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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

Faculdade de Engenharia Mecânica

STELLA MARIA SANTOS DE SOUSA

Avaliação dos Projetos Baixa Renda do


Programa de Eficiência Energética da ANEEL:
Ranqueamento Baseado em Indicadores de
Eficiência Energética

CAMPINAS
2020
STELLA MARIA SANTOS DE SOUSA

Avaliação dos Projetos Baixa Renda do


Programa de Eficiência Energética da ANEEL:
Ranqueamento Baseado em Indicadores de
Eficiência Energética

Dissertação de Mestrado apresentada à Faculdade


de Engenharia Mecânica da Universidade Estadual
de Campinas como parte dos requisitos exigidos
para obtenção do título de Mestra em Planejamento
de Sistemas Energéticos.

Orientador: Prof. Dr. Gilberto De Martino Jannuzzi

ESTE TRABALHO CORRESPONDE À VERSÃO FINAL


DA TESE DEFENDIDA PELA ALUNA STELLA MARIA
SANTOS DE SOUSA E ORIENTADA PELO PROF. DR.
GILBERTO DE MARTINO JANNUZZI

CAMPINAS
2020
Ficha catalográfica
Universidade Estadual de Campinas
Biblioteca da Área de Engenharia e Arquitetura
Luciana Pietrosanto Milla - CRB 8/8129

Sousa, Stella Maria Santos de, 1992-


So85a SouAvaliação dos projetos baixa renda do Programa de Eficiência Energética
da ANEEL : ranqueamento baseado em indicadores de eficiência energética /
Stella Maria Santos de Sousa. – Campinas, SP : [s.n.], 2020.

SouOrientador: Gilberto de Martino Jannuzzi.


SouDissertação (mestrado) – Universidade Estadual de Campinas, Faculdade
de Engenharia Mecânica.

Sou1. Indicadores. 2. Eficiência energética. 3. Desempenho. 4. Políticas


públicas - Brasil. I. Jannuzzi, Gilberto de Martino, 1955-. II. Universidade
Estadual de Campinas. Faculdade de Engenharia Mecânica. III. Título.

Informações para Biblioteca Digital

Título em outro idioma: Performance of Brazilian's Energy Efficiency Program for low
income projects : ranking based on energy efficiency indicators Palavras-chave em
inglês:
Indicators
Energy efficiency
Performance
Public policy - Brazil
Área de concentração: Planejamento de Sistemas Energéticos
Titulação: Mestra em Planejamento de Sistemas Energéticos
Banca examinadora:
Gilberto de Martino Jannuzzi [Orientador]
Carla Kazue Nakao Cavaliero
Auxiliadora Maria Moura Santi
Data de defesa: 02-04-2020
Programa de Pós-Graduação: Planejamento de Sistemas Energéticos
Identificação e informações acadêmicas do(a) aluno(a)
- ORCID do autor: https://orcid.org/0000-0002-4079-7398
- Currículo Lattes do autor: http://lattes.cnpq.br/7924115648982240

Agência de fomento: CAPES, nº de processo: 88882.435419/2019-01


UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
FACULDADE DE ENGENHARIA MECÂNICA

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO ACADÊMICO

Avaliação dos Projetos Baixa Renda do


Programa de Eficiência Energética da ANEEL:
Ranqueamento Baseado em Indicadores de
Eficiência Energética

Autora: Stella Maria Santos de Sousa

Orientador: Gilberto de Martino Jannuzzi

A Banca Examinadora composta pelos membros abaixo aprovou esta Dissertação:

Prof. Dr. Gilberto de Martino Jannuzzi, Presidente


Universidade Estadual de Campinas

Profa. Dra. Carla Kazue Nakao Cavaliero


Universidade Estadual de Campinas

Profa. Dra. Auxiliadora Maria Moura Santi


Universidade Federal de Ouro Preto

A Ata da defesa com as respectivas assinaturas dos membros encontra-se no processo de vida
acadêmica do aluno.

Campinas, 02 de abril de 2020.


Agradecimentos

Eu não poderia deixar de começar esses agradecimentos falando de quaisquer pessoas a não ser
os meus pais. Agradeço à minha mãe, Carminha e ao meu pai, César, por não medirem esforços
para que a minha educação fosse a melhor possível. Vocês são minhas inspirações!

Ao meu irmão, Otto, por compartilhar suas visões socioambientais e me fazer enxergar sempre
além.

Ao meu companheiro, Victor, pelo amor, apoio e por dividir os momentos mais prazerosos
nesses últimos dois anos.

Ao grande amigo e colega do PSE, Pablo, pelas inúmeras conversas e discussões, que ajudaram
a dar clareza na pesquisa e na vida.

Aos amigos Wedja, Alyson e Hugo, pelos momentos de descontração que aliviaram o peso da
caminhada.

Por fim, agradeço ao Professor Jannuzzi, por ter me concedido a honra de trabalhar sob sua
orientação.

O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal


de Nível Superior – Brasil (CAPES) – Código de Financiamento 001.
Resumo

Atualmente mais de 1000 projetos de eficiência energética foram concluídos no âmbito do


Programa de Eficiência Energética (PEE) da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL),
promovendo uma economia de energia de 1900 GWh/ano e 580 MW de demanda evitada no
horário de ponta. Mais de 2 bilhões de reais foram investidos, sendo 60% destinados a projetos
realizados em unidades consumidoras de Baixa Renda, valor garantido a partir da Lei nº
12.212/2010. O PEE é atualmente o maior programa de eficiência energética no país e no
entanto, faltam avaliações para justificar os investimentos, que serviriam para garantir que os
projetos sejam econômicos e, até mesmo para auxiliar na melhora do programa. Desse modo,
este estudo desenvolveu uma metodologia de avaliação de impacto dos projetos da tipologia
Baixa Renda através de um ranqueamento dos mesmos, baseado no desempenho de cada projeto
e de cada concessionária, por meio de um sistema de pontuação fundamentado na construção
de seis indicadores de eficiência energética, que englobam as esferas econômica, técnica, social
e ambiental. Os melhores projetos atingiram 90% da pontuação máxima, porém menos de 10%
dos projetos analisados foram caracterizados como sendo de excelência, obtendo nota máxima
em cinco dos seis indicadores e boas pontuações também no outro indicador, o que revela que
há muito espaço para melhoria do programa. Apenas 16% dos projetos foram considerados
economicamente eficientes, agregando os Indicadores 1 e 2. 24% dos projetos beneficiaram
residências com reformas das instalações elétricas internas (Indicador 3) e 32% deles tiveram
reforma ou instalação de padrão de entrada (Indicador 4). 83% dos projetos realizaram
atividades socioeducativas, com ênfase nas ações de promoção ao uso racional de energia, em
detrimento das ações sociais (Indicador 5). A emissão evitada de CO2 foi maior nos projetos
que mais efetuaram a troca de equipamentos, sobretudo geladeiras e numerosa quantidade de
lâmpadas (Indicador 6). As concessionárias que tiveram os melhores projetos foram a CPFL-
Piratininga, a RGE, a AES-Sul e a SULGIPE. Essa metodologia se mostrou eficaz para uma
avaliação de impacto e pode ser aplicada anualmente pela ANEEL, auxiliando no
acompanhamento do progresso do programa e na sua melhoria.

Palavras-chave: Indicadores; Eficiência Energética; Desempenho; Políticas Públicas; Brasil


Abstract

Currently more than 1000 energy efficiency projects are completed under the Energy Efficiency
Program (PEE) of the Brazilian Electricity Regulatory Agency (ANEEL), promoting energy
savings of 1900 GWh and 580 MW of peak demand reduction. More than R$ 2 billion was
invested, which 60% was allocated to projects for low income households, value guaranteed by
Law Nº. 12.212 / 2010. PEE is currently the largest energy efficiency program in the country,
however, there is a lack of evaluation to justify investments, which would ensure that the
projects are economically efficient and even to assist program improvement. Thus, this study
developed a methodology to evaluate Low Income projects through their ranking, based on the
performance of each project and each utility, through a scoring system based on the construction
of six energy efficiency indicators, covering economic, technical, social and environmental
spheres. The best projects reached 90% of the maximum score, however less than 10% of the
analyzed projects were characterized as being of excellence, obtaining maximum score in five
of the six indicators and also good scores in the other indicator, which reveals that there is a lot
of room for improvement. Only 16% of the projects were considered economically efficient,
considering Indicators 1 and 2. 24% of the projects benefited residences with internal electrical
installations renovations (Indicator 3) and 32% of the projects reformed or installed power
gauge watches (Indicator 4). 83% of the projects carry out socio-educational activities, with an
emphasis on actions to promote rational use of energy, to the detriment of social actions
(Indicator 5). The avoided CO2 emission was greater in projects that most changed equipment,
mainly refrigerators and numbered lamp bulbs (Indicator 6). The concessionaires that had the
best projects were CPFL-Piratininga, RGE, AES-Sul and SULGIPE. This methodology proved
to be effective for an impact assessment and it can be applied by ANEEL, to monitor progress
and improve the program.

Keywords: Indicators; Energy Efficiency; Performance; Public Policy; Brazil


Lista de Ilustrações

Figura 1 - Benefícios da eficiência energética.......................................................................... 21


Figura 2 - Categorias de eficiência energética e fluxo de energia ............................................ 22
Figura 3 - Exemplo do “Energy Efficiency Gap”..................................................................... 23
Quadro 1 - Barreiras à promoção de eficiência energética .......................................................24
Quadro 2 - Mecanismos para promoção da eficiência energética ............................................26
Figura 4 - Evolução do PIB e da Oferta Total de Energia Primária (1990=100) ..................... 28
Figura 5 - Intensidade energética (1990-2015)......................................................................... 28
Figura 6 - Intensidade Energética, Mundo e Brasil, 1990-2018 ............................................... 29
Figura 7 - Categorias e métodos de avaliação de programas de eficiência energética ............. 31
Figura 8 - Tipos de indicadores de eficiência energética ......................................................... 33
Figura 9 - Pirâmide dos indicadores de eficiência energética .................................................. 34
Figura 10 - Classificação e pontuação geral ............................................................................. 37
Figura 11 - Exemplos de etiquetas de eletrodoméstico (esq.) e veículo (dir.) ......................... 43
Figura 12 - Exemplos de etiquetas para edificações................................................................. 44
Figura 13 - Investimentos anuais da Eletrobras nos últimos seis anos (milhões de reais) ....... 46
Figura 14 - Economia de Energia no âmbito Procel nos últimos seis anos (bilhões de kWh) . 47
Figura 15 - Evolução do marco regulatório para o PEE da ANEEL ........................................ 53
Figura 16 - Etapas dos projetos do PEE ................................................................................... 58
Figura 17 - Distribuição percentual, por tipologia, (a) da quantidade de projetos e (b) do
investimento dos PEE aprovados (2008 – 2016) ...................................................................... 62
Figura 18 - Distribuição percentual, por tipologia, (a) da quantidade de projetos e (b) do
investimento dos PEE concluídos (2008 – 2018) ..................................................................... 63
Quadro 3 - Outros programas de incentivo ao uso racional de energia no país........................64
Figura 19 - Fluxograma das fases da metodologia ................................................................... 67
Figura 20 - Gráfico boxplot ...................................................................................................... 76
Figura 21 - Número de projetos por tipologia, 2008 – 2013 .................................................... 79
Figura 22 - Valores investidos (milhões de R$), 2008 – 2013 ................................................. 79
Figura 23 - Economia de energia (milhares MWh/ano), 2008 – 2013 ..................................... 80
Figura 24 - Demanda retirada na ponta (milhares de kW), 2008 – 2013 ................................. 80
Quadro 4 - Projetos Baixa Renda com valores reconhecidos - 2008 - 2013 ............................81
Quadro 5 - Indicadores .............................................................................................................82
Quadro 6 - Projetos Baixa Renda com valores reconhecidos - 2008 - 2013 (revisados)..........83
Figura 25 - Distribuição do Indicador 1 ................................................................................... 84
Figura 26 - Distribuição do Indicador 2 ................................................................................... 85
Figura 27 - Distribuição do Indicador 6 ................................................................................... 85
Figura 28 – Valores médios do CAT/EE x CME Energia ........................................................ 96
Figura 29 - Valores médios do CAT/DRP x CME Potência .................................................... 97
Figura 30 - Número de projetos com reforma de instalações internas, padrão de entrada e
ambos ........................................................................................................................................ 98
Quadro 7 - Projetos com reformas de instalações elétricas e de instalação de padrão de
entrada.......................................................................................................................................99
Figura 31 - Número de projetos por categoria de ação socioeducativa .................................. 100
Figura 32 - Quantidade de projetos por número de ações sociais .......................................... 101
Lista de Tabelas

Tabela 1 - Indicadores da ACEEE ............................................................................................ 36


Tabela 2 - Metas de Substituição e Conservação de Energéticos do Conserve (1981 - 1985) 41
Tabela 3 - Relação dos projetos concluídos de 2008 a 2018 .................................................... 63
Tabela 4 - Fatores médios anuais (2008 - 2019) ...................................................................... 73
Tabela 5 - Indicadores e suas pontuações ................................................................................. 75
Tabela 6 - Resultados do Indicador 1 – Os melhores projetos ................................................. 86
Tabela 7 - Resultados do Indicador 2 - Os melhores projetos .................................................. 87
Tabela 8 - Resultados do Indicador 6 – Os melhores projetos ................................................. 88
Tabela 9 - Indicadores e suas pontuações finais ....................................................................... 89
Tabela 10 – Ranqueamento por projetos – os 14 melhores ...................................................... 90
Tabela 11 - Ranqueamento por concessionária - as 10 melhores ............................................. 91
Tabela 12 – Distribuição de pontuações variando o Indicador 5 ............................................. 92
Tabela 13 - Distribuição de pontuações variando o Indicador 6 .............................................. 92
Tabela 14 – Os 14 melhores projetos com destaque para os Top 7 (nota máxima em 5
indicadores) .............................................................................................................................. 94
Tabela 15 - Número de projetos por uso final .......................................................................... 94
Lista de Abreviações e Siglas

ACEEE - American Council for an Energy-Efficient Economy


ANEEL - Agência Nacional de Energia Elétrica
BA – Bahia
BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
CAT - Custo Anualizado Total
CGIEE - Comitê Gestor de Indicadores e Níveis de Eficiência Energética
CME - Custo Marginal de Expansão do Setor Elétrico Brasileiro
CTEP - Consumo Total de Energia Primária
Demanda Reduzida na Ponta (DRP)
EGTD - Energia Garantida por Tempo Determinado
ENCE - Etiqueta Nacional de Conservação de Energia
Energia Economizada (EE)
FE - Fator de Emissão
FNDCT - Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
GEE - Gases de Efeito Estufa
IEI Brasil - International Energy Initiative Brasil
Inmetro - Instituto Brasileiro de Metrologia, Normalização e Qualidade
LFC - Lâmpadas Fluorescentes Compactas
M&V – Medição e Verificação
MCTI - Ministério da Ciência, Tecnologia e InovaçãO
MME - Ministério de Minas e Energia
NT - Notas Técnicas
P&D – Pesquisa e Desenvolvimento
PBE - Programa Brasileiro de Etiquetagem
PEE - Programa de Eficiência Energética
PIB - Produto Interno Bruto
PIR - Planejamento Integrado de Recursos
PNEf - Plano Nacional de Eficiência Energética
PR – Paraná
PROPEE - Procedimentos do Programa de Eficiência Energética
Relação Custo Benefício (RCB)
RGR - Reserva Global de Reversão
RJ – Rio de Janeiro
RN - Resolução Normativa
RN – Rio Grande do Norte
ROL - Receita Operacional Líquida
RS – Rio Grande do Sul
SE – Sergipe
SP – São Paulo
Sumário

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 15
1.1. Objetivos .................................................................................................................... 17
1.2. Estrutura da Dissertação ............................................................................................ 18
2 EFICIÊNCIA ENERGÉTICA .......................................................................................... 19
2.1. Avaliação dos Programas de Eficiência Energética................................................... 30
2.2. Indicadores de Eficiência Energética ......................................................................... 32
2.2.1. Indicadores de Eficiência Energética da ACEEE: Ranking dos países em relação
às ações de eficiência energética. ..................................................................................... 35
3 EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NO BRASIL .................................................................... 39
3.1. Programa Conserve .................................................................................................... 39
3.2. Programa Brasileiro de Etiquetagem ......................................................................... 42
3.3. Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica - Procel ............................. 45
3.4. Programa Nacional de Racionalização do Uso dos Derivados do Petróleo e do Gás
Natural - Conpet ................................................................................................................... 48
3.5. A Lei de Eficiência Energética .................................................................................. 50
3.6. A ANEEL e o PEE ..................................................................................................... 52
3.6.1. Estrutura do PEE ................................................................................................ 57
a) Concepção ..................................................................................................................... 57
b) Tipologias de Projeto ................................................................................................. 59
c) Cálculo da viabilidade econômica ................................................................................. 61
3.6.2. Resultados do Programa ..................................................................................... 62
3.7. Outros Programas ...................................................................................................... 64
4 METODOLOGIA............................................................................................................. 67
4.1. Estabelecimento dos Indicadores ............................................................................... 68
4.1.1. Indicadores econômicos ..................................................................................... 68
4.1.2. Indicadores técnicos ........................................................................................... 70
4.1.3. Indicador socioeducativo .................................................................................... 71
4.1.4. Indicador ambiental ............................................................................................ 72
4.2. Sistema de pontuação ................................................................................................. 74
5 AVALIAÇÃO DOS PROJETOS E RESULTADOS....................................................... 78
5.1. Primeira Fase - Definindo o universo de estudo ........................................................ 78
5.2. Segunda Fase – Obtenção dos relatórios dos projetos ............................................... 81
5.3. Terceira fase – Análise preliminar dos projetos ........................................................ 81
5.4. Quarta Fase – Desenvolvimento dos indicadores ...................................................... 82
5.5. Quinta Fase – Criação do banco de dados e verificação de inconsistências .............. 82
5.6. Sexta Fase – Aplicação dos Indicadores e Resultados preliminares ......................... 83
5.7. Sétima Fase - Sistema de pontuação .......................................................................... 88
5.8. Oitava Fase – Pontuação aplicada nos resultados dos Indicadores............................ 89
5.9. Nona Fase – Resultados ............................................................................................. 90
5.9.1. Análise de sensibilidade ..................................................................................... 91
6 ANÁLISE DOS RESULTADOS ..................................................................................... 93
7 CONCLUSÕES .............................................................................................................. 102
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................... 104
APÊNDICE A – Pontuação geral por projeto ........................................................................ 114
APÊNDICE B – Resultados do Indicador 1 ........................................................................... 117
APÊNDICE C – Resultados do Indicador 2 ........................................................................... 120
APÊNDICE D – Resultados do Indicador 3 ........................................................................... 123
APÊNDICE E – Resultados do Indicador 4 ........................................................................... 126
APÊNDICE F – Resultados do Indicador 5 ........................................................................... 129
APÊNDICE G – Resultados do Indicador 6........................................................................... 133
APÊNDICE H – Pontuação geral por concessionária ............................................................ 136
APÊNDICE I – Cenários da Análise de Sensibilidade........................................................... 138
APÊNDICE J – Projetos com seus respectivos valores de CAT/EE e CAT/DRP. ................ 140
ANEXO A – Cálculo da RCB ................................................................................................ 143
ANEXO B – Concessionárias ................................................................................................ 144
15

1 INTRODUÇÃO

Em um mundo em que os recursos estão se tornando escassos e onde o consumo de


energia tem um impacto negativo em nosso meio ambiente, a eficiência energética tem sido
reconhecida como uma ação essencial para reduzir o consumo de energia sem comprometer o
desenvolvimento econômico, contribuindo para a transição energética para uma economia
global de baixo carbono e para o atendimento das metas de redução de emissões de gases de
efeito estufa (GEE)
O termo eficiência energética ganhou expressividade no contexto econômico mundial
com o primeiro choque do preço do petróleo na década de 1970, onde a percepção da escassez
desse combustível levou a alta dos preços de seus derivados, abrindo espaço para diversas ações
para maior eficiência e conservação no seu uso. Com a publicação de estudos e o
estabelecimento de importantes acordos ambientais na década de 1980, a eficiência energética
tornou-se um instrumento privilegiado para mitigar a emissão de GEE, sendo utilizada para
atender à demanda energética de forma mais sustentável e econômica (MME, 2010).
Nessa conjuntura, o Brasil começou a implementar suas primeiras iniciativas concretas
de eficiência energética e conservação de energia nos anos 1980, como a criação do Programa
Conserve, o Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel) e o Programa
Nacional de Racionalização do Uso de Derivados do Petróleo e do Gás Natural (Conpet).
A partir de então, foram criados diversos instrumentos, mecanismos de fomento e leis
de apoio à eficiência energética no sistema energético brasileiro, envolvendo diferentes setores
e beneficiando diversos segmentos da sociedade, dentre os quais se destaca o Programa de
Eficiência Energética (PEE) da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), que será
analisado nesse estudo.
O PEE foi estabelecido nos anos 2000, através da Lei nº 9.991, que regulamentava a
obrigatoriedade de aplicação de um percentual mínimo da receita operacional líquida (ROL)
das empresas distribuidoras e permissionárias de distribuição de energia elétrica no PEE. A Lei
nº 11.465/2007 alterou a Lei nº 9.991 e estabeleceu a obrigatoriedade de 0,5% da ROL no PEE,
vigorando até 2016, quando a Lei nº 13.280 estabeleceu que 0,4% seria destinado ao PEE e
0,1% para custear o Procel.
Para o cumprimento desta obrigação as concessionárias devem enviar à ANEEL seus
projetos de Eficiência Energética e Combate ao Desperdício de Energia Elétrica, por meio de
16

arquivos eletrônicos transferidos através do Sistema Duto. Com a Resolução Normativa (RN)
nº 300/2008, iniciou-se uma fase em que o programa contou com orientações mais definidas e
padronizadas, através das diretrizes estabelecidas no Manual para Elaboração do Programa de
Eficiência Energética (ANEEL, 2008). Atualmente, os projetos devem ser elaborados e
executados com base nas diretrizes estabelecidas no Procedimentos do Programa de Eficiência
Energética (PROPEE) (ANEEL, 2018), sucessor do Manual desde 2013.
Os projetos passam por fases de planejamento, execução e auditoria, sendo que a
primeira fase é de cadastramento inicial dos dados esperados no planejamento através do Duto.
Na segunda fase, após a execução do projeto, as concessionárias devem emitir o Relatório de
Medição e Verificação (M&V), o Relatório de Auditoria Contábil e Financeira e o Relatório
Final e submetê-los à ANEEL, configurando o encerramento do projeto. Na terceira fase, a
ANEEL emite o relatório de avaliação final, com dados auditados pela Agência. Nessa fase,
projetos que tiveram seus investimentos aprovados pela ANEEL são dados como “encerrados
e com valores reconhecidos”, sendo este grupo o objeto de análise desse trabalho. Os valores
não reconhecidos retornam à conta contábil, voltando a compor a obrigação de investimento
(ANEEL, 2008b).
De acordo com a ANEEL, desde a publicação da RN 300/2008, mais de 1600 projetos
de eficiência energética foram cadastrados1 (ANEEL, 2018c), sendo 1026 projetos de eficiência
energética concluídos até junho de 2018 (ANEEL, 2018b), com um total em investimento
realizado de R$ 2.026.534.291,36, resultando em uma economia de energia (EE) de 1.900
GWh/ano e demanda retirada na ponta (DRP) de 581 MW.
Dentre os projetos concluídos, os maiores investimentos são destinados a projetos
voltados para a população de baixa renda, o que se deve à Lei nº 12.212/2010 que determinava
que 60% do montante investido pelas concessionárias deveria ser aplicado em unidades
consumidoras beneficiadas pela Tarifa Social.
O PEE, atualmente, é considerado o “maior e mais constante programa de investimento
em eficiência energética realizado no país” (JANNUZZI, 2011), porém não são feitas
avaliações desse programa como um todo, que seriam necessárias para justificar os
investimentos e até mesmo auxiliar e direcionar as organizações envolvidas para um melhor
aproveitamento de seus recursos.
Desde a década de 1990, principalmente, inúmeros países e agências desenvolveram
maneiras de monitorar e avaliar os impactos dos mecanismos e programas de eficiência

1
Até março de 2016.
17

energética nas suas economias como um todo, ou em distintos setores e atividades econômicas,
através de indicadores (BOSSEBOEUF, CHATEAU, LAPILLONNE, 1997; CASTRO-
ALVAREZ et al., 2018; IEA, 2017; KEMMLER e SPRENG, 2007; SCHIPPER et al., 1997;
SATHAYE et al., 2010; WEC, 2016).
A avaliação promove programas mais eficazes e justifica os investimentos, ajudando a
garantir que os programas sejam econômicos e que as economias sejam sustentadas com o
tempo. Talvez o imperativo para conduzir uma avaliação seja melhor descrito por John Kenneth
Galbraith e William Edwards Deming: “Things that are measured tend to improve” (NATION
ACTION PLAN FOR ENERGY EFFICIENCY, 2007).
Um dos trabalhos de monitoramento e avaliação de programas de eficiência energética
mais reconhecidos na área é o International Energy Efficiency Scorecard, realizado a cada dois
anos pela American Council for an Energy-Efficient Economy (ACEEE), que executa um
ranqueamento dos principais países consumidores de energia do mundo, baseado no seu
desempenho em relação às políticas e práticas de eficiência energética, através de um sistema
de pontuação baseado na construção de indicadores.

1.1. Objetivos

Pensando na importância da avaliação de programas de eficiência energética e na devida


falta de avaliações ex-post do PEE que considerem benefícios econômicos, sociais e ambientais,
o objetivo principal desse trabalho é desenvolver uma metodologia de avaliação de impacto da
tipologia que mais recebeu investimento, a Baixa Renda, com inspiração no International
Energy Efficiency Scorecard, para ranquear os projetos e as concessionárias de energia em
relação aos seus resultados, através de indicadores de eficiência energética.
Os objetivos secundários são:
1. Construir um banco de dados com diversas informações a partir dos relatórios de
M&V, de Auditoria Fiscal e Final dos projetos;
2. Desenvolver indicadores de eficiência energética a partir de uma ótica técnica,
econômica, social e ambiental;
3. Desenvolver um sistema de pontuação para os indicadores;
4. Analisar o custo-eficácia dos projetos analisados;
5. Identificar o número de projetos que realizaram reformas nas instalações internas;
18

6. Identificar o número de projetos que realizaram regularização de consumidores;


7. Identificar o número de projetos que realizaram ações socioeducativas.
8. Identificar quais ações socioeducativas foram implantadas no Programa e quais
foram as mais comuns.

1.2. Estrutura da Dissertação

O presente estudo se divide em seis capítulos principais. O Capítulo 1 apresenta uma


breve introdução sobre o PEE, a motivação e justificativa para realização desse estudo, os
objetivos almejados e a estrutura do trabalho.
Capítulo 2 apresenta um referencial teórico acerca da eficiência energética, suas
definições, mecanismos, tipos de avalições e indicadores.
O Capítulo 3 apresenta os principais programas e instrumentos regulatórios para
promoção da eficiência energética estabelecidos no Brasil, destacando o PEE, sendo
apresentados seu marco regulatório, sua estrutura e os seus resultados. Ao final da sessão é feita
uma reflexão acerca da situação da eficiência energética no país.
No Capítulo 4 é apresentada a metodologia de avaliação proposta por este estudo,
destacando as fases da construção da metodologia, bem como o desenvolvimento dos
indicadores e do sistema de pontuação.
No Capítulo 5 é descrita a aplicação do modelo proposto para o universo de dados
escolhido, bem como os resultados obtidos, os ranqueamentos por projeto e por concessionária.
O Capítulo 6 apresenta as discussões realizadas a partir dos resultados obtidos pela
aplicação da metodologia, apresentada no Capítulo 5. São feitas diversas análises acerca de
todos os indicadores utilizados. Por fim, no Capítulo 7 são dispostas as conclusões do estudo.
19

2 EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

Para produzir os bens de consumo e de serviços necessários à vida humana e para


aumentar o seu nível de conforto, a energia é utilizada em diversos processos. Isso acontece
através de uma série de conversões entre várias formas de energia e em cada uma dessas
conversões há perdas de energia, sendo assim, cada conversão é realizada conforme uma
determinada eficiência. Usualmente, essa eficiência é medida através de uma razão entre a
energia que resulta de um processo, chamada de energia útil e a energia utilizada nesse processo
(veja Equação 1).
Através das 1ª e 2ª Leis da termodinâmica, são obtidas ferramentas para definir a
eficiência energética de maneira mais precisa e ter indicadores quantitativos para caracterizá-
la. A Primeira Lei, chamada de Lei da Conservação de Energia, mostra que a energia não se
perde, a energia se transforma.

