elétrica,.
De acordo com Urbanetz et al. (2014b), a energia elétrica total gerada neste
SFVCR no ano de 2013 foi de 8.625 kWh, sendo ainda que o sistema permaneceu
desligado durante 28 dias em todo o ano. Com isto, o SFVCR da ELCO apresentou
uma produtividade total anual média de 998,26 kWh/kWp.ano, ou 83,2
kWh/kWp.mês. Considerando os 28 dias de 2013 em que o sistema não estava
operando, a energia elétrica anual poderia ter alcançado um valor próximo de 9.462
kWh, o que corresponderia a uma produtividade de aproximadamente 1.100
kWh/kWp.ano, ou próximo de 92 kWh/kWp.mês.
Com base na informação de produtividade em 2013 do SFVCR, e dos valores
de irradiação obtidos através da estação do INMET em Pinhais (estação mais
próxima do local avaliado com dados de irradiação global horizontal, cujos dados
foram ajustados para a mesma inclinação e orientação do SFVCR implantado na
ELCO através do programa RADIASOL da UFRGS), foi calculada a taxa de
desempenho do SFVCR, cuja média no ano foi de aproximadamente 77,71%
(URBANETZ et al., 2014a), valor superior aos 75% utilizado nas estimativas
realizadas na confecção dos mapas.
Ao se analisar os dados obtidos, tem-se como resultado uma produtividade
média de 92 kWh/kWp.mês (muito próxima do resultado obtido do SFVCR do EV de
93 kWh/kWp.mês) e uma taxa de desempenho de 77,71% (contra 66% e 69%
obtidas no EV), valores próximos dos estimados pelo mapa para a cidade de
Curitiba de 116 kWh/kWp.mês para TD 75% (considerando uma taxa de tolerância
de 10% nos valores de irradiação, e consequentemente na produtividade).
Embora o valor obtido da TD seja próximo de 78% (valor acima da média dos
SFVCR implantados na Europa e considerado nas estimativas do mapa), o valor de
produtividade foi inferior quando comparado com a produtividade estimada pelo
mapa.
160

4.3.3 Considerações sobre os dois casos estudados

Uma das causas sobre a diferença entre os valores reais encontrados nos
SFVCR pesquisados e os estimados pelo mapa, é em relação à orientação e
inclinação dos SFVCR´s serem diferentes do ideal, o que faz com que a
produtividade dos sistemas seja menor do que o esperado.
Outro fator refere-se aos valores de irradiação utilizados na elaboração do
mapa. Para determinação dos valores de irradiação estimados na superfície e
apresentados no Atlas Brasileiro de Energia Solar (2006), foi utilizado o modelo
BRASIL-SR o qual nesta versão não considerou os aerossóis que ficam em
suspensão na atmosfera e que dificultam a penetração da radiação solar na
superfície. Muitos destes aerossóis são devido às queimadas existentes nas mais
diversas regiões do Brasil (principalmente na região Norte do Brasil) e que, devido
às zonas de convergência, acabam se movimentando em grande parte do território
nacional, sendo uma variável difícil de se estimar. De forma similar, o mesmo pode
acontecer em regiões urbanas com relação à concentração dos gases causadores
do efeito estufa, cujos aerossóis ficam em suspensão na atmosfera devido
principalmente à queima de combustíveis fósseis pelos motores à combustão do
setor de transporte.
Com isto, é possível que em algumas regiões do território nacional, incluindo
as áreas urbanas com grande concentração de veículos, apresentem valores de
irradiação estimada no Atlas superiores aos valores reais encontrados, sendo
necessária a elaboração de novas estimativas dos valores de irradiação
considerando-se a presença destes aerossóis, o que deve resultar em dados de
irradiação estimados com uma precisão maior quando comparados aos atuais.
Embora os valores de produtividade apresentados nos dois casos
pesquisados sejam diferentes dos apresentados pelo Mapa Fotovoltaico do Estado
do Paraná – Total Anual, estas diferenças não invalidam os valores apresentados
pelo mapa, visto que o mapa apresenta uma estimativa dos valores de produtividade
que devem ser obtidos em condições ideais de geração de energia elétrica em
SFVCR, e que normalmente diferem das condições reais onde os módulos
fotovoltaicos são implantados na cobertura das edificações já existentes, seguindo a
sua inclinação e orientação. Com isto percebe-se a importância de durante o
161

desenvolvimento do projeto de uma edificação, desenvolver também o projeto do


SFVCR de forma aplicada ou integrada a mesma, preferencialmente nas condições
ideais de geração de energia elétrica (orientação e inclinação).
Para obtenção de valores estimados ainda mais precisos, é necessário que
se tenha uma maior quantidade de dados reais de irradiação no estado do Paraná,
de forma a validar os valores estimados pelo modelo BRASIL-SR, e
consequentemente confrontar com os dados obtidos em SFVCR instalados. Uma
das iniciativas em andamento para contribuir neste entendimento, foi a implantação
de uma Estação Solarimétrica e de um Módulo de Avaliação com tecnologias
diferentes, ambos implantados em Curitiba no TECPAR (Instituto de Tecnologia do
Paraná), sendo esta estação a primeira do estado do Paraná a fazer parte da rede
SONDA do INPE. Os dados obtidos nestes dois projetos possibilitarão efetuar
comparações importantes com os SFVCR´s avaliados nesta pesquisa, assim como
efetuar comparações com os dados de irradiação estimados pelo Atlas Brasileiro de
Energia Solar (2006) e em futuras publicações. Os detalhes destes projetos
encontram-se no APÊNDICE D.

4.4 DIMENSIONAMENTO DE SFVCR ATRAVÉS DO MAPA FOTOVOLTAICO DO


ESTADO DO PARANÁ

Através do Mapa Fotovoltaico do Estado do Paraná – Total Anual é possível


identificar o valor de irradiação e de produtividade estimada Total Anual em
determinada região do estado, e consequentemente realizar o levantamento prévio
da potência necessária para gerar determinada quantidade de energia elétrica de
acordo com as necessidades do consumidor. Como visto anteriormente, as
estimativas apresentadas são para SFVCR em condições ideais de geração, com
módulos fotovoltaicos orientados para o norte verdadeiro (norte geográfico), e com
inclinação igual à latitude do local de instalação, e para uma taxa de desempenho do
sistema de 75%.
Normalmente os SFVCR são instalados sobre coberturas das edificações já
existentes, onde nem sempre as condições de geração são as ideais, o que ocorre
em grande parte das construções residenciais, sendo importante também a questão
162

de possíveis sombreamentos que podem ocorrer no local da instalação do SFV e


que diminuem ainda mais a capacidade do SFVCR de gerar energia elétrica.
Embora as estimativas apresentadas não sejam exatas, elas são bastante
precisas em função de terem sido elaboradas a partir de um banco de dados com
informações de irradiação confiáveis e que passaram por um extenso processo de
validação, com foi o caso do projeto SWERA do Atlas Brasileiro de Energia Solar
(2006), não imune a eventuais contradições quando comparados com valores reais.
As estimativas encontradas através do mapa podem auxiliar consumidores e
desenvolvedores no que tange aos valores esperados de geração pelo SFVCR
implantado, tornando esta uma ferramenta extremamente importante para confrontar
com os valores estimados pelos integradores e apresentados depois pelo sistema
em operação. Nem sempre as perdas do SFVCR (taxa de desempenho) são
consideradas nas estimativas de geração de energia elétrica (ou são considerados
valores de TD muito elevados), apresentando ao consumidor valores de geração
muito otimistas e às vezes irreais, o que pode contribuir negativamente para o
processo de disseminação desta fonte.
O dimensionamento será desenvolvido para três casos com características
diferentes, com intuito de abranger as diferentes situações que normalmente se
encontra uma edificação. Caso 1: edificação residencial, cuja cobertura está voltada
para o norte (neste caso com aproximadamente 2º de desvio azimutal Leste), sem
sofrer sombreamento; Caso 2: edificação residencial, cuja cobertura está voltada
para o noroeste (neste caso com aproximadamente 68º de desvio azimutal Oeste) e
com sombreamento parcial durante determinada época do ano; Caso 3: área
reservada ainda não construída que possibilita que em seu projeto arquitetônico seja
previsto a implantação e um SFVCR nas condições ideais de geração. A Figura 79
mostra as três edificações selecionadas no Google Earth conforme as
características descritas.
O primeiro passo foi determinar o quanto de energia elétrica deverá ser
fornecido pelo SFVCR. Como o modelo utilizado no Brasil é o de compensação de
energia, onde o excedente de um mês pode ser compensado nos meses
subsequentes, o ideal é que o SFVCR forneça a média da energia consumida
anualmente.
Para simplificação, nestes casos será presumido que em todas as edificações
o consumo médio será de 350 kWh/mês.
163

Figura 79. Imagens dos imóveis residenciais pesquisados para o estudo.


Fonte: Google Earth.

É importante considerar que o consumidor, mesmo nos meses em que o


SFVCR gere a energia consumida (ou maior que ela), não terá a sua fatura de
energia elétrica zerada (R$ 0,00). Isto ocorre para os consumidores residenciais, os
quais pagam o “Custo de Disponibilidade” do sistema elétrico da concessionária de
energia.
A Resolução Normativa 414 de 09/09/2010 da ANEEL estabelece as
condições gerais de fornecimento de energia elétrica, de sua área de concessão,
sendo que a Seção V no artigo 98 desta Resolução estabelece a cobrança pelo
Custo de Disponibilidade. O custo de disponibilidade do sistema elétrico, aplicável
ao faturamento mensal de consumidor responsável por unidade consumidora do
Grupo B (residencial), é o valor em moeda corrente equivalente a:
a. 30 kWh, se monofásico ou bifásico a 2 (dois) condutores;
b. 50 kWh, se bifásico a 3 (três) condutores; ou
c. 100 kWh, se trifásico.
O custo de disponibilidade deve ser aplicado sempre que o consumo medido
ou estimado for inferior aos referidos neste artigo, não sendo a diferença resultante
objeto de futura compensação.
164

Em outras palavras, o valor mínimo a ser pago pelos consumidores


residenciais em suas faturas de energia elétrica será sempre o equivalente ao
consumo mínimo determinado por esta resolução (30 kWh, 50 kWh ou 100 kWh), ou
seja, consumo de energia mínimo (kWh) multiplicada pela tarifa de energia (R$),
mais taxa de iluminação pública. Sendo assim, caso o SFVCR gere toda a energia
consumida no mês, ainda assim o consumidor pagará em sua fatura de energia a
taxa de iluminação pública mais o custo de disponibilidade conforme o seu contrato
de fornecimento de energia (monofásico, bifásico ou trifásico). Com isto, de nada
adiantará para um consumidor residencial implantar um SFVCR que gere toda a
energia consumida ou superior. Entretanto, de acordo com a resolução 482/2012 da
ANNEL, o consumidor pode compensar a energia em excesso injetada na rede
elétrica de energia em outros imóveis de sua propriedade desde que os mesmos
estejam vinculados ao mesmo CPF.
Desta forma, a energia elétrica a ser gerada pelo SFVCR na maioria dos
casos, será a sua média mensal menos a energia equivalente do seu contrato de
fornecimento (custo de disponibilidade), ou seja:
Para consumidor monofásico:
Energia a ser gerada = Energia média mês – 30 kWh

Para consumidor bifásico:


Energia a ser gerada = Energia média mês – 50 kWh

Para consumidor trifásico:


Energia a ser gerada = Energia média mês – 100 kWh

Para este dimensionamento, será considerado que o caso estudado tem o


seu contrato de energia como consumidor residencial trifásico. Sendo assim, a
energia que o SFVCR deverá gerar em média será:
Energia a ser gerada = 350 kWh – 100 kWh = 250 kWh/mês

Considerando que os casos se encontram no município de Curitiba, os


valores de energia elétrica gerada para cada 1 kWp instalados nas condições ideais
de geração e para uma TD de 75%, deverão estar entre 1.350 kWh/ano e 1.425
kWh/ano, o que equivale a 113 kWh/mês e 119 kWh/mês . Como o objetivo é obter
165

um valor aproximado, será considerada a média destes dois valores, ou 116


kWh/mês.
Para se obter a potência estimada do SFVCR, é feita então uma regra de três
simples, onde:
1 kWp – 116 kWh/mês
PFV kWp – 250kWh/mês

Sendo que para este caso, o SFVCR deverá ter uma potência aproximada de
2,2 kWp, sendo esta a potência estimada para gerar uma energia média de 250
kWh/mês, ou 3.000 kWh/ano.
Com isto, para o Caso 1 em que as condições de geração são próximas das
ideais, com orientação do telhado alinhado ao norte geográfico (desvio azimutal
desprezível), a produtividade do SFVCR deverá ser próxima da informada no mapa
desde que a inclinação do telhado seja muito próxima da latitude do local. No Caso 3
onde existe a possibilidade de se instalar o SFVCR nas condições ideais de
geração, a produtividade deverá ser ainda mais próxima das estimativas mostradas
no mapa. Entretanto para o Caso 2, a orientação do telhado (noroeste) e o
sombreamento parcial ao longo do ano deverão fazer com que a produtividade do
SFVCR a ser instalado neste local seja menor do que o estimado no mapa (para
estes casos deverá ainda ser levada em consideração a inclinação real do telhado).
Com isto, mesmo o mapa apresentando o potencial de geração de energia elétrica
em cada região do estado, é necessário que se faça a observação do local onde se
pretende instalar o SFVCR quanto aos fatores que podem interferir na sua
produtividade como inclinação, orientação e sombreamento.
Estes casos mostram que tão importante quanto dimensionar o sistema de
acordo com as necessidades do consumidor e com o potencial de irradiação da
região, é verificar se o local é apropriado para a instalação do SFVCR em relação às
condições ideais de geração, sendo que quanto mais distante o sistema estiver
destas condições, maior será a diferença entre o valor estimado pelo mapa com o
valor que o sistema deverá gerar no local.
De qualquer forma as estimativas apresentadas são norteadoras para um
projeto de SFVCR, devendo haver uma análise detalhada da construção para se
encontrar uma estimativa mais próxima da real. Nos casos onde as condições de
inclinação e orientação não são as ideais, é necessário utilizar os valores de
166

irradiação global horizontal do local, fazendo o ajuste necessário através de


programas como o RADIASOL da UFRGS para se encontrar os valores de
irradiação para a orientação e inclinação reais do SFVCR, e então se estimar os
valores de energia elétrica a ser gerada pelo sistema utilizando-se das equações
adequadas.

4.5 CONTRIBUIÇÕES PARA A ELABORAÇÃO DE UMA POLÍTICA PÚBLICA DE


INCENTIVO A PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DE SFVCR NO ESTADO
DO PARANÁ

São apresentadas neste tópico algumas diretrizes a serem aplicadas no


âmbito federal, estadual e municipal que podem auxiliar na elaboração de uma
política pública de incentivo a pesquisa e disseminação desta importante fonte
renovável de energia elétrica no estado, como:
1. Isenção dos tributos ICMS, PIS e COFINS no modelo de compensação de
energia no cálculo das faturas de energia elétrica, sem distinção de valores
entre a energia injetada na rede e depois consumida pelo cliente;
2. Desconto no Imposto de Renda para consumidores que efetuaram
investimentos em projetos com geração distribuída como forma de
complementação da energia elétrica consumida através de uma fonte de
energia sustentável, como a solar;
3. Desconto no IPTU (Imposto Territorial Urbano) para proprietários que tem
instalado em seus imóveis como forma de geração distribuída a fonte solar
fotovoltaica;
4. Isenção de ICMS na compra de equipamentos para instalação de fontes
geradoras de energia elétrica de forma distribuída para micro e mini
geração, como a solar;
5. Taxas de juros menores do que o mercado pratica, para financiamento de
projetos de geração distribuída para micro e mini geração de energia
através de fontes renováveis de energia, como a solar;
6. Impostos menores para produtos que, durante o seu processo de
produção, utilizaram energia elétrica gerada através de fonte renovável de
energia na forma distribuída;
167

7. Desconto no Imposto de Renda para empresas públicas ou privadas que


financiam projetos e para custeio de bolsas de P&D na área de energia
solar em Universidades Federais e Estaduais;
8. Obrigatoriedade de que em “novos projetos” de prédios públicos, parte da
energia elétrica consumida seja gerada através de micro e mini geração na
forma distribuída, através de fonte solar fotovoltaica;
9. Adequação a curto, médio e longo prazos de prédios públicos já existentes
com a implantação de SFVCR em suas instalações para geração de parte
da energia elétrica consumida;
10.Obrigatoriedade de que em prédios públicos, juntamente com o SFVCR
instalado, sejam implantados também instrumentos capazes de medir os
valores de irradiação no local, e que os dados obtidos possam ser
transmitidos para uma base de dados compartilhada com livre acesso por
universidades para pesquisa e desenvolvimento;
11.Adequação dos currículos das escolas públicas e privadas com a
obrigatoriedade de ofertar disciplinas que envolvam os temas
sustentabilidade, desenvolvimento sustentável e fontes renováveis de
energia;
12.Adequação dos currículos das universidades públicas e privadas com a
obrigatoriedade de ofertar disciplinas que envolvam os temas
sustentabilidade, desenvolvimento sustentável e fontes renováveis de
energia, principalmente em cursos de engenharia.

Entende-se que a partir de uma política pública de estado com a inclusão de


algumas das contribuições descritas, será possível incentivar a inserção desta
importante fonte renovável para geração de energia elétrica na matriz elétrica do
Paraná, como também propiciar uma maior conscientização da sociedade com
respeito à necessidade de um desenvolvimento sustentável, e contribuir para o
desenvolvimento de pesquisas nesta área.
168

Conclusões sobre o capítulo:

a. A elaboração do Mapa Fotovoltaico Brasileiro – Total Anual com as


mesmas premissas utilizadas para elaboração do Mapa Fotovoltaico do
Estado do Paraná, demonstra com clareza o potencial de geração de
energia elétrica no território nacional;
b. A análise dos dados de irradiação e de produtividade estimada Total Anual
obtidas no Brasil, mostram que o estado com menor valor Total Anual é
Santa Catarina com 1.644 kWh/m².ano e 1.233 kWh/kWp.ano, enquanto
que o estado com maior valor é a Bahia com 2.246 kWh/m².ano e 1.684
kWh/kWp.ano;
c. Em relação à Média Total Anual, o estado com menor Média Total Anual
apresentado no Brasil é Santa Catarina com 1.852 kWh/m².ano e 1.389
kWh/kWp.ano, enquanto que o estado com maior média Total Anual no
Brasil é o Distrito Federal com 2.156 kWh/m².ano e 1.617 kWh/kWp.ano,
sendo que a média Total Anual apresentada no Brasil é de 2.001
kWh/m².ano e 1.501 kWh/kWp.ano;
d. Comparando a Média Total Anual dos estados com o Paraná, 12 estados
apresentaram médias inferiores ao Paraná, enquanto 14 estados
apresentaram média superior, sendo a média do estado praticamente igual
à média do Brasil, com uma diferença inferior menor do que 1%;
e. Em relação aos três estados com maior média no Brasil (Distrito Federal,
Goiás e Piauí), o Paraná apresentou uma produtividade 7,5% inferior,
sendo que em relação à Bahia a média é de apenas 3,34% inferior;
f. Analisando as médias obtidas no estado do Paraná em relação às três
maiores médias do Brasil, verificou-se que 92% da área do estado possui
média 6,6% inferior as maiores médias, 78% da área do estado possui
média 5,2% inferior, e 68% da área do estado possui média 4,6% inferior
as maiores médias, o que mostra o excelente potencial do estado;
g. Mesmo uma cidade como Curitiba, reconhecida pelo seu clima frio, possui
uma média apenas 8,6% inferior à média Brasil, e 1,2% inferior à média do
estado de Santa Catarina;
h. Em termos de Paraná, o município de Prado Ferreira é o que apresenta a
maior média do estado, com Média Total Anual de Irradiação e
169