𝐸𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎 ú𝑡𝑖𝑙
𝐸𝑓𝑖𝑐𝑖ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑒𝑛𝑒𝑟𝑔é𝑡𝑖𝑐𝑎 (%) = × 100 (𝐸𝑞. 1)
𝐼𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝑒𝑛𝑒𝑟𝑔é𝑡𝑖𝑐𝑜

A Segunda Lei, também chamada de Lei da Dissipação da Energia, afirma que em todos
os processos reais de conversão energética, sempre vai existir uma parcela de energia térmica
como produto, que corresponde à parcela de energia associada ao trabalho não realizado. O
aumento dessa parcela de energia refere-se à entropia do sistema.
Através dessa lei é possível analisar a qualidade da energia em alguns casos de interesse.
O conceito de qualidade da energia relaciona-se à sua capacidade de conversão em trabalho,
que pode ser fornecida pela exergia, denominação feita por Rant (1956 apud SANTOS et al
2006) para a parcela útil dos fluxos energéticos.
Para ilustrar esses conceitos, tem-se o exemplo de um chuveiro elétrico, um
equipamento extremamente eficiente em relação à 1ª Lei da termodinâmica, chegando a 95-
98% de eficiência, convertendo energia elétrica em energia térmica. Porém, essa não é a melhor
forma de usar a eletricidade. De acordo com a 2ª Lei, seria mais eficiente usar a energia solar
ou um combustível, como o gás, para aquecer a água (JANNUZZI, 2015).
Pode-se incluir a substituição de energéticos (energia eólica, etanol etc.) para ampliar a
definição de eficiência energética, sendo que se comprove menores custos (financeiros,
ambientais e sociais) para a produção de um bem ou serviço.
20

Sendo assim, o entendimento mais adequado do uso eficiente de energia é a adoção de


processos e/ou métodos que garantem o menor consumo de energia para a realização da mesma
quantidade de serviço, ou seja, é a diminuição da quantidade de energia primária utilizada para
produzir um bem ou serviço de energia (JANNUZZI, 2015).
Essa noção de eficiência energética foi vigorosamente introduzida no contexto
econômico mundial após o primeiro choque do preço petróleo, em 1973, onde a percepção da
escassez desse combustível levou à alta dos preços dos energéticos, abrindo espaço para
diversas ações para maior eficiência e conservação no uso dos seus derivados. A partir daí, os
países industrializados adotaram medidas de conservação de energia, como o aumento da
eficiência energética nos aparelhos elétricos e eletrônicos, veículos, residências e extinção de
centros industriais energo-intensivos (PINTO JUNIOR, 2007 apud NATURESA, 2011).
Atualmente, a eficiência energética tem sido reconhecida como uma ação essencial e de
menor custo para cumprir os objetivos da transição energética para uma economia global de
baixo carbono e atender às metas de redução de emissão de GEE (BRUCKNER,
BASHMAKOV, MULUGETTA, 2014; IEA, 2017a). Além disso, auxilia na redução da
poluição atmosférica local, crescimento da competitividade econômica, aumento da segurança
energética e ao acesso à energia. A Agenda 2030 indica a importante e necessária contribuição
aos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (PNUD; IPEA, 2019).
A eficiência energética também pode gerar uma série de “benefícios múltiplos”, como
desenvolvimento macroeconômico, aumento do orçamento público, melhoria da saúde e bem-
estar, produtividade industrial e melhorias no fornecimento de energia, como ilustrado na
Figura 1 (IEA, 2017b).
21

Figura 1 - Benefícios da eficiência energética


Fonte: IEA (2017b)

A abrangência do recurso de eficiência energética não se limita ao uso de melhores


tecnologias de conversão de energia. A qualidade da energia e o comportamento do consumidor
final são outros componentes que influenciam na garantia de um menor uso de energia para
atender às demandas de bens e serviços sociais. Dessa maneira, podemos ver que a eficiência
energética pode atuar em diferentes contextos.
Jannuzzi (2015) classifica a eficiência energética em três categorias:
1) Eficiência energética do lado da oferta, ou seja, da indústria de produção de energia;
2) Eficiência energética do lado da demanda, ou dos serviços de energia ou dos “usos
finais” de energia;
3) Eficiência energética do lado do comportamento de consumidores.
A Figura 2 ilustra as categorias de eficiência energética e o fluxo de energia, mostrando
diversas tecnologias de conversão de energia nos serviços desejados.
22

Figura 2 - Categorias de eficiência energética e fluxo de energia


Fonte: Jannuzzi (2015)

A eficiência energética no lado da oferta concentra um grande investimento em pesquisa


e desenvolvimento, pois a indústria de produção de energia obtém mais lucros com a venda de
seu produto, conforme gera energia de maneira mais eficiente. Dito isso, as tecnologias de
conversão de energia primária em energia secundária vêm melhorando substancialmente.
A eficiência energética do lado da demanda é a esfera em que há o maior potencial de
eficiência energética, porém existem diversas barreiras que dificultam a introdução e
disseminação de novas tecnologias mais eficientes, como a dinâmica do mercado, a estratégia
dos fornecedores de equipamentos e os custos altos de transação para substituição das
tecnologias em uso. Normalmente se faz necessário conceber regulações ou leis para garantir a
comercialização de equipamentos mais eficientes.
A terceira categoria de eficiência energética é o comportamento do consumidor, das
firmas e corporações. Seu padrão de consumo e o estilo de vida vão estabelecer os níveis de
produção, distribuição e consumo de energia da cadeia de produção de bens e serviços.
As políticas públicas são instrumentos importantes para a realização e continuidade de
programas de eficiência energética, pois com a intervenção do Estado os interesses públicos
estarão garantidos. Jannuzzi (2000) destacada três conceitos relacionados com a necessidade de
23

regulação a fim de manter investimentos em eficiência energética: o energy efficiency gap,


barreiras e falhas de mercado.
Energy Efficiency Gap é definido como a diferença entre o nível atual de demanda de
energia e aquele que seria obtido com a inserção de tecnologias mais eficientes. A Figura 3
representa graficamente o crescimento da demanda de energia com e sem intervenção para
estimular a inserção de tecnologias e ações de eficiência energética, sendo o gap a diferença
entre as curvas.

Figura 3 - Exemplo do “Energy Efficiency Gap”


Fonte: Jannuzzi (2000)

As barreiras e falhas de mercado referem-se a diversas características que impedem que


os potenciais benefícios das medidas de eficiência energética sejam totalmente obtidos, ou seja,
que os seus investimentos se realizem de maneira ótima (JANNUZZI, 2000; VINE et al., 2003).
A literatura identifica um grande número de barreiras de mercado para a introdução de
eficiência energética. Vine et al. (2003) classificam essas barreiras em dois níveis: (1) o nível
das políticas – barreiras ao alcance de metas de interesse público por meio de eficiência
energética (refletindo uma perspectiva social); e (2) o nível de programas – barreiras à
implementação de certos programas de eficiência energética (refletindo principalmente a
perspectiva do consumidor final). As barreiras são listadas no Quadro 1.
Jannuzzi (2000) faz outro tipo de classificação, fazendo a distinção entre barreira e

falhas de mercado: “(a) barreiras: podem ser removidas através de políticas energéticas
24

adequadas que orientam à tomada de decisão dos agentes privados na direção considerada ótima
do ponto de vista; (b) falhas de mercado: exigem uma intervenção direta do setor público”.

Quadro 1 - Barreiras à promoção de eficiência energética

Barreira geral
Falta de atenção governamental à eficiência energética.
Barreiras políticas
Excesso de capacidade
Perspectivas de curto prazo
Incentivos divididos (mal alocados) aos fornecedores de energia
Precificação
(a) Precificação não transparente
(b) Precificação que não reflete os custos
Tarifas e taxas de importação
Falta de reconhecimento dos benefícios da eficiência energética por parte dos colaboradores e/ou
órgãos de gestão
Informação imperfeita referente às oportunidades de eficiência energética
Concorrência inadequada (problema das forças do mercado)
Instabilidade dos clientes (problema para o fornecedor de energia)
Falta de paradigma adequado (para avaliar o valor da eficiência energética)
Separação do processo de política energética (da política ambiental e social)
Pouca experiência de transformação de mercado (por usuários finais ou outros)
Falta de conhecimento técnico/pessoal especializado
Processo de configuração das tarifas das concessionárias
(a) Barreiras de recuperação de custos
(b) Dissociação de lucros de vendas
Barreiras de programas
Baixo custo de energia para os usuários finais
Falta de informação aos usuários finais
(a) Falta de dados do consumo de energia
(b) Falta de informações do fornecedor de energia
Custos de informações e pesquisa
Usuários finais não investem em eficiência energética devido aos seus costumes ou hábitos
Falta de impacto das experiências do usuário final e de outros atores do mercado
(a) Falta de experiência com medidas comprovadas de custo efetivo
(b) Incertezas de desempenho (acreditar que a eficiência energética pode não ser confiável)
(c) Relutância em adotar novas tecnologias
(d) Medo de interrupções da linha de produção
Barreiras financeiras
(a) Limitação de capital disponível para eficiência energética
(b) Investimento inicial alto
Indisponibilidade do produto/serviço
Inseparabilidade das características do produto
Barreiras organizacionais
(a) Baixa prioridade à eficiência energética
(b) Visões da alta administração
(c) Múltiplos tomadores de decisão
Incentivos divididos (mal alocados)
Fonte: Adaptado de Vine et al. (2003)
25

A experiência internacional mostra que a conservação de energia torna-se concreta à


medida em que são implementados mecanismos de políticas públicas, visto que o mercado é
imperfeito em tornar serviços e equipamentos mais eficientes energeticamente (MELO, 2009).
O Plano Nacional de Energia 2030 (EPE, 2007) menciona que apenas os mecanismos de
mercado atuais não têm sido suficientes para proporcionar o desejável aumento da eficiência
no uso final da energia.
VINE et al. (2003) classificam os mecanismos para promoção de eficiência energética
em quatro categorias, listadas no Quadro 2.
1) Mecanismos de controle: direcionam mudanças comportamentais nas concessionárias;
2) Mecanismos de fundos: fornecem financiamento para outros mecanismos;
3) Mecanismos de suporte: fornecem suporte para mudanças comportamentais do
consumidor final e das concessionárias de energia;
4) Mecanismos de mercado: usam forças do mercado para encorajar mudanças
comportamentais do consumidor final e concessionárias de energia
26

Quadro 2 - Mecanismos para promoção da eficiência energética

Mecanismos de controle
Eficiência energética como fonte de suprimento mandatária
Licença condicionada para eficiência energética em negócios no mercado de eletricidade
Planejamento integrado de recursos
Eficiência energética e gerenciamento da carga como alternativas a expansão da rede
Regulação das receitas
Códigos e padrões de eficiência energética
Mecanismos de fundos
Fundo público para eficiência energética
Financiamento da eficiência energética através de negócios no mercado de eletricidade
Mecanismos de suporte
Esquemas de treinamento para profissionais na área
Centros de energia
Criação de redes de organizações sobre energia
Desenvolvimento das ESCOs
Promoção de eficiência energética por associações industriais
Acordo entre os compradores de eletricidade para promoção da eficiência energética
Acordos voluntários para promoção da eficiência energética
Mecanismos de mercado
Impostos sobre energia
Isenção de taxas e incentivos para eficiência energética
Fornecimento de informações nas contas de consumo de eletricidade
Comunicação de preços e outras informações para eficiência energética
Etiquetagem do desempenho energético
Desenvolvimento de tipos de eficiência energética
Cooperação para obtenção de aparelhos e equipamentos eficientes no uso da energia
Contratos de desempenho energético
Serviços de fornecimento de energia competitivos
Fornecimento competitivo de equipamentos para a demanda
Reduções pelo lado da demanda oferecidas nos mercados competitivos
Licenças, permissões e sistemas de negócios para emissões de GEE
Fonte: Adaptado de Vine et al. (2003)

Em relação ao Brasil, a promoção de eficiência energética pode trazer uma contribuição


significativa para o país. Jannuzzi (2015) descreve as principais áreas:
a. Compatibilizar a oferta e demanda de energia: a curto prazo, a maior prioridade da
eficiência energética no Brasil é evitar perdas econômicas devido ao desequilíbrio entre
a demanda e a capacidade de geração de energia. Como a capacidade dos reservatórios
das hidrelétricas do país vem diminuindo rapidamente ao longo dos anos, a eficiência
energética não somente economizaria energia como pouparia água nos reservatórios,
inclusive para consumo humano;
27

b. Reduzir os impactos ambientais, em nível local e global: a redução do desperdício de


energia elétrica e melhor gerenciamento do setor de transporte levam à melhoria da
qualidade do ar do país, além de contribuir para os esforços globais em relação à
diminuição de emissão de GEE. Além disso, quanto menos energia e combustível se
gasta, menor é a necessidade de extração de recursos naturais e implantação de novas
usinas;
c. Garantir a expansão dos serviços de energia com menores custos: executar ações de
eficiência energética implicam em investimentos e custos operacionais, porém a maioria
das possibilidades apresentam custos menores àqueles necessários para gerar a
quantidade equivalente evitada. Novas ESCOs estão surgindo a partir desse fato, sob a
ótica do mercado privado;
d. Garantir o acesso e capacidade de adquirir serviços de energia para consumidores: a
partir da restruturação e privatização do setor elétrico do Brasil, as tarifas passaram a
ser reajustadas para refletirem, mais diretamente, os custos dos serviços, buscando uma
maior receita das concessionárias. Nos últimos anos tem havido uma maior participação
das termelétricas na geração de energia, levando ao aumento da tarifa. Eficiência
energética possibilita que os consumidores possam ter suas necessidades atendidas a
menores custos de energia. Além disso, existem domicílios de baixa renda que recebem
energia informalmente, além de conter equipamentos extremamente obsoletos, o que
reflete na conta dos demais consumidores. Medidas de eficiência energética podem
reverter essa situação.

Dada a importância da eficiência energética no contexto atual e os mecanismos que


auxiliam sua promoção, desde a década de 1990, principalmente, inúmeros países e agências
desenvolveram maneiras de monitorar e avaliar os impactos dos mecanismos e programas de
eficiência energética nas suas economias como um todo, ou em diversos setores e atividades
econômicas, através de indicadores (BOSSEBOEUF, CHATEAU, LAPILLONNE, 1997;
CASTRO-ALVAREZ et al., 2018; IEA, 2017; KEMMLER, ANDREAS, SPRENG, 2007;
SCHIPPER et al., 1997; SATHAYE et al., 2010; WEC, 2016).
Globalmente, o consumo de energia e o desenvolvimento econômico foram dissociados,
com o Produto Interno Bruto (PIB) aumentando em mais de 95% entre 1990 e 2015, enquanto
o consumo total de energia primária (CTEP) cresceu apenas 56% (IEA, 2017b). A Figura 4
ilustra a evolução dessas duas métricas.
28

Figura 4 - Evolução do PIB e da Oferta Total de Energia Primária (1990=100)


Fonte: IEA (2017b)

A quantidade de energia utilizada para gerar uma unidade do PIB, também chamada de
Intensidade Energética - CTEP/PIB -, diminuiu globalmente em 32% entre 1990 e 2015, com
grandes variações regionais, como ilustrado na Figura 5. Por exemplo, na China2, a intensidade
diminuiu mais que a metade (66%) no mesmo período (IEA, 2017b).

Figura 5 - Intensidade energética (1990-2015)


Fonte: IEA (2017b)

2
Incluindo a República Popular da China e Hong Kong, China.
29

Contrastando com a diminuição da Intensidade Energética mundial, o Brasil vem


oscilando seu índice, e pior, sofreu um aumento, de 0,085 toe/$ em 1990 para 0,091 em 2018
(ENERDATA, 2019a). O gráfico da Figura 6 mostra a evolução do indicador do Brasil e do
Mundo ao longo dos anos.

Figura 6 - Intensidade Energética, Mundo e Brasil, 1990-2018


Fonte: Enerdata (2019a)

A Intensidade Energética é um indicador ainda bastante utilizado como uma primeira


aproximação, mas insuficiente para acompanhar tendências tecnológicas, de transformação de
mercados, mudanças nos preços e impactos de políticas públicas.
Atualmente existem diversos protocolos internacionais e experiências que buscam
melhorar e determinar parâmetros confiáveis para avaliar e acompanhar os impactos das ações
e programas de eficiência energética na economia dos países. Como exemplos, a Agência
Internacional de Energia possui um departamento destinado à análise do desenvolvimento da
eficiência energética nos países da OCDE3 e em diversos países em desenvolvimento. Os dados
estão contidos em um banco de dados que contém indicadores de intensidade energética para a
economia como um todo e para setores, além de indicadores de transformação de mercado e
métricas para indicadores setoriais (IEA, 2019). A empresa Enerdata desenvolveu o banco de
dados Odyssee (um serviço pago) que contém informações sobre o consumo setorial de energia,
abrangendo os usos finais - indústria, residencial, serviços e transporte - e indicadores de

3
Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico.
30

eficiência energética para os países da União Europeia (28 países e Noruega) (ENERDATA,
2019b).
Nas próximas seções são apresentadas as bases conceituais para Avaliação de
Programas de Eficiência Energética baseadas no Model Energy Efficiency Program Impact
Evaluation Guide (NATIONAL ACTION PLAN FOR ENERGY EFFICIENCY, 2007) e de
indicadores de eficiência energética, com destaque para o ranqueamento internacional de
eficiência energética da ACEEE, The 2018 International Energy Efficiency Scorecard
(CASTRO-ALVAREZ et al., 2018).

2.1. Avaliação dos Programas de Eficiência Energética

Avaliação é o processo de determinar e documentar os resultados, benefícios e lições


aprendidas de um programa de eficiência energética. Os resultados da avaliação podem ser
usados no planejamento de programas futuros e na determinação do potencial de uma série de
programas de eficiência energética em um processo de Planejamento Integrado de Recursos
(PIR)4. Também pode ser usado na determinação do desempenho de contratados e
administradores responsáveis, em um dado período de tempo, pela implementação de
programas de eficiência.
A avaliação tem dois objetivos principais:
1) Documentar e medir os efeitos de um programa e determinar se ele atingiu seus
objetivos quanto a ser um recurso energético confiável;
2) Ajudar a entender por que esses efeitos ocorreram e identificar maneiras de melhorar
os programas atuais e selecionar futuros programas (NATIONAL ACTION PLAN
FOR ENERGY EFFICIENCY, 2007).
A avaliação deve ser vista como parte de um processo contínuo, e geralmente cíclico,
de planejamento, implementação e avaliação de programas. Assim, os resultados dos estudos
de avaliação de impacto (a ser explicitada) não são independentes, mas são usados como
insumos no planejamento e na melhoria de futuros programas. Além disso, boas avaliações

4
O PIR é uma abordagem que combina tecnologias de oferta de energia elétrica e de aumento de eficiência
energética, com gerenciamento do lado da demanda, para fornecer serviços energéticos para a sociedade a menores
custos, incluindo custos sociais e ambientais (JANNUZZI; SWISHER; REDLINGER, 2018).
31

ajudam a garantir que os programas sejam econômicos e que as economias sejam sustentadas
com o tempo.
National Action Plan for Energy Efficiency (2007) descreve três tipos básicos de
avaliação, todas consideradas ex post, pois analisam o que já ocorreu: avaliação de impacto,
avaliação de processo e avaliação de efeitos de mercado, como ilustrado na Figura 7.

Figura 7 - Categorias e métodos de avaliação de programas de eficiência energética


Fonte: Jannuzzi et al., (2019)
Nota: o International Performance Measurement and Verification Protocol (IPMVP) é um protocolo
internacional para orientar a implantação de M&V em projetos de eficiência energética

As avaliações de impacto determinam os efeitos ou resultados do programa, geralmente


em termos de energia conservada e demanda evitada. Também pode-se incluir outros co-
benefícios, como emissões evitadas, benefícios de saúde, criação de empregos e economia de
água. As avaliações de processo têm por finalidade fornecer informações sobre o
funcionamento do programa, ou seja, é um feedback sobre a resposta dos participantes do
programa, sobre a maneira como o programa foi conduzido pelos implementadores, se ele
cumpriu aos seus objetivos declarados e identificar potencial para melhorias futuras. As
avaliações de efeitos de mercado estimam a influência de um programa em relação ao incentivo
a projetos futuros de eficiência energética devido a mudanças no mercado, considerando uma
32

série de atividades como efeito nos stakeholders, satisfação do consumidor, práticas comuns,
levantamento de baselines, potencial de economia etc. Em função das características de cada
programa, deve ser definida a melhor opção de avaliação de cada categoria (JANNUZZI et al.,
2019)
Além disso, as avaliações geralmente incluem análises de custo-benefício que
documentam a relação entre o valor dos resultados do programa (ou seja, EE, DRP e de
emissões) e os custos incorridos para alcançar esses benefícios. Essas análises são tipicamente
vistas como uma extensão das avaliações de impacto, mas também podem levar em
consideração os resultados da avaliação do mercado, considerando a penetração no mercado
durante o tempo de vida esperado das medidas (NATIONAL ACTION PLAN FOR ENERGY
EFFICIENCY, 2007)
M&V é outro termo frequentemente usado quando se discute análises de atividades de
eficiência energética e refere-se à coleta, monitoramento e análise de dados usados para calcular
a economia bruta de energia e de demanda de projetos. A M&V pode ser um subconjunto da
avaliação de impacto do programa. De um modo geral, a diferenciação entre avaliação e M&V
do projeto é que a avaliação está associada a programas e M&V com projetos5 (NATIONAL
ACTION PLAN FOR ENERGY EFFICIENCY, 2007).

2.2. Indicadores de Eficiência Energética

Sathaye et al. (2010) afirmam que os indicadores de eficiência energética são


construídos para medir os impactos da energia e dos combustíveis a partir de mudanças nas
atividades, na estrutura e na intensidade das mesmas. O autor afirma ainda que a construção de
indicadores significativos reside na compreensão de como a energia é usada e quais são os
principais fatores.
Esses indicadores ajudam a entender e avaliar melhor como os fatores econômicos e
técnicos, como os preços da energia, o PIB e as novas tecnologias, modelam o uso de energia
e, por fim, as emissões de CO2 e outros gases. Eles possuem diversas aplicações, como para
análise de tendências históricas, para benchmarking, para projetar políticas e monitorar

5
Um programa é um grupo de projetos com características tecnológicas semelhantes que são instalados em
aplicações semelhantes.
33

progresso ao longo do tempo, e como insumo para modelos econômicos e tecnológicos


(SATHAYE et al., 2010)
Existem três tipos de indicadores de eficiência energética: indicadores top-down,
bottom-up e de políticas públicas (Figura 8), sendo que para cada um deles as informações
necessárias são bem diferentes e possuem distintos graus de dificuldade e custo para sua
obtenção (JANNUZZI et al., 2019).

Figura 8 - Tipos de indicadores de eficiência energética


Fonte: Jannuzzi et al. (2019)
*MEPs (Minimum Efficiency Performance Standards) - CGIEE (Comitê Gestor de Indicadores de Eficiência
Energética); NDC/Clima: Contribuição Nacionalmente Determinada

A introdução de uma pirâmide de indicadores de eficiência energética (Figura 9) permite


identificar e organizar os diferentes indicadores que podem ser construídos.
34

Figura 9 - Pirâmide dos indicadores de eficiência energética


Fonte: Adaptado de Schipper e Haas (1997); Sathaye et al. (2010)

Conforme explicado por Schipper e Haas (1997), o diagrama na Figura 9 mostra


esquematicamente como os dados mais detalhados e os indicadores agregados podem ser
reunidos. A parte inferior da pirâmide representa extrema desagregação, enquanto a parte
superior exibe um resultado agregado. A pirâmide retrata, assim, uma hierarquia de indicadores
de energia, do mais detalhado ao menos detalhado. Ele também mostra a abordagem bottom-up
e a abordagem top-down.
O elemento mais alto contém o consumo de energia total (por setor). O segundo
elemento pode ser a intensidade de energia de cada setor principal, escolhida para refletir uma
medição agregada da atividade em cada setor. A terceira linha de elementos pode representar
os subsetores ou usos finais que compõem cada setor, e agora contém uma maior riqueza de
informações sobre a estrutura ou atividade de cada subsetor. A próxima linha contém um
conjunto importante de elementos que são difíceis de serem medidos, tanto agregados quanto
individualmente, os atributos ou características dos sistemas que usam energia, a qualidade do
serviço prestado etc. A linha mais baixa representa ainda mais detalhes no nível físico ou de
engenharia e pode refletir as eficiências reais. Conceitualmente, os dois métodos convergem,
no entanto, a abordagem bottom-up é o resultado de uma desagregação muito mais profunda e
35

releva muito mais informação, aproximando o analista da eficiência energética real


(SCHIPPER e HAAS, 1997; SATHAYE et al., 2010).
A outra categoria de indicadores é de políticas e mecanismos de eficiência energética,
que precisa ter informações claras sobre os objetivos e duração das políticas, metas propostas,
sua abrangência regional ou de tipos de consumidores.

2.2.1. Indicadores de Eficiência Energética da ACEEE: Ranking dos países em


relação às ações de eficiência energética.

A cada dois anos a ACEEE lança o International Energy Efficiency Scorecard, um


documento que analisa as políticas de eficiência energética e o desempenho dos principais
países consumidores de energia do mundo e realiza um ranqueamento dessas nações de acordo
com um sistema de pontuação baseado na construção de indicadores.
No ano de 2018 foram analisados 25 países, que representam, em conjunto, 78% de toda
a energia consumida no planeta e mais de 80% do PIB mundial em 2014 (CASTRO-ALVAREZ
et al., 2018).
A metodologia se baseia na utilização de 36 indicadores para avaliar o
comprometimento nacional de cada país com a eficiência energética distribuídos em quatro
categorias: edificações (residencial e comercial), indústria, transporte e políticas nacionais. Os
países são classificados em cada um dos indicadores, destacando as melhores práticas em países
com bom desempenho e áreas de melhoria em países que não o tiveram.
No último relatório (CASTRO-ALVAREZ et al., 2018) utilizou-se 100 pontos como o
valor total para cada país, sendo 25 pontos para cada categoria. A Tabela 1 apresenta os
indicadores, os tipos de métricas e as pontuações máximas.
Os indicadores podem ser classificados em dois tipos de métricas: políticas ou de
desempenho. As métricas políticas destacam as melhores práticas e podem ser qualitativas ou
quantitativas. Os exemplos incluem: existência de metas nacionais para eficiência energética,
etiquetagem de edifícios e eletrodomésticos e padrões de economia de combustível para
veículos. As métricas de desempenho são quantitativas e medem o uso de energia por unidade
de atividade ou serviço, como por exemplo: eficiência de usinas termelétricas, intensidades
energéticas de edifícios e indústria e a economia média de combustível de veículos rodoviários.
36

Tabela 1 - Indicadores da ACEEE

Indicadores Tipo de métrica Pontos


Políticas Nacionais
Mudanças em intensidade energética entre 2010 e 2015 Desempenho 6
Investimentos em eficiência energética Política 5
Objetivos em conservação de energia Política 3
Eficiência em termelétricas Desempenho 3
Programas de empréstimos e taxas de crédito Política 2
Investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) voltados para Política 2
eficiência energética
Tamanho de mercado de ESCOs Desempenho 2
Políticas de eficiência no uso da água Política 1
Disponibilidade de dados Política 1
Edificações
Padrões de equipamentos e eletrodomésticos Política 5
Códigos de edificações residenciais Política 3
Códigos de edificações comerciais Política 3
Políticas de reforma de edificações Política 4
Políticas de classificação de edificações e divulgação Política 2
Sistema de etiquetagem de equipamentos e eletrodomésticos Política 2
Intensidade energética em edificações residenciais Desempenho 3
Intensidade energética em edificações comerciais Desempenho 3
Indústria
Intensidade energética na indústria Desempenho 6
Acordos voluntários em desempenho energético com fabricantes Política 3
Políticas de encorajamento de gerenciamento de energia Política 2
Padrões mínimos de eficiência de motores elétricos Política 2
Obrigações de gerenciamento de plantas de energia Política 2
Obrigações de auditorias energéticas Política 2
Investimentos em P&D voltados para indústria Política 2
Participação em ciclo combinado (cogeração) na capacidade total instalada Desempenho 2
Políticas de encorajamento de ciclo combinado (cogeração) Política 2
Intensidade energética na agricultura Desempenho 2
Transporte
Padrões de economia de combustível em veículos leves Política 4
Economia de combustível em veículos leves Desempenho 3
Padrões de economia de combustível em veículos pesados Política 3
Milhas viajadas em veículos per capita Desempenho 3
Transporte de bens por atividade econômica Desempenho 2
Intensidade energética em transporte de mercadorias Desempenho 3
Uso de transporte público Desempenho 3
Investimentos em linhas férreas versus estradas Política 3
Iniciativas de fretes inteligentes Política 1
Total 100
Fonte: Adaptado de Castro-Alvarez et al. (2018)

A Figura 10 mostra as classificações e pontuações dos países em cada uma das quatro
categorias, indicando que diversos países ainda têm um espaço substancial para melhorias.
37

Figura 10 - Classificação e pontuação geral


Fonte: Castro-Alvarez et al. (2018)

Uma possível aplicação desse tipo de ranqueamento é a criação de um benchmark ou


referências para que as nações aprendam uma com as outras, repetindo as melhores políticas,
práticas e desempenhos. Os países mais desenvolvidos têm a responsabilidade de liderar pelo
exemplo e implementar políticas ambiciosas que reduzirão ainda mais o consumo de energia.
Além disso, como esse trabalho é realizado de dois em dois anos, é possível acompanhar o
progresso das políticas ao longo do tempo e identificar tendências, melhorias e em que países
e setores ainda é necessário progresso, mesmo que para efeitos de comparação.
Conclui-se ao final dessa seção sobre a importância das ações e programas de eficiência
energética no contexto atual de transição energética, à medida que economizam recursos e
despendem menores custos. Fica claro a importância do processo de avaliação desses
programas, que pode ser usado para medir os efeitos dos mesmos ou auxiliar no planejamento
e na melhoria de projetos futuros, garantindo que sejam econômicos e que as economias sejam
sustentadas com o tempo.
O Brasil está muito aquém de muitos países desenvolvidos, e até mesmo de países em
desenvolvimento, em formulação de políticas públicas e desempenho de eficiência energética,
38

como pode ser visto na classificação da ACEEE, apesar dos esforços empenhados desde a
década de 1980. Essa classificação mostra que há muito espaço para ampliar a gestão
governamental na área de uso racional e conservação de energia no país.
Na próxima sessão serão apresentadas as ações e programas de eficiência energética
realizados no Brasil, com seus aspectos legais e institucionais, destacando o maior programa
brasileiro nesse setor, o PEE.
39

3 EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NO BRASIL

Como dito no capítulo anterior, após o primeiro choque nos preços do petróleo, os países
começaram a adotar medidas de conservação de energia. Nessa conjuntura, o Brasil com o
objetivo de reduzir a dependência externa pelo combustível fóssil, optou por uma política de
substituição de fontes de energia importadas. Nesse contexto foi lançado o Programa Nacional
do Álcool (Proálcool), em 1975 (LEITE, R.; CORTEZ, L, 2003).
Foi somente nos anos 1980 que as primeiras iniciativas concretas de eficiência
energética e conservação de energia foram implementadas no Brasil, como a criação do
Programa Conserve, o Procel e o Conpet.
A partir de então, foram criados diversos instrumentos, mecanismos de fomento e leis
de apoio à eficiência energética no sistema energético brasileiro.
Nesse capítulo são apresentados os principais programas nacionais e ações de fomento
à eficiência energética no país, destacando seus aspectos legais e institucionais, além de sua
estrutura, atividades e resultados.

3.1. Programa Conserve

A primeira iniciativa do poder público para incentivar a adoção de ações de eficiência


energética em âmbito nacional ocorreu em 1981 com a criação do Programa Conserve.
Após os consecutivos choques nos preços do petróleo, as prioridades do governo
passaram a ser a redução das importações dos derivados desses energéticos, inclusive o óleo
combustível fornecido às indústrias. Além da política de aumento do preço desse derivado
praticada a partir de 1980, o Conselho Nacional de Petróleo determinou cortes lineares de 10%
e 5% no abastecimento de óleo combustível e diesel à indústria e estabeleceu um sistema de
controle de fornecimento através de cotas de combustíveis até os anos de 1983. Esse conjunto
de medidas gerou uma forte impopularidade no meio empresarial, o que levou o governo a
conceder estímulos à conservação e substituição do óleo combustível consumido na indústria,
caracterizando o Conserve (MARTINS et al., 1999).
40

No âmbito do programa eram desenvolvidos diagnósticos energéticos gratuitos em


estabelecimentos industriais, com objetivo de identificar o potencial de conservação de energia
em cada caso. Além disso, o Conserve oferecia empréstimos em condições bem favoráveis a
empresas nacionais, a fim de corroborar os esforços para conservação de energia identificados
através dos diagnósticos (MARTINS et al. 1999).
Foram financiados 80 projetos com recursos do Conserve no período 1981/85, com um
investimento total de US$ 283,1 milhões, dos quais 64% (equivalentes a US$ 179,7 milhões)
corresponderam a recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
(BNDES) e 36% (equivalentes a US$ 103,4 milhões) a recursos próprios das empresas e outras
fontes. Os dados apresentados não incluem as metas de sete projetos financiados
exclusivamente pelo FINAME6, equivalentes a US$ 29,2 milhões (PICCININI, 1994).
Em termos de economia de energia, as previsões dos projetos aprovados pelo Conserve
indicavam uma redução anual de quase 1,76 milhão de tep no consumo de derivados de
petróleo, sendo 1,74 milhão de tep apenas com a redução do consumo de óleo combustível
(PICCININI, 1994).
Duas críticas devem ser feitas ao Conserve, a primeira delas no sentido de que houve
um subaproveitamento dos recursos alocados do Programa e a segunda no que se refere à
predominância do foco na substituição energética, em detrimento da diretriz principal de
conservação de energia.
Em relação ao subaproveitamento dos recursos, verificou-se que, aproximadamente,
metade dos recursos do Conserve não foi aproveitada, sendo que nem 200 empresas chegaram
a solicitar esses recursos e apenas 80 fizeram efetivamente uso deles. Os motivos para isso ter
acontecido foram: a recessão econômica, que colocava em segundo plano as iniciativas de
conservação de energia nas empresas; a instabilidade das políticas de preço e de abastecimento
das fontes energéticas alternativas; e a burocracia do Programa, que gerava uma lentidão na
liberação dos recursos (MARTINS et al. 1999; PICCININI, 1994).
Com relação à segunda questão, a substituição de derivados de petróleo correspondeu a
79% das economias previstas, enquanto a conservação de energia ficou restrita aos demais 21%,
conforme pode ser visto na Tabela 2.