Produtividade Estimada de 2.107 kWh/m².ano e 1.580 kWh/kWp.ano


respectivamente, sendo aproximadamente 2% inferior as maiores médias
dos estados no Brasil;
i. Em relação aos maiores valores de irradiação e de produtividade estimada
Total Anual encontrados no Brasil e no Paraná, o ponto com o maior valor
no Brasil ocorre no norte do estado da Bahia próximo à divisa com o sul do
Piauí com valores de 2.246 kWh/m².ano e 1.684 kWh/kWp.ano, e no
Paraná o ponto com maior valor ocorre no município de Sertaneja com
valores de 2.119 kWh/m².ano e 1.589 kWh/kWp.ano, e que representa
menos de 6% inferior ao máximo encontrado;
j. Todas as comparações foram realizadas tendo como base uma TD 75%;
k. Caso os SFVCR´s no estado do Paraná venham a apresentar uma Taxa de
Desempenho de 82%, isto faria com que a média Total Anual do estado
fosse superior à média apresentada em todos os estados do Brasil;
l. Da mesma forma, um SFVCR instalado em Curitiba com TD de 85% é
capaz de ter uma produtividade equivalente a um sistema instalado em
Prado Ferreira cuja TD seja de 75%;
m. Quando comparado à média do estado com as regiões do Brasil, o Paraná
apresenta média superior às regiões Norte e Sul, e inferior as regiões
Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste, sendo a região Centro-Oeste a que
apresenta a maior média no Brasil;
n. Quanto à comparação com a Europa, o mapa apresentado na Figura 73
mostra claramente o excelente potencial do Paraná em relação aos países
europeus, cujo valor da Média Total Anual do estado é inferior somente a
Chipre e Malta (duas ilhas situadas ao Sul da Europa praticamente na
mesma latitude), com média similar a Portugal e Espanha, e média superior
aos demais 29 países pesquisados, sendo aproximadamente 59% superior
à média apresentada na Alemanha, pais com maior capacidade instalada;
o. Com relação à comparação dos dados reais dos SFVCR´s implantados no
EV da UTFPR e na ELCO Engenharia com as estimativas apresentadas
pelo Mapa Fotovoltaico do Estado do Paraná – Total Anual, os valores
reais obtidos ficaram próximos dos dados estimados, apesar de ambos os
sistemas não estarem instalados nas condições ideais de geração
170

(inclinação, orientação e sombreamento zero), o que comprova a eficácia


do mapa e as estimativas apresentadas;
p. O processo de dimensionamento da potência instalada necessária para
fornecer a quantidade de energia requerida para um consumidor se
mostrou um método prático, visto que fornece informações valiosas a
serem comparadas com outras estimativas fornecidas, dando uma real
expectativa de geração ao consumidor;
q. Finalmente foram apresentadas neste capítulo contribuições para auxiliar
na elaboração de uma política pública específica para o incentivo da fonte
solar no estado, de forma a auxiliar governo e setor privado na pesquisa e
no desenvolvimento de novas formas de geração de energia na matriz
elétrica do estado.
171

5 CONCLUSÕES

O conceito de desenvolvimento sustentável tem se difundido cada vez mais


na sociedade, com o objetivo de buscar o equilíbrio entre as dimensões ambiental,
econômica e social. Dentre deste aspecto, o planejamento do setor energético é
extremamente importante para assegurar a continuidade do fornecimento de energia
à sociedade ao menor custo, com o menor risco contra o desabastecimento, e com
os menores impactos socioeconômicos e ambientais, onde uma parcela importante
é destinada a geração de energia elétrica, imprescindível ao atual estado de
desenvolvimento da sociedade.
O incentivo à geração de energia elétrica através de fontes renováveis de
energia tem crescido gradativamente de forma Global e também no Brasil.
Entretanto nos anos 2012 a 2015 o Brasil, contrariando a tendência global, tem
mostrado um forte crescimento na participação de fontes não renováveis de energia
na sua matriz elétrica principalmente através da utilização de combustíveis fósseis
usados nas termoelétricas, e uma diminuição da participação de hidroelétricas na
capacidade instalada devido às pressões ambientais e sociais, dificultando a sua
expansão no sistema. Embora a energia gerada da termoelétrica seja uma “energia
firme” que independe de condições climáticas para a geração de energia elétrica, e
que fornece estabilidade ao sistema elétrico, os custos de geração de eletricidade
por meio delas são muito superiores a outras fontes, custos estes que acabam por
serem repassados ao consumidor.
Com isto, de forma similar à eólica, a fonte solar principalmente através de
SFVCR tem ganhado espaço no cenário nacional, a ponto de o governo federal
realizar o primeiro leilão específico para a fonte solar em outubro de 2014, de forma
similar ao leilão ocorrido em dezembro de 2013 promovido pelo estado de
Pernambuco.
Quanto ao estado do Paraná, a participação na geração de energia elétrica
através de hidroelétricas tem sido de aproximadamente 93%, com aproximadamente
70% do potencial total já tendo sido explorado, o que dificulta novas expansões
desta fonte na matriz elétrica do estado, necessitando o estado da participação de
outras fontes, principalmente de renováveis não hidro cuja participação atual é
desprezível, tornando necessários estudos detalhados sobre o potencial das
172

diversas fontes para geração de energia elétrica no estado como a solar através de
SFVCR, principalmente quando se observa que esta fonte permite a geração de
energia elétrica de forma distribuída e próxima ao ponto de consumo, de forma limpa
e renovável.
Este foi o princípio norteador desta pesquisa que teve como objetivo principal
desenvolver um estudo específico, detalhado e atualizado sobre o potencial de
geração de energia elétrica através de SFVCR no estado do Paraná, nos seus mais
diversos municípios e regiões.
Este objetivo principal foi desenvolvido por meio dos seguintes objetivos
específicos:

a. Efetuar uma ampla pesquisa bibliográfica a respeito dos conceitos que


envolvem desenvolvimento sustentável, as fontes de energia, geração de
energia elétrica, matriz elétrica Global, Brasil e Paraná, e os conceitos que
envolvem a geração de energia elétrica por fonte solar fotovoltaica, suas
aplicações, e o levantamento histórico para determinação do potencial de
irradiação no Brasil;
A revisão realizada mostrou a importância do tema desenvolvimento
sustentável no atual estágio da sociedade, e a importância na geração da energia
elétrica, onde o setor com maior consumo no sistema elétrico é o industrial, seguido
do residencial e do comercial, sendo este último àquele que mais deverá crescer até
2023. Quanto às perdas do sistema elétrico brasileiro (SIN), estas são da ordem de
16,8%, sendo as menores perdas encontradas no subsistema Sul e as maiores no
subsistema Norte, o que faz da geração distribuída uma ótima opção de geração de
energia elétrica.
Outra questão importante levantada foi quanto ao comportamento da Curva
de Carga típica nos vários setores da economia no Brasil, onde levantamentos
realizados em 2013 no estado do Paraná evidenciam que o maior consumo de
energia elétrica ocorre durante o horário comercial, justamente quando se tem os
maiores níveis de radiação solar, o que torna a fonte solar fotovoltaica muito
importante na matriz elétrica do Paraná como forma de complementação a outras
fontes como às hidroelétricas.
Quanto às resoluções editadas para incentivo à Solar e à Geração
Distribuída, alguns projetos da Chamada nº 13 não foram implantados, inclusive dois
173

deles aprovados pela ANEEL no estado do Paraná, impossibilitando que pesquisas


relevantes fossem desenvolvidas no estado. Já a regulamentação 482/2012 que
possibilita a conexão de SFV na rede elétrica de energia, tem como maior entrave a
questão da tributação da energia ativa injetada no sistema e depois consumida
(ICMS, PIS e COFINS), devendo o governo federal rever esta questão para o
incentivo à Geração Distribuída.
Quanto ao Potencial de Irradiação, este estudo mostrou o grande potencial
existente no Brasil, cujas pesquisas se iniciaram já na década de 50, com resultados
relevantes sendo publicados a partir de 1978 com os primeiros levantamentos de
radiação solar.
Os mapas publicados a partir de 1998 mostram a dificuldade de efetuar
comparações entre as diferentes versões publicadas no Brasil, e estas com
publicações de outros países, em especial os europeus onde está a maior parte da
capacidade instalada mundial, o que leva muitas vezes a uma interpretação errônea
quanto aos potenciais apresentados nos mapas elaborados no Brasil devido
principalmente aos padrões de cores e escalas utilizados. Isto mostrou a
necessidade da elaboração de mapas que possibilitassem à devida comparação
com outros países utilizando um mesmo padrão, podendo resultar num instrumento
muito importante na elaboração de políticas públicas específicas para incentivo à
disseminação desta fonte no país.
Em relação ao estado do Paraná, a exploração de energia através de
hidroelétricas se encontra com dificuldade de expansão na matriz elétrica do estado,
a exemplo do Brasil, devendo o estado investir em novas fontes de energia elétrica
como a solar, através de um estudo detalhado que evidencie o potencial existente
no estado desta importante fonte energética, e que possibilite comparações com
outros países como os europeus.

b. Determinar o Potencial Fotovoltaico do estado do Paraná, através da


elaboração do Mapa Fotovoltaico com valor Total Anual, Média Diária
Mensal e Média Diária Sazonal para SFVCR no Paraná, e determinar os
valores de Irradiação e de Produtividade para todos os municípios do
estado;
Para determinação do potencial de geração de energia elétrica através de
SFVCR no estado do Paraná, foi utilizado o banco de dados de irradiação do Atlas
174

Brasileiro de Energia Solar (2006). Este banco de dados foi elaborado através do
modelo BRASIL-SR para estimar dados de irradiação com base em dados terrestres
e de imagens de satélites, com dados históricos referentes ao período entre 1995 e
2005.
A elaboração do Mapa Fotovoltaico do Estado do Paraná em sua primeira
versão partiu de um estudo inicial onde foram analisados os dados de irradiação de
48 municípios do estado, onde foi calculada a produtividade estimada para módulos
FV com orientação igual ao norte geográfico, inclinação igual à latitude do local,
potência do SFV igual a 1 kW e taxa de desempenho de 75%. Entretanto a
elaboração desta 1ª versão mostrou-se incompleta por não permitir a comparação
direta com mapas de outros países, visto a diferença das escalas e cores utilizadas.
Para elaboração da 2ª versão do Mapa Fotovoltaico do estado do Paraná
foram pesquisados padrões adotados em vários institutos de pesquisa em todo o
mundo, e entre as opções estudadas foi escolhido o da Joint Research Centre (JRC)
do Institute for Energy and Transport (IET) da European Commission por possuir as
seguintes características: escala que abrange todos os valores de irradiação e de
produtividade estimados no estado do Paraná, padrão de cores amplo e atual cuja
última atualização aconteceu em setembro de 2012, e a visualização numa única
escala de cores dos valores de irradiação em kWh/m² e de produtividade em
kWh/kWp, ambos com valores anuais. O resultado foi a elaboração do Mapa
Fotovoltaico do Estado do Paraná com valores Total Anual e Diária Sazonal, com
base nas 48 cidades inicialmente pesquisadas, o que já permitiu uma comparação
direta com o mapa da Alemanha, mostrando de forma mais clara o grande potencial
do estado.
A necessidade quanto ao mapeamento de todo o estado de forma mais
precisa e a possibilidade de efetuar comparações com outros países, fez com que
fosse gerada uma 3ª versão do mapa na mesma escala de cores e valores, e com
as mesmas premissas utilizadas pela European Commission. Como resultado, foi
elaborado um conjunto de mapas que constitui o “Atlas Fotovoltaico do Estado do
Paraná”, composto de um mapa com os valores de Irradiação e de Produtividade
Total Anual, quatro mapas Sazonais e doze mapas Mensais com os valores de
Irradiação e de Produtividade, ambos com valores diários.
Os valores encontrados neste estudo mostraram valores elevados de
Irradiação Total Anual no estado do Paraná cuja média do estado foi de 1.986
175

kWh/m², e Produtividade Total Anual média de 1.490 kWh/kWp. Em relação aos


valores mensais, observou-se que o valor máximo de irradiação encontrado ocorre
no mês de Janeiro, enquanto a maior média de irradiação ocorre no mês de Março.
Para comprovação dos maiores valores encontrados no plano inclinado, foi
preparado também um conjunto de mapas de Irradiação (HHOR) e de Produtividade
Estimada no plano horizontal, sendo um com valores Global (HHOR) Anual e quatro
mapas com a média diária Sazonal Global Horizontal (HHOR). Com isto foi possível
compará-los com os apresentados no plano inclinado mostrando o maior potencial
nos períodos de primavera e verão no plano horizontal, e em contrapartida um maior
potencial nos períodos de Outono e Inverno no plano inclinado, de forma que no
plano inclinado (orientação igual ao norte geográfico e inclinação igual à latitude do
local) é onde se obtém os maiores valores Total Anual, principal característica dos
SFVCR.
De forma a complementar este levantamento, foram obtidos também os
valores de Irradiação e de Produtividade Total Anual Média dos 399 municípios do
estado do Paraná (APÊNDICE B). Através destes dados, pode-se observar que os
menores valores encontram-se no leste do estado, na região litorânea e próximo da
Serra do Mar. Isto se deve principalmente as condições climáticas desta região que
apresenta normalmente grande nebulosidade ao longo do ano, o que dificulta a
passagem da radiação solar através das nuvens até a superfície.
Os dados obtidos mostraram também que 80,7% dos municípios
apresentaram valor de Irradiação e de Produtividade Total Anual Média superior a
média do estado, e que 80,45% de todos os municípios do estado obtiveram valor
de Irradiação Total Anual Média superior a 2.000 kWh/m².ano (inclusive), o que
equivale a uma produtividade Total Anual Média superior a 1.500 kWh/kWp.ano,
valores muito elevados e que mostram o excelente potencial do estado do Paraná.
Em relação aos valores máximos obtidos, a máxima Irradiação Total Anual
obtida no estado foi encontrada na cidade de Sertaneja com 2.119 kWh/m².ano, o
que corresponde a um valor de produtividade Total Anual de 1.589 kWh/kWp.ano.
176

c. Comparar os valores de Irradiação e de Produtividade encontradas no


Paraná com outros estados e regiões do Brasil, com a Europa, e com
dados reais obtidos de SFVCR implantados no Paraná;
A análise dos dados de Irradiação e de Produtividade estimada Total Anual
obtidas no Brasil, mostra que o estado que apresenta o menor valor Total Anual é
Santa Catarina com 1.644 kWh/m².ano e 1.233 kWh/kWp.ano, enquanto que o
estado com maior valor é a Bahia com 2.246 kWh/m².ano e 1.684 kWh/kWp.ano. Em
relação à Média Total Anual, o estado com a menor Média Total Anual continua
sendo Santa Catarina com 1.852 kWh/m².ano e 1.389 kWh/kWp.ano, enquanto que
o estado com maior média Total Anual é o Distrito Federal com 2.156 kWh/m².ano e
1.617 kWh/kWp.ano, sendo que a média Total Anual apresentada no Brasil é de
2.001 kWh/m².ano e 1.501 kWh/kWp.ano.
Comparando a Média Total Anual de todos os estados da federação com o
Paraná, 12 estados apresentaram médias inferiores ao Paraná, enquanto 14
estados apresentaram média superior, sendo a média do estado do Paraná é
praticamente igual à média do Brasil, com uma diferença inferior menor do que 1%.
Em relação aos três estados com maior média no Brasil (Distrito Federal, Goiás e
Piauí), o Paraná apresentou uma produtividade 7,5% inferior, e em relação à Bahia a
média é de apenas 3,34% inferior.
Analisando as médias obtidas no estado do Paraná em relação às três
maiores médias do Brasil, verificou-se que 92% da área do estado possui média
6,6% inferior as maiores médias, 78% da área do estado possui média 5,2% inferior,
e 68% da área do estado possui média 4,6% inferior as maiores médias, o que
mostra o excelente potencial principalmente entre as regiões centro-oeste, oeste e
norte do estado.
Mesmo uma cidade como Curitiba, reconhecida pelo seu clima frio, possui
uma média apenas 8,6% inferior à média Brasil, e 1,2% inferior à média do estado
de Santa Catarina.
O município de Prado Ferreira é o que apresenta a maior média do Paraná,
sendo aproximadamente 2% inferior as maiores médias dos estados no Brasil. Em
relação aos maiores valores de Irradiação e de Produtividade Estimada Total Anual
encontrados no Brasil e no Paraná, o ponto com o maior valor no Paraná ocorre no
município de Sertaneja com valores de 2.119 kWh/m².ano e 1.589 kWh/kWp.ano, e
177

que representa menos de 6% inferior ao máximo encontrado no Brasil (estado da


Bahia).
Caso os SFVCR´s no estado do Paraná venham a apresentar uma Taxa de
Desempenho de 82%, isto faria com que a média Total Anual do estado fosse
superior à média apresentada em todos os estados do Brasil com TD de 75%. Da
mesma forma, um SFVCR instalado em Curitiba com TD de 85% seria capaz de ter
uma produtividade equivalente a um sistema instalado em Prado Ferreira cuja TD
seja de 75%.
Quando comparado à média do estado com as regiões do Brasil, o Paraná
apresenta média superior às regiões Norte e Sul, e inferior as regiões Nordeste,
Sudeste e Centro-Oeste, sendo a região Centro-Oeste a que apresenta a maior
média no Brasil.
Quanto à comparação com a Europa, o mapa apresentado na Figura 73
mostra claramente o excelente potencial do Paraná em relação aos países
europeus, cujo valor da Média Total Anual do estado é inferior apenas a Chipre e
Malta (duas ilhas situadas ao sul da Europa praticamente na mesma latitude), com
média similar a Portugal e Espanha, e média superior aos demais 29 países
pesquisados, sendo ainda aproximadamente 59% superior à média apresentada na
Alemanha, pais com a maior capacidade instalada;
Com relação à comparação dos dados reais dos SFVCR´s implantados no EV
da UTFPR e na ELCO Engenharia com as estimativas apresentadas pelo Mapa
Fotovoltaico do Estado do Paraná – Total Anual, os valores reais obtidos ficaram
próximos aos dados estimados, apesar de ambos os sistemas não estarem
instalados nas condições ideais de geração (inclinação, orientação e sombreamento
zero), o que comprova a eficácia do mapa e das estimativas apresentadas;

d. Elaborar roteiro com processo prático para dimensionamento de SFVCR no


estado através do Mapa Fotovoltaico do Paraná - Total Anual elaborado;
O roteiro de dimensionamento da potência instalada necessária para fornecer
a quantidade de energia requerida para um consumidor se mostrou um método
prático, visto que fornece informações valiosas a serem comparadas com outras
estimativas fornecidas, dando uma expectativa mais próxima do valor real de
geração da energia elétrica estimada ao consumidor.
178

Entretanto o roteiro não substitui um projeto detalhado de um SFVCR, visto


que na maioria das vezes as edificações já estão construídas, sendo que a sua
cobertura (telhado) normalmente não está nas condições ideais de geração
(inclinação, orientação e sombreamento), necessitando de uma análise mais
apurada.

e. Propor parâmetros e diretrizes para a elaboração uma política pública de


incentivo a pesquisa e desenvolvimento de SFVCR no estado do Paraná.
Foram apresentadas importantes contribuições para auxiliar na elaboração de
uma política pública específica para o incentivo da fonte solar fotovoltaica no
Paraná, de forma a auxiliar governo e setor privado na pesquisa e no
desenvolvimento desta forma de geração de energia na matriz elétrica do estado.
Diante das diretrizes estabelecidas e de uma política pública de estado, será
possível desenvolver projetos relacionados a SFVCR no Paraná e de fornecer apoio
à pesquisa, questões estas primordiais para tornar o estado um centro de referência
no Brasil neste setor.
O desenvolvimento de uma política pública consistente poderá ainda auxiliar
na capacitação de recursos humanos para atuar nesta área, principalmente através
do apoio de universidades e centros de pesquisa.

Considerações finais

Esta proposta surgiu principalmente da detecção do problema em se


determinar “Qual era o Potencial para Geração de Energia Elétrica por Fonte Solar
através de Sistemas Fotovoltaicos Conectados à Rede no Estado do Paraná”. Isto
se deu em função de não haver até o momento nenhum estudo específico,
detalhado e atualizado sobre a potencialidade da geração de energia elétrica através
de SFVCR no estado.
Um dos resultados obtidos desta pesquisa foi a elaboração do Atlas
Fotovoltaico do Estado do Paraná, o qual é composto por um conjunto de mapas
com valores de Irradiação e de Produtividade Estimada Total Anual, Média Diária
Sazonal e Média Diária Mensal.
A escolha e utilização de um padrão internacional como o da European
Commission propiciou a comparação direta do mapa do estado do Paraná com a
179

Europa, evidenciando ainda mais o potencial existente no estado do Paraná


(comprovado através dos valores encontrados no Paraná e nos países da Europa).
Foi elaborado também durante este estudo o Atlas Fotovoltaico Brasileiro
apresentando valores Total Anual, Média Sazonal e Média Diária Mensal com estas
mesmas premissas, que a exemplo do Paraná, demonstrou o enorme potencial
existente no Brasil.
As informações geradas através desta pesquisa devem auxiliar aos
tomadores de decisão, quanto ao desenvolvimento de uma política pública de
incentivo à disseminação desta importante fonte renovável de energia no estado do
Paraná.