6
A Agência Especial de Financiamento Industrial (FINAME) é uma subsidiária do BNDES responsável por
financiar a troca de equipamentos.
41

Tabela 2 - Metas de Substituição e Conservação de Energéticos do Conserve (1981 - 1985)

Conservação de Substituição de
Setor Total (tep)
Energia (tep) Combustível (tep)
Papel e Celulose 155.100 165.732 320.832
Siderurgia 146.672 486.780 633.452
Cimento 403 498.589 498.992
Química e Petroquímica 26.645 93.287 119.932
Energia 41.988 7.448 49.436
Metalurgia 2.104 13.916 16.020
Mineração - 8.562 8.562
Agroindústria 982 88.806 89.788
Materiais de Construção - 18.022 18.022
Total 373.894 1.381.142 1.755.036
% 21 79 100
Fonte: PICCININI (1994)

As fontes energéticas alternativas mais utilizadas na substituição dos derivados de


petróleo foram carvão mineral (36%), gás natural (23%) e eletricidade (11%) 7 (PICCININI,
1994).
É importante destacar que a penetração de energia elétrica no setor industrial, já
motivada pelo Conserve, ganhou reforço mediante a aplicação da tarifa de Energia Garantida
por Tempo Determinado (EGTD). No início da década de 1980, havia um quadro de economia
recessiva, onde demandava-se menos energia elétrica, o que gerou certa ociosidade na
capacidade instalada do parque gerador de energia elétrica no país. Com o intuito de aproveitar
o excesso de capacidade de geração hidráulica, a EGTD foi criada e era fornecida a empresas
dispostas a substituir os derivados de petróleo por eletricidade, com preços 30% menores que
os normais, tendo como alvo o setor industrial (MARTINS et al., 1999)
Assim, a EGTD aumentou o nível de subaproveitamento dos recursos do Conserve, à
medida que tinha menos burocracia e uma implementação mais rápida, levando muitas
empresas a desistirem das candidaturas apresentadas ao Conserve (MARTINS et al., 1999).
Segundo Martins et al. (1999), com o aumento da utilização da eletricidade para fins
térmicos nas indústrias, gerada, parte pelo Conserve, parte pela EGTD, verifica-se que houve
uma transferência da responsabilidade da conservação de energia para o setor elétrico, uma vez
que o incremento da demanda de eletricidade no setor industrial começava a pressionar a
capacidade de oferta de eletricidade do país. Juntamente a isso, o setor elétrico encontrava-se

7
As outras fontes eram lenha (7%), outras fontes primárias (13%), carvão vegetal (4%), bagaço de cana (3%) e
outras fontes secundárias (3%) (PICCININI, 1993, apud PICCININI, 1994)
42

mergulhado em crise financeira e não tinha condições de financiar a expansão do sistema. Dessa
forma, a opção estratégica foi a criação de uma política de conservação do uso de energia
elétrica, que refletiu na criação do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica
(Procel), em 1985, discutido mais à frente.

3.2. Programa Brasileiro de Etiquetagem

Em 1984, o Instituto Brasileiro de Metrologia, Normalização e Qualidade (Inmetro),


órgão vinculado ao Ministério da Indústria e do Comércio Exterior, em conjunto com o
Ministério de Minas e Energia (MME), implementou o Programa de Conservação de Energia
Elétrica em Eletrodomésticos, que tinha o objetivo de impulsionar a diminuição do consumo de
energia em equipamentos, como condicionadores de ar domésticos e refrigeradores. Em 1992,
esse programa foi renomeado para Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE), sendo mantidas
suas atribuições originais, as quais foram adicionadas exigências de segurança e,
posteriormente, a determinação dos índices mínimos de eficiência energética nos anos 2000,
com a Lei de Eficiência Energética. (MME, 2011).
O objetivo da etiquetagem é informar o desempenho energético dos equipamentos,
edificações e veículos leves, para que os consumidores considerem esse indicador em suas
decisões de compra, além de estimular a competividade da indústria, através do incentivo ao
processo de melhoria contínua promovido pela escolha consciente dos consumidores (VIANA
et al. 2012). Esses dados são dispostos na Etiqueta Nacional de Conservação de Energia
(ENCE) com cinco faixas de consumo energético específico e a indicação de qual faixa o
produto se enquadra. A Figura 11 e a Figura 12 mostram exemplos de desempenho energético
de equipamentos, edificações e veículos.
43

Figura 11 - Exemplos de etiquetas de eletrodoméstico (esq.) e veículo (dir.)


Fonte: PBE; PBE Veicular

A etiqueta dos veículos leves leva em conta o desempenho energético na estrada e na


cidade e uma avaliação energética geral do automóvel. A etiqueta das edificações considera o
desempenho energético da iluminação, da envoltória e do sistema de condicionamento de ar,
além de uma ponderação dos três indicadores, para gerar a classificação geral do imóvel. As
etiquetas podem ser obtidas para edificações comerciais, de serviços e públicas e edificações
residenciais, sendo estas divididas em outras três categorias: unidades habitacionais autônomas
(casas ou apartamentos), edificações multifamiliares e áreas de uso comum.
44

(a)

Figura 12 - Exemplos de etiquetas para edificações


Fonte: PBE Edifica
45

Leonelli (2016 apud BAJAY et al. 2018) aponta alguns benefícios do programa, após
mais de trinta anos de duração: 31 famílias de produtos etiquetados, sendo 24 etiquetadas
compulsoriamente; aproximadamente R$ 23 bilhões economizados devido ao incentivo à troca
de lâmpadas incandescentes, desde 2006; condicionadores de ar e refrigeradores geraram, desde
2000, R$ 6 bilhões de economia.
É fato que esses números são resultados da integração do PBE com os Selos Procel e
Conpet e com a Lei de Eficiência Energética, que são apresentados adiante.

3.3. Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica - Procel

O Procel foi criado em 1985 pelo MME e gerido com recursos administrativos e técnicos
por uma Secretaria Executiva subordinada às Centrais Elétricas Brasileiras (Eletrobras). O
objetivo do Programa é integrar as ações de conservação e uso eficiente da energia elétrica no
país, dentro de uma visão mais abrangente e coordenada (MME, 2011).
Ao longo dos anos diversos subprogramas foram empreendidos pelo programa, alguns
com resultados relevantes, como o caso da etiquetagem e do Selo Procel a equipamentos
elétricos e coletores solares. Dentre esses subprogramas existem três grandes categorias:
informação/educação, tecnológicos e apoio direto a setores específicos:
• Centro Brasileiro de Informação de Eficiência Energética – Procel Info;
• Eficiência Energética em Edificações – Procel Edifica;
• Eficiência Energética em Equipamentos – Procel Selo;
• Eficiência Energética Industrial – Procel Indústria;
• Eficiência Energética no Saneamento Ambiental – Procel Sanear;
• Eficiência Energética nos Prédios Públicos – Procel EPP;
• Eficiência Energética Municipal – Procel GEM;
• Informação e Cidadania – Procel Educação;
• Eficiência Energética na Iluminação Pública e Sinalização Semafórica –
Procel Reluz;

Os subprogramas Procel Edifica e Selo Procel são desenvolvidos em conjunto com o


PBE, sendo concedidos às edificações e aos equipamentos que possuem as melhores
46

classificações de eficiência energética, da classe A da sua respectiva categoria, etiquetados pelo


PBE.
Procel (2018) afirma que os resultados energéticos alcançados pelo programa se devem,
principalmente, ao Selo Procel (incorporando a contribuição inerente da ENCE), sinalizando a
ênfase na orientação ao consumidor final para aquisição de aparelhos mais eficientes. Ao longo
dos anos, o Selo vem ajudando a elevar os índices de eficiência energética dos equipamentos,
bem como uma diminuição expressiva do consumo de energia elétrica no Brasil.
Desde 1986, a Eletrobras investiu aproximadamente R$ 2,97 bilhões em medidas de
eficiência energética do Procel, contando com recursos financeiros advindos da própria da
Eletrobras e, até 2014, também da Reserva Global de Reversão (RGR)8 do setor elétrico. A
partir de 2016, 20% dos recursos das concessionárias destinados ao PEE passou a ser destinado
ao Procel, através da Lei Nº 13.280/2016 (PROCEL, 2017; 2018). O gráfico na Figura 13,
mostra a evolução dos recursos investidos no Procel, em milhões de reais.

Figura 13 - Investimentos anuais da Eletrobras nos últimos seis anos (milhões de reais)
Fonte: Elaboração a partir de PROCEL (2017; 2018)

8
RGR é o fundo federal formado pelos recursos das concessionárias, proporcionais ao investimento de cada
uma.
47

Considerando os resultados acumulados entre 1986 a 2017, a EE total obtida foi de 128,6
bilhões de kWh (PROCEL, 2018). O gráfico da Figura 14 mostra os ganhos energéticos anuais
decorrentes das ações do Procel, desde 2012.

Figura 14 - Economia de Energia no âmbito Procel nos últimos seis anos (bilhões de kWh)
Fonte: Elaboração a partir de PROCEL (2017; 2018)

Segundo Procel (2018), estima-se que no ano de 2017 foram economizados


aproximadamente 21,2 bilhões de kWh equivalente a 4,57% do consumo total de energia
elétrica no Brasil no período. Esse resultado também equivale à energia fornecida, em um ano,
por uma usina hidrelétrica com capacidade de 5.084 MW. Essa EE evitou a emissão de 1,965
milhão tCO2 equivalentes na atmosfera, o que corresponde às emissões relativas a 675 mil
veículos, em um ano. Estima-se, ainda, que as ações do Procel contribuíram para uma redução
de demanda na ponta de 6.887 MW, em 2017.
Deve ser ressaltado ainda que o valor obtido em EE, no ano em questão, é 39,89%
superior ao resultado do ano anterior. Isso pode ser devido à melhoria na eficiência energética
de aparelhos com Selo Procel, à aquisição e utilização de equipamentos eficientes pelo
consumidor, além da política de continuidade da eliminação das lâmpadas incandescentes do
mercado brasileiro (PROCEL, 2018).
48

3.4. Programa Nacional de Racionalização do Uso dos Derivados do Petróleo e do Gás


Natural - Conpet

O Conpet foi criado em 1991 por decreto presidencial, sendo um programa do MME,
coordenado e executado pela Petróleo Brasileiro S.A. (Petrobras). O Conpet estimula a
eficiência das fontes de energia em diversos setores, principalmente nos transportes, nas
indústrias e nas residências, além de desenvolver ações de educação ambiental.
Os principais objetivos do programa são: tornar racional o consumo dos derivados do
petróleo e do gás natural; reduzir a emissão de gases poluentes; promover o desenvolvimento
tecnológico e a pesquisa; conceder apoio técnico para aumentar a eficiência energética no uso
final da energia; e conscientizar os consumidores sobre a importância do uso racional de energia
(CONPET, 2012a).
O Conpet tem atuação em três diferentes áreas, eficiência energética de equipamentos,
educação e transporte. Além disso, concede o Prêmio Nacional de Conservação e Uso Racional
de Energia nas categorias indústria, imprensa e transporte rodoviário.
Em relação à primeira área, o Conpet atua no PBE como parceiro do Inmetro, para a
realização da etiquetagem de equipamentos que consomem combustíveis (fogões, fornos,
aquecedores de água a gás e automóveis) e, também, de pneus. Além disso, emite o Selo Conpet
de Eficiência Energética, introduzido em 2005, que funciona de forma similar ao Selo Procel,
agindo no âmbito do PBE, através da atribuição do Selo aos equipamentos consumidores de
derivados de petróleo e gás natural que obtiverem os menores índices de consumo de
combustível no ano em questão (CONPET, 2012b).
Em relação à educação, o subprograma Conpet na Escola, criado em 1992, tem como
objetivo passar informações sobre petróleo, gás natural e eficiência energética para os
professores, através de vídeos educativos e debates sobre os temas. É sugerido aos professores
que repassem as informações aos seus alunos, integrando-as ao conteúdo das disciplinas. Os
últimos resultados do programa indicam uma queda no número de educadores participantes, o
que sugere uma queda do investimento nessa área. Em 2011, 3033 educadores participaram das
oficinas, representando 1385 escolas; em 2013 foram 1000 educadores, em 500 escolas e em
2014, 677 educadores (CONPET, 2012c; 2014a; 2014b).
O Conpet no Transporte abrange três projetos no setor, o Programa Economizar, o
Projeto Transportar e o Projeto Engenhar. O EconomizAR, criado em 1997, é uma parceria
49

entre o Conpet e as federações ou sindicatos patronais de transporte de cargas e passageiros,


que visa racionalizar o consumo de óleo diesel e promover a melhoria da qualidade do ar,
através da redução da emissão de fumaça preta de caminhões e ônibus. As empresas
participantes são visitadas por técnicos do programa que realizam as avaliações das frotas de
ônibus e caminhões, sendo que os veículos aprovados recebem o Selo Verde. Desde a sua
criação até 2015, houve uma redução de 1,96 milhão de toneladas de CO2 emitidas na atmosfera,
além da redução de cerca de 43 milhões de toneladas nas emissões de material particulado
(CONPET, 2015a).
O Projeto TransportAR, lançado em 2002, visa atender os caminhões-tanque de
distribuidoras e caminhões de carga que são carregados em terminais de abastecimento das
refinarias ou em empresas parceiras da Petrobras, com o objetivo de auxiliar os transportadores
a reduzir a emissão de fumaça preta, economizar óleo diesel e conservar os caminhões sempre
em boas condições. Até dezembro de 2014, o TransportAR atingiu a marca de 18.300
avaliações. Aproximadamente 500 motoristas têm seus veículos avaliados a cada três meses
quanto emissão de fumaça preta, visando à economia no consumo de combustível (CONPET,
2015b).
O Projeto EngenhAR é desenvolvido nos canteiros de obras da área de Engenharia da
Petrobras. São realizadas avaliações de caminhões e máquinas a diesel, além de um trabalho de
educação ambiental junto aos fornecedores de material e às prestadoras de serviço.
Apenas em 2014, o Conpet no Transporte realizou mais de 90 mil avaliações9 da
opacidade dos gases de exaustão de veículos a diesel, com 90% dos veículos aprovados,
porcentagem essa que vem aumentando desde o início do Programa (CONPET, 2014b).
O Conpet recebeu duras críticas quanto à falta de diversificação dos seus esforços ao
longo dos anos de sua atuação, que eram focados apenas na racionalização do uso do óleo diesel
no setor de transportes. Além disso, dizia-se que o programa era pouco ativo junto às
autoridades de trânsito, em relação à melhora do planejamento urbano (MARTINS et al., 1999;
NETO e SANTOS, 2004).
Ao longo dos anos, o Conpet respondeu a essas questões incentivando a introdução de
tecnologias de maior eficiência energética, tanto de equipamentos, quanto de veículos, através
do Selo Conpet e da parceria com o Inmetro no PBE. Mais recentemente, a etiquetagem de
pneus também foi implementada. Além disso, começou a fazer parte de projetos de mobilidade
urbana, para melhorias operacionais e ambientais, porém, esse esforço pode ser muito maior, o

9
Inclui projetos de outros em que o Conpet participou, como a Caravana Siga Bem e o Programa de Qualidade do
Ar em Santo André (Proar).
50

que poderia retornar em ótimos ganhos de eficiência energética nos veículos, através de
sincronicidade de semáforos e retirada de uso excessivo de lombadas em estradas e avenidas,
por exemplo. O Conpet, ainda deveria trabalhar mais em relação à substituição dos
combustíveis, visando a racionalização da matriz energética brasileira, e ter uma maior
participação na indústria, visto que os esforços direcionados para o setor são poucos.

3.5. A Lei de Eficiência Energética

Em 2001 foi promulgada a Lei nº 10.29510, o principal marco da eficiência energética


no Brasil, referida como a Política Nacional de Conservação e Uso Racional de Energia, ou,
Lei de Eficiência Energética, que visa alocar eficientemente os recursos energéticos e preservar
o meio ambiente.
A respectiva lei define que cabe ao Poder Executivo estabelecer níveis máximos de
consumo específico de energia ou mínimos de eficiência energética, de aparelhos e máquinas
consumidores de energia fabricados ou comercializados no Brasil, fundamentado em
indicadores técnicos pertinentes.
O Decreto 4.059, de 19 de dezembro de 2011, instituiu o CGIEE, composto por
representantes das seguintes entidades e órgãos:
• MME (presidente do Comitê);
• Ministério da Ciência e Tecnologia, hoje Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações
e Comunicações;
• Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, hoje Ministério da
Indústria, Comércio Exterior e Serviços
• Procel;
• Conpet;
• Um representante de uma universidade brasileira, especialista em matéria de energia;
• Um cidadão brasileiro, especialista em matéria de energia;

10
A crise energética de 2001 e o racionamento de energia exigido para superá-la foi uma demonstração concreta
do impacto das medidas de conservação e eficiência energética. Uma significativa consequência dessa crise foi ter
melhorado um projeto de lei que tramitava há mais de uma década no Congresso, sendo essa a referida Lei 10.295.
51

Dentre as atribuições do CGIEE está a elaboração das regulamentações para cada tipo
de aparelho consumidor de energia e o estabelecimento do Programa de Metas, constando a
atualização e evolução dos níveis a serem alcançados pelos devidos equipamentos.
Desde sua criação, o comitê definiu os níveis mínimos de eficiência energética para dez
tipos de equipamentos: motores elétricos de indução trifásicos; lâmpadas fluorescentes
compactas; refrigeradores e congeladores; fogões e fornos a gás; condicionadores de ar;
aquecedores de água e gás; reatores eletromagnéticos para LVSAP e VM 11; lâmpadas
incandescentes; transformadores de distribuição; ventiladores de teto (JANNUZZI, s.d.).
De acordo com VIANA et al. (2012), a Lei de Eficiência Energética produz, como
consequência, os seguintes fatos:
a) Recolher do mercado, no médio e longo prazo, os equipamentos energeticamente menos
eficientes;
b) Ganhar EE ao longo do tempo;
c) Impulsionar o desenvolvimento tecnológico, devido a fabricação de equipamentos mais
eficientes energeticamente;
d) Proporcionar o aumento da competitividade industrial no país;
e) Diminuir os gastos dos consumidores;
f) Contribuir para a diminuição dos impactos ambientais através do uso de equipamentos
que consomem menos energia.

Leonelli (2016 apud BAJAY et al. 2018) destaca a relação paralela do PBE, com os
Selos de Eficiência Energética (Procel e Conpet) e com a Lei de Eficiência Energética, no
sentido de que o PBE apresenta a base técnica para a avaliação do desempenho energético dos
equipamentos. Através das etiquetas é possível selecionar os melhores de cada categoria, que
recebem os Selos de Eficiência Energética, estimulando fabricantes e consumidores. Do outro
lado, têm-se o patamar inferior da eficiência, sendo os níveis mínimos de eficiência energética
definidos pela Lei de Eficiência Energética, banindo do mercado os produtos considerados
ineficientes. Assim, essa combinação de mecanismos de estímulo e compulsoriedade vem se
mostrando eficaz, representando quase o total dos resultados quantitativos obtidos pelo Procel
e pelo Conpet.

11
LVSAP – Lâmpadas de vapor de sódio de alta Pressão. VM – Lâmpadas de vapor de mercúrio.
52

3.6. A ANEEL e o PEE

A ANEEL foi instituída em 1996 pela Lei nº 9.427, e regulamentada pelo Decreto nº
2.335, de 1997 e é caracterizada como autarquia sob regime especial, com personalidade
jurídica de direito público e autonomia patrimonial, administrativa e financeira, vinculada ao
MME. A ANEEL tem por finalidade regular e fiscalizar a produção, transmissão, distribuição
e comercialização de energia elétrica, seguindo a legislação, diretrizes e políticas do Governo
Federal.
Dentre as competências da ANEEL, Viana et al. (2012) evidenciam aquela diretamente
ligada à eficiência energética: estimular o combate ao desperdício de energia em relação a todas
as formas de produção, transmissão, distribuição, comercialização e uso da energia elétrica.
A partir da reestruturação do setor elétrico, com o início das privatizações em 1994,
aconteceram grandes mudanças em torno da eficiência energética, quando o governo federal
considerou estratégico que as concessionárias investissem montantes em atividades de
eficiência energética. Nessa época, os contratos de concessão já continham cláusulas que
obrigavam as concessionárias a investir em atividades de eficiência energética e P&D. Porém,
essas cláusulas eram muitas vezes genéricas e difíceis de monitorar, o que causava uma grande
dificuldade das autoridades em verificar o desempenho dos investimentos (JANNUZZI, 2005).
Assim, em 1998, a ANEEL estipulou uma regra que definia com mais clareza o
montante do investimento anual, os procedimentos para apresentação, aprovação e verificação
dos programas de eficiência energética das concessionárias, através da Resolução nº 242, de 24
de julho de 1998. Nessa regulação passou a ser estabelecido um investimento anual pelas
concessionárias de serviço público, em ações envolvendo eficiência energética de, no mínimo,
1% da Receita Operacional Anual do ano anterior, obedecendo aos limites: (i) máximo de 0,5%
desse montante designados a projetos de marketing e iluminação pública; (ii) mínimo de 0,25%
em projetos industriais; (iii) mínimo de 0,25% em projetos residenciais; e (iv) mínimo de 0,25%
destinados à conservação de energia em prédios públicos.
Através da Resolução nº 261 de 03 de setembro de 1999, a ANEEL regulamentou a
obrigatoriedade e os limites de aplicação dos recursos das concessionárias em ações de combate
ao desperdício de energia elétrica e projetos de pesquisa e desenvolvimento tecnológico do
setor elétrico para o biênio 1999/2000, estabelecendo, também, os limites para ações
relacionadas aos setores residencial, industrial e prédios públicos, com a seguinte destinação:
53

(i) no mínimo 0,25% em ações vinculadas ao uso final (sendo o mínimo de 30% em projetos
residencial, industrial e prédios públicos); (ii) no mínimo 0,10% em projetos de pesquisa e
desenvolvimento tecnológico.
Desde o primeiro ciclo (1998/1999) do PEE, muitas alterações foram feitas na lei e nos
instrumentos que regulamentam a aplicação desses recursos, que são descritas ao longo dessa
sessão, resumidas na Figura 15, a seguir.

Figura 15 - Evolução do marco regulatório para o PEE da ANEEL


Fonte: Elaborado a partir de TIOZO (2012)
54

A Resolução nº 271, de 19 de julho de 2000, manteve o recurso de no mínimo 1% da


Receita Operacional Anual do ano anterior, para o biênio 2000/2001.
Nota-se que as Resoluções nº 242/98, nº 261/99 e nº 271/00, regulamentaram o valor e
a aplicação dos recursos para incentivar a eficiência energética no uso e na oferta de energia
elétrica. Como consequência, esses primeiros ciclos não foram adequados aos interesses
públicos, pois os recursos foram alocados conforme os interesses das companhias de
distribuição, que investiram na redução de perdas internas (JANNUZZI; GOMES, 2001 apud
TIOZO, 2012).
Em 2000, foi aprovada a Lei 9.991, eliminando o investimento compulsório em
eficiência na oferta de energia, com objetivo de assegurar os benefícios dos investimentos em
eficiência aos consumidores. Essa Lei determinava que as permissionárias e concessionárias de
energia deveriam aplicar anualmente 0,75% da ROL em pesquisa e desenvolvimento do setor
elétrico (sendo 50% repassado ao Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (FNDCT)) e 0,25% da ROL em programas de eficiência energética de uso final.
Em 2000 a crise de abastecimento de energia elétrica enfrentada pelo país levou à
necessidade da realização de ações para promover a racionalização do consumo de energia
elétrica de forma emergencial, buscando assim, evitar ou diminuir o seu racionamento (VIANA
et al. 2012). Com isso, a Resolução nº 153, de 18 de abril de 2001, alterou os critérios de
aplicação do montante destinado a racionalização de energia previamente estabelecidos na
Resolução 271/00 para o ciclo 2000/2001. Essa resolução estabelecia que no mínimo 50% da
ROL deveria ser destinada a projetos de doação de lâmpadas fluorescentes compactas (LFC)
para consumidores de baixo poder aquisitivo. Além disso, determinou que, dos projetos que já
haviam sido apresentados à ANEEL para o ciclo 2000/2001, somente os que possuíam o projeto
de doação de LFC poderiam ser continuados.
Em complemento a essa determinação, a Resolução nº 186, de 23 de maio de 2001,
apresentou que a aceitação dos projetos de eficientização de sistemas de iluminação pública,
estaria condicionada ao montante mínimo de 0,25% da receita operacional anual em projetos
de doação de lâmpadas fluorescentes compactadas aos consumidores de baixo poder aquisitivo.
A Resolução nº 394 de 17 de setembro de 2001, estabeleceu o critério da Relação Custo
Benefício (RCB) máxima que um projeto pode atingir para ser aprovado, sendo 0,85, calculada
de acordo com o Manual para Elaboração dos Programas Anuais de Combate ao Desperdício
de Energia Elétrica. Essa resolução define ainda: “(I) aplicação anual, de no mínimo, 0,50% da
ROL em projetos de eficiência energética, calculada de acordo com a Resolução ANEEL nº
55

185/2001; (III) quando necessárias ações de marketing, as mesmas deverão estar incluídas nos
respectivos projetos”.
A Resolução nº 185, de 21 de maio de 2001, revogada pela RN nº 233, de 24 de outubro
de 2006, estabeleceu os critérios e procedimentos para os cálculos dos valores aplicados no
PEE e no FNDCT.
A Lei nº 10.438, estabelecida no dia 26 de abril de 2002, dispõe sobre a expansão da
oferta de energia elétrica emergencial, recomposição tarifária extraordinária, cria a Conta de
Desenvolvimento Energético, o Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia
Elétrica (Proinfa), dispõe sobre a universalização da energia elétrica instituindo a Tarifa Social
de Energia Elétrica, concedendo desconto nas contas de energia elétrica em unidades de baixo
consumo.
Também promulgada em 2002, no dia 03 de setembro, a Resolução nº 492 determinou
que 0,50% da ROL do ano anterior deveria ser aplicada anualmente em programas de eficiência
energética no uso final de energia elétrica.
A Resolução nº 502, de 26 de novembro de 2001, aprovou o Manual de Programas de
P&D.
A Lei nº 10.848, de 15 de março de 2004, estabeleceu uma nova forma de destinação
para os recursos de pesquisa e desenvolvimento, atualizando o artigo 4º da Lei nº 9.991/2000
da seguinte forma: (i) 40% do montante deveria ser destinado ao FNDCT; (ii) 40% deveria ser
destinado a projetos de P&D, segundo regulamentos estabelecidos pela ANEEL; e (iii) 20%
deveria ser destinado ao MME, a fim de financiar os estudos e pesquisas de planejamento de
expansão do sistema energético, os de inventário e de viabilidade em relação ao aproveitamento
dos potenciais hidrelétricos.
A ANEEL aprovou a RN nº 063, de 12 de maio de 2004, com o objetivo de apurar
infrações e aplicar penalidades aos concessionários, permissionários, agentes de serviços de
energia elétrica, agentes responsáveis pela operação do sistema, pela comercialização de
energia elétrica e pela gestão de recursos advindos de encargos setoriais.
A Lei nº 11.465, de 28 de março de 2007, alterou o artigo 1º da Lei 9.991/2000,
prorrogando até 31 de dezembro de 2010, a aplicação do percentual obrigatório de 0,50% da
ROL tanto para programas de eficiência energética na oferta e uso final da energia quanto para
pesquisa e desenvolvimento.
A RN nº 300, de 12 de fevereiro de 2008, estabeleceu o Manual para Elaboração de
Programa de Eficiência Energética como o guia determinativo dos procedimentos a serem
56

realizados pelas concessionárias para elaboração e execução dos projetos de eficiência


energética.
A RN nº 316, de 13 de maio de 2008, aprovou a versão 2008 do Manual do Programa
de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico do Setor de Energia Elétrica; estabeleceu um
plano estratégico de investimento em P&D para cinco anos; determinou a utilização de juros
mensais com base na taxa SELIC sobre os recursos para o espaço de tempo entre seu
reconhecimento e desembolso; e estabeleceu juros e multa no atraso do recolhimento ao
FNDCT e ao MME.
A Lei nº 12.212, promulgada no dia 20 de janeiro de 2010, atualizou a Tarifa Social de
Energia Elétrica e deu nova redação ao artigo 1º da Lei 9.991/2000, determinando 0,50% da
ROL destinados tanto para programas de eficiência energética na oferta e uso final da energia
quanto para pesquisa e desenvolvimento, sendo 60% desse montante aplicados em unidades
consumidoras beneficiadas pela Tarifa Social, ou seja, projetos Baixa Renda. Nesse momento
foram estabelecidos os critérios socioeconômicos para as residências se enquadrarem na
subclasse Residencial Baixa Renda, que deveriam (i) ser inscritas no Cadastro Único para
Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico), com renda familiar per capita menor ou
igual a meio salário mínimo ou (ii) que tinham entre seus moradores quem recebesse o benefício
de prestação continuada de assistência social.
A RN nº 408, de 03 de agosto de 2010, deu nova redação ao artigo 5º da RN 316/2008,
estabelecendo que as obrigações legais de investimentos em projetos de P&D, bem como o
recolhimento ao MME e ao FNDCT são constituídas do reconhecimento contábil dos itens que
compõem a Receita Operacional.
A RN nº 556, de 18 de junho de 2013, aprovou o PROPEE, versão 2012, contendo os
procedimentos para elaboração, envio, avaliação inicial e final e encerramento dos respectivos
projetos.
A Lei nº 13.203, de 08 de dezembro de 2015, alterou a Lei nº 9.991, (i) prorrogando até
31 de dezembro de 2022 os percentuais de 0,50% da ROL das concessionárias, tanto para P&D
como para programas de eficiência energética na oferta e no uso final da energia; (ii) mantendo
investimento mínimo de 60% e definindo máximo de 80% dos recursos voltados aos programas
de eficiência energética em unidades consumidoras rurais, ou nas unidades de baixa renda ou
cadastradas na Tarifa Social de Energia Elétrica.
A Lei 13.280, de 3 de maio de 2016, alterou a Lei nº 9.991, gerando uma grande
mudança em relação à aplicação dos recursos do programa, onde a obrigatoriedade de 60% do
investimento em unidades de Baixa Renda foi removida, migrando para apenas um teto máximo
57

de investimento nessas unidades de 80%. Além disso, a lei estabeleceu que (a) 80% dos recursos
deveriam ser aplicados pelas próprias concessionárias e permissionárias e (b) 20% seriam
destinados ao Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel).
Por fim, a RN nº 830, de 23 de outubro de 2018, alterou o PROPEE, no sentindo de
revisar os procedimentos para utilização e prestação de contas dos recursos destinados a
projetos de eficiência energética.