Propostas para Trabalhos Futuros

A partir do estudo desenvolvido sobre o potencial de geração de energia


elétrica através de SFVCR no estado do Paraná, alguns trabalhos podem ser
desenvolvidos para preencherem lacunas existentes. São eles:
a. Implantação de Estações Solarimétricas (a exemplo da implantada no
TECPAR) participante da rede SONDA do INPE em outras regiões do
Paraná, de forma a possibilitar importantes comparações dos valores de
irradiação encontrados nas estações, com os dados estimados no Atlas
Brasileiro de Energia Solar. Estas informações poderão ainda auxiliar na
validação dos dados de irradiação estimados pelos modelos e utilizados
na elaboração de novas versões dos Atlas de Energia Solar;
b. Análise do fator temperatura no desempenho de SFVCR no estado do
Paraná em todas as suas regiões, com diferentes tecnologias, de forma a
identificar qual tecnologia é mais adequada a cada micro clima no estado;
c. Análise da viabilidade técnico-econômica da implantação de SFVCR no
estado do Paraná, e tendências futuras;
d. Estudo da complementariedade da fonte solar fotovoltaica na matriz
elétrica do estado do Paraná, e sua influência na Curva de Carga e na
energia economizada nos reservatórios das hidroelétricas.
180

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191

ANEXO A

MAPA DE RADIAÇÃO SOLAR INCIDENTE À SUPERFÍCIE NO BRASIL (1978)

Figura 80. Mapa de radiação solar incidente à superfície no Brasil do mês de janeiro em Ly/dia.
Fonte: Nunes et al. (1978).
192

ANEXO B

GRÁFICOS DE CONTORNO COM AS MÉDIAS MENSAIS DA SOMA DIÁRIA DE


RADIAÇÃO SOLAR GLOBAL NO HEMISFÉRIO SUL (1996)

Figura 81. Gráficos de contorno com as médias mensais da soma diária de radiação solar global no
hemisfério sul durante o inverno (A), e verão (B), em MJ/m².dia.
Fonte: Pereira et al. (1996).
193

ANEXO C

ESTAÇÕES UTILIZADAS PARA PROVER DADOS DE IRRADIAÇÃO NO


DESENVOLVIMENTO DO ATLAS SOLARIMÉTRICO (2000)

Figura 82. Estações utilizadas para fornecimento de dados de radiação para desenvolvimento do
Atlas Solarimétrico.
Fonte: Tiba et al. (2000).
194

ANEXO D

INVENTÁRIO DE ENERGIA SOLAR NO PARANÁ - LEVANTAMENTO DE DADOS


DE IRRADIAÇÃO ENTRE OS ANOS 1998 A 2000 (SIMEPAR)

Figura 83. Rede de estações telemétricas meteorológicas do SIMEPAR (1998 a 2000)


Fonte: Prates et al. (2001).
195

Figura 84. Conjunto de mapas que apresentam a irradiância solar média na superfície entre os meses
de Janeiro a Junho às 15h00 local no estado do Paraná.
Fonte: Prates et al. (2001).
196

Figura 85. Conjunto de mapas que apresentam a irradiância solar média na superfície entre os meses
de Julho a Dezembro às 15h00 local no estado do Paraná.
Fonte: Prates et al. (2001).
197

APÊNDICE A

MAPAS FOTOVOLTAICOS DO ESTADO DO PARANÁ - MÉDIA DIÁRIA MENSAL


NO PLANO INCLINADO (HTOT)

Para a apresentação dos Mapas Fotovoltaicos do estado do Paraná com a


Média Diária Mensal no plano inclinado (HTOT), foi utilizada uma escala “ajustada e
ampliada” para melhor representar os valores mais altos de irradiação e de geração
de energia elétrica estimada que ocorrem em determinados meses do ano,
melhorando a precisão dos valores apresentados nos mapas.
Com isto, foram acrescentadas mais três cores e intervalos na escala anual
utilizada para representação dos valores pela European Commission e adotada
nesta pesquisa, convertida em valores diários de irradiação e de produtividade. A
escala ajustada é apresentada na Figura 86.

Figura 86. Escala de cores e valores ampliada contendo mais três cores (as três últimas ao lado
direito da escala) para melhor representar os valores altos de irradiação e de produtividade estimada
que ocorre em determinados meses do ano.

Os Mapas Fotovoltaicos Mensais do estado do Paraná com a escala ajustada


estão apresentados da seguinte forma: meses de Janeiro a Junho na Figura 87, e os
meses de Julho a Dezembro na Figura 88.
Como complementação, foram gerados também os Mapas Fotovoltaicos
Sazonais do Estado do Paraná com a escala ajustada, para o plano inclinado e
global horizontal, mostrando em maiores detalhes as variações da irradiação e
produtividade em cada estação do ano. A Figura 89 mostra os Mapas Fotovoltaicos
Sazonais do estado do Paraná – Média Diária no plano inclinado, a Figura 90 mostra
198

os mapas sazonais no plano global horizontal, e a Figura 91 apresenta a


comparação entre eles com esta escala ajustada.

Figura 87. Mapas Fotovoltaicos do Estado do Paraná - Média Diária Mensal (Plano Inclinado - HTOT) –
Janeiro a Junho.
199

Figura 88. Mapas Fotovoltaicos do Estado do Paraná - Média Diária Mensal (Plano Inclinado - HTOT) –
Julho a Dezembro.
200

Figura 89. Mapas Fotovoltaicos do Estado do Paraná - Média Diária Sazonal Plano Inclinado (HTOT) –
Escala Ajustada.
201

Figura 90. Mapas Fotovoltaicos do estado do Paraná - Média Diária Sazonal Global Horizontal (HHOR)
– Escala Ajustada.
202

Figura 91. Comparativo entre os mapas sazonais com a média diária no plano inclinado HTOT (à
esquerda) e no plano horizontal HHOR (à direita) – Escala Ajustada.

Os mapas apresentados na Figura 91 com a escala ajustada, a exemplo do


apresentado na Figura 64, mostram os valores expressivos de irradiação e de
203

produtividade durante a primavera e verão no plano global horizontal, e valores mais


altos no outono e inverno no plano inclinado, mostrando o comportamento da
irradiação em cada um dos planos (global horizontal e inclinada) em cada uma das
estações do ano e com uma maior precisão. Entretanto, em termos de maior
produção de energia elétrica num SFVCR, isto só é obtido quando é realizada a
comparação com os valores anuais, conforme discutido e apresentado na Figura 65.
204

APÊNDICE B

VALORES DE IRRADIAÇÃO TOTAL (HTOT) E DE PRODUTIVIDADE GERADA


ESTIMADA TOTAL ANUAL NO PLANO INCLINADO NOS 399 MUNICÍPIOS DO
ESTADO DO PARANÁ

Tabela 13. Valores de Irradiação Total (HTOT) e de Produtividade Gerada Estimada Total Anual no
plano inclinado encontrados nos 399 municípios do estado do Paraná, para TD 75%
Produtividade Total Anual Média
Irradiação Total (HTOT) em kWh/kWp.ano para SFVCR
Município Anual Média em
kWh/m².ano com inclinação igual a latitude,
orientação norte e TD 75%
Abatiá 2.084 1.563
Adrianópolis 1.798 1.348
Agudos do Sul 1.813 1.360
Almirante Tamandaré 1.840 1.380
Altamira do Paraná 2.034 1.526
Alto Paraíso 2.057 1.543
Alto Paraná 2.084 1.563
Alto Piquiri 2.053 1.540
Altônia 2.044 1.533
Alvorada do Sul 2.094 1.570
Amaporã 2.071 1.553
Ampére 2.030 1.522
Anahy 2.039 1.529
Andirá 2.097 1.573
Ângulo 2.076 1.557
Antonina 1.726 1.294
Antônio Olinto 1.812 1.359
Apucarana 2.066 1.549
Arapongas 2.076 1.557
Arapoti 2.029 1.522
Arapuã 2.053 1.540
Araruna 2.062 1.546
Araucária 1.838 1.379
Ariranha do Ivaí 2.053 1.540
Assaí 2.071 1.554
Assis Chateaubriand 2.046 1.534
Astorga 2.082 1.562
Atalaia 2.082 1.562
Balsa Nova 1.868 1.401
Bandeirantes 2.091 1.568
Barbosa Ferraz 2.055 1.541
205

Continuação Tabela 13
Produtividade Total Anual Média
Irradiação Total (HTOT) em kWh/kWp.ano para SFVCR
Município Anual Média em
kWh/m².ano com inclinação igual a latitude,
orientação norte e TD 75%
Barra do Jacaré 2.094 1.570
Barracão 2.014 1.510
Bela Vista da Caroba 2.032 1.524
Bela Vista do Paraíso 2.103 1.578
Bituruna 1.896 1.422
Boa Esperança 2.052 1.539
Boa Esperança do Iguaçu 2.031 1.523
Boa Ventura de São Roque 2.018 1.514
Boa Vista da Aparecida 2.024 1.518
Bocaiúva do Sul 1.801 1.351
Bom Jesus do Sul 2.020 1.515
Bom Suceáo do Sul 2.035 1.527
Bom Sucesso 2.054 1.541
Borrazópolis 2.063 1.547
Braganey 2.036 1.527
Brasilândia do Sul 2.053 1.540
Cafeara 2.093 1.569
Cafelândia 2.040 1.530
Cafezal do Sul 2.055 1.541
Califórnia 2.065 1.549
Cambará 2.097 1.573
Cambé 2.097 1.573
Cambira 2.062 1.546
Campina da Lagoa 2.036 1.527
Campina do Simão 2.023 1.517
Campina Grande do Sul 1.753 1.315
Campo Bonito 2.034 1.525
Campo do Tenente 1.824 1.368
Campo Largo 1.837 1.378
Campo Magro 1.835 1.376
Campo Mourão 2.055 1.541
Cândido de Abreu 2.019 1.514
Candói 2.026 1.519
Cantagalo 2.030 1.523
Capanema 2.020 1.515
Capitão Leônidas Marques 2.021 1.515
Carambeí 1.951 1.463
Carlópolis 2.082 1.562
Cascavel 2.031 1.523
206

Continuação Tabela 13
Produtividade Total Anual Média
Irradiação Total (HTOT) em kWh/kWp.ano para SFVCR
Município Anual Média em
kWh/m².ano com inclinação igual a latitude,
orientação norte e TD 75%
Castro 1.901 1.426
Catanduvas 2.028 1.521
Centenário do Sul 2.094 1.571
Cerro Azul 1.836 1.377
Céu Azul 2.019 1.514
Chopinzinho 2.035 1.527
Cianorte 2.060 1.545
Cidade Gaúcha 2.074 1.556
Clevelândia 2.026 1.519
Colombo 1.828 1.371
Colorado 2.090 1.567
Congonhinhas 2.053 1.540
Conselheiro Mairinck 2.068 1.551
Contenda 1.840 1.380
Corbélia 2.038 1.528
Cornélio Procópio 2.086 1.564
Coronel Domingos Soares 1.979 1.484
Coronel Vivida 2.037 1.527
Corumbataí do Sul 2.052 1.539
Cruz Machado 1.864 1.398
Cruzeiro do Iguaçu 2.027 1.520
Cruzeiro do Oeste 2.070 1.552
Cruzeiro do Sul 2.088 1.566
Cruzmaltina 2.062 1.546
Curitiba 1.829 1.372
Curiúva 2.017 1.513
Diamante do Norte 2.100 1.575
Diamante do Sul 2.035 1.526
Diamante D'Oeste 2.030 1.522
Dois Vizinhos 2.031 1.523
Douradina 2.068 1.551
Doutor Camargo 2.048 1.536
Doutor Ulysses 1.872 1.404
Enéas Marques 2.035 1.526
Engenheiro Beltrão 2.053 1.540
Entre Rios do Oeste 1.981 1.486
Esperança Nova 2.059 1.544
Espigão Alto do Iguaçu 2.027 1.520
Farol 2.061 1.546
207