3.6.1. Estrutura do PEE

Atualmente, o PEE é estruturado com base nas Resoluções da ANEEL e nas instruções
contidas no PROPEE (ANEEL, 2018). Nesse documento há um detalhamento, um passo a
passo, de como a concessionária deverá elaborar e executar os projetos de eficiência energética
regulados pela ANEEL. O PROPEE é o sucessor, desde junho de 2013, do Manual para
Elaboração do Programa de Eficiência Energética.
Essa sessão aborda os três princípios básicos contidos no PROPEE, concepção,
tipologias e cálculo da viabilidade, na versão aprovada pela RN nº 830, de 23 de outubro de
2018.

a) Concepção

A Figura 16 apresenta, em linhas gerais, as etapas envolvidas na execução de um projeto


de eficiência energética.
58

Figura 16 - Etapas dos projetos do PEE


Fonte: ANEEL (2018)

Na etapa de Seleção são realizadas as atividades de prospecção, pré-diagnóstico e


seleção de projetos, por meio de uma Chamada Pública de Projetos ou diretamente pela
distribuidora. Em seguida, na etapa de Definição é realizado o diagnóstico, onde são definidas
as ações de eficiência energética a serem implantadas com a devida análise técnico-econômica
e linha de base para as atividades de M&V. Em alguns projetos, as fases de Seleção e Definição
poderão ser feitas simultaneamente.
A execução começa com o carregamento do projeto no Sistema de Gestão do PEE, que
compreende o início do projeto. Aqui, os projetos que necessitarem de Avaliação Inicial, serão
submetidos ao parecer prévio da ANEEL.
Nessa etapa é elaborado o Plano de M&V e as obras e atividades de engenharia previstas
no projeto são implantadas. Em seguida, é a etapa de Verificação, onde os ganhos reais de EE
e DRP serão auferidos, através da comparação dos dados e medições estabelecidos na linha de
base e do pós-retrofit.
Depois que todas as atividades do projeto forem finalizadas, a concessionária deve
emitir o Relatório de Auditoria Contábil e Financeira, o Relatório de M&V, a ser validado pela
ANEEL, e o Relatório Final e submetê-los à ANEEL, configurando o encerramento formal do
projeto. Será então realizada a avaliação final dos resultados obtidos no projeto, somente assim,
o projeto é dado como encerrado (ANEEL, 2008; ANEEL, 2018).
59

b) Tipologias de Projeto

O PEE compreende projetos de eficiência energética em todos os setores da economia,


classes de consumo e usos finais.
São dez tipologias, sendo elas: (1) Industrial; (2) Comércio e Serviços; (3) Poder
Público; (4) Serviços Públicos; (5) Rural; (6) Residencial; (7) Gestão Energética Municipal; (8)
Educacional; (9) Iluminação Pública; (10) Baixa Renda. Alguns projetos se revestem de
características especiais em relação à relevância para o desenvolvimento da eficiência
energética ou forma de contratação, como os projetos Pilotos, Prioritários, Cooperativos, de
Grande Relevância, além dos projetos com Fontes Incentivadas (ANEEL, 2018).
Com base no PROPEE (ANEEL, 2018) e no Manual para Elaboração do Programa de
Eficiência Energética (ANEEL, 2008), apresentam-se as definições para cada tipo de projeto:
1) Industrial: projetos realizados em instalações industriais combatendo o desperdício
de energia e aumentando a eficiência energética de equipamentos, processos e usos finais;
2) Comércio e Serviços: projetos realizados em instalações comerciais e no setor de
serviços com objetivo de aumentar a eficiência energética de equipamentos, processos e usos
finais e combater o desperdício de energia;
3) Poder Público: ações realizadas em instalações de responsabilidade de pessoa jurídica
de direito público, objetivando a eficientização de equipamentos e o combate ao desperdício;
4) Serviços Públicos: projetos realizados em instalações de serviço público, com o
objetivo de melhorar a eficiência energética de sistemas de abastecimento de água, esgoto,
tração elétrica e outros.
5) Rural: ações realizadas em unidade consumidora situada em área rural e com
atividades rurais, que alcance os métodos e processos de produção rural, como troca de motores
e bombas por equipamento de maior rendimento e eficiência energética;
6) Residencial: projetos realizados em unidade consumidora residencial, abrangendo o
fornecimento para uso comum de prédio ou conjunto de habitações, com ações de eficientização
de equipamentos e combate ao desperdício de energia elétrica;
7) Gestão Energética Municipal: projetos que visam melhorar a gestão energética na
administração pública federal, estadual e municipal. O objetivo é incentivar essas
administrações a desenvolver ações de conservação e uso racional de energia;
8) Projetos Educacionais: visam disseminar o conceito de eficiência energética e
desenvolvimento sustentável, promovendo a mudança de hábitos de consumo de energia,
formando uma cultura em conservação e uso racional de energia;
60

9) Iluminação Pública: tem por objetivo apoiar as prefeituras municipais na melhoria da


eficiência energética na iluminação pública.
10) Baixa Renda: projetos que visam o uso eficiente de energia em comunidades de
baixo poder aquisitivo. Poderão ser realizadas ações de: substituição de equipamentos
ineficientes (ex.: lâmpadas incandescentes, refrigeradores, chuveiros elétricos); ações
educativas, incluindo atividades esportivas e culturais, como palestras educativas, cursos,
oficinas, concursos, competições, peças de teatro); regularização de consumidores clandestinos;
instalações ou reforma nos padrões de entrada e instalações internas nas residências; instalação
de aquecedores solares de água; capacitação e credenciamento de profissionais que forem
executar as obras previstas no projeto; e instalação de geração de energia elétrica por fontes
incentivadas, envolvendo treinamento de profissionais locais e esquemas de comercialização
dessa energia na comunidade.
Além dos consumidores residenciais, poderão ser atendidas unidades consumidoras de
cunho filantrópico e assistenciais, creches, escolas, associações de bairro, hospitais públicos e
outros, desde que estejam localizadas nas comunidades atendidas e que não exerçam atividades
com fins lucrativos.
Pequenos comércios situados em comunidades de baixa renda poderão ser incluídos
nessa tipologia, desde que haja recuperação de pelo menos 50% dos investimentos realizados
com recurso do PEE, através de pagamentos mensais com correção monetária e sem juros.
A troca de equipamentos poderá ser feita através de um programa de descontos, de
preferência usando a rede comercial local.
Os projetos especiais são caracterizados pela ANEEL (2018) como:
a) Projeto Piloto: são projetos inéditos, inovadores ou promissores, abrangendo
pioneirismo de tecnologia ou método, buscando experiência para aumentar, posteriormente, sua
escala de execução;
b) Projeto Prioritário: são projetos de grande abrangência ou relevância que têm por
objetivo testar, incentivar ou definir ações de destaque como política pública para aumentar a
eficiência energética no país;
c) Projeto Cooperativo: são projetos que envolvem mais de uma distribuidora, buscando
economias de escala e complementariedade de competências;
d) Projeto de Grande Relevância: são projetos com relevante impacto socioambiental,
que exprimam contribuições significativas para a transformação do mercado de energia elétrica
ou apresentem benefícios relevantes além do impacto da energia.
61

Os projetos com fontes incentivadas abordam os projetos de eficiência energética que


englobam a geração de eletricidade a partir de fonte incentivada de energia para atendimento
da unidade consumidora. A definição de Fonte Incentivada é dada pela RN nº 482, de 17 de
abril de 2012, sendo: central geradora de energia elétrica com potência instalada menor ou igual
a 75 kW, no caso de micro geração, ou com potência instalada superior a 75 kW e menor ou
igual a 5 MW , para o caso de mini geração, que utilize fontes com base em energia hidráulica,
solar, eólica, biomassa ou cogeração qualificada, conforme regulamentação da ANEEL,
conectada na rede de distribuição por meio de instalações de unidades consumidoras.

c) Cálculo da viabilidade econômica

O critério principal para avaliação da viabilidade econômica de um projeto de eficiência


energética é a RCB (vide Equação 2) que ele promove. O benefício estimado é a valoração da
EE e da DRP durante a vida útil do projeto para o sistema elétrico12. Os custos são os
investimentos feitos para a sua realização (do PEE, do consumidor ou de terceiros).

𝐶𝐴 𝑇
𝑅𝐶𝐵 = 𝐸𝑞 (2)
𝐵𝐴 𝑇

onde, CAT é o custo anualizado total e o BAT é o benefício anualizado total, dados em R$/ano.
No Anexo A, está a explicação de como o cálculo completo é conduzido.
A EE, medida em MWh, e a DRP, medida em kW, são determinadas pela comparação
das medições dos usos de energia ou demanda antes e depois da implementação de um projeto
de eficiência energética.
A ideia da avaliação de um projeto do PEE feito com recurso oriundo do conjunto dos
consumidores de energia elétrica consiste em saber se o benefício gerado é maior que aquele
que haveria se o recurso tivesse sido investido na expansão do sistema elétrico. Dessa maneira,

Considera-se que o benefício apurado com a valoração da energia e da demanda


reduzidas ao custo unitário marginal de expansão do sistema deve ser no mínimo 25%
maior que o custo do projeto. Em outras palavras, a relação custo-benefício do projeto
deve ser igual ou inferior a 0,8 (ANEEL, 2018, cap. 7, p 5)

12
Há a possibilidade de se utilizar o período de ponta da distribuidora ou do alimentador no qual o consumidor
beneficiado está conectado, desde que comprovado por meio de medições.
62

3.6.2. Resultados do Programa

Segundo a Superintendência de Pesquisa e Desenvolvimento e Eficiência Energética


(ANEEL, 2018b), até março de 2016, foram cadastrados 1.657 projetos de eficiência energética
no âmbito do PEE (após a RN nº 300/2008) com uma previsão de investimento de R$ 4,8
bilhões para todas as modalidades (baixa renda, industrial, serviços públicos etc.). A EE
prevista é de 4.557 GWh/ano e para a DRP prevê-se o valor de 1.391 MW.
O gráfico da Figura 17 mostra a distribuição percentual, por tipo de projeto, da
quantidade de projetos cadastrados e do investimento dos projetos das empresas distribuidoras
entre 2008 e 2016, onde 27% do total de projetos foi de Baixa Renda, representando um
investimento total de 59%, indo de acordo com a aplicação da Lei nº 12.212.

Figura 17 - Distribuição percentual, por tipologia, (a) da quantidade de projetos e (b) do investimento dos
projetos aprovados (2008 – 2016)
Fonte: Elaborado a partir de ANEEL (2015)

No site da ANEEL encontra-se também a relação de projetos de eficiência energética


concluídos, desde a publicação da RN 300/2008 até junho de 2018, sendo um total de 1026
projetos e mais de 2 bilhões de reais investidos (ANEEL, 2018c). A Tabela 3 mostra algumas
informações desse grupo de projetos, dispostos por tipologia.
63

Tabela 3 - Relação dos projetos concluídos de 2008 a 2018

Tipologia Quantidade EE (GWh/ano) DRP (MW) Custo total (R$)


Aquecimento Solar 27 2,1 4,7 R$14.578.794,52
Baixa Renda 254 1059,5 386,8 R$1.017.084.143,33
Comércio e Serviços 139 45,1 9,5 R$58.143.601,15
Educacional 44 9,2 2,8 R$88.758.221,53
Gestão Energética Municipal 9 15,9 0,4 R$116.431.340,31
Iluminação Pública 3 2,4 0,6 R$35.292.423,72
Industrial 42 125,8 9,8 R$83.433.639,51
Pelo Lado da oferta 1 0,6 0,2 R$5.479.597,86
Poder Público 290 255,0 52,8 R$261.219.884,67
Projeto Piloto 8 44,2 8,1 R$14.790.681,86
Residencial 78 209,7 70,1 R$162.350.959,62
Rural 26 15,6 11,0 R$28.269.955,03
Serviços Públicos 105 115,4 25,0 R$140.701.048,25
TOTAL 1026 1900,5 581,8 R$2.026.534.291,36
Fonte: Elaborado a partir de ANEEL (2018c).

O gráfico da Figura 18 mostra a distribuição percentual, por tipo de projeto, dos 1026
projetos concluídos e do investimento respectivo no período em questão.

Figura 18 - Distribuição percentual, por tipologia, (a) da quantidade de projetos e (b) do investimento dos
projetos concluídos (2008 – 2018)
Fonte: Elaborado a partir de ANEEL (2018b)
64

3.7. Outros Programas

Foram criados alguns outros programas no âmbito do uso racional de energia pelo
Governo Federal, porém, foram encontradas poucas informações acerca dos seus resultados na
literatura. Esses programas estão dispostos no Quadro 3.

Quadro 3 – Outros programas de incentivo ao uso racional de energia no país


Programa Ano Descrição
Programa de Conjunto de medidas dirigidas à racionalização da energia, a fim de diminuir
Mobilização 1982 o consumo dos insumos energéticos e substituir os derivados de petróleo por
Energética (PME) combustíveis nacionais.
A interação do Procel com órgãos governamentais levou à criação de uma
CICE em cada estabelecimento pertencente a um órgão ou entidade da
Administração Federal, empresas públicas, fundações e sociedades de
Comissões Internas
economia mista, que apresentassem consumo anual de energia elétrica
de Conservação de 1990
superior a 600.000 kWh ou consumo de combustível anual superior a 15 tep.
Energia (CICEs)
Para coordenar as ações das CICEs foi criada a Comissão de Conservação de
Energia na Administração Federal (CCEAF), composta por diversos setores
do Governo Federal.
Prêmio concedido anualmente, como reconhecimento dos esforços em prol
Prêmio Nacional de do uso racional de energia no país, para as seguintes categorias: empresas e
Conservação e Uso 1993 órgãos da administração pública, empresas comerciais, de serviços e do setor
Racional de Energia energético, indústrias, micro e pequenas empresas, edificações, imprensa e
transporte.
Selo Verde de
1993 Indicação dos equipamentos com níveis ótimos de eficiência energética.
Eficiência Energética
Fonte: Elaborado a partir de MME (2011).

Mesmo com todos os programas, mecanismos de incentivos e leis brasileiras, ainda há


um caminho significativo a ser trilhado, para que se aproveite todo o potencial técnico e
econômico de eficiência energética que existe no país.
Foi mostrado nesse capítulo que as ações em torno da conservação de energia são
realizadas desde os anos de 1980, tendo expressivos investimentos nos últimos anos,
principalmente com o Procel, o PBE e o PEE. Apesar de todos esses esforços, o indicador
Intensidade Energética do Brasil aumentou desde a década de 1990, enquanto a média mundial
só diminuiu desde então, conforme apresentado na Figura 6, no capítulo anterior. O PEE é o
maior programa de eficiência energética no país e até 2016, 60% do investimento total era
destinado a projetos em residências de Baixa Renda. O setor industrial brasileiro é o que
apresenta maior consumo de energia, 32,9%, seguido pelo setor de transportes com 32,7% e em
65

terceiro lugar o setor residencial com 9,7% do total, 258 659 103 tep. Em relação ao consumo
de eletricidade, o que mais consome é ainda o setor industrial, com 37,7%, seguido do setor
residencial, com 25,5% do total, que é 526,2 TWh (EPE, 2018).
Isso mostra que a maior parte do recurso financeiro de eficiência energética estava sendo
destinada ao setor errado, já que o parque industrial brasileiro tem em sua maior parte,
equipamentos e máquinas ineficientes energeticamente, sendo uma das possíveis causas da
elevação da Intensidade Energética do Brasil. Portanto, é claro que essa lógica de investimento
precisava ser repensada, sendo que a porcentagem obrigatória em unidades consumidoras
beneficiadas pela Tarifa Social foi excluída a partir da Lei 13.280/2016 e estabeleceu-se que as
concessionárias apenas poderiam aplicar um máximo de 80% de seu investimento nessas
unidades.
O Plano Nacional de Eficiência Energética (PNEf) (MME, 2011) descreve diversas
ações que podem ser desenvolvidas para aumentar a conservação de energia no âmbito do setor
industrial: (1) criação de mecanismos para estimular empreendedores a contratar serviços de
consultoria em eficiência energética; (2) adoção de incentivos fiscais para a modernização da
indústria nacional por meio da substituição de equipamentos ineficientes; (3) expansão dos
sistemas de cogeração, que aumenta o rendimento dos processos e diminui custos.
Em relação ao PEE, a criação de uma porcentagem obrigatória de investimento em
projetos no setor industrial, poderia gerar mais benefícios energéticos para o país.
O PNEf destaca ainda diversas ações que deveriam ser realizadas em outras áreas:
1) Setor de transportes: diversificação da malha de transportes e incentivo ao
desenvolvimento tecnológico para melhoria dos motores de veículos, incluindo motores
híbridos e elétricos;
2) Edificações: investimento em capacitação técnica de eletricistas, engenheiros,
arquitetos e outros profissionais da construção civil na área de eficiência energética;
tornar obrigatória a certificação de edifícios;
3) Iluminação pública: maior aplicação do Procel Reluz;
4) Setor agropecuário: Uso de sistemas de irrigação localizada, como gotejamento e
microaspersão que reduzem o consumo de energia e demandam menor quantidade de
água;
5) Saneamento básico: incentivar o desenvolvimento de metodologias de diagnóstico e
intervenção nos sistemas de tratamento e abastecimento com foco em eficiência
energética, levando em conta a sinergia entre energia e hidráulica;
66

6) Educação: trabalhar o tema eficiência energética em diferentes níveis de ensino e


enfatiza a necessidade de expandir os conhecimentos sobre conservação de energia na
formação profissionais de eletricistas, arquitetos e engenheiros, além de consolidar os
centros de pesquisa em eficiência energética e a rede de laboratórios de certificação no
país.

No geral, é necessário aprimorar os instrumentos legais de incentivo a eficiência


energética no país, junto com ações de planejamento de médio e longo prazos, com
estabelecimento de metas, criação de indicadores de acompanhamento e avaliação dos
resultados dos programas e ações, a fim de garantir melhorias, a continuação de bons programas
e até mesmo o planejamento de programas futuros, certificando que sejam econômicos e que
as economias sejam sustentadas com o tempo.
O PEE é considerado o “maior e mais constante programa de investimento em eficiência
energética realizado no país.” (JANNUZZI, 2011), porém não são feitas avaliações desses
programas como um todo, que seriam necessárias para justificar os investimentos e até mesmo
auxiliar e direcionar as organizações envolvidas para um melhor aproveitamento de seus
recursos. Assim, desenvolveu-se através desse trabalho, uma metodologia de avaliação ex post
da tipologia Baixa Renda, que considera aspectos econômicos, técnicos, sociais e ambientais
para ranquear os projetos e as concessionárias de energia em relação aos seus resultados,
descrita no capítulo a seguir.
67

4 METODOLOGIA

O presente capítulo apresenta o desenvolvimento da metodologia para avaliação dos


projetos de Baixa Renda do PEE, construída em nove fases, conforme ilustrado na Figura 19.

Figura 19 - Fluxograma das fases da metodologia


Elaboração própria

A primeira fase caracteriza-se como a definição do universo dos dados, ou seja, qual a
amostra do estudo. Deve-se definir, por exemplo, qual será o período analisado, o número de
projetos contidos nesse período, se serão analisadas todas ou apenas algumas concessionárias,
ou até mesmo uma concessionária.
68

Assim que o universo de estudo for definido, deve-se obter os Relatórios Finais, os de
M&V, de Auditoria Contábil e Financeira, emitidos pelas concessionárias e a Avaliação Final,
emitida pela ANEEL, de todos os projetos do universo determinado, sendo essa a segunda fase.
Na terceira fase, é feita uma análise preliminar dos relatórios finais de alguns projetos.
Essa análise é necessária para que o avaliador entenda os pontos principais dos escopos dos
projetos, o que auxiliará na criação dos indicadores.
A partir daí, chega-se à quarta fase, onde são estabelecidos os indicadores de eficiência
energética, sob a ótica da avaliação de impacto. Foram desenvolvidos seis indicadores para
avaliar os resultados dos projetos a partir de uma perspectiva econômica, técnica, social e
ambiental, que são explicitados a seguir.

4.1. Estabelecimento dos Indicadores

4.1.1. Indicadores econômicos

A ANEEL indica que o objetivo do PEE é:

promover o uso eficiente da energia elétrica em todos os setores da economia por meio
de projetos que demonstrem a importância e a viabilidade econômica de melhoria da
eficiência energética de equipamentos, processos e usos finais de energia. Busca-se
maximizar os benefícios públicos da energia economizada e da demanda evitada,
promovendo a transformação do mercado de eficiência energética, estimulando o
desenvolvimento de novas tecnologias e a criação de hábitos e práticas racionais de
uso da energia elétrica (ANEEL, 2019a).

Então, destacam-se três pontos chaves: viabilidade econômica, maximização da EE e da


DRP. Sendo assim, esses elementos foram introduzidos em conjunto em dois indicadores,
calculados através das Equações 3 e 4.

𝑅$
𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑎𝑛𝑢𝑎𝑙𝑖𝑧𝑎𝑑𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 [𝑎𝑛𝑜] 𝐶𝐴𝑇
𝐼𝑛𝑑. 1 = ( ) (𝐸𝑞. 3)
𝑘𝑊ℎ 𝐸𝐸
𝐸𝑐𝑜𝑛𝑜𝑚𝑖𝑎 𝑑𝑒 𝑒𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎 𝑎𝑛𝑢𝑎𝑙 [ 𝑎𝑛𝑜 ]
69

𝑅$
𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑎𝑛𝑢𝑎𝑙𝑖𝑧𝑎𝑑𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 [ ] 𝐶𝐴𝑇
𝐼𝑛𝑑. 2 = 𝑎𝑛𝑜 ( ) (𝐸𝑞. 4)
𝐷𝑒𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎 𝑅𝑒𝑡𝑖𝑟𝑎𝑑𝑎 𝑛𝑎 𝑝𝑜𝑛𝑡𝑎 [𝑊] 𝐷𝑅𝑃

Esses indicadores trazem consigo uma maneira de analisar a maximização da EE e da


DRP com o menor investimento realizado (anualizado), englobando assim, uma avaliação de
custo-benefício. Avaliações de custo-benefício comparam os benefícios e custos do programa,
mostrando a relação entre o valor dos resultados de um programa e os custos incorridos para
alcançar esses benefícios (NATIONAL ACTION PLAN FOR ENERGY EFFICIENCY, 2007).
Esses indicadores calculam o custo de se economizar um MWh por ano e de se reduzir
um kW durante o horário de ponta (durante a vida útil dos equipamentos). Eles caracterizam a
eficiência no investimento de um projeto, e quanto menores forem, mais eficientes são os
projetos.
O cálculo do custo anualizado foi feito utilizando a fórmula do RCB (apresentada na
sessão 3.9.1), devido à falta de dados para o cálculo direto, como vida útil de todos os
equipamentos. Ela é calculada como o quociente entre o Custo Anualizado Total (CAT) do
projeto e o Benefício Anualizado Total (BAT), como mostra a Equação 5.

𝐶𝐴 𝑇
𝑅𝐶𝐵 = (𝐸𝑞. 5)
𝐵𝐴 𝑇

Rearranjando a Equação 5, obtém-se a Equação 6, que foi utilizada para o cálculo final,
sendo que os valores da RCB foram buscados no banco de dados montado com base nas
informações contidas nos relatórios dos projetos analisados, assim como as variáveis necessárias
para o cálculo do BAT.

𝐶𝐴 𝑇 = 𝑅𝐶𝐵 × 𝐵𝐴 𝑇 (𝐸𝑞. 6)

O Benefício Anualizado Total (BAT) é a valoração da EE e da DRP durante a vida útil


do projeto para o sistema elétrico, calculado pela Equação 7.

𝐵𝐴 𝑇 = 𝐶𝐸𝐸 × 𝐸𝐸 + 𝐶𝐸𝐷 × 𝐷𝑅𝑃 (𝐸𝑞. 7)

onde:
70

EE - Energia Economizada (MWh/ano);


CEE - Custo Evitado de Energia (R$/MWh);
DRP - Redução de Demanda na Ponta (kW.ano);
CED - Custo Evitado de Demanda (R$/kW)
Para os projetos com mais de um uso final, existe a Equação 8:

𝐶𝐴 𝑇 = (𝑅𝐶𝐵1 × 𝐵𝐴1 ) + (𝑅𝐶𝐵2 × 𝐵𝐴2 ) + ⋯ (𝑅𝐶𝐵𝑁 × 𝐵𝐴𝑁 ) (𝐸𝑞. 8)

sendo n a quantidade de usos finais.

4.1.2. Indicadores técnicos

As residências de Baixa Renda, algumas vezes recebem energia elétrica informalmente,


sem a instalação de medidores ou cobrança de tarifas. Essa ação gera uma enorme perda
comercial e essa perda é repassada para os demais consumidores, que estão na realidade
subsidiando o uso ineficiente de eletricidade dessas residências. Jannuzzi (2000) afirma que
desde 1999 a ANEEL exige um esforço adicional das concessionárias que implementam
projetos de baixa renda para regularizarem os consumidores. Além disso, em muitas dessas
residências as condições das instalações elétricas internas não são boas, resultando em perdas
técnicas e seus reflexos sobre os aspectos de segurança dos residentes. Logo, a regularização
dessas instalações não só contribui para a diminuição de riscos de acidentes, como choques e
incêndios, mas para uma melhor tarifação no geral.
Ações de eficiência energética para redução de perdas técnicas e comerciais são
caracterizadas como melhoria de eficiência do lado da oferta. A partir dessa perspectiva foram
desenvolvidos os Indicadores 3 e 4 para compor a avaliação dos projetos, sendo eles:
• Indicador 3 = A concessionária realizou reforma das instalações elétricas internas no
projeto? Sim/Não
• Indicador 4 = A concessionária realizou instalação/reforma de padrões de entrada no
projeto? Sim/Não
Essas métricas são importantes de serem destacadas pois os custos dessas reformas e
instalações são consideráveis, influenciando “negativamente” os Indicadores 1 e 2. Dessa
maneira, esses custos a mais são devidamente compensados ao final da avaliação.
71

4.1.3. Indicador socioeducativo

Jannuzzi (2000) afirma ainda que, desde 1999, a ANEEL requisita às concessionárias
programas especiais de informação e outros com o objetivo de reduzir o consumo dos
consumidores. Esses programas são traduzidos, na tipologia Baixa Renda, como ações
educativas e sociais.
As ações educativas são práticas da terceira categoria de eficiência energética, sendo
dito por Jannuzzi (2015) que acesso à informação, cultura e preferências influenciam de forma
complexa nas interações dos consumidores com tecnologias e demanda final de energia.
Assim como nas reformas das instalações elétricas e na regularização de consumidores
clandestinos, as ações educativas e sociais geram altos custos às concessionárias e devem ser
valoradas adequadamente ao final do processo, sendo traduzidas como o Indicador 5.
O Relatório Final de cada projeto contém a descrição das ações socioeducativas
realizadas pela concessionária. Como são muitos tipos de ações, decidiu-se categorizá-las em
sete grupos, são eles:
1) Orientações orais aos consumidores, abrangendo palestras educativas feitas em escolas
ou em espaços públicos, campanhas televisionadas e orientações aos consumidores nas
residências;
2) Orientações escritas aos consumidores, abrangendo folhetos informativos, kits
escolares, adesivos com dicas de eficiência energética e gibis para o público infantil;
3) Eventos lúdico-informativos, abrangendo jogos lúdicos, peças de teatro, exposições,
filmes, gincanas em escolas, atividades para evitar o furto de energia.;
4) Curso de capacitação em eficiência energética, englobando curso de capacitação e
qualificação em eficiência energética para professores e eletricistas;
5) Curso de formação e geração de renda, incluindo curso de reciclagem, de corte e costura,
de conceitos básicos em confeitaria, de eletricista, de Cooperativismo entre outros;
6) Formação de lideranças comunitárias, sendo o principal objetivo possibilitar que o
participante perceba seu papel no desenvolvimento comunitário e aprimore habilidades
para atuar como um sujeito ativo na comunidade: conduzindo e participando de
reuniões, mobilizando a comunidade, tomando decisões, planejando e avaliando ações;
7) Concursos culturais, abrangendo concursos de redações com temas de eficiência
energética e sustentabilidade;
72

Essas ações orientam diretamente os consumidores, qualificam profissionais para serem


agentes multiplicadores do uso racional de energia e formam profissionais. Essas ações, como
mostradas no capítulo anterior, são orientações do PNEf para difusão da eficiência energética
no país.
Os cursos de capacitação de profissionais em eficiência energética são importantes pois
assim, esse conhecimento continuará a ser difundido, seja pela ótica dos professores, que
sempre estarão aptos a dar dicas e incentivar o uso racional de energia ou pela ótica dos
profissionais técnicos, como eletricistas, que executarão suas atividades através de uma nova
perspectiva.
Os cursos de geração de renda deveriam ser vistos como uma prioridade juntamente à
instalação dos padrões de energia, à medida que se os consumidores de baixa renda tiverem
empregados, eles terão condições financeiras de pagar suas contas, não sendo inadimplentes ou
voltando a ser clandestinos. Saindo da ótica da concessionária, essa ação contribui para aumento
de renda familiar e possível bem-estar social.
A formação de lideranças comunitárias é importante para a promoção do
desenvolvimento comunitário. Líderes comunitários ajudam a dar voz a suas comunidades,
resolvendo de pequenos a grandes problemas e facilitando a apresentação de demandas ao poder
público, que muitas vezes não estão tão presentes ou estão presentes, abusivamente, nessas
comunidades.
Os concursos de redação incentivam a educação, a escrita, o pensar, e podem influenciar
positivamente alunos e famílias, fazendo com que eles procurem saber e entender mais sobre a
importância de temas como sustentabilidade e uso consciente da energia.
Para cada um dos projetos analisados, é verificada a existência ou não de cada uma das
sete categorias de ações socioeducativas, sendo distribuídas diferentes pontuações entre elas.

4.1.4. Indicador ambiental

Levando em conta a importância do setor elétrico para a economia do país e os impactos


ambientais causados pelo mesmo, decidiu-se empregar a análise das emissões evitadas dos GEE
por ações do PEE como o indicador ambiental, utilizando o Dióxido de Carbono (CO2) como
referência para o estudo, pelo fato de ser uma substância que tem forte impacto para o
aquecimento global. Dessa maneira, as estimativas de redução de emissões de CO2 se baseiam
73

nas economias de energia dos projetos de eficiência energética e nos fatores de emissões de
CO2 do Sistema Interligado Nacional (SIN), fornecidos pelo Ministério da Ciência, Tecnologia
e Inovação (MCTI).
O fator de emissão (FE) médio de CO2 anual é obtido pela média das emissões mensais
da geração, já que os mesmos variam de acordo com o período do ano (seco e úmido), levando
em consideração todas as usinas que estão gerando energia e não apenas aquelas que estejam
funcionando na margem. Os FEs dos anos de 2008 a 2019 estão descritos na Tabela 4.

Tabela 4 - Fatores médios anuais (2008 - 2019)

Fator Médio Anual


Ano
(tCO2/MWh)
2009 0,0246
2010 0,0512
2011 0,0292
2012 0,0653
2013 0,0960
2014 0,1355
2015 0,1244
2016 0,0817
2017 0,0927
2018 0,0740
2019 0,070113
Média 0,07679
Fonte: MCTI (2019)

Sendo assim, a emissão anual evitada de CO2 de um projeto do PEE é calculada por
meio da Equação 9:

𝐸𝐸𝑉 𝐶𝑂2 = 𝐸𝐸𝑎𝑛𝑢𝑎𝑙 × 𝐹𝐸𝑚é𝑑𝑖𝑜;𝑗 (𝐸𝑞. 9)

onde:
EEVCO2 = Emissões evitadas de CO2;
EE anual = Economia de energia anual total do projeto;
FE médio = Média dos Fatores de Emissão anuais;

13
O fator médio anual de 2019 foi calculado através de uma média dos meses sem considerar novembro e
dezembro, pois esses fatores mensais ainda não estavam disponíveis.
74

j = ano mínimo e ano máximo onde as economias aconteceram, considerando o universo de


estudo;

Decidiu-se empregar uma análise anual das emissões evitadas ao invés de emissões
acumuladas por se tratar de uma análise desagregada por projeto, o que na segunda opção de
análise poderia interferir no resultado final do ranqueamento, beneficiando os projetos mais
antigos. Dessa forma, é necessário utilizar um Fator de Emissão médio, para poder comparar
os projetos a partir de uma variável normalizada, visto que os projetos são desenvolvidos em
intervalos de tempo diferentes.
Após definir todos os indicadores, chega-se à quinta fase, onde o banco de dados é
criado a partir das variáveis necessárias para a aplicação dos indicadores. Essas variáveis
apareceram diretamente nos indicadores apresentados, sendo encontradas nos relatórios
emitidos pelas concessionárias e pela ANEEL. Essa é a fase mais demorada do estudo, pois é
necessária uma análise minuciosa de todos os relatórios. Aqui, ainda é feita a verificação da
qualidade dos dados, a fim de detectar inconsistências e falta de informações. Após essa
triagem, o universo de estudo pode sofrer alguma mudança ou permanecer o mesmo.
Assim, finalmente chega-se à sexta fase, onde os indicadores são aplicados e os
resultados preliminares gerados. As fórmulas dos Indicadores 1, 2 e 6 são calculadas para todos
os projetos, gerando resultados numéricos. Para os Indicadores 3, 4 e 5, é mapeada a existência
ou não das ações técnicas e socioeducativas nos projetos. A partir daí inicia-se a sétima fase, a
de criação de um sistema de pontuação.

4.2. Sistema de pontuação

A pontuação máxima possível para um projeto é 15 pontos, sendo que os pontos foram
alocados de maneira empírica para cada um dos seis indicadores. A Tabela 5 apresenta as
métricas e as alocações de pontos.
75

Tabela 5 - Indicadores e suas pontuações

Indicadores Pontos
CAT/EE (R$/MWh) – Indicador 1
CAT/EE <= Q1 4
Q1 < CAT/EE <= Q2 3
Q2 < CAT/EE <= Q3 2
CAT/EE > Q3 1
CAT/DRP (R$/kW) – Indicador 2
CAT/DRP <= Q1 4
Q1 < CAT/DRP <= Q2 3
Q2 < CAT/DRP <= Q3 2
CAT/DRP > Q3 1
Reforma das instalações elétricas internas – Indicador 3
Sim 0,5
Reforma/instalação de padrões de entrada – Indicador 4
Sim 1
Atividades socioeducativas – Indicador 5
Orientações orais aos consumidores 0,5
Orientações escritas aos consumidores 0,25
Eventos e atividades lúdico-informativos 0,5
Curso de capacitação em eficiência energética 0,5
Curso de formação e geração de renda 0,5
Formação de lideranças comunitárias 0,5
Concursos culturais 0,25
Emissões Evitadas de CO2 (tCO2/ano) - Indicador 6
EEvCO2 <= Q1 0,625
Q1 < EEvCO2 <= Q2 1,25
Q2 < EEvCO2<= Q3 1,875
EEvCO2> Q3 2,5
Total 15
Fonte: Elaboração própria

A maior pontuação foi definida para os Indicadores 1 e 2, sendo quatro pontos para cada
um deles. Esses indicadores representam pontos chaves no objetivo do PEE, a maximização da
EE e da DRP e trazem consigo a informação relevante de eficiência no investimento,
fundamental para qualquer programa governamental.
A segunda maior pontuação, três pontos, foi definida para o Indicador 5. O padrão de
consumo dos consumidores influencia diretamente os níveis de produção e distribuição de
energia, assim, as ações educativas são fundamentais para orientar os consumidores quanto ao
uso racional da energia. Além disso, a parte social traduzida na implementação de cursos de
geração de renda e formação de lideranças comunitárias se mostra essencial em comunidades
de baixa renda, contribuindo para a melhora do bem-estar social.
76

O Indicador 6 representa uma importante discussão atualmente, a mitigação da emissão


de dióxido de carbono na atmosfera, por isso recebeu a terceira maior pontuação, dois pontos e
meio.
Para os Indicadores 3 e 4 foram definidas as menores pontuações, 0,5 e 1 ponto,
respectivamente, visto que reformas internas evitam perdas técnicas e reformas/instalações de
padrões de entrada evitam perdas comerciais, sendo importantes de serem valoradas, mas
representam menos benefícios que os demais indicadores.
Para os Indicadores 1, 2 e 6, foi necessário definir intervalos de pontuação, sendo que
esses foram determinados a partir de gráficos boxplot (gráfico de caixa).
O boxplot é um gráfico utilizado para avaliar a distribuição empírica dos dados, sendo
formado pelo primeiro quartil (Q1) e terceiro quartil (Q3) e pela mediana, ou segundo quartil
(Q2). As hastes superiores e inferiores se estendem, respectivamente do quartil superior até o
maior valor não superior ao limite superior e do quartil inferior até o menor valor não inferior
ao limite inferior. Os valores fora destes limites são considerados valores discrepantes e o valor
junto ao “x” no meio da caixa é a média da série. A Figura 20 ilustra esse modelo de gráfico:

Figura 20 - Gráfico boxplot


Fonte: Elaboração própria

Assim, divide-se a pontuação máxima (𝑥) em quatro partes (𝑥⁄4), e para os Indicadores
1 e 2, como quanto menores forem os resultados, melhores são, a pontuação é feita da seguinte
maneira:
77

• Resultados contidos entre o limite inferior o e o primeiro quartil: (4𝑥⁄4);

• Resultados contidos entre o primeiro número superior ao primeiro quartil e o


segundo quartil: (3𝑥⁄4);

• Resultados contidos entre o primeiro número superior ao segundo quartil e o


terceiro quartil: (2𝑥⁄4);

• Resultados contidos acima do terceiro quartil e do limite superior: (𝑥⁄4)


Já para o Indicador 6, quanto maiores os resultados, melhores eles são, a pontuação é
aplicada da maneira contrária:
• Resultados contidos entre o limite inferior o e o primeiro quartil: (𝑥⁄4);

• Resultados contidos entre o primeiro número superior ao primeiro quartil e o


segundo quartil: (2𝑥⁄4);

• Resultados contidos entre o primeiro número superior ao segundo quartil e o


terceiro quartil: (3𝑥⁄4);

• Resultados contidos acima do terceiro quartil e do limite superior: (4𝑥⁄4)

É interessante perceber que essa metodologia leva em consideração ações nas três
categorias de eficiência energética: eficiência energética pelo lado da oferta, sob a ótica da
redução de perdas técnicas através da reforma nas instalações elétricas e perdas comerciais,
vide regularização de consumidores; eficiência energética no comportamento dos
consumidores, visto que são feitas ações educativas e sociais; e eficiência energética pelo lado
da demanda ou dos serviços de energia, considerando os benefícios de EE e DRP alcançados,
principalmente, pela substituição de equipamentos.
Assim, terminando a etapa de construção do sistema de pontos, chega-se à oitava fase,
onde os resultados dos indicadores recebem as pontuações devidas, sendo somadas e por fim,
gerando os ranqueamentos dos projetos e das concessionárias, caracterizando a última fase da
metodologia.
78

5 AVALIAÇÃO DOS PROJETOS E RESULTADOS

Esse capítulo descreve a aplicação da metodologia, detalhada no capítulo anterior, para


os projetos selecionados do PEE e os resultados obtidos.

5.1. Primeira Fase - Definindo o universo de estudo

Tem-se como universo os projetos da tipologia Baixa Renda do PEE, realizados entre
2008 e 2013, que tiveram seus valores reconhecidos pela ANEEL.
Uma vez que os projetos do PEE aprovados em caráter conclusivo pela ANEEL
abrangem o período referido, o regramento é dado pela RN Aneel nº 300, de 12 de fevereiro de
2008, pelo Manual para Elaboração do Programa de Eficiência Energética Versão 2008 e das
Instruções para Geração e Envio de Dados de Projetos de Eficiência Energética
Como dito anteriormente, de 2008 a junho de 2018, foram concluídos 1026 projetos no
âmbito do PEE, informação disponível na Planilha de Relação de Projetos de Eficiência
Energética concluídos (ANEEL, 2018c). Porém, nessa planilha estão também os projetos que
foram concluídos, mas não tiveram seus investimentos aprovados pela ANEEL, após a
conclusão dos mesmos pelas concessionárias.
De acordo com Aneel (2008) “[...] O reconhecimento dos valores realizados será feito
após análise e aprovação final do projeto pela ANEEL. Os valores não reconhecidos retornam
à conta contábil, voltando a compor a obrigação de investimento.” Dessa maneira, para definir
o universo de dados para esse estudo, buscou-se no site da ANEEL, Notas Técnicas (NT) que
diziam respeito ao reconhecimento de valores investidos dos projetos de eficiência energética
encerrados e aprovados, conforme o Manual para Elaboração do Programa de Eficiência
Energética.
Foram encontradas duas Notas Técnicas: NT nº 0036/2016-SPE/ANEEL (ANEEL,
2016a) e NT n º 0046/2016-SPE/ANEEL (ANEEL, 2016b), que totalizaram 446 projetos
encerrados e com valores reconhecidos compreendidos entre os anos de 2008 e 2013 14. Esse
número é na verdade 445, pois o projeto PE-6585-0012/2010 está duplicado na NT - 0046/2016.

14
Dentro da NT 0036 foi identificado um projeto de 2014. Não se sabe ao certo se a data dos projetos está errada
ou se o mesmo foi alocado erroneamente nessa NT. Decidiu-se, então, mantê-lo na amostra.
79

Os Gráficos das Figura 21, Figura 22, Figura 23 e Figura 24 mostram um levantamento
feito, através da planilha de Relação de Projetos de Eficiência Energética concluídos (ANEEL,
2018c), da quantidade de projetos, os montantes investidos, a EE e a DRP alcançadas por
tipologia desses 445 projetos.

Figura 21 - Número de projetos por tipologia, 2008 – 2013


Fonte: Elaborado a partir de ANEEL (2018b)

Figura 22 - Valores investidos (milhões de R$), 2008 – 2013


Fonte: Elaborado a partir de ANEEL (2018b)
80

Figura 23 - Economia de energia (GWh/ano), 2008 – 2013


Fonte: Elaborado a partir de ANEEL (2018b)

Figura 24 - Demanda retirada na ponta (MW), 2008 – 2013


Fonte: Elaborado a partir de ANEEL (2018b)

Através dos gráficos acima, percebe-se que os projetos de Baixa Renda tiveram o maior
montante investido, cerca de 59,3% do investimento total no período referido, comprovando a
aplicação da Lei 12.212/2010. Como resultado desse investimento, essa tipologia retorna
maiores valores de EE e de DRP, representando 62% e 71% do total, respectivamente. Devido
a esses fatores, definiu-se a tipologia Baixa Renda como objeto de estudo.
O Quadro 4 contém os valores do total do montante investido, da EE e da DRP dos
projetos de Baixa Renda.
81

Quadro 4 - Projetos Baixa Renda com valores reconhecidos - 2008 – 2013

Custo total R$ 460.607.276,27


EE 523.554,76 MWh
DRP 173.297,12 kW
Fonte: ANEEL (2018b)

5.2. Segunda Fase – Obtenção dos relatórios dos projetos

Com o respaldo da Lei de Acesso à Informação (Lei nº 12.527/2011)15 solicitou-se à


ANEEL os Relatórios Finais, os de M&V e os de Auditoria Contábil e Financeira dos 445
projetos, submetidos pelas concessionárias no Sistema Duto da ANEEL. Além disso, os
relatórios chamados de Avaliação Final, emitidos pela ANEEL para cada projeto concluído,
foram obtidos on-line em ANEEL (2019b).
É necessário dizer que foram solicitados todos os 445 projetos e não apenas os 109
projetos Baixa Renda, pois, parte do banco de dados, explicitado na quarta fase, foi
desenvolvida em conjunto com colaboradores da International Energy Initiative Brasil (IEI
Brasil), no âmbito de desenvolvimento do MonitorEE (2019), um portal de dados de programas
de eficiência energética, onde eram necessários dados de todas as tipologias.

5.3. Terceira fase – Análise preliminar dos projetos

A terceira fase foi de grande importância para o estudo, pois a partir da análise
preliminar dos projetos foi possível ter uma ideia geral de seus escopos, identificando algumas
variáveis que deveriam ser utilizadas para o desenvolvimento dos indicadores. Por exemplo, as
ações socioeducativas são investimentos que acontecem em muitos dos projetos de Baixa
Renda, não sendo parte obrigatória do escopo da ANEEL. Portanto, a identificação dessas ações
em alguns projetos e a não existência das mesmas em outros, fez com que fosse pensada alguma
forma de valorar adequadamente esse investimento, sendo traduzido, posteriormente, como o
Indicador 5.

15
Através dos protocolos nº 48700003224201840, de 24/07/2018, e nº 48700004530201801, de 22/10/2018.
82

5.4. Quarta Fase – Desenvolvimento dos indicadores

No capítulo anterior, onde foi descrita a metodologia, foi explicitado como os seis
indicadores foram estabelecidos, descritos no Quadro 5. Já que esse capítulo trata da aplicação
dessa metodologia, não houve desenvolvimento de mais nenhum indicador.
É importante salientar que para o Indicador 6, considerou-se uma abordagem
conservadora de que as economias de energia só passaram a ocorrer a partir da data de
encerramento das ações, sendo 2009 o primeiro ano de conclusão de alguns projetos. Assim, a
média dos FEs foi feita considerando os anos de 2009 a 2019.

Quadro 5 - Indicadores

R$
Custo anualizado total [ ]
ano
Indicador 1 - CAT/EE
kWh
Economia de energia anual [ ]
ano
R$
Custo anualizado total [ ]
Indicador 2 - CAT/DRP ano
Demanda Retirada na ponta [W]
A concessionária realizou reforma das instalações
Indicador 3
elétricas internas no projeto? Sim/Não
A concessionária realizou instalação/reforma de
Indicador 4
padrões de entrada no projeto? Sim/Não
A concessionária implementou ações socioeducativas
Indicador 5
no projeto? Se sim, quais?
Indicador 6 – Emissão anual evitada de CO2 EEanual × FEmédio;j

Fonte: Elaboração própria

5.5. Quinta Fase – Criação do banco de dados e verificação de inconsistências

Nessa etapa criou-se o banco de dados, que contém todas as variáveis necessárias para
a aplicação dos indicadores e outras tantas informações importantes no contexto da eficiência
energética e do setor elétrico, para futuras análises. Como dito anteriormente, uma parte do
banco de dados foi desenvolvida em conjunto com colaboradores do IEI Brasil.
83

Entre as variáveis contidas nesse banco de dados estão: EE, DRP, RCB, vida útil dos
equipamentos, tipo dos equipamentos trocados/instalados, quantidade de equipamentos
trocados/instalados, custo evitado de demanda (CED), custo evitado de energia (CEE), custo
de investimento, entre outros, isso tudo para cada uso final e para o total de cada projeto. Para
a criação desse banco de dados utilizou-se a ferramenta Excel do pacote Office
Em meio à criação do banco de dados, foi feita a verificação da qualidade dos dados, a
fim de detectar inconsistências e falta de informações relevantes, comparando a Planilha de
Consulta da ANEEL com os relatórios dos projetos e até mesmo os resultados desses relatórios
entre si.
Ao final dessa fase, encontrou-se erros na planilha disponibilizada no site da ANEEL
no que se refere à tipologia de alguns projetos. Três dos projetos caracterizados como Baixa
Renda, são na verdade de outra tipologia: (i) PE-0051-0001 - Poder público; (ii) PE-0037-0002
- Serviços públicos; e (iii) PE-0047-0016 - Residencial
Além disso, foram encontrados erros em diversos outros parâmetros, como custo de
investimento, EE e DRP, sendo os valores pós-análise descritos no Quadro 6. Dois projetos
foram retirados da análise por não conterem informações suficientes. Os relatórios do projeto
PE-0383-0080/2009 não foram enviados pela ANEEL, já os relatórios do projeto PE-0038-
0004/2011 foram recebidos, mas faltavam muitas informações. Assim, o universo de análise,
anteriormente tendo 109 projetos de Baixa Renda, com valores reconhecidos e aprovados pela
ANEEL, passou a ser 104 projetos, sendo esse o universo final de estudo.

Quadro 6 - Projetos Baixa Renda com valores reconhecidos - 2008 – 2013 (revisados)

Custo total R$ 466.964.854,62


EE 536.820,92 MWh
DRP 173.836,91 kW
Fonte: Elaboração própria a partir dos relatórios

5.6. Sexta Fase – Aplicação dos Indicadores e Resultados preliminares

Depois de ter os indicadores definidos e o banco de dados finalizado, chega-se à sexta


fase, onde os indicadores são, finalmente, aplicados. Os Indicadores 1, 2 e 6 foram calculados
84

para todos os 104 projetos, gerando os resultados preliminares. Para os Indicadores 3, 4 e 5,


foram analisados os relatórios de todos os projetos a fim de identificar a existência ou não das
ações técnicas e socioeducativas nos projetos.
Como mostrado no capítulo anterior, para cada indicador foi determinada uma
pontuação máxima, sendo que para os Indicadores 1, 2 e 6 foi necessário definir intervalos de
pontuação, estabelecidos a partir dos gráficos boxplot de seus resultados. Os gráficos da Figura
25, Figura 26 e Figura 27 mostram, respectivamente, a distribuição da série para os Indicadores
1, 2 e 6.

Figura 25 - Distribuição do Indicador 1


Fonte: Elaboração própria
85

Figura 26 - Distribuição do Indicador 2


Fonte: Elaboração própria

Figura 27 - Distribuição do Indicador 6


Fonte: Elaboração própria
86

Os melhores resultados dos Indicadores 1, 2 (contidos no 1º quartil) e 6 (contidos no 3º


quartil) são apresentados na Tabela 6, Tabela 7 e Tabela 8, sendo esses dispostos de forma
crescente para os primeiros indicadores e decrescente para o último.
As Tabelas com os resultados desses indicadores para todos os projetos estão nos
Apêndices B, C e G. No Anexo B estão contidos as siglas e os nomes completos das
concessionárias de energia elétrica.

Tabela 6 - Resultados do Indicador 1 – Os melhores projetos

Código do Projeto Concessionária CAT/EE (R$/MWh)


PE-5379-0001/2010 CETRIL 28,63
PE-6898-0001/2009 CERBRANORTE 48,57
PE-0397-0008/2009 RGE 49,14
PE-0072-0004/2008 CLFSC 55,22
PE-0046-0003/2009 SULGIPE 62,55
PE-0040-0010/2011 COSERN 67,60
PE-0385-0020/2012 ELEKTRO 68,53
PE-0397-0002/2008 RGE 69,63
PE-0405-0016/2009 CEMAT 72,28
PE-0046-0007/2012 SULGIPE 73,86
PE-0103-0003/2008 CHESP 78,08
PE-0046-0005/2010 SULGIPE 79,07
PE-0040-0001/2008 COSERN 79,29
PE-0385-0014/2011 ELEKTRO 92,78
PE-0039-0015/2011 COELCE 95,41
PE-6611-1101/2011 EBO 96,51
PE-0397-0011/2010 RGE 103,59
PE-0397-0018/2011 RGE 103,80
PE-2783-0001/2008 CRERAL 105,12
PE-5365-0001/2009 CERPALO 105,82
PE-0382-0010/2008 LIGHT 107,06
PE-6896-0001/2009 CEJAMA 107,12
PE-0037-0008/2012 CEMAR 108,53
PE-0039-0009/2010 COELCE 111,72
PE-2937-0010/2009 CPFL- Piratininga 112,39
PE-0082-0001/2010 COCEL 121,15
Fonte: Elaboração própria
87

Tabela 7 - Resultados do Indicador 2 - Os melhores projetos

Código do projeto Concessionária CAT/DRP (R$/kW)


PE-5379-0001/2010 CETRIL 85,82
PE-6898-0001/2009 CERBRANORTE 115,92
PE-0397-0008/2009 RGE 117,75
PE-0071-0001/2009 CPEE 128,90
PE-0073-0001/2009 CSPE 141,24
PE-0397-0002/2008 RGE 164,95
PE-0072-0001/2008 CLFSC 177,48
PE-0063-0024/2010 CPFL-Paulista 185,58
PE-0103-0003/2008 CHESP 198,63
PE-0072-0004/2008 CLFSC 209,65
PE-0385-0020/2012 ELEKTRO 211,15
PE-0397-0011/2010 RGE 214,14
PE-6611-1101/2011 EBO 226,33
PE-2937-0010/2009 CPFL- Piratininga 232,87
PE-0046-0003/2009 SULGIPE 242,89
PE-2783-0001/2008 CRERAL 244,47
PE-0397-0018/2011 RGE 255,39
PE-0082-0001/2010 COCEL 260,26
PE-6896-0001/2009 CEJAMA 263,85
PE-2866-0001/2008 COPEL-DIS 264,95
PE-0063-0025/2009 CPFL-Paulista 282,57
PE-0046-0007/2012 SULGIPE 282,78
PE-0047-0078/2013 COELBA 299,30
PE-0391-0022/2010 BANDEIRANTE 301,68
PE-0385-0014/2011 ELEKTRO 305,92
PE-2866-0031/2010 COPEL-DIS 305,93
Fonte: Elaboração própria
88

Tabela 8 - Resultados do Indicador 6 – Os melhores projetos

Código do Projeto Concessionária EEv (tCO2/ano)


PE-0382-0010/2008 LIGHT 6769,37
PE-0047-0042/2010 COELBA 2389,66
PE-0385-0020/2012 ELEKTRO 2173,86
PE-2937-0010/2009 CPFL- Piratininga 2096,01
PE-0043-0022/2010 CELPE 2026,45
PE-0047-0057/2010 COELBA 1465,77
PE-2866-0068/2011 COPEL-DIS 1420,11
PE-2866-0001/2008 COPEL-DIS 1377,73
PE-0385-0014/2011 ELEKTRO 1336,04
PE-0396-0013/2009 AES-SUL 1211,77
PE-0397-0008/2009 RGE 1088,85
PE-0047-0065/2011 COELBA 1044,30
PE-0047-0001/2008 COELBA 1016,36
PE-0397-0018/2011 RGE 893,31
PE-0040-0010/2011 COSERN 891,73
PE-0040-0001/2008 COSERN 868,31
PE-0037-0008/2012 CEMAR 862,75
PE-0039-0015/2011 COELCE 846,76
PE-0039-0009/2010 COELCE 822,29
PE-0397-0011/2010 RGE 730,02
PE-6587-0002/2010 ESE 676,05
PE-0047-0074/2012 COELBA 662,31
PE-6585-0012/2010 EMG 655,94
PE-0043-0039/2011 CELPE 568,14
PE-0397-0002/2008 RGE 563,95
PE-0405-0016/2009 CEMAT 550,63
Fonte: Elaboração própria

5.7. Sétima Fase - Sistema de pontuação

Tendo definido os intervalos de pontuação dos Indicadores 1, 2 e 6 através dos gráficos


bloxplot, a Tabela 9 apresenta o sistema de pontuação final, contendo os seis indicadores e as
respectivas atribuições de pontuação.
89

Tabela 9 - Indicadores e suas pontuações finais

Indicadores Pontos
CAT/EE (R$/MWh) – Indicador 1
CAT/EE <= 121,17 4
121,17 < CAT/EE <= 172,12 3
172,12 < CAT/EE <= 228,82 2
CAT/EE > 228,82 1
CAT/DRP (R$/kW) – Indicador 2
CAT/DRP <= 305,93 4
305,92 < CAT/DRP <= 529,28 3
529,28 < CAT/DRP <= 719,38 2
CAT/DRP > 719,38 1
Reforma das instalações elétricas internas – Indicador 3
Sim 0,5
Reforma/instalação de padrões de entrada – Indicador 4
Sim 1
Atividades socioeducativas – Indicador 5
Orientações orais aos consumidores 0,5
Orientações escritas aos consumidores 0,25
Eventos e atividades lúdico-informativos 0,5
Curso de capacitação em eficiência energética 0,5
Curso de formação e geração de renda 0,5
Formação de lideranças comunitárias 0,5
Concursos culturais 0,25
Emissões Evitadas de CO2 (tCO2/ano) - Indicador 6
EEvCO2 <= 16,94 0,625
16,94 < EEvCO2 <= 65,19 1,25
65,19 < EEvCO2<= 544,77 1,875
EEvCO2 > 544,77 2,5
Total 15
Fonte: Elaboração própria

5.8. Oitava Fase – Pontuação aplicada nos resultados dos Indicadores

Nessa fase são feitos os cálculos finais, onde as devidas pontuações são alocadas em
cada projeto a partir dos resultados dos indicadores, a fim de estimar os resultados gerais, ou
seja, os ranqueamentos, que estão descritos no próximo tópico, o que caracteriza a última fase
da aplicação da metodologia.
Para o ranqueamento por projeto foi feita a soma da pontuação recebida por cada um
dos seis indicadores e para o das concessionárias foi feita uma média aritmética entre a
quantidade dos projetos que cada concessionária realizou e as respectivas pontuações totais dos
desses projetos.
90

5.9. Nona Fase – Resultados

Como resultados desse trabalho, foram gerados dois tipos de ranqueamentos, um por
projeto e outro por concessionária. Os ranqueamentos completos estão dispostos no Apêndice
A (por projeto) e no Apêndice H (por concessionária). Na Tabela 10 estão listados os 14 projetos
de Baixa Renda mais bem avaliados, suas respectivas pontuações e a Unidade da Federação
onde foram implementados. A Tabela 11 lista as 10 concessionárias mais bem ranqueadas.

Tabela 10 – Ranqueamento por projetos – os 14 melhores

Ind. Ind. Ind. Ind. Ind. Ind.


Código do Projeto Concessionária Estado Total
1 2 3 4 5 6
PE-0397-0002/2008 RGE RS 4 4 0,5 1 1,75 2,5 13,75
CPFL-
PE-2937-0010/2009 SP 4 4 0,5 1 1,75 2,5 13,75
Piratininga
PE-0397-0008/2009 RGE RS 4 4 0,5 1 1,25 2,5 13,25
PE-0397-0011/2010 RGE RS 4 4 0,5 1 1,25 2,5 13,25
PE-0046-0003/2009 SULGIPE SE e BA 4 4 0,5 1 1,5 1,875 12,875
PE-0385-0014/2011 ELEKTRO SP 4 4 0,5 1 0,75 2,5 12,75
PE-0397-0018/2011 RGE RS 4 4 0,5 1 0,75 2,5 12,75
PE-0385-0020/2012 ELEKTRO SP 4 4 0,5 1 0,75 2,5 12,75
PE-0396-0013/2009 AES-SUL RS 3 3 0,5 1 2,25 2,5 12,25
PE-0046-0007/2012 SULGIPE SE e BA 4 4 0,5 1 0,75 1,875 12,125
PE-0082-0001/2010 COCEL PR 4 4 0,5 1 1,25 1,25 12
PE-0046-0005/2010 SULGIPE SE e BA 4 3 0,5 1 1,25 1,875 11,625
PE-0040-0001/2008 COSERN RN 4 3 0,5 1 0,5 2,5 11,5
PE-0382-0010/2008 LIGHT RJ 4 2 0,5 1 1 2,5 11
Fonte: Elaboração própria
91

Tabela 11 - Ranqueamento por concessionária - as 10 melhores

Concessionária Nº de projetos Pontuação


CPFL- Piratininga 1 13,75
RGE 4 13,25
AES-SUL 1 12,25
SULGIPE 3 12,21
COCEL 1 12
ELEKTRO 3 11,21
LIGHT 1 11
COSERN 2 10,88
CERBRANORTE 1 10
CEJAMA 1 9,38
Fonte: Elaboração própria

5.9.1. Análise de sensibilidade

Como pode ser observado na Tabela 10 – Ranqueamento por projetos – os 14 melhores os


Indicadores 5 e 6 são os que mais variam, sendo que alguns projetos só possuem pontuações
finais diferentes devido às notas desses indicadores. Portanto, foi feita uma análise de
sensibilidade em relação à essas duas métricas.
Foram determinados doze cenários diferentes. Foram seis cenários variando a pontuação
do Indicador 5 em 10%, 20% e 30%, para mais e para menos, e a diferença da pontuação desse
indicador foi dividida entre os demais. Para efeito de explicação, toma-se como exemplo o
cenário 1, onde variou-se o Indicador 5 em +10%. A pontuação desse indicador aumentou de 3
pontos para 3,3 pontos, então, os 0,3 pontos de diferença são divididos por 5 e esse valor é
diminuído das pontuações dos outros 5 indicadores. Assim, a soma da pontuação máxima dos
6 indicadores permanecerá em 15 pontos. Dessa mesma maneira, foram feitos seis cenários
variando a pontuação do Indicador 6 em 10%, 20% e 30%.
92

Tabela 12 – Distribuição de pontuações variando o Indicador 5

Cenário Cenário 1 Cenário 2 Cenário 3 Cenário 4 Cenário 5 Cenário 6


Indicador
Base +10% +20% +30% -10% -20% -30%
Ind. 1 4 3,94 3,88 3,82 4,06 4,12 4,18
Ind. 2 4 3,94 3,88 3,82 4,06 4,12 4,18
Ind. 3 0,5 0,44 0,38 0,32 0,56 0,62 0,68
Ind. 4 1 0,94 0,88 0,82 1,06 1,12 1,18
Ind. 5 3 3,3 3,6 3,9 2,7 2,4 2,1
Ind. 6 2,5 2,44 2,38 2,32 2,56 2,62 2,68
Fonte: Elaboração própria

Tabela 13 - Distribuição de pontuações variando o Indicador 6

Cenário Cenário 7 Cenário 8 Cenário 9 Cenário 10 Cenário 11 Cenário 12


Indicador
Base +10% +20% +30% -10% -20% -30%
Ind. 1 4 3,95 3,9 3,85 4,05 4,1 4,15
Ind. 2 4 3,95 3,9 3,85 4,05 4,1 4,15
Ind. 3 0,5 0,45 0,4 0,35 0,55 0,6 0,65
Ind. 4 1 0,95 0,9 0,85 1,05 1,1 1,15
Ind. 5 3 2,95 2,9 2,85 3,05 3,1 3,15
Ind. 6 2,5 2,75 3 3,25 2,25 2 1,75
Fonte: Elaboração própria

Em nenhum dos cenários aconteceram alterações significativas no posicionamento dos


projetos no ranqueamento geral, portanto, a pontuação do cenário base se mostra eficaz. Os
ranqueamentos dos 14 melhores projetos para os doze cenários estão no Apêndice I.
93

6 ANÁLISE DOS RESULTADOS

Dos 104 projetos, 26 obtiveram nota máxima no primeiro indicador e 25 no segundo.