Continuação Tabela 13
Produtividade Total Anual Média
Irradiação Total (HTOT) em kWh/kWp.ano para SFVCR
Município Anual Média em
kWh/m².ano com inclinação igual a latitude,
orientação norte e TD 75%
Faxinal 2.054 1.541
Fazenda Rio Grande 1.828 1.371
Fênix 2.057 1.543
Fernandes Pinheiro 1.870 1.402
Figueira 2.023 1.517
Flor da Serra do Sul 2.014 1.511
Floraí 2.066 1.550
Floresta 2.054 1.541
Florestópolis 2.099 1.574
Flórida 2.083 1.562
Formosa do Oeste 2.047 1.535
Foz do Iguaçu 1.956 1.467
Foz do Jordão 2.034 1.525
Francisco Alves 2.044 1.533
Francisco Beltrão 2.031 1.523
General Carneiro 1.860 1.395
Godoy Moreira 2.056 1.542
Goioerê 2.053 1.539
Goioxim 2.034 1.526
Grandes Rios 2.058 1.544
Guaíra 2.016 1.512
Guairaçá 2.082 1.562
Guamiranga 1.922 1.442
Guapirama 2.077 1.558
Guaporema 2.068 1.551
Guaraci 2.097 1.573
Guaraniaçu 2.030 1.523
Guarapuava 1.963 1.473
Guaraqueçaba 1.703 1.277
Guaratuba 1.694 1.271
Honório Serpa 2.031 1.523
Ibaiti 2.041 1.530
Ibema 2.030 1.522
Ibiporã 2.083 1.562
Icaraíma 2.064 1.548
Iguaraçu 2.075 1.556
Iguatu 2.039 1.529
Imbaú 2.011 1.508
Imbituva 1.916 1.437
208

Continuação Tabela 13
Produtividade Total Anual Média
Irradiação Total (HTOT) em kWh/kWp.ano para SFVCR
Município Anual Média em
kWh/m².ano com inclinação igual a latitude,
orientação norte e TD 75%
Inácio Martins 1.884 1.413
Inajá 2.094 1.570
Indianópolis 2.061 1.546
Ipiranga 1.956 1.467
Iporã 2.048 1.536
Iracema do Oeste 2.043 1.532
Irati 1.877 1.408
Iretama 2.049 1.537
Itaguajé 2.087 1.565
Itaipulândia 2.040 1.530
Itambaracá 2.103 1.577
Itambé 2.055 1.542
Itapejara d'Oeste 2.040 1.530
Itaperuçu 1.828 1.371
Itaúna do Sul 2.094 1.571
Ivaí 1.958 1.469
Ivaiporã 2.057 1.542
Ivaté 2.069 1.552
Ivatuba 2.051 1.538
Jaboti 2.059 1.545
Jacarezinho 2.095 1.571
Jaguapitã 2.104 1.578
Jaguariaíva 1.976 1.482
Jandaia do Sul 2.058 1.544
Janiópolis 2.060 1.545
Japira 2.053 1.540
Japurá 2.056 1.542
Jardim Alegre 2.057 1.543
Jardim Olinda 2.085 1.564
Jataizinho 2.079 1.559
Jesuítas 2.044 1.533
Joaquim Távora 2.087 1.565
Jundiaí do Sul 2.072 1.554
Juranda 2.039 1.529
Jussara 2.054 1.540
Kaloré 2.060 1.545
Lapa 1.841 1.380
Laranjal 2.039 1.529
Laranjeiras do Sul 2.034 1.525
209

Continuação Tabela 13
Produtividade Total Anual Média
Irradiação Total (HTOT) em kWh/kWp.ano para SFVCR
Município Anual Média em
kWh/m².ano com inclinação igual a latitude,
orientação norte e TD 75%
Leópolis 2.101 1.576
Lidianópolis 2.063 1.547
Lindoeste 2.018 1.513
Loanda 2.084 1.563
Lobato 2.086 1.564
Londrina 2.066 1.550
Luiziana 2.044 1.533
Lunardelli 2.059 1.544
Lupionópolis 2.087 1.565
Mallet 1.807 1.356
Mamborê 2.045 1.534
Mandaguaçu 2.068 1.551
Mandaguari 2.064 1.548
Mandirituba 1.825 1.369
Manfrinópolis 2.022 1.517
Mangueirinha 2.028 1.521
Manoel Ribas 2.044 1.533
Marechal Cândido Rondon 1.989 1.492
Maria Helena 2.070 1.552
Marialva 2.057 1.543
Marilândia do Sul 2.062 1.546
Marilena 2.092 1.569
Mariluz 2.053 1.540
Maringá 2.064 1.548
Mariópolis 2.029 1.522
Maripá 2.042 1.531
Marmeleiro 2.016 1.512
Marquinho 2.041 1.531
Marumbi 2.058 1.544
Matelândia 2.018 1.514
Matinhos 1.687 1.265
Mato Rico 2.043 1.532
Mauá da Serra 2.058 1.544
Medianeira 2.026 1.520
Mercedes 2.040 1.530
Mirador 2.068 1.551
Miraselva 2.106 1.580
Missal 2.038 1.528
Moreira Sales 2.063 1.547
210

Continuação Tabela 13
Produtividade Total Anual Média
Irradiação Total (HTOT) em kWh/kWp.ano para SFVCR
Município Anual Média em
kWh/m².ano com inclinação igual a latitude,
orientação norte e TD 75%
Morretes 1.720 1.290
Munhoz de Melo 2.087 1.566
Nossa Senhora das Graças 2.091 1.568
Nova Aliança do Ivaí 2.069 1.552
Nova América da Colina 2.078 1.559
Nova Aurora 2.042 1.532
Nova Cantu 2.039 1.529
Nova Esperança 2.077 1.558
Nova Esperança do
Sudoeste 2.034 1.525
Nova Fátima 2.074 1.555
Nova Laranjeiras 2.035 1.526
Nova Londrina 2.091 1.568
Nova Olímpia 2.077 1.558
Nova Prata do Iguaçu 2.026 1.519
Nova Santa Bárbara 2.064 1.548
Nova Santa Rosa 2.040 1.530
Nova Tebas 2.049 1.537
Novo Itacolomi 2.061 1.546
Ortigueira 2.037 1.528
Ourizona 2.054 1.540
Ouro Verde do Oeste 2.033 1.525
Paiçandu 2.055 1.541
Palmas 1.948 1.461
Palmeira 1.887 1.415
Palmital 2.040 1.530
Palotina 2.045 1.534
Paraíso do Norte 2.064 1.548
Paranacity 2.091 1.568
Paranaguá 1.710 1.283
Paranapoema 2.091 1.568
Paranavaí 2.082 1.561
Pato Bragado 1.935 1.452
Pato Branco 2.035 1.526
Paula Freitas 1.773 1.330
Paulo Frontin 1.772 1.329
Peabiru 2.055 1.541
Perobal 2.059 1.545
Pérola 2.057 1.542
Pérola d'Oeste 1.927 1.445
211

Continuação Tabela 13
Produtividade Total Anual Média
Irradiação Total (HTOT) em kWh/kWp.ano para SFVCR
Município Anual Média em
kWh/m².ano com inclinação igual a latitude,
orientação norte e TD 75%
Piên 1.811 1.358
Pinhais 1.818 1.363
Pinhal de São Bento 2.028 1.521
Pinhalão 2.038 1.528
Pinhão 1.954 1.465
Piraí do Sul 1.971 1.478
Piraquara 1.800 1.350
Pitanga 2.038 1.528
Pitangueiras 2.095 1.571
Planaltina do Paraná 2.074 1.555
Planalto 2.026 1.520
Ponta Grossa 1.906 1.429
Pontal do Paraná 1.708 1.281
Porecatu 2.088 1.566
Porto Amazonas 1.883 1.412
Porto Barreiro 2.031 1.523
Porto Rico 2.084 1.563
Porto Vitória 1.811 1.359
Prado Ferreira 2.107 1.580
Pranchita 1.952 1.464
Presidente Castelo Branco 2.074 1.555
Primeiro de Maio 2.106 1.579
Prudentópolis 1.944 1.458
Quarto Centenário 2.046 1.535
Quatiguá 2.076 1.557
Quatro Barras 1.775 1.331
Quatro Pontes 2.037 1.528
Quedas do Iguaçu 2.025 1.519
Querência do Norte 2.070 1.553
Quinta do Sol 2.057 1.543
Quitandinha 1.830 1.372
Ramilândia 2.029 1.522
Rancho Alegre 2.098 1.574
Rancho Alegre D'Oeste 2.047 1.535
Realeza 2.026 1.520
Rebouças 1.839 1.379
Renascença 2.026 1.520
Reserva 2.013 1.510
Reserva do Iguaçu 2.007 1.505
212

Continuação Tabela 13
Produtividade Total Anual Média
Irradiação Total (HTOT) em kWh/kWp.ano para SFVCR
Município Anual Média em
kWh/m².ano com inclinação igual a latitude,
orientação norte e TD 75%
Ribeirão Claro 2.090 1.567
Ribeirão do Pinhal 2.071 1.554
Rio Azul 1.827 1.370
Rio Bom 2.063 1.547
Rio Bonito do Iguaçu 2.031 1.523
Rio Branco do Ivaí 2.055 1.541
Rio Branco do Sul 1.831 1.373
Rio Negro 1.808 1.356
Rolândia 2.091 1.568
Roncador 2.042 1.531
Rondon 2.066 1.550
Rosário do Ivaí 2.050 1.538
Sabáudia 2.082 1.562
Salgado Filho 2.022 1.517
Salto do Itararé 2.065 1.548
Salto do Lontra 2.033 1.525
Santa Amélia 2.084 1.563
Santa Cecília do Pavão 2.070 1.552
Santa Cruz de Monte
Castelo 2.074 1.556
Santa Fé 2.087 1.565
Santa Helena 1.966 1.474
Santa Inês 2.091 1.568
Santa Isabel do Ivaí 2.076 1.557
Santa Izabel do Oeste 2.031 1.523
Santa Lúcia 2.023 1.517
Santa Maria do Oeste 2.034 1.526
Santa Mariana 2.098 1.573
Santa Mônica 2.075 1.556
Santa Tereza do Oeste 2.025 1.519
Santa Terezinha de Itaipu 2.027 1.520
Santana do Itararé 2.056 1.542
Santo Antônio da Platina 2.088 1.566
Santo Antônio do Caiuá 2.089 1.567
Santo Antônio do Paraíso 2.063 1.547
Santo Antônio do Sudoeste 2.000 1.500
Santo Inácio 2.090 1.568
São Carlos do Ivaí 2.058 1.544
São Jerônimo da Serra 2.047 1.535
São João 2.034 1.525
213

Continuação Tabela 13
Produtividade Total Anual Média
Irradiação Total (HTOT) em kWh/kWp.ano para SFVCR
Município Anual Média em
kWh/m².ano com inclinação igual a latitude,
orientação norte e TD 75%
São João do Caiuá 2.092 1.569
São João do Ivaí 2.058 1.543
São João do Triunfo 1.850 1.387
São Jorge do Ivaí 2.055 1.542
São Jorge do Patrocínio 2.050 1.537
São Jorge d'Oeste 2.025 1.519
São José da Boa Vista 2.039 1.529
São José das Palmeiras 2.031 1.524
São José dos Pinhais 1.771 1.328
São Manoel do Paraná 2.059 1.544
São Mateus do Sul 1.795 1.346
São Miguel do Iguaçu 2.025 1.519
São Pedro do Iguaçu 2.028 1.521
São Pedro do Ivaí 2.057 1.542
São Pedro do Paraná 2.087 1.565
São Sebastião da Amoreira 2.074 1.555
São Tomé 2.056 1.542
Sapopema 2.031 1.523
Sarandi 2.060 1.545
Saudade do Iguaçu 2.035 1.526
Sengés 1.973 1.480
Serranópolis do Iguaçu 2.017 1.513
Sertaneja 2.106 1.580
Sertanópolis 2.097 1.573
Siqueira Campos 2.070 1.552
Sulina 2.036 1.527
Tamarana 2.050 1.537
Tamboara 2.071 1.553
Tapejara 2.068 1.551
Tapira 2.072 1.554
Teixeira Soares 1.911 1.434
Telêmaco Borba 2.007 1.505
Terra Boa 2.052 1.539
Terra Rica 2.091 1.568
Terra Roxa 2.041 1.531
Tibagi 1.985 1.489
Tijucas do Sul 1.777 1.333
Toledo 2.036 1.527
Tomazina 2.059 1.545
214

Continuação Tabela 13
Produtividade Total Anual Média
Irradiação Total (HTOT) em kWh/kWp.ano para SFVCR
Município Anual Média em
kWh/m².ano com inclinação igual a latitude,
orientação norte e TD 75%
Três Barras do Paraná 2.026 1.519
Tunas do Paraná 1.815 1.361
Tuneiras do Oeste 2.065 1.549
Tupãssi 2.041 1.531
Turvo 2.005 1.504
Ubiratã 2.037 1.528
Umuarama 2.065 1.549
União da Vitória 1.809 1.357
Uniflor 2.086 1.564
Uraí 2.083 1.563
Ventania 2.016 1.512
Vera Cruz do Oeste 2.027 1.520
Verê 2.038 1.528
Virmond 2.027 1.521
Vitorino 2.028 1.521
Wenceslau Braz 2.051 1.538
Xambrê 2.060 1.545
215

APÊNDICE C

ATLAS FOTOVOLTAICO BRASILEIRO - MÉDIA DIÁRIA MENSAL E SAZONAL NO


PLANO INCLINADO (HTOT)

Para a apresentação do Atlas Fotovoltaico Brasileiro com a Média Diária


Mensal e Sazonal no plano inclinado (HTOT), foi utilizada a mesma escala “ajustada e
ampliada” do APÊNDICE A (Figura 86), de forma a melhor representar os valores
mais altos de irradiação e de geração de energia elétrica estimada que ocorrem em
determinados meses e estações do ano em todo Brasil.
O Atlas Fotovoltaico Brasileiro está apresentado da seguinte forma: O Mapa
Fotovoltaico Brasileiro - Total Anual na Figura 69, os mapas dos meses de Janeiro a
Abril na Figura 92, os mapas dos meses de Maio a Agosto na Figura 93, os mapas
dos meses de Setembro a Dezembro na Figura 94, e os mapas Sazonais de
Primavera ao Inverno na Figura 95.
216

Figura 92. Atlas Fotovoltaico Brasileiro. Média Diária Mensal (Plano Inclinado - HTOT) – Janeiro a Abril.
217

Figura 93. Atlas Fotovoltaico Brasileiro. Média Diária Mensal (Plano Inclinado - HTOT) – Maio a Agosto.
218

Figura 94. Atlas Fotovoltaico Brasileiro. Média Diária Mensal (Plano Inclinado - HTOT) – Setembro a
Dezembro.
219

Figura 95. Atlas Fotovoltaico Brasileiro. Média Diária Sazonal (Plano Inclinado - HTOT) – Primavera a
Inverno.
220

APÊNDICE D

PROJETOS INICIADOS A PARTIR DOS ESTUDOS REALIZADOS DURANTE O


DOUTORADO

Durante o desenvolvimento do doutorado, com intuito de disseminar o uso de


SFVCR principalmente na forma de geração distribuída no estado do Paraná,
algumas propostas de pesquisa foram elaboradas sendo que dois projetos foram
implantados no final de 2014, conforme demonstrado a seguir.

1. Estação Solarimétrica em Curitiba - TECPAR

Em 2012 foi apresentada ao TECPAR (Instituto de Tecnologia do Estado do


Paraná) uma proposta de projeto que consistia na implantação de uma Estação
Solarimétrica, integrando este projeto ao Programa Smart Energy Paraná, pelos
profs. Dr. Jair Urbanetz Junior e Gerson Maximo Tiepolo, ambos da UTFPR. Dentro
desta iniciativa, foi proposta também a integração desta estação à Rede SONDA
(Sistema de Organização Nacional de Dados Ambientais) do INPE (Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais), com o objetivo de ser a Primeira Estação
Solarimétrica do Estado do Paraná a fazer parte da Rede SONDA.
Segundo INPE (2014) o projeto SONDA tem como objetivo principal o
desenvolvimento de uma base de dados completa, integrada e de alta confiabilidade
que contemple as necessidades dos setores da sociedade envolvidos com a
pesquisa, o desenvolvimento, o planejamento e o investimento em uso e aplicações
de energias renováveis, principalmente, a energia solar e eólica.
Até àquele momento, o estado do Paraná possuía cerca de 40 Estações
Climatológicas do SIMEPAR (Sistema Meteorológico do Paraná), equipadas com
Piranômetro que mede a Radiação Solar Direta mais a Difusa (radiação recebida de
todo o hemisfério 180 graus – Global Horizontal), entre todas as estações existentes,
mas nenhuma pertencente à rede SONDA.
Porém é necessário ter medidores capazes de mensurar individualmente as
grandezas que compõem a radiação solar, como medidores de Albedo, das
221

componentes Difusa e Direta, além de um piranômetro voltado para o norte


geográfico e inclinado com um ângulo correspondente à latitude da estação
solarimétrica, que forneça a Radiação no Plano Inclinado (tratado nesta tese como
HTOT como Irradiação diária no plano inclinado).
O acesso e consequente disponibilização dos valores individuais das
componentes da radiação solar permite a realização de projetos que maximizam o
desempenho dos sistemas que se utilizam da energia solar, seja em processos
térmicos ou fotovoltaicos. Como exemplo na geração fotovoltaica, locais onde a
radiação Difusa é elevada pode-se utilizar tecnologias de módulos FV de filmes finos
de silício amorfo, que possuem boa resposta nestas condições, e em locais com
altos índices de radiação Direta, sistemas FV concentradores com seguidor do sol
são bastante eficientes.
Estas informações são extremamente importantes para se realizar estimativas
para o desenvolvimento de projetos nesta área, de forma a auxiliar no
desenvolvimento de iniciativas no Programa Smart Energy Paraná, programa que se
encontra em sua fase inicial. As estações pertencentes a rede SONDA com a
inclusão da estação de Curitiba proposta neste projeto podem ser observadas na
Figura 96.

Figura 96. Estações pertencentes à rede SONDA.


Fonte: SONDA (2015).
222

Foi previsto inicialmente no projeto para a Estação Solarimétrica um


Pirgeômetro para medição de radiação infravermelha, Sensor de Pressão, Sensor
de Temperatura e Umidade, Datalogger, Multiplexador, Piranômetros para medição
da Irradiação Global Horizontal, no Plano Inclinado (igual a latitude da estação) e
para medir a Irradiação Difusa, um Pireliômetro para medir a Irradiação Direta
Normal, Rastreador Solar, além de outros componentes e acessórios.