17 projetos obtiveram nota máxima nas duas métricas. Além disso, 25 projetos tiveram nota
máxima no terceiro indicador, 30 tiveram no quarto indicador e 26 no sexto indicador. Aqui,
não cabe citar nota máxima no quinto indicador pois nenhum projeto realizou as sete ações
sociais, o que é visível visto que três delas são essencialmente informativas, as orientações
orais, as orientações escritas e as atividades lúdico-informativas, porém, não foram agrupadas
em uma só categoria por apresentarem impactos diferentes nas pessoas.
Apenas dez projetos receberam pontuação máxima nos quatro primeiros indicadores e
somente sete receberam máxima pontuação nos Indicadores 1, 2, 3, 4 e 6. Sendo assim,
podemos considerar esses sete projetos como de excelência, pois além de serem bem executados
economicamente, tecnicamente e apresentarem um excelente resultado para o indicador de
impacto ambiental, realizaram, também, ações educativas e de cunho social. Esses projetos de
excelência representam menos de 10% dos projetos estudados e menos de 13% do investimento
total deste universo de dados. Na Tabela 14 estão descritos os 14 melhores projetos, com
destaque para os sete citados, e seus respectivos usos finais e investimentos.
Voltando ao ranqueamento por concessionária, nota-se que algumas concessionárias
tiveram apenas um projeto no universo analisado, porém com nota elevada, como a CPFL-
Piratininga e a AES-Sul, ocupando o primeiro e o terceiro lugar, destacados no top 10 da Tabela
11. Nesse mesmo recorte, percebe-se que a RGE e a SULGIPE, concluíram mais projetos no
período em questão e todos eles receberam notas elevadas. Isso demonstra, de certa forma, um
melhor desempenho dessas duas últimas concessionárias, pois realizaram vários projetos com
excelência, entretanto com a média aritmética ficaram na segunda e quarta posições.
94

Tabela 14 – Os 14 melhores projetos com destaque para os Top 7 (nota máxima em 5 indicadores)

Lugar Código do Projeto Concessionária Uso Final Investimento


1 PE-0397-0002/2008 RGE Iluminação R$ 3.339.238,00
CPFL- Iluminação, aquecimento de
2 PE-2937-0010/2009 R$ 19.378.582,70
Piratininga água para banho, refrigeração
Iluminação, aquecimento de
3 PE-0397-0008/2009 RGE R$ 4.517.904,01
água para banho
4 PE-0397-0011/2010 RGE Iluminação, refrigeração R$ 5.194.233,87
5 PE-0046-0003/2009 SULGIPE Iluminação, refrigeração R$ 471.577,94
6 PE-0385-0014/2011 ELEKTRO Iluminação, refrigeração R$ 9.538.292,49
Iluminação, aquecimento de
7 PE-0397-0018/2011 RGE R$ 5.423.302,35
água para banho, refrigeração
Iluminação, aquecimento de
8 PE-0385-0020/2012 ELEKTRO R$ 10.649.839,41
água, refrigeração
Iluminação, aquecimento de
9 PE-0396-0013/2009 AES-SUL água para banho, refrigeração, R$ 19.339.511,36
aquecimento de água
10 PE-0046-0007/2012 SULGIPE Iluminação, refrigeração R$ 372.720,71
11 PE-0082-0001/2010 COCEL Iluminação, refrigeração R$ 505.491,05
12 PE-0046-0005/2010 SULGIPE Iluminação, refrigeração R$ 552.011,6
13 PE-0040-0001/2008 COSERN Iluminação, refrigeração R$ 3.529.623,52
14 PE-0382-0010/2008 LIGHT Iluminação, refrigeração R$ 60.929.230,39
Fonte: Elaboração própria

Em relação aos usos finais, foi feito um levantamento da quantidade de projetos por uso
final empregado, sendo descrito na Tabela 15, sendo possível fazer algumas observações.

Tabela 15 - Número de projetos por uso final

Usos Finais Nº de projetos


Unitários
Iluminação 8
Refrigeração 4
Troca de Resíduo 1
Compostos
Iluminação + Refrigeração 61
Iluminação + Refrigeração + Aquecimento de água para banho 8
Iluminação + Refrigeração + Aquecimento solar 5
Iluminação + Aquecimento de água para banho 4
Iluminação + Aquecimento solar 7
Iluminação + Refrigeração + Reciclagem 3
Iluminação + Refrigeração + Climatização + Ventilação 1
Iluminação + Refrigeração + Climatização 1
Iluminação + Climatização + Monitor de computador 1
Iluminação + Reciclagem 1
Fonte: Elaboração própria
95

No universo completo dos dados, quase todos os projetos realizaram a troca de


lâmpadas, sendo que apenas cinco deles não a fizeram. Além de iluminação, a troca de
geladeiras também se mostrou muito comum nos projetos analisados, sendo que os usos finais
iluminação + refrigeração representaram mais da metade do universo de dados analisado. O
terceiro uso final mais empregado é o aquecimento de água, seja através da substituição de
chuveiros convencionais por chuveiros com trocador de calor ou aquecimento de água para
banho, onde são instalados coletores solares.
Esse padrão se repete nos projetos que apresentaram melhores resultados, onde os usos
finais iluminação + refrigeração são os mais empregados. Porém, chama a atenção que quatro
dos sete projetos também empregaram aquecimento de água ou aquecimento de água para
banho.
Dos 104 projetos, 24 projetos deles tiveram instalação de chuveiros com trocador de
calor ou instalação de aquecimento solar, sendo 9 deles realizados no interior de São Paulo e 8
no Rio Grande do Sul, o que exemplifica uma questão regional no escopo dos projetos, variando
de concessionária para concessionária. No RS, a importância de equipamentos mais eficientes
em relação ao aquecimento de água é nítida, visto que o inverno é um dos mais rigorosos do
Brasil, o que leva a uma grande redução do consumo de energia oriunda do chuveiro elétrico
convencional. No interior de SP, o resultado reflete bem a questão no clima da região: (i) a
radiação solar é elevada; (ii) no inverno, as temperaturas mínimas caem bastante em relação ao
verão, principalmente à noite, quando o chuveiro é mais utilizado; (iii) enquanto o verão
acumula a maior parte dos totais pluviométricos, o inverno é excessivamente seco (PEREIRA
et al., 2017).
Por fim, é importante relatar que ao longo da análise dos relatórios das concessionárias,
nota-se uma tendência das mesmas em investirem em projetos que apresentem maior facilidade
de execução e, a troca de lâmpadas e geladeiras, caracterizam essa padronização. Além disso,
em relação ao consumo da iluminação e do chuveiro elétrico, esses contribuem mais à redução
de demanda na ponta do que os refrigeradores, porém, a troca de refrigeradores é importante
em relação à EE. A iluminação ainda apresenta um ótimo custo benefício.
Em relação ao custo benefício, podemos fazer uma análise mais aprofundada dos
projetos analisados, comparando os Indicadores CAT/EE e CAT/DRP com o Custo Marginal
de Expansão do Setor Elétrico Brasileiro (CME).
Custos Marginais são derivados da teoria microeconômica (MANKIW, 2011), e se
referem ao custo de se produzir mais uma unidade de um bem. Inúmeras indústrias utilizam a
teoria dos custos marginais para diferentes análises, devido ao conhecimento inerente ao
96

conceito. No setor de energia não é diferente, principalmente em relação ao planejamento, como


em Ghaderi, Moghaddam e Sheikh-El-Eslami (2014) e Menanteau, Finon e Lamy (2003).
O CME é composto pelas parcelas de CME Energia, ou seja, o custo de acrescentar um
MWh ao sistema de geração, transmissão e distribuição e CME Potência que é o custo de se
acrescentar um kW ao sistema no horário de ponta. EPE (2017) apresenta esses valores, sendo
que a parcela de energia pura é 121,02 R$/MWh e a parcela de ponta 592,89 R$/kW16.
Dito isso, deseja-se verificar se os projetos de Baixa Renda analisados são eficientes
economicamente, ou seja, se foram gastos menores valores para se economizar energia e retirar
demanda na ponta, do que seria necessário para se adicionar unidades de geração no setor
elétrico brasileiro e expandi-lo.
Para isso, foram calculadas as médias dos 26 melhores projetos (listados na Tabela 6 e
na Tabela 7) e do conjunto total de dados (Apêndice B e Apêndice C) para os dois indicadores,
as comparando com as devidas parcelas do CME. O gráfico da Figura 28, mostra a comparação
das médias do CAT/EE dos dois grupos, com o CME Energia e o gráfico da Figura 29, do
CAT/DRP com o CME Potência.

Figura 28 – Valores médios do CAT/EE x CME Energia


Fonte: Elaboração própria

16
Média da projeção da expansão para os anos de 2022 a 2026.
97

Primeiramente nota-se que em relação aos 26 melhores projetos, a média do CAT/EE é


55% menor do que a média do custo de todos os projetos e é quase 30% menor do que o CME
Energia. Já em relação à média de todos os projetos, o CAT/EE é 57% maior que o CME.

Figura 29 - Valores médios do CAT/DRP x CME Potência


Fonte: Elaboração própria

Em relação ao Indicador 2, percebemos que a média dos 26 melhores projetos é bem


mais baixa do que a média de todos os projetos, sendo 60% menor, além de ser quase 63%
menor do que o CME Potência. Aqui, mesmo a média de todos os projetos é menor do que o
CME, cerca de 6%.
Mudando a análise do valor médio para os valores individuais de cada projeto, observou-
se que apenas 25 deles apresentam CAT/EE menor do que o CME Energia (24% do total) e 63
deles apresentam CAT/DRP menor do que o CME Potência (61% do total). A Tabela com os
valores de todos os projetos está disposta no Apêndice J.
Com essas análises conclui-se que para o fator DRP, a média do investimento do
programa se mostrou eficiente, ou seja, foi mais econômico fazer esse programa de eficiência
energética do que se adicionar uma unidade de demanda na ponta no sistema, já que a média de
todos os projetos do Indicador 2 é menor do que o CME Potência, como evidenciado na Fig.
29. Mas, como dito anteriormente, mesmo com a grande maioria dos projetos apresentando um
bom custo benefício, ainda há espaço para melhoria, principalmente observando os 26 projetos
mais eficientes, que apresentam uma média de investimentos muito menor do que os demais.
98

Em relação à EE, há uma complicação. A média total do investimento do programa de


Baixa Renda para se economizar uma unidade de energia se mostra ineficiente, sendo
consideravelmente maior do que o CME Energia, como pode ser visto na Figura 28. Isso reflete
uma contrariedade ao pensamento comum de que implementar medidas de eficiência energética
é economicamente melhor do que se investir na expansão do sistema. Como dito anteriormente,
apenas 24% dos projetos apresentam CAT/EE menor do que o CME Energia, ou seja, conclui-
se que a maioria dos projetos não apresentam um bom custo benefício. Olhando pelo lado
positivo, existem projetos que apresentaram ótimos CAT/EE, evidenciando que é possível ter
um alto padrão de eficiência no investimento, o que deveria servir como exemplo de design.
Porém, essa é uma análise que não considera as outras ações que diversas
concessionárias fizeram, como as ações sociais e as regularizações de consumidores, que
aumentam o investimento e geram benefícios energéticos e não energéticos que não estão
contabilizados nos Indicadores 1 e 2. Por isso, mais uma vez, a necessidade de se implementar
uma metodologia de ranqueamento dos projetos mais completa.
Em relação aos indicadores de redução de perdas técnicas e comerciais, os Indicadores
3 e 4 (Pontuações nos Apêndice D e E), 25 projetos tiveram reforma das instalações internas,
33 contaram com reforma/instalação de padrões de entrada (vide Quadro 7) e 20 tiveram ambas
ações. O gráfico da Figura 30 ilustra esses grupos e suas respectivas porcentagens em relação
ao total de projetos.

Figura 30 - Número de projetos com reforma de instalações internas, padrão de entrada e ambos
Fonte: Elaboração própria
99

Quadro 7 - Projetos com reforma de instalações elétricas e de instalação de padrão de entrada

Reforma das instalações internas Reforma dos padrões de entrada


Código do projeto Concessionária Código do projeto Concessionária
PE-0396-0013/2009 AES-SUL PE-0396-0013/2009 AES-SUL
PE-0082-0001/2010 COCEL PE-0082-0001/2010 COCEL
PE-0040-0001/2008 COSERN PE-0040-0001/2008 COSERN
PE-2937-0010/2009 CPFL- Piratininga PE-2937-0010/2009 CPFL- Piratininga
PE-0385-0014/2011 ELEKTRO PE-0385-0014/2011 ELEKTRO
PE-0385-0020/2012 ELEKTRO PE-0385-0020/2012 ELEKTRO
PE-0381-0003/2009 ELFSM PE-0381-0003/2009 ELFSM
PE-0381-0005/2011 ELFSM PE-0381-0005/2011 ELFSM
PE-6585-0012/2010 EMG PE-6585-0012/2010 EMG
PE-0404-0003/2009 ENERSUL PE-0404-0003/2009 ENERSUL
PE-0380-0008/2010 ESCELSA PE-0380-0008/2010 ESCELSA
PE-6587-0002/2010 ESE PE-6587-0002/2010 ESE
PE-0382-0010/2008 LIGHT PE-0382-0010/2008 LIGHT
PE-0397-0018/2011 RGE PE-0397-0018/2011 RGE
PE-0397-0011/2010 RGE PE-0397-0011/2010 RGE
PE-0397-0002/2008 RGE PE-0397-0002/2008 RGE
PE-0397-0008/2009 RGE PE-0397-0008/2009 RGE
PE-0046-0003/2009 SULGIPE PE-0046-0003/2009 SULGIPE
PE-0046-0005/2010 SULGIPE PE-0046-0005/2010 SULGIPE
PE-0046-0007/2012 SULGIPE PE-0046-0007/2012 SULGIPE
PE-6611-0003/2009 EBO PE-2763-2013/2013 Ceriluz
PE-6600-0001/2008 EPB PE-5386-0907/2012 CERIM
PE-0404-0019/2010 ENERSUL PE-6610-0113/2013 CERMC
PE-0383-0016/2008 AMPLA PE-5364-0001/2012 CERMOFUL
PE-0047-0001/2008 COELBA PE-3223-0001/2008 CERTAJA ENERGIA
PE-5379-1707/2012 CETRIL
PE-2904-0002/2010 COOPERALIANÇA
PE-5371-0001/2013 COOPERCOCAL
PE-2351-0001/2011 COPREL
PE-0088-0002/2012 EFLJC
PE-0086-0001/2010 EFLUL
PE-6585-0008/2009 EMG
PE-6612-0002/2009 ENF
Fonte: Elaboração própria

Em relação às ações socioeducativas, 86 dos 104 projetos realizaram pelo menos uma
delas (vide Apêndice F), o que representa quase 83% do total, ou seja, grande parte dos projetos.
Visto que há uma orientação da ANEEL para que as concessionárias executem ações de
100

orientação aos consumidores no programa de Baixa Renda, entende-se o porquê desse número
ser alto. Porém, quando separamos essas ações em grupos e plotamos a quantidade de projetos
em que elas foram realizadas (Figura 31) percebemos que a maior parte dos projetos realizou
orientações escritas ou orientações orais, ou até mesmo ambas. Uma hipótese para isso é que
essas ações abrangem o maior número de consumidores com o menor custo, além de promover
a empresa perante os consumidores.

Figura 31 - Número de projetos por categoria de ação socioeducativa


Fonte: Elaboração própria

Percebe-se que apenas 4 projetos realizaram cursos profissionalizantes, três deles


pertencentes à RGE e um à AES-Sul. Esse é definitivamente um índice que poderia ser
melhorado, levando em conta a pobreza energética (energy poverty). Isso é dito pois, 31% dos
projetos tiveram seus consumidores regularizados. Se estes não tiverem renda para pagar a
energia consumida, ficarão sem energia ou voltarão à clandestinidade, então realizar cursos
profissionalizantes representa um benefício social, bem como um benefício para a
concessionária.
Para complementar a informação anterior, o gráfico da Figura 32 traz uma informação
interessante a respeito da quantidade de projetos versus a quantidade de ações realizadas por
projetos, revelando que 34,6% dos projetos tiveram apenas uma ação socioeducativa empregada
e 33,65% tiveram duas ações empregadas. Como mostrado no gráfico anterior, as ações mais
101

implementadas são as orientações escritas e orais, portanto é possível que nos 33,65% dos
projetos que empregaram duas ações, a maior parte dos projetos empregue essas orientações.

Figura 32 - Quantidade de projetos por número de ações sociais


Fonte: Elaboração própria

Destaca-se que a concessionária que empregou mais ações socioeducativas em um


projeto foi a AES-Sul, no projeto que está no top 10 (Tabela 10). Foram empregadas cinco
ações, onde se destacam os cursos profissionalizantes e a formação de liderança comunitária,
única concessionária a realizar esse curso. Essa ação pode ter um resultado de transformação
incrível para uma comunidade de baixa renda, formando cidadãos mais conscientes e mais
articulados, que lutarão pelas demandas de suas comunidades, muitas vezes esquecidas pelo
Estado.
Já foi relatado o quanto essas ações são diferentes e trazem distintos benefícios no geral,
portanto, ainda há espaço para as concessionárias colocarem mais atividades desse tipo em seus
projetos, visando um alcance maior das demandas das comunidades em questão, e não apenas
realizar uma dessas atividades para atender à uma solicitação da ANEEL.
Em relação ao Indicador 6, como as emissões evitadas são baseadas nas economias de
energia oriundas das trocas de equipamentos, observou-se que os projetos que mais evitaram
emissão de dióxido de carbono foram projetos que substituíram mais equipamentos,
principalmente a troca de geladeiras e massivamente de lâmpadas.
102

7 CONCLUSÕES

A metodologia desenvolvida nesse trabalho abre espaço para a discussão em torno das
alternativas de avaliação para os programas de eficiência energética implementados no Brasil,
especificamente para o que mais recebe investimento, o PEE.
A metodologia proposta se mostrou eficaz, visto que foi aplicada para o universo de
dados estabelecido, sendo possível gerar os ranqueamentos esperados e realizar diversas
análises a partir dos mesmos. Os projetos de eficiência energética para Baixa Renda possuem
um vasto potencial para contribuir para a redução do consumo energético, para a redução das
emissões globais de CO2 e, além disso, para o bem estar social dessas populações mais carentes.
Em relação aos resultados dos indicadores econômicos (Indicadores 1 e 2), observou-se
que 24% dos projetos apresentaram menores custos para se economizar energia e 61% tiveram
menores custos para se retirar demanda da ponta, comparando com as devidas parcelas do CME.
Combinando os dois indicadores, apenas 16% foram classificados como eficientes
economicamente. Porém, essa é uma análise que não leva em consideração os gastos financeiros
em ações sociais e regularização de consumidores, que devem ser adequadamente valorados, já
que aumentam o investimento total e geram benefícios energéticos e não energéticos que não
estão contabilizados nos Indicadores 1 e 2. Assim, verifica-se, novamente, a importância de
uma análise que considere diferentes aspectos, como os incluídos na metodologia fruto desse
trabalho.
Sobre os Indicadores 3 e 4, 24% dos projetos beneficiaram residências com reforma das
instalações elétricas internas e em quase 32% foram realizadas reformas ou instalações de
padrão de entrada. Não se pode dizer que esses números deveriam ser maiores, pois apenas
através dos relatórios não há como saber se existiriam mais casas aptas para essas ações, mas
que não foram atendidas.
Em relação ao Indicador 5, 83% dos projetos realizaram atividades socioeducativas,
porém a maior parte deles executou apenas uma ou duas dessas ações, predominantemente
atividades educativas, como as orientações escritas e orientações orais, em detrimento de ações
de cunho social. Apenas quatro deles realizaram cursos profissionalizantes e isso,
definitivamente, pode ser mais explorado e melhorado, visto que esses cursos podem ajudar a
dar formação profissional a muitos que não a possuem, podendo levar a um aumento da renda
familiar. A formação de líderes comunitárias também pode ter um grande impacto em uma
103

comunidade de baixa renda, formando cidadãos mais articulados e conscientes que lutarão pelas
demandas de suas comunidades.
Em relação ao Indicador 6, fica claro que os projetos que mais substituíram
equipamentos, principalmente geladeiras e numerosa quantidade de lâmpadas, foram os que
mais evitaram emissão de CO2 na atmosfera.
A principal análise do ranqueamento dos projetos mostrou resultados significativamente
mais baixos do que os esperados. Menos de 10% dos projetos foram considerados de excelência,
obtendo as pontuações máximas em 5 dos 6 indicadores. Os investimentos realizados por esse
grupo de projetos representam apenas 13% do total investimento pelos 104 projetos analisados.
Logo, conclui-se que há um grande espaço para melhoria do programa, identificando um grande
potencial, pois existem projetos com excelentes resultados que poderiam servir de referências
para projetos futuros.
Em relação ao escopo dos projetos, não foi identificado um padrão seguido pelas
concessionárias. Observa-se uma tendência das mesmas em investirem na substituição de
lâmpadas e geladeiras, por serem projetos de fácil execução e por retornarem um bom custo
benefício em relação à EE e à DRP. Além disso, na maior parte dos sete melhores, além dos
dois usos finais já citados, houve a implementação de equipamentos eficientes de aquecimento
de água. Uma sugestão para trabalhos futuros é a elaboração do escopo de um projeto de
referência, que seja uma combinação dos projetos mais bem avaliados.
Por fim, conclui-se que a avaliação proposta pode ser aplicada pela ANEEL anualmente,
ou assim como o Scorecard da ACEEE de dois em dois anos, para acompanhar o progresso do
programa e gerar um benchmarking dos projetos, para que as concessionárias de energia elétrica
aprendam uma com as outras, repetindo as melhores práticas e desempenhos. Além disso, seria
interessante se a ANEEL premiasse de alguma forma as concessionárias que tiveram os
melhores projetos, sendo um grande incentivo para que as outras estejam interessadas na
melhora dos projetos ao longo do tempo. Esse ranqueamento pode até mesmo auxiliar na
tomada de decisões quanto ao escopo do PEE por parte da ANEEL, onde se busca sempre
melhorar o programa, garantindo a maximização dos benefícios públicos, com um investimento
eficiente.
104

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108

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114

APÊNDICE A – Pontuação geral por projeto

Ind. Ind. Ind. Ind. Ind. Ind.


Código do Projeto Concessionária Total
1 2 3 4 5 6
PE-0397-0002/2008 RGE 4 4 0,5 1 1,75 2,5 13,75
PE-2937-0010/2009 CPFL- Piratininga 4 4 0,5 1 1,75 2,5 13,75
PE-0397-0008/2009 RGE 4 4 0,5 1 1,25 2,5 13,25
PE-0397-0011/2010 RGE 4 4 0,5 1 1,25 2,5 13,25
PE-0046-0003/2009 SULGIPE 4 4 0,5 1 1,5 1,875 12,875
PE-0385-0014/2011 ELEKTRO 4 4 0,5 1 0,75 2,5 12,75
PE-0397-0018/2011 RGE 4 4 0,5 1 0,75 2,5 12,75
PE-0385-0020/2012 ELEKTRO 4 4 0,5 1 0,75 2,5 12,75
PE-0396-0013/2009 AES-SUL 3 3 0,5 1 2,25 2,5 12,25
PE-0046-0007/2012 SULGIPE 4 4 0,5 1 0,75 1,875 12,125
PE-0082-0001/2010 COCEL 4 4 0,5 1 1,25 1,25 12
PE-0046-0005/2010 SULGIPE 4 3 0,5 1 1,25 1,875 11,625
PE-0040-0001/2008 COSERN 4 3 0,5 1 0,5 2,5 11,5
PE-0382-0010/2008 LIGHT 4 2 0,5 1 1 2,5 11
PE-2866-0001/2008 COPEL-DIS 3 4 0 0 0,75 2,5 10,25
PE-0040-0010/2011 COSERN 4 3 0 0 0,75 2,5 10,25
PE-5379-0001/2010 CETRIL 4 4 0 0 0,25 1,875 10,125
PE-6898-0001/2009 CERBRANORTE 4 4 0 0 0,75 1,25 10
PE-0072-0004/2008 CLFSC 4 4 0 0 0 1,875 9,875
PE-0039-0015/2011 COELCE 4 3 0 0 0 2,5 9,5
PE-0405-0016/2009 CEMAT 4 3 0 0 0 2,5 9,5
PE-6896-0001/2009 CEJAMA 4 4 0 0 0,75 0,625 9,375
PE-6611-1101/2011 EBO 4 4 0 0 0,75 0,625 9,375
PE-6587-0002/2010 ESE 2 2 0,5 1 1,25 2,5 9,25
PE-0037-0008/2012 CEMAR 4 2 0 0 0,75 2,5 9,25
PE-0103-0003/2008 CHESP 4 4 0 0 0 1,25 9,25
PE-6600-0001/2008 EPB 3 3 0,5 0 0,75 1,875 9,125
PE-2351-0001/2011 COPREL 3 3 0 1 0,75 1,25 9
PE-0047-0078/2013 COELBA 3 4 0 0 0,75 1,25 9
CERTAJA
PE-3223-0001/2008 3 3 0 1 0,75 1,25 9
ENERGIA
PE-2783-0001/2008 CRERAL 4 4 0 0 0 0,625 8,625
PE-2904-0002/2010 COOPERALIANÇA 3 3 0 1 0,25 1,25 8,5
PE-0404-0019/2010 ENERSUL 3 3 0,5 0 0,75 1,25 8,5
PE-5365-0001/2009 CERPALO 4 3 0 0 0,75 0,625 8,375
PE-0043-0022/2010 CELPE 3 2 0 0 0,75 2,5 8,25
PE-0039-0008/2009 COELCE 3 2 0 0 1,25 1,875 8,125
PE-0385-0019/2011 ELEKTRO 3 3 0 0 0,25 1,875 8,125
PE-2866-0068/2011 COPEL-DIS 2 3 0 0 0,5 2,5 8
PE-5379-1707/2012 CETRIL 3 3 0 1 0,25 0,625 7,875
PE-0404-0012/2010 ENERSUL 2 3 0 0 0,75 1,875 7,625
115

PE-2866-0031/2010 COPEL-DIS 1 4 0 0 0,75 1,875 7,625


PE-2904-0001/2009 COOPERALIANÇA 3 3 0 0 0,25 1,25 7,5
PE-0086-0001/2010 EFLUL 3 2 0 1 0,25 1,25 7,5
PE-0383-0005/2010 AMPLA 2 2 0 0 1,5 1,875 7,375
PE-6612-0013/2012 ENF 3 3 0 0 0,75 0,625 7,375
PE-5369-0001/2012 CERTREL 3 3 0 0 0,75 0,625 7,375
PE-0043-0040/2012 CELPE 2 3 0 0 1 1,25 7,25
PE-0405-0004/2009 CEMAT 3 2 0 0 0,25 1,875 7,125
PE-0039-0009/2010 COELCE 4 0 0 0 0,5 2,5 7
PE-0043-0039/2011 CELPE 2 2 0 0 0,5 2,5 7
PE-6585-0012/2010 EMG 1 1 0,5 1 1 2,5 7
PE-6611-0003/2009 EBO 2 2 0,5 0 1,25 1,25 7
PE-0381-0005/2011 ELFSM 3 1 0,5 1 0,25 1,25 7
PE-0383-0016/2008 AMPLA 1 3 0,5 0 0,5 1,875 6,875
PE-0063-0024/2010 CPFL-Paulista 1 4 0 0 0 1,875 6,875
PE-0380-0008/2010 ESCELSA 1 1 0,5 1 1,5 1,875 6,875
PE-5373-0001/2009 COOPERMILA 3 3 0 0 0,25 0,625 6,875
PE-5363-0001/2009 CERGRAL 3 3 0 0 0,25 0,625 6,875
PE-0063-0025/2009 CPFL-Paulista 1 4 0 0 0 1,875 6,875
PE-0047-0001/2008 COELBA 2 1 0,5 0 0,75 2,5 6,75
PE-0391-0022/2010 BANDEIRANTE 1 4 0 0 0,5 1,25 6,75
PE-0043-0043/2012 CELPE 2 2 0 0 0,75 1,875 6,625
PE-0073-0001/2009 CSPE 1 4 0 0 0 1,25 6,25
PE-0071-0001/2009 CPEE 1 4 0 0 0 1,25 6,25
PE-0047-0042/2010 COELBA 2 1 0 0 0,75 2,5 6,25
PE-0047-0057/2010 COELBA 2 1 0 0 0,75 2,5 6,25
PE-0047-0065/2011 COELBA 2 1 0 0 0,75 2,5 6,25
PE-2866-0007/2009 COPEL-DIS 1 3 0 0 0,25 1,875 6,125
PE-0039-0001/2008 COELCE 2 1 0 0 1,25 1,875 6,125
PE-0404-0013/2010 ENERSUL 2 2 0 0 0,75 1,25 6
PE-0404-0020/2010 ENERSUL 2 2 0 0 0,75 1,25 6
PE-0391-0002/2008 BANDEIRANTE 1 3 0 0 0,75 1,25 6
PE-0401-0002/2012 MUX-Energia 3 2 0 0 0,25 0,625 5,875
PE-5386-0907/2012 CERIM 2 2 0 1 0,25 0,625 5,875
PE-7016-0001/2009 COORSEL 3 2 0 0 0,25 0,625 5,875
PE-0047-0018/2008 COELBA 2 2 0 0 0 1,875 5,875
PE-2763-2013/2013 Ceriluz 2 2 0 1 0,25 0,625 5,875
PE-5370-0001/2009 COOPERA 3 2 0 0 0,25 0,625 5,875
PE-0404-0003/2009 ENERSUL 1 1 0,5 1 0,5 1,875 5,875
PE-5353-0001/2009 CERGAL 3 2 0 0 0,25 0,625 5,875
PE-0088-0002/2012 EFLJC 2 2 0 1 0,25 0,625 5,875
PE-5368-0001/2009 CERSUL 3 2 0 0 0,25 0,625 5,875
PE-0405-0005/2009 CEMAT 3 2 0 0 0 0,625 5,625
PE-0072-0001/2008 CLFSC 1 4 0 0 0 0,625 5,625
PE-6585-0008/2009 EMG 1 2 0 1 0,25 1,25 5,5
PE-0369-0006/2010 CERON 2 1 0 0 0,5 1,875 5,375
116