2. Módulo de Avaliação - TECPAR

Em 2012 foi apresentada ao TECPAR (Instituto de Tecnologia do Estado do


Paraná) uma proposta de projeto que consistia na implantação de um módulo de
avaliação de SFVCR pelos profs. Dr. Jair Urbanetz Junior e Gerson Maximo Tiepolo,
ambos da UTFPR, contendo quatro sistemas com tecnologias distintas com a
mesma potência instalada: um sistema com módulos de silício monocristalino, outro
com módulos de silício policristalino, um com módulos de filme fino de silício amorfo,
e por fim módulos de filme fino de disselineto de cobre, índio e gálio (CIGS). Todos
os sistemas foram previstos inicialmente para serem implantados com a potência de
2.500 Wp cada.
O objetivo da implantação do módulo de avaliação é o de poder avaliar qual
das tecnologias possui a melhor produtividade (produção de energia elétrica em
kWh/kWp) na região de Curitiba, pois cada tecnologia responde de uma forma
diferente ao espectro de luz e a temperatura. Informações como estas são de
extrema relevância, pois possibilitam efetuar comparações futuras com outros
sistemas na própria região de Curitiba, assim como em outras regiões do estado do
Paraná e do Brasil. Ainda em 2012, por limitação do orçamento disponível, o módulo
de avaliação foi reduzido para apenas três tecnologias: silício monocristalino, silício
policristalino e filme fino de silício amorfo.
Foi previsto inicialmente no projeto os seguintes equipamentos: módulos
fotovoltaicos, inversores, datalogger para comunicação de dados, sensor de
irradiação (piranômetros), sensor de temperatura ambiente, sensor de temperatura
dos módulos, e outros componentes e acessórios necessários.
223

A reportagem sobre os dois projetos pode ser encontrada através do site


http://globotv.globo.com/rpc/parana-tv-1a-edicao-curitiba/v/paineis-solares-vao-
gerar-energia-no-tecpar/3350182/.
224

APÊNDICE E

PUBLICAÇÕES DESENVOLVIDAS DURANTE O DOUTORADO

Durante o desenvolvimento do doutorado foram publicados artigos em


congressos nacionais, internacionais, periódicos, capítulo de livro, além de
publicações de artigos em jornais de circulação e entrevistas, como:

1. “Tendências e Perspectivas Futuras para o Planejamento Energético


Emergente no Brasil”. XXVIII International Sodebras Congress, novembro
2011. Autores: Gerson Tiepolo, Osíris Canciglieri Jr;
2. “Fontes renováveis de energia - tendências e perspectivas para o
planejamento energético emergente no Brasil”. Revista SODEBRAS, maio
2012. Autores: Gerson Tiepolo, Osíris Canciglieri Jr;
3. “Fontes Renováveis de Energia e a Influência no Planejamento Energético
Emergente no Brasil” - VIII Congresso Brasileiro de Planejamento
Energético - CBPE, agosto 2012. Autores: Gerson Tiepolo, Annemarlen
Gehrke Castagna, Osíris Canciglieri Jr, Roberto Cesar Betini;
4. “O Emprego Verde e o Desenvolvimento Sustentável” - VIII Congresso
Brasileiro de Planejamento Energético - CBPE, agosto 2012. Autores:
Roberto Cesar Betini, Annemarlen Gehrke Castagna, Gerson Tiepolo;
5. “Inserção da Energia Fotovoltaica na Matriz Elétrica do Estado do Paraná:
Análise do Potencial Produtivo”. XXX International Sodebras Congress.
Revista SODEBRAS, março 2013. Autores: Gerson Tiepolo; Jair Urbanetz
Junior; Osiris Canciglieri Jr;
6. “Análise do Desempenho do Sistema Fotovoltaico Conectado à Rede
Elétrica do Escritório Verde da UTFPR”. XXX International Sodebras
Congress. Revista SODEBRAS, abril 2013. Autores: Jair Urbanetz Junior;
Gerson Tiepolo; Renato Hideo Fusano; Eloy Fassi Casagrande Junior;
Osiris Canciglieri Jr;
225

7. “Tendências e perspectivas para as fontes renováveis de energia no


planejamento energético brasileiro” - Capítulo 04 do livro “Energias
Renováveis: Políticas Públicas e Planejamento Energético” – COPEL.
Janeiro 2013. Autores: Gerson Tiepolo, Osíris Canciglieri Jr;
8. “Cidade Inovadora Curitiba 2030 : proposta de critérios para avaliação d as
ações nas áreas de Transporte e Mobilida de, Meio Ambiente e
Diversidade e Coexistência em Cidade Global”. XV Congresso Latino-
Iberoamericana de Gestão de Tecnologia, ALTEC 2013, Porto - Portugal.
Políticas e Gestão de Ciência e Tecnologia nos países Latino-Ibero
Americanos. Autores: Gerson Tiepolo, Angela F. Caron Bósio, Lucimara O.
T. Coimbra, Décio E. do Nascimento, Moisés Farah Jr;
9. "A Solar Photovoltaic Electricity Insert Source In The State of
Paraná/Brazil: an Analysis of Productive Potential". ICPR 22 - 22nd
International Conference on Production Research, agosto 2013. Autores:
Gerson Tiepolo, Osíris Canciglieri Jr, Jair Urbanetz Junior;
10.“Analysis of the Electricity Generation Potential by Solar Photovoltaic
Source in the State of Paraná – Brazil”. PRES’13 - 16th Conference on
Process Integration, Modelling and Optimisation for Energy Saving and
Pollution Reduction, setembro 2013. Chemical Engineering Transactions.
Autores: Gerson Tiepolo, Osíris Canciglieri Jr, Jair Urbanetz Junior;
11.“Photovoltaic Generation Potential of Paraná State, Brazil – a Comparative
Analysis with European Countries”. Apresentado no ISES Solar World
Congress 2013, Cancún, México, Publicado no Energy Procedia, Volume
57, 2014, pages 725-734. Autores: Gerson Tiepolo, Osíris Canciglieri Jr,
Jair Urbanetz Junior, Trajano Viana;
12.Comparação entre o potencial de geração fotovoltaica no estado do
Paraná com Alemanha, Itália e Espanha”. V Congresso Brasileiro de
Energia Solar – V CBENS. Recife, de 31 a 03 de abril de 2014. Autores:
Gerson Tiepolo, Osíris Canciglieri Jr, Jair Urbanetz Junior, Trajano Viana,
Enio Bueno Pereira;
226

13.“Análise do desempenho de dois anos de operação do sistema fotovoltaico


conectado à rede elétrica do Escritório Verde da UTFPR”. V Congresso
Brasileiro de Energia Solar – V CBENS. Recife, de 31 a 03 de abril de
2014. Autores: Jair Urbanetz Junior, Eloy Fassi Casagrande Junior,
Gerson Tiepolo;
14.“Renewable Sources Potential Analysis in the Electrical Matrix of Paraná
State - Brazil”. 17th Conference on Process Integration, Modelling and
Optimisation for Energy Saving and Pollution Reduction – PRES 2014,
Prague, Czech Republic, agosto 2014. Chemical Engineering
Transactions. Autores: Gerson Tiepolo, Osíris Canciglieri Jr, Jair Urbanetz
Junior, Trajano Viana;
15.“Estudo do potencial de participação das fontes renováveis de energia na
matriz elétrica do estado do Paraná”. IX Congresso Brasileiro de
Planejamento Energético – IX CBPE. Florianópolis, de 25 a 27 de agosto
de 2014. Autores: Gerson Tiepolo, Osíris Canciglieri Jr, Jair Urbanetz
Junior;
Obs.: Artigo premiado como um dos 10 melhores do IX CBPE.
16.“Acompanhamento do desempenho do sistema fotovoltaico conectado à
rede elétrica do Escritório Verde da UTFPR”. IX Congresso Brasileiro de
Planejamento Energético – IX CBPE. Florianópolis, de 25 a 27 de agosto
de 2014. Autores: Jair Urbanetz Junior, Eloy Fassi Casagrande Junior,
Gerson Tiepolo;
17.“Fatores que interferem na Produtividade de Sistemas Fotovoltaicos
Conectados à Rede Elétrica”. International Solar Cities Congress, Buenos
Aires, Argentina, 2014. Autores: Jair Urbanetz Junior, Henrique Marin Van
Der Broocke Campos, Ana Katherine Rodríguez Manrique, Eloy Fassi
Casagrande Junior, Gerson Tiepolo;
18.Entrevista: “Estudo apresenta o potencial para geração de energia
fotovoltaica no estado do Paraná”. 2013. Blog Rotas de Energia, FIEP.
Autores: Gerson Tiepolo, Osíris Canciglieri Jr, Jair Urbanetz Junior.
Disponível em:
http://www.fiepr.org.br/observatorios/energia/FreeComponent21893content
229090.shtml;
227

19.Entrevista: “Pesquisadores querem Londrina no mapa da energia solar”.


2013. Jornal de Londrina. Disponível em:
http://www.jornaldelondrina.com.br/cidades/conteudo.phtml?tl=1&id=14349
39&tit=Pesquisadores-querem-Londrina-no-mapa-da-energia-solar;
20.Entrevista: “Conhecendo a Energia Solar”. 2014. Jornal Paralelo ECO,
Londrina. Disponível em: http://pt.scribd.com/doc/223019533/Paralelo-Eco-
2%C2%AA-Edicao;
21.Entrevista: “Pesquisadores da UTFPR Câmpus Curitiba participam do
Programa Smart Energy Paraná”. 2014. Notícias On-line eCampus Curitiba
– UTFPR, Ano 5, Número 41. Disponível em:
http://informativo.ct.utfpr.edu.br/leia_mais.php?pub=41&noticia=48 ou em
http://www.utfpr.edu.br/curitiba/estrutura-
universitaria/assessorias/ascom/noticias/acervo/energias-renovaveis.
22.Entrevista: “Paraná tem mais potencial de energia solar que a Alemanha”.
2014. Jornal BEMPARANÁ (versão impressa). Disponível em:
http://www.bemparana.com.br/impresso/2014/10/09/;
23.Entrevista: “Paraná tem muito potencial de geração de energia solar”.
2014. Jornal BEMPARANÁ (versão digital). Disponível em:
http://www.bemparana.com.br/noticia/352204/parana-tem-muito-potencial-
de-geracao-de-energia-solar;
228

APÊNDICE F

CURSOS DE EXTENSÃO E VISITAS TÉCNICAS REALIZADAS QUE AUXILIARAM


NO DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA

Durante o desenvolvimento do doutorado foram realizados alguns cursos de


extensão e visitas técnicas com o objetivo de adquirir e aprimorar conhecimentos
específicos na área de energia fotovoltaica, conforme demonstrado a seguir.

1. Treinamento em “Energias Renováveis” – UFPR (20 horas);


2. Treinamento em “Fundamentos dos Sistemas Fotovoltaicos” – UFSC (40
horas);
3. Treinamento em “Energia Solar Fotovoltaica: Fundamentos e
Dimensionamento de Sistemas” – Escritório Verde / UTFPR (16 horas);
4. Treinamento em PV System Economics and Training. International Society
of Solar Energy. Cancún, México (Carga horária: 8h);
5. Treinamento em Short-Course Solar Photovoltaic Generation: Choice.
Universidade Federal de Santa Catarina. (Carga horária: 32h);
6. Visita técnica na fábrica de “Módulos Fotovoltaicos da Tecnometal Energia
Solar” – Campinas;
7. Visita técnica ao SFVCR da Arena Pernambuco, em Recife;
8. Visita técnica ao SFVCR em Capivari de Baixo, Santa Catarina, P&D
ANEEL - UFSC – TRACTEBEL (8 módulos de avaliação com 7 tecnologias
diferentes);
9. Visita técnica e desenvolvimento de trabalho conjunto com o INPE
(Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), em São José dos Campos,
para elaboração dos Mapas Fotovoltaicos do Estado do Paraná Total
Anual e Sazonal, e das bases de dados específicas para análise do estado
do Paraná.

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