PE-0047-0074/2012 COELBA 1 1 0 0 0,75 2,5 5,25


PE-0383-0054/2009 AMPLA 2 1 0 0 0 1,875 4,875
PE-5371-0001/2013 COOPERCOCAL 2 1 0 1 0,25 0,625 4,875
PE-0383-0040/2009 AMPLA 2 1 0 0 0 1,875 4,875
PE-0381-0003/2009 ELFSM 1 1 0,5 1 0 1,25 4,75
PE-0047-0077/2013 COELBA 1 1 0 0 0,75 1,875 4,625
PE-0401-0004/2014 MUX-Energia 2 2 0 0 0 0,625 4,625
PE-6585-0001/2008 EMG 1 2 0 0 0,25 1,25 4,5
PE-0047-0017/2008 COELBA 1 1 0 0 1,25 1,25 4,5
PE-0381-0007/2012 ELFSM 2 1 0 0 0,25 1,25 4,5
PE-0047-0032/2009 COELBA 1 1 0 0 1 1,25 4,25
PE-0381-0001/2009 ELFSM 2 1 0 0 0 1,25 4,25
PE-0037-0001/2008 CEMAR 1 1 0 0 0,25 1,875 4,125
PE-5364-0001/2012 CERMOFUL 1 1 0 1 0,25 0,625 3,875
PE-6612-0002/2009 ENF 1 1 0 1 0,25 0,625 3,875
PE-6610-0113/2013 CERMC 1 1 0 1 0,25 0,625 3,875
PE-5378-1607/2012 CERIPA 1 1 0 0 0,25 0,625 2,875
PE-0047-0038/2009 COELBA 1 1 0 0 0 0,625 2,625
117

APÊNDICE B – Resultados do Indicador 1

CAT/EE
Código do Projeto Concessionária Pontuação
(R$/MWh)
PE-5379-0001/2010 CETRIL 28,63 4
PE-6898-0001/2009 CERBRANORTE 48,57 4
PE-0397-0008/2009 RGE 49,14 4
PE-0072-0004/2008 CLFSC 55,22 4
PE-0046-0003/2009 SULGIPE 62,55 4
PE-0040-0010/2011 COSERN 67,60 4
PE-0385-0020/2012 ELEKTRO 68,53 4
PE-0397-0002/2008 RGE 69,63 4
PE-0405-0016/2009 CEMAT 72,28 4
PE-0046-0007/2012 SULGIPE 73,86 4
PE-0103-0003/2008 CHESP 78,08 4
PE-0046-0005/2010 SULGIPE 79,07 4
PE-0040-0001/2008 COSERN 79,29 4
PE-0385-0014/2011 ELEKTRO 92,78 4
PE-0039-0015/2011 COELCE 95,41 4
PE-6611-1101/2011 EBO 96,51 4
PE-0397-0011/2010 RGE 103,59 4
PE-0397-0018/2011 RGE 103,80 4
PE-2783-0001/2008 CRERAL 105,12 4
PE-5365-0001/2009 CERPALO 105,82 4
PE-0382-0010/2008 LIGHT 107,06 4
PE-6896-0001/2009 CEJAMA 107,12 4
PE-0037-0008/2012 CEMAR 108,53 4
PE-0039-0009/2010 COELCE 111,72 4
PE-2937-0010/2009 CPFL- Piratininga 112,39 4
PE-0082-0001/2010 COCEL 121,15 4
PE-0405-0005/2009 CEMAT 121,23 3
PE-5369-0001/2012 CERTREL 122,01 3
PE-2904-0001/2009 COOPERALIANÇA 126,03 3
PE-6600-0001/2008 EPB 127,88 3
PE-0086-0001/2010 EFLUL 130,18 3
PE-0047-0078/2013 COELBA 130,76 3
PE-5363-0001/2009 CERGRAL 132,51 3
PE-0385-0019/2011 ELEKTRO 133,44 3
PE-2904-0002/2010 COOPERALIANÇA 135,73 3
PE-6612-0013/2012 ENF 139,65 3
PE-0401-0002/2012 MUX-Energia 140,75 3
PE-5353-0001/2009 CERGAL 150,92 3
PE-3223-0001/2008 CERTAJA ENERGIA 152,02 3
PE-0396-0013/2009 AES-SUL 152,13 3
PE-5373-0001/2009 COOPERMILA 154,67 3
118

PE-0404-0019/2010 ENERSUL 161,99 3


PE-5379-1707/2012 CETRIL 162,11 3
PE-5368-0001/2009 CERSUL 163,16 3
PE-0381-0005/2011 ELFSM 163,37 3
PE-2866-0001/2008 COPEL-DIS 164,64 3
PE-0405-0004/2009 CEMAT 165,44 3
PE-2351-0001/2011 COPREL 165,62 3
PE-5370-0001/2009 COOPERA 166,26 3
PE-0039-0008/2009 COELCE 167,47 3
PE-0043-0022/2010 CELPE 170,95 3
PE-7016-0001/2009 COORSEL 171,52 3
PE-0404-0012/2010 ENERSUL 172,72 2
PE-0381-0001/2009 ELFSM 174,66 2
PE-0381-0007/2012 ELFSM 178,23 2
PE-5386-0907/2012 CERIM 180,24 2
PE-0039-0001/2008 COELCE 180,76 2
PE-0047-0042/2010 COELBA 181,75 2
PE-6611-0003/2009 EBO 184,78 2
PE-6587-0002/2010 ESE 185,36 2
PE-0043-0040/2012 CELPE 192,64 2
PE-0047-0001/2008 COELBA 193,24 2
PE-2866-0068/2011 COPEL-DIS 200,37 2
PE-0369-0006/2010 CERON 201,27 2
PE-0047-0065/2011 COELBA 202,88 2
PE-0047-0057/2010 COELBA 204,19 2
PE-0043-0039/2011 CELPE 206,13 2
PE-5371-0001/2013 COOPERCOCAL 206,45 2
PE-2763-2013/2013 Ceriluz 207,64 2
PE-0383-0040/2009 AMPLA 208,46 2
PE-0088-0002/2012 EFLJC 210,85 2
PE-0401-0004/2014 MUX-Energia 211,66 2
PE-0383-0054/2009 AMPLA 213,81 2
PE-0404-0013/2010 ENERSUL 226,58 2
PE-0404-0020/2010 ENERSUL 226,75 2
PE-0047-0018/2008 COELBA 227,11 2
PE-0043-0043/2012 CELPE 227,80 2
PE-0383-0005/2010 AMPLA 228,45 2
PE-0404-0003/2009 ENERSUL 228,94 1
PE-2866-0031/2010 COPEL-DIS 230,95 1
PE-6612-0002/2009 ENF 238,44 1
PE-0047-0077/2013 COELBA 239,02 1
PE-6585-0001/2008 EMG 240,34 1
PE-6585-0008/2009 EMG 245,45 1
PE-0381-0003/2009 ELFSM 252,40 1
PE-0037-0001/2008 CEMAR 255,42 1
PE-0383-0016/2008 AMPLA 259,09 1
119

PE-0047-0038/2009 COELBA 260,47 1


PE-5364-0001/2012 CERMOFUL 260,73 1
PE-6585-0012/2010 EMG 260,94 1
PE-0047-0074/2012 COELBA 266,23 1
PE-0380-0008/2010 ESCELSA 270,25 1
PE-0047-0032/2009 COELBA 281,74 1
PE-0072-0001/2008 CLFSC 301,41 1
PE-0063-0024/2010 CPFL-Paulista 303,39 1
PE-2866-0007/2009 COPEL-DIS 306,90 1
PE-5378-1607/2012 CERIPA 313,69 1
PE-0071-0001/2009 CPEE 317,85 1
PE-0073-0001/2009 CSPE 336,37 1
PE-6610-0113/2013 CERMC 367,73 1
PE-0047-0017/2008 COELBA 377,26 1
PE-0063-0025/2009 CPFL-Paulista 453,03 1
PE-0391-0022/2010 BANDEIRANTE 666,21 1
PE-0391-0002/2008 BANDEIRANTE 895,09 1
120

APÊNDICE C – Resultados do Indicador 2

Código do projeto Concessionária CAT/DRP Pontuação


(R$/kW)
PE-5379-0001/2010 CETRIL 85,82 4
PE-6898-0001/2009 CERBRANORTE 115,92 4
PE-0397-0008/2009 RGE 117,75 4
PE-0071-0001/2009 CPEE 128,90 4
PE-0073-0001/2009 CSPE 141,24 4
PE-0397-0002/2008 RGE 164,95 4
PE-0072-0001/2008 CLFSC 177,48 4
PE-0063-0024/2010 CPFL-Paulista 185,58 4
PE-0103-0003/2008 CHESP 198,63 4
PE-0072-0004/2008 CLFSC 209,65 4
PE-0385-0020/2012 ELEKTRO 211,15 4
PE-0397-0011/2010 RGE 214,14 4
PE-6611-1101/2011 EBO 226,33 4
PE-2937-0010/2009 CPFL- Piratininga 232,87 4
PE-0046-0003/2009 SULGIPE 242,89 4
PE-2783-0001/2008 CRERAL 244,47 4
PE-0397-0018/2011 RGE 255,39 4
PE-0082-0001/2010 COCEL 260,26 4
PE-6896-0001/2009 CEJAMA 263,85 4
PE-2866-0001/2008 COPEL-DIS 264,95 4
PE-0063-0025/2009 CPFL-Paulista 282,57 4
PE-0046-0007/2012 SULGIPE 282,78 4
PE-0047-0078/2013 COELBA 299,30 4
PE-0391-0022/2010 BANDEIRANTE 301,68 4
PE-0385-0014/2011 ELEKTRO 305,92 4
PE-2866-0031/2010 COPEL-DIS 305,93 4
PE-0040-0010/2011 COSERN 309,65 3
PE-0039-0015/2011 COELCE 314,71 3
PE-5365-0001/2009 CERPALO 318,74 3
PE-0046-0005/2010 SULGIPE 330,63 3
PE-0391-0002/2008 BANDEIRANTE 346,63 3
PE-0405-0016/2009 CEMAT 354,90 3
PE-0396-0013/2009 AES-SUL 355,93 3
PE-0040-0001/2008 COSERN 357,99 3
PE-0043-0040/2012 CELPE 363,62 3
PE-5363-0001/2009 CERGRAL 387,64 3
PE-5373-0001/2009 COOPERMILA 405,07 3
PE-5369-0001/2012 CERTREL 408,85 3
PE-5379-1707/2012 CETRIL 412,92 3
PE-2351-0001/2011 COPREL 419,27 3
PE-0383-0016/2008 AMPLA 423,88 3
121

PE-6600-0001/2008 EPB 428,76 3


PE-3223-0001/2008 CERTAJA ENERGIA 436,31 3
PE-0385-0019/2011 ELEKTRO 457,24 3
PE-2866-0007/2009 COPEL-DIS 459,19 3
PE-2904-0001/2009 COOPERALIANÇA 461,74 3
PE-2866-0068/2011 COPEL-DIS 464,82 3
PE-0404-0019/2010 ENERSUL 481,31 3
PE-2904-0002/2010 COOPERALIANÇA 487,85 3
PE-6612-0013/2012 ENF 502,25 3
PE-0404-0012/2010 ENERSUL 512,77 3
PE-5353-0001/2009 CERGAL 529,28 2
PE-0405-0004/2009 CEMAT 529,89 2
PE-0043-0039/2011 CELPE 535,87 2
PE-0382-0010/2008 LIGHT 539,67 2
PE-0037-0008/2012 CEMAR 541,36 2
PE-0401-0004/2014 MUX-Energia 542,29 2
PE-0039-0008/2009 COELCE 544,84 2
PE-2763-2013/2013 Ceriluz 550,05 2
PE-7016-0001/2009 COORSEL 571,54 2
PE-5368-0001/2009 CERSUL 579,32 2
PE-0043-0022/2010 CELPE 584,05 2
PE-5370-0001/2009 COOPERA 593,89 2
PE-6585-0001/2008 EMG 600,94 2
PE-0405-0005/2009 CEMAT 616,36 2
PE-0043-0043/2012 CELPE 634,15 2
PE-0401-0002/2012 MUX-Energia 640,10 2
PE-6587-0002/2010 ESE 641,47 2
PE-0047-0018/2008 COELBA 644,30 2
PE-5386-0907/2012 CERIM 644,91 2
PE-0088-0002/2012 EFLJC 656,58 2
PE-0383-0005/2010 AMPLA 672,44 2
PE-0404-0013/2010 ENERSUL 674,15 2
PE-0404-0020/2010 ENERSUL 676,21 2
PE-0086-0001/2010 EFLUL 677,51 2
PE-6611-0003/2009 EBO 701,36 2
PE-6585-0008/2009 EMG 709,44 2
PE-0404-0003/2009 ENERSUL 719,38 1
PE-0047-0032/2009 COELBA 734,52 1
PE-0039-0001/2008 COELCE 759,97 1
PE-5371-0001/2013 COOPERCOCAL 768,99 1
PE-5378-1607/2012 CERIPA 774,94 1
PE-0381-0005/2011 ELFSM 784,52 1
PE-0381-0007/2012 ELFSM 787,41 1
PE-0047-0065/2011 COELBA 816,59 1
PE-6612-0002/2009 ENF 825,68 1
PE-0047-0057/2010 COELBA 825,75 1
122

PE-0047-0001/2008 COELBA 828,24 1


PE-6585-0012/2010 EMG 839,54 1
PE-0037-0001/2008 CEMAR 841,75 1
PE-0047-0042/2010 COELBA 864,38 1
PE-5364-0001/2012 CERMOFUL 866,75 1
PE-0380-0008/2010 ESCELSA 890,34 1
PE-0047-0077/2013 COELBA 915,21 1
PE-0047-0017/2008 COELBA 983,58 1
PE-0047-0074/2012 COELBA 1022,31 1
PE-0047-0038/2009 COELBA 1226,54 1
PE-6610-0113/2013 CERMC 1249,62 1
PE-0369-0006/2010 CERON 1259,37 1
PE-0381-0003/2009 ELFSM 1458,98 1
PE-0381-0001/2009 ELFSM 1550,36 1
PE-0383-0040/2009 AMPLA 1826,13 1
PE-0383-0054/2009 AMPLA 1872,94 1
PE-0039-0009/2010 COELCE 0,00 0
123

APÊNDICE D – Resultados do Indicador 3

Código do projeto Concessionária Pontuação


PE-0397-0008/2009 RGE 0,5
PE-6600-0001/2008 EPB 0,5
PE-0404-0019/2010 ENERSUL 0,5
PE-0040-0001/2008 COSERN 0,5
PE-0396-0013/2009 AES-SUL 0,5
PE-0046-0003/2009 SULGIPE 0,5
PE-0397-0018/2011 RGE 0,5
PE-0046-0005/2010 SULGIPE 0,5
PE-6585-0012/2010 EMG 0,5
PE-0046-0007/2012 SULGIPE 0,5
PE-0385-0014/2011 ELEKTRO 0,5
PE-0047-0001/2008 COELBA 0,5
PE-0397-0002/2008 RGE 0,5
PE-0082-0001/2010 COCEL 0,5
PE-0397-0011/2010 RGE 0,5
PE-0380-0008/2010 ESCELSA 0,5
PE-0404-0003/2009 ENERSUL 0,5
PE-0381-0003/2009 ELFSM 0,5
PE-2937-0010/2009 CPFL- Piratininga 0,5
PE-0381-0005/2011 ELFSM 0,5
PE-6587-0002/2010 ESE 0,5
PE-0382-0010/2008 LIGHT 0,5
PE-6611-0003/2009 EBO 0,5
PE-0383-0016/2008 AMPLA 0,5
PE-0385-0020/2012 ELEKTRO 0,5
PE-5379-0001/2010 CETRIL 0
PE-2866-0031/2010 COPEL-DIS 0
PE-0405-0004/2009 CEMAT 0
PE-0063-0024/2010 CPFL-Paulista 0
PE-5364-0001/2012 CERMOFUL 0
PE-0063-0025/2009 CPFL-Paulista 0
PE-6610-0113/2013 CERMC 0
PE-0071-0001/2009 CPEE 0
PE-2763-2013/2013 Ceriluz 0
PE-0072-0001/2008 CLFSC 0
PE-0047-0042/2010 COELBA 0
PE-0072-0004/2008 CLFSC 0
PE-5370-0001/2009 COOPERA 0
PE-0073-0001/2009 CSPE 0
PE-6585-0008/2009 EMG 0
PE-0037-0008/2012 CEMAR 0
PE-0047-0078/2013 COELBA 0
124

PE-0086-0001/2010 EFLUL 0
PE-0405-0016/2009 CEMAT 0
PE-0088-0002/2012 EFLJC 0
PE-2866-0001/2008 COPEL-DIS 0
PE-0103-0003/2008 CHESP 0
PE-2904-0001/2009 COOPERALIANÇA 0
PE-0369-0006/2010 CERON 0
PE-5353-0001/2009 CERGAL 0
PE-0040-0010/2011 COSERN 0
PE-5368-0001/2009 CERSUL 0
PE-0381-0001/2009 ELFSM 0
PE-5373-0001/2009 COOPERMILA 0
PE-0043-0022/2010 CELPE 0
PE-5386-0907/2012 CERIM 0
PE-0043-0039/2011 CELPE 0
PE-0047-0065/2011 COELBA 0
PE-0381-0007/2012 ELFSM 0
PE-6611-1101/2011 EBO 0
PE-0043-0040/2012 CELPE 0
PE-0404-0020/2010 ENERSUL 0
PE-0383-0005/2010 AMPLA 0
PE-0405-0005/2009 CEMAT 0
PE-0043-0043/2012 CELPE 0
PE-2351-0001/2011 COPREL 0
PE-0383-0040/2009 AMPLA 0
PE-2783-0001/2008 CRERAL 0
PE-0383-0054/2009 AMPLA 0
PE-2866-0007/2009 COPEL-DIS 0
PE-0039-0001/2008 COELCE 0
PE-2866-0068/2011 COPEL-DIS 0
PE-0385-0019/2011 ELEKTRO 0
PE-2904-0002/2010 COOPERALIANÇA 0
PE-6612-0013/2012 ENF 0
PE-3223-0001/2008 CERTAJA ENERGIA 0
PE-6896-0001/2009 CEJAMA 0
PE-5363-0001/2009 CERGRAL 0
PE-7016-0001/2009 COORSEL 0
PE-5365-0001/2009 CERPALO 0
PE-0039-0008/2009 COELCE 0
PE-5369-0001/2012 CERTREL 0
PE-0039-0009/2010 COELCE 0
PE-5371-0001/2013 COOPERCOCAL 0
PE-0039-0015/2011 COELCE 0
PE-5378-1607/2012 CERIPA 0
PE-0047-0017/2008 COELBA 0
PE-5379-1707/2012 CETRIL 0
125

PE-0047-0018/2008 COELBA 0
PE-6585-0001/2008 EMG 0
PE-0401-0002/2012 MUX-Energia 0
PE-0047-0057/2010 COELBA 0
PE-0401-0004/2014 MUX-Energia 0
PE-0047-0074/2012 COELBA 0
PE-0047-0032/2009 COELBA 0
PE-0047-0077/2013 COELBA 0
PE-0404-0012/2010 ENERSUL 0
PE-6612-0002/2009 ENF 0
PE-0404-0013/2010 ENERSUL 0
PE-0047-0038/2009 COELBA 0
PE-6898-0001/2009 CERBRANORTE 0
PE-0391-0002/2008 BANDEIRANTE 0
PE-0037-0001/2008 CEMAR 0
PE-0391-0022/2010 BANDEIRANTE 0
126

APÊNDICE E – Resultados do Indicador 4

Código do projeto Concessionária Pontuação


PE-6610-0113/2013 CERMC 1
PE-3223-0001/2008 CERTAJA ENERGIA 1
PE-2351-0001/2011 COPREL 1
PE-0040-0001/2008 COSERN 1
PE-5386-0907/2012 CERIM 1
PE-0046-0003/2009 SULGIPE 1
PE-0397-0018/2011 RGE 1
PE-0046-0005/2010 SULGIPE 1
PE-2904-0002/2010 COOPERALIANÇA 1
PE-0046-0007/2012 SULGIPE 1
PE-5371-0001/2013 COOPERCOCAL 1
PE-0082-0001/2010 COCEL 1
PE-6585-0012/2010 EMG 1
PE-0086-0001/2010 EFLUL 1
PE-0397-0011/2010 RGE 1
PE-0088-0002/2012 EFLJC 1
PE-0404-0003/2009 ENERSUL 1
PE-0380-0008/2010 ESCELSA 1
PE-2763-2013/2013 Ceriluz 1
PE-0381-0003/2009 ELFSM 1
PE-2937-0010/2009 CPFL- Piratininga 1
PE-0381-0005/2011 ELFSM 1
PE-5364-0001/2012 CERMOFUL 1
PE-0382-0010/2008 LIGHT 1
PE-5379-1707/2012 CETRIL 1
PE-0385-0014/2011 ELEKTRO 1
PE-6585-0008/2009 EMG 1
PE-0396-0013/2009 AES-SUL 1
PE-6587-0002/2010 ESE 1
PE-0397-0002/2008 RGE 1
PE-6612-0002/2009 ENF 1
PE-0397-0008/2009 RGE 1
PE-0385-0020/2012 ELEKTRO 1
PE-0073-0001/2009 CSPE 0
PE-0047-0077/2013 COELBA 0
PE-2866-0031/2010 COPEL-DIS 0
PE-0040-0010/2011 COSERN 0
PE-5379-0001/2010 CETRIL 0
PE-0103-0003/2008 CHESP 0
PE-0047-0042/2010 COELBA 0
PE-0369-0006/2010 CERON 0
PE-0047-0065/2011 COELBA 0
127

PE-0043-0022/2010 CELPE 0
PE-5370-0001/2009 COOPERA 0
PE-0381-0001/2009 ELFSM 0
PE-0071-0001/2009 CPEE 0
PE-0043-0039/2011 CELPE 0
PE-0037-0008/2012 CEMAR 0
PE-0043-0040/2012 CELPE 0
PE-2866-0001/2008 COPEL-DIS 0
PE-0381-0007/2012 ELFSM 0
PE-2904-0001/2009 COOPERALIANÇA 0
PE-0043-0043/2012 CELPE 0
PE-5353-0001/2009 CERGAL 0
PE-0383-0005/2010 AMPLA 0
PE-5368-0001/2009 CERSUL 0
PE-0383-0016/2008 AMPLA 0
PE-5373-0001/2009 COOPERMILA 0
PE-0383-0040/2009 AMPLA 0
PE-0063-0025/2009 CPFL-Paulista 0
PE-0383-0054/2009 AMPLA 0
PE-0072-0004/2008 CLFSC 0
PE-0039-0001/2008 COELCE 0
PE-6611-1101/2011 EBO 0
PE-0385-0019/2011 ELEKTRO 0
PE-0047-0038/2009 COELBA 0
PE-6612-0013/2012 ENF 0
PE-2783-0001/2008 CRERAL 0
PE-6896-0001/2009 CEJAMA 0
PE-2866-0007/2009 COPEL-DIS 0
PE-7016-0001/2009 COORSEL 0
PE-2866-0068/2011 COPEL-DIS 0
PE-0039-0008/2009 COELCE 0
PE-0047-0057/2010 COELBA 0
PE-0039-0009/2010 COELCE 0
PE-0047-0074/2012 COELBA 0
PE-0047-0001/2008 COELBA 0
PE-5363-0001/2009 CERGRAL 0
PE-0047-0017/2008 COELBA 0
PE-5365-0001/2009 CERPALO 0
PE-0047-0018/2008 COELBA 0
PE-5369-0001/2012 CERTREL 0
PE-0401-0002/2012 MUX-Energia 0
PE-0047-0078/2013 COELBA 0
PE-0401-0004/2014 MUX-Energia 0
PE-5378-1607/2012 CERIPA 0
PE-0047-0032/2009 COELBA 0
PE-0063-0024/2010 CPFL-Paulista 0
128

PE-0404-0012/2010 ENERSUL 0
PE-6585-0001/2008 EMG 0
PE-0404-0013/2010 ENERSUL 0
PE-0072-0001/2008 CLFSC 0
PE-0404-0019/2010 ENERSUL 0
PE-6600-0001/2008 EPB 0
PE-0404-0020/2010 ENERSUL 0
PE-6611-0003/2009 EBO 0
PE-0405-0004/2009 CEMAT 0
PE-0039-0015/2011 COELCE 0
PE-0405-0005/2009 CEMAT 0
PE-0405-0016/2009 CEMAT 0
PE-6898-0001/2009 CERBRANORTE 0
PE-0391-0002/2008 BANDEIRANTE 0
PE-0037-0001/2008 CEMAR 0
PE-0391-0022/2010 BANDEIRANTE 0
129

APÊNDICE F – Resultados do Indicador 5

Orientações Orientações Lúdico- Capacitação


Código do projeto Concessionária Profissionalizante Liderança Concurso Pontuação
orais escritas informáticos EE
PE-0396-0013/2009 AES-SUL Sim Sim Sim Sim Sim 2,25
PE-0397-0002/2008 RGE Sim Sim Sim Sim 1,75
PE-2937-0010/2009 CPFL- Piratininga Sim Sim Sim Sim 1,75
PE-0046-0003/2009 SULGIPE Sim Sim Sim Sim 1,5
PE-0380-0008/2010 ESCELSA Sim Sim Sim Sim 1,5
PE-0383-0005/2010 AMPLA Sim Sim Sim Sim 1,5
PE-0039-0001/2008 COELCE Sim Sim Sim 1,25
PE-0039-0008/2009 COELCE Sim Sim Sim 1,25
PE-0046-0005/2010 SULGIPE Sim Sim Sim 1,25
PE-0047-0017/2008 COELBA Sim Sim Sim 1,25
PE-0082-0001/2010 COCEL Sim Sim Sim 1,25
PE-0397-0008/2009 RGE Sim Sim Sim 1,25
PE-0397-0011/2010 RGE Sim Sim Sim 1,25
PE-6587-0002/2010 ESE Sim Sim Sim 1,25
PE-6611-0003/2009 EBO Sim Sim Sim 1,25
PE-0043-0040/2012 CELPE Sim Sim 1
PE-0047-0032/2009 COELBA Sim Sim 1
PE-0382-0010/2008 LIGHT Sim Sim 1
PE-6585-0012/2010 EMG Sim Sim 1
PE-0037-0008/2012 CEMAR Sim Sim 0,75
PE-0040-0010/2011 COSERN Sim Sim 0,75
PE-0043-0022/2010 CELPE Sim Sim 0,75
PE-0043-0043/2012 CELPE Sim Sim 0,75
PE-0046-0007/2012 SULGIPE Sim Sim 0,75
PE-0047-0001/2008 COELBA Sim Sim 0,75
130

PE-0047-0042/2010 COELBA Sim Sim 0,75


PE-0047-0057/2010 COELBA Sim Sim 0,75
PE-0047-0065/2011 COELBA Sim Sim 0,75
PE-0047-0074/2012 COELBA Sim Sim 0,75
PE-0047-0077/2013 COELBA Sim Sim 0,75
PE-0047-0078/2013 COELBA Sim Sim 0,75
PE-0385-0014/2011 ELEKTRO Sim Sim 0,75
PE-0385-0020/2012 ELEKTRO Sim Sim 0,75
PE-0391-0002/2008 BANDEIRANTE Sim Sim 0,75
PE-0397-0018/2011 RGE Sim Sim 0,75
PE-0404-0012/2010 ENERSUL Sim Sim 0,75
PE-0404-0013/2010 ENERSUL Sim Sim 0,75
PE-0404-0019/2010 ENERSUL Sim Sim 0,75
PE-0404-0020/2010 ENERSUL Sim Sim 0,75
PE-2351-0001/2011 COPREL Sim Sim 0,75
PE-2866-0001/2008 COPEL-DIS Sim Sim 0,75
PE-2866-0031/2010 COPEL-DIS Sim Sim 0,75
CERTAJA
PE-3223-0001/2008 Sim Sim 0,75
ENERGIA
PE-5365-0001/2009 CERPALO Sim Sim 0,75
PE-5369-0001/2012 CERTREL Sim Sim 0,75
PE-6600-0001/2008 EPB Sim Sim 0,75
PE-6611-1101/2011 EBO Sim Sim 0,75
PE-6612-0013/2012 ENF Sim Sim 0,75
PE-6896-0001/2009 CEJAMA Sim Sim 0,75
PE-6898-0001/2009 CERBRANORTE Sim Sim 0,75
PE-0039-0009/2010 COELCE Sim 0,5
PE-0040-0001/2008 COSERN Sim 0,5
PE-0043-0039/2011 CELPE Sim 0,5
PE-0369-0006/2010 CERON Sim 0,5
131

PE-0383-0016/2008 AMPLA Sim 0,5


PE-0391-0022/2010 BANDEIRANTE Sim 0,5
PE-0404-0003/2009 ENERSUL Sim 0,5
PE-2866-0068/2011 COPEL-DIS Sim 0,5
PE-0037-0001/2008 CEMAR Sim 0,25
PE-0086-0001/2010 EFLUL Sim 0,25
PE-0088-0002/2012 EFLJC Sim 0,25
PE-0381-0005/2011 ELFSM Sim 0,25
PE-0381-0007/2012 ELFSM Sim 0,25
PE-0385-0019/2011 ELEKTRO Sim 0,25
PE-0401-0002/2012 MUX-Energia Sim 0,25
PE-0405-0004/2009 CEMAT Sim 0,25
PE-2763-2013/2013 Ceriluz Sim 0,25
PE-2866-0007/2009 COPEL-DIS Sim 0,25
PE-2904-0001/2009 COOPERALIANÇA Sim 0,25
PE-2904-0002/2010 COOPERALIANÇA Sim 0,25
PE-5353-0001/2009 CERGAL Sim 0,25
PE-5363-0001/2009 CERGRAL Sim 0,25
PE-5364-0001/2012 CERMOFUL Sim 0,25
PE-5368-0001/2009 CERSUL Sim 0,25
PE-5370-0001/2009 COOPERA Sim 0,25
PE-5371-0001/2013 COOPERCOCAL Sim 0,25
PE-5373-0001/2009 COOPERMILA Sim 0,25
PE-5378-1607/2012 CERIPA Sim 0,25
PE-5379-0001/2010 CETRIL Sim 0,25
PE-5379-1707/2012 CETRIL Sim 0,25
PE-5386-0907/2012 CERIM Sim 0,25
PE-6585-0001/2008 EMG Sim 0,25
PE-6585-0008/2009 EMG Sim 0,25
PE-6610-0113/2013 CERMC Sim 0,25
132

PE-6612-0002/2009 ENF Sim 0,25


PE-7016-0001/2009 COORSEL Sim 0,25
PE-0039-0015/2011 COELCE 0
PE-0047-0018/2008 COELBA 0
PE-0047-0038/2009 COELBA 0
PE-0063-0024/2010 CPFL-Paulista 0
PE-0063-0025/2009 CPFL-Paulista 0
PE-0071-0001/2009 CPEE 0
PE-0072-0001/2008 CLFSC 0
PE-0072-0004/2008 CLFSC 0
PE-0073-0001/2009 CSPE 0
PE-0103-0003/2008 CHESP 0
PE-0381-0001/2009 ELFSM 0
PE-0381-0003/2009 ELFSM 0
PE-0383-0040/2009 AMPLA 0
PE-0383-0054/2009 AMPLA 0
PE-0401-0004/2014 MUX-Energia 0
PE-0405-0005/2009 CEMAT 0
PE-0405-0016/2009 CEMAT 0
PE-2783-0001/2008 CRERAL 0
133

APÊNDICE G – Resultados do Indicador 6

Código do projeto Concessionária Emissão evitada Pontuação


(tCO2/ano)
PE-0382-0010/2008 LIGHT 6769,37 2,5
PE-0047-0042/2010 COELBA 2389,66 2,5
PE-0385-0020/2012 ELEKTRO 2173,86 2,5
PE-2937-0010/2009 CPFL- Piratininga 2096,01 2,5
PE-0043-0022/2010 CELPE 2026,45 2,5
PE-0047-0057/2010 COELBA 1465,77 2,5
PE-2866-0068/2011 COPEL-DIS 1420,11 2,5
PE-2866-0001/2008 COPEL-DIS 1377,73 2,5
PE-0385-0014/2011 ELEKTRO 1336,04 2,5
PE-0396-0013/2009 AES-SUL 1211,77 2,5
PE-0397-0008/2009 RGE 1088,85 2,5
PE-0047-0065/2011 COELBA 1044,30 2,5
PE-0047-0001/2008 COELBA 1016,36 2,5
PE-0397-0018/2011 RGE 893,31 2,5
PE-0040-0010/2011 COSERN 891,73 2,5
PE-0040-0001/2008 COSERN 868,31 2,5
PE-0037-0008/2012 CEMAR 862,75 2,5
PE-0039-0015/2011 COELCE 846,76 2,5
PE-0039-0009/2010 COELCE 822,29 2,5
PE-0397-0011/2010 RGE 730,02 2,5
PE-6587-0002/2010 ESE 676,05 2,5
PE-0047-0074/2012 COELBA 662,31 2,5
PE-6585-0012/2010 EMG 655,94 2,5
PE-0043-0039/2011 CELPE 568,14 2,5
PE-0397-0002/2008 RGE 563,95 2,5
PE-0405-0016/2009 CEMAT 550,63 2,5
PE-0043-0043/2012 CELPE 527,20 1,875
PE-0039-0008/2009 COELCE 458,28 1,875
PE-0039-0001/2008 COELCE 446,99 1,875
PE-0383-0016/2008 AMPLA 439,42 1,875
PE-6600-0001/2008 EPB 343,06 1,875
PE-5379-0001/2010 CETRIL 239,10 1,875
PE-0385-0019/2011 ELEKTRO 224,31 1,875
PE-0037-0001/2008 CEMAR 208,35 1,875
PE-2866-0031/2010 COPEL-DIS 202,04 1,875
PE-0047-0018/2008 COELBA 188,02 1,875
PE-0046-0003/2009 SULGIPE 168,32 1,875
PE-0047-0077/2013 COELBA 160,75 1,875
PE-0383-0005/2010 AMPLA 136,15 1,875
PE-0063-0025/2009 CPFL-Paulista 134,21 1,875
PE-0063-0024/2010 CPFL-Paulista 130,93 1,875
134

PE-0383-0040/2009 AMPLA 124,66 1,875


PE-0383-0054/2009 AMPLA 116,45 1,875
PE-0369-0006/2010 CERON 105,91 1,875
PE-0046-0005/2010 SULGIPE 103,10 1,875
PE-0072-0004/2008 CLFSC 92,47 1,875
PE-2866-0007/2009 COPEL-DIS 92,35 1,875
PE-0046-0007/2012 SULGIPE 80,11 1,875
PE-0404-0003/2009 ENERSUL 77,51 1,875
PE-0405-0004/2009 CEMAT 74,29 1,875
PE-0380-0008/2010 ESCELSA 72,35 1,875
PE-0404-0012/2010 ENERSUL 67,10 1,875
PE-0381-0005/2011 ELFSM 63,27 1,25
PE-0082-0001/2010 COCEL 60,89 1,25
PE-0043-0040/2012 CELPE 58,41 1,25
PE-2351-0001/2011 COPREL 57,34 1,25
PE-0391-0002/2008 BANDEIRANTE 55,81 1,25
PE-0047-0078/2013 COELBA 52,44 1,25
PE-6611-0003/2009 EBO 49,26 1,25
PE-0391-0022/2010 BANDEIRANTE 46,78 1,25
PE-0047-0032/2009 COELBA 46,25 1,25
PE-6585-0001/2008 EMG 43,20 1,25
PE-0047-0017/2008 COELBA 42,95 1,25
PE-0404-0020/2010 ENERSUL 37,15 1,25
PE-0381-0007/2012 ELFSM 36,76 1,25
PE-6585-0008/2009 EMG 36,66 1,25
PE-0404-0013/2010 ENERSUL 34,87 1,25
PE-0381-0003/2009 ELFSM 32,83 1,25
PE-2904-0002/2010 COOPERALIANÇA 31,40 1,25
PE-3223-0001/2008 CERTAJA ENERGIA 30,72 1,25
PE-0086-0001/2010 EFLUL 29,04 1,25
PE-6898-0001/2009 CERBRANORTE 28,14 1,25
PE-0073-0001/2009 CSPE 27,26 1,25
PE-2904-0001/2009 COOPERALIANÇA 27,20 1,25
PE-0103-0003/2008 CHESP 25,73 1,25
PE-0071-0001/2009 CPEE 24,82 1,25
PE-0404-0019/2010 ENERSUL 21,91 1,25
PE-0381-0001/2009 ELFSM 18,43 1,25
PE-6611-1101/2011 EBO 16,44 0,625
PE-0072-0001/2008 CLFSC 14,89 0,625
PE-5370-0001/2009 COOPERA 14,60 0,625
PE-5379-1707/2012 CETRIL 11,90 0,625
PE-2783-0001/2008 CRERAL 10,91 0,625
PE-5364-0001/2012 CERMOFUL 10,82 0,625
PE-2763-2013/2013 Ceriluz 10,41 0,625
PE-6612-0002/2009 ENF 9,24 0,625
PE-5368-0001/2009 CERSUL 8,75 0,625
135

PE-6612-0013/2012 ENF 6,92 0,625


PE-5353-0001/2009 CERGAL 6,66 0,625
PE-5378-1607/2012 CERIPA 6,61 0,625
PE-0401-0004/2014 MUX-Energia 6,27 0,625
PE-5371-0001/2013 COOPERCOCAL 6,02 0,625
PE-5369-0001/2012 CERTREL 5,21 0,625
PE-0047-0038/2009 COELBA 5,10 0,625
PE-6610-0113/2013 CERMC 4,63 0,625
PE-5365-0001/2009 CERPALO 3,81 0,625
PE-0405-0005/2009 CEMAT 3,79 0,625
PE-0401-0002/2012 MUX-Energia 3,68 0,625
PE-7016-0001/2009 COORSEL 3,45 0,625
PE-6896-0001/2009 CEJAMA 2,96 0,625
PE-5386-0907/2012 CERIM 2,66 0,625
PE-0088-0002/2012 EFLJC 2,20 0,625
PE-5363-0001/2009 CERGRAL 2,02 0,625
PE-5373-0001/2009 COOPERMILA 1,07 0,625
136

APÊNDICE H – Pontuação geral por concessionária

Concessionária Número de Pontuação Geral


projetos
CPFL- Piratininga 1 13,75
RGE 4 13,25
AES-SUL 1 12,25
SULGIPE 3 12,21
COCEL 1 12,00
ELEKTRO 3 11,21
LIGHT 1 11,00
COSERN 2 10,88
CERBRANORTE 1 10,00
CEJAMA 1 9,38
CHESP 1 9,25
ESE 1 9,25
EPB 1 9,13
CERTAJA 1 9,00
ENERGIA
CETRIL 2 9,00
COPREL 1 9,00
CRERAL 1 8,63
CERPALO 1 8,38
EBO 2 8,19
COPEL-DIS 4 8,00
COOPERALIANÇA 2 8,00
CLFSC 2 7,75
COELCE 4 7,69
EFLUL 1 7,50
CEMAT 3 7,42
CERTREL 1 7,38
CELPE 4 7,28
CERGRAL 1 6,88
COOPERMILA 1 6,88
CPFL-Paulista 2 6,88
ESCELSA 1 6,88
ENERSUL 5 6,80
CEMAR 2 6,69
BANDEIRANTE 2 6,38
CPEE 1 6,25
CSPE 1 6,25
AMPLA 4 6,00
CERGAL 1 5,88
Ceriluz 1 5,88
137

CERIM 1 5,88
CERSUL 1 5,88
COOPERA 1 5,88
COORSEL 1 5,88
EFLJC 1 5,88
EMG 3 5,67
ENF 2 5,63
COELBA 11 5,60
CERON 1 5,38
MUX-Energia 2 5,25
ELFSM 4 5,13
COOPERCOCAL 1 4,88
CERMC 1 3,88
CERMOFUL 1 3,88
CERIPA 1 2,88
138

APÊNDICE I – Cenários da Análise de Sensibilidade

Análise 1 Análise 2 Análise 3


Código do projeto Conc. Nota Código do projeto Conc. Nota Código do projeto Conc. Nota
PE-0397-0002/2008 RGE 13,62 PE-0397-0002/2008 RGE 13,55 PE-0397-0002/2008 RGE 13,36
PE-2937-0010/2009 CPFL- Piratininga 13,62 PE-2937-0010/2009 CPFL- Piratininga 13,49 PE-2937-0010/2009 CPFL- Piratininga 13,36
PE-0397-0008/2009 RGE 13,08 PE-0397-0008/2009 RGE 12,97 PE-0397-0008/2009 RGE 12,74
PE-0397-0011/2010 RGE 13,08 PE-0397-0011/2010 RGE 12,97 PE-0397-0011/2010 RGE 12,74
PE-0046-0003/2009 SULGIPE 12,76 PE-0046-0003/2009 SULGIPE 12,65 PE-0046-0003/2009 SULGIPE 12,53
PE-0385-0014/2011 ELEKTRO 12,54 PE-0385-0014/2011 ELEKTRO 12,38 PE-0385-0014/2011 ELEKTRO 12,11
PE-0385-0020/2012 ELEKTRO 12,54 PE-0397-0018/2011 RGE 12,38 PE-0385-0020/2012 ELEKTRO 12,11
PE-0397-0018/2011 RGE 12,54 PE-0385-0020/2012 ELEKTRO 12,32 PE-0397-0018/2011 RGE 12,11
PE-0396-0013/2009 AES-SUL 12,19 PE-0396-0013/2009 AES-SUL 12,20 PE-0396-0013/2009 AES-SUL 12,08
PE-0046-0007/2012 SULGIPE 11,93 PE-0046-0007/2012 SULGIPE 11,73 PE-0082-0001/2010 COCEL 11,58
PE-0082-0001/2010 COCEL 11,86 PE-0082-0001/2010 COCEL 11,72 PE-0046-0007/2012 SULGIPE 11,53
PE-0046-0005/2010 SULGIPE 11,48 PE-0046-0005/2010 SULGIPE 11,34 PE-0046-0005/2010 SULGIPE 11,20
PE-0040-0001/2008 COSERN 11,26 PE-0040-0001/2008 COSERN 11,08 PE-0040-0001/2008 COSERN 10,77
PE-0039-0009/2010 COELCE 10,86 PE-0039-0009/2010 COELCE 10,79 PE-0039-0009/2010 COELCE 10,59

Análise 4 Análise 5 Análise 6


Código do projeto Conc. Nota Código do projeto Conc. Nota Código do projeto Conc. Nota
PE-0397-0002/2008 RGE 13,64 PE-0397-0002/2008 RGE 14,01 PE-0397-0002/2008 RGE 14,14
PE-2937-0010/2009 CPFL- Piratininga 13,64 PE-2937-0010/2009 CPFL- Piratininga 14,01 PE-2937-0010/2009 CPFL- Piratininga 14,14
PE-0397-0008/2009 RGE 13,18 PE-0397-0008/2009 RGE 13,59 PE-0397-0008/2009 RGE 13,76
PE-0397-0011/2010 RGE 13,18 PE-0397-0011/2010 RGE 13,59 PE-0397-0011/2010 RGE 13,76
PE-0046-0003/2009 SULGIPE 12,81 PE-0046-0003/2009 ELEKTRO 13,18 PE-0385-0014/2011 ELEKTRO 13,39
PE-0385-0014/2011 ELEKTRO 12,72 PE-0385-0014/2011 ELEKTRO 13,18 PE-0385-0020/2012 ELEKTRO 13,39
PE-0385-0020/2012 ELEKTRO 12,72 PE-0397-0018/2011 RGE 13,18 PE-0397-0018/2011 RGE 13,39
PE-0397-0018/2011 RGE 12,72 PE-0385-0020/2012 SULGIPE 13,10 PE-0046-0003/2009 SULGIPE 13,22
PE-0046-0007/2012 SULGIPE 12,14 PE-0396-0013/2009 SULGIPE 12,52 PE-0046-0007/2012 SULGIPE 12,72
PE-0396-0013/2009 AES-SUL 12,07 PE-0046-0007/2012 AES-SUL 12,36 PE-0082-0001/2010 COCEL 12,42
PE-0082-0001/2010 COCEL 12,02 PE-0082-0001/2010 COCEL 12,28 PE-0396-0013/2009 AES-SUL 12,42
PE-0046-0005/2010 SULGIPE 11,59 PE-0046-0005/2010 COSERN 11,98 PE-0040-0001/2008 COSERN 12,23
PE-0040-0001/2008 COSERN 11,50 PE-0040-0001/2008 SULGIPE 11,91 PE-0046-0005/2010 SULGIPE 12,05
PE-0382-0010/2008 LIGHT 10,94 PE-0039-0009/2010 LIGHT 11,37 PE-0382-0010/2008 LIGHT 11,55
139

Análise 7 Análise 8 Análise 9


Código do projeto Conc. Nota Código do projeto Conc. Nota Código do projeto Conc. Nota
PE-0397-0002/2008 RGE 13,77 PE-0397-0002/2008 RGE 13,79 PE-0397-0002/2008 RGE 13,81
PE-2937-0010/2009 CPFL- Piratininga 13,77 PE-2937-0010/2009 CPFL- Piratininga 13,79 PE-2937-0010/2009 CPFL- Piratininga 13,81
PE-0397-0008/2009 RGE 13,28 PE-0397-0008/2009 RGE 13,31 PE-0397-0008/2009 RGE 13,34
PE-0397-0011/2010 RGE 13,28 PE-0397-0011/2010 RGE 13,31 PE-0397-0011/2010 RGE 13,34
PE-0046-0003/2009 SULGIPE 12,83 PE-0385-0014/2011 ELEKTRO 12,82 PE-0385-0014/2011 ELEKTRO 12,86
PE-0385-0014/2011 ELEKTRO 12,79 PE-0385-0020/2012 ELEKTRO 12,82 PE-0385-0020/2012 ELEKTRO 12,86
PE-0385-0020/2012 ELEKTRO 12,79 PE-0397-0018/2011 RGE 12,82 PE-0397-0018/2011 RGE 12,86
PE-0397-0018/2011 RGE 12,79 PE-0046-0003/2009 SULGIPE 12,79 PE-0046-0003/2009 SULGIPE 12,75
PE-0396-0013/2009 AES-SUL 12,29 PE-0396-0013/2009 AES-SUL 12,33 PE-0396-0013/2009 AES-SUL 12,37
PE-0046-0007/2012 SULGIPE 12,10 PE-0046-0007/2012 SULGIPE 12,07 PE-0046-0007/2012 SULGIPE 12,04
PE-0082-0001/2010 COCEL 11,90 PE-0082-0001/2010 COCEL 11,81 PE-0082-0001/2010 COCEL 11,71
PE-0046-0005/2010 SULGIPE 11,60 PE-0040-0001/2008 COSERN 11,61 PE-0040-0001/2008 COSERN 11,67
PE-0040-0001/2008 COSERN 11,56 PE-0046-0005/2010 SULGIPE 11,58 PE-0046-0005/2010 SULGIPE 11,56
PE-0039-0009/2010 COELCE 11,14 PE-0039-0009/2010 COELCE 11,29 PE-0039-0009/2010 COELCE 11,43

Análise 10 Análise 11 Análise 12


Código do projeto Conc. Nota Código do projeto Conc. Nota Código do projeto Conc. Nota
PE-0397-0002/2008 RGE 13,73 PE-0397-0002/2008 RGE 13,71 PE-0397-0002/2008 RGE 13,69
PE-2937-0010/2009 CPFL- Piratininga 13,73 PE-2937-0010/2009 CPFL- Piratininga 13,71 PE-2937-0010/2009 CPFL- Piratininga 13,69
PE-0397-0008/2009 RGE 13,22 PE-0397-0008/2009 RGE 13,19 PE-0397-0008/2009 RGE 13,16
PE-0397-0011/2010 RGE 13,22 PE-0397-0011/2010 RGE 13,19 PE-0397-0011/2010 RGE 13,16
PE-0046-0003/2009 SULGIPE 12,92 PE-0046-0003/2009 SULGIPE 12,96 PE-0046-0003/2009 SULGIPE 13,00
PE-0385-0014/2011 ELEKTRO 12,71 PE-0385-0014/2011 ELEKTRO 12,68 PE-0385-0014/2011 ELEKTRO 12,64
PE-0385-0020/2012 ELEKTRO 12,71 PE-0385-0020/2012 ELEKTRO 12,68 PE-0385-0020/2012 ELEKTRO 12,64
PE-0397-0018/2011 RGE 12,71 PE-0397-0018/2011 RGE 12,68 PE-0397-0018/2011 RGE 12,64
PE-0396-0013/2009 AES-SUL 12,21 PE-0082-0001/2010 COCEL 12,19 PE-0082-0001/2010 COCEL 12,29
PE-0046-0007/2012 SULGIPE 12,15 PE-0046-0007/2012 SULGIPE 12,18 PE-0046-0007/2012 SULGIPE 12,21
PE-0082-0001/2010 COCEL 12,10 PE-0396-0013/2009 AES-SUL 12,17 PE-0396-0013/2009 AES-SUL 12,13
PE-0046-0005/2010 SULGIPE 11,65 PE-0046-0005/2010 SULGIPE 11,67 PE-0046-0005/2010 SULGIPE 11,69
PE-0040-0001/2008 COSERN 11,44 PE-0040-0001/2008 COSERN 11,39 PE-0040-0001/2008 COSERN 11,33
PE-0382-0010/2008 LIGHT 10,94 PE-0382-0010/2008 LIGHT 10,88 PE-0382-0010/2008 LIGHT 10,82
140

APÊNDICE J – Projetos com seus respectivos valores de


CAT/EE e CAT/DRP.

Os que estão selecionados com a cor cinza apresentam indicadores menores que os CMEs.

Código ANEEL Sigla CAT/EE (R$/MWh) CAT/DRP (R$/kW) TOTAL


PE-0397-0002/2008 RGE 69,63 164,95 11,25
PE-2937-0010/2009 CPFL- Piratininga 112,39 232,87 11,25
PE-0046-0003/2009 SULGIPE 62,55 242,89 11
PE-0397-0008/2009 RGE 49,14 117,75 10,75
PE-0397-0011/2010 RGE 103,59 214,14 10,75
PE-0082-0001/2010 COCEL 121,15 260,26 10,75
PE-0385-0020/2012 ELEKTRO 68,53 211,15 10,25
PE-0397-0018/2011 RGE 103,80 255,39 10,25
PE-0046-0007/2012 SULGIPE 73,86 282,78 10,25
PE-0385-0014/2011 ELEKTRO 92,78 305,92 10,25
PE-0046-0005/2010 SULGIPE 79,07 330,63 9,75
PE-0396-0013/2009 AES-SUL 152,13 355,93 9,75
PE-0040-0001/2008 COSERN 79,29 357,99 9
PE-6898-0001/2009 CERBRANORTE 48,57 115,92 8,75
PE-6611-1101/2011 EBO 96,51 226,33 8,75
PE-6896-0001/2009 CEJAMA 107,12 263,85 8,75
PE-0382-0010/2008 LIGHT 107,06 539,67 8,5
PE-5379-0001/2010 CETRIL 28,63 85,82 8,25
PE-0103-0003/2008 CHESP 78,08 198,63 8
PE-0072-0004/2008 CLFSC 55,22 209,65 8
PE-2783-0001/2008 CRERAL 105,12 244,47 8
PE-2866-0001/2008 COPEL-DIS 164,64 264,95 7,75
PE-0047-0078/2013 COELBA 130,76 299,30 7,75
PE-0040-0010/2011 COSERN 67,60 309,65 7,75
PE-5365-0001/2009 CERPALO 105,82 318,74 7,75
PE-2351-0001/2011 COPREL 165,62 419,27 7,75
PE-3223-0001/2008 CERTAJA ENERGIA 152,02 436,31 7,75
PE-5379-1707/2012 CETRIL 162,11 412,92 7,25
PE-6600-0001/2008 EPB 127,88 428,76 7,25
PE-0404-0019/2010 ENERSUL 161,99 481,31 7,25
PE-2904-0002/2010 COOPERALIANÇA 135,73 487,85 7,25
PE-0039-0015/2011 COELCE 95,41 314,71 7
PE-0405-0016/2009 CEMAT 72,28 354,90 7
PE-5369-0001/2012 CERTREL 122,01 408,85 6,75
PE-6612-0013/2012 ENF 139,65 502,25 6,75
PE-0037-0008/2012 CEMAR 108,53 541,36 6,75
PE-6587-0002/2010 ESE 185,36 641,47 6,75
PE-5363-0001/2009 CERGRAL 132,51 387,64 6,25
PE-5373-0001/2009 COOPERMILA 154,67 405,07 6,25
PE-0385-0019/2011 ELEKTRO 133,44 457,24 6,25
PE-2904-0001/2009 COOPERALIANÇA 126,03 461,74 6,25
141

PE-0039-0008/2009 COELCE 167,47 544,84 6,25


PE-0086-0001/2010 EFLUL 130,18 677,51 6,25
PE-0043-0040/2012 CELPE 192,64 363,62 6
PE-0404-0012/2010 ENERSUL 172,72 512,77 5,75
PE-0043-0022/2010 CELPE 170,95 584,05 5,75
PE-6611-0003/2009 EBO 184,78 701,36 5,75
PE-0381-0005/2011 ELFSM 163,37 784,52 5,75
PE-2866-0068/2011 COPEL-DIS 200,37 464,82 5,5
PE-0383-0005/2010 AMPLA 228,45 672,44 5,5
PE-5353-0001/2009 CERGAL 150,92 529,28 5,25
PE-0405-0004/2009 CEMAT 165,44 529,89 5,25
PE-2763-2013/2013 Ceriluz 207,64 550,05 5,25
PE-7016-0001/2009 COORSEL 171,52 571,54 5,25
PE-5368-0001/2009 CERSUL 163,16 579,32 5,25
PE-5370-0001/2009 COOPERA 166,26 593,89 5,25
PE-0401-0002/2012 MUX-Energia 140,75 640,10 5,25
PE-5386-0907/2012 CERIM 180,24 644,91 5,25
PE-0088-0002/2012 EFLJC 210,85 656,58 5,25
PE-0071-0001/2009 CPEE 317,85 128,90 5
PE-0073-0001/2009 CSPE 336,37 141,24 5
PE-0072-0001/2008 CLFSC 301,41 177,48 5
PE-0063-0024/2010 CPFL-Paulista 303,39 185,58 5
PE-0383-0016/2008 AMPLA 259,09 423,88 5
PE-0405-0005/2009 CEMAT 121,23 616,36 5
PE-0380-0008/2010 ESCELSA 270,25 890,34 5
PE-2866-0031/2010 COPEL-DIS 230,95 305,93 4,75
PE-0043-0043/2012 CELPE 227,80 634,15 4,75
PE-0404-0013/2010 ENERSUL 226,58 674,15 4,75
PE-0404-0020/2010 ENERSUL 226,75 676,21 4,75
PE-0039-0009/2010 COELCE 111,72 0,00 4,5
PE-0391-0022/2010 BANDEIRANTE 666,21 301,68 4,5
PE-0043-0039/2011 CELPE 206,13 535,87 4,5
PE-6585-0012/2010 EMG 260,94 839,54 4,5
PE-2866-0007/2009 COPEL-DIS 306,90 459,19 4,25
PE-6585-0008/2009 EMG 245,45 709,44 4,25
PE-0039-0001/2008 COELCE 180,76 759,97 4,25
PE-5371-0001/2013 COOPERCOCAL 206,45 768,99 4,25
PE-0047-0001/2008 COELBA 193,24 828,24 4,25
PE-0063-0025/2009 CPFL-Paulista 453,03 282,57 4
PE-0401-0004/2014 MUX-Energia 211,66 542,29 4
PE-0047-0018/2008 COELBA 227,11 644,30 4
PE-0404-0003/2009 ENERSUL 228,94 719,38 4
PE-0391-0002/2008 BANDEIRANTE 895,09 346,63 3,75
PE-0047-0065/2011 COELBA 202,88 816,59 3,75
PE-0047-0057/2010 COELBA 204,19 825,75 3,75
PE-0047-0042/2010 COELBA 181,75 864,38 3,75
PE-0369-0006/2010 CERON 201,27 1259,37 3,5
PE-6585-0001/2008 EMG 240,34 600,94 3,25
PE-0381-0007/2012 ELFSM 178,23 787,41 3,25
PE-6612-0002/2009 ENF 238,44 825,68 3,25
142

PE-5364-0001/2012 CERMOFUL 260,73 866,75 3,25


PE-0047-0017/2008 COELBA 377,26 983,58 3,25
PE-6610-0113/2013 CERMC 367,73 1249,62 3,25
PE-0047-0032/2009 COELBA 281,74 734,52 3
PE-0047-0077/2013 COELBA 239,02 915,21 2,75
PE-0047-0074/2012 COELBA 266,23 1022,31 2,75
PE-0381-0003/2009 ELFSM 252,40 1458,98 2,5
PE-5378-1607/2012 CERIPA 313,69 774,94 2,25
PE-0037-0001/2008 CEMAR 255,42 841,75 2,25
PE-0047-0038/2009 COELBA 260,47 1226,54 2
PE-0381-0001/2009 ELFSM 174,66 1550,36 2
PE-0383-0040/2009 AMPLA 208,46 1826,13 2
PE-0383-0054/2009 AMPLA 213,81 1872,94 2
143

ANEXO A – Cálculo da RCB

Fonte: PROPEE (2018)


144

ANEXO B – Concessionárias

AES-SUL - AES SUL Distribuidora Gaúcha de Energia S/A.


AMPLA - Ampla Energia e Serviços S/A
BANDEIRANTE - Bandeirante Energia S/A.
CEJAMA - Cooperativa de Eletricidade Jacinto Machado
CELPE - Companhia Energética de Pernambuco
CEMAR - Companhia Energética do Maranhão
CEMAT - Centrais Elétricas Matogrossenses S/A.
CERBRANORTE - Cooperativa de Eletrificação Rural de Braço do Norte
CERGAL - Cooperativa de Eletrificação Rural Anita Garibaldi Ltda
CERGRAL - Cooperativa de Eletricidade de Gravatal
Ceriluz – Cooperativa Ceriluz
CERIM - Cooperativa de Eletrificação Rural Itu-Mairinque
CERIPA - Cooperativa de Eletrificação Rural de Itaí-Paranapanema-Avaré
CERMC - Cooperativa de Eletrificação e Desenvolvimento da Região de Mogi das Cruzes
CERMOFUL – Cooperativa Fumacense de Eletricidade
CERON - Centrais Elétricas de Rondônia S/A.
CERPALO - Cooperativa de Eletricidade de Paulo Lopes
CERSUL - Cooperativa de Eletrificação Rural Sul Catarinense Ltda.
CERTAJA ENERGIA - Cooperativa Regional de Energia Taquari Jacuí
CERTREL – Cooperativa de Energia Treviso
CETRIL - Cooperativa de Eletrificação e Telefonia Rurais de Ibiúna Ltda
CHESP - Companhia Hidroelétrica São Patrício
CLFSC - Companhia Luz e Força Santa Cruz
COCEL - Companhia Campolarguense de Energia
COELBA - Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia
COELCE - Companhia Energética do Ceará
COOPERA - Cooperativa Mista Pioneira
COOPERALIANÇA - Cooperativa Aliança
COOPERCOCAL – Cooperativa Energética Cocal
145

COOPERMILA - Cooperativa de Eletrificação Lauro Muller


COORSEL - Cooperativa Regional Sul de Eletrificação Rural
COPEL-DIS - Copel Distribuição S/A
COPREL - Cooperativa de Energia e Desenvolvimento Rural Ltda
COSERN - Companhia Energética do Rio Grande do Norte
CPEE - Companhia Paulista de Energia Elétrica
CPFL- Piratininga - Companhia Piratininga de Força e Luz
CPFL-Paulista - Companhia Paulista de Força e Luz
CRERAL - Cooperativa Regional de Eletrificação Rural do Alto Uruguai
CSPE - Companhia Sul Paulista de Energia
EBO - Energisa Borborema – Distribuidora de Energia S.A.
EFLJC - Empresa Força e Luz João Cesa Ltda
EFLUL - Empresa Força e Luz Urussanga Ltda
ELEKTRO - Elektro Eletricidade e Serviços S/A
ELFSM - Empresa Luz e Força Santa Maria S/A.
EMG - Energisa Minas Gerais - Distribuidora de Energia S.A.
ENERSUL - Empresa Energética de Mato Grosso do Sul S/A.
ENF - Energisa Nova Friburgo - Distribuidora de Energia S.A.
EPB - Energisa Paraíba - Distribuidora de Energia
ESCELSA - Espírito Santo Centrais Elétricas S/A.
ESE - Energisa Sergipe - Distribuidora de Energia S.A.
LIGHT – Light Serviços de Eletricidade S/A.
MUX-Energia - Muxfeldt Marin & Cia. Ltda
RGE - Rio Grande Energia S/A.
SULGIPE - Companhia Sul Sergipana de Eletricidade

